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24/10/2012 – Especiais

Sensores nanométricos detectam gases poluentes na atmosfera

Por Fernando Cunha, de Cambridge

Agência FAPESP – Pesquisadores brasileiros e americanos estudam o


uso de dois materiais semicondutores – o óxido de cobre e o óxido de
estanho –, com alta sensibilidade e seletividade para detecção de gases
poluentes, no desenvolvimento de sensores nanométricos para
monitoramento ambiental.

A divulgação ocorreu no dia 22 de outubro durante o segundo simpósio


da FAPESP Week 2012, realizado no Instituto de Tecnologia de Cientistas da Unesp e do MIT sintetizam
e testam óxidos semicondutores
Massachusetts (MIT), em Cambridge, nos Estados Unidos. nanoestruturados para uso em sensores
de gases voltados ao monitoramento
ambiental (foto:F.Cunha)
Os resultados apresentados são fruto do projeto "Avanços em óxidos
semicondutores nanoestruturados para sensores de gás",
apoiado pela FAPESP.

A pesquisa é coordenada pelo americano Harry Tuller, do Departamento de Ciências de Materiais e


Engenharia do MIT, e pelo brasileiro José Arana Varela, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp)
e diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.

“Além da escala nanométrica (bilionésima parte do metro), que confere mais sensibilidade ao semicondutor,
outros fatores também são importantes para a definição desses materiais”, contou Varela.

Segundo o pesquisador, testes feitos no MIT mostraram que diferentes formas de estruturação de partículas
dos semicondutores podem levar a grandes mudanças na condutividade elétrica e, portanto, alterar a resposta
dos materiais em contato com os gases. “Nosso próximo passo é explicar por que a morfologia é tão relevante
nesse processo”, disse.

A equipe estabelecida na Unesp com a criação do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de


Materiais Cerâmicos – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP – tem grande
capacidade para sintetizar materiais e preparar amostras, contou Varela.

No MIT, a equipe de Tuller tem grande experiência com nanossensores, habilidade para caracterizar os
materiais e conta com um sistema muito bem controlado para analisar até oito amostras ao mesmo tempo.

“Sinergia é a palavra-chave para descrever nossa colaboração”, afirmou Tuller. “As interações pessoais e a
capacidade de transferência mútua de competências específicas entre os dois grupos permitiu, em curto
espaço de tempo, avanços reais em relação ao tipo de materiais desenvolvidos e interpretação de fenômenos,
o que abriu novos caminhos para a pesquisa”, completou.

Desde o início de 2011, a integração entre as equipes dos dois países tem sido produtiva. Um artigo foi
publicado no Advanced Funcional Materials, periódico de alto impacto, e outros estão em fase final de
revisão e de preparação.

FAPESP Week 2012

Inaugurada em Toronto, Canadá, no dia 17 de outubro, a FAPESP Week 2012 continua nesta semana com
outros dois simpósios nos Estados Unidos. No dia 22, o evento se deu no MIT, em Cambridge. No dia 23 foi
realizado o encontro no Brazil Institute, ligado ao Woodrow Wilson International Center for Scholars, em
Washington DC. No dia 24, o evento será na West Virginia University, em Morgantown.

A programação inclui a exposição Brazilian Nature – Mistery and Destiny, sobre a biodiversidade brasileira,
inaugurada no Museu do MIT em 22 de outubro. A mostra também será exibida na Universidade de West
Virginia.

No contexto das comemorações do 50º aniversário, a FAPESP Week 2012 é a segunda rodada internacional
de encontros para promover a aproximação entre pesquisadores com produção destacada em suas áreas de
atuação, discutir pesquisas em andamento e a elaboração de novos projetos cooperativos. A primeira edição
do evento ocorreu em Washington, de 24 a 26 de outubro de 2011.

As programações e mais informações sobre os eventos estão disponíveis em


www.fapesp.br/week2012/northamerica.

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