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ELIAS BRITO DE LIMA

Legislação Empresarial
Curso Técnico em Administração

iÊ edição - Atualizada

Edição do Autor
São Paulo
2013
©Copyright by Elias Brito de Lima
Edi.toraçõo e Supervisõo.. EBL Advogados Associados
Desz.gn Gráfico.. Anderson Rodrigues
Rev!.sÕo de fexfo.. Marcia Pinheiro

H abilitação Profissional

Técnica de Nível Médio de


Técnico em Administração

L732l Lima, Elias Brlco de


i.eglBlação EDpresarlal: Curgo Técnico em
Admlnlstração / Ellas Brlto de Llna - 1. edlçao -
São Paulo. 2013.
139 p. ; 21 cm.

Blbllografla
ISBN 978-85-915715-0-5

1. NoçõeB de Direlto 2. Dlreito Edpresarlal 3.


Dlreico Societárlo 4. Reglnos TrlbutárloB 5.
Direico Ambiental 6. Dlrelto do Consunldor 7.
Técnico en Àdmlnistração 8. LegiBlação
EDq?resari al .
1. Título,

CDD: 340
CDU: 658

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - É proibida a reprodução total


ou parcial, de qualquer forma (fotocópia / xerografia) ou por
qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei n9 9.6io/98) é Agradeço primeiramente a Deus que com
crime estabelecido pelo artigo i84 do Código Penal Brasileiro, sua multidão de misericórdia, tem me
podendo chegar a Redusão de o2 (dois) a o4 (auatro) anos e Multa. sustentado até aqui.
Aos meus Pais, que me proporcionaram
com sacriftcios pessoais, minha iniciação
acadêmica em Direito.

Minha esposa Cida e meufilho Pedro, eu


VOS amo.

Ao meu amigo Anderson Rodrigues que


com sua paciência infindável, me
suportou no desenvolvimento do Design
Gráfico.
0 temor do Senhor ensina a sabedoria, e a
humildade antecede a honra.
Provérbios i5. 33
N( )'1'^ DO AUTOR

(`iiiii o objetivo de propor subsídios pedagógicos para


l'iiiliimum i. Alunos do Curso Técnico, este autor não tenta esgotar
ii. i.iiim .`qui propostos, porém, é um trabalho enxuto com
i.iiii..i`iilu, {iite apresentará sempre uma visão geral e o que inclui
pif]ii l.i." tlc` revisão para fixação da matéria ao final de cada
"1,,, "1, ,-

1,t`HiHlação Empresarial é um componente curricular do Curso


il.i 1.\. i`it.ii tli` Administração da Escola Técnica Estadual -ETEC do
1.jniiii l'.`ul.i Souza -CPS, como também uma das matérias dos
ili w .i m i`ui'*t]s Técnicos de escolas particulares.
{'tim o presente trabalho, o Diretor Escolar, Coordenador
l'pil"i`wi{..i, Coordenador da Área, Professor e Aluno estarão, em
!im .`Fih`i'.`H de atribuições, acompanhando passo a passo, as
1 uinii.`iAi`t'i.i* a serem adquiridas, as Habilidades a serem verificadas
F m 11,"(.* 'l'i`cnológicas aplicadas em sala de aula, inclusive com
ftin®nwiii.`* i.ráticas de avaliação.
^ .uiii)liação da obra se dará conforme atualização do
t iiiii iiiii lt i i».ti£ramático, incluindo atualizações jurídicas e excluindo
iiiAifiii.ii. iilii't`passadas, uma vez que o ramo do Direito é muito
'll''À'''l'.''

NJ i}i.i`sente obra, serão abordados os Temas: Noções Gerais


ih 1 lii ..ii . i.1 )ii'eito Empresarial, Direito Societário, Direito Tributário,
1 liwiii i { ]wil ('ontratual, Legislação Ambiental com ênfase em Direito
#w 1 iHi*iiniitl()r, com uma abordagem necessária para que o aluno
t*im .iiilimi' ti conteúdo aprendido em sala de aula, na prática.
^i"iin, não é o 1ivro, apenas um elemento para o aprendizado
"iihi, {'` um manual prático para consultas sobre os temas
Hiwi lllum ii.is mais diversas áreas, trazendo então para o aluno
lIHilu. i«.t'.m-formado, uma fonte de pesquisa para o trabalho
S't' l ,-' '

l)t`Nit. modo, o leitor encontrará material de simples


entendimento, escrito em uma linguagem de fácil compreensão,
tornando-se a leitura prazerosa, utilizando-se exemplos espontâneos
e corriqueiros do dia a dia.
B„l'l,l',il'
Com o intuito de ser a obra, um manual de aplicação teórica e
prática, achei por bem não incluir artigos de lei, citações de incisos,
alíneas, parágrafos etc., para que a leitura não se torne cansativa e M , I ,^ I ,1 ) ^U,I,()R -------------------------------------------------------------- 11
passe uma visão ampla ao estudante. 0 fiz, porém quando #m,,l,,l,,...-----------------------------------------------------------------------]3
extremamente necessário.
M:* t*. I ;¢rii l.s {Ic Direito ------------------------------------------------------- ig
Boa leitura e caso tenha interesse em enviar críticas ou
sugestões, fique a vontade, envie um email para elias@ebl.adv.br sua 1 ' ' ''' '=11 ' ' '''.''+:ilc'iro ------------------------------------------------------------ 2o
colaboração é essencial para a evolução de nosso trabalho. l h ',„lll,' '.* -------------------------------------------------------------------- 22

^t t`i iiii liuil* I .ei.s Brasileiras ------------------------------------------------- 25

| 1 | \ii ¢iii . iN . ( '\irso Técnico de Administração ----------------------------- 3i


*i ^i ivi.I\i.I...* .I{i Técnico em Administração ------------------------------ 33

t \ç" ,, ,"` ,1 ,.,.. ixação -------------------------------------------------------- '--33

i l iin`ii u l':mpresarial ------------------------------------------------------ 35


11 ( '' '' ' c.(: i to ------------------------------------------------------------------- 35

i\ l '..,**.\as Físicas ou Naturais ----------------------------------------- 36


i. i Nome ---------------------------------------------------------- 38

i\\ ^lteração no nome ------------------------------------------ 39


i. i Capacidade civil ---------------------------------------------- 4l
i i l 'i.s.Hoas Jurídicas -------------------------------------------------------- 43

ii ( )I.jL'to -Natureza Empresarial da Atividade Econômica---46


i\ ^ Iii..ação do Direito Empresarial ---------------------------------- 47

in l '.. i \i i) resa -------------------------------------------------------------------- 48

i rn Conceito Jurídico de Empresa ----------------------------- 48


i ¢u A Empresa como sujeita de direitos ---------------------- 52
i f I \.M i ii resário ---------------------------------------------------------------- 5 3

• /i Conceito e caracterização do Empresário -------------- 53

13
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELiASBRiTODELiMA
&. i 2.i. Documentos Necessários ----------------------------------- 7i
i. 7. 2. Obrig ações ---------------------------------------------------- 53
&. i2.2. Procedimentos Legais -------------------------------------- 73
i.8. Exercícios de Fixação -------------------------------------------------- 55
&. i2.3. Abertura ------------------------------------------------------- 73
2. Aspectos Gerais do Direito societário -------------------------------- 57
}. i 2. 4. Encerramento ------------------------------------------------ 74
2.i. Conceito ------------------------------------------------------------------- 57
• ` i i. A REDESIM --------------------------------------------------------------- 75
2.2. Histórico da sociedade Empresária ------------------------------- 58
\` i4. Livros Mercantis -------------------------------------------------------- 75
2.3. Personalidade Jurídica ------------------------------------------------- 58
\. ii, Junta comercial --------------------------------------------------------- 77
2.4. Personalidade Empresarial ------------------------------------------ 59
• i(i. Exercício inf iormal ou irregular da empresa -------------------- 77
2.5. Elementos de fbrmação da sociedade Empresária ------------ 60
2.6. Classif icação e Típos de sociedades Empresárias ------------- 61 • i./ Estabelecimento Empresarial --------------------------------------- 78

2.6.i. Sociedade simples ------------------------------------------- 6i \, i7. i. Nome Empresarial ------------------------------------------- 79

2.6.2. Sociedade em Nome coletivo ------------------------------ 62 \. i7.2. Ponto comercial ------------------------------------------ :--8o

2.6.3. Sociedade em comandita simples ------------------------ 62 \,i7.3. Elementos da propriedade lndustrial --------------------- 8i

2.6.4. Sociedade em comum --------------------------------------- 63 \. i7.4. Trespasse ------------------------------------------------------ 83

2.6.5. Sociedade em conta de participação --------------------- 64 \. i'/, s. Estabelecimento Eletrônico -------------------------------- 83

2.6.6. Sociedade Limitada ----------------------------------------- 64 \, i7,(i. Concorrência Desleal --------------------------------------- 85

2.6.7. Sociedade por Ações ---------------------------------------- 66 • iH I`.,xi:.rcícios de Fixação -------------------------------------------------- 86

2. 6. 7.i. Sociedade Anônima ----------------------------------- ~ ---- 66 i llninn.. 'I`ributário -------------------------------------------------------- 89

2.6.7.2. Sociedade em comandita por Ações ------------------ 67 ii l ,i i {` ro Real ----------------------------------------------------------------- 92

2.6.8. Sociedade de Economia Mista ---------------------------- 68 i \ I.i i.` ro presumido -------------------------------------------------------- 92

2.7. Conceito de sócio ------------------------------------------------------- 68 i i l ,ii c` ro Arbitrado --------------------------------------------------- : ----- 93

2.8. Responsabilidade dos sócios ---------------------------------------- 68 i+ * i ni i.les Nacional -------------------------------------------------------- 95

2.9. Micro Empresa -ME -------------------------------------------------- 69 i` M l'', I ~ Micro Empreendedor lndividual --------------------------- 96

2.io. Obrigações comuns dos Empresários ---------------------------- 70 i f\ I.: +i.i`c.(cios de Fixação -------------------------------------------------- 97

2.ii. Empresa de pequeno porte ~ EPP ---------------------------------- 71 * I ¢uii.m i\ara criar contratos comerciais -------------------------- 99
l 'I,' "ulas ---------------------------------------------------------------- 101
2.i2. Registro de Empresas -------------------------------------------------- 71

14 15
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

4.2. Normas que Regulam os contratos comerciais ------------- 102 t m"i.I",s`-,o ---------------------------------------------------------------- 135
4. 3. Exercícios de Fixação ----------------------------------------------- 102 \ I{i.|ri.¢m`ia Bibliográf ica ------------------------------------------------ 137

5. A ENolução da Legislação Ambiental -------------------------------- io3


5.i. Exercícios de Fixação ------------------------------------------------ 104
6. Código de Def iesa do consumidor .------------------------------------ io5
6. i. Dos Direitos Básicos ------------------------------------------------- 108

6.2. Da Qualidade de produtos e serviços --------------------------- 113


6.3. Prevenção e reparação dos danos -------------------------------- 114
6. 3. i. Danos Materiais -------------------------------------------- ii5
6. 3. 2. Danos Morais ------------------------------------------------ ii6
6.4. Princípio da proteção ------------------------------------------------ 117
6.4.i. Da saúde e da segurança ----------------------- ~ ---------- ii8
6.5. Responsabilidade de produtos e serviços ---------------------- 119
6. 5.i. Pelo Fato ------------------------------------------------------ iig
6.5.2. Pelo vício ----------------------------------------------------- i2i
6.6. Disposições Gerais das praticas comerciais ----------------- 123
6. 6.i. Da of lerta ----------------------------------------------------- i24
6. 6. 2. Da publicidade ---------------------------------------------- i25
6.6.3. Das práticas Abusivas ------------------------------------- i26
6.6.4. Da cobrança de Dívidas ----------------------------------- i3o
6.6.5. Dos Bancos de Dados -------------------------------------- i3o
6. 6. 6. SCPC ---------------------------------------------------------- i31
6. 6. 7. SERASA ------------------------------------------------------- i32
6.6.8. Sanções Administrativas ---------------------------------- i32
6.7. Exercícios de Fixação ------------------------------------------------ 133

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17
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

É melhor obter sabedoria do


que ouro! É melhor obter
entendimento do que prata!

Niii'ões Gerais de Direito

() Direito Brasileiro avançou de maneira significativa nos


iili lniiiH anos, haja vista, mudanças no que envolve o perfil ideológico
ihi iii m*tis legisladores, pois, estes, começaram a verificar que há uma
iiiwmw iiecessidade em atualizar antigas leis. Perceberam que com o
iwmw {1(} tempo, a evolução e a mudança da sociedade, requer, com
•..ih vt..Í. mais celeridade, uma legislação que atenda a necessidade do
iNwii, ittiis regramentos que não se renovam de tempo em tempos é
i iMin i i . *.il sem sabor, que para nada serve.

|.t no contexto simples, objeto deste trabalho, podemos dizer


iiii.i i i I )ii'i`ito é o cumprimento da lei, ou seja, a aplicação de um caso
"iw llim ou concreto, com base nas legislações em todas as suas
ülüiM ilt` governo, isto é, a União (através do Congresso Nacional),
i» hi,itltis Membros (através de sua Assembleia Legislativa), o
1 li.ii H.i l''i.deral (através de sua Câmara Legislativa) e os Municípios
lii i ftvt`N ili` sua Câmara dos Vereadores), cada um em suas esferas de
4ii lliul`.(1t.s, trabalhando de maneira séria e com compromisso para o
iiii ..üu m (iue tange a aplicação das leis.

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ELIAS BRITO DE LIMA
. i„isiAÇAOEMPRESARIALEE
Na definição de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira], dirt.lm *#lFi liiliiii " Nt.iix t`lt`itores por determinado tempo.
é "Prerrogativa, que alguém possui, de exigir de outrem a práticu iiu
hiliii.iilv.` .`l)f'ange a união dos estados com autonomia não
abstenção de certos atos, ou o respeito a situações que lhe aproveiiui.i'
e ainda tal palavra vem do latim /.us que quer dizer Direito. "i|im vi.,wiil.i t`t)nstituir uma nação gerida em seus aspectos
*Íai! iwii iwii #.w..mo central.
]á na definição de Washington de Barros Monteiro, quai`dii i)`i.iiiil.i t) .`i'tigo primeiro cita a união indissolúvel dos
citado por Carlos Roberto Gonçalves (Gonçalves, Direito ('lvll
t*i*i|w l)inii'lin l''i.deral e os Municípios trata-se de um
BTaLstldro 2ou) díz que "é o conjunto das normas gerais e posiiiv.i..
Êmtii.llniwiiii l`it`i..il no qual nenhum ente federativo poderá se
que regulam a vida social".
|iti"i iinl.iiwi.lt"ii`, e assim abandonar a federação constituída,
Deste modo, não se pode olvidar a necessidade da consciêii{'l^ E±iiiiii i«n i'-."iiilti: o Estado de São Paulo, não pode abandonar o
de cada um no momento do voto, pois analisando o aspecto jurídit`o, büll f ..i i i iii`Nll M'i``tir em um novo País, mesmo que seja intenção de
o (a) candidato (a) a órgãos públicos, como no caso de Deputa.ltii Í" I,A ,,,,,, ",m.
Federais e Senadores da República, no âmbito da União, são os qu®
1 lli i iiii.m.`.l.) esta fase, é necessário entender, como fiinciona
realizam as maiores mudanças em nos`so ordenamento jurídico, sati
w»i fiidiln tl.`iiiti(`rático de direito em uma visão simplista, não
as autoridades mencionadas que criam leis de caráter geral, com
abrangência nacional, e obriga, a todos os brasileiros, à sm *iitlnimnilu .i iit.i'i`ssidade de que, caso o docente ou discente, sinta
i im...liliiil.. tli` aprofiindar a matéria, que busque materiais
subordinação, como veremos adiante mais detalhadamente.
fü*illlnib iiiit` .ipresentem conceitos de certa forma mais
üiHl`iwlMli m .`t't`i'i`a do assunto. Para o propósito deste livro, basta o
ÜW ®,] q,,",,,`'
0 Direito Brasileiro l'ii.i iN.iii`{]s entender primeiramente, o que é um Estado
Neste introito, cabe observar que o Brasil é um Estad(} |A=iiwn.^iiui .lt. Direito. 0 tema é profiindo e com sutileza
Democrático de Direito, conforme se observa no Artigo ig d.` ''Í''a''.'''''h
Constit\rição Federar.. "Art. iQ A República Federativa do Brasil. 1 bi.iili.1 )i'mocrático de Direito -é uma situação institucional
fbrmada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distritt. m .i"l n iiiw{i iilege seus representantes através do escrutínio, que
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito (..J' . i* i..n,ii.` ..iii i'L. outras coisas, as leis promulgadas, a separação dos
Observaremos especificadamente os detalhes importantes dti X •i.iq (lixt`t.iitivo, Legislativo e ]udiciário) e os direitos
principal artigo de nossa Constituição Federal. r, ',l,l",,`",',i*-

República - no conceito literal é um sistema de govemo em `.. ii l}rasil é uma República Federativa e um Estado
que um ou vários indivíduos são eleitos pelo povo para exercerem ti lhwnn i.\iit'ii tli. Direito, consequentemente nossos govemantes só
pmw iw iniilt`i' porque colocamos cada um em seu tempo e em seu
] Aurélio, Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário Aurélio - Século Xxl. |iqHi t .`Aiiiiii .iomos inteiramente responsáveis por suas assertivas
*wi nnnu iit`Itis seus deslizes.
Versão 3.o. Editora Nova Fronteira. iggg. CD-ROM.
2 Constituição da República Federativa do Brasil de ig88. Disponível em
l'iitlt`iiios afirmar, então, que um Estado Democrático de
<www.planalto.gov.br>. Acesso em i2 out. 2oi2.

20 21
ELIAS BRITO DE LIMA i i GisLAÇAO EMPRESARIAL EE

Direito é aquele que respeita a liberdade de cada um em mi.. l'iiiiit.ii'.`mente temos o Poder Executivo da União, que é o
particularidades por meio de uma proteção jurídica do próprlii iü"i.A\'.`l ii(`la gerência e execução das leis e é o responsável pela
estado e no que envolve os aspectos generalistas. itiwt"iiin`'.\o do país perante os outros países. 0 poder é exercido
Apesar de o Brasil ser um Estado Laico, ou seja, que i`lti *#i M ii.ii lt`iii i` da República e seu vice em sua ausência.
elegeu nenhuma religião como oficial do povo, no preâmbulo d. 1 ni M.guida temos o Poder Executivo do Estado, que é
Constituição Federal, o que vem antes do artigo primeiro, De" . !{]ii*wi.i`vi.l iii.la gerência e execução das leis, e, é o responsável pela
citado como um ser sobrenatural capaz de proteger o povo. Assim, |€Wmuiii.``'.\ii de seu Estado ou Distrito3: o poder é exercido pelo
vale ressaltar o seguinte ffagmento: ``Nós, represenfaJ]fes do pow |mfM i.iiili M' tl(} Estado ou Distrital e seu vice em sua ausência.
brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte puru
( 1 l'iitlc.r Executivo Municipal, é também o responsável pela
instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exerclclii
dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-esiui.. *iliM in .. t.xi.cução das leis, e, é o responsável pela representação de
*ii Miiiii.`liiiti. 0 poder é exercido pelo Prefeito Municipal.
o desenvowimento, a igualdade e a justiça como valores supremos d¢
uma sociedade fi.aterna, pluralista e sem preconceitos, fiindada i.`i ( iiiiiti observamos, nas três situações, tanto o Presidente, o
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional. |üiwiii.iilui. i` o Prefeito possuem a tarefa de gerenciar toda a sua
com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob u Pl.ii.Âi i i..i'i'irorial competente.
proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLIC^ l',`i'.` que o Poder Executivo possa desempenhar bem suas
FEDERATIVA DO BRAslr' . (git£o r\osso) . hiii`iwiQ, H.\o necessárias diversas leis com o intuito de facilitar a
Assim, podemos dizer que o Brasil não adota uma religiãti Mlli nt Ài i .lt. recursos financeiros e de políticas públicas.
específica, porém, reconhece o poder sobrenatural de Deus em 1 )..*it. modo, outro poder importante é o Poder Legislativo
guardar e proteger o povo, se assim não fosse, não existiriam razõe» #w w . livitli. em suas esferas de governo da seguinte forma.
para a inclusão de uma deidade em nosso ordenamento jurídico, l'i`imiiiramente o Legislativo Federal é o Congresso Nacional,
Deus realmente é uma proteção ao povo.
FiiHlw iilti t'omo poder bicameral, uma vez que é composto pelo
*im.lii l''t`tleral e pela Câmara dos Deputados. Assim, estes são
ie.iwim.`vt.i* pela elaboração de leis de caráter genérico (em sua
Os Poderes wi*iiii i.i) t'{im abrangência em todo o território nacional, inclusive
Não há direito sem lei, por isso é necessário que se observe a W.iwiMh ao cumprimento da lei, todos os brasileiros e os
composição dos poderes para que se encontre quem faz a lei, quem Hiiúiwrii.(}s residentes ou que estejam de passagem pelo Brasil. É
l*iiili¢iii ii Responsável por fiscalizar os atos do Presidente da
executa a lei e quem verifica as controvérsias da lei.
l.inililn..` i` de seus Ministros.
0 Brasil se divide em três poderes, a saber, Poder Executivo,
Í`: iiiiportante observar que o Senado Federal é composto por
Poder Legislativo e Poder judiciário, nas três esferas de governo,
Federal, Estadual, Distrital e Municipal, vale salientar que na esfera *mili ii't.* da República que representam os seus respectivos Estados
Municipal não há o poder ]udiciário, sendo responsável então o
11 iiiiiiM.i. {)l]servar que a Constituição Federal equipara o Distrito Federal no que
Judiciário de seu Estado.
#iiilwi m m l':Stados e aos Municípios.

22 23
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

e o Distrito Federal. Já a Câmara dos Deputados, é composta poi. 1 .i m 1. " t. tlo Distrito Federal e Territórios, conhecidos como TJ.
Deputados Federais e são os representantes do Povo de sem ('iimo observado anteriormente, não há Poder Judiciário
respectivos Estados.
Mwni.'iii.il, servindo então para tanto o judiciário do Estado no qual
0 Legislativo Estadual e a Assembleia Legislativa, são " m w i ii ii i'.i o Município.
composto pelos Deputados Estaduais representantes do povo de seii ('uiiseguimos explanar, brevemente, acerca da divisão dos
Estado e é responsável pela elaboração de leis necessárias ao bom
l'iiiltii'..w ..iii todas as suas esferas de governo.
fimcionamento de seu Estado.
Cumpre observar que no que envolve o Distrito Federal, ti
Legislativo Distrital é a Câmara Legislativa com as mesma»
responsabilidades do Estadual. É também o Responsável por ^. l.i.i iicipais Leis Brasileiras
fiscalizar os atos do Governador e de seus Secretários. l,i`i é o instrumento que o Estado (Nação) utiliza para
No Legislativo Municipal é a Câmara Municipal, compost.i fiiwbiilí.u. .` sociedade, impondo-lhes limites e orientações para uma
i`l`®ni l.i li.".moniosa com base na ética da sociedade, a qual está
pelos Vereadores e que são responsáveis pela elaboração de lei#
necessárias ao bom fiincionamento do Município. É também tt litm iiln i.il t)rganização política.
Responsável por fiscalizar os atos do Prefeito Municipal de seu l'.`i'.i melhor compreensão, Leis, são escritos organizados
Secretários. W.iwii.ii lt..`inente para o fiincionamento regular de um conjunto de
Quanto às fiinções do Legislativo, é apenas uma visão geral p...iw iiut. vivem em determinada época, tudo ao seu tempo, para
sobre o assunto, não sendo capaz de exaurir o tema. iiw iM im.iiii usufiuir a plenitude de seus direitos.

Não basta que existam os criadores e os executores da lei, é N.\ti basta que tenhamos um punhado de leis aqui e outras
necessário que exista outro poder responsável pelas resoluções d.. * wl^, .`` ii..{'t`ssário estabelecer um hierarquia básica entre elas para
conflitos resultantes da aplicação da lei na prática, tanto pelos tiiii.lw i.i. tiLi.il é a mais importante, e, consequentemente, qual deve
*i ..i«iiiil.` im primazia, ao detrimento de outra lei a qual deve ser
poderes quanto pelo povo. Deste modo, é necessário observar quc`
t=MliM ,i.l.i un Segundo plano.
apesar dos poderes serem independentes, ou seja, cada um possui sua
própria autonomia, eles são harmônicos4 entre si. `{`i.i.` dissonante estabelecer uma hierarquia entre as leis, pois
Desta forma, resta saber a esfera judiciária dos poderes, senão iii.ha viN.un fixar uma vida harmoniosa entre os povos, porém,
vejamos: na esfera Federal, temos o Supremo Tribunal Federal - STF, )l.iini." lt`i* tlevem obedecer rigorosamente outras com o objetivo de
o Conselho Nacional de ]ustiça - CNJ, o Superior Tribunal de ]ustiça - iilM l.iiii' iiiii bem mais valioso, por exemplo, o Direito a Vida, em
STJ, os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais - TRF, os ihlilin"iiii (le um bem menos valioso, por exemplo, o Direito de
"1",,`,,.,,,,..
Tribunais e juízes do Trabalho - TRT, os Tribunais e Juízes Eleitorais
- TRE, os Tribunais e ]uízes Militares - TRM. N.`*it. caso, o direito de Propriedade é menos valioso que a
Na esfera Estadual, temos os Tribunais de Justiça e Juízes do8 Ylih, .i"iiii, não pode uma lei, hierarquicamente inferior, dar
rçl-Üi.iit'l,` titt Direito de Propriedade em detrimento ao Direito a
4 compiementares entre si. lih, iiulw *.1() infinitamente distintos.

24 25
EE ELIASBRiTODELiMA

Assim, no regramento Brasileiro, são utilizados t" ^ *iil)t`f'ania é uma disposição suprema, de que o Brasil não
ensinamentos de Jurista austro-americano Hans Kelsen, que em um flFw .t. Nult(ii'dinar a ninguém (ou outros países), senão ao povo
de seus ensinamentos teóricos, propõe que o Direito deve st.i' bia.ll€li`ii. .'t)i`forme previsão Constitucional do artigo ig, parágrafo
entendido de maneira piramidal, que haja uma hierarquização daH sl'l' "
normas jurídicas de forma estruturada no formato de uma pirâmidt., t `iil.itl.`nia trata dos direitos gerais do povo, como o direito de
onde ao topo está a norma cuja importância é a maior de todas, d.i *i+iAi tf ..`i. vt)tado, como também os deveres para com o próximo e
qual todas as outras, juridicamente inferior, se submetem a principal, ffl«llxii liit`Hino.
inclusive seus fiindamentos de validade.
I)lwiiitlade da Pessoa Humana trata da honestidade, a
Simplificando, veja o quadro abaixo, a teoria de Hans Kelsen,
piwliiilMl.`, .i moral, a honra, respeitabilidade entre todos, com o fim
propriamente dita, aplicada ao Direito Brasileiro: #iwi llii i i ilt` t ratamento igualitário.
V.il.ii'i.s Sociais do Trabalho e da Liwe lniciativa trata das
iigi .imi. l.ii l..* tlo trabalho como principal instrumento de crescimento
E ih..iwiilviiiiento de uma nação, autorizando desde já, qualquer
iiiin il.i iilli`io lícito, sendo livre sua iniciativa.

|.` i`() Pluralismo Político, é onde há diversos grupos


flfi.iiiiiii`m tl(i poder, com o intuito de, sadiamente, um provocar o
#iiiiii ii u .lt`#i`nvolvimento acontecer de maneira equilibrada, tudo
Wüi ii mt`(ii.(] não estar o poder total, nas mãos de poucos políticos.
^ (`()iistituição Federal possui 25o (duzentos e cinquenta)
±iilx" uii(I(` trata dos Direitos e Garantias do lndivíduo, da
1 liMiii/.t`'.\u clo Estado, da Organização dos Poderes, dos Tributos e
#iii i. i. nHi it.t'i tis relevantes para a organização social Brasileira.
N.`u é objeto deste trabalho a abordagem profiinda, caso
Agora veremos cada uma destas leis e sua aplicabilidade. üwli n .iiM.t il'undar na matéria, a leitura da Constituição Federal é um
h,,,,,,",,t`\.,,.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: é conhecida como Carta Magna,
l':Ml.:NDAS CONSTITUCI0NAIS: são consideradas as mais
Regramento Mãe, Lei Maior. É o principal regramento Brasileiro, é a
liwiMiii.niii..i tibaixo da Constituição Federal, uma vez que estas
Lei que trata das principais matérias do Brasil.
alimm ihiitisitivos daquelas.
Trata dentre outros temas, dos princípios fiindamentais do t'.uisitLerações importantes a serem mencionadas é que as
Brasil, a saber: a Soberania, a Cidadania, a Dignidade da Pessoa
FiwHiilM *.ii) necessárias em virtude da evolução do homem, da
Humana, os valores Sociais do Trabalho e da Livre lniciativa e o
gm lt]ilfiil.`. {1.` ética, da moral e dos costumes.
Pluralismo Político.
V.ili. salientar que a emenda presta apenas a corrigir,

26 27
EE ELIASBRiTODELiMA = iiGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
melhorar e fazer pequenas modificações, não podendo em nenhui" i .iii..i i.titineiramente acontece, as Medidas Provisórias não
hipótese, tentar abolir ou modificar sua essência. Existe ct`m !if inl" m i'i.quisitos de Relevância e Urgência, porém é usado
formalidade para que se realize uma emenda constitucional, . iiiiliM i iHiiii.i.I.`iiiente para qualquer tipo de matéria.
necessário que se tenha um relativo trabalho para aprovação deii. ^ Mi..Ii{la Provisória possui prazo de validade de 6o (sessenta)
regramento, para que haja estabilidade jurídica. #i*. F lnwu .ii}t'is sua edição deverá ser encaminhada ao Congresso
É necessário i/3 dos Membros da Câmara dos Deputados (i7i H)i iMiifil iim vt7tação. Sendo votada e aprovada a Medida Provisória
dos 5i3 Deputados Federais) ou do Senado Federal (27 dos Üi fftiw ilii i i`i. t`*i i` nome e passa ao sfafus de Lei Ordinária.
Senadores da República) ou pelo Presidente da República ou pi.l.` 1,1',1* I)ELEGADAS: segundo MaLximilianus5 "/.../ equz.param-
maioria absoluta das Assembleias Legislativas dos Estados Membrt"
*. \i)* I..i` ui..Iinárias, difierindo destas apenas nas fiorri`as de
com a maioria relativa de seus membros. Assim, se observa que nã() 4 niAMiw` iiu". l't)i.ém não é o entendimento da doutrina majoritária,
fácil conseguir propor uma emenda na Constituição, por este motivti,
qw i unn . ..u, t.tinsidera hierarquicamente inferior às leis ordinárias.
é a Emenda Constitucional hierarquicamente superior a todas .ii
Outras. 1 ii` .`uma, é quando o Presidente da República solicita
*iiiiii i i,`` .\t i .lt] Congresso Nacional e, este, o autoriza (delega) a criar
LEI COMPLEMENTAR: através da intepretação gramatical, '''„d 1 ',1
se observa que o propósito desta lei é o de literalmenit.
complementar o regramento Brasileiro. Cabe também a L..l l}l':{'ltli:TO LEGISLATIVO: são quase sempre normas de
Complementar, explicar ou adicionar algo a Constituição Federal, HfAiw .i.liiiii`istrativo promulgadas pelo congresso nacional em
não com tanta complexidade, mas sim de matérias com menor grau "`iiiii. ilt. *iia competência como os previstos no artigo 49 da
hierárquico, em suma, esta Lei trata sobre tributos em suas divers." 1 iii..iHiii`t.\ti Federal, a saber: autorização para o Presidente da
formas, ora regulamentando, ora estabelecendo regras gerais, om |*inililiin w ausentar em período superior a i5 (quinze) dias e
dispondo sobre conflitos de competência tributária. i*illl. .i` .`i i .lt` (ratados, atos e acordos internacionais.

LEI ORDINÁRIA: é comumente aceito que, pela doutrim NI`:*()I.UÇÕES: são as normas de caráter administrativo
dominante e também pela jurisprudência que não existe hierarquia niwi lli lM iw autoridades competentes de qualquer ente federativo.
entre Lei Complementar e Lei Ordinária, uma vez que cada uma ^ l liilÀii. ti* 13stados Membros, o Distrito Federal e os Municípios
atende a uma matéria específica. MMlwii i'.`.il i'J,.`r resoluções para o âmbito interno exclusivamente aos
*ii. Hi..iiilii.tis ou externos, atingindo a todos os brasileiros.
Leis Ordinárias são as leis comuns que tratam, em cada esfera
de governo sobre a organização do poder judiciário e do ministério ^'l'()S NORMATIVOS e PORTARIAS: são as espécies de
público, à nacionalidade, à cidadania, de alguns direitos coletivos e "iAiiii`iiiu i}róprio de administração interna dos órgãos públicos em
individuais, orçamentos e a todo o direito material e processual, wi*. .l..iN.ii.lências. Os Atos Normativos e as Portarias, geralmente
como os códigos civil, penal, tributário e respectivos processos. iimwn {'.`i'áter de organização do sistema de atendimento ao
iinl.Iii ii, "*i)ensão de prazos no judiciário, dentre outras ações de
MEDIDAS PROVISÓRIAS: são normas expedidas pelo
Presidente da República, com força de lei, para aplicação imediata,
: fiil.i.r, M.iximilianus Cláudio Américo e Maxinriliano Roberto Emesto Führer.
exclusivamente para dois excepcionais casos: Relevância e Urgência.
Wwnw. i li.1 )ii'i.ito Constitucional. Malheiros Editores. 2oo7.

28 29
EE ELIASBRiTODELiMA
± iimLAÇAOEMPRESARIAL EE
regulamentação e procedimentos. l'i,,1,,,'.,,1 ,,,,,. kl.l ?

Os CONTRATOS PARTICUIARES são os mais diversificatl{" 1 tiiiiil.`. " compra dos pãezinhos diários, não pega um ticket
que uma pessoa realiza com outra, e pode ser uma compra e vendd`, *Üiifi , imii'`iii. un determinado dia, alguma coisa sai errado e você
uma locação, um arrendamento, uma doação, uma fiança, um segiii'(i !*iEa «iiil i uin u pão e é hospitalizado. Como tentar um reembolso
e tudo que envolve particulares. mi w«m i`\ .`i . tlt` t't)brança, pois sequer terá um ticket de compra?
Os contratos estão na base da pirâmide, pois sua importânt'lA ^"ini, {'t]meçamos a entender que é necessário a
com relação à Constituição Federal é ínfima, porém, deve obede('t.r tt+iniw . .v,i` .`. . i li i tlireito, pois não há direito sem provas.
estritamente os ditames da Carta Magna, sob pena de anulabilida.I.
l'iiiii.li.` tiue um simplório papelzinho pode fazer toda a
ou ainda a nulidade do contrato.
Amiüii`d i.iiii'{` (er ou não direito. Conscientize-se e mantenha
Não se pode esquecer que o princípio latim que diz: pac/ti
sunt servanda - ``o contrato faz lei entre as partes" - ou - ``os contratt" #,l:n,l:,.!hi,i,i,:,,..i.i:::"`izadoseuscomprovantesdeconsumo,poisumd
devem ser cumpridos'', deve ser observado de maneira a náo
ocasionar uma ferida na Lei Maior, pois é a partir dela que todo (i
regramento se convalida ou não.
11 l)ii.i`ito no Curso Técnico de
Como vimos em toda a pirâmide, cada regramento tem sut`
finalidade e sua importância no mundo jurídico. Inclusive, f(il ^,l,,,l"ih,,ração
incluído na base da pirâmide o TICKET, sim, aquele simples ticket do ( iiniiii'i` ()bservar que o direito deveria ser matéria obrigatória
estacionamento, do bilhete único, do pão da padaria entre outros. tiM rii®im l.'iii`damental ou no mínimo no Ensino Médio, pois a
Por exemplo, imagine um indivíduo ao chegar ao Shopping lfil.h`Au lti'.`sileira no artigo 3g da Lei de lntrodução às Normas do
Center, estacionar o seu carro e ir às compras e ao voltar, seu veículo |lwiin lli'.wilt.iro - LIND87 é enfática ao dizer que: ``Ninguém se
não se encontrar mais no estacionamento. Não considerando ti pi iiw . li. iwini7rir a lei, alegando que não a conhece".
circuito de TV, o seu único comprovante que demonstra sua entrada M.iiiM'i`* detalhes desta lei poderão ser encontrados na
de veículo no Shopping é o mísero Ticket, portanto, para o mundo l«iiMiii,`iiit. til]i'a sobre a LINDB no manual de (Diniz, Lei de
jurídico, um simples pedaço de papel pode impor um direito lMi i " lu` .`. wo código civil Brasileiro lnterpretada 2ou).
preciosíssimo. ^ lt`i ii{.s diz que ninguém poderá invocar ignorância, ou seja,
0 mesmo ocorre com o bilhete único, pois com a pressa «liwii¢ii` iiii(li`rá dizer que não cumpriu a lei por não conhecê-la,
cotidiana, você se dirige até um posto autorizado de recarga e solicita t.iiiii., ii. m ii'i`i conhecer ou saber da existência da lei se não há quem
uma recarga de RS io,oo e não faz questão do comprovante. Vai até o i Üii.iii..'/ l'i.ttcura a lei atender somente os autodidatas? Tamanha
ônibus e quando passa na catraca, verifica-se que o seu bilhete não )lima\.`ii jui'ídica ou administrativa do estado, pois ensinamentos
está carregado. Como provar que você realmente carregou se você

lh i.ln 1..1 n" 4.657, de 4 de setembro de ig42 -Lei de lntrodução às Normas do


6 (VenosaL 2oo4) ü\z.. "inexiste na sociedade modema contrato mais importante e mais
lm.lin lli.`Nilt`ii't). Disponível em <www.planalto.gov.br>. Acesso em og de março de
uti.Ji.zado" do que o contrato de Compra e Venda. "'
30 31
ELIAS BRITO DE LIMA i i t isLAÇAO EMPRESARIAL EE

jurídicos deveriam ser obrigatórios desde a mais tenra idade escol.ir, ^i^ilvltl.itli-sdoTécnicoemAdministração
Contudo, antes tardiamente do que em tempo algum, (ii
( iiiili iriiit` i.i.econiza o Manual do Candidato8.:
Currículos de Administração, Agrimensura, Logística, Comér{'lti,
Agronegócio, Assessoria Empresarial, Contabilidade, Eveni{", i i lít.NI('() EM ADMINISTRAÇÃO é o profissional que
Farmácia, Gestão, Marketing, Seguros, Transações lmobiliárias, ent i.® !ifif«fif iiil.i, .wi.iliN.`, interpreta e correlaciona, de forma sistêmica, os
outros, resolveram incluir algumas matérias que possam de u" FFmiiiii .iii'i.`lN, i7tilfticos, econômicos e sustentáveis, respeitando
maneira geral, apresentar um panorama sobre o proficuo direito. llf*t. .lii iii"'.`.itlt], as tendências culturais, os nichos e as
tÊÊiliiliil.iilm .1(` integração das economias contemporâneas,
0 Administrador utiliza constantemente os mal.
diversificados ramos do direito, pois o Técnico em Administração é ti
E üiwNi, ..*i.i`iil.m as fiinções de apoio administrativo: protocolo e
!iü«li.., i inilt`t'`'.iti e epedição de documentos administrativos e
profissional que controla a rotina administrativa das empresas e ii }iiiilMilü .1.. .`Hi.i{itiii. Opera sistemas de informações gerenciais de
Direito está intimamente ligado ao contexto empresarial.
Ft."l .i iii.`it`i'i.`l. Utiliza ferramentas da informática básica, como
Realiza ainda as atividades em recursos humanos e (1® f\. i.iii`i'.``'t~ies organizacionais" Atua ainda em instituições
intermediação de mão de obra para colocação e recolocação, situaçflt) ii iM'iv.itl.i* em seus mais diversificados setores.
:`,\:,,,',':.
intimamente ligada aos Direitos Trabalhistas, pois geralmente é ti
responsável técnico em realizar as admissões e as Demissões dt"
fiincionários.
F i.!i]t'lt'i()s de Fixação
Atua também na área de compras e vendas, se utilizadt],
porém, em se tratando de vendas ao Governo, das Licitaçõe. i) ( l iiii.. iiuidou na mentalidade de nossos legisladores?
Públicas, não podendo afastar os olhos dos regramentos específicos. •) i.i"i".iti as esferas de governo?
i) i.iiwl.i importância dovoto?
Quando auxiliam no setor contábil o Direito Tributário está
i ) l'ui.iiut' ti Brasil é um estado Democrático de Direito?
estritamente ligado nas ações da empresa.
11 1 ) .iii.. t'. República?
Desta forma o Técnico Administrativo pode laborar em fl) (.)u.il ti iratamento que se dá a uma República em que há
lndústrias, Comércios, Prestação de Serviços, Órgãos Públicos dentre ui ii.\i i .l()s estados que possuem relativas autonomias?
Outros. /) ( ) .iiit. t'` um Estado Democrático de Direito?
Assim, justifica o presente projeto para se tornar um livro de N) ( ) iiu.. t'` um país l.aico?
cabeceira, ou melhor, livro de mesa, devendo estar sempre à mão u) `(` (i l}i't`sil é um país Laico, qual motivo de se adotar Deus no
para rápidas e fáceis consultas. iii't..1i" l.ulo da Constituição Federal?
iw) (.)ii.ii* *ão as três Poderes?
ii) l'ui. titiem é composto o Congresso Nacional e quem eles

' W.i.ii.l ilu ('dndidato. Disponível em <http://www.vestibulinhoetec.com.br>.


^+*..w Ün` i ../ tlt` março 2oi3.

32 33
ELIAS BRITO DE LIMA

representam?
Por quem é composto a Assembleia Legislativa?
Por quem é composto a Câmara Legislativa?
Por quem é composto a Câmara Municipal?
Cite quatro integrantes do Poder Judiciário Federal? 1 i melhor ter pouco com
Na esfera Estadual, o Poder Judiciário é representadt} retidão do que muito com
injustiça.
quem?
0 que é Lei?
Qual a finalidade da hierarquia das Leis?
0 que é a teoria piramidal? Quem foi seu autor?
Qual regramento deve estar no cume da pirâmide?
0 que é a constituição federal e quais outros nomü
possíveis?
22) Quais são os princípios fiindamentais do Brasil? Dê SiiAi Bases Tecnolóricas
-=-
definições.
23) Cite seis regramentos com suas definições.
24) Qual a finalidade do direito no seu Curso?

i[ I}Ii't.i[o Empresarial
'El€ t'1,IIceito

i i 1 )ii't`ito Empresarial, com este nome, trata-se de conteúdo


#iiiiiiii,\iiu i'i`cente, pois, a questão do Direito Empresarial era
#mwiiil.i i`{] âmbito das relações comerciais, ou seja, o Direito
| i{Mitii i i.`l t.i'.` o responsável por este conteúdo.
^"iiii, o Código Comercial que regia boa parte da
!ii.iiiiiii..iii.`Iidade tanto do Comércio como da Empresa, foi
ii iiiliiit.iiii` revogado no ano de 2oo3, com a entrada em vigor do
# iiu ( .'i.li#t> Civil Brasileiro9, Lei n9 io.4o6 de io de janeiro de 2oo2,
|t«in viHdi`c'ia a partir de io de janeiro de 2oo3) quando então, o
1 i\ill«ii { .umercial, (Lei 556 de 25 de junho de i.85o), vale mencionar,

* imiillm *`l'diva 20U)

34 35
ELIAS BRITO DE LIMA m isLAÇAO EMPRESARiAL EE

lei assinada por Dom Pedro Segundo, teve 456 artigos revog.itl(ii, ± tlitiilmn t.ii. ilu.is, as Naturais ou Físicas e as Fictas, comumente
passando então a valer o contido no Código Civil. t=Sili*i l.lM i iMiiti |urídicas. Neste item, abordaremos somente as
Contudo, não deixou o Código Comercial de vigorar na p.`i'i. F"iô.1 leii .`i.. .w l''ic'[as, serão tratadas no item seguinte.
que trata do Comércio Marítimo, a partir do artigo 457. i iwniii... iiliservar que as Pessoas Físicas, são aquelas que
Considerando então, o Direito Empresarial e analisando-o »iib f*t!iiiM nn iiiuiitl(i real, que são tangíveis, ou seja, as que são
a ótica do direito, podemos dizer que é o ramo que defin., fÊt*álttl. il.' b.`i..`iii lt7cadas, apalpadas.
regulamenta ou indica os procedimentos juridicos das relaçõ®. ^..lni, tlt-.itle o nascimento do ser humano com vida, este
empresariais. l#flw A. i."'.`i.It.i.ísticas da pessoa natural, salientando-se que a
Não seria diferente pensar que este ramo trataria de ct.iw tiüitw h ilwi.i'.` vii' de mulher, pois independentemente do avanço da
diversa do Empresarial, pois seu próprio nome já nos leva a entend®i it*iiiiluiiM ..Nii` t'tniceito não poderá soffer alterações, porém o que
W* é «iAl. Ül"ii(.i`(ar é que se provenha de uma mulher.
que o conteúdo visa abranger o exercício efetivo e com
profissionalismo de alguma atividade econômica. I 1. iMit't.iio de pessoa natural é bem aceito pela doutrina,
Tais atividades geralmente são para a produção ou 4 !s#*l+nilii. .`lHtunas exceções como (Diniz, Curso de Direito Civil
circulação de Bens e/ou Serviços, conforme artigo 966 do Códinii i,al,,m,,1,",).
Civil/2oo210. ^ i'ini.`.i {'t`i'teza que possuímos na vida é a morte, deste modo,
Percebe-se então que nos dias atuais a figura do Comerciant. €*iwi li.innm .iiit. t. necessário um parâmetro para conhecer onde se
ficou para trás, fazendo então surgir a figura do Empresário, pois hti). |ii|i tf. .i niiili. It`i.mina a vida.

é bastante comum, o dono de um pequeno restaurante dizer quc. 1 ^ i'i`wi..i mais comum do nascimento com vida é a primeira
um empresário e não um comerciante de alimentos, e isto, estl iti.im`Àu il.` t'i.iança, e não com o choro, pois se assim fosse, as
correto, como apresentaremos nos itens seguintes. Hi.ii\A. tiii.` i`tio chorassem ao nascer, não seriam consideradas
f li *€ iii.i.iiiti t`stdndo literalmente vivas.
l'iM' lim, a morte é o momento em que as `:ftnções
i.2. Pessoas Físicas ou Naturais nii..i.i.ii.i.ii` t.tirdíacas e respiratórias cessaram definitivamente ou se
"i|l. ..i iii.iu .`c.ssaç.ão irreve_rsível de toda a fiinção cerebrar" é o que
É necessário afastar por um momento dos ditames do Direito
*i*i. n vivt.ii(e, do mundo espiritual, momento este em que as
Empresarial para que possamos entender quem são os capacitadoi
Mhlx.`^m" St. findam.
para o mundo Empresarial.
V.iiiiiis abordar as etapas em que o indivíduo soffe mesmo
Assim, o estudo das Pessoas, é requisito fiindamental para .
inserção dos próximos conteúdos do Direito Empresarial.
Diretamente do Direito Civil, está elencado de que as pessoa.
'i#
m W"liil t. ('hristian de Paul de Bachifontaine, Problemas atuais Bioética, Ed.
1',,,,,,,,-

lvdilm .w {ibrigações anteriormente assumidas, tanto crédito quanto débitos


L° Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividad.
*mw ." .`iiui..idos em possível ação judicial de inventário, porém 'somente até-ó
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. t.|.i .lw imi i'liii^iiio do fdecido.

36 37
EE ELIASBRiTODELiMA
EÊ=± ''t`SLAÇAOEMPRESARiAL EE

antes do nascimento, pois a lei nos garante a salvo, os direitos, aii`(l. ±f l'4Mln M.ii'i't.lt) de Abreu, assim, seria o nome composto.
que formal, daquele que não nasceu, porém já concebidti, (i ^lii" ii<iderão ainda, incluir no nome, certos elementos
conhecido como Nascituro.
#diiiiw" wn i.t` tis filhos, não como uma discriminação, apenas mera
Nascituro, é aquele que já foi gerado pela mulher, poróni Âisiiii\An, t iiiilit`t'ido como agnomes, ou seja, inclusão de 7unior,
encontra-se em fase de desenvolvimento no ventre materno. 1.:1. i il|in F`Ji!i.i, li.iii.iti, Sobrinho.
pode ser parte de uma obrigação ou de um direito.
Assim, o Código Civil Brasileiro, assegura todos os direitm .
deveres do nascituro, como epectativa de direito, ou seja, existe u" i,.f i, ^li..ração no nome
esperança fiindada em supostos direitos, e se nascer com vida, todt" 1 lnw vt.'Í. registrado o nome, não se pode modificar por mero
os atos se convalidam, porém, se não nascer com vida, todos os att"
Miiü, iiiM .` legislação brasileira prevê em algumas situações a
praticados são como os atos que jamais existiram, ou seja, não ». Ptüll.lllilMlt` tlt` inclusão ou alteração no nome, senão vejamos.
tornam válidos.
1'" Iiiclusão do Sobrenome de Ascendente, caso
Conforme expressão da lei, o nascituro pode agir por meio {1.
ç*t+iw iiiii.il. iiit`smo que, por diversas gerações, se deixou de incluir
seu curador, sendo possível até mesmo ingressar no Poder ]udiciári(} bl iwi i i iiiliiii('t] ou sobrenome na fàmília.
para pleitear, por exemplo, alimentos durante o período gestacional.
Li i u Gi'Áfico Evidente trata-se de situação em que o cartorário
# iiiv¢e il.` ii`t`luir no registro de nascimento, o nome devidamente
i.2.i. Nome #*hilu, iitii' uma negligência deixa de anotar corretamente o
Pmnnw. . .ii .`tibrenome.
Nome é a coisa mais importante após o nascimento com vida, lw iM't]cedimento poderá ocorrer diretamente no próprio
pois este substantivo masculino é o que seguirá a pessoa fisica até d ftiii`i i. i ...ii tiue houve o engano. Exemplos de erros: Marcow quando
sua morte.
M vHil,t.l.` .`i`ria Marcos; Mislene quando na verdade seria Milene;
Existe possibilidade de mudança do Nome como veremos a tilwi iu iiu.iiido na verdade seria Alberto; Souza com "z" ao invés do
seguir, contudo, há de se observar que de um modo geral, o primeir() t l'i.iilii .`t] invés de Pedro entre outras situações.
nome é chamado de prenome ou nome próprio, àquele que antecede
Nu l'rimeiro Ano Após a Maioridade, é quando o indivíduo
o nome de família ou mais conhecido como sobrenome. Exemplo: i"iiiili.i,i i8 (dezoito) anos de idade e não está satisfeito com seu
Paulo de Abreu, para Paulo, se considera como Prenome, e para
Miiiii', .`iii.it) se dirige até o cartório de registro de nascimento e
Abreu, se considera sobrenome. tiilii n.t .i .`lii.ração do nome.
Segundo lições do professor Maximilianus pode ainda o N.`u pode, porém, a alteração afetar o nome de fàmília, ou o
sobrenome possuir outras designações, a saber: patronímico,
miiiiiiliiiit'tt. Em todos os casos, não sendo possível a alteração via
cognome e apelido de família. i*i i i`u i. i, i i i'cquerente poderá ingressar com ação em juízo pleiteando
0 Prenome poderá ser simples ou composto, e com base no Âl ,1,, ,` ,,,,.

nosso exemplo, Paulo de Abreu é um nome simples, todavia, poderá


Nt?mes Exóticos ou Ridícu|Q§, nestes casos, existe uma

38 39
_`1

LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

tiilvn 1 )..Iiigado, qual destes se refere à notícia?


justificatim maior para a alteração do nome, uma vez que a
permanência deste tipo de nome pode trazer consequências ^#sim, se justifica a necessidade excepcional de que, tal
psicológicas irreversíveis para o indivíduo, tomando-se motivo de iiuul.iii`'.isejanecessáriaparaacorretaidentificaçãopessoal.
chacota no ambiente em que vive como escola, comunidade, eventos
entre outros. ^H alterações não param por este rol, pois em caso de
1 ii.i.`iiiui`has e Vítimas de Crimes, se estiverem sob ameaça, podem
Atualmente, a Lei de Registros Públicos proíbe o registro •iilli nw .i alteração do próprio nome como o de sua família, desde
destes nomes. Assim, são raras as hipóteses de que são registradas •iiii .,.. iwtilvido na ameaça. Pode também os réus que colaboram para
tais aberrações. Exemplos destes nomes: Kumio Shotaro para Paulo ii .iliii itl.i`'.io do crime.
Shotaro; Bráulio para Cláudio e assim subsequentemente.
l':xis[e ainda, e estes mais comuns, as mudanças no nome nos
Também o nome pode ser alterado pelo Uso Constante e i ft.i .. i l.` l:nsamÊn±Q, na A±gçãQ, no Reconhecimento de Paternidade,
prolongado de um nome, diverso do registrado. Exemplo: pessoa nH IJlvúi'iiu, na SÊpa±Íaçãg e na lfl!±]±Êz quando quer a viúva renunciar
registrada como Helena Márcia Maria, e é comumente conhecida An .i ilw""ne do cônjuge falecido.
como Márcia Maria, neste caso pode a Helena solicitar a retirada do
nome Helena de seu Prenome, uma vez que o uso constante de
Márcia Maria acabou por suprimir Helena.
i , i, i. ('dpacidade Civil
Pode-se ainda, alterar o nome pela lndusão de At)elido ou
^ ii...i.ioa Física ainda necessita de Capacidade Civil, sendo
Alg±g[ba largamente utilizado por todos, como é o caso de L-uís lnácio
da Silva que não é conhecido com este nome e sim por LUIA Tàl +m iii.i'i.".tii.i para exercer direitos e assumir obrigações inerentes à
tl.h iivll p elas se divide em três: o Plenamente Capaz, o
apelido se toma notório a todos, deste modo, a lei permite a inclusão
M®lfiiiv.`iiii`iiit`CapazeoAbsolutamentelncapaz.
do apelido, no caso do Lula, o nome de registro se transformou em
Luís lnácio Lula da Silva. ( ) l'l..ii.imente Capaz: são os maiores de i8 (dezoito) anos,
Outra hipótese de modificação ,do nome é pela Homonímia, iwiil.iilii, .iiiit}.i a exercer qualquer direito e assumirem obrigações,
•.lvn " " t`xigem requisitos especiais, como o de ser Deputado
situação em que existem diversas e numerosas pessoas com o mesmo
1 Fihiiil, I )..i}iii.ido Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito, que
nome. Imagine quantas pessoas há, com o nome de ]osé, e de ]oão,
Maria, dentre outros com uma infinidade de pessoas. " mlH.. j,i (viiili. e um) anos. Os que exigem 3o (trinta) anos para
i ii.wni.i.lui. t. Vit`e-Governador de Estado e do Distrito Federal e os
Acontece que pessoas com nomes iguais, podem acarretar iiwp iiüi ...iH,uu da capacidade civil plena aos 35 (trinta e cinco) anos
problemas na identificação. Analise a situação em que em uma m w i.tiiili.l.iidr aos cargos de Presidente e Vice-Presidente da
cidade existe um ]osé da Silva que fiirta os comércios, porém existem lü€ 1,,,',',, " ,` `` .,,., `,or.
três ]osé da Silva na cidade, ou seja, um padre conhecidíssimo na
região chamado ]osé da Silva, um delegado chamado de José da Silva h.`u l{t'l.`iivamente (in) capazes, os compreendidos entre i6
e o prefeito chamado ]osé da Silva. Se nesta situação, se espalhar a lih...wi.) r i8 ({lt`zoito) anos. São ainda os Ébrios habituais, ou seja,
notícia de que ]osé da Silva começou fiirtar, não se saberá a quem se *iiwlm liiilivltluii,i que se dão a prática do consumo de bebidas
refere ao josé da Silva o prefeito, ao José da Silva padre ou ao José da ]l+iw``m Íi. N,\u *.^`ii os que de fim de semana se embriagam, são os

40 41
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

doentes, assim considerados pela Organização Mundial da Saúde. Os ®i!iiii.l" iiui` lhes fàlta, neste caso, deverá ser assistido ou
Toxicômanos também considerados relativamente incapazes, uma i..inmi.ni.`tlii t)u ainda, não praticar o ato. Exemplo: Carteira de
vez que seus vícios acarretam perda da sensibilidade de juízo. Miiiiii'lNi.` .'` i`ecessário que tenha plena visão, assim, o deficiente
São ainda, os que por deficiência mental tenham o vl.`i.il ii.\ti itticle ser condutor de veículos, portanto, absolutamente
1,,,`,1,','
discernimento reduzido. Os Excepcionais sem desenvolvimento
mental completo e os Pródigos]3. { 'iiii`ti prática de atos da pessoa Física, temos a Emancipação,
Saliente-se aqui que os relativamente incapazes são assistidos iiii.i n.iil.i iii.`is é do que o poder de praticar, ao que é Relativamente
li.i fiii,ií. n {'.`i7ticidade de realizar os atos da vida civil em seu próprio
pelos seus pais, tutores]4 ou curadores]5, ou seja, se colocam ao lado
dos menores, auxiliando na prática de determinados atos jurídicos, i n u i ... i 'i N m i xt` fosse plenamente capaz.
integrando-lhe a capacidade. Como se emprestasse ao menor a idade ^ l':ni.incipação se dará pela outorga dos pais, ou de apenas
que lhes falta para a maioridade. i.in im l:`li.` tlo outro, mediante ato cartorial por escritura pública,
inili.iM"tl..iiii`inentedeintervençãojudicial.
]á os Absolutamente lncapazes, são os compreendidos de
idade o (zero) até os i6 (dezesseis) anos, incluindo-se aí, os que por (`)u.`ii.Io não presentes os pais, o requerente poderá ver
enfermidade ou deficiência mental, não possuem o discemimento •uiM iil.i .i iii.t'i`ssidade dos pais por sentença judicial, ouvido neste
para os atos da vida civil e os que não podem exprimir sua própria i ^.. i, i . i iii tii' {iu pessoa responsável.
vontade mesmo que estejam em outra faixa de idade.
l':ni.`i`c'ipam-se ainda pelos seguintes fatos: pelo Casamento;
Desse modo, o menor é representado pelo pai, tutor ou iM.l^ (`iil.i`..itt de Grau em curso superior, exercício de Emprego
curador, e, este pratica o ato em nome do menor, ou em seu lugar, l'iililit't i t.ll`i ivo; pelo estabelecimento civil ou comercial ou emprego,
diferenciado da assistência neste quesito, pois na representação o Pai •l.i..li. iiiit. *..jti gerado por economia própria.
pratica o ato sozinho em nome de outro e na assistência, o menor l'..`it} importante a ser observado é que, uma vez emancipado,
pratica o ato, porém sob os olhos do Pai. i.ini.iin im.Ii.i'á o outorgante, se arrepender, pois se trata de ato
É necessário fazer uma ressalva que, não basta que a pessoa ii ii`viiH.\v.`I t` definitivo, bem como poderá integrar uma sociedade
seja deficiente fisica, para ser enquadrada no relativamente incapaz I",l,,,.N.','i.1.

ou absolutamente incapaz, é preciso que a pessoa não consiga


manifestar ou transmitir suas vontades.
0 Surdo-Mudo ou Surdo ou Mudo pode se expressar por i. i. I'essoas Jurídicas
escrito, por sinais, por interprete ou por procurador. Assim, caso a
1 )i íl.i'entemente das pessoas naturais, as pessoas jurídicas não
prática do ato, seja essencialmente necessária, a utilização dos
i3.i.i..iii i7.`ra o mundo real, elas existem no mundo fático jurídico,
]3 Aquele que consume seu patrimônio de maneira desenffeada, o considerado gastão ii.M i.Mi.. iiititívo é conhecida com pessoa ficta, ou seja, não é palpável
de fortunas. " „„",`1`, real.
LI Aque|e que possui a missão de cuidar de alguém.
]5 Pessoa que tem, por incumbência legal ou judicial, a fimção de zelar pelos bens e l'tM.ém, o seu nascimento é possível em virtude de que as
pelos interesses dos que por si não o possam fazer. (Aurélio iggg) iw..ii." t.t][n ânimo de reunião se inserem através desta nova

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LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

personalidade juridica. Nt) tocante as Sociedades, esta sim é quando se reúnem duas
•iu iiwm i)iissoas com o fim específico de auferirem lucro. Mesmo que
A mais relevante das situações são as que as pessoas sentem
Fi hiti..il.`tle não dê lucro, e sim prejuízo, por este fàto, não deixará de
necessidades de se reunirem para algum objetivo comum, seja ele,
"i' iui.it`.hde, pois o fim que se esperava de sua constituição, era de
cultural, filosófico, social, comercial dentre outras infinitas
i ilil i.i' v,iiildgens financeiras.
possibilidades.
l'iii'ém, as sociedades ainda se dividem em outras
Dessa forma, podemos, em um conceito singelo, dizer que
i fii iilllt`.``'ões: "As Personificadas" e as "Não Personificadas".
pessoa jurídica é a reunião de pessoas ou bens com o fim específico
de alcançar certos fins lícitos. l':i`ii-nde-se como "personificadas" aquelas que estão
l".ilnwiii. constituídas, ou seja, sociedades que possuem seus
As pessoas jurídicas se dividem da seguinte forma: As Pessoas
i (]üiüi i" ."'quivados nos órgão competentes e possuem autorização
Jurídicas de Direito Publico Extemo, Pessoas Jurídicas de Direito
Público lntemo e Pessoas ]uridicas de Direito Privado. imi fi mi i'tincionamento mínimo.

As Pessoas Jurídicas de Direito Público Extemo são as |.` .i# "Não Personificadas", são aquelas em que não existe Lm
it!üinim v.`1ido, ou seja, são sociedades que fiincionam na
representadas pelos Países no mundo, os organismos internacionais,
li i t'Nul.w`itl.ide, à margem da lei.
como a ONU6, MERCOSUL]7, OMSLse OMC]9 dentre outros.
(`}ii.iiido se trata de Fundações, diferentemente do que
]á as pessoas juridicas de direito público interno são: Os íiiiiiii.`i't` t't)m a Sociedade e a Associação, aqui é a reunião de
Estados, os Municípios, o Distrito Federal, a União, as Autarquias, as
Associações Públicas e outras que fàzem parte da administração iifiiiiin^nii)/bens que cria esta entidade e não reunião de pessoas.
hHiiiilii i'` a Fundação Bradesco, que segundo o próprio site
pública como um todo. www llHM.H.br diz que "Nascemos com o objefhJo de promover a
Assim, restam às pessoas jurídicas de direito privado, que no iiii lii`.iu i. .i desenvolvimento social por meio da educação. Sempre
referente estudo, se envolve basicamente no ramo do Direito i.i ini iiun.Iii (. ensino de qualidade, queremos transfiormar a vida das
Empresarial propriamente dito. i..`..iiii*, *i.j.im elas crianças, jovens ou adultos" .
São elas: Associações, Fundações e Sociedades. ( ;t`i't`Imente a Fundação está ligada para fins morais, culturas,
A Associacão é a reunião de duas ou mais pessoas com o fim H.llNlumN, (lt` assistências entre outros, com a intenção de um bem
específico de uria causa maior, que não o lucro, e sim alguma indiiii ^H l'iindações públicas entra nas mesmas condições, porém
atividade ligada ao lazer, à cultura, ao desporto, religioso entre outras iiiwn t`t.tlt` ti patrimônio é o Poder Público. Exemplo é a FLmdação
1 Àm, .iiii im l.'EBEM2o.
possibilidades,
„não lucro".
salientando que a palavra chave para associação é o

" ^ l'iwiih`..`n ('entro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA),


L6 organização das Nações Unidas. iii.ili .ii`Í`i i viii{.iihda à Secretaria de Estado da justiça e da Defesa da Cidadania, tem
]7 Mercado Comum do Sul. i iiil"Ài. iii`iniui.tlial de aplicar medidas socioeducativas de acordo com as diretrizes
LS organização Mundial de Saúde. f iii«iim. iM'.`viHt.is no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Sistema
]9 0rganização Mundial do Comércio. H~+liiii.l il.` ^iiindimento Socioeducativo (SINASE). Extraído da web site

44 45
ELIAS BRITO DE LIMA LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

Sobre as pessoas jurídicas ainda temos as Sociedades de 1 ).`r{HL` modo, não poderíamos falar sobre atividade econômica
Economia Mista, que é de direito privado e que estão ligadas ao •." iwiii`N ii`(licar os elementos trazidos pela Constituição22 em seus
governo, que detém no mínimo cinquenta por cento mais um do fiiilüim i'/ii t` ,`eguintes que em suma representam a Vàlorização do
capital para que com isso, se torne o controlador, tendo então a 1 i fil i+tl hi i 11 uiiiano e a Livre lniciativa.
direção administrativa financeira. Exemplo é a empresa Petrobras. N.` V.ilorização do Trabalho Humano bem como na Livre
Empresas Públicas fecham o círculo das pessoas jurídicas, inii iiii iv.i i`*l.it) esculpidos no artigo i9 da CF/88, qual seja, princípio
sendo estas as que contam com o capital cem por cento público, l`Miil.wi`.`iii.`l da República Federativa do Brasil. Tal anotação se dá
sendo ainda de direito privado. Exemplo desta empresa é o Banco i]ni vii i ii.li. {li` ambos serem essenciais ou mais profiindo que isso, é
Central do Brasil - BCB. il[ii.!iiniii.iiiit` de uma sociedade justa, o particular tornar, a seu
il.]win, iiin i`mpresário e/ou um empreendedor e contra isso,
iii"iii'.iii iiiitli`rá se opor, uma vez que a própria Lei Mãe prevê em
i.4. Objeto - Natureza Empresarial da M" in iui..im .irtigo, dado a relevância do tema.

Atividade Econômica {'tun o presente estudo, não tem o condão de


!iiu iilnii.l.iiiii`ii[o da matéria, caso o docente ou discente entenda ser
Para precisamos
'econômica, compreendermos
dividi-laa em
natureza empresarial da atividade
duas partes. iwimlv..l imi .iprofiindamento do tema, estão disponíveis inúmeros
iliiwiilii.i.ltM't..i capazes de fornecer elementos característicos e
A primeira será a Natureza Empresarial apesar de sua f].iw llli'tw Stil]re a Valorização do Trabalho Humano bem como o da
complexidade é apenas parte de uma obrigação da Atividade 1 W''` l''lt'i.llivtl.

Econômica. Obrigação que o empresário deverá submeter-se para ( i tiui` cabe a nós neste momento é entender que enquanto
legalmente fazer fimcionar de forma adequada a Atividade liii iui.ii.Hi(Iti ti Valorização do Trabalho Humano, e como princípio
Econômica. luii.l.wiii.iii.il ti Livre lniciativa, estaremos com toda a certeza, diante
Como veremos a seguir a Organização desta Atividade tem il.! inmiii.i.i{hde e crescimento de um povo, pois o pais no qual não
seu amparo na Natureza Empresarial, ou seja, será parte fimdamental lii` . m ..l..iii.`iii(}s está fadado ao ffacasso.
na constituição destas relações empresárias. ^ IHiim outros elementos, estudaremos mais adiante.
A segunda é a Atividade Econômica que está amplamente
ligada ao conceito de sociedade2], onde pessoas estão atentas para o
relacionamento interpessoal de consumo, ou seja, uma vez que
i.i. ^locação do Direito Empresarial nos
precisamos consumir produtos e serviços, até mesmo para a nossa
subsistência, estamos dispostos a girar a atividade economicamente i'iiimiH do Direito
organizada, e assim gerar riqueza e retorno social. t'iiii`t) demonstramos no início deste estudo, o Direito se

<http://www.fimdacaocasa.sp.gov.br/index.php/a-fimdacao> acesso em o5 de julho


" I iin.iliul``.1ti da República Federativa do Brasil, amplamente conhecida como
de 2oi3 as i7hii.
2] Sociedade como grupo social, de indivíduos organizados. 1 r/", ..in vii.i utle de sua promulgação ter ocorrido no ano de ig88.

46 47
ELIAS BRITO DE LIMA i i t isLAÇAO EMPRESARIAL EE

divide em regra geral, em Público e Privado. ijiiii.i.ib,i. .iim tlividida em quatro partes iguais teremos: A£z.vz.dade
No direito Público envolve o Direito Constitucional, Direito Ilu.iií\i..i" ()i.±icinizada, Fins Lucrativos, Assunção do RÍsco e
Administrativo, Direito Tributário, Direito Penal, Direito Eleitoral, //ii/i//iiii/ii/iit/... |untas formam uma Empresa, separadas, apenas
Direito Militar, Direito Urbanístico e Direito lnternacional. Porém ' ''''' ','''".
estes ramos não são regras por excelência, uma vez que cada Nii t.xtiui`ma abaixo, encontramos um círculo dividido em
doutrinador apresenta em suas obras definições distintas para estes •iiifiiiu ii,w'i..H i£Liais em que é capaz de demonstrar estes conceitos
ramos. Porém, para uma visão sumária do assunto, o que daqui l","m,,"„.,''.`,,.
consta é o bastante.
Já no Direito Privado, encontramos o Direito Civil e o Direito EMPRESA
Empresarial/Comercial, cabe mencionar que tratamos de uma visão
superficial, pois como dito alhures, outros incluem o Direito do
Trabalho, Direito do Consumidor dentre outros.
Atividade
Fins
Ekonômica
Lucrativos
Organizada

i.6. Empresa
Assunção
Muitas vezes ao depararmos com a nomenclatura Empresa, dos Riscos Habimaüdade
imagina-se de imediato o local da instalação da empresa, e isso, não é
o correto, pois o que vemos, é um local específico com todas as suas
instalações, móveis, utensílios e tudo que guamecem àquele lugar, e
este é o estabelecimento comercial e não empresa.
l'.`i..` t`iiicindermos de maneira adequada, devemos pontuar
Empresa são outros elementos que estudaremos a seguir: i iiilh l..Ii.i tlt` maneira distinta, para que, no momento posterior,
• i imlH.`iiii i* itlt`ntificar a empresa como um todo.

Nii itit'tinte a Atividade Econômica Organizada, precisamos


i.6.i. Conceito Jurídico de Empresa iJiii.iiiil.`i. .itit` uma empresa para possuir tal nomenclatura, deverá
Para tentarmos definir Empresa, precisamos analisar sob a •.li.iil ..... i. .i uma estrutura e organização diferenciada.
ótica da teoria da Empresa. Esta teoria visa identificar de maneira 1 'i ii. iiii`nor que seja uma organização, ela precisa se utilizar de
simples os elementos que são próprios de empresa. i.. i`ii .ii. .i.lt-tiLiadas para o seu desenvolvimento e se assim não for,
Imagine uma grande pizza, dividida em quatro partes iguais, ti.i^ l,til.i.l.i .iii Í.racasso.
só é conhecida como pizza estes pedaços juntos, pois separados l '.im t.i`tendermos de maneira mais simplificada, imaginemos
geralmente chamamos de fatias. •iw in.i liiiR..iiheiro que se desinteressou de sua profissão e resolveu
Na empresa acontece de forma semelhante, pois temos a i.i.iniM iiiii.i i..idaria que precisasse produzir mil pães por dia.

48 49
ELIAS BRITO DE LIMA

Muito bem, como ele entende muito de cálculos, fez todas as pnii..miiml .'` i)iii. i`xclusividade da Empresa e esta não pode
contas de matemática possíveis e então comprou todos os liAii.l.ii li .i ii..i`liiiin .iHente seus riscos.
ingredientes para a confecção do pão. i .lii.iiiilu l:`l.`iiit7s em transferência de risco do negócio, temos
Com a chegada do material, resolveu então fazer sua primeira ÜHi i.iii mwiiiilti t'l.`*sico quando um comércio responsabiliza um
leva de mil pães. A pergunta que não quer calar, por onde começar? tiMiin ".iil. . iM w il.`wliiç'ão de cheques de clientes sem provimento de
Pois bem, o Engenheiro não pensou em tudo de forma suficiente, liwiiln., iii"Nlu i.,iit., Í'oi pelo pagamento de uma venda ou de uma
esqueceu, portanto da contratação de um padeiro. .., ',^" ,h l,`,'Vi'',,`1.
Sua atividade, embora econômica, não foi organizada como ^u liiiiMiiw i'.`sponsabilidade a um trabalhador é o mesmo
deveria, levando então ao insucesso do empreendimento, pois seu •iii. iiÁii.l..iii i.* i'i*t'os inerentes do negócio, como é o caso de
processo produtivo, que era essencial, falhou. i li.iiw ." liiii{lt". .i terceiro não integrante da grade societária.
Desse modo, não podemos pensar em Empresa se não ^.-iiii, ii.` ^ssunção dos Riscos não podemos afastar o
estivermos diante de uma organização completa e organizada. twi..iiiilini.'iii.i ilt` tiui. é condição si.ne qua non23 para que o
Miii.iHiiiiliiii..iiiii tm tiu não dê certo.
No segundo item, temos os Fins Lucrativos. Quando estamos
diante de uma Sociedade, como vimos anteriormente, o resultado ^..liii. Ht` tli.i. certo, foi para isso que a empresa foi
interessado é o lucro. Então, para que a Empresa cumpra sua missão, i iwi.l 11 iililh .wi M'.i. ii.i() obter sucesso ou ainda apesar de ser um bom
é necessário que o lucro seja alcançado. ii.iil. in MiiiM'".iii.il. c'oncluímos que a gestão aconteceu de forma
lM.lmiuMln uu l'i..iutlulenta e gera prejuízos. Dessa forma, em um
0 que não podemos dizer é que se uma Empresa não obteve
lucro em determinado mês, deixará ela de ser considerada empresa, iiiliwliH iiiiiiii.`iii() i.i't`cisamos entender que a qualidade de empresa
contudo, deveremos observar sempre os outros institutos. «« .iw.liii "N(.i..ii' Iu(.ros" não poderá ser afastada, pois essa era a
1.il .io` i`i i .1. i l':i iii ii ....`.`i'io ao colocar sua atividade em fiincionamento.
Ainda que a Empresa em todo o seu período de existência não
dê lucros, ou seja, fique sempre no vermelho, não afasta o fim Í- . .iiiiiiiii t`iit't)ntrarmos empresas que estão com problemas
llimii. tm .i. .. t ) i)i.ii`ii`ii'o prejudicado é a força trabalhadora que deixa
lucrativo almejado.
il. itii .ilw bii.m i."iiiinerações24. Isso não pode acontecer, pois tal
Portanto, cabe uma ressalva quanto as Fundações e as iüiMui.iiliilitl.`tlt.t'-t`xt'Iusivadaempresaenãodostrabalhadores.
Associações, que apesar de serem atividades econômicas organizadas,
lliiii.. .i*i}t`t`[o importante de uma Empresa é a
não almejam o lucro, portanto, esta exceção deverá ser analisada para
essas organizações, que serão Empresas sobre tudo. 1 hlill"llil,iilH t" t't)iTio alguns outros doutrinadores mencionam, a
',,""..,",,.,,,,l.',lt..
Já na Assunção dos Riscos, a atividade empresarial envolve os
riscos de toda a sorte, quer seja de ordem financeira, quer de ordem 1 *i.i .'` .i i'iliiii`ti fatia de nossa pizza, tratar da Habitualidade
administrativa, quer de ordem de segurança pública, tudo acaba por *in .iw A t.niiM.t`.`.i i7c`ra ser considerada Empresa, não basta possuir
atrapalhar o bom andamento do empreendimento. wiii ili.. ®hiii..i`itis já vistos acima, como Ati.vi.dadc Econômi.ca

Questão muito importante neste quesito é quanto à ` I 11. ih i iii.ill`'ÂÜ t.NNt.iit'idl à realização de um ato.
responsabilidade pelo risco do negócio. 0 risco inerente da atividade " Wiiwi...\*. . u t'iMij(mto de Salário mais Gorjetas. (Barros 2oi3)

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ELIAS BRITO DE LIMA

Organizada, Fins Lucrativos e Assunção do Risco são L"presc±ndíve±s iidhll" nu iltmitisia, tornando então trabalhadores exaustos e por
que a atividade seja contínua, não precisa ser duradoura, (pois t .,m ,', ,`'''' '`H'
empresas podem fechar), a importância está na continuidade 1 liii Hw i.t.#i'.`s se aplicam as Empresas como veremos adiante,
habitual das atividades e isso é essencial, assim, juntas formam uma nm `-iif iiu.` ii.ii'.` t'.itla tipo societário, temos exigências específicas.
Empresa, separadas, apenas conceitos.
Alguns outros doutrinadores, também com toda assertiva
dizem sobre a Profissionalidade ou invés da habitualidade, que no
final das contas, é a mesma coisa.
ç7, I,:,,,I„,(`Sário
A Habitualidade visa desenvolver a continuidade da empresa, i )iwniiim l:ilm' muito sobre Empresários, no entanto nem
•€iiiiii.i l.il,uiit m {lt` It)i.ma correta ou coerente.
tornando então o agente econômico em um Empresário gestor do seu
Empreendimento. i iiiiiii vi`i.t.iiiti.s a seguir, Empresário para fazer jus ao título,
Salienta-se então que, ausente um ou mais requisitos da ilfi. i .iniin li .`lHuii.` i'i`(iuisitos e então será tratado como tal.

pizza, ou seja, os elementos de empresa, também estará ausente a


Empresa propriamente dita, ressalvado as Fundações e Associações
que se excetuam, os Fins Lucrativos. li7ii. {`iiiit't`i(o e Caracterização do
'',,,,I",.`".t,,i`,
i.6.2. A Empresa como sujeita de direitos mu iM.il."itix .`hs[ar o texto de lei neste momento, uma vez

Quando devidamente desenvolvida a empresa inicia sua ;!:::„:,,:`A':',,':"'`'''.` "''1`` .`ht7rdagem didática sobre o aspecto legd de
capacidade jurídica com direitos e obrigações da mesma forma que
11 ^iiiwu ^i.i. i)(iíi. do Código Civil, diz que: ``Consi.dera-sc
uma pessoa natural ou fisica.
tiiiiii...liiu .i.ii.ii. .._+..i...c profissionalmente atividade econômica
Diante disso, as Empresas estão sujeitas a toda sorte de leis, iiiiiii.i.i\.Iu iuN u u iwn.Iiiç.t~io ou a circulação de bens ou de serviços.".
quer sejam leis Comerciais, leis Tributárias, leis Trabalhistas e leis 1" i..I.i`'.`u .\ Atividade Econômica Organizada já
Administrativas em todas as esferas públicas, atingindo todos os
Hülwxwlln" iwiiiiti'{..`i`(lt`i' no item i.6.i., que basta entender que o
entes federativos, quer seja Federal, Estadual, Distrital e Municipal.
Eiiiiiif.Ailii A Íiiiu..li` tiut` i.i'oduz ou faz a circulação de bens ou de
Cabe mencionar, que a grande dificuldade das empresas para ",*,A" ,1,, .'`, v,,," .,,, l,,',,),ico.
sobreviverem é sem dúvida o emaranhado de leis, muitas vezes
desconexas que se não inviabiliza o negócio, e o desestimula.
Tanto carga tributária como engessamento do conteúdo 7i'i ('I„.iü.,'.(-)es
Trabalhista, leva a Empresa a tomar medidas drásticas de
llltw.A. ..1ii .w .il»'igações inerentes de ser Empresário,
enxugamento de custos com consequente redução do quadro de il#ilif liiih. ^. iiu"il.ilitltides que existem em um estudo
fiincionários, trazendo para aqueles que sobreviveram as demissões,
•imiiitl.il« ih iii.`i.``ii.`, i)odemos destacar basicamente três

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LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

obrigações que são comuns a todos os tipos de Empresários, são elas. capital social25 da empresa, mudança de endereço dentre uma
infinidade de alterações que podem ocorrer em uma empresa.
1. Na conceituação legal, a obrigatoriedade de registro,
deve seguir o que deriva da própria lei para sua Quando falamos em tratar com regularidade a movimentação
legalização. financeira, estamos diante de um fato com uma considerável
11. Na manutenção deste registro, para se valer de forma importância, que é o divisor de águas entre o sucesso e o fi'acasso de
válida, a escrituração empresarial deve ocorrer de uma empresa.
foma ininterrupta. Este autor conhece um amigo que, apesar do conhecimento
111. Tratar com regularidade as informações financeiras.
jurídico empresarial que possui, em um empreendimento que
Em linhas gerais podemos descrever cada uma dessas realizou, pensou em tudo, de menos na regularidade financeira.
atividades com os conceitos seguintes: Tudo estava na mais perfeita ordem, quando então percebeu
Todo empreendedor que pretende mergulhar no âmbito dos que tinha falido26, pois misturou tudo com todos. Ao final do dia
negócios, deve observar em primeiro lugar sua formalidade, ou seja, sempre ia ao caixa, recolhia os valores das vendas dos produtos e
iniciar seu negócio de forma regular perante os órgãos públicos em pagava suas contas domésticas e pessoais e quando se deu conta, não
todas as suas esferas, quer Federal, Estadual, Distrital e Municipal, tinha um centavo para comprar as reposições mínimas. 0 gestor não
que por maioria das vezes, são necessárias autorizações de todos os identificou a diferença entre fazer a gestão financeira ou não.
entes federativos. Dessa maneira, quando pegamos o nosso salário e destinamos
Daí surge o primeiro percalço, as regras são árduas e caras, e o um pouco para cada necessidade, com a empresa não é diferente.
"convite" para informalidade aflora no coração de qualquer um, até Devemos desenvolver um controle fiel e exato da movimentação
os mais conservadores pelos menos pensarão em se tornar Lm fora da financeira, uma vez que, somente desse modo não perderemos
lei. dividendos27.
Apenas para fins didáticos, o registro das empresas comuns, é
realizado por meio da Junta Comercial, que cada Estado e o Distrito
Federal possuem, em suas Capitais, assim são responsáveis pelo i.8. Exercícios de Fixação
registro, alterações, arquivàmento de documentos dentre outros. No
i) Quem são as pessoas fisicas ou naturais?
que envolve mais informações sobre a Junta Comercial do seu Estado,
2) Quem é o nascituro e porque o direito o ampara?
pesquise na internet, pois os esdarecimentos são importantes. Em
São Paulo, temos a Junta Comercial do Estado de São Paulo - 3) É possível a pessoa natural realizar alteração em seu nome?
Se sim, quais as possibilidades?
JUCESP, no sitio: www.iucesp.fàzenda.sp.gov.br onde também
trataremos no item 2.i5. 4) Qual a fimção da capacidade civil da pessoa natural?
Como vimos no parágrafo anterior, a ]unta Comercial é
25 Via de regra, o capital social é o valor dos bens ou o dinheiro com que os sócios
responsável pelo arquivamento de documentos, no caso de alterações
contribuem para uma empresa na sua constituição.
empresariais, quer seja à entrada de um novo sócio, mudança no 26 Contexto genérico da palavra falido e não o termo jurídico ``falido''.
27 Lucro apurado pela empresa em determinado período.

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LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

5) Defina quem são os Plenamente Capazes.


6) Defina quem são os Relativamente lncapazes
7) Defina quem são os Absolutamente lncapazes.
8) Quem são as pessoas Jurídicas ou Fictas?
9) Identifique as pessoas jurídicas de direito público lnterno e 0 homem pefverso provoca
Externo. dissensão, e o que espalha
io) Identifique as pessoas jurídicas de direito privado. boatos afasta bons amigos!
ii) Identifique a Natureza empresarial da Atividade Econômica.
i2) Onde está inserido o Direito Empresarial nos ramos do
Direito?
i3) Qual o conceito jurídico de Empresa?
i4) É possível o empregado assumir os riscos do negócio?
i5) Deve a Empresa se submeter a quais leis?
i6) Juridicamente qual o conceito de Empresário?
i7) Cite no mínimo duas Obrigações do Empresário. 2. Aspectos Gerais do Direito Societário

Chegamos a um ponto de nosso estudo que as Empresas serão


tratadas sob a ótica das Sociedades Empresárias como vimos
anteriormente. Trataremos detalhadamente os tipos de Sociedades.

2.1. Conceito
Para conceituarmos, deveremos analisar o conceito trazido
pelo Professor Fabiano Del Masso quando diz que.. ``A af].vi.dade
econômica realizada na fiorma empresarial pode ser desenvolvida
singularmente pelo empresário individual, ou coletivamente pela
sociedadeempresária.".
Ora se a atividade empresarial pode ser desenvolvida de
forma individual, encontramos o Empresário lndividual. Porém como
também aduz seu conceito, a atividade também poderá ser realizada
coletivamente, ou seja, pela reunião de duas ou mais pessoas.
Os detalhes de cada atividade empresarial serão tratados em
tópicos específicos.

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EE ELIASBRiTODELiMA LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

A personalidade jurídica de uma pessoa natural ocorre com o


nascimento, com vida, já a personalidade jurídica de uma empresa
2.2. Histórico da Sociedade Empresária nasce através de seu registro na Junta Comercial, embora ela possa
Como o perfil histórico do Direito Empresarial juntamente estar fiincionando na informalidade.
=om o Direito Comercial é gigantesco, ao ponto de diversos autores Em seu registro, a Personalidade Jurídica toma corpo com o
ledicarem capítulos extensos e exclusivos, tomaremos por base os Cadastro Nacional de Pessoas }urídicas - CNPJ que é uma espécie de
)rincipais aspectos deste contexto. Cadastro de Pessoa Física - CPF.
Se pudéssemos deslocar uma linha de ação sobre a história, 0 CNP] é composto por quatorze algarismos disposto da
liria que todo o avanço se deu com o desenvolver das relações seguinte forma i2.345.678/oooi-99, valendo dizer que os oito
nterpessoais necessárias para um convívio em coletividade. primeiros algarismos são os que identificam uma empresa. 0 que
Evidente que desde o início das relações intepessoais do está após a barra e antes do traço/hífen, é o que identifica a
iomem, este já se inclinava a desenvolver suas habilidades quantidade de empresas filiais participantes do mesmo grupo
;ocietárias, quer comercializado, quer produzindo, situações que econômico, ou seja, se o valor for /oooi, quer dizer que estamos
'oram necessárias para que fosse desenvolvido o caráter jurídico da falando provavelmente de uma Empresa sem filiais.
:oisa. A càda século, havia um aperfeiçoamento. No século XI, por Contudo se ao lermos o CNP] e encontrarmos o valor /ooo2
!xemplo, com o nascimento de novas cidades na Europa as relações ou maior, quer dizer que a empresa constante dos oito primeiros
!omerciais já eram evidentes, pois houve necessidade de atender algarismos possui uma sede e uma filial. Se /oio3, estamos da mesma
ima nova demanda consumidora em todos os seus aspectos. forma diante de uma única empresa e que ela possui uma sede e io2
Assim, em meados dos séculos XVII, XVIIl e XIX, quando a filiais.
iurguesia resolveu se reunir em grupos para auferirem lucros, surge Os dois números que seguem após o traço, servem como
s relações empresárias como basicamente conhecemos hoje. dígito verificador, capaz de calcular se os números anteriores são
Logo, o Código Civil de 2oo2 e outras Leis esparsas regulam as possíveis.
iociedades Empresárias.

2.4. Personalidade Empresarial


i.3. Personalidade Jurídica Ocorrendo a personificação da pessoa juridica, esta, começa a
Quando tratamos de Personalidade ]urídica, primeiro temos responder em nome próprio ``nome da empresa" e não em nome dos
ue desvincular uma palavra de outra. Personalidade vem do que é sócios-proprietários.
idividual, exclusivo, ao ponto em que ]urídica vem daquilo que é Com a personalidade jurídica já formada, as
o Direito e que juntas então percebemos que é algo necessário a responsabilidades se tomarão distintas, conforme cada tipo de
)dos para assunção dos nossos direitos e obrigações. sociedade empresaria como veremos a seguir.
Tanto para o mundo negocial quanto para qualquer outro, em
58
59
linhas gerais, a figura do sócio não é atingida e sim a própria emiii`cw
que em sua constituição determinou um capital social quti wi*
responsável pelas ações ou omissões que praticam a empresa, sdlvti A. i,fi, {'l.issificação e Tipos de Sociedades
exceções de desconsideração da personalidade jurídica28 nas ti"ii
responderão os sócios. fiiiiM'i.sárias
(.li..Bamos a um momento em que as empresas serão
ilçniui.wn'.`{l.is de forma individualizada, lembrando que será dada
ltih..i i`,`* i`inpresas legais.
2.5. Elementos de formação da Sociedad®
l'iN{.m antecipadamente precisamos compreender qual
Empresária i h.iilli .```.iti se apresenta para cada tipo de sociedade empresária.
Embora já abordado diversos elementos sobre a formaçã.i tlA t .i.i`f'orme a classificação do Professor Del Masso, elas existem
Sociedade Empresária, sob um contexto genérico, podemos dizer tiu.
wm .` m sociedade de Capitais ou de Pessoas. É de Pessoas
para construir tais sociedades, é imperioso qüe se obedeça à voni.`tl. iiiiMlo uiiias e outras pessoas trabalham com esforços próprios com
suprema do Homem, observância dos preceitos legais e a licitudi` {lii u Mliiwu de auferirem lucros. ]á na de Capitais, são os recürsos
objeto social. llMn. ..ir" que se transformam em produtividade.
Não será possível se formar uma sociedade sem que ant(.i, l'w último, porém sem esgotar o tema, temos as sociedades
surja o elemento vontade das partes, ou vontade dos fiituros sóc`ii", 1 i.iii i`.`i .i.iis e as lnstitucionais. Nas Contratuais o próprio nome já
Ora, não se pode admitir que em uma sociedade, um deles ii.`(i ilh iiw *i` trata de relação de contratos, onde seus sócios através de
queira caminhar na empreitada. ww i.oit.i`dimento unitário se envolvem em um acordo. Salienta-se
Mesmo que a constituição da empresa aconteça, por vontdtl. iiiii' m t'Iassificação visa abranger apenas seus sócios.
exclusiva das partes e logo em seguida, um dos sócios desiste {1. ^*sim, quando tratamos das lnstitucionais, estamos fàlando
sociedade, o elemento principal se perdeu, ou seja, a vontade d® iiiu iii.`is em contrato e sim de um estatuto que extrapola os
empresário se exauriu, porém, todos os atos praticados são válidti. liil w .`Htii`* dos próprios sócios.
até o encerramento das atividades empresárias.
Ultrapassada esta fase de classificação podemos elencar
Nesta mesma ideia, os preceitos legais para a constituição é lw®ii.iiiit.nte nove tipos societários, como veremos a seguir. (vide
rigorosa e não comporta condições aquém do mínimo exigido bem ii." j..H. antes de continuar)
como o objeto social da empresa não poderá ser ilícito ou defeso em
lei, no mais, estes são os elementos básicos necessários para a
constituição de uma Sociedade Empresária.
i,(..i. Sociedade Simples
l':stas sociedades são de Pessoas e não empresária, ou seja,
28 A desconsideração da personalidade jurídica pode ocorrer quando a pessoa fisica, Hiiil.mm dito acima, são as que os próprios sócios empreendem
para se proteger de determinados ilícitos e se socorrendo da pessoa jurídica obst4 •.lui'`.ii* para a realização de uma atividade, quer intelectual, quer
algum direito, quer Trabalhista quer do Consumidor, dentre outras personalidades.

61
60
ELIAS BRITO DE LIMA i i GisLAÇAO EMPRESARIAL EE

técnica ou qualquer outra, Um exemplo prático, são aH (iw W i¥*l,t-


reúnem os Arquitetos, os Contadores, os Dentistas e os Aui^iiunii*
Wi+mt'.imos que esta sociedade se divide em dois grupos de
em geral.
iES± im ii. { .iMii.inditados e os Comanditários.
Vale salientar que a adoção da sociedade supracita.l.i ®Wí
( )* {'iiinandi±adQs são aqueles que investem e trabalham
praticamente em extinção, uma vez que o patrimônio pessti.`l, ii«
seja, o patrimônio particular de cada sócio responde ilimitad.ii"iii® #±fdlnmi.` iia sociedade e assumem a direção da empresa e
!EÊiwiinli'iii.iii'avésdaresponsabilidadeilimitada29.
pelos atos praticados pelos seus sócios, obrigando-os irrestritamt.iii.,
|.\ {iH C'omandi±á±Qs são os sócios que apenas investem na
"ipio", t`tilt7cam a disposição do desenvolvimento da empresa
2.6.2. Sociedade em Nome Coletivo ffiliiiiÊ. wi.i`spondentes as suas cotas3° e não possuem nenhum
"iiiii.lii N.ihi'e o desenvolvimento administrativo e econômico da
Sociedade em Nome Coletivo são aquelas societl.itlpi H''l„ '!l.'
empresariais diferenciadas, pois seu nom\e deverá ser a dos H®iii
^w*im, por não fazer qualquer gerencia ou mando na
sócios e sua responsabilidade também é ilimitada da mesma f't]i'i)`*
m.iliiii`'.lw sua responsabilidade é diferente dos Comanditados, ou
que a Sociedade Simples.
#|p i mi ii M`tlem Limitadamente pelas suas cotas integralizadas3L.
Quando se decide pela inclusão de apenas um sócio no ntMu.
^ii`i`ção aos nomes, pois é bem comum à confiisão e isso
da Sociedade em Nome Coletivo, deverá incluir a sigla ``& Cia", tiii
seja, está dizendo que além do nome descrito na razão social, exisi®m Wind u ii`#tituto complicado. Da mesma forma que as Sociedades
mais pessoas envolvidas nessa sociedade. "ini.l" t. as Sociedades em Nome Coletivo estão em desuso, a
1 iiiii,iiiilii.i simples também.
Vale salientar que a adoção desta sociedade está praticamei`i®
l )i`ve então perguntar o leitor, se estão em desuso porque
em extinção, uma vez que o patrimônio pessoal, ou seja, ti
piuil.wiitis tais institutos? A pergunta é fácil de responder; porque
patrimônio particular de cada sócio responde ilimitadamente pelim
ü',l "', l..i.
atos praticados pelos seus sócios, obrigando-os irrestritamente {la
mesma forma da Sociedade Simples.

±,(i.4. Sociedade em Comum


2.6.3. Sociedade em Comandita Simples l':sse tipo societário já é bem comum e está em constante uso
É interessante você ao chegar aqui, ter a plena convicção de im iit'is Brasileiros, quando não deveríamos, pois quando estamos
•llAiiit. tle uma Sociedade em Comum, tratamos exatamente sobre as
que aprendeu o que é a Responsabilidade, tanto Limitada quanto a
llimitada. Caso ainda esteja com dúvida, vá até o item 2.8.
'' 1 diiin m bens da Empresa quanto pessoal dos sócios se comunicam.
Quando tratamos de Comanditá, mencionamos sobre a ' i .ii.": São partes de um todo.
origem Francesa e ltaliana de Guarda ou de Depósito. Tal ' lnii.Hi'.ilizadas são as Cotas em que são distribuídas as partes da sociedade e isto
nomenclatura não é clara como deveria, mas vamos analisar o que im m valor. As integralizadas são as que foram distribuídas a determinado sócio e
üi.` i i.`i¢ou integralmente, compondo então o patrimônio da empresa.

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ELIAS BRITO DE LIMA i i GisLAÇAO EMPRESARIAL EE

sociedades irregulares ou mais conhecidas como Sociedades tlt. lijAiiig ! Íi+iii].lii, ,"Hii`i, [oda a assunção de obrigações pelos sócios, recairão
Estas são as que existem no mundo real e não nti iiiim
jurídico, porém existe uma legislação32 que descreve xtilii`. #:'',,,,,',],':,N,,,,;,(,i,(i)tsalcàn::ffua:zoasdaocld:as.ociedadeenãopelopatrim
responsabilidade dos sócios, ou seja, os sócios respondem dti ni.iii.| 1 li`.t, *i` eu tenho a possibilidade de limitar meus atos35 ao
solidária33 e ilimitadamente (patrimônio pessoal e não da i`iiii)w ini..Hi..ilizado da empresa, não há nenhuma lógica que optar
perante as obrigações assumidas. ffi,:d,l
EIW. nwi i " i ii)os societários em que a responsabilidade é ilimitada.
l'i n. i`xt`inplo, diríamos que José se uniu com João para montar
* |ii|u i iiiiit'`i't'io de Carnes LTDA, e cada um possui 5o cotas de um
2.6.5. Sociedade em conta de participação üti*l il.' ii iii .`ti valor de RS ioo,oo cada cota desta sociedade.
Tais sociedades possuem existência rara. Porém pai..` lliü |"t'` .io criar a sociedade disse a João que, das 5o cotas que
didáticos são em conta de participação àquela que possui ao mt.ii" ii#wi, Üi'i i iiiha dinheiro para pagar imediatamente 4o cotas, sendo
dois sócios, a saber, o 0stensivo e o Oculto. Fi# n. ii) l:`ll.mtes no valor de RS i.ooo,oo pagaria depois de iniciado
# fH`in .`.`iitlimento no prazo máximo de o6 (seis meses).
Quanto ao sócio ostensivo é aquele em que entorno gii`. i
sociedade, e que assume obrigações perante terceiros. ^t'tii`tece que por problemas da inexperiência de ambos,
Quanto ao sócio Oculto, é aquele capaz de controlar a gt.iim ü+Miiii,`i'.iin mais do que podiam pagar. Assim os credores
do Ostensivo e sua finalidade é no investimento da sociedade. Fiiiwi.\ Mun a cobrar suas dívidas.

Estas sociedades são empresas irregulares, uma vez que iia® 1 ) t'.ipital total da empresa era de RS io.ooo,oo equivalente a
"i i iii.`x tle RS ioo\,oo, porém, somente R$ 9.ooo,oo ou go cotas
podem ser registradas. Apesar de se constituírem através de cont i'.ii(i,
este abrange somente os contraentes34 e não a terceiros. eÊi M " i ii(egralizadas, ou seja, fifetivamente pagas.
^t'{mtece que a dívida da empresa é de RS io.ooo,oo. Se
flii"w iima conta rápida, se a empresa utilizar de todo seu capital
2.6.6. Sociedade Limitada iiiii3wi.ili./..`do pagará apenas R$ 9.ooo,oo, pois José ainda deverá seus
#' , " ,,,, ',,o.
Aqui estamos diante da Sociedade mais comum .
amplamente utilizada por nossos empreendedores. 1 )iissa forma, a Responsabilidade Limitada da empresa é com
lwõi' iiti Capital Social, independente se está integralizado ou não.
A questão mais importante é referente à Responsabilidad®,
( iwil{ .i.iiic-o exemplo acima, a cobrança dos RS i.ooo,oo faltantes será
Aqui como bem sugerido pelo nome societário a responsabilidade .
iMiuu`ii'.`inente cobrado de José que está em dívida com a ]oJo
t iiiii..i.t'io de Carnes LTDA. A partir deste ponto, para José a
32 "Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigaçõe.
iü.iii.mdbilidade é llimitada até o montante da integralização. Se
sociais (...)". Código Civil de 2oo2.
33 Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou iiwiiit) assim, José não tiver condições de pagar com seu patrimônio,
mais de um devedor, tanto como obrigação ou como direito, mas sempre sobre o
total da dívida. " ^im tiue não forem praticados para fi.aude, sonegação, golpes ou quaisquer outros
34 Contraente: Pessoa que celebra um contrato. lm " , ".

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LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

]oão será compelido a pagar a integralização de ]osé, neste caso R$ sua descrição.
i.ooo,oo, pois quando não há a integralização total do capital social, Os detentores das ações são chamados de acionistas e a
os sócios se tornam fiadores uns dos outros. responsabilidade é Limitada ao valor da ação.
Uma proibição36 existente é que, para ser sócio, tem de Estas sociedades podem ser de Capital Aberto ou de Capital
participar das cotas da sociedade, não podendo participar apenas Fechado. É de Capital Aberto aquela em que as negociações de suas
com serviços, como por exemplo, uma sociedade de arquitetos onde ações acontecem na Bolsa de Valores37.
um dos membros quer ser sócio apenas com sua mão de obra.
As de Capital Fechado são as Sociedades Anônimas em que as
suas ações são negociadas fora da Bolsa de Valores. 0 local de
negociação é no Mercado de Balcões38.
2.6.7. Sociedade por Ações
Vale salientar que estas negociações no Mercado de Capitais39
As Sociedades por Ações são subdividias em duas. A primeira
são importantes ferramentas para fomentar a injeção de recursos
é a Sociedade Anônima e a outra é a Sociedade em Comandita por
financeiros nessas Companhias.
ações.
E, falando em companhias, em sua Denominação4° é
Nos dias atuais a Sociedade em Comandita por ações já não
obrigatória a inserção da palavra ``a.a" abreviado ou ``Companhi.a" ou
existem, pois sua estrutura de Responsabilidade é bastante
ainda ``Soci.edade Anôni.ma" completa ou em sigla ``S/A". Cia vem de
significante, como veremos mais adiante.
companhia e esta opção só é possível no início da denominação.
Exemplo: Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São
Paulo - CEAGESP.
2.6.7.i. Sociedade Anônima
0 estudo da Sociedade Anônima é complexo e profiindo,
porém, o presente trabalho abordará sumariamente seus conteúdos, 2.6.7.2. Sociedade em Comandita por Ações
uma vez que abordaremos os assuntos que consideramos mais
Cuida a Sociedade em Comandita por ações, aquelas em que
importantes sem se afastar da legalidade.
só podem ser diretores ou gerentes os acionistas, ou seja, aqueles que
Diferente da Sociedade Limitada que possui cotas para cada detêm cotas acionárias da empresa.
um dos seus sócios, a Sociedade Anônima, que é regida por lei
0 mais importante nessa Sociedade é a questão da
específica, a saber, Lei 6.4o4/ig76, a parte de cada sócio é
responsabilidade, uma vez que os Diretores respondem
denominada ação.
ilimitadamente com seu patrimônio, já os acionistas não dirigentes,
A ação de uma Sociedade Anônima é um documento fisico ou
eletrônico em que consta toda a identificação da empresa, um valor e 37 Local onde as empresas com capital aberto colocam a disposição suas ações para
venda.
36 Art. i.o55 do Código Civil Brasileiro: 0 capital social divide+se em quotas, iguais ou 38 Pode ser em uma instituição financeira que gerenciará as ações.
desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. (...) § 2g - É vedada (proibida) 39 Possibilita qualquer pessoa adquirir ações.
contribuição que consista em prestação de serviços. 4° Nome que identifica uma empresa.

66 67
respondem somente por suas cotas acionárias. Responsabilidade llimitada como de Responsabilidade Limitada. A
0 nome empresarial deverá constar a expressão ``Comandita diferenciação a ser feita é quanto à responsabilização.
por Ações". Hoje em dia, pela vulnerabilidade do patrimônio dos Parece redundante, porém vejamos um exemplo prático para
sócios dirigentes, está em desuso, sendo mais comum a Sociedade a elucidação desta responsabilidade. Imagine que ]osé da Silva, é
por Ações. Sócio-Diretor da Empresa JDS Alimentos Ltda, que possui capital
Se o leitor se interessar pelo tema, verifique na social de R$ 2.ooo,oo (dois mil reais), ou seja, é o valor do patrimônio
bibliografia aquele que fala sobre sociedades empresárias. da empresa. A empresa então adquire de uma grande rede atacadista,
alimentos para revender. A compra ficou no valor de R$ 5.ooo,oo
(cinco mil reais), faturado via boleto bancário com vencimento para
28 dias direto.
2.6.8. Sociedade de Economia Mista
0 veículo que transportava os produtos adquiridos colidiu
Estas sociedades só existem por previsão expressa de lei, ou
com um poste e toda a mercadoria foi destruída, sendo imprópria
seja, só pode existir se houver uma lei anterior que lhe autorizar.
Nesse sentido, como o nome sugere, é Mista uma vez que no capital para o consumo.
social dessa sociedade existe a participação do particular/privado. Assim, a empresa JDS Alimentos Ltda, no vencimento do
boleto não terá recursos financeiros para liquidar tal dívida de cinco
Porém, todo o controle da sociedade é gerido pelo ente mil reais. A revendedora então entrará com um processo judicial para
público, uma vez que deverá ser o detentor de no mínimo 5o% + i cobrança dos cinco mil reais. Ora, se o patrimônio da empresa é de
das ações. Exemplo de Sociedade de Economia Mista é o Banco do
dois mil reais, e a responsabilidade da empresa é LIMITADA, então a
Brasil e a Petrobras.
empresa será compelida a pagar até os dois mil reais.
No entanto, se a responsabilidade da empresa for
ILIMITADA, como não é o caso do exemplo, o atacadista poderá
2.7. Conceito de sócio cobrar os dois mil reais e a diferença será cobrada da conta particular
Sócio é qualquer pessoa fisica em sua plenitude de assumir dos Sócios.
direitos e obrigações e as pessoas jurídicas. Neste sentido cumpre Assim, a questão da Responsabilidade é por enquanto
ressaltar que, sendo pessoa fisica, a qualidade de sócio passa pelos analisada sob a ótica de quem será o responsável pelas obrigações da
requisitos da capacidade civil, conforme visto acima. Empresa.
Contudo, o meu dicionário elege o sócio como "membro de
uma sociedade'', ou seja, aquele que integra uma empresa.
2.9. Micro Empresa - ME
Micro Empresa é a Sociedade Empresária, a Sociedade
2.8. Responsabilidade dos sócios Simples, a Empresa lndividual de Responsabilidade Limitada e o
Quanto a Responsabilidade elas podem ser tanto de

69
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

Empresário, submetida ao crivo da Lei i23/o64]. A referida lei empresários, basta que se identifique os ramos a serem analisados.
classifica como Micro Empresa àquelas que cuja receita bruta anual
seja igual ou inferior a R$ 36o.ooo,oo (trezentos e sessenta mil
reais)42.
2.ii. Empresa de Pequeno Porte - EPP
No mesmo sentido da ME44, Empresa de Pequeno Porte é a
Sociedade Empresária, a Sociedade Simples, a Empresa lndividual de
2.io. Obrigações Comuns dos Empresários Responsabilidade Limitada e o Empresário, também submetida ao
Diversos autores divergem quanto às obrigações que seriam crivo da Lei i23/o6. A referida lei classifica como Empresa de
equivalentes aos empresários, contudo, de uma forma ampla, três Pequeno Porte àquelas que cuja receita bruta anual seja superior a R$
seriam as obrigações comuns a todos os Empresários. 36o.ooo,oo (trezentos e sessenta mil reais) e inferior a R$
Pois bem, a primeira consiste no ônus de registro na Junta 3.6oo.ooo,oo (três milhões e seiscentos mil reais).
Comercial, que é o registro próprio do empresário conforme
preconiza os artigos 967 e i.i5o do Código Civil. Deixando de
registrar, entendo que não será empresário por não cumprir os 2.i2. Registro de Empresas
ditames da lei. Outros doutrinadores entendem que não deixa de ser
Para cada tipo societário são exigidas documentações
empresário o fato de não registrar se houver pelo menos presentes os
requisitos do artigo. 96643 do Código Civil. Contudo, se quiser usar os específicas, mas de modo geral os registros obedecem às
beneficios do regime empresarial, precisará se registrar na ]unta documentações básicas abaixo, salientando que outras podem ser
exigidas.
Comercial. Recorde-se que o registro tem natureza declaratória da
qualidade de empresário.
A segunda obrigação comum é de guardar as provas de que
honrou suas dívidas, enquanto a lei disser ser necessária sua
2.i2.i. Documentos Necessários
mantença. I - Para Empresário lndividua|45:
Assim, finalizando com a ideia de equivalência, é a obrigação •:» Capa de Processo - i via gerado pelo Cadastro Web;
anual de realizar o balanço patrimonial com os pormenores da vida ¢» Requerimento de Empresário - o4 vias geradas pelo
financeira e fiscal da empresa. Cadastro WEB;
«S» Folha de Exigência - i via gerado pelo Cadastro Web;
É evidente que outras podem ser as obrigações comuns entre «S» Declaração de Enquadramento ME - 3 vias gerado
4] Lei i23/o6 que trata do Simples Nacional pelo Cadastro Web (quando o interessado optar pelo
42 Vàlor pode softer variações de limites. Valores para 2oi3. Para consultar os valores regime de ME);
atuais acesse <http ://www.planalto.gov.br/ccivil_o3/leis/lcp/lcpi23.htm>.
43 Art. 966 do Código Civil Brasileiro: Considera-se empresário quem exerce
44 Micro Empresa.
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação
de bens ou de serviços. 45 Disponível em www.jucesp.fazenda.sp.gov.br/homepage.php

70 71
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

•S» Declaração de Enquadramento EPP - 3 vias gerado ao banco para recolhimento da taxa, sendo
pelo Cadastro Web (quando o interessado optar pelo protocoladas o2 vias impressas pelo banco na
regime de EPP);
•S» GARE - oi via gerada pelo Cadastro Web e preenchida JUCESP;
com o código 37o-o, devem ser levadas ao banco para 111 - Para Sociedade Anônima47:
recolhimento da taxa, sendo protocoladas o2 vias •:» Capa de Processo - i via gerado pelo Cadastro Web;
impressas pelo banco na JUCESP; •!» Formulários FC modelos i e 2 gerados pelo Cadastro
<» DARF - oi via gerada pelo Cadastro Web e preenchida Web (de acordo com o ato selecionado);
com o código 662i, devem ser levadas ao banco para •:» Folha de Exigência - i via gerado pelo Cadastro Web;
recolhimento da taxa, sendo protocoladas o2 vias <» GARE - oi via gerada pelo Cadastro Web e preenchida
impressas pelo banco na JUCESP; com o código 37o-o, devem ser levadas ao banco para
11 - Para Sociedade Limitada46: recolhimento da taxa, sendo protocoladas o2 vias
impressas pelo banco na JUCESP;
•S» Capa de Processo - i via gerado pelo Cadastro <» DARF - oi via gerada pelo Cadastro Web e preenchida
Web; com o código 662i, devem ser levadas ao banco para
•S» Formulários FC modelos i e 2 gerados pelo recolhimento da taxa, sendo protocoladas o2 vias
Cadastro Web; impressas pelo banco na JUCESP.
•S» Folha de Exigência - i via gerado pelo Cadastro
Web;
<» Declaração de Enquadramento ME - 3 vias gerado 2.i2.2. Procedimentos Legais
pelo Cadastro Web (quando a sociedade optar Os procedimentos para registro de uma empresa, geralmente
pelo regime de ME); é realizado por contabilista devidamente credenciado em seu órgão
•:» Declaração de Enquadramento EPP - 3 vias de classe, CRC48, porém nada impede do próprio interessado em
gerado pelo Cadastro Web (quando a sociedade constituir uma sociedade empresária acessar o site da ]UCESP49 e
optar pelo regime de EPP); providenciar os documentos narrados acima e outros específicos para
•S» GARE - oi via gerada pelo Cadastro Web e as atividades específicas.
preenchida com o código 37o-o, devem ser
levadas ao banco para recolhimento da taxa,
sendo protocoladas o2 vias impressas pelo banco 2.i2.3. Abertura
na Jucesp; 0 procedimento para abertura é um tanto complexa, porém
•:» DARF - oi via gerada pelo Cadastro Web e
preenchida com o código 662i, devem ser levadas
:::àsnpsoeEávoelR::o#:j:::St:b£:,Z::f:..sp.gov.br,homepage.php>
46 Disponível em <www.jucesp.fazenda.sp.gov.br/homepage.php> 49 Disponível em <www.jucesp.fazenda.sp.gov.br/homepage.php>
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
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se tiver interesse e um pouco de informação, basta reunir toda 2.i3. A REDESIM


documentação elencada acima e levar para ser registrada na Junta
Comercial e aguardar para que tudo seja processado. A Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios - REDESIM foi criada através da
Lei n9 n.598, de 3 de dezembro de 2oo7, sancionada pelo então
2.i2.4. Encerramento Presidente Lula com intuito de desburocratizar e simplificar o
registro e a legalização das empresas.
0 momento que considero mais critico em uma atividade
economicamente organizada é o encerramento, pois tudo deverá Grandes são os transtornos que os empresários de maneira
estar na mais perfeita ordem. geral passam para abertura, fiincionamento e encerramento de uma
empresa. De modo geral, a burocracia envolvida, acaba por
Considerando as instruções da própria JUCESP, o interessado desestimular a formalização, com a consequente diminuição em
deverá entrar no site e preencher os dados de acordo com o ato arrecadações tributárias. Por um lado, o governo facilitou a vida do
selecionado. empresário, mas por outro, injetou milhões de reais em arrecadação
Deverá ainda imprimir e protocolar os seguintes formulários de tributos com as novas empresas formais.
juntamente com os documentos exigidos na legislação vigente5°. De toda sorte, este é um sistema integrado que permite a
Ainda deverá providenciar os seguintes formulários: abertura, fechamento, alteração e legalização de empresas em todas
as Juntas Comerciais do Brasil, simplificando procedimentos e
<» Capa de Processo - i via gerado pelo Cadastro Web
•S» Formulário FC modelo i - oi via gerado pelo Cadastro reduzindo a burocracia ao mínimo necessário.
Web Apesar de recente sua implantação, os resultados são
<» Relatório de apoio Distrato - oi via gerado pelo satisfatórios, pois a grande maioria das empresas criadas é de objeto
Cadastro Web simplificado, quer seja uma prestação de serviço comum ou um
<» Folha de Exigência - i via gerado pelo Cadastro Web comércio.
¢» GARE - oi via gerada pelo Cadastro Web e preenchida Na web si.fe do Governo Federal5] é possível obter informações
com o código 37o-o, devem ser levadas ao banco para mais detalhadas sobre o programa.
recolhimento da taxa, sendo protocoladas o2 vias
impressas pelo banco na JUCESP;

2.i4. Livros Mercantis


Os livros mercantis estão embutidos nas obrigações
acessórias do empresário. Os livros nada mais são do que os registros
da área fiscal e financeira da empresa.
5° As informações referentes a documentação exigida e a lerislação vigente estão
disponíveis no site do ReÉstro Mercantil no endereço a seguir:
http://www.dnrc.gov.br/Servicos_dnrc/Sociedade_empresaria/distrato_dissolucao_li
quidacao.htm 5] http : / /www. portaldoempreendedor.gov.br/ sobre-portal /redesim

J
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

Ressalvados os livros que para Micro Empresa e Empresa de Registro de Duplicatas: Este livro se aplica somente se a
Pequeno Porte são dispensadas sua mantença52, os livros: Diário, empresa realizar vendas a prazo, do contrário, está dispensado deste
Razão, Registro de Duplicatas, Caixa e Conta Correntes. Outros uSO.
tantos livros são passíveis de serem obrigatórios, dependendo do Caixa e Conta Correntes: Os liwos auxiliares, tais como
ramo de atividade da empresa. Caixa e Conta Correntes, que também podem se escriturados em
Diário: No Diário devem ser anotadas em ordem cronológica, fichas, são dispensados de autenticação quando as operações a que se
com individualização, clareza e referência ao documento probante, reportarem tiverem sido lançadas, detalhadamente, em liwos
devidamente registrados.
::::;q::mov::::fã:ÇTpãgt:-iàràí::,is;,j:beqdueacl::::rao:uster;isint£::opsassqous:
I - 0 1iwo deve -es-t~a~i~-~encadernado e com sua numeração
sequencial com termos de abertura e encerramento. Deve ainda ser 2.15. Junta Comercial
autenticado geralmente pela ]unta Comercial;
Junta Comercial é estabelecida de forma Estadual e/ou
11 - Os registros neste liwo poderão ser lançados de forma Distrital. Para cada estado da federação e Distrito Federal existe uma
escrita, por reprodução e ainda através de aplicações informatizadas, junta Comercial. Em São Paulo, que representa 42% de toda a
desde que cumprido o requisito anterior; demanda nacional temos a Junta Comercial do Estado de São Paulo -
111 - É possível que, em virtude da demanda de operações, um JUCESP.
resumo é aceitável, desde que abarque todas as movimentações, A JuritaL ComeTcíal ``é o órgão responsável pelo registro, ft
inclusive as realizadas fora do estabelecimento empresarial. pública e publicidade dos documentos arquívados pelos empresários,
Razão: É basicamente o controle das contas do registro sociedades empresárias e sociedades cooperativas no Estado. Tem
lançado no livro Diário, devendo obedecer a sequencia em foram ainda como principais atribuições processar a habilitação e a
lançadas as operações. nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais, além da
matrícula e fiscalização de leiloeiros e armazéns gerais. As atribuições
A diferença entre o livro Diário e Razão, é que no Diário as
da JUCESP estão estabelecidas na Lei Complementar Estadual n°
informações são registrada em ordem cronológica, todas as
i._i87/2oi2 e na Lei Federal n° 8.934/igg4, que dispõe sobre os Serviços
operações contabilizáveis de uma empresa. Esse livro tem que ser
registrado pelo Órgão fiscalizador competente. ]á o livro Razão, é o qe Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins".
(extraído da web si.te da ]UCESP, www.jucesp.fazenda.sp.gov.br).
detalhamento por conta dos lançamentos realizados no diário, não
precisa ser autenticado e registrado. No livro de escrituração também
contábil estão agrupados em contas ou subcontas os lançamentos
escriturados no Diário. 2.i6. Exercício informal ou irregular da
empresa
52 As ME's e EPP's estão dispensadas de anotação das férias dos empregados nos
Confome preconiza o artigo 47 do Decreto-Lei 3.688 de 3 de
respectivos livros ou fichas de reristro e ainda a posse do livro intitulado "Inspeção
do Trabalho", obrigatório as demais empresas ....
outubro de ig4i (Lei das Contravenções Penais) no qual diz que é

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ilegal exercer profissão ou atividade econômica ou ainda, anuncia Viu que no primeiro momento, fiii a qualquer restaurante
que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está com uma letra ``P" e comi um lanche. Já no segundo momento, fiii até
subordinado o seu exercício, com pena de Prisão Simples, de i5 o MCDonaJd's e muito provavelmente comi um N9 i, pois não dá para
(quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa. ficar somente no B].g-Mac.
Desse modo, não basta se reunir para constituir uma entidade Perceba então que a marca B!.g-Mac e o ``M" amarelo e bem
empresarial se todos os ditames da lei não forem seguidos grande, é característico do MCDonaJd's, portanto faz parte do
rigorosamente, e ainda, sob pena de ser condenado criminalmente. estabelecimento empresarial.
Veremos a seguir que tanto o ponto comercial como o nome
empresarial também é um bem incorpóreo do estabelecimento
2.i7. Estabelecimento Empresarial comercial.

Quando falamos em estabelecimento empresarial, de forma


singela e aos nossos olhos, é aquilo que vemos mais precisamente nos
comércios. 2.i7.i. Nome Empresarial
Nome, segundo o preconizado pelo nosso dicionário Aulete
Quando precisamos ir a alguma loja de /as£ /ood, por
exemplo, já imaginamos a chegada ao balcão e sermos atendidos pela Digital (AULETE & VALENTE, 2oi3), ``é aquele que identifica
balconista que diz - qual é o seu pedido? Enquanto isso, percebemos genericamente um exemplar ou indivíduo, concreto ou abstrato, de
uma classe de seres, ou toda a classe''.
que existem mesas e cadeiras, prateleiras, maquinários,
computadores e toda uma estrutura fisica capaz de gerar o seu X- Já no âmbito Empresarial, o nome revela uma situação
Salada e fornecer local adequado para sua refeição. importante, pois será a próprja identificação da empresa, que nós
chamamos de razáo soci.aJ e se define em suas espécies.
Quando isso acontece falamos não sobre a pessoa jurídica,
mas sim sobre o estabelecimento empresarial desta pessoa jurídica, A primeira é a Firma, situação em que o Empresário utiliza o
nos referimos aos bens corpóreos dela. Porém não para por aí, pois o próprio nome, quer seja abreviado ou não, juntamente ou não com
estabelecimento ainda é composto por bens incorpóreos. sua atividade preponderante.
Incopóreos são aqueles em que o estabelecimento é Imaginemo§ que o alfaiate Emanuel quer abrir uma empresa,
identificado, quer seja por uma marca ou por uma patente dentre então se utiliza da `Firma para identificar sua atividade empresarial,
Outros. ficaria então, por exeriplo : Emanuel ]osé da Silva Alfaiataria.
Imagine que se eu disser que fiii a um/asf/ood em que tinha Por outro lado, \ temos a Denominação, que, corresponde a
uma grande letra ``P" de cor preta do lado de fora do estabelecimento qualquer epressão linguística que não necessariamente seja o nome
empresarial, e comi um X-Salada, você conseguiria saber onde fiii? dos seus sócios, como por exemplo, EBL Advogados Associados,
E se eu dissesse que fiii a um /ast /ood em que tinha uma neste caso não há nenhum nome de sócios, embora EBL queira dizer,
Elias Brito de Lima.
grande letra "M" de cor amarela do lado de fora do estabelecimento
empresarial, e comi um Bz.g-Mac, você conseguiria saber onde fiii? Ainda existe o nome fantasia que expressa um nome, diverso

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da razão social da entidade empresarial em que facilita para o grande continuidade no mesmo ramo.
público a identificação. Com isso, se percebe que o ponto comercial é algo
0 nome fantasia pode ser qualquer identificação ou mesmo
pertencente ao estabelecimento empresarial e de valor
nome para que o público faça assimilação com o que precisa. Quando inigualável.
fàlamos em Cacau Show, não precisamos saber qual é a razão social
da empresa, pois já fazemos uma rápida análise para dizer que se
trata de um estabelecimento comercial de vendas de chocolates.
2.i7.3. Elementos da Propriedade lndustrial
Quando falamos sobre propriedade industrial estamos
2.17.2. Ponto Comercial diante de proteção jurídica capaz de resguardar aquilo que foi
Ponto comercial é um bem incorpóreo pertencente ao produzido intelectualmente pelo ser humano, em forma de
estabelecimento empresarial. Isso quer dizer que o ponto comercial é lnvenções (pode ser patenteada55), Modelos de Utilidade
o local fisico onde está instalada a entidade empresária. (pode ser patenteada), Desenhos lndustriais (pode ser
registrada), Marcas (pode ser registrada), Indicações
Fica claro este conceito se entendermos que o local onde a
empresa desenvolve suas atividades é, se não o maior, um dos mais Geográficas (pode ser registrada).
importantes bens, pois é este relacionamento fisico que faz o cliente Veremos a seguir, cada uma delas de forma simplificada,
se fidelizar. uma vez que a profimdidade dos temas, requer outros critérios
Imagine uma loja de doces ao lado de um grande terminal de de estudos, que não é o caso do presente trabalho.
ônibus ou metrô. Ora, o movimento de pessoas por dia, torna este Invenção, considerada a mais importante no mundo
ponto empresarial parte do patrimônio da empresa, por este motivo
ele deve ser protegido pela lei. jurídico, pois nasce por meio de atos criativos, pelos que se
inova o estado de determinada técnica existente até então.
A lei ng 8.245, de is de outubro de iggi, que dispõe sobre Trata-se de coisa nova, aquilo que não foi produzido por
as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas ninguém. Exemplo de invenção é um veículo movido a
pertinentes, são claros ao proteger o ponto comercial. Oxigênio.
Essa lei visa à continuidade empresarial no mesmo local, Imaginou se alguém inventasse um veículo que não
e garantiu ao Locatário53 a possibilidade de obrigar o Locador54 precisássemos abastecer com nenhum tipo de combustível e
a renovar mesmo a seu contragosto o contrato de aluguel, que por si só, capta oxigênio do ar e transforma força motriz?
desde que seja observada a continuidade de no mínimo 5 anos Sim, isso seria uma invenção.
em contrato escrito e com prazo determinado e com 3 anos de
Podemos conceituar Modelos de Utilidade sendo
53 Pessoa que toma alguma coisa de aluguel. 55 Direito de propriedade concedido a alguém por mérito de invenção de objetos, de
54 Proprietário do bem locado. desenho original de um produto, um mecanismo, coforme será estudado adiante.

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aquele do desenvolvimento intelectual do homem de forma produção.


criativa que aperfeiçoou alguma coisa já existente. Por exemplo,
Assim, estão demonstrados os elementos da Propriedade
desenvolver um veículo que ao colidir ele se retrai em 5o%, lndustrial.
protegendo todos os passageiros e ao acionar um botão
automático, o carro volta ao seu estado original.
Ora, o carro já existe, porém o que não existe é o modelo 2.i7.4. Trespasse
de utilidade, ou seja, é a ideia criativa deste dispositivo.
0 Trespasse, apesar do nome, está se referindo a
Os Desenhos lndustriais são os mais diversos alienação da entidade empresária.
possíveis, tudo da capacidade de desenvolvimento intelectual. A partir do momento em que o empresário está decidido
Para exemplificar esta propriedade industrial, podemos tomar
a vender sua empresa, poderá fazer através de um contrato de
por base uma montadora de veículos. Imagine que a Chevrolet, trespasse.
resolva fazer um veículo idêntico ao do Fiat Uno. Ora, não faz
sentido não é? Pois bem, não se pode utilizar um desenho Com este contrato ambos assumem obrigações, quer seja
industrial de outros, pois é propriedade de quem os criou. de um fazer o pagamento, quer seja do outro transferir,
inclusive nos órgãos oficiais, obrigatoriamente.
As Marcas já são por todos conhecidos, ou seja, marca é
aquilo que facilmente identifica um produto ou serviço. Fica Algumas observações são importantes no momento do
claro para você nobre leitor que eu disser "iooi utilidades''? Sim, trespasse, senão vejamos: I - Deve ser publicado no Diário
estou falando do Bom Bril que tem iooi utilidades. Oficial do Estado; 11 - Deve a empresa possuir bens o suficiente

Se eu disser Xerox fica claro que preciso de uma para honrar os credores; 111 - Fica o vendedor responsável pelos
débitos anteriores a transferência; e IV - Não poderá o
fotocópia de algum documento? Evidente, porém, Xerox é
vendedor ser concorrente do comprador. Salienta-se que este
Marca de uma renomada empresa de equipamentos
não é um rol taxativo restritivo, apenas alguns dos mais
eletrônicos, que por sua explosão de vendas de equipamentos importantes.
de fotocópias, começaram a utilizar o nome Xerox como
sinônimo de fotocópias, que nada mais é do que um ``processo
de reprodução que utiliza a ação da luz ou de outras radiações" 2.i7.5. Estabelecimento Eletrônico
(Aulete e Valente 2oi3).
Hoje, com os implementos tecnológicos a disposição da
Indicações Geográficas são mais dificeis de serem
aceitas, mas geralmente acontece quando através de analise grande massa, os estabelecimentos eletrônicos tomam forma de
empresas historicamente estabelecidas, quer em Shopp!.ng
investigativa alguém encontra ou produz determinado produto
Cenfers ou mesmo de rua.
e este local passa a ser reconhecido pela excelência na
Assim, a aplicação de regramento específico é um tanto

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prejudicada, uma vez que a velocidade do desenvolvimento alguma forma, mesmo que culposa de prejudicar o consumidor.
legislativo não alcança a velocidade das relações de comércio No que tange aos consumidores, veremos em item
eletrônico que por sua vez é dinâmico. específico suas particularidades.
É evidente que por meio da internet as relações Algumas empresas como a Kalunga, HP, Extra, Ponto
interpessoais de clientes e vendedores ficam um tanto Frio, Submarino, dentre outras, são empresas sérias que vieram
prejudicado, pois geralmente nas aquisições eletrônicas, fica para agregar o prestigio que suas marcas possuem no meio real
quase impossível um contato real, apenas maquina com para emprestá-las ao mundo virtual.
maquinas.
A internet oferece segurança das mais varias formas,
Como a possibilidade de ffaudes é constante no mundo bem como condições para pagamento com segurança total
virtual, inclusive porque hacker são especialistas em fraudar tanto para o Consumidor quanto para o empresário.
sites de bancos, imagine empresas sem a devida estrutura
Assim, o desenvolvimento tecnológico servirá para o
telemática.
aprimoramento das relações comerciais e empresarias por meio
Contudo, o comércio eletrônico para o Empresário, é da internet.
muitas vezes a saída para reerguer uma empresa que passe por
dificuldades, uma vez que a quantidade de fimcionários para
atender a mesma quantidade de clientes tem girado em torno 2.i7.6. Concorrência Desleal
de io% no comércio eletrônico.
Concorrência Desleal ou Lealdade Competitiva nada
Assim, o empresário deve usar de lealdade para com o mais é de se apropriar de qualquer de um dos Elementos de
cliente que está do outro lado da rede para que não seja Propriedade lndustrial.
penalizado com os rigores da lei, que inclusive, dá a
Além dessas hipóteses, a lei tipifica como crime algumas
possibilidade ao cliente devolver, num prazo de o7 (sete) dias
um produto que adquiriu, mesmo sem justificar o porquê de condutas, a saber: fazer falsa afirmação em detrimento do
sua decisão.
concorrente; empregar meios ffaudulentos para angariar
clientes de outras empresas; utilizar de marcas, símbolos ou
Contudo, se bem utilizado, pode ser, na maioria das
qualquer outro meio capaz de enganar o cliente, dentre outras.
vezes uma ferramenta decisiva entre o sucesso e o ffacasso.
Ainda em sede de concorrência desleal, aquele que
A grande maioria dos direitos dos consumidores regida aliena sua empresa, não poderá se tornar seu concorrente.
pela lei n9 8.078, de ii de setembro de iggo (Código de Defesa
do Consumidor) aplica-se ao comércio eletrônico que por sua Imagine que José da Silva é dono de uma padaria de
vez deve se atentar aos seus ditames, inclusive prestando esquina e resolveu vender seu comércio. Assim, João de
informações, claras, precisas e sem entrelinhas com o intuito de Almeida, novo comprador começa a desenvolver a atividade

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econômica. i3) Cite algumas obrigações que sejam comuns aos Empresários.
i4) Para ser considerada Empresa de Pequeno Porte - EPP, a
José da Silva percebeu que seu chamado era para ser sociedade deve cumprir qual requisito essencial?
dono de padaria, resolveu montar outra de ffente com a que i5) Cite dois documentos necessários para o registro das
vendeu para o ]oão de Almeida. Ora, isto jamais pode seguintes empresas: Empresário lndividual, Sociedade
acontecer, porque é concorrência desleal e, ainda, incorre em Limitada e Sociedade Anônima.
crime previsto no artigo ig5 da Lei das Contravenções Penais, i6) 0 que é e qual a finalidade da REDESIM?
com pena de 3 (três) meses a i (um) ano, ou multa. i7) 0 que deve ser anotado no livro mercantil "Diário''?
i8) 0 que é a JUCESP?
ig) 0 que pode acontecer com o exercício informal ou irregular
da empresa?
2.i8. Exercícios de Fixação 2o)Defina com suas palavras o que é Estabelecimento
i) Defina com suas palavras o conceito de Direito societário. Empresarial.
2) No histórico da Sociedade Empresária é possível afirmar que 2i) Qual a importância do nome empresarial?
o avanço se deu com o desenvolver das relações 22) 0 que é entendido por Ponto Comercial?
interpessoais? 23) 0 que são as Marcas para as Empresas?
3) Personalidade Jurídica está relacionada à que? 24) Trespasse é uma ferramenta a disposição do Empresário?
4) A Personalidade Empresarial afasta a individualidade dos Justifique.
sócios? 25)Com base no texto, defina o que é Estabelecimento
5) Qual o elemento essencial para a formação da Sociedade Eletrônico.
Empresária? 26) Cite um exemplo sobre Concorrência Desleal.
6) É possível diferenciar Sociedade de Capitais e Sociedade de
Pessoas? Defina.
7) Existem outros tipos de sociedades, além das de Capitais e de
Pessoas?
8) Porque a Sociedade Limitada é a mais comum e bem aceita
por nós Brasileiros?
9) Quando falamos em Sociedade Anônima, nos referimos desta
forma, pois não queremos demonstrar a ninguém que ela
exista? Do contrário, defina.
io) 0 que é a figura do Sócio?
ii) Quanto à responsabilidade dos Sócios, defina um conceito
com suas palavras.
i2) Para ser considerado Micro Empresa - ME, qual o requisito
essencial?

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0 cabelo grisalho é uma


coroa de esplendor, e se
obtém mediante uma vida
justa!

3. Regime Tributário
Antes de iniciarmos o conteúdo tributário, é necessária uma
abordagem, mesmo que superficial sobre o que é o Direito Tributário
que segundo (RUSCHMANN 2oog, p. 3) diz "Direito Tributário
representa claramente um sub-ramo do direito financeiro''.
0 Direito Tributário nada mais é que um dos ramos do
Direito Público que trata sobre os tributos, em todas as esferas de
governo, quer seja ele Municipal, Estadual, Federal e do Distrito
Federal.
Logo, para iniciarmos o estudo dos tributos, precisamos
primeiro desmistificar o ``mz.fo do z.mposfo''. Tratar este mito de que
tudo o que pagamos ao governo, em qualquer esfera, é um imposto.
Sempre ouvimos falar as seguintes ffases "nõo agu€nfo maz.s
pagar estes impostos", ``fiii tirar a 29 via do RG e acabei pagando mais
impostos'', ``Com tantos impostos cobrados pelos governos, quando
tenho que viajar, ainda tenho que pagar mais impostos nos pedágios".
Acredito que cansamos de ouvir tais alegações. De maneira
geral, essa afirmação não está adequada, pois tributo tem seu
conceito próprio, como veremos a seguir, porém o que realmente se
paga são espécies do gênero tributo.

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0 tributo se divide basicamente em lmpostos, Taxas e Para exemplificar esta situação, imagine que você perdeu seu
Contribuição de Melhoria, conforme previsão constitucional do documento de identidade, então deverá se dirigir até os órgãos de
Artigo i45 da Constituição Federa|56. emissão do referido documento para solicitar uma segunda via.
Evidente que outras possibilidades tributárias existem, mas Ao solicitar a segunda via, excepcionando estado de pobreza,
como o intuito é apenas uma noção geral, aplica-se neste caso, o atendente lhe entregará um documento de arrecadação de tributos
somente o artigo constante do parágrafo anterior. e dirá "vá afe' o banco c pague esta tax!.nha'', isso não é nada mais do
Assim, é necessária uma alusão aos três tributos elencados, que, realizar um pagamento pela emissão do documento, ou seja,
vejamos, o lmposto é um tributo de caráter genérico, pago ao ente você retribuirá os gastos que a administração pública teve para uma
federativo correspondente da previsão legal e sem contraprestação nova emissão do seu documento de identidade.
estatal específica. Perceba que outra pessoa não pode retirar a segunda via do
Assim, quando pagamos a espécie lmposto, do gênero seu documento de identidade, pois dele constará seu nome
Tributo, contribuímos para o desenvolvimento social de todos, completo, seu registro, sua filiação, data de nascimento dentre outros
contudo, podemos dizer então que lmposto é quando não existe dados. Assim, perceba que o seu RG57 não poderá ser utilizado, pois
uma contraprestação estatal específica para um indivíduo. está totalmente individualizado.

Então, quando o govemo se utiliza dos recursos disponíveis Se pudéssemos fazer um contraponto entre imposto e taxa,
diríamos que no pagamento do imposto, você não recebe nada do
que conseguiu arrecadar através dos impostos, ele não é obrigado e
entregar a você leitor, de forma individualizada, qualquer coisa. governo de forma individualizada, já na taxa, quando você paga,
Porém, para uma determinada coletividade ele tem obrigação legal estará recebendo alguma contraprestação do estado58 de forma
individualizada.
para tanto, quer seja construindo uma nova escola, formando novos
policiais, ampliando ações sociais de erradicação da pobreza, quer Quando chegamos através do Direito Tributário ao estudo do
contratando novos fiincionários públicos. Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado, Simples Nacional e
Não posso dizer então que uma escola construída próximo a Micro Empreendedor lndividual, falamos na verdade sobre Regimes
sua residência é exclusivamente sua, pois foi por meio dos impostos Tributários.
que aquele governo a construiu e o beneficiado é toda a coletividade, Regimes tributários, por sua vez, são responsáveis por regular
uma rua, um bairro, uma cidade, entre outros. o enquadramento fiscal das Pessoas Jurídicas devidamente
constituídas conforme descrito nos capítulos anteriores, em todas as
Já na ]Ê=Ea, existe uma contraprestação estatal específica, ou
seja, quando você paga este tributo está retribuindo ao govemo suas especificidades.
recebedor algo que lhe foi entregue ou no mínimo foi deixado a sua
disposição.

56 Art. i45. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir


os seguintes tributos: I - impostos; 11 - taxas, (...) e 111 - contribuição de melhoria, = RfsgÉ:o° ç:rqduf=t:de;:#::::., podendo ser união, Estado, Distrito Federal e
decorrente de obras públicas. Município.

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11 - Revenda de Combustíveis - i,6 %;


}.i. Lucro Real
111 - Serviços de Transportes Gerais - i6,o%;
0 lucro real é o mais complexo de todos, uma vez que esse
'egime é normalmente adotado por empresas de maior porte ou com IV - Serviços de Transportes de Cargas - 8,o%;
Ltividades complexas, pois carregam grandes anotações de despesas V - Serviços em Geral - 32,o%;
)u são obrigadas a adotar esse regime por determinação legal, mais
)recisamente no artigo 5° da lei n9 8.54i, de 23 de dezembro de igg2. VI - Serviços Hospitalares - 8,o%;

Vale salientar que o lucro real é apurado com base no lucro VII - Intermediação de Negócios - 32,o%;
íquido do período de apuração, conforme autorizados por lei. VIII - Administração, Locação ou Cessão de Bens e Direitos de
Embora qualquer empresa possa optar pelo Lucro Real, deve- Qualquer Natureza, incluindo-se os imóveis - 32,0%.
}e verificar seu lucro líquido está inferior a 32%, caso contrário não Em suma, os níveis de tributação supracitados são os
iá vantagens explicitas, uma vez que a escrituração contábil deve ser inerentes ao Lucro Presumido. De toda sorte, é uma modalidade
'igorosa, pois somente aquelas despesas que estão devidamente simplificada de tributação do lmposto de Renda.
:omprovadas, poderão ser consideradas para fins de dedução ou Um critério importante a ser observado é que o limite é de R$
:ompensação.
48.ooo.ooo,oo (quarenta e oito milhões de reais) ou
proporcionalmente aos meses de constituição da empresa no ano-
calendário anterior de R$ 4.ooo.ooo,oo (quatro milhões).
}.2. Lucro presumido Diante disso, se uma empresa foi constituída em agosto, a
No tocante ao Lucro Presumido, pode ser vantajoso para proporção é de R$ 48.ooo.ooo,oo / i2 meses X 4 Meses (que são os
empresas cujo lucro seja superior a 32% do faturamento bruto. faltantes para o encerramento do ano) = RS i6.ooo.ooo,oo. Assim, a
empresa constituída em agosto, não poderá ultrapassar o teto de i6
Isso acontece em virtude de que, para maior parte das
milhões para estar enquadrada neste regime.
=mpresas, a base de cálculo dos impostos é 32% sobre o faturamento
bruto, base presumida.
A apuração, nesse regime, impacta o lmposto de Renda -
Pessoa Jurídica (IRPJ) - i5% (quinze inteiros por cento) sobre os 32% 3.3. Lucro Arbitrado
(trinta e dois inteiros por cento) do faturamento bruto. Entendo que o Lucro Arbitrado não possa ser uma opção,
Sobre o valor excedente, há um adicional de io% calculado uma vez que é determinada sua aplicação pelo Sujeito Ativo da
5obre o que houve em excesso; e Contribuição Social sobre o Lucro obrigação tributária, mesmo porque, só acontece quando estão
Líquido (CSLL) de 9% (nove inteiros por cento) sobre 32% (trinta e presentes alguns requisitos, conforme explicitado abaixo, tudo
lois inteiros por cento) do faturamento bruto. conforme o Regulamento do lmposto de Rendas de iggg em seu
artigo 53o, a saber:
Como os valores oscilam, abaixo a tabela das atividades:
I - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar
I - Atividades Genéricas - 8,o %;

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evidentes indícios de ffaudes ou contiver vícios, erros ou deficiências


que a tornem imprestável para: identificar a efetiva movimentação
3.4. Simples Nacional
financeira, inclusive bancária; ou determinar o lucro real; 0 Simples Nacional é o regime tributário adequado para as
Micro Empresas, conhecidas como ME, e para Empresas de Pequeno
11 - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária
Porte, estas conhecidas como EPP.
os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou deixar
de apresentar o Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a A inclusão nesse regime acontece em virtude de seu
movimentação financeira, inclusive bancária, quando optar pelo enquadramento com base na receita bruta anual, determinado pela
lucro presumido e não mantiver escrituração contábil regular; Lei i23 de i4 de dezembro de 2oo6.
111 - o contribuinte opta indevidamente pelo lucro presumido; A ideia central na elaboração da lei se deu em virtude de
diminuir a carga tributária, desburocratizar a formalização das
IV - o comissário ou representante da pessoa jurídica
empresas, fomecer beneficios fiscais, previdenciários e trabalhistas as
estrangeira deixa de escriturar e apurar o lucro da sua atividade
ME e EPP.
separadamente do lucro do comitente, residente ou domiciliado no
exterior; Para fazer a distinção do que é ME e do que é EPP, devemos
levar em conta os parâmetros da lei i23/o6, quais sejam: de RS o,oo
V - o contribuinte que não mantiver, em boa ordem e
até R$ 36o.ooo,oo a empresa está enquadrada no Simples Nacional
segundo as normas contábeis recomendadas, Liwo Razão ou fichas
utilizadas para resumir, totalizar, por conta ou subconta, os por ser Micro Empresa.
lançamentos efetuados no Diário; e Ato contínuo, para ser considerada Empresa de Pequeno
Porte, a receita bruta anual deverá ser superior a R$ 36o.ooo,oo até o
VI - o contribuinte que não mantiver escrituração na forma
teto de R$ 3.6oo.ooo,oo.
das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações
financeiras exigidas pela legislação fiscal, nos casos em que o mesmo Aqui se aplica a mesma regra para o Lucro Presumido, uma
se encontre obrigado ao lucro real. vez que para empresas constituídas no ano-calendário anterior a base
será proporcional à quantidade de meses faltantes para o
Além dessas condições as pessoas jurídicas, que possuam suas
encerramento do ano.
filiais, sucursais ou controladas no exterior, ou seja, em país diverso
do nacional e não dispuserem de sistema contábil que permita a Assim, uma ME que nasceu em agosto deverá tomar como
apuração de seus resultados, terão os lucros decorrentes de suas base o teto de R$ 36o.ooo,oo / i2 meses X 4 meses (que são os
atividades no exterior determinados, por arbitramento, segundo as faltantes para o encerramento do ano) = RS i2o.ooo,oo, logo, para se
disposições da legislação brasileira (conforme artigo 59 da lnstrução enquadrar no Simples como ME, não poderá ter receita bruta
Normativa da Secretaria da Receita Federal 2i3/2oo2), sendo que sua superior a RS i2o.ooo,oo no ano-calendário anterior.
apuração é trimestral. Do mesmo modo com uma EPP criada em agosto, pois deverá
tomar como base o teto para EPP de R$ 3.6oo.ooo,oo / i2 meses X 4
meses (que são os filtantes para o encerramento do ano) = R$
i.2oo.ooo,oo no ano-calendário anterior.

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Um diferencial deste regime é no que tange aos outros oficio, necessitar de um ajudante, este poderá contratar até i (um)
tributos pagos a entes federativos diversos. Uma vez recolhido o fiincionário, pagando até um salário mínimo ou ainda o salário
tributo, a divisão será para a União, no caso do |P|59, CSLL6°, previsto em convenção ou acordo coletivo da categoria.
P|S/PASEP6], COF|NS62 e INSS63. Para o Estado, o ICMS e para
Esta modalidade é recente, sendo criada pela Lei ng i28, de
Município o ISS, conforme o caso.
ig/i2/2oo8, que criou condições especiais para que o trabalhador
Com isso a gestão tributaria da ME e da EPP tomou-se um conhecido como informal possa se tornar um MEl legalizado.
diferencial para que os empresários que estavam irregulares se
Diversos são os beneficios concedidos pelo governo àqueles
formalizassem com os beneflcios da lei.
que se formalizarem, por exemplo, as seguintes pontuações:
obtenção de CNPJ, Emissão de Notas Fiscais, Isenção do lmposto de
Renda, PIS, COFINS, Ipl e CSLL; Auxílio Maternidade, Auxilio
3.5. MEI - Micro Empreendedor lndividual Doença, dentre outros beneficios.
Tentando alcançar o maior número de formalizações de Contudo pagará um valor fixo mensal destinado à Previdência
trabalhadores autônomos irregulares, o governo federal implantou Social e ao ICMS ou ao ISS dependendo do ramo de atividade, .quer
uma sistemática diferenciada para abranger profissões de A a Z, seja, Comércio, Indústria ou Serviços.
desde Abatedor de Aves até um Vinagreiro.
Os valores mensais são atualizados com base no salário
Com essa formalização, o govemo conseguiu aumentar sua mínimo que geralmente corresponde em média a 6% (seis por cento).
arrecadação, fornecendo em contrapartida, uma legalização com
beneficios atrativos para os optantes. Vale salientar, que o MEl já está inserido na REDESIM do
governo federal, pode se formalizar até via i.nfemef no Portal do
0 Microempreendedor lndividual - MEl é a pessoa que Empreendedor64.
trabalha sem chefe, ou seja, que no seu próprio oficio, trabalha por
conta própria, se tornando um pequeno empresário.
Como nos regimes tributários mais complexos, aqui segue a
mesma regra quando tratamos sobre valores permitidos, uma vez que 3.6. Exercícios de Fixação
para ser um MEI, é necessário faturar no máximo R$ 6o.ooo,oo i) Oqueélmposto?
(sessenta mil reais) por ano equivalente mensal de cinco mil reais. 2) OqueéTaxa?
Se o pequeno empresário MEI, para o desenvolvimento de seu 3) O que é contribuição de Melhoria?
4) 0 que é Regime Tributário?
5) Sobre qual lucro é apurado o Lucro Real?
:Ic=::sitbou::i:eso?::aiustoobsr:nod:::::liLZíaqdu:ã.o 6) Quais os valores permitidos às empresas para se enquadrarem
6] Programa de lntegração Social - PIS destinado ao empregado do setor privado e no Lucro Presumido?
Programa de Formação do Patimônio do Servidor Público - PASEP, destinado aos 7) Quando ocorre a inclusão de uma empresa no regime
:2mcpor=tg:S::çÊ:i::çF:npí:t]iíac:.entodaseguridadesocid.
63 instituto Nacional da Seguridade Social. 64http://www.portaldoempreendedor.gov.br/

96 97
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tributário ``Lucro Arbitrado''?


8) 0 que é o Simples Nacional e qual a possibilidade de se
enquadrar neste Regime?
9) 0 Micro Empreendedor lndividual possui vários requisitos
para sua constituição. Cite dois destes requisitos. As palavras agradáveis são
como um favo de mel. São
doces para a alma e trazem
cura para os ossos!

4. Técnicas para criar Contratos


Comerciais

No desenvolver dos empreendimentos empresariais, mais


precisamente no setor de comércio, os contratos são realizados sem
mesmo percebermos que isto acontece.
Analisemos em rápidas passagens um dia de uma pessoa
comum em um dia comum. Ao iniciar o dia, o indivíduo vai até a
padaria para aquisição de pães, (acaba de fazer um contrato de
compra e venda de pães), quando foi ao trabalho pegou um táxi e
pagou a corrida (acaba de fazer um contrato de prestação de serviços
de transporte), no almoço, foi a um restaurante (acaba de fazer um
contrato compra e venda de alimentos ou até mesmo uma prestação
de serviço de fornecimento de alimentos). Incrível, não? Nem acabou
o dia e já fizemos vários contratos.
Porque isso acontece? É fácil entender se pensarmos que o
Contrato comercial, em regra geral, não possuiu uma forma definida,
sendo possível inclusive ser verbal. Não é assim no caso dos
pãezinhos, do táxi, do almoço?

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EE ELIASBRiTODELiMA

Evidente que para alguns contratos, como o de Compra e objetos em geral etc. Não se pode, por exemplo, vender um terreno
Venda de lmóvel, de Seguro, de financiamento, os de Adesão, são na lua, ou uma casa em marte. Estes itens não são possíveis, então
obrigatoriamente realizados por escrito. não podem ser negociados.
Como rol de contratos com obrigatoriedade de ser por escrito Evidente que alguns outros requisitos são necessários para a
não é extenso, a grande maioria é realizado de forma que nem formação de um contrato comercial, como por exemplo, capacidade
percebemos. civil, o preço, dentre outros, porém aqui, basta o que escrito está.
Evidente que para a elaboração de um contrato, precisamos É importante ressaltar que mesmo nos contratos mais
analisar as regras contidas no Código Civil Brasileiro, uma vez que é o simples, quer ele escrito ou não, os contratantes devem obedecer,
instrumento legal que rege as relações contratuais. além das disposições no Código Civil, às determinações legais do
As técnicas básicas para a elaboração de um contrato devem Código de Defesa do Consumidor, que é ferramenta importante para
equilibrar as relações de consumo.
passar por alguns critérios, senão vejamos: Acordo de vontades,
objeto lícito ou não defeso em lei e que também seja possível.
Se o interlocutor conseguir atender a estes critérios, bom
caminho percorreu, porém vamos tentar entender estes requisitos. 4.i. Cláusulas
Acordo de vontades: este acordo é necessário, uma vez que Nos contratos comerciais, as clausulas são de livre expressão,
ninguém é obrigado a contratar com quem não quer, ou seja, não se ou seja, se é por acordo de vontades, basta elencar como estão
pode obrigar, em regra geral, o outro a contratar. A menção é em dispostas estas vontades que acaba se criando as próprias clausulas.
regra geral, pois a doutrina entende que o Seguro Obrigatório do Em linhas gerais, Cláusulas são condições impostas aos
DPVAT65 é um tipo de contrato em que não se tem a opção de decidir contratantes e que poderão ser questionadas ou ainda, exigidas seu
se quer ou não contratar este seguro, é obrigatório e pronto. Mas em cumprimento forçado através de processo judicial se for o caso.
linhas gerais, o acordo de vontades é o início para a celebração de um
É comum a inserção, se a vontade é mais de um ou de outro,
contrato.
ou mesmo ser um contrato pronto66 que existam clausulas abusivas.
Objeto Lícito ou não Defeso em Lei: Objeto lícito é tudo Neste caso, o Código de Defesa do Consumidor está para combater
aquilo em que é admissível negociar. Já o Defeso em Lei é aquele em tais artificios prejudiciais para um ou para outro.
que a própria lei diz ser proibida a sua comercialização, como, por Assim, a elaboração de cláusulas deve ser cautelosa, não ao
exemplo, compra e venda de entorpecentes. Não pode ser objeto de
contrato de compra e venda nenhum tipo de drogas, salvo aquelas ponto de prejudicar e sim o de proteger ambos os contratantes.
permitidas em lei, como é o caso dos medicamentos. Observe ainda que as cláusulas, apesar de serem livres, não
Quando pensamos no objeto, também é necessário que este poderão atentar contra as Leis de qualquer esfera de governo.
seja possível de ser negociado, como por exemplo, imóveis, carro,

65 Seguro contra os Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via


66 contrato de Adesão.
Terrestre.

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EE ELIASBRiTODELiMA

L.2. Normas que Regulam os Contratos


=omerciais
Os Contratos Comerciais estão regidos por todas as leis
.plicadas às empresas, que são uma infinidade, porém as principais 0 sábio de coração é
ão: considerado prudente; quem
ffla com equilíbrio promove
«S» Constituição da República Federativa do Brasil, de o5 a instrução!
de outubro de ig88;
•:» Código Civil Brasileiro - Lei n9 io.4o6, de io de janeiro
de 2oo2;
<» Código de Defesa do Consumidor - Lei n9 8.o78, de ii
de setembro de iggo;
•S» Código Penal - Decreto-Lei 2.848, de o7 de dezembro
de ig40; 5. A Evolução da Legislação Ambiental
<» Código Comercial - Lei 556, de 25 de junho de i85o.
Para cada questão do contrato, uma lei poderá ser utilizada A evolução da Legislação Ambiental Brasileira trouxe
)u embasada nela, considerando então que todo o regramento considerável conquista para os ideais de proteção. Tanto é que a
}rasileiro poderá ser utilizado nas relações contratuais comerciais. Constituição Federal, em seu artigo 225, alerta que todos nós temos
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e que em nós
está o dever de preservar e conservar o meio ambiente, para o uso
.3. Exercícios de Fixação comum da presente e das fiituras gerações.
É cediço que por volta do século XV167, surge a primeira lei de
i) Qual (is) o(s) regramento(s) principal (is) para elaboração de
um contrato comercial? cunho ambiental no Brasil como o Regimento do Pau-Brasil, e no
2) Quais os requisitos mínimos para elaboração de um contrato decorrer da história do Brasil, outras leis vieram para a proteção das
comercial?
florestas, mais adiante a proteção dos rios, nascentes, a condição para
ocupação do solo, que curiosamente ocorre no mesmo ano do Código
3) Os contratos comerciais devem ser escritos ou verbais?
Comercial de i85o.
4) Qualquer cláusula pode ser criada e inserida em um contrato?
5) Os contratos são normalmente regidos por quais leis? Depois disso, tudo vem se aperfeiçoando, trazendo inclusive
as reservas florestais bem como já em ig34 o surgimento do Código
Florestal pelo Decreto n9 23.793, de 23 de janeiro ig34, substituído
então pela Lei n9 4.77i, de i5 de setembro de ig65 que também foi

67 por volta de i605.

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revogada pela lei em vigora n9 i2.65i, de vinte e cinco de maio de


2012.

Diversas outras leis surgiram para melhorar o meio ambiente,


para tornar nossa temporária estadia aqui na Terra mais salutar.
0 orgulho vem antes da
É importante registrar que se cada um de nós tornarmos uma destruição; o espírito altivo,
pequena decisão em fomentar o desenvolvimento ou o sentimento antes da queda!
ambiental, nossos filhos e filhas terão, num fiituro próximo, maiores
beneficios ambientais que nós. Pense nisso!

5.i. Exercícios de Fixação


i) 0 que a Evolução da Legislação Empresarial trouxe para o
Brasil? 6. Código de Defesa do Consumidor.
2) Somos responsáveis para o desenvolvimento destas
legislações ambientais?
0 Código de Defesa do Consumidor foi instituído pela Lei
3) Como podemos promover condições para um mundo
melhor? 8.o78, de ii de setembro de iggo e foi um grande avanço para a
proteção do consumidor bem como para a conscientização para o
consumo e para o fornecimento de mercadorias e serviços.
Este regramento foi considerado, à época, revolucionário, poÍs
os grandes fornecedores que estavam acostumados a desrespeitar o
consumidor e nada sofferam, e acabaram se tornando alvo de
demandas judiciais e modificando o tratamento dispensado aos
clientes.
Antes de adentrarmos nos subitens proposto pelas Bases
Tecnológicas, é necessário fazer um distinção das nomenclaturas
usualmente conhecidas no Direito do Consumidor.
Por primeiro precisamos entender quem é o Consumidor.
Para isso, precisamos nos socorrer da disposição legal conforme
artigo 2g da lei, senão vejamos; ``Consumz.dor e' £oda pessoa flsz.ca ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário
ftnar,.
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EE ELIASBRiTODELiMA

0 texto de lei é bem fácil de compreender, pois como já é simples, pois os entes públicos quando colocam em circulação
[onhecemos o que é pessoa fisica (item i.2.) bem como pessoa mercadorias e serviços são responsáveis por eles, como acontece com
iurídica (item i.3.), então basta saber que são estas pessoas as o fornecimento de água e energia elétrica, que são concessão de
possíveis de adquirir ou utilizar produtos ou serviços. serviços públicos, neste caso, devem submeter-se ao CDC.
De todo esse contexto, o que faz a diferença entre ser ou não Fomecedor Privado é o que mais comumente apresenta-se
ser Consumidor, é o fato desse serviço ou produto ter a destinação nas relações consumeristas, quer seja uma padaria, um açougue, um
final no próprio consumidor. Se assim não for, se uma pessoa quer supermercado, um restaurante, um cinema etc.
fisica ou jurídica, adquirir um produto ou serviço e não for o
Quando falamos em Fornecedor Nacional fica também muito
destinatário daquele bem, para todos os efeitos legais, deixará de ser claro que falamos das pessoas que estão devidamente instaladas no
consumidor e não terá o amparo proposto pelo CDC68. território nacional e sejam Brasileiras. Já o lnternacional é aquelas
Em resumo, para ser considerado Consumidor, é necessário pessoas em que cuja nacionalidade é estrangeira, porém com
que o destinatário final do bem ou serviço seja a própria pessoa. representação formal e instalada no território Brasileiro.
A lei, em seu parágrafo único equipara ao Consumidor uma Da mesma forma que quando a lei fala sobre os Entes
coletividade de pessoas, quer possuam ou não relação entre elas, mas Despersonalizados está se referindo as pessoas jurídicas de direito
que estão dispostas em relação de consumo perante um fornecedor. privado irregular ou ilegal, ou ainda aquelas que não se submeteram
ao registro formal da empresa.
Já que falamos de fornecedor, precisamos também
compreender a sua terminologia. 0 próximo passo é entender o restante do artigo, que faremos
0 artigo 39 do mesmo diploma legal diz: ``Fomecedor e' foda com a singela ajuda de nosso velho e amigo dicionário Aulete e
Valente (2ol3) :
pessoa ftsica ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de •S» Produção: Tudo o que é criado, feito, gerado;
produção, montagem, criação, construção, transfiormação, •:» Montagem: Operação de reunir as diversas partes ou
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos peças de um conjunto, dispositivo, mecanismo etc.,
Du prestação de serviços" . para que fiincionem;
Para identificarmos a figura do fomecedor, que é a pessoa que <» Criação: Ação ou resultado de criar, de fazer existir
Íaz a contraposição com o consumidor é necessário separarmos da algo que não havia, ou de desenvolver, dar nova
mesma forma como fizemos com o Consumidor. feição ou uso ao que já existe;
<» Construção: Ação, processo, modo ou arte de
Por primeiro, a questão de a pessoa ser fisica ou jurídica já elaborar, de criar, de constituir;
não importa detalhar, pois já temos este conceito em mente e nos <» Transformação: Mudança de uma forma em outra;
itens i.2. e 1.3.
<» Importação: Ação ou resultado de importar; compra
Quando à lei trata de ser fornecedor o ente Público, a questão de bens ou serriços de outros países. ``(...)
transfierência de mercadorias entre países (Kieedí
2ol2);
Código de Defesa do Consumidor.

106 107
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

<» Exportação: Venda de mercadorias, produh.N im


•w vi`'. ., t`ste não poderá atentar nem contra sua vida, nem contra sua
outros países, estados, regiões etc.;
•:» Distribuição: Ação ou resultado de distribuir; wi\ilt., i`i`m contra a sua segurança, ressalvados aqueles que embora
•S» Comercialização: Processo de intermediação imm w iwi".`ii` (razer algum maleficio, os beneficios são superiores, como
nHu'i't` c'om os antibióticos que, apesar de ser eficiente contra as
produtor e o consumidor que consisit. ®ni liilf.t'``t`it`s no organismo, ele destrói também os micro organismos
disponibilizar os bens e serviços produzid(", ii.
lwum t` que, também precisamos.
forma, tempo e local em que o consumid{ir i.ii.|i
disposto a adquiri-los, e que envolve distiiliul`.^w, I)esse modo, o que se protege é um bem maior, mesmo que
marketing etc. •.ii. llii` cause uma reação adversa. Neste caso, não se aplicaria este
l,.l -i, ivo legal.
Desse modo, verificamos todos os itens constanim ih
descrição de Fomecedor do Código de Defesa do Consumi{lw ^ De toda sorte, em regra geral, os produtos e serviços deverão
seguir, veremos alguns direitos dos Consumidores, bem cmu " iilii.i lt.t`er este inciso.
deveres dos Fornecedores. 11 - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
iNu.Iui.is e serviços, asseguradas à liberdade de escolha e a igualdadç nas
.,,,,',.,,'ações;

6.i. Dos Direitos Básicos No inciso 11: quanto à educação e divulgação sobre o consumo
nili..iu.`do dos produtos e serviços, os fornecedores não poderão
Não podemos analisar os direitos básicos sem .uii®. uiiiii ii', desinformar, impedir ou atrapalhar o correto entendimento
atentarmos para o artigo 69 do CDC, que trata especificamente stilim
ilu ('onsumidor em todos os aspectos, inclusive, com base na
o assunto. Não tem este subitem à finalidade de esgotar o assiii`iii,
1 il`it.tição (informação), decidir perante dois ou mais produtos ou
apenas um relance necessário para se contextualizar os Dir..li" i uiitlições, aquela que mais lhe apraz, não podendo o fomecedor
Básicos do Consumidor. i i il lit.r-lhe esta liberdade.
Vamos então analisar inciso por inciso para que fique cl."u . 111 - a infiormação adequada e clara sobre os difierentes produtos e
que você consiga exigi-los de seus fornecedores: ``Arf. 6g São di.r.//" •rwiços, com especificação correta de quantidade, características,
básicos do consumidor: imiiiiiosição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
I - a _proteção da vida, saúde e segurança contra os ri*i .... No inciso 111: a partir do momento em que o Fomecedor
proyocados por p:áticas no fiornecimento de produios e :erviços consideruil" t`oltique a disposição do Consumidor qualquer produto ou serviço,
perigosos ou nocivos; il..vi.rá oferecer informações adequada e clara sobre os diferentes
No inciso 1: 0 mais importante dos incisos é o em comeiiiti, i».Üdutos e/ou serviços, com especificação correta de quantidade
uma vez que apresenta em seu bojo o bem maior que é a proteçãt] th ({iui`r quilos, metros, unidades entre outros) bem como suas
vida. •..u'.`cterísticas com a devida composição, qualidade e preço, bem
Assim, sempre que o fornecedor colocar a disposição dü •.iiino sobre os riscos que apresentem sempre observando o lnciso I
Consumidor, mesmo aqueles nocivos ou perigosos, produto " i li i i'eferido artigo 6g.
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,

109
ELIAS BRITO DE LIMA LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

m.é.todes cemerciais coercitivos ou desleais, bem como contra i.i.úiiiii.. . ('oletivo é um grupo determinado de pessoas, envolvidas por
cláusulas abusívas ou impostas no fiornecimento de produtos e servíço*
iil«uin motivo específico. Por exemplo, todo diabético toma o
No inciso IV: a publicidade enganosa ou abusiva é aqLit.IA .iii iii.iilit..`i`iento contínuo ``tal'', e este medicamento causou danos aos
que o Consumidor, seduzido por uma informação muitas voiü i.,i. it.iiii`s. Sabemos que existem muitas pessoas diabéticas, que
incompleta e visando uma oportunidade, geralmente finai`t'.lm, ii ini,iiii inedicamentos contínuos, porém não é toda a população que
acaba por ser enganado pelo chamariz da publicidade engdiii.m . •t i li.`lii'.i ica, então não atinge a todos.
abusiva. Essa prática é totalmente vedada pelo CDC.
0 Difiiso é o grupo geral, todos nós reunidos, pois não é
Ainda no mesmo inciso, as praticas e clausulas abusiv.i ii`i in imlvi`l estabelecer de forma individualizada quem faz ou quem não
aquelas impostas no fornecimento de produtos e serviços é na #i..inil. lw it.`i'Le de um determinado grupo. Podemos citar o exemplo de
esmagadora maioria, nula69 de pleno direito. nnm t.t7ntaminação de um rio por alguma empresa. Vejamos então
V - a modificação das cláusulas contratuais que estab..I(``." iiui. t) dano existe, porém não é possível determinar quem foi
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fiatos supervciilriii.. iM i.iu{licado, pois muitos foram prejudicados.
que as tornem excessivamente onerosas; VII - o acesso aos órgãos judiciários e admiristrativos com vistas
No lnciso V: neste caso, se o Consumidor for parte eiii iiiii •\ i.i...w.nção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
contrato, e houver cláusulas que coloque o consumidor em con{ll`'^n • ..I..i iv.is ou difiisos, assegurada a proteção Jurídica, administratíva e técnica
desfavorável ou ainda que se estabeleça condição desproporc'io"I, •im iii'c.essitados;

terá o consumidor, direito de modificar tais cláusulas, uma vez tim i. No inciso VII: apesar de conter palavras como proteçõo
prejudica o consumidor, mesmo que tenha consentido, pu.lM'l /.ii./i/i.c`a, proteção fe'cni.ca, o entendimento é bem simples. 0 governo
requerer a devida alteração. nn tiualquer esfera disporá de condições necessárias para que os
Pode ainda o Consumidor requerer, ti`i.r i i ii`"midores sejam atendidos tanto administrativamente, como é o
administrativamente, quer judicialmente a revisão de seu co]ii i'.`i« i .ii.i dos PROCON, bem como acesso aos órgãos judiciários, como
em virtude de fatos posteriores que torne o cumprimento ilu |ui.Í..`do Especial Cível -JEC ou a justiça comum para a defesa de seus
contrato grandemente desproporcional financeiramente. 'l''.(`itos.

VI_ - a efietiva prevenção e reparação de danos patrimoniuh . VIII - a fiacílitação da defiesa de seus direitos, inclusive com a
morais, individuais, coletivos e difiisos; iiw..i`são do ônus da prova, a seu fiwor, no processo civil, quando, a critério do
iiil.i., fior verossímil a alegação ou quando fior ele hipossuficiente, segundo as
No inciso VI: se o Fornecedor causar danos ao Consumi{ltir, r.y ras ordinárias de experiências.,
mesmo que ultrapasse a esfera patrimonial e entre na esfera mordl,
No inciso VIII: este é um dos principais direitos que chamo de
em ambos os casos, é obrigatória a indenização tanto individutil ®
lit.iieficio ao consumidor, pois facilita sobremaneira a defesa de seus
coletiva como difiisos.
(lil'C)itos.
Neste contexto, é necessário compreender o que é ü
indenização pelo Coletivo e o que é pelo Difiiso. 0 primeiro item a ser analisado é a z.nversão do ônus da prova.
'I`tidos nós sabemos que quem diz ter o direito de alguma coisa,

69Quenãoéválido,quenãopossuivalorlegal,deveseranulado. tlt.verá provar, sob pena de ser mera alegação, e, assim, não há direito

110 111
ELIAS BRITO DE LIMA LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

amparado. IX - (Vetado) 7i ;

Contudo, na maioria esmagadora das vezes, i"m fl X -a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral."
Consumidor, a tarefa de provar o seu direito fica pr.iii.'.iiiwii|. No inciso IX: é interessante, pois coloca a prestação dos
impossível, pois geralmente estamos diante de Fornecedoi.t`,i iiw .|ii wivi`.m públicos em geral como Direito do Consumidor. Desse
grandes potências econômicas e o Consumidor automtiti{'.wiwiii. iiiiiilq *e a prestação dos serviços públicos não for adequada ou não
ficará em grau de desvantagem para provar o seu direito. liii..iii t``icazes, poderá então pleitear seus direitos evocando o CDC
Prevendo isso, o CDC7° veio neste inciso para equilihi..ii' ®.i.i imi'.` xti.` proteção.
desigualdades, imputando ao Fomecedor a responsabili.l.`.h i|. Com isso, finalizamos esta primeira parte dos direitos básicos
provar que não causou o dano. Para exemplificar isso, vt.j.iiiiu. ii ilu ( `iii`sumidor. Veremos a seguir alguns detalhes acerca de outras
exemplo seguinte: João foi até uma grande rede de hiperm..H`A.lii l im.Ni l~l[-s consumeristas.
adquirir uma TV de LCD. Chegando a sua casa, verificou qut. A .ii.
TV não veio com o controle remoto, inclusive constava da iti`ttiirl.
embalagem que o controle era parte integrante do produto.
(i.2. Da Qualidade de Produtos e Serviços
Se dirigindo até ao Fornecedor e alegando tal circumi.1i`i.l.,
alegou que não era possível uma TV vir sem o controle rt.ii`iiiii Primeiro, faremos um paralelo do que é Produto e do que é
lnconformado com a resposta, João decide procurar seus dirciiii. m h.,.viç'O.

justiça. Mas, não conseguirá provar que sua TV veio sem c.t)i`ii'iil. Quando falamos em produtos, tratamos de qualquer bem
remoto, pois é evidente que todos os televisores vêm com con(rtilf., i'tiliit'ddo à disposição ao mercado consumidor, quer seja ele móvel
Em face à discussão, o Consumidor perante o Fornecedtii. ®iil " imóvel. Outras definições ainda são possíveis, porém
em pé de desigualdade, pois é muito diflcil provar que a TV veiu Nwii rxtm` plificaremos algumas.
controle remoto. Do que é mais comum temos, os gêneros alimentícios, os
Desta forma, este inciso permite ao juiz, inverter o ôn" .1. imtlutos de higiene e limpeza, os medicamentos, os
prova, ou seja, o hipermercado deverá provar que enviou o conii'.il. t.lt`i i'odomésticos, vestuário, os de informática, os livros, os móveis,
remoto juntamente com a TV, se não conseguir provar, deverá wr M i'asas, os apartamentos etc. Lembre-se que não são somente estes,
condenado ao ressarcimento do valor de um controle remoto, .ih`iii " Seja, é apenas um exemplo de tantos outros possíveis.
dos danos morais, se ]oão sofi'eu. Perceba então a importância {lt.Ni. Os Serviços por sua vez são aqueles que da mesma forma, são
inciso para a defesa dos direitos dificeis de serem provados. t.iilticados à disposição dos Consumidores, exemplo, os de pedreiro,
Fica evidente que o Consumidor é h].possufici.entc, s..iii m tle pintura, os de dentistas, os farmacêuticos, dentre outros, porém
condições financeiras perante a grande rede de hipermercados t. . wt.mpre excetuando os de caráter trabalhistas, regidos pela
sua alegação vcrossi'".J, ou seja, parece ser verdadeira. ( 't insolidação das Leis do Trabalho - CLT.

" Vetado é aquele que foi rejeitado, neste caso, pelo Presidente da República, por se
7° Código de Defesa do Consumidor. i i..`iar de lei federal.

112
ELIAS BRITO DE LIMA LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

Desta forma quando então falamos sobre qua]itl.«li., fi.|£ ^ seguir, faremos algumas distinções sobre os danos
deverá recair sobre o fornecimento, tanto de Produt(i# iimM3 i« iiin i.`iiii`nte ditos, os Materiais e os Morais, lembrando que o tema
Serviços. ilt] H`ii.u'.`ção de danos é profiindo, porém faremos uma abordagem
Importante ressaltar que a alínea ``d" do inciso 11 do .`i'ilH« ¢ Midii NHi]erficial pelo fato da quantidade de conteúdo tratado neste
1 nniii(miinte Curricular.
do CDC é claro em dizer que o Governo tomará medidas adi.iiiidil*
para proteger a garantia dos produtos e serviços com ii.itlrôü
adequados de qualidade, ou seja, são cuidados extrem{]s iiw i
governo deveria fornecer aos Consumidores para que a qualid.`(h i.H Íi. i.i. Danos Materiais
realmente o diferencial de um ou de outro produto ou serviç{]. Os danos materiais, segundo definição do Professor Nunes
Uma vez um aluno me trouxe uma questão que tinha ti('.`lmi|ü \Nun``* 2,oo6, p. 67) "é aquele que atinge o patrimônio jurídico
de comprar um celular de última geração, pagando em torno {lt. ilii|i i.iiii..i`itil e pessoal do consumidor"
mil reais e na semana seguinte foi lançado outro celular mill`iw' .1¢ Percebemos que estes danos atentam contra os bens que o
que o dele no valor de dois mil e quinhentos reais e ele me pei.Huiiiiiti i iin"midor possui, quer seja ele móvel ou imóvel. 0 dano está
se isso não era um problema de qualidade do seu celular? liH,.il(i intimamente a um prejuízo causado em decorrência de
No que envolve problema de qualidade não há o qu.. W iiiili';..`ção ou não de um produto ou serviço adquirido através das
mencionado, pois pelo fato de outro produto melhor entr.ii' iw i ..ln`'t~)es Consumeristas.
mercado, mesmo que seja em substituição ao anterior, i`itlti Para exemplificarmos, veja que se o Consumidor comprou
conforme preconiza o parágrafo 29 do artigo i2 do CDC, ao dizei' iiii.i u" geladeira, se presume que em condições normais, será utilizada
"0 produto não é considerado deftituoso pelo fàto de outro de m..Iliiw
iim drmazenar produtos perecíveis, porém, se a geladeira explodir,
qualidade ter sido colocado no mercado''. Asstm, no caLso ÜaLrid`i iNii ili.Hi i'uindo a casa do Consumidor, haverá um dano material efetivo,
este aluno, foi orientado no sentido de que não houve um probl.`m
i i.iH*Ível de ser indenizado.
de qualidade e sim uma evolução telemática.
No tocante ao dano pessoal, a questão se apresenta mais
Cada empresa responsável pelo Produto ou pelo Serviç{i é ii t li.t'unspecta ou com relevância tal por tratarmos de questões de
responsável para atentar quanto à qualidade do mesmo, porém o i.u'icle ou de vida. Mas, da mesma forma que o dano material sobre
Consumidor deverá fazer sua parte e verificar se o produto ati-iid. uin bem deve ser indenizado e reparado, mais ainda será o dano
aos requisitos de qualidade para fazer valer seu direito. itil.i'ido no próprio corpo do Consumidor. Isto tende a ser mais
',`ll'vante.

Contudo, o juiz que conduzirá o processo de reparação de


6.3. Prevenção e reparação dos danos •l.mos levará em consideração a proporção do dano produzido bem
t'iiino o valor de sua reparação, embora esteja adstrito ao constante
Quanto à prevenção e reparação dos danos, no item (i,i
discorremos acerca da efetiva prevenção e reparação dos danos, qucr •h pedido e das provas carreadas no processo.
individual, quer coletiva ou difiisa. De toda sorte, não são apenas os danos materiais os

114
ELIAS BRITO DE LIMA LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

indenizáveis, são também os morais que veremos no próximti ii .`iii ou má-fé);


<» A capacidade econômica do ofensor e do ofendido;
<» Punição exemplar e que cause ao ofensor um
6.3.2. Danos Morais sentimento de que poderá ser novamente punido por
outros casos e não retome a cometer o mesmo ilícito.
Os Danos Morais são aqueles não patrimoniais, H.`ti iqi
decorrentes da intimidade, privacidade, honra, individii.illihil., Estes são apenas alguns exemplos, pode, todavia, o
sentimento, dor, humilhação, dentre outras possibilidades. iiiúHi*irado julgar sobre suas próprias convicções, evocando ou
*l,"i.`i`do estas e outras possibilidades.
Este instituto sempre foi defendido no Brasil desde it)iíi . iiMi
os casos de homens que dormiam com mulheres virgens deptii» i`Iii Para finalizar a questão da reparação dos danos, é prudente
queriam casar-se, conforme o já revogado Código Civil de i()i(`, ®iii
imH.illar que pode ocorrer que ao mesmo tempo em que ocorra um
seu artigo i.548, porém sempre com aplicação tímida. il.`iiii inaterial, o dano moral por si só já está constituído.

Atualmente, o Dano Moral é bastante difiindido e o br."llt.mi Imaginemos o caso acima da geladeira que explodiu a casa.
está cobrando mais seus direitos em qualquer área esfer.`, "|. ^li'.in da indenização pela perda da casa com todos os seus pertences,
patrimonial, seja moral. É isso aí, rumo a um país mais j"iu . if.i..` .iinda o Consumidor uma indenização pelos danos morais que se
equilibrado. •t iiii.`m a perda de um imóvel.

0 complicado é definir quanto vale uma indenizaçãti iMif


dano moral. 0 que é justo? 0 que é adequado? 0 que supre a ol'..ii"l
Dificeis questões o juiz deverá responder. (i.4. Princípio da Proteção
Porém na fixação pelo magistrado no quanto se thv. 0 princípio da proteção está ligado ao critério da Saúde e da
indenizar, ele no mínimo leva em consideração alguns dos aspt.{`iiii li.Hiirança. 0 que é interessante entender é que por expressa previsão
abaixo, senão vejamos: li.H.il do CDC diz que os produtos e serviços colocados no mercado
•S» 0 que foi ofendido (honra, personali{l.`th, tlt` consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos
sexualidade, sentimento, etc.); t'tM`sumidores.
•:» A pessoa do ofendido e suas condições econômicas; Cabe observar, que a própria lei faz ressalva quanto aos
<. A pessoa do ofensor e suas condições econômicas; in.i)dutos e serviços perigosos, e com riscos, porém considerados
<» A intensidade do dano moral soffido, deixando tl. iitirmais e previsíveis em decorrência de sua natureza e uso,
lado os exageros (é comum se exagerar i`{ii ulirigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as
acontecimentos tentando aumentar o dano i.t..tl iní'ormações necessárias e adequadas a seu respeito.
produzido); Isto é comum de percebermos com a utilização de
•S» A dimensão que tomou a ofensa (se houve veículti tl.
ii`edicamentos, pois mesmo que ele apresente alguma reação
comunicação envolvido, como rádio, TV, jornal, et('.);
•S. Existência de intenção do ofensor em prejudicar (dtilo iiialéfica ao corpo, seu uso é considerado normal são previsíveis
i`lgumas condições prejudiciais, pois se busca a cura de uma

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ELIAS BRITO DE LIMA LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

enfermidade maior. lsto é o que geralmente acontece com o recaJJ, epressão em


Não à toa os medicamentos possuem suas bulas, c(ii).`'/ iw iiwm* tiue quer dizer ``chamada ao retomo" ou "chamada de volta'',
fornecer informações adequadas e precisas para cada tipo de uHii, iii.i i.iimento pelo qual o fornecedor convoca os Consumidores, pois,
^lwni problema foi identificado com o produto após ele ter sido
Tanto Saúde quanto Segurança, veremos a seguir. i i il. i...`tlo a disposição do Consumidor.
Neste caso, não poderá haver nenhum custo ao Consumidor.
6.4.i. Da saúde e da segurança \ii iitii' exemplo, uma montadora de veículos colocar à disposição do
1 iMi"midor e este veículo precisar trocar um parafiiso, deverá
Quando tratamos da Saúde e da Segurança menci{ii`.iii`" i iiiw{icar o Consumidor para a troca. Todavia se for necessário trocar
sobre assuntos intimamente unidos pelo seu contexto, inc'liiilw
iiiilm as peças do veículo, este deverá convocar o Consumidor para a
porque a própria lei também o dispôs de maneira conjunta. iwm e nenhum centavo deverá ser cobrado do consumidor, pois o
Em seu artigo g9 do CDC e seguintes, o texto de lei deixti t`IA«i 1. n`i it`t'edor é o responsável pelos prejuízos.
que basta que o produto seja potencialmente nocivo ou perigi"ii | Se, do exemplo acima, antes do recaJJ da troca de um
saúde ou segurança, este deverá informar, de maneira osten#iw .
adequada, todas estas condições e o que fazer em caso de acidt.i`i- iMml'uso, e este veículo soffer algum acidente, em virtude deste
ou superdosagem. iiml'uso, estará o fornecedor obrigado a reparar os danos materiais e
iiitii.dis que houver.
A lei vai mais longe ao imputar ao Fornecedtii' i
responsabilidade sobre colocar no mercado de consumo produit) iiu
serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocivi{htl.
ou periculosidade à saúde ou segurança sem as devidas precau``Õ®i, Íi.5. Responsabilidade de Produtos e
ou seja, se apenas souber, ou ainda mais longe, se não souber, i"i *l.rviços
deveria saber, é imputado a este a responsabilidade sobre a Saútl.. p .
Segurança. Cuidou o CDC de designar a responsabilidade de produtos e
m.viços e o fez do artigo doze até o artigo vinte e cinco.
Incrível saber que temos no Brasil leis como essa e que apt`iid.
o povo não sabe delas, pois se soubessem teríamos fornecedtM'®i A responsabilidade se apresenta de duas formas, a primeira
comprometidos com o consumidor e não e tão somente vincul.`tl" iM'lt} Fato do Produto ou Serviço, a segunda pelo Vício do Produto
aos ganhos comerciais desenfteados. ", Serviço.

A lei visa a integral proteção à saúde e à segurança {lo Í Nos itens a seguir esta definição e suas distinções ficarão
t`videnciadas.
Consumidor, vinculou ao fornecedor a responsabilidade de que, t'.`Mi
coloque um produto ou serviço em circulação e posteriormt`iii.
souber por qualquer meio que aquele produto ou serviço apresiii`i.
periculosidade, deverá, comunicar imediatamente suas expem.", Í..5.i. Pelo Fato
através de TV, rádio, televisão, os consumidores.
Quando nos referimos ao Fato, vamos analisar quem tem a
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

responsabilidade conforme previsão legal: o fabricante, o prt]tliii ui , ii


construtor e o importador.
Estes respondem pelos defeitos decorrentes de seu pr{}jt.i ii, il.
fi.5.2. Pelo vício
sua fabricação, construção, montagem, fórmulas, manii7ul.i\!Âii, Da mesma forma que a responsabilidade pelo Fato se dá, pelo
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem ctiiiii ) iw Vl.`iti obedecemos às mesmas condições, porém o que os diferencia
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utili'Í..``..1n . •Àu .`queles produtos ou serviços que os tornam impróprios ou
riscos. ii`.itlt.quados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o
v''',,,..
Nesse caso, independente de se o Fomecedor quis (ni nlii
causar o dano, ou seja, mesmo se agiu com culpa, deverá indc.iii'/"ii' ii É importante mencionar as duas condições, a primeiro é que
Consumidor. ii. ii}i'nou impróprio ou inadequado para o consumo, a segunda é que
ll`t-tliminuam o valor.
Então a responsabilidade pelo Fato do produto, está lig.`il.i dw
produto Defeituoso. E quando será defeituoso o produto? Para elucidar estas diferenças, um exemplo para cada um é o
li,wi.inte. Por exemplo, João adquiriu um aparelho celular .com
A resposta é simples, será quando não oferecer a segui'.ii``'*
illvt.rsos recursos tecnológicos. Ao chegar a sua casa e utilizar o
que dele legitimamente se espera, ou seja, quando compramtiN iiiii i'i.liilar percebeu que todas as fiincionalidades tecnológicas
celular, esperamos que ele faça e receba chamadas. Qu.`i`ilii
l``iiit'ionavam menos fazer e receber chamadas.
compramos um eletrodoméstico, é no mínimo razoável que elc' it.iilw
condições de ser utilizado para aquilo que se destina. Neste caso temos um produto com vício, pois se tornou
i imtlequado ao consumo.
Quando tratamos da qualidade no item 6.2. ressaltamos {iw ii
fato de outro produto, ainda que mais modemo, ter sido laiit',iil.., No segundo exemplo temos que João adquiriu um veículo em
não significa que o anterior tenha problema de qualidade, bem {'tMiiii uiii.` agência de automóveis e o processo de documentação demorou
também não pode ser considerado defeituoso pelo fato de ouii.ii il. iim vinte dias.
melhor qualidade ter sido colocado no mercado. Depois do prazo, foi designado o dia para retirar o veículo,
0 fabricante, o construtor, o produtor ou importadoi. imii iiu.mdo então João percebeu que o veículo estava sem motor. Neste
poderão ser responsabilizados quando conseguir ser provado qu.. iiaii t',ixo, pela ausência deste item, o veículo soffeu uma diminuição em
colocaram o produto com defeito no mercado, ou que, embora ii.iilii ",`u valor.
colocado o produto no mercado, o defeito inexiste, ou a culii.` 1 Assim, o Fomecedor deverá obedecer aos seguintes prazos,
exclusiva do consumidor ou de terceiros.
ii.ii'ágrafo primeiro do artigo dezoito do CDC:
Nos casos de prestação de serviços, será responsabilizado ii..lii •:» Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta
Fato quando não fornecer a segurança que o consumidor dele püil® dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à
esperar. Evidente que em cada caso concreto, deverá ser analisatl.` . sua escolha:
responsabilidade do Fomecedor. b A substituição do produto por outro da
mesma espécie, em perfeitas condições de

120 121
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

uSO; Nos serviços as condições são equivalentes, sempre que


b A restituição imediata da quantia ii.wA, iit'tirrer o Vício, a critério do Consumidor exigir a re-execução dos
monetariamente atualizada, sem prejuí.;m (1. w..i'viços, sem custo adicional, a restituição imediata da quantia paga,
eventuais perdas e danos; i iit )netariamente atualizada e o abatimento proporcional do preço.
b O abatimento proporcional do preço. Cumpre ressaltar que, independentemente de saber ou não, o
Quem decide as condições acima é o CONSUMIDOR e ni\ti ii hii'necedor dos vícios que seu produto ou serviço tenha, será
fornecedor. i't.sponsabilizado perante o Consumidor.
Cabe ressaltar, que o consumidor poderá negociar c-tiiii ii Como vimos, nós Consumidores, temos uma ferramenta
Fomecedor este prazo, desde que não seja inferior a 7, nem sui}t.i'lur liiii)ortante em nossas mãos, capaz de trazer relevantes avanços no
a iso dias. .`mbito do consumo no Brasil.
Quando tratamos de alimentos, será responsável perai`it. u Diversas outras disposições estão contidas no Código de
consumidor o fornecedor imediato, exceto quando for l;`t'll l )..fesa do Consumidor. Veja, olhe, critique, pesquise, leia o CDC e
identificar que o produziu. Contudo, a própria lei elenca os pro{luiii. Mi i.` força de consumidor aumentará consideravelmente.
impróprios para uso e consumo, senão vejamos:
•:. São impróprios ao uso e consumo:
b Os produtos cujos prazos de validade esit.j.ii.i 6.6. Disposições Gerais das Praticas
vencidos; ('omerciais
b Os produtos deteriorados, alterd{lii.,
adulterados, avariados, falsific'a tl { ", 0 CDC disciplina algumas questões importantes para as
corrompidos, ftaudados, nocivos à vida tiii t i..`Iações de consumo, com a intenção de dar proteção ao consumidor
saúde, perigosos ou, ainda, aqueles ciii {iue está geralmente em desvantagem perante o fornecedor que além
desacordo com as normas regulamentart`N tl. {li. deter o produto ou serviço, geralmente detém o poder econômico.
fabricação, distribuição ou apresentação; Evidente que as questões devem ser submetidas ao crivo da
b Os produtos que, por qualquer motiv{], w tliica conforme preconiza o ensino de Sá ( 2oog, p. io5) ao elencar
revelem inadequados ao fim a que x. "iudo o que provém do caráter já fiormado sob as condições da gênese
destinam. t`/i.ca,. e' ato de vontade'', ou seja, o fornecedor acima das leis deverá
Nestes casos, a fim de proporcionar um equilíbrio ii..m i t`i' conduta ética.
relação o Consumidor poderá optar por ter o abatim..i`i{i Assim, analisaremos a oferta, a publicidade, as práticas
proporcional do preço, ou complementação do peso ou medida tni . .`I]usivas, a cobrança de dívidas, dos bancos de dados, SPC, SERASA,
substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ti`i i iiclusive as possibilidades de imputação de sanções administrativas
modelo, sem os aludidos vícios, ou ainda a restituição imediat.i .lA .`i is fornecedores.
quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de event ti.`l*
perdas e danos.
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

I - exigir o cumprimento fbrçado da obrigação, nos termos


•I.i n.|.erta, apresentação ou publicidade;
6.6.i. Da oferta No inciso 1: a opção não é do fomecedor e sim do
Toda oferta publicada, deverá ser precisa, indepen{hiii¢ ilii t `t ii`sumidor que poderá exigir o cumprimento forçado da obrigação,
meio de publicidade, obrigando o fomecedor que fizer tran*iiili ii i.| i i itl{i conforme o anúncio veiculado.
informação a cumprir suas promessas. 11 - aceitar outro produto ou prestação de serviço
Sempre que estiver diante de uma oferta, tanto de prt}{liiin " riiuivalente;
serviço, faça uma breve análise e verifique se as informaçõi.H i..iAii No inciso 11: se o Consumidor estiver diante de uma situação
corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portugues.` .i.lw i`ni que for impossível o cumprimento do inciso 1, poderá aceitar
suas características, qualidades, quantidade, composição, i.m`.i, tiuii.o produto ou sewiço que seja equivalente. Por exemplo, se foi
garantia, prazos de validade e origem, bem como as {iti.. w .iiiunciado uma TV LG de LCD 32" a um valor de R$ 3oo,oo e quando
apresentem risco no consumo, que isto esteja bem transparenit.. u ('onsumidor chegar à loja, dentro do período de validade da oferta,
Parece dificil analisar esta quantidade de itens eiii wiii itii{lerá exigir o cumprimento do inciso 1, do contrario, se as TV's LG
produto, porém, se o fizéssemos rotineiramente, sempre tt`i'l.wii«. it'.`baram, poderá então aceitar uma TV SAMSUNG de LCD 32", pois
produtos melhores e fomecedores mais responsáveis. H.1ti produtos equivalentes.
De outra forma, com certeza já ouviu fàlar que .ilHiióiii 111 - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
mandou algum produto para conserto e foi informado que nãt7 i iiil`* rv..ntualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
peça de reposição! Isto é um absurdo, considerando tiu.. w. No inciso 111: se o cliente já pagou o produto, poderá rescindir
fabricantes e importadores deverão assegurar a disponibiliddd.. il. {i contrato e o fomecedor deverá devolver o valor devidamente
componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabri{`.i``Àii uirrigido, inclusive se lhe causou algum dano, quer seja material ou
ou importação do produto. iiioral, será obrigado a restituir. Faça valer seus direitos!
Mesmo depois de cessada a importação ou fabricaçã<i tl.
determinado produto, o fornecedor ainda assim, deverá mantei. ..iii
tempo razoável estas peças em estoque. 6.6.2. Da publicidade
Neste diapasão, esta parte do texto merece ser grifada .'{Mii lntimamente ligado com a oferta, o CDC faz uma rápida
marca texto, pois é aqui a diferença em conhecer o CDC e se pmw .ibordagem da publicidade.
por mais um comprador, pois consumidor que é Consumidor, pi...w A publicidade deve ser tão fácil e clara que basta o
pelos seus direitos, exige o cumprimento daqueles a quem .` hl {.tmsumidor olhar para ela que de imediato identifique que se trata
obriga. tle uma publicidade.
No artigo 35 do CDC, se o fornecedor de produtos ou servi`.iii Do contrário, o CDC tratará este fornecedor como um agente
RECUSAR cumprimento à oferta, apresentação ou publicidad.., ii {le publicidade enganosa ou abusiva, que é proibido por lei.
{'onsumidor poderá, altemativamente e à sua liwe escolha:
Necessária então, uma distinção sobre o que é enganosa e o
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

que é abusiva. No texto de lei, enganosa é qualquer modali{lmla il. iii'.\i it`a abusiva, passível de condenação criminal de três meses a um
informação ou comunicação de caráter publicitário, in(..im iiii iiiii tli-detenção e multa. Isto é proteção ao consumidor.
parcialmente falsa, ou seja, basta um pedacinho de informaç'.lu lAlü Fique atento e não deixe que isso caia no desuso pela pressa
que leve o Consumidor a erro, já está caracterizada a enganaçãü. .` ,' i(l iana.

Por outro lado, abusiva é a publicidade discriminatórh il. 11 - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na
qualquer natureza, a que incite à violência, o medo, a supersii`'.`ii, i •. `iiiii medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de confiorridade
inexperiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou .itiwl. i.iiiii os usos e costumes;
capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma preju{llt`l.|
No inciso 11: ora, se o fornecedor possui em estoque o produto
ou perigosa à sua saúde ou segurança. •. iião vender ao consumidor também é prática abusiva, salvo se
Neste caso, o abusivo está ligado aquilo que é preju.lit.iitl | li.iiiver a condição expressa, clara e visível da limitação por pessoa
saúde ou a segurança, inclusive no âmbito moral, conf`tn'iii. ii.u'ti atender o maior número de consumidores. Exemplo é quando se
verificamos no item 6.3.2. it.iii a promoção de Leite Longa Vida nos supermercados,
Assim, a publicidade é um instrumento eficiente e efi(..i./, Aii i `i iiidicionado a i2 unidades por pessoa.
Fornecedor, porém deve ser comedido, respeitando as condiçõcH ili i. Se esta restrição for comum a todos, e estiver e]plícito com
Consumidores. lt`i i.as garrafais, então o fornecedor poderá restringir quantidade além
ilt} descrito.
111 - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia,
6.6.3. Das práticas Abusivas iiiialquer produto, ou f iornecer qualquer serviço.,

No mesmo espírito da publicidade o CDC trata das práiit`." No inciso 111: é comum verificar que geralmente recebemos
abusivas do artigo 39 a 4i, e fornece elementos suficientes para qu.. ti t.in nossas residências aquilo que não pedimos. Exemplo do cartão de
Consumidor se proteja de tais práticas. t'i'édito que recebemos com o indicativo, ``está bloqueado bastando
ligar para desbloqueio". Com credito batendo a nossas portas, fica
Vejamos então o que o Código trata como prática abusiva:
I;icil sermos seduzidos por tal artimanha do fornecedor, porém saiba
I - condicionar o fiornecimento de produto ou de serviço uÜ {iue isto é Pratica Abusiva.
flornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causu, u
limites quantitativos; A lei ainda no parágrafo único diz que se houver algum envio
No inciso 1: propõem condicionar o fornecimento de produi(i i]ara a residência, sem solicitação é amostra grátis.
ou serviço a outro produto ou serviço é a conhecida venda casada t]u IV - prevalecer-se da ftaqueza ou ignorância do
ainda a casadinha. consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou
condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
De toda a sorte, é importante que haja esta proteção por pam
do CDC, uma vez que se precisássemos adquirir um saco de cimenit}, No inciso IV: o CDC protege ainda, e no meu entendimento
o fornecedor condicionasse este produto com a venda de um saco d® de forma honesta, o Consumidor não letrado, o consumidor sincero e
areia, mesmos sem que precisássemos, estaríamos diante de uma ignorante, incluindo-se o de grande ou pequena idade, saúde e

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LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE]
EE ELIASBRiTODELiMA

condição social. Do contrário, é pratica abusiva. Ili.iiHileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho
N.i.`ional de Metrologia, Normalização e Qualidade lndustrial (Conmetro);
V - exigir do consumidor vantagem manifiestu"iii.
excessiva; No inciso VIII: o texto é claro ao dizer que os produtos e
NH'viços colocados à disposição, deverão atender todas as normas
No inciso V: por si só o texto é elucidativo, porém viw ii
i t'.t'nicas aplicáveis.
fornecedor de vantagens sobre o consumidor, o que o texto aprt.#t.iii.
é que não se pode ser manifestamente excessivo. IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços,
ilii.c.tamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento,
VI - executar serviços sem a prévia elaboraçã.i il. i...Hsalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação
orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadu* .ii •Iiiila pela Lei n9 8.884, de ii.6.1994)
decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
No inciso IX: é comum vermos em reportagens televisivas
No inciso VI: parece mais que evidente que ninguém prt.#i.`i`A .`lguém se passando por mendigo, porém com dinheiro e tenta entrar
um serviço sem que haja autorização do Consumidor, contudo st. l"ii ``m algum restaurante para comer, e, é impedido pela segurança,
acontecer é considerada Prática Abusiva. ii`esmo demonstrando, o suposto mendigo, que possui recursos para
VII - repassar infiormação depreciativa, refierente ci iii\. i}.`gamento imediato. Isto é Pratica Abusiva além de preconceito,
t l iscriminação entre outros.
praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
No inciso VII: é muito vasto, porém gostaria de ati.i`iAi' X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
apenas a um aspecto através de um exemplo. Imagine que `iii` ( Incluído pela Lei n9 8.884, de ii.6.igg4)
consumidor adquira em uma loja de roupas em um Shoppi.ny, Ü No inciso X: não é prática comum se ver, porém em postos de
quando percebeu que a roupa estava manchada, voltou para reclan`di' {'ombustíveis, a prática é mais corriqueira, pois da noite para o dia os
seus direitos. Depois de muito debater, o fomecedor trocou a i]t.``Á valores são àlterados sem um justo motivo aparente, portanto,
defeituosa. i]roibido pelo CDC.
Noutra oportunidade o consumidor vai à loja ao lado ¢ xJ72
adquiri outras roupas, porém o primeiro fornecedor chamou o XII - deixar de estipular prazo para o cumprimen±o de sua
gerente e disse que este consumidor é barraqueiro e se tiver alguiii t.brigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo
problema com a roupa o consumidor voltará e fará trocar a pii`'.i critério.(Incluído pela Lei n9 9.oo8, de 2i.3.igg5)
defeituosa. No inciso XII: toda obrigação assumida deve conter os prazos
Neste caso, o Consumidor não fez mais do que escrito esi.`, a ela inerentes, que para iniciar que para se finalizar. Então quando
fez valer seus direitos. Quanto ao primeiro fomecedor, este podi.i..t adquirir alguma coisa que necessite de prazo, já na assinatura do
ser condenado ao pagamento de danos morais em virtude de difam.`i` contrato ou na formalização do mesmo, deixe claro todas as datas
o Consumidor. para cumprimento.
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto t.`i XIII - aplicar fiórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofici(ih
competenfes ou, se normas específicas não exístíTem, pela Associaçàti 72 Transformou-se em incis0 XIII.

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LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

ontratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei n9 9.87o, de 23.ii.ig99) Sempre ouvimos que uma dívida prescreve em 5 (cinco) anos,
•` isto não é uma verdade, pois a previsão consumerista trata de
No inciso XIII: grandes são as discussões e na vertl.`i
Hi i uação parecida.
uridicamente vale o que está escrito e o que assinaram {iii i
ispositivos da lei. 0 que acontece é que por expressão previsão legal, as
.`iiotações nos bancos de dados só permanecerão por prazo de até 5
Neste caso, entendo que o que vale são os dispositivos .l.i 1
m detrimento do contratualmente estabelecido, uma vez qut. (.`nos). Então não é a dívida que prescreve e sim a anotação no SPC e
tí l.: RASA conforme veremos a seguir.
ontratos também devem se submeter ao crivo da lei. Portantt.,
neu entendimento, formulas ou ajustes, somente o legal. Todos os bancos de dados darão informação gratuita de
líirma clara em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
No caso de prestação de serviços, se o fornecedor envi{iii n
t.tinsumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas.
onsumidor orçamento, este tem validade de no mínimo io (tl..'i
1as. Lembre-se que a inclusão nos bancos de dados será precedida
{lii comunicação ao Consumidor sobre este fato.
Cabe a nós ficarmos atentos a tudo que nos cerca, pois iiitl
s dias fazemos um contrato de consumo com algum fornecedor. Da mesma forma que existe os bancos de dados contra os
l'onsumidores, os Fornecedores também possuem banco de dados
t`onstituídos de reclamações fiindamentadas contra fomecedores de
•6.4. Da Cobrança de Dívidas i)rodutos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A
tlivulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo
É fato que o fornecedor pode utilizar de quaisquer meios p.` l'ornecedor, geralmente administrado pelos PROCON's73.
a cobrança de uma dívida do consumidor, porém deve ficar ateniti
algumas condições.
Mesmo que o débito exista, o consumidor em nenhui" 6.6.6. SCPC
hipótese poderá ser exposto ao ridículo, nem será submetidti A
0 Serviço Central de Proteção ao Crédito - SCPC, mais
qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. conhecido como SPC, é hoje administrado pela Boa Vista Serviços, e,
0 Fornecedor deverá sempre ficar atento em suas cobrançt é o órgão responsável pela gerência do banco de dados do
pois se cobrar o Consumidor por alguma dívida já paga, este te consumidor, com mais de 35o milhões74 de informações comerciais
direito de cobrar o valor da dívida em dobro, bem como as correçtl sobre os consumidores e 42 milhões de registros de transações entre
e juros legais. empresas.
Segundo informação da própria empresa, são mais de 2oo
milhões de consultas por mês aos seus clientes e consumidores,
6.6.5. Dos Bancos de Dados dando subsídios capacitados para a tomada de suas decisões de
Os bancos de dados são importantes instrumentos
pesquisa para concessão de crédito ao Consumidor. Ferrame 73 Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor.
necessária para equilíbrio financeiro do Fornecedor. 74 http://www.boavistaservicos.com.br/quem-somos/

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EE ELIASBRiTODELiMA

:gócios e comerciais. I)efesa do Consumidor, não deixe de ler, pesquisar, anotar, faça valer
Seu direito de Consumidor e ``não abandone a sabedori.a, e eJa o
•6.7. SERASA rirotegerá; ame-a, e ela cuidará de você" (.NV\ 2oo3).
SERASA não é uma sigla e sim a denominação de ui"
npresa responsável por bancos de dados dos consumidores e w
=dica sua atividade à prestação de serviços de interesse geral. 6.7. Exercícios de Fixação
Tanto o SCPC quanto o SERASA são entidades tim.
i) No momento da entrada em vigor do Código de Defesa do
lministram banco de dados dos Consumidores, contudo, o SERAS^
Consumidor - CDC, como foi considerada esta legislação em
mantido em seu bojo por instituições financeiras e o SPC pc`IdN
virtude de trazer novos conceitos sobre o tema?
;sociações comerciais e prestadoras de serviço em geral, mi"
2) Qual a definição de consumidor?
Ldependentemente do que acontece em um banco de dados, o noii.t.
D devedor pode aparecer em ambos. 3) Qual a definição de Fornecedor?
4) Descreva e defina quatro direitos Básicos do Consumidor.
5) É possível fazer a distinção entre Produto e Serviço?
Justifique.
.6.8. Sanções Administrativas 6) Quais os Danos podem ser reparados nas relações
Os Fomecedores que não cumprirem rigorosamente m consumerista?
'eceitos esculpidos no CDC estarão sujeitos aos rigores das sançõt" 7) É possível um fornecedor ser condenado em indenizações por
Lministrativas. danos morais?
8) Defina com suas palavras o princípio da Proteção.
As sanções podem ser de Multa, Apreensão do produto,
utilização do produto, cassação do registro do produto junto a(i 9) Dentro das proteções do consumidor, a Saúde e a Segurança
'gão competente, proibição de fabricação do produto, suspensão dt. são os fimdamentais? Justifique.
io) Sobre a responsabilidade do fornecedor nos Produtos e
rnecimento de produtos ou serviço, suspensão temporária dt.
Serviços, analise a questão pelo Fato e pelo Vício, trazendo
ividade, revogação de concessão ou permissão de uso, cassação dt`
com suas palavras o conceito de cada um.
:ença do estabelecimento ou de atividade; interdição, total ou
n) Quanto às práticas comerciais defina a Oferta.
Lrcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade, intervenção
i2) A publicidade é livre e incondicional?
Lministrativa, imposição de contrapropaganda.
i3) 0 que são Praticas Abusivas?
0 rol é longo justamente para que desestimule os i4) 0 fornecedor pode cobrar de todas as formas o consumidor
rnecedores a tratarem com desdém os Consumidores. inadimplente? ]ustifique as possibilidades.
Vale salientar que a pena de multa será proporcional com a i5) 0 que são os Bancos de Dados de Consumidores?
'avidade da inffação, se levada em conta a capacidade econômica do i6) 0 consumidor inadimplente pode ser inscrito no SPC e
mecedor. SERASA? Quem são estes órgãos?
i7) 0 fornecedor que deixar de honrar suas obrigações poderá
Com isso, concluímos as anotações referentes ao Código de
sofi'er quais Sanções Administrativas?

132 133
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE

Memor é o homem paciente


do que o guerreiro, mais vale
controlar o seu espírito do
que conquistar uma cidade!

7. Conclusão

Conseguimos abordar todas as bases tecnológicas, que são


impostas pelo Componente Curricular Legislação Empresarial.
Se você chegou até aqui é porque já aprendeu sobre: Noções
de Direito, Direito Empresarial, Direito Societário, Direito Tributário,
Direito Contratual, Direito Ambiental e Direito do Consumidor.
Espero que tenha resolvido os exercícios propostos e que eles
caiam na Avaliação, quer do ig quer do 2g bimestre. Muitas foram às
horas de preparo e disposição para que você encontrasse um
pequeno manual da sua base tecnológica e ainda, levasse do seu
curso técnico uma pequena lembrança de uma matéria tão
importante quanto o Direito.
Leia sempre este livro antes de suas aulas e pergunte ao seu
professor se alguma coisa não ficou tão clara quanto deveria, pois
com certeza ele terá grande satisfação em responder suas questões,
em virtude de que você se preparou para isso.
Se tiver alguma dúvida sobre seus direitos e seus deveres
tanto como fiituro empreendedor ou mesmo como consumidor,

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LEGisLAÇAOEMPRESARIAI EE
EE ELIASBRiTODELiMA

±leia os tópicos de Direito do Consumidor, com certeza, será tlt.


rande valia.
Obrigado pela paciência em ler a integralidade deste livrti,
8. Referência Bibliográfica
orém tenho certeza que com a ajuda de Deus e nosso Senhor ]esm
:risto, você será um sucesso, creia nisso.
ALMEIDA, ]oão Batista de. ManuaJ de Di.i'ei.fo do Consumi.dor.
De tudo o que aqui escrito está, é o inteiro pensamento desit. São Paulo: Saraiva, 2oio.
utor.
AULETE, Francisco J. Caldas; VALENTE, Antonio Lopes dos
Sucesso!!!75e76
Sa;n+os. Dicionário contemporâneo da língua portuguesa Caldas
AUJcfe. Hamílcar de Garcia, 2oi3.
FERREIRA. Aurélio, Buarque de Holanda. Novo Di.ci.onári.o
Aure'J].o - Se'cuJo XXI. Versão 3.o. São Paulo: Editora Nova
Fronteira, 1999.
BARROS, iuice Monteiro de. Curso dc D].rei.to do TrabaJho. São
Paulo: LTr, 20i3.
BECHARA, Evanildo. Modema Gramáti.ca Portuguesa. Rio de
janeiro: Lucerna, 2oo5.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Di.7'ei.fo Comerc].aJ. São Paulo:
Saraiva, 2007.
COSTA, ]osé Ma;riaL daL. Manual de Redação Profissional.
Campinas: Millennium, 2oo7.
DELMANTO, Celso, Roberto Delmanto, Roberto Delmanto
junior; DELMANTO Fabio M. de jumeida. Códi.go PenaJ
Comenfado. Rio de Janeiro: Renovar, 2oo7.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Di.rei.to C].vi7 Bras].Jei.ro. São
pauio: saraiva, 2011.
É evidente que nenhuma obra é perfeita. Se por ventura, encontrou algum
nperfeição, algLm assunto que gostaria de discutir, discordar, opinar, criticdr, Lei de lntrodução ao Código Cívil Brasileiro
ogiar, faça através do email elias.adv@gmail.com ou elias@ebl.adv.br.
No início de cada capítulo, existe um provérbio para você guardar em sua menti` i.
Jn£erpre£ada. São Paulo: Saraiva, 2oii.
u coração. Estes provérbios foram extraídos do Livro de Provérbios capítulo ió (` BONFIM, Edilson Mougenot. Di.rei.fo Ci.vi7 J. São Paulo: Saraiva,
}s versículos i6, 8, 28, 3i, 24, 2i, is e 32 respectivamente.
LEGisLAÇAOEMPRESARIAL EE
EE ELIASBRiTODELiMA

DIO. SABBAG, Eduardo. ManuaJ de Di.Í'e!.fo Tri.bufár].o. São Paulo:


. Dz.rez.fo Trz.bu£o. São Paulo: Saraiva, 2oog. Saraiva, 2012.
DTTORA SA::RA:NA. Códigos.. Civil, Comercial, Processo Civil e VENOSA, Sflv±o de Salvo. Direito Civil - Contratos em Espécie.
:onstituição Federal + Legilação Complementar. SãLo Pa[ulo.. São Paulo: Atlas, 2oo4.
araiva, 2011. Eh!enézer: até aqui nos aiudou o Senhor.
'ILHO, Nestor Sampaio Penteado. Manuaí de Dz.rez.fo
'ons£z.fucz.ona7. Campinas: Millennium, 2oo5.
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