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Orientador(a):
São Paulo
2021
SUMÁRIO
Pág.
LISTA DE ABREVIATURAS 3
RESUMO 4
1. INTRODUÇÃO 5
2. OBJETIVOS 10
3. MATERIAL E MÉTODOS 10
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 11
5. CONCLUSÃO 34
6. BIBLIOGRAFIA 35
7. ANEXOS 43
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LISTA DE ABREVIATURAS
NP Nanopartícula
QD Quantum dots
3
RESUMO
4
1. INTRODUÇÃO
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precoce de possíveis enfermidades (ALHARBI; AL-SHEIKH, 2014). Na medida em
que o tamanho das partículas é reduzido à nanoescala, suas propriedades físicas
também podem ser alteradas, como resistência, condutividade, durabilidade,
reatividade, entre outros. Assim, é possível criar aplicações e produtos, baseados
na nanotecnologia (AKÇAN et. al., 2020). Portanto, pesquisadores podem
manusear as propriedades ópticas, magnéticas e elétricas das nanoestruturas,
alterando seu tamanho, forma ou composição atômica (HAUCK et al., 2010).
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Algumas das aplicações conhecidas da nanotecnologia na medicina são
vistas em cirurgia, diagnóstico e terapia do câncer, biodetecção de marcadores
moleculares de doenças, imagem molecular, tecnologia de implantes, engenharia
tecidual, direcionamento a alvos específicos (drug-delivery), e muitos outros. A
aplicação da nanotecnologia na área da saúde é conhecida como nanomedicina.
Estão entre alguns dos exemplos da nanomedicina os nanomateriais para entrega
de fármacos e medicina regenerativa, assim como nanopartículas que apresentam
atividade antibacteriana (BAYDA et al., 2020).
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Tabela 1 - Tipos de nanodispositivos e aplicações clínicas.
Nanotubos de carbono
Dendrímeros
Nanocristais
Nanopartículas
● Entrega de fármacos com direcionamento a
alvo específico;
● Intensificadores de permeabilidade;
● Ressonância magnética e ultrassom com
agentes de contraste;
● Angiogênese
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Tabela 1 - Tipos de nanodispositivos e aplicações clínicas (continuação).
Nanoconchas
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As aplicações dos nanomateriais também enfrentam grandes desafios, como
a nanotoxicidade, efeitos adversos e citotoxicidade. Para um melhor controle
desses materiais e seus possíveis riscos, regulamentos e legislações devem ser
implementados, em conjunto com mais estudos multidisciplinares em diversos
campos das ciências médicas que incorporam a nanotecnologia (AKÇAN et. al.,
2020).
2. OBJETIVO(S)
3. MATERIAL E MÉTODOS
10
3.2 Critérios de inclusão
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Uma definição também muito adotada é a da ISO TC 229, que considera que
a nanotecnologia deve contemplar minimamente um dos seguintes aspectos:
“Entendimento e controle da matéria e processos em nanoescala, tipicamente, mas
não exclusivamente, abaixo de 100 nanômetros em uma ou mais dimensões, onde
o aparecimento de fenômenos dependentes de tamanho permite novas aplicações”
e “Utilização das propriedades dos materiais em nanoescala que são diferentes das
propriedades dos átomos individuais, moléculas, ou dos materiais macroscópicos,
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criando materiais, dispositivos e sistemas melhores que exploram essas novas
propriedades” (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, 2013).
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Figura 2: Algoritmo para a classificação de nanomateriais.
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Já a técnica baseada em imunologia, amplamente empregada, tem a
capacidade de detecção de ligações específicas entre antígeno-anticorpo. Dentre
as técnicas imunológicas, tem-se o ensaio imunoenzimático (ELISA), imunoensaios
fluorescentes, imunoensaios magnéticos, radioimunoensaios, entre outros. E as
técnicas de PCR são baseadas na amplificação de RNA ou DNA de patógenos para
diagnosticar doenças infecciosas. Essas técnicas apresentam vantagens, como a
especificidade, sensibilidade e acurácia, contudo há também algumas limitações,
como lentidão, alto custo, possibilidade de contaminação cruzada, além da
demanda de habilidades técnicas, ainda mais considerando países em
desenvolvimento, com a constante falta de recursos (WANG et al., 2017).
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detectado. Os ensaios de fluxo lateral tradicionais são baseados na detecção
colorimétrica, visível ao olho nu, por meio da utilização de corantes, partículas
compostas por látex ou nanopartículas de ouro, utilizadas como agentes de
contraste, e sendo essa última, uma das primeiras aplicações de nanopartículas na
detecção de doenças. Já os métodos de agregação de nanopartículas têm sido
muito estudados também nos últimos anos, estratégia que é baseada na interação
entre a molécula alvo e anticorpos ligados à nanoestruturas, e para esses fins, as
nanopartículas de ouro e prata apresentam forte absorção óptica, causando uma
mudança de coloração para vermelho após a agregação, fornecendo um sinal óptico
apropriado, devido à agregação (HAUCK et al., 2010).
Um exemplo dessa aplicação foi demonstrado através da detecção de
proteínas em solução salina, soro e sangue, com a utilização de anticorpos
conjugados à superfície de nanoconchas de ouro. A interação do antígeno-alvo,
com a agregação do conjugado anticorpo-nanoconcha, foi detectada por um
espectrofotômetro UV-Vis padrão. Em cerca de 10 minutos, o ensaio conseguiu
detectar as proteínas, em um limite de detecção comparável aos ensaios ELISA, no
entanto, o método ELISA ainda requer preparação mínima da amostra e uma etapa
de purificação. Outro exemplo, dessa vez apresentando uma melhoria na
especificidade, refere-se a nanofios de sílica dopados com boro (na intenção de
introduzir impurezas, para modificar a condutividade) para detectar o vírus influenza
A. Um anticorpo específico para o vírus foi anexado aos nanofios de sílica e uma
análise da mudança de condutividade no nanofio foi realizada, após a interação
antígeno-anticorpo. Mudanças mensuráveis na condução em concentrações virais
de 100 U/µL foram alcançadas. Para a especificidade, foi mostrado que o nanofio
revestido por anticorpos não produziu sinais mensuráveis, quando incubado com
outros tipos de vírus, como adenovírus e paramixovírus (HAUCK et al., 2010).
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moléculas específicas do alvo de interesse, proporcionando uma detecção mais
sensível. Esses nanomateriais têm sido utilizados com sucesso para imagem,
rastreio e detecção de diversos microrganismos patogênicos (TALLURY et al., 2010).
Eficiência /
Método de
Patógeno Nanomaterial Reconhecimento Limite de
Detecção
detecção
Escherichia coli
O157:H7 QDs e NPs Anticorpo Fluorimetria 100x mais
magnéticas sensível que
isotiocianato de
fluoresceína
(citometria de
fluxo)
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Além das melhorias já citadas, as ferramentas de nanodiagnóstico podem
ser valiosas para o diagnóstico de doenças infecciosas em áreas com recursos mais
escassos, como nos países em desenvolvimento (WANG et al., 2017).
A origem do câncer pode ser por meio de uma mutação genética, podendo
ocorrer em proto-oncogenes, que codificam proteínas que auxiliam no crescimento
e diferenciação celular, e, inicialmente, são inativos em células normais. No entanto,
quando ativados, os proto-oncogenes tornam-se oncogenes, convertendo células
normais em células cancerosas. A conversão dos proto-oncogenes em oncogenes
pode ocorrer por amplificação, com um aumento de expressão gênica (INCA, 2019).
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Tabela 3: Novos casos de câncer e causas de morte, em 2020
Tipos mais comuns de câncer (novos Tipos mais comuns de morte por
casos) câncer
18
citotóxicos. Dessa forma, os nanomateriais podem ser empregados de forma
independente, ou para entregar fármacos com o intuito de modular processos
biológicos essenciais como metabolismo, estresse oxidativo, desempenhando a
atividade anticâncer (BAYDA et al., 2020).
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tornando possível sua detecção, e constatando assim, a presença de tumor, por
ferramentas de imagem, de forma sensível. Os quantum dots podem ser utilizados
como nanossondas, dispositivos ópticos com a capacidade de detectar substâncias,
e que podem responder à presença de espécies químicas. Além disso, a dispersão
ou agregação das nanopartículas de ouro permite a exibição de diferentes cores,
tornando possível a leitura sem a necessidade de equipamentos especializados.
(LENG et al., 2018). Nos tópicos abaixo, são discutidos mais detalhadamente estes
tipos de materiais.
20
desenvolvimento dos primeiros sintomas, e por esse motivo, seu diagnóstico
precoce é extremamente importante, por meio da detecção de hemozoína nas
células sanguíneas infectadas, um subproduto da degradação da hemoglobina,
sendo que esta última serve de alimento para os parasitas. A hemozoína tem sido
explorada como um biomarcador para a infecção por malária (YUEN; LIU, 2012).
21
O desempenho dessas ferramentas passou por melhorias devido aos
avanços de nanomateriais na construção de biossensores. Melhorias na eficiência
e sensibilidade foram alcançadas graças às características dos nanomateriais,
como excelente condutividade e propriedades fotoeletroquímicas (ANTIOCHIA,
2020).
22
Figura 3: Representação esquemática do imunossensor baseado em grafeno FET para SARS-
CoV-2. Lista de abreviaturas: S, source; D, drain.
23
Os nanomateriais de ouro apresentam elevada estabilidade e eficiente
absorção de luz. Podem ser empregados como biossensores, diagnóstico e como
nanotransportadores de moléculas dentro das células (CANCINO; MARANGONI;
ZUCOLOTTO, 2014). A utilização de nanopartículas de ouro permite a detecção por
quimioluminescência de DNA, como uma estratégia de diagnóstico do câncer
(LENG et al., 2018).
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compostos dos grupos II-IV, IV-VI e III-V da tabela periódica, por exemplo, CdSe
(seleneto de cádmio), CdTe (telureto de cádmio), PbS (sulfeto de chumbo), entre
outros (HAHN et al., 2011). Apresentam propriedades ópticas e características
inovadoras, como controle de emissão de luz e fotoestabilidade. As propriedades
ópticas dos QDs podem ser ajustadas, alterando seu tamanho e composição
(WANG et al., 2017; WAGNER et al., 2019).
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é necessária para fazer com que os elétrons saltem da banda de valência para a
banda de condução (Figura 5) (WAGNER et al., 2019; SILVA, 2015).
Figura 5: Relação entre o intervalo de banda (band gap), energia e tamanho de QDs
26
Fonte: Adaptado de BRKIĆ, 2017.
4.6 Nanotoxicologia
27
a agentes de interesse são utilizadas e critérios indicadores de toxicidade são
avaliados, como produção de radicais livres e lesões no DNA; e in vivo, em que
organismos, como coelhos e camundongos, são empregados como modelos e as
alterações no desenvolvimento desses organismos são avaliadas e servem como
indicadores de toxicidade (MARTINEZ; ALVES, 2013).
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causando estresse oxidativo, sendo esse o principal mecanismo de toxicidade das
nanopartículas, podendo levar à inflamação e à apoptose (SADEGHI; BABADI;
ESPANANI, 2015). Pelo fato de nanomateriais apresentarem pequenas dimensões,
a alta reatividade na superfície já faz com que produzam mais espécies reativas de
oxigênio (YIN et. al., 2012; AKÇAN et. al., 2020). O aumento das espécies reativas
de oxigênio é dose-dependente, mas não se mostrou linear, o que talvez tenha
ocorrido devido à agregação de nanopartículas em altas doses (SADEGHI;
BABADI; ESPANANI, 2015; AKÇAN et. al., 2020).
29
Figura 6: Espécies reativas de oxigênio e toxicidade de nanomateriais.
30
4.7 Regulamentação de Nanomateriais
31
in vitro de moléculas pequenas não são adequados para o propósito de
nanomateriais, uma vez que esses materiais podem interagir com os reagentes dos
ensaios in vitro ou causar interferência no mecanismo de detecção, por conta de
algumas das propriedades dos nanomateriais (alta capacidade de adsorção,
propriedades ópticas, catalíticas e magnéticas, entre outras), gerando possíveis
resultados falsos positivos ou dados inválidos (FOULKES et al., 2020).
Por conta disso, novos ensaios para avaliar a toxicidade dos nanomateriais
são necessários antes que uma orientação regulamentar apropriada seja realizada
de fato, o que acaba trazendo dificuldades e obstáculos no progresso em regularizar
esses produtos voltados para a nanomedicina (FOULKES et al., 2020).
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Ainda que haja um impacto relevante da nanotecnologia na área da saúde,
apenas alguns produtos de fato alcançaram o mercado. A Figura 7 apresenta alguns
dos principais desafios apresentados na regulação desses nanomateriais.
33
monitoramento e controle de produtos e processos nanotecnológicos (Portaria N°
1.358, de 20 de agosto de 2014 – Diário Oficial da União).
5. CONCLUSÃO
34
ambiental, definições e classificações de nanomateriais e nanofármacos
divergentes entre diversos países, entre outros fatores.
6. REFERÊNCIAS
35
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3942856/. Acesso em 02 de
janeiro de 2021.
36
CANCINO, Juliana; MARANGONI, Valéria S.; ZUCOLOTTO, Valtencir.
Nanotecnologia em Medicina: Aspectos Fundamentais e Principais
Preocupações. Química Nova, v. 37, nº 3, 2014. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
40422014000300022&lng=en&nrm=iso&tlng=en. Acesso em 05 de janeiro
de 2021.
Department of Health and Human Services - Centers for Disease Control and
Prevention. Occupational Exposure to Carbon Nanotubes and
Nanofibers. National Institute for Occupational Safety and Health,
Julho/2015. Disponível em: https://www.cdc.gov/niosh/docs/2013-
145/default.html. Acesso em 30 de janeiro de 2021.
37
FDA - Nanotechnology Fact Sheet, 23/03/2018. Disponível em:
https://www.fda.gov/science-research/nanotechnology-programs-
fda/nanotechnology-fact-sheet. Acesso em 06 de março de 2021.
38
Bioanalytical Chemistry, Janeiro/2011. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20924568/. Acesso em 30 de abril de 2021.
39
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6804091/. Acesso em 30 de
dezembro de 2020.
40
SADEGHI, L; BABADI, V. Yousefi; ESPANANI, HR. Toxic effects of the
Fe2O3 nanoparticles on the liver and lung tissue. Bratisl Lek Listy, 2015.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26084739/. Acesso em 30
de janeiro de 2021.
41
TALLURY, Padmavathy. et al. Nanobioimaging and sensing of infectious
diseases. Advanced Drug Delivery Reviews, 18/03/2010. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19931579/. Acesso em 10 de janeiro de
2021.
42
Toxicology and Applied Pharmacology, 15/08/2012. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22705594/. Acesso em 16 de fevereiro de
2021.
7. ANEXOS
06/06/2021 06/06/2021
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