Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

Avanços Nanotecnológicos: Impactos Ambientais e Futuras Aplicações dos


Nanomateriais

Orientadora: Profa. Márcia A Silva Spinacé


Orientado (a): Enrique da Cruz

Santo André
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

Avanços Nanotecnológicos: Impactos Ambientais e Futuras Aplicações dos


Nanomateriais

Orientadora: Profa. Márcia A Silva Spinacé


Orientado (a): Enrique da Cruz

Curso: Projeto dirigido

Santo André
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 03
1.1 Características 03
1.2 Aplicações 04
2. MÉTODOS DE PRODUÇÃO DOS NANOMATERIAIS 05
3. IMPACTOS DOS NANOMATERIAIS NO MEIO AMBIENTE 05
4. MEDIDAS PARA MINIMIZAR OS IMPACTOS AMBIENTAIS 06
5. OBJETIVOS 07
6. METODOLOGIA 07
7. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 07
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 08
1. INTRODUÇÃO
A ciência e tecnologia em nanoescala têm atraído considerável atenção nos últimos anos,
pela expectativa do impacto que os materiais nanoestruturados podem causar na melhoria da
qualidade de vida e na preservação do meio ambiente. Espera-se que o avanço da
nanociência e da nanotecnologia estimule não apenas a exploração de novos fenômenos e
novas teorias, mas também conduza a uma revolução industrial, se tornando a nova força
motora do crescimento econômico neste século.1
A pesquisa e o desenvolvimento, em nanotecnologia, visam a manipular estruturas em
nanoescala e integrá-las para formar componentes e sistemas maiores. As possibilidades são
quase infinitas e se prevê que a nanotecnologia exerça um efeito mais profundo, na sociedade
do futuro, que o impacto causado pelos aviões, automóveis, televisores e computadores no
século XX.
Os investimentos em nanociência e nanotecnologia marcam presença em todas as áreas do
conhecimento e representam um investimento da ordem de bilhões de dólares, por parte dos
órgãos e agências de fomento em pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo. O
desenvolvimento de nanopartículas movimenta recursos da ordem de US$ 40 bilhões anuais.
Os Estados Unidos da América, o Japão, a China e a Coréia do Sul são os países que mais
investem em programas e patentes em nanotecnologia.2 Já no Brasil, o Programa Nacional
de Desenvolvimento em Nanociência e Nanotecnologia investiu U$ 30 milhões, no período de
2005 a 2006. Com relação à produção científica mundial, estudos preliminares indicaram um
crescimento com cerca de 130 mil artigos publicados, a partir de 1994, relacionados a eixos
temáticos em nanociência e nanotecnologia.3

1.2 Caracteristicas

Nanomateriais são definidos por suas estruturas na escala nano, entre 1 e 100
nanômetros em pelo menos uma dimensão, conferindo-lhes propriedades físicas distintas em
comparação com suas formas macroscópicas. Essas propriedades abrangem domínios
térmicos, magnéticos, eletrônicos, ópticos, mecânicos e catalíticos, todos altamente
influenciados por seu tamanho reduzido. 2
O tamanho diminuto dos nanomateriais resulta em uma abundância de átomos de superfície,
intensificando sua interação com o ambiente e desempenhando um papel essencial nessas
interações. Essa característica singular amplia consideravelmente o espectro de aplicações
desses materiais em setores diversos, desde construção e medicina até eletrônica e energia.
A singularidade dos nanomateriais reside na relação única entre sua superfície e volume,
gerando transformações substanciais em suas propriedades químicas e físicas. 2 Na
nanoescala, esses materiais exibem fenômenos quânticos, como efeitos de confinamento e
tamanho quântico, alterando suas características eletrônicas, magnéticas e ópticas. 1
A alta reatividade desses materiais, atribuída à sua significativa relação entre área superficial
e volume, os torna altamente valorizados em aplicações químicas e catalíticas. Além disso,
suas nanoestruturas frequentemente apresentam propriedades mecânicas surpreendentes,
como maior resiliência, rigidez ou flexibilidade em comparação com materiais de dimensões
maiores, o que os torna extremamente requisitados.4
Nanotubos de carbono e grafeno são exemplos notáveis, reconhecidos por suas excelentes
propriedades condutoras e sua utilidade fundamental em eletrônicos e armazenamento de
energia. A versatilidade desses materiais é marcante: eles podem ser manipulados para exibir
propriedades específicas, desbloqueando um vasto leque de possibilidades em medicina,
eletrônica, materiais de construção, energia e em muitos outros campos.5

1.2 Aplicações

O uso de nanomateriais tornou-se um componente indispensável de inúmeros avanços


tecnológicos. A sua importância não se limita apenas aos setores energético, têxtil e de
sensores avançados. A nanotecnologia demonstrou imenso potencial na área médica. Provou
ser uma ferramenta valiosa no desenvolvimento de sistemas de administração de
medicamentos e técnicas de imagem mais precisas. Os nanomateriais surgiram como um
fator crítico na busca de tratamentos mais eficazes e diagnósticos mais precisos.

A pesquisa neste campo revela aplicações ambientais promissoras. Os nanomateriais estão


sendo utilizados para purificação de água e remediação da poluição ambiental, oferecendo
uma solução para preocupações ambientais prementes. As interações dos nanomateriais a
nível molecular têm o potencial de eliminar poluentes persistentes, criando um caminho para
um ambiente mais limpo e sustentável.
O campo da eletrônica está atualmente experimentando imensos benefícios como resultado
dos avanços feitos na nanotecnologia. A precisão e as propriedades únicas dos nanomateriais
estão impulsionando a miniaturização de componentes eletrônicos e a produção de
dispositivos mais eficientes. Como consequência desta tendência, a forma como interagimos
com a tecnologia no nosso dia a dia está a sofrer uma transformação.
Os nanomateriais não são apenas um elemento singular confinado a uma indústria. Em vez
disso, representam uma fonte diversificada e dinâmica de inovação que influencia ativamente
a trajetória de numerosos setores. Esses materiais têm o potencial de fornecer soluções
inovadoras para problemas modernos, garantindo acesso a avanços de ponta para indústrias
de todo o espectro. 6,7
2. MÉTODOS DE PRODUÇÃO DOS NANOMATERIAIS

A criação de nanomateriais envolve inúmeras técnicas inovadoras. Uma abordagem


comum é a moagem mecânica, que utiliza moinhos especializados para triturar e moer metais,
cerâmicas e compostos em partículas menores. A moagem de alta energia também é utilizada
neste processo para alcançar os resultados desejados. 11
Em contraste, o processo de síntese química em solução, utilizando métodos como
precipitação química ou sol-gel, permite a criação de nanopartículas metálicas e de óxido. Isto
é conseguido através da manipulação de precursores químicos para formar nanoestruturas
com uma composição específica. 10
Os métodos utilizados para deposição são de suma importância. Ao utilizar a deposição física
de vapor (PVD), os materiais de origem são vaporizados e depositados em superfícies alvo,
resultando na formação de filmes finos ou camadas de nanomateriais. Por outro lado, a
deposição química de vapor (CVD) utiliza reações químicas para depositar materiais,
produzindo filmes finos de grafeno, carbono e nanotubos de carbono. 9
A técnica da litografia é essencial para a criação de chips de computador e dispositivos
eletrônicos sofisticados, pois permite a escultura precisa de estruturas em escala de apenas
nanômetros em substratos.8
Utilizando organismos vivos, como fungos e bactérias, surgiram técnicas biológicas
inovadoras na criação de nanomateriais. O processo controlado dessas técnicas é
especialmente vantajoso na produção de nanopartículas de prata e ouro, mostrando a
infinidade de abordagens disponíveis em materiais de engenharia em escala nanométrica. 12

3. IMPACTOS DOS NANOMATERIAIS NO MEIO AMBIENTE


A introdução de nanomateriais apresenta um conjunto de desafios significativos,
particularmente no que diz respeito a seu potencial toxicidade e influência no ambiente. Estes
materiais possuem propriedades distintas em nanoescala, contribuindo para a sua
singularidade, mas também resultando em riscos potenciais tanto para o ecossistema como
para os organismos vivos.
A nocividade dos nanomateriais está diretamente associada às suas propriedades físicas e
químicas únicas, em oposição à sua forma maior e a granel. Especificamente, nanopartículas
metálicas específicas são extremamente reativas e têm o potencial de infligir danos aos
organismos e causar danos celulares.Com isso a acumulação de nanopartículas na cadeia
alimentar é uma questão premente, pois pode ter consequências imprevistas no bem-estar
dos organismos e ecossistemas. Além disso, a descarga destas partículas no ambiente, seja
através de resíduos industriais ou de produtos de consumo, pode ter um impacto direto nas
plantas, animais e seres humanos. 13
A presença de nanomateriais no ambiente é um problema persistente, uma vez que as suas
propriedades químicas e o seu tamanho diminuto podem dificultar a sua extração,
aumentando assim o risco de impactos prolongados. Isto pode ter um impacto significativo na
biodiversidade, alterando as relações entre diferentes espécies e impactando os
ecossistemas aquáticos e terrestres.
Os nanomateriais têm potencial para progressos significativos em vários domínios, mas é
imperativo compreender e aliviar os perigos que acompanham a sua libertação no
ecossistema. As medidas de segurança devem acompanhar os seus potenciais benefícios e
deve ser realizada investigação contínua sobre o seu impacto na saúde humana e no
ambiente. 14,15

5. MEDIDAS PARA MINIMIZAR OS IMPACTOS AMBIENTAIS


Para enfrentar as questões multifacetadas apresentadas pelos nanomateriais, é necessária
uma estratégia abrangente. Esta abordagem deve abordar tanto os aspectos de investigação
como os regulamentares da matéria para garantir a gestão responsável destes materiais e
minimizar quaisquer efeitos adversos que possam representar.
O estudo da toxicidade é indispensável para compreender os efeitos dos nanomateriais no
bem-estar dos seres humanos e no meio ambiente. Investigações aprofundadas sobre o
assunto são fundamentais para identificar quaisquer possíveis perigos que possam surgir e
para tomar as medidas necessárias para a prevenção.
A fim de garantir o desenvolvimento responsável dos nanomateriais, é imperativo defender a
utilização de métodos de produção mais limpos e seguros. Isto envolve a realização de
pesquisas destinadas a mitigar os potenciais consequências ambientais destes materiais,
desde o início da sua concepção.
Para evitar a descarga não regulamentada de nanomateriais no ambiente, especialmente nos
domínios industriais, é crucial ter regulamentos e medidas em vigor para o controlo das
emissões. Essas medidas podem incluir sistemas de tratamento, reciclagem e filtragem de
resíduos.
A tomada de decisões informadas e uma maior sensibilização são aspectos integrantes da
segurança do consumidor quando se trata de produtos que contêm nanomateriais. Para
conseguir isso, é vital ter uma rotulagem inequívoca que indique claramente a presença de
tais substâncias e os seus riscos potenciais. Estas diretrizes servem como uma ferramenta
crítica na educação dos consumidores e na promoção da segurança.
Para garantir respostas oportunas e eficazes a quaisquer potenciais efeitos negativos, é
imperativo que a monitorização ambiental seja realizada de forma contínua para detectar e
avaliar a presença de nanomateriais.
Para que cientistas, fabricantes, reguladores e população em geral compreendam os
possíveis efeitos ecológicos dos nanomateriais, é essencial que sejam educados e
conscientizados. Isto incentivará o uso responsável e métodos de descarte adequados de tais
materiais.
É fundamental dar prioridade ao investimento em investigação no desenvolvimento de
alternativas mais seguras e sustentáveis aos nanomateriais. Esta estratégia centra-se na
descoberta de materiais com riscos mínimos para a saúde humana e para o ambiente,
proporcionando alternativas seguras para diversas utilizações. 16

5. OBJETIVOS

O objetivo deste projeto é estudar e mapear os impactos ambientais causados pela


nanotecnologia e pelos nanomateriais, com isso analisar os métodos já existentes para
minimizar estes impactos e buscar modos de melhora-los ou a criação de um método mais
eficiente.

6. METODOLOGIA
O estudo proposto aborda a avaliação dos impactos ambientais resultantes da utilização de
nanomateriais, bem como a identificação e implementação de métodos destinados a
minimizar tais danos. O desenvolvimento da pesquisa será estruturado em etapas
sequenciais, conforme descrito abaixo:

1. Revisão Bibliográfica: Através de um exame aprofundado da literatura científica e


técnica existente relativa aos nanomateriais, às suas aplicações e aos seus efeitos
ecológicos conhecidos e possíveis, este procedimento procura criar uma base sólida
de informação e reconhecer áreas onde falta investigação.
2. Análise dos Impactos Ambientais: Para avaliar os efeitos dos nanomateriais no meio
ambiente, são necessários estudos experimentais e modelagem computacional. Estas
avaliações envolverão uma análise das características físico-químicas dos
nanomateriais, bem como do seu comportamento em diversos ambientes ambientais
e interações com organismos vivos.
3. Catalogação dos Danos e Riscos Associados: Ao compilar um inventário abrangente
dos danos ambientais causados pelos nanomateriais e categorizá-los de acordo com
o seu âmbito e intensidade, pode ser alcançada uma compreensão completa dos
efeitos.
4. Identificação de Estratégias de Mitigação: A exploração e avaliação de técnicas e
tecnologias atuais e potenciais que visam a redução dos danos ambientais provocados
pelos nanomateriais são imperativas. Este empreendimento abrange um exame
minucioso de diversas abordagens, incluindo modificação estrutural, encapsulamento,
tratamentos pós-uso e materiais mais ecológicos, entre outros.
5. Validação Experimental das Estratégias de Mitigação: A aplicação prática de
experimentos será utilizada para confirmar a eficácia das estratégias identificadas na
mitigação das ramificações ambientais causadas pelos nanomateriais. Os parâmetros
que serão tidos em conta incluem a eficiência, bem como a viabilidade técnica e
económica.
6. Proposição de Recomendações e Diretrizes: Com base nos resultados obtidos,
formulação de recomendações específicas para a mitigação de danos ambientais
causados por nanomateriais. Essas diretrizes poderão ser direcionadas a diversos
setores, incluindo a indústria, reguladores e a comunidade científica.
7. Disseminação dos Resultados: Comunicação dos achados e conclusões por meio de
publicações em revistas científicas, apresentações em conferências e elaboração de
materiais educativos. Isso visa promover a conscientização e facilitar a adoção de
práticas mais sustentáveis no uso de nanomateriais.

7. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

1. Revisão Bibliográfica (2 meses)


• Semanas 1-2: Levantamento inicial de literatura e definição de fontes
• Semanas 3-6: Análise e seleção de artigos relevantes
• Semanas 7-8: Síntese e documentação dos resultados da revisão
2. Análise dos Impactos Ambientais (3 meses)
• Semanas 9-12: Planejamento e início dos experimentos ou simulações
• Semanas 13-18: Coleta de dados e análise dos resultados obtidos
3. Catalogação dos Danos e Riscos (1 mês)
• Semanas 19-22: Organização dos dados coletados e elaboração do catálogo
4. Identificação de Estratégias de Mitigação (2 meses)
• Semanas 23-26: Levantamento de métodos existentes e pesquisa de alternativas
• Semanas 27-30: Análise de viabilidade e seleção das estratégias mais promissoras
5. Validação Experimental das Estratégias (3 meses)
• Semanas 31-34: Planejamento e preparação dos experimentos
• Semanas 35-40: Realização dos experimentos e coleta de dados
6. Proposição de Recomendações e Diretrizes (1 mês)
• Semanas 41-44: Análise dos resultados e formulação de recomendações
7. Disseminação dos Resultados (1 mês)
• Semanas 45-48: Preparação de relatórios finais, artigos e materiais educativos
8. Considerações Finais e Ajustes (2 semanas)
• Semanas 49-50: Revisão final do trabalho, ajustes necessários e preparação para
apresentação
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Roco, M. C.; J. Nanoparticle Res. 2001, 3, 5.


2. Galembeck, F.; Rippel, M. M.; Parcerias Estratégicas 2004, nº18, 43.
3. Toma, H. E.; Quim.Nova, 2005, 28 Suplemento, S48
4. Alves, O. L.; Parcerias Estratégicas 2004, nº18, 23.
5. Toma, H. E.; O Mundo Nanométrico: a dimensão do novo século, Ed. Oficina de Te xtos:
São Paulo, 2004.
6. https://www.ecycle.com.br/nanomateriais/
7. https://www.iberdrola.com/inovacao/aplicacoes-da-nanotecnologia
8.Mizuta, H.; Oda, S.; Microeletronics J. 2007, doi:10.1016/ J.mejo. 2006.10.007.
9. Raabe, D.; Sander, B.; Friák, M.; Ma, D.; Neugebauer, J.; Acta Materialia 2007, 55, 4475.
10. Boyd D.; Golunski, S.; Hearne, G. R.; Magadzu, T.; Mallick, K.; Raphulu, M. C.; Venugopal,
A.; Scurrell, M. S.; Appl. Catal. A 2005, 292, 76.
11. Kecskes, L. J.; Cho, K. C.; Dowding, R. J.; Schuster, B. E.; Valiev, R. Z.; Wei, Q.; Mater.
Sci. Eng. A 2007, doi :10.1016/j.msea.2007.02.099.
12. Tiggelaar, R. M.; B-Lópes, F.; Hermes, D. C.; Rathgen, H.; Egberink, R. J. M.; Mugele, F.
G.; Reinhoudt, D. N.; Berg, A. van den; Verboom, W.; Gardeniers, H. J. G. E. ; Chem. Eng.
J. 2007, 131, 163.
13. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/143468/1/2009AA-060.pdf
14.https://oswaldocruz.br/revista_academica/content/pdf/Edicao_08_Andrezza_Martioli.pdf
15. https://www.scielo.br/j/qn/a/5zZPsK4RdkjGGfFrhWsLbjd/
16. https://www.scielo.br/j/qn/a/J4kFgpGnQKH7yJ4w65JPhRq/

Você também pode gostar