Você está na página 1de 101

Lição da Escola Sabatina, Janeiro – Março de 2022

Estudos adicionais
O evangelho
segundo Paulo: Romanos
1 Deus alcança os rebeldes 3
2 Todos são pecadores 9
3 Justificação — justiça imputada 18
4 Os frutos da fé 27
5 Não mais escravos do pecado 31
6 Da escravidão ao sucesso 41
7 Vitória através da confiança 47
8 Valorizando nossa oportunidade 56
9 A Onipotência de Deus 61
10 Transformado pelo amor de Deus 68
11 Entre amigos e inimigos 74
12 Em humilde mansidão 84
13 Um legado final de fé 93

As Lições da Escola Sabatina destinam-se ao es- União Missionária dos Adventistas do Sétimo Dia –
tudo diário, estando baseadas exclusivamente na Movimento de Reforma
Bíblia e no Espírito de Profecia, sem comentários Rua Flor de Cactus,140
adicionais. Elas são editadas pela: Itaquaquecetuba (SP). Tel. (11)
Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia – 2198-1800. CEP 08597-640.
Movimento de Reforma. BRASIL
PO Box 7240, Roanoke, E-mail: redacao@emvp.com.br
VA, 24019-5048, USA. Reformation Os Estudos Adicionais, são textos do Espírito de
Herald Publishing Association, Profecia, que complementam e aprufundam o estu-
5240 Hollins Road, Roanoke, Virginia do das Lições. Este guia foi paginado por:
24019-5048, USA. Adventistas do Sétimo Dia – Movimento de Reforma
Internet: http://www.sdarm.org. Apartado 2400 - 1109-001 LISBO
E-mail: gc@sdarm.org PORTUGAL
Em português, elas são publicadas pelas Edições Internet: http://www.asdmr.org
Vida Plena, editora e gráfica da: E-mail; comunicar@asdmr.org
Lição 1 Sábado, 1 de Janeiro de 2022

Deus alcança os rebeldes


Estudo adicional: Romanos 1:18-32; Orientação da Criança, pp. 439-
443 (PT 286-290), (capítulo 68: “Predominância de
vícios corruptores”).

Romanos 1:18-32
Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e in-
justiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de
Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu
eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem
pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Por-
quanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe
deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração
insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E muda-
ram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem
corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também
Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para
desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em
mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é
bendito eternamente. Amém.
Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas
mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhante-
mente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflama-
ram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens,
cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convi-
nha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de
Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem
coisas que não convêm; Estando cheios de toda a iniquidade, fornica-
ção, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda,
engano, malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de
Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobe-
dientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição na-

2 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Romanos 1:18-32 Lição 1

tural, irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais, conhecendo o juízo de


Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente
as fazem, mas também consentem aos que as fazem.

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 3


Lição 1 Orientação da Criança, pp. 439-443 (PT 286-290)

Capítulo 68
Predominância
de vícios corruptores
Era de abundante iniquidade
Vivemos em meio dos perigos dos últimos dias. Por se generalizar
a iniquidade, o amor de muitos esfriará. A palavra “muitos” refere-se
aos professos seguidores de Cristo. Eles são afetados pela iniquidade
dominante, e se afastam de Deus; não é, porém, necessário que eles
assim sejam afetados. A causa desse declínio é eles não se manterem
limpos da iniquidade. O fato de seu amor para com Deus estar esfrian-
do por sobrar iniquidade, mostra que eles são em certo sentido partici-
pantes dessa iniquidade, do contrário ela não lhe afetaria o amor para
com Deus, e seu zelo e fervor em Sua causa. — Testemunhos Selectos
1:256. {OC 286.1}
A influência de livros e figuras degradantes
Muitos dentre os jovens são ávidos por livros. Lêem tudo que podem
obter. As provocantes histórias de amor e os quadros impuros exercem
uma influência corruptora. As novelas são lidas por muitos com avidez
e, em resultado, sua imaginação se torna corrompida. Nos trens, foto-
grafias de mulheres nuas são frequentemente oferecidas à venda. Esses
quadros repugnantes também são encontrados em estúdios fotográficos,
e são dependurados nas paredes dos que trabalham com gravações em
relevo. É esta uma época em que a corrupção prolifera por toda parte.
A concupiscência dos olhos e as paixões corruptas sã despertadas pela
contemplação e a leitura. O coração é corrompido pela imaginação. O
espírito se compraz em contemplar cenas que despertam as mais baixas
e vis paixões. Essas desprezíveis imagens, vistas através de uma imagi-
nação deturpada, corrompem a moral e preparam as criaturas enganadas
e imprudentes para darem rédeas soltas às paixões pecaminosas. Então
se seguem pecados e crimes que arrastam os seres formados à imagem
de Deus ao baixo nível dos animais, mergulhando-os afinal na perdição.
— Testimonies for the Church 2:410. {OC 287.1}

4 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Orientação da Criança, pp. 439-443 (PT 286-290) Lição 1

Licenciosidade, pecado especial


Foi-me apresentado terrível quadro da condição do mundo. A iniqui-
dade alastra-se por toda parte. A licenciosidade é o pecado especial deste
século. Jamais o vício ergueu a cabeça disforme com tal ousadia como o
faz agora. O povo parece estar entorpecido, e os amantes da virtude e da
verdadeira piedade acham-se quase desanimados por sua ousadia, força e
predominância. — Testemunhos Selectos 1:256. {OC 287.2}
Foi-me apresentado (Romanos 1:18-32), como verdadeira descrição do
mundo antes da segunda vinda de Cristo. — An Appeal to Mothers, 27. {OC
287.3}
É o pecado, e não as provas de sofrimento, que separa Deus de Seu
povo e torna a alma incapaz de apreciá-Lo e glorificá-Lo. É o pecado que
está destruindo almas. Pecado e vício existem em famílias de observado-
res do sábado. — Testimonies for the Church 2:390, 391. {OC 287.4}
O ataque de Satanás à juventude
É obra especial de Satanás nestes últimos dias, tomar posse da mente
dos jovens, corromper os pensamentos e inflamar as paixões, pois sabe
que assim fazendo, pode levar a ações impuras, e assim se tornarão vis
todas as nobres faculdades da mente, e ele poderá dirigi-las para satis-
fazer aos seus próprios propósitos. — Christian Temperance and Bible
Hygiene, 136. {OC 287.5}
O futuro da sociedade
A juventude de hoje é um indicativo certo do futuro da sociedade e, ao
vê-la, que podemos esperar desse futuro? A maioria é amante dos prazeres
e avessa ao trabalho. ... Tem muito pouco domínio próprio, e fica exaltada e
furiosa ante a mais leve ocorrência. Muitíssimos, em qualquer época e con-
dição social, são sem princípio e consciência; e com seus hábitos ociosos
e esbanjadores correm para o vício e corrompem a sociedade, até se estar
tornando o mundo uma segunda Sodoma. Estivessem os apetites e paixões
sob o domínio da razão e da religião, e a sociedade apresentaria um aspec-
to muitíssimo diferente. Deus nunca determinou que existisse a presente
condição calamitosa; tem sido produzida pela crassa violação das leis da
natureza. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 45. {OC 288.1}
Os problemas do abuso
Alguns que fazem alta profissão de fé, não compreendem o pecado da
masturbação e seus seguros resultados. O hábito longamente arraigado
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 5
Lição 1 Orientação da Criança, pp. 439-443 (PT 286-290)

lhes tem cegado o entendimento. Eles não avaliam a excessiva maligni-


dade deste degradante pecado. — Testemunhos Selectos 1:257. {OC 288.2}
Jovens e crianças de ambos os sexos se entregam a poluição moral,
e praticam esse repulsivo vício, destruidor da alma e do corpo. Muitos
professos cristãos acham-se tão embotados pela mesma prática, que suas
sensibilidades morais não podem ser despertadas para compreender que
isso é pecado e que, se nisso continuam, os seguros resultados serão com-
pleta ruína do corpo e da mente. O homem, o ser mais nobre da Terra,
formado à imagem de Deus, transforma-se em animal! Faz-se grosseiro e
corrupto. Todo cristão terá de aprender a refrear as paixões e a ser regido
por princípios. A menos que assim faça, é indigno do nome de cristão. —
Testemunhos Selectos 1:256, 257. {OC 288.3}
A corrupção moral tem feito mais do que qualquer outro mal para cau-
sar a degeneração da humanidade. É praticada em alarmante grau e traz
doenças de quase todas as espécies descritas. Mesmo crianças, nascidas
com irritabilidade natural dos órgãos sexuais, encontram alívio momen-
tâneo em tocá-los, o que apenas aumenta a irritação e leva à repetição do
ato, até se estabelecer um hábito, que aumenta com o crescimento. —
Testimonies for the Church 2:391. {OC 288.4}
As tendências licenciosas são herdadas
Geralmente os pais não suspeitam que os filhos compreendem algo
a respeito do vício. Em muitíssimos casos, os pais são os verdadeiros
pecadores. Têm abusado dos privilégios matrimoniais e, pela condes-
cendência, fortalecido suas paixões sensuais. E ao se fortalecerem estas,
têm-se enfraquecido as faculdades morais e intelectuais. O espiritual tem
sido superado pelo animalesco. Nascem crianças com tendências animais
grandemente desenvolvidas, tendo-lhes sido transmitido o próprio retrato
do caráter dos pais. ... Os filhos nascidos desses pais quase que invariavel-
mente se inclinam aos repulsivos hábitos da masturbação. ... Os pecados
dos pais serão visitados sobre seus filhos, pois os pais lhes têm dado o es-
tigma das próprias tendências licenciosas. — Testimonies for the Church
2:391. {OC 289.1}
Uma fascinante escravidão
Tenho sentido profundamente, ao ver a poderosa influência das pai-
xões sensuais no controle de homens e mulheres de inteligência e habi-
lidade fora do comum. Seriam capazes de se empenhar numa boa obra,
de exercer poderosa influência, não estivessem escravizados por baixas
6 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022
Orientação da Criança, pp. 439-443 (PT 286-290) Lição 1

paixões. Minha confiança na humanidade tem sido terrivelmente abalada.


{OC 289.2}
Tem-me sido mostrado que pessoas de comportamento aparentemen-
te bom, que não tomam injustificável liberdade com o outro sexo, eram
culpadas de praticar a masturbação quase todos os dias de sua vida. Não
se têm afastado desse terrível pecado, mesmo durante as mais solenes
reuniões. Têm ouvido os mais solenes e impressionantes sermões sobre
o juízo, que pareciam colocá-las diante do tribunal de Deus, fazendo-as
temer e tremer; no entanto, mal passada uma hora essas pessoas con-
tinuam em seu pecado favorito e fascinante, corrompendo seu próprio
corpo. Eram tão escravas do terrível crime que pareciam destituídas de
poder para controlar suas paixões. Temos trabalhado fervorosamente por
alguns deles, temos rogado, temos chorado e orado por eles; no entanto,
sabemos que, mesmo em meio a todo o nosso esforço e angústia, a força
horrível do hábito pecaminoso tem obtido a vitória e esses pecados têm
sido cometidos. — Testimonies for the Church 2:468, 469. {OC 289.3}
O conhecimento do vício é espalhado
Os que assim se têm tornado tão completamente firmados nesse vício
destruidor da alma e do corpo, raramente podem descansar enquanto sua
carga de mal secreto não é comunicada àqueles com quem se associam.
Desperta-se a curiosidade, e o conhecimento do vício é passado de jovem
para jovem, de criança para criança, até dificilmente encontrar-se um que
ignore a prática desse pecado degradante. — Testimonies for the Church
2:392. {OC 289.4}
Uma mente corrompida pode semear mais semente má num curto pe-
ríodo de tempo do que muitos a podem arrancar em toda a vida. — Testi-
monies for the Church 2:403. {OC 290.1}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 7


Lição 2 Sábado, 8 de Janeiro de 2022

Todos são pecadores


Estudo adicional: Romanos 3:9-23; The SDA Bible Commentary [E. G.
White Comments], vol. 6, pp. 1069-1072.

Romanos 3:9-23
Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já
dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo
do pecado; Como está escrito:Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda;Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há quem faça
o bem, não há nem um só.
A sua garganta é um sepulcro aberto;Com as suas línguas tratam en-
ganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; Cuja boca
está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar
sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; 17 E não conheceram
o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei
o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável
diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas
obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora
se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e
dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e
sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram
e destituídos estão da glória de Deus;

8 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1069-1072 Lição 2

Capítulo 3
Os fragmentos irregulares do raciocínio humano
Todo o mundo está condenado em face do grande padrão moral de jus-
tiça. Cada alma que já viveu na terra receberá sua sentença no grande dia
do julgamento de acordo com suas ações, sejam elas boas ou más de acor-
do com a luz da lei de Deus. Cada boca ficará em silêncio quando a cruz,
com sua Vítima moribunda, for apresentada e seu verdadeiro significado
for compreendido em cada mente que foi cegada e corrompida pelo peca-
do. Os pecadores serão condenados ante a cruz, com sua Vítima misterio-
sa sobrecarregada com o fardo infinito das transgressões humanas. Com
que rapidez todo subterfúgio, toda desculpa mentirosa desaparecerá! A
apostasia humana aparecerá em seu caráter abominável. Os homens verão
qual foi sua escolha. Então, entenderão que escolheram Barrabás em vez
de Cristo, o Príncipe da paz.
O mistério da encarnação e da crucificação será claramente compreen-
dido, pois, será apresentado aos olhos da mente, e cada alma condenada
lerá qual foi o caráter de sua rejeição da verdade. Todos compreenderão
que foram separados da verdade por aceitarem as representações falsas e
as mentiras sedutoras de Satanás, em vez de “toda palavra que sai da boca
de Deus”. Eles leram a proclamação: “Você, oh homem, preferiu estar sob
a bandeira do grande rebelde, Satanás, e ao fazer isso você destruiu-se a si
mesmo.” Qualquer talento concedido; Qualquer que seja a suposta sabe-
doria, aquele que rejeita a verdade não pode voltar-se para Deus. A porta
está fechada como a porta da arca estava nos dias de Noé.
Os grandes homens da terra compreenderão então que entregaram a
mente e o coração a filosofias enganosas que lisonjeiam o coração carnal.
Esperança e graça e todos os incentivos possíveis foram oferecidos por
Aquele que os amou e deu a Sua vida por eles, para que todos os que nEle
crêem não percam a vida eterna, mas rejeitaram o amor de Deus. Suas
opiniões orgulhosas, seus raciocínios humanos foram elogiados; eles se
consideravam capazes de compreender os mistérios divinos e pensavam
que seus poderes de discriminação eram fortes o suficiente para discernir
a verdade por conta própria. Eles foram vítimas fáceis das subtilezas de
Satanás, pois ele os presenteou com erros subtis por meio de filosofias
humanas que fascinam a mente dos homens. Eles se afastaram da fonte
de toda sabedoria e adoraram o intelecto. Eles criticaram a mensagem e
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 9
Lição 2 The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1069-1072

os mensageiros de Deus, e os rejeitaram por causa de suas elevadas ideias


humanas. Eles ridicularizaram os convites de misericórdia, negaram a
divindade de Jesus Cristo e zombaram da ideia de que Ele existia antes de
assumir a natureza humana. Mas os fragmentos irregulares do raciocínio
humano acabarão sendo nada mais do que cordas de areia no grande dia
de Deus (ST 7-3-1895).
Os ímpios sentirão a agonia da cruz
Aqueles que rejeitam a misericórdia tão liberalmente oferecida, ainda
terão que saber o valor do que desprezaram. Eles sentirão a agonia que
Cristo suportou na cruz para comprar a redenção para todos os que a
aceitam. E então eles perceberão o que perderam: vida eterna e a herança
imortal (RH 9-04-1883).
Confusão indescritível dos ímpios
Quando os pecadores são forçados a contemplar Aquele que revestiu
Sua divindade com a humanidade, e que ainda tem aquela aparência ex-
terna, sua confusão é indescritível. As escamas caem de seus olhos e eles
veem o que não tinham visto antes. Eles entendem o que poderiam ter
sido se tivessem recebido a Cristo e se tivessem aproveitado a oportuni-
dade que lhes foi dada. Eles vêem a lei que desprezaram, exaltada como
o trono de Deus é exaltado. Eles vêem que o próprio Deus reverencia Sua
lei.
Que sensação será essa! Não há caneta que o possa descrever! A culpa
acumulada do mundo será exposta, e será ouvida a voz do juiz que dirá
aos ímpios: “Apartai-vos de mim, obreiros da iniquidade.”
Então, aqueles que traspassaram a Cristo se lembrarão de como des-
prezaram Seu amor e abusaram de Sua compaixão; como eles preferiram
Barrabás - um ladrão e assassino - a Ele; como coroaram o Salvador com
espinhos e fizeram com que fosse açoitado e crucificado; como, na ago-
nia da morte na cruz, zombavam dEle dizendo: “Agora desce da cruz, e
nós acreditaremos em Ti...; Ele salvou outros, mas não pode salvar-Se
a Si mesmo.” Eles parecem ouvir Sua voz suplicante novamente. Cada
expressão de súplica vibrará tão claramente em seus ouvidos como quan-
do o Salvador estava falando com eles. Cada ato de insulto e zombaria
dirigido a Cristo estará tão fresco em sua memória como quando os atos
satânicos aconteceram.
Eles clamarão para as rochas e montanhas que caem sobre eles e os es-
condam da face dAquele que está assentado no trono da ira do Cordeiro.
10 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022
The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1069-1072 Lição 2

“A ira do Cordeiro”, dAquele que sempre foi cheio de ternura, paciência


e magnanimidade, que, tendo se dado como bode expiatório, foi condu-
zido como ovelha ao matadouro para salvar os pecadores da condenação
que agora recai sobre eles porque não lhe permitiram tirar a culpa (RH
18/06/1901).

A lei não tem virtudes salvadoras


Eu exorto todos os que querem ganhar o céu que tenham cuidado.
Não gaste seu precioso tempo de graça costurando folhas de figueira para
cobrir a nudez que é o resultado do pecado. Quando você olha para o
grande espelho moral do Senhor, Sua santa lei, Seu padrão de caráter,
nem por um momento suponha que ela possa purificá-lo. Não há virtudes
salvadoras na lei. Ela não pode perdoar o transgressor. A punição deve ser
imposta. O Senhor não salva pecadores abolindo Sua lei, o fundamento
de Seu governo no céu e na terra. A punição foi suportada pelo substituto
do pecador. Não é que Deus seja cruel e impiedoso e Cristo tão miseri-
cordioso que morreu na cruz do Calvário, no meio de dois ladrões, para
abolir uma lei tão arbitrária que teve de ser retirada. O trono de Deus não
pode tolerar a mancha do crime, a mancha do pecado. Nos conselhos do
céu, antes que o mundo fosse criado, o Pai e o Filho concordaram que se
o homem se tornasse desleal a Deus, Cristo - um com o Pai - tomaria o
lugar do transgressor e sofreria o justo castigo devido. nele (MS 145, 1897).
“Esta é a justificação pela fé”
Quando o pecador arrependido, contrito diante de Deus, discerne a
expiação de Cristo em seu nome e aceitar essa expiação como sua única
esperança nesta vida e na vida por vir, seus pecados estão perdoados. Esta
é a justificação pela fé. Cada alma crente deve eternamente moldar sua
vontade com a vontade de Deus e manter-se em um estado de arrepen-
dimento e contrição, exercendo fé nos méritos expiatórios do Redentor e
avançando de força em força, de glória em glória.
Perdão e justificação são a mesma coisa. O crente passa pela fé da
condição de rebelde, filho do pecado e de Satanás, para a condição de
súdito leal de Cristo Jesus; não por bondade inerente, mas porque Cristo
o recebe como Seu filho adotivo. O pecador recebe o perdão de seus pe-
cados porque esses pecados são suportados por seu Substituto e Fiador. O
Senhor fala ao Seu Pai celestial e diz: “Este é meu filho, eu o perdôo de
sua sentença de morte dando-lhe meu seguro de vida - vida eterna - por-
que tomei seu lugar e sofri por seus pecados. És plenamente meu amado
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 11
Lição 2 The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1069-1072

filho.” O homem perdoado e vestido com as belas vestes da justiça de


Cristo está, portanto, sem culpa diante de Deus.
O pecador pode errar, mas não é rejeitado impiedosamente; entretanto,
sua única esperança é se arrepender diante de Deus e ter fé no Senhor
Jesus Cristo. É prerrogativa do Pai perdoar as nossas transgressões e os
nossos pecados, porque Cristo tomou sobre si a nossa culpa e nos perdoou
dando-nos a Sua própria justiça. Seu sacrifício atende plenamente às de-
mandas da injustiça.
Justificação é o oposto de condenação. A misericórdia ilimitada de
Deus se aplica àqueles que são completamente indignos. Ele perdoa as
transgressões e os pecados devidos a Jesus, que se tornou a propiciação
pelos nossos pecados. O transgressor culpado é colocado na graça diante
de Deus por meio da fé em Cristo e entra na firme esperança da vida eter-
na (MS 21,189l).
Um sinal para o mundo
A justificação pela fé em Cristo se manifestará na transformação do
caráter, pois é para o mundo o sinal da verdade das doutrinas que profes-
samos. A evidência diária de que somos uma igreja viva é vista no facto
de que praticamos a Palavra. Um testemunho vivo é manifestado ao mun-
do por uma ação cristã consistente.
Este testemunho declara a um mundo apóstata que há um povo que
acredita que nossa segurança está em nos apegarmos à Bíblia. Este tes-
temunho é uma distinção inconfundível do testemunho da grande igreja
apóstata, que aceita a sabedoria humana e autoridade no lugar da sabedo-
ria de Deus (Carta 83, 1896).
Estudem a expiação com corações humildes
Ninguém adote a posição limitada e estreita de que algumas das obras
do homem podem, no mínimo, ajudar a liquidar o devido à sua trans-
gressão. Este é um engano fatal. Se você deseja compreender isso, deve
parar de ruminar sobre suas ideias favoritas e estudar a expiação com um
coração humilde.
Este assunto é entendido de forma tão confusa que milhares e milha-
res que se dizem filhos de Deus são filhos do maligno, porque querem
depender das suas próprias obras. Deus exige boas obras, a lei as exige;
Mas visto que o homem entrou em pecado, e suas obras são inúteis, so-
mente a justiça de Cristo pode valer. Cristo pode salvar porque vive para
interceder por nós.
12 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022
The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1069-1072 Lição 2

Tudo o que o homem pode fazer para sua própria salvação é aceitar o
convite: “Quem quiser, tome de graça da água da vida”. Não há pecado
que o homem possa cometer que não tenha sido pago no Calvário. Desta
forma, a cruz oferece continuamente ao pecador, em exortações fervoro-
sas, uma expiação completa (MS 50, 1900).
O Pai está completamente satisfeito
A expiação que Cristo fez por nós é completa e totalmente satisfatória
para o Pai. Deus pode ser justo, e ainda assim o justificador dos crentes
(MS 28, 1905).

Justificação significa perdão completo


“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que
há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu
sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes
cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça
neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que
tem fé em Jesus.” Rom. 3: 24-26. Aqui a verdade é apresentada em ter-
mos claros. Essa misericórdia e bondade são completamente imerecidas.
A graça de Cristo justifica gratuitamente o pecador sem quaisquer méritos
ou direitos. A justificação é o perdão total e completo dos pecados. Um
pecador é perdoado no momento em que aceita a Cristo pela fé. A justiça
de Cristo é lhe creditada, e ele não deve mais duvidar da graça perdoadora
de Deus.
Não há nada na fé que a torne nossa salvadora. A fé não pode remover
nossa culpa. Cristo é o poder de Deus para salvar todos os que crêem. A
justificação é recebida pelos méritos de Jesus Cristo; Ele pagou o preço
da redenção do pecado; entretanto, é somente pela fé em seu sangue que
Jesus pode justificar o crente.
O pecador não pode depender de suas próprias boas obras como meio
de justificação. Deve chegar ao ponto em que renuncie todos os seus pe-
cados e aceite, um grau após o outro, da luz conforme eles brilham no
seu caminho. Pela fé, simplesmente toma posse do suprimento amplo e
gratuito feito pelo sangue de Cristo. Crer nas promessas de Deus, que por
meio de Cristo são feitas para ele santificação, justificação e redenção. E
se seguir a Jesus, caminhará humildemente na luz, regozijando-se nela
e divulgando-a aos outros. Justificado pela fé, ele caminha com alegria
em obediência ao longo de sua vida. A paz com Deus é o resultado do
que Cristo é para ele. As almas que estão sujeitas a Deus, que o honram
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 13
Lição 2 The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1069-1072

e que são cumpridoras de sua Palavra, receberão a iluminação divina. Na


preciosa Palavra de Deus há pureza e elevação, e também beleza que não
pode alcançar os mais elevados poderes do homem a menos que a ajuda
de Deus seja recebida (ST 19-5-1898).
A junção de juízo e misericórdia
Assim como o arco-íris é formado nas nuvens pela combinação da
luz do sol e da chuva, o arco-íris que circunda o trono representa o poder
combinado da misericórdia e da justiça. Não apenas a justiça deve ser
mantida, pois isso ofuscaria a glória do arco-íris da promessa que está
acima do trono; o homem só podia ver a penalidade da lei. Se não hou-
vesse justiça nem punição, não haveria estabilidade no governo de Deus.
A junção de juízo e misericórdia é o que torna a salvação plena e com-
pleta. É a combinação das duas que nos leva, ao contemplarmos o Re-
dentor do mundo e a lei de Jeová, a exclamar: “Sua bondade me engran-
deceu”. Sabemos que o Evangelho é um sistema perfeito e completo que
revela a imutabilidade da lei de Deus. Inspira o coração com esperança e
amor a Deus. A misericórdia nos convida a entrar pelos portões da cidade
de Deus, e a justiça é destruída para conceder a cada alma obediente ple-
nos privilégios como membro da família real, filho do Rei celestial.
Se fôssemos defeituosos de caráter, não poderíamos passar pelas por-
tas que a misericórdia abriu para os obedientes, pois a justiça está na
entrada e exige santidade e pureza em todos os que desejam ver a Deus.
Se a justiça fosse extinta, e se fosse possível a misericórdia divina abrir
as portas para toda a raça humana, independentemente do caráter, haveria
uma condição pior de descontentamento e rebelião no céu do que havia
antes da expulsão de Satanás. A paz, felicidade e harmonia do céu seriam
destruídas. A transferência da Terra para o céu não mudará o caráter dos
homens; a felicidade dos redimidos no céu é o resultado do caráter forma-
do nesta vida à semelhança da imagem de Cristo. Os santos no céu serão
primeiro santos na terra.
A salvação para o homem que Cristo conquistou com tão grande sacri-
fício é a única que tem valor, é aquela que nos salva do pecado: a causa
de todas as calamidades e infortúnios do nosso mundo. A misericórdia
oferecida ao pecador está constantemente atraindo-o para Jesus. Se ele
responde e vem arrependido e confessando seus pecados, se com fé ele
se apega à esperança que lhe foi proposta para o Evangelho, Deus não
desprezará o coração quebrantado e contrito. Desta forma, a lei de Deus

14 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1069-1072 Lição 2

não é enfraquecida, mas o poder do pecado é quebrado e o cetro da mise-


ricórdia é estendido ao pecador penitente (Carta 11, 1890).
Especulações quanto à justificação pela fé
Muitos cometem o erro de tentar definir em detalhes as nuances subtis
da distinção entre justificação e santificação. Para a definição desses dois
termos, muitas vezes recorrem às suas próprias ideias e especulações. Por
que tentar ser mais completo do que a Inspiração sobre a questão vital da
justificação pela fé? Por que tentar resolver o problema de cada pequena
nuance, como se a salvação da alma dependesse de todos terem exata-
mente a sua maneira de ver o assunto? Nem todos podem ter o mesmo
ponto de vista (MS 21, 1891).
O padrão de Deus não mudou
O Evangelho das Boas Novas não deve ser interpretado como algo que
permite ao homem viver em contínua rebelião contra Deus, transgredindo
sua justa e santa lei. Por que aqueles que pretendem entender as Escritu-
ras não podem ver que o requisito de Deus sob a graça é exatamente o
mesmo que Ele impôs no Éden: perfeita obediência à Sua lei? No juízo,
Deus perguntará àqueles que afirmam ser cristãos: por que você afirmou
crer em Meu Filho, mas continuou a transgredir a Minha lei? Quem exi-
giu isso de suas mãos: atropelar minhas regras de justiça? “obedecer é
melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de car-
neiros”. O Evangelho do Novo Testamento não é a norma do Antigo Tes-
tamento, rebaixada para alcançar o pecador e salvá-lo em seus pecados.
Deus exige obediência de todos os Seus súbditos, obediência completa a
todos os Seus mandamentos. Agora, como sempre, exige justiça perfeita
como o único título para o céu. Cristo é nossa esperança e nosso refúgio.
Sua justiça é atribuída apenas aos obedientes. Aceitemos pela fé para que
o Pai não encontre nenhum pecado em nós. Mas aqueles que infringiram
a lei sagrada não terão o direito de pedir essa justiça. Eu gostaria que
pudéssemos contemplar a imensidão do plano de salvação como filhos
obedientes a todos os requisitos de Deus, crendo que temos paz com Deus
por meio de Jesus Cristo, nosso sacrifício expiatório! (RH 9-21-1886).
“Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos,
é mentiroso, e nele não está a verdade.” (1 João 2: 4) Fé manifestada por
obras de obediência. - Deus exige neste momento precisamente o que exi-
giu do santo casal no Éden: perfeita obediência aos seus mandamentos.
Sua lei permanece inalterada em todos os séculos. O grande padrão de
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 15
Lição 2 The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1069-1072

justiça apresentado no Antigo Testamento não é rebaixado no Novo Tes-


tamento. A obra do Evangelho não é enfraquecer as exigências da santa
lei de Deus, mas elevar os homens ao ponto em que possam guardar Seus
preceitos.
A fé em Cristo que salva a alma não é a que muitos apresentam. “Acre-
dite, acredite”, é o clamor deles, “apenas acredite em Cristo e você será
salvo. Isso é tudo que você tem que fazer.” A verdadeira fé confia total-
mente em Cristo para a salvação, mas ao mesmo tempo induzirá uma
conformidade perfeita com a lei de Deus. A fé se manifesta por meio das
obras. E o apóstolo João declara: “Aquele que diz: Eu o conheço e não
guarda os seus mandamentos, é mentiroso” (RH 10-5-1886).
Separar a lei e o Evangelho?
O inimigo sempre trabalhou para separar a lei e o Evangelho; mas eles
andam de mãos dadas (MS 11, 1893).
Honramos tanto o Pai como o Filho quando falamos sobre a lei. O Pai
nos deu a lei, e o Filho morreu para magnificá-la e torná-la honrosa (MS
5, 1885).
É impossível para nós exaltar a lei de Jeová, a menos que nos apegue-
mos à justiça de Jesus Cristo (MS 5, 1889)
A lei de Jeová é a árvore; o Evangelho são os botões perfumados e o
fruto que produz (Carta 119, 1897).

16 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Lição 3 Sábado, 15 de Janeiro de 2022

Justificação
— justiça imputada
Estudo adicional: Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398 (capítulo
62: “Justificados pela fé”).

Capítulo 62
Justificados pela fé
Quando Deus perdoa ao pecador, anula o castigo que ele merece e o
trata como se não tivesse pecado, recebe-o no favor divino e o justifica em
virtude dos méritos da justiça de Cristo. O pecador só pode ser justificado
mediante a fé no sacrifício expiatório feito pelo amado Filho de Deus,
que Se tornou um sacrifício pelos pecados do mundo culpado. Ninguém
pode ser justificado por quaisquer obras próprias. Só pode ser liberto da
culpa do pecado, da condenação da lei, da pena da transgressão, pela
virtude do sofrimento, morte e ressurreição de Cristo. A fé é a condição
única de obter a justificação, e a fé abrange não só a crença mas também
a confiança. {ME1 389.1}
Muitos possuem uma fé nominal em Cristo, mas nada sabem da vital
confiança nEle, a qual se apropria dos méritos de um Salvador crucificado
e ressurreto. Dessa fé nominal diz Tiago: “Tu crês que há um só Deus;
fazes bem. Também os demónios o crêem, e estremecem. Mas, ó homem
vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” Tiago 2:19-20. Muitos
concordam que Jesus Cristo seja o Salvador do mundo, mas ao mesmo
tempo se conservam afastados dEle, e deixam de arrepender-se de seus
pecados, e de aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal. Sua fé é apenas o
assentimento da mente e do juízo à verdade; mas esta não é introduzida no
coração, para santificar a alma e transformar o caráter. “Porque os que dan-
tes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de
Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos
que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes tam-
bém justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” Romanos
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 17
Lição 3 Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398

8:29-30. O chamado e a justificação não são a mesma coisa. O chamado é


o atrair do pecador para Cristo e é a operação do Espírito Santo no cora-
ção, convencendo do pecado e convidando ao arrependimento. {ME1 389.2}
Muitos se acham confundidos quanto ao que constitui os primeiros
passos na obra da salvação. O arrependimento é considerado uma obra
que o pecador deve realizar por si mesmo, a fim de poder chegar a Cristo.
Pensam que o pecador deve por si mesmo conseguir a habilitação para
obter a bênção da graça de Deus. Mas, conquanto seja verdade que o arre-
pendimento deve preceder o perdão, pois é unicamente o coração quebran-
tado e contrito que é aceitável a Deus, o pecador não pode produzir em si o
arrependimento, ou preparar-se para ir a Cristo. A menos que o pecador se
arrependa, não pode ele ser perdoado; mas a questão que deve ser resolvi-
da é quanto a ser o arrependimento obra do pecador ou dom de Cristo. Tem
o pecador de esperar até que esteja tomado de remorsos pelo seu pecado,
antes de poder dirigir-se a Cristo? O primeiro passo em direção de Cristo
é dado graças à atração do Espírito de Deus; ao atender o homem a esse
atrair, vai ter com Cristo a fim de que se arrependa. {ME1 390.1}
O pecador é comparado a uma ovelha perdida, e uma ovelha perdida
jamais volta ao redil a menos que seja pelo pastor procurada e restituída
ao redil. Homem algum pode de si mesmo arrepender-se, tornando-se
digno da bênção da justificação. O Senhor Jesus está constantemente
procurando impressionar o espírito do pecador e atraí-lo a fim de que O
contemple, como Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Não
podemos dar um passo na vida espiritual, a não ser que Jesus atraia e
fortaleça a alma, e nos leve a experimentar aquele arrependimento que
jamais decepciona. {ME1 390.2}
Quando perante os principais sacerdotes e os saduceus, Pedro apresen-
tou claramente o fato de que o arrependimento é dom de Deus. Falando de
Cristo, disse ele: “Deus com a Sua destra O elevou a Príncipe e Salvador,
para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados.” Atos 5:31.
O arrependimento, não menos do que o perdão e a justificação, é dom de
Deus, e não pode ser experimentado a não ser que seja concedido à alma
por Cristo. Se somos atraídos a Cristo, é-o por Seu poder e virtude. A gra-
ça da contrição vem por meio dEle, e dEle vem a justificação. {ME1 391.1}
O significado da fé
Escreve Paulo: “Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em
teu coração: Quem subirá ao Céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo). Ou:

18 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 4º trimestre de 2021


Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398 Lição 3

Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a


Cristo). Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu
coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua
boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus O
ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para
a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.” Romanos 10:6-
10. {ME1 391.2}
A fé que é para salvação não é uma fé casual, não é o mero assentimen-
to do intelecto, é a crença arraigada no coração, que abraça a Cristo como
Salvador pessoal, com a certeza de que Ele pode salvar perfeitamente aos
que por Ele se chegam a Deus. Crer que Ele salve a outros, mas não vos
salvará a vós, não é fé genuína; mas quando a alma se apóia em Cristo
como a única esperança de salvação, então se manifesta fé genuína. Esta
fé leva seu possuidor a colocar em Cristo todas as afeições da alma; seu
entendimento fica sob o controle do Espírito Santo, e seu caráter é molda-
do segundo a semelhança divina. Sua fé não é uma fé morta, mas sim que
opera por amor, e o leva a contemplar a formosura de Cristo, e a tornar-se
semelhante ao caráter divino. [Cita Deuteronómio 30:11-14.] “E o Senhor
teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua semente, para
amares ao Senhor teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma,
para que vivas.” Deuteronómio 30:6. {ME1 391.3}
É Deus quem circuncida o coração. Toda a obra é do Senhor, de prin-
cípio ao fim. Pode dizer o pecador, a perecer: “Sou um pecador perdido;
mas Cristo veio buscar e salvar o que se havia perdido. Diz Ele: ‘Eu não
vim chamar os justos, mas sim os pecadores.’ Marcos 2:17. Sou pecador,
e Ele morreu na cruz do Calvário para me salvar. Nem um momento mais
preciso ficar sem me salvar. Ele morreu e ressurgiu para minha justifica-
ção, e me salvará agora. Aceito o perdão que prometeu.” {ME1 392.1}
Justiça imputada
Cristo é um Salvador ressurreto; pois, conquanto estivesse morto, res-
suscitou, vivendo sempre para fazer intercessão por nós. Devemos crer
com o coração para justiça, e com a boca fazer confissão para salvação.
Os que são justificados pela fé, confessarão a Cristo. “Quem ouve a Mi-
nha palavra, e crê nAquele que Me enviou, tem a vida eterna, e não entra-
rá em condenação, mas passou da morte para a vida.” João 5:24. A grande
obra operada pelo pecador, impuro e maculado pelo mal, é a obra da jus-
tificação. Por Ele, que fala a verdade, é o pecador declarado justo. O Se-

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 19


Lição 3 Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398

nhor imputa ao crente a justiça de Cristo e perante o Universo o pronuncia


justo. Transfere os seus pecados para Jesus, o representante, substituto e
penhor do pecador. Sobre Cristo coloca Ele a iniquidade de toda alma que
crê. “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que
nEle fôssemos feitos justiça de Deus.” 2 Coríntios 5:21. {ME1 392.2}
Cristo fez reparação da culpa de todo o mundo, e todos os que se
chegarem a Deus com fé, receberão a justiça de Cristo, que levou “Ele
mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mor-
tos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas Suas feridas
fostes sarados”. 1 Pedro 2:24. Nosso pecado foi expiado, removido, lan-
çado nas profundezas do mar. Mediante arrependimento e fé livramo-nos
do pecado, e olhamos para o Senhor, justiça nossa. Jesus sofreu, o justo
pelos injustos. {ME1 392.3}
Embora, como pecadores, estejamos sob a condenação da lei, Cristo,
por Sua obediência prestada à lei, reclama para a alma arrependida, o mé-
rito de Sua própria justiça. A fim de obter a justiça de Cristo, é necessário
que o pecador saiba o que é aquele arrependimento que opera uma mu-
dança radical da mente e do espírito e da ação. A obra da transformação
tem de começar no coração, e manifestar seu poder por meio de todas as
faculdades do ser; mas o homem não é capaz de originar um arrependi-
mento como esse, e só o pode experimentar por meio de Cristo, que subiu
ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. {ME1 393.1}
Quem está desejoso de se tornar verdadeiramente arrependido? Que
deve ele fazer? — Deve ir ter com Jesus, tal qual está, sem demora. Deve
crer que a palavra de Cristo é verdadeira e, crendo na promessa, pedir,
para que possa receber. Quando o desejo sincero leva os homens a pedir,
eles não orarão em vão. O Senhor cumprirá Sua palavra e dará o Espírito
Santo para levar ao arrependimento para com Deus e fé para com nosso
Senhor Jesus Cristo. O homem orará e vigiará, e abandonará seus peca-
dos, tornando manifesta sua sinceridade pelo vigor de seu esforço para
obedecer aos mandamentos de Deus. Com a oração ele misturará a fé,
e não só crerá nos preceitos da lei, mas também lhes obedecerá. Ele se
manifestará olhando a questão do lado de Cristo. Renunciará a todos os
hábitos e associações que tendam a afastar de Deus o coração. {ME1 393.2}
Aquele que deseja tornar-se filho de Deus tem de receber a verdade
de que o arrependimento e o perdão devem ser obtidos por meio de nada
menos que a expiação de Cristo. Certo disto, o pecador tem de fazer um
esforço em harmonia com a obra feita em seu favor, e com súplicas in-

20 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 4º trimestre de 2021


Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398 Lição 3

cansáveis recorrer ao trono da graça, para que o poder renovador de Deus


possa vir a sua alma. Cristo não perdoa a ninguém senão ao penitente,
mas àquele a quem Ele perdoa, primeiro faz penitente. A providência to-
mada é completa, e a eterna justiça de Cristo é colocada ao crédito de
toda alma crente. As vestes, preciosas e sem mácula, tecidas nos teares
do Céu, foram providas para o pecador arrependido e crente, e ele poderá
dizer: “Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu
Deus; porque me vestiu de vestidos de salvação, me cobriu com o manto
de justiça, como o noivo que se adorna com atavios, e como noiva que se
enfeita com as suas jóias.” Isaías 61:10. {ME1 393.3}
Abundante graça foi provida para que o crente possa manter-se livre
do pecado; pois todo o Céu, com seus recursos ilimitados, foi posto à
nossa disposição. Devemos servir-nos da fonte da salvação. Cristo é o
fim da lei, para justiça a todo aquele que crê. Em nós mesmos somos
pecadores; mas em Cristo somos justos. Tendo-nos feito justos, mediante
a imputada justiça de Cristo, Deus nos pronuncia justos e nos trata como
justos. Considera-nos Seus filhos amados. Cristo atua contra o poder do
pecado, e onde este abundava, muito mais abundante é a graça. Romanos
5:20. “Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça,
na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.”
Romanos 5:1-2. {ME1 394.1}
“Sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que
há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no Seu
sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remissão dos pecados dantes
cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da Sua justiça
neste tempo presente, para que Ele seja justo e justificador daquele que
tem fé em Jesus.” Romanos 3:24-26. “Porque pela graça sois salvos, por
meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.” Efésios 2:8. “E o Ver-
bo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória
do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. João testificou dele, e
clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem após mim
é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. E todos nós recebemos
também da sua plenitude, e graça por graça.” João 1:14-16. {ME1 394.2}
A promessa do Espírito
O Senhor deseja Seu povo sadio na fé — não ignorante da grande sal-
vação que tão abundantemente lhes é provida. Não devem olhar ao futuro,

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 21


Lição 3 Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398

pensando que em algum tempo vindouro uma grande obra seja feita em
seu favor, pois a obra está agora completa. O crente não é chamado para
fazer paz com Deus; isto ele nunca fez nem pode fazer. Deve aceitar a
Cristo como sua paz, pois com Cristo está Deus e a paz. Cristo pôs fim ao
pecado, levando no próprio corpo sua pesada maldição, para o madeiro, e
Ele removeu a maldição de todos aqueles que crêem nEle como Salvador
pessoal. Põe Ele fim ao poder dominante do pecado no coração, e a vida e
caráter do crente testificam do genuíno caráter da graça de Cristo. Aos que
Lho pedem, comunica Jesus o Espírito Santo; pois é necessário que todo
crente seja liberto da poluição, assim como da maldição e condenação da
lei. Mediante a obra do Espírito Santo e a santificação da verdade, o crente
torna-se habilitado para as cortes celestiais; pois Cristo opera em nós, e
Sua justiça sobre nós está. Sem isso, alma alguma terá direito ao Céu. Não
desfrutaríamos o Céu a menos que estejamos qualificados para sua atmos-
fera santa, pela influência do Espírito e a justiça de Cristo. {ME1 394.3}
Para sermos candidatos ao Céu temos de satisfazer aos requisitos da
lei: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu
próximo como a ti mesmo.” Lucas 10:27. Só podemos fazer isto ao nos
apegarmos, pela fé, à justiça de Cristo. Contemplando a Jesus recebere-
mos no coração um princípio vivo e que se expande, e o Espírito Santo
continua a obra, e o crente prossegue de graça em graça, de força em
força, de caráter em caráter. Ele se conforma à imagem de Cristo até que,
no crescimento espiritual, alcança a medida da plena estatura de Cristo
Jesus. Assim Cristo põe fim à maldição do pecado e livra a alma crente de
sua ação e efeito. {ME1 395.1}
Cristo, tão-somente, é capaz de isso fazer, pois “convinha que em tudo
fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdo-
te naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo
que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são ten-
tados”. Hebreus 2:17-18. Reconciliação quer dizer que se removeu toda
barreira entre a alma e Deus, e que o pecador reconhece o que significa o
amor perdoador de Deus. Por motivo do sacrifício feito por Cristo pelos
homens caídos, Deus pode com justiça perdoar ao transgressor que aceite
os méritos de Cristo. Cristo foi o conduto pelo qual a misericórdia, amor
e justiça puderam fluir, do coração de Deus para o coração do pecador.
“Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a
injustiça.” 1 João 1:9. {ME1 395.2}

22 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 4º trimestre de 2021


Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398 Lição 3

Na profecia de Daniel acha-se registrado de Cristo que Ele havia de


“expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna”. Daniel 9:24. Toda alma
pode dizer: “Por Sua obediência perfeita satisfez Ele os reclamos da lei,
e minha única esperança está em olhar para Ele como meu substituto e
penhor, que obedeceu perfeitamente à lei por mim. Pela fé em Seus mé-
ritos estou livre da condenação da lei. Ele me veste de Sua justiça, que
responde a todas as exigências da lei. Sou completo nAquele que intro-
duz a justiça eterna. Ele me apresenta a Deus nas vestes imaculadas das
quais nenhum fio foi tecido por qualquer instrumento humano. Tudo é de
Cristo, e toda a glória, honra e majestade devem ser dados ao Cordeiro de
Deus, que tira os pecados do mundo.” {ME1 396.1}
Muitos pensam que devem esperar por um impulso especial, a fim de
poderem aproximar-se de Cristo; mas só é necessário ir na sinceridade de
propósito, decididos a aceitar os oferecimentos de misericórdia e graça
que nos foram feitos. Devemos dizer: “Cristo morreu para me salvar. O
desejo do Senhor é que eu seja salvo, e irei a Jesus tal qual estou, e sem
demora. Agirei confiando na promessa. Ao atrair-me Cristo, atenderei.”
Diz o apóstolo: “Com o coração se crê para a justiça.” Romanos 10:10.
Ninguém pode crer com o coração para a justiça, e obter justificação pela
fé, enquanto continuar na prática das coisas que a Palavra de Deus proíbe,
ou enquanto negligenciar qualquer dever conhecido. {ME1 396.2}
Boas obras, fruto da fé
A fé genuína se manifestará em boas obras, pois boas obras são frutos
da fé. Ao operar Deus no coração, e entregar o homem sua vontade a
Deus, e com Ele cooperar, ele manifesta na vida aquilo que Deus operou
em seu íntimo pelo Espírito Santo, e há harmonia entre o propósito do
coração e a prática da vida. Todo pecado deve ser renunciado como a
coisa odiosa que crucificou o Senhor da vida e da glória, e o crente tem
de ter uma experiência progressiva, fazendo continuamente as obras de
Cristo. É pela contínua entrega da vontade, pela obediência contínua, que
se retém a bênção da justificação. {ME1 397.1}
Os que são justificados pela fé devem ter no coração o desejo de andar
nos caminhos do Senhor. É uma prova de não estar o homem justificado
pela fé, não corresponderem suas obras a sua profissão. Diz Tiago: “Bem
vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aper-
feiçoada.” Tiago 2:22. {ME1 397.2}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 23


Lição 3 Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398

A fé que não produz boas obras não justifica a alma. “Vedes então que
o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.” Tiago 2:24.
“Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado
como justiça.” Romanos 4:3. {ME1 397.3}
A imputação da justiça de Cristo vem mediante a fé justificadora, e é a
justificação pela qual Paulo se bate tão fervorosamente: Diz ele: “Por isso
nenhuma carne será justificada diante dEle pelas obras da lei, porque pela
lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou sem a lei a
justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça
de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem;
porque não há diferença. Porque todos pecaram, e destituídos estão da
glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela re-
denção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação
pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remissão dos
pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus. ... Anulamos, pois,
a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.” Romanos
3:20-31. {ME1 397.4}
Graça é favor imerecido, e o crente é justificado sem qualquer mérito
seu próprio, sem nenhum direito a alegar a Deus. É ele justificado pela
redenção que há em Cristo Jesus, que está nas cortes do Céu como subs-
tituto e penhor do pecador. Mas, conquanto seja justificado por virtude
dos méritos de Cristo, não é ele livre para praticar a injustiça. A fé opera
por amor e purifica a alma. A fé desabrocha e floresce e traz uma colheita
de fruto precioso. Onde há fé, aparecem as boas obras. Os doentes são
visitados, cuidados os pobres, não se negligenciam os órfãos e as viúvas,
são vestidos os desnudos, alimentados os pobres. Cristo andou fazendo o
bem, e quando homens a Ele se unem, amam os filhos de Deus, e a man-
sidão e a verdade lhes guiam os passos. A expressão do semblante revela
sua experiência, e os homens os conhecem como os que estiveram com
Jesus e dEle aprenderam. Cristo e o crente tornam-se um, e Sua formo-
sura de caráter se revela naqueles que se acham vitalmente ligados com
a Fonte de poder e amor. Cristo é o grande depositário da justificadora
justiça e da graça santificante. {ME1 398.1}
Todos a Ele podem ir e receber Sua plenitude. Diz Ele: “Vinde a Mim,
todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.” Mateus
11:28. Então, por que não lançar de lado toda a incredulidade e atentar
para as palavras de Jesus? Quereis descanso; anelais a paz. Dizei, então,
de coração: “Senhor Jesus, eu venho, porque Tu me fizeste este convite.”

24 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 4º trimestre de 2021


Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398 Lição 3

Crede nEle, com fé inabalável, e Ele vos salvará. Tendes olhado para
Jesus, que é autor e consumador de vossa fé? Tendes contemplado Aque-
le que é pleno de verdade e graça? Aceitastes a paz que só Cristo pode
dar? Se não, rendei-vos então a Ele, e pela Sua graça buscai um caráter
que seja nobre e elevado. Buscai um espírito constante, resoluto, alegre.
Alimentai-vos de Cristo, que é o pão da vida, e manifestareis a Sua ama-
bilidade de caráter e espírito. {ME1 398.2}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 25


Lição 4 Sábado, 22 de Janeiro de 2022

Os frutos da fé
Estudo adicional: Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 345-349 (capítulo
53: “Transformação mediante a fé e a obe- diência”).

Capítulo 53
Transformação mediante
a fé e a obediência
O ensino de Cristo no evangelho está em perfeita harmonia com o en-
sino de Cristo por meio dos profetas, no Antigo Testamento. Os profetas
falaram através dos mensageiros de Cristo no Antigo Testamento, tanto
quanto os apóstolos foram porta-vozes de Sua mensagem no Novo Testa-
mento, e não há contradição entre os ensinos de ambos. Satanás, porém,
tem sempre operado e opera ainda com todo o engano da injustiça, para
tornar de nenhum efeito a Palavra de Deus. Procura ele tornar misterioso
aquilo que é simples e claro. Adquiriu longa experiência nesta obra. Co-
nhece o caráter de Deus, e por suas sutilezas tem cativado o mundo. Foi
por se tornar de nenhum efeito a palavra de Deus, que sobreveio ao mun-
do o pecado. Adão acreditou na falsidade de Satanás, e pela deturpação
por este feita do caráter de Deus, A vida de Adão se transformou e ma-
culou. Desobedeceu ao mandamento de Deus, fazendo justamente aquilo
que o Senhor lhe mandara não fazer. Pela desobediência Adão caiu; se
tivesse resistido à prova e sido fiel a Deus, as comportas da miséria não se
teriam aberto sobre nosso mundo. {ME1 345.1}
Por meio das falsas representações de Deus por parte de Satanás, mu-
daram-se o caráter e o destino dos homens, mas os que crerem na Palavra
de Deus, serão transformados na mente e no caráter, e habilitados para a
vida eterna. O crer que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o
Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas
tenha a vida eterna” (João 3:16), transformará o coração e reproduzirá no
homem a imagem de Deus. {ME1 346.1}

26 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 345-349 Lição 4

Como se acham muitos hoje, assim Paulo (antes de sua conversão) era
muito confiante numa piedade hereditária; sua confiança, porém, basea-
va-se numa falsidade. Era uma fé fora de Cristo, pois confiava em formas
e cerimónias. Seu zelo pela lei era desligado de Cristo, e sem valor. Seu
orgulho era de que ele se achava inculpável na prática dos atos da lei; mas
ao Cristo que valorizou a lei, ele recusava. Confiava em que estivesse
direito. Diz ele: “Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus
nazareno devia eu praticar muitos atos; o que também fiz em Jerusalém.
E, havendo recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos
dos santos nas prisões; e quando os matavam eu dava o meu voto contra
eles.” Atos 26:9-10. Por algum tempo Paulo fez uma obra muito cruel,
julgando estar prestando serviço a Deus, pois diz ele: “Porque o fiz igno-
rantemente, na incredulidade.” 1 Timóteo 1:13. Sua sinceridade, porém,
não lhe justificou a obra, nem fez do erro, verdade. {ME1 346.2}
A fé é o meio pelo qual a verdade ou o erro encontram abrigo na
mente. É pelo mesmo ato da mente que se recebe a verdade ou o erro,
mas faz grande diferença crermos na Palavra de Deus ou nos ditos dos
homens. Quando Cristo Se revelou a Paulo, e este se convenceu de que
estava perseguindo a Jesus na pessoa de Seus santos, aceitou ele a verda-
de como é em Jesus. Manifestou-se-lhe no caráter e na mente um poder
transformador e ele se tornou um novo homem em Cristo Jesus. Recebeu
a verdade tão plenamente que nem a Terra nem o inferno lhe poderiam
abalar a fé. {ME1 346.3}
Muitos há que clamam: “Crede, tão-somente crede!” Perguntai-lhes
o que é que deveis crer. Devereis crer nas mentiras forjadas por Satanás
contra a lei de Deus, santa, justa e boa? Deus não usa Sua grande e pre-
ciosa graça para anular a Sua lei, mas sim para estabelecê-la. Qual foi a
decisão de Paulo? Diz ele: “Que diremos pois? É a lei pecado? De modo
nenhum: Mas eu não conheci o pecado, senão pela lei. ... E eu, nalgum
tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e [teve
então fim o mandamento? — Não] eu [Paulo] morri. ... E assim a lei [obs-
truindo-me diretamente o caminho da liberdade e paz? — Não] é santa, e
o mandamento santo, justo e bom.” Romanos 7:7-12. {ME1 347.1}
A lei não pode perdoar
Paulo aprendeu que não havia na lei poder para perdoar ao transgres-
sor. “Nenhuma carne será justificada diante dEle pelas obras da lei.” Ro-
manos 3:20. “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 27


Lição 4 Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 345-349

enferma pela carne, Deus, enviando o Seu Filho em semelhança da carne


do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da
lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo
o Espírito.” Romanos 8:3-4. {ME1 347.2}
O Senhor viu nosso estado caído; viu nossa necessidade de graça, e
visto como amava nossa alma, deu-nos graça e paz. Graça quer dizer
favor concedido a alguém que o não merece, alguém que está perdido. O
fato de sermos pecadores, em vez de excluir-nos da misericórdia e amor
de Deus, torna o exercício de Seu amor para conosco uma positiva neces-
sidade, a fim de que possamos ser salvos. Diz Cristo: “Não Me escolhes-
tes vós a Mim, mas Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e
deis fruto, e o vosso fruto permaneça.” João 15:16. {ME1 347.3}
Quando Adão caiu, tomaram-se providências para sua restauração. No
tempo devido Jesus, o Príncipe da vida, veio ao nosso mundo para entrar
em conflito com os poderes das trevas. Neste mundo teve Satanás oportu-
nidade de exibir o resultado da operação de seus princípios de libertação
de toda a lei, e Cristo, por Sua inabalável obediência aos mandamentos de
Seu Pai, tornou manifesto o resultado de praticar os princípios da justiça.
De acordo com seus princípios do mal, Satanás molestou o Filho de Deus
com ferozes tentações, levando-O afinal à sala do julgamento, para que,
sem causa, fosse condenado à morte. A confederação do mal operou no
coração dos homens para executarem os princípios do mal. Cristo e Bar-
rabás foram apresentados à multidão. Barrabás era notório ladrão e assas-
sino; Cristo era o Filho de Deus. Pilatos contemplou a ambos, e julgou
que não hesitariam em escolher a Jesus. Os sinais de nobreza, inteligên-
cia e pureza revelavam-se claramente em Seu semblante, em assinalado
contraste com os traços rudes de Barrabás. Perguntou: “Qual desses dois
quereis vós que eu solte?” Mateus 27:21. E ouviu-se o rouquenho clamor
da turba enfurecida, bradando: “Barrabás!” “Disse-lhes Pilatos: Que farei
então de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado. O
presidente, porém, disse: Mas que mal fez Ele? E eles mais clamavam,
dizendo: Seja crucificado.” Mateus 27:22-23. {ME1 347.4}
Satanás derrotado pela morte de Cristo
Nesta preferência os princípios de Satanás tornaram-se manifestos;
e os exércitos do Céu, e todos os mundos que Deus criara, julgaram que
Satanás era acusador dos irmãos, mentiroso e homicida. No Céu e entre
os mundos não caídos, liquidou-se a questão quanto ao poder enganador

28 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 345-349 Lição 4

de Satanás e seus princípios malignos, e provou-se de uma vez para sem-


pre a perfeita pureza e santidade de Cristo, que sofria a prova e aflição em
favor do homem caído. Mediante o desdobramento do caráter e princípios
de Satanás, foi ele para sempre desarraigado das afeições dos mundos não
caídos, e a controvérsia acerca de suas pretensões e das reivindicações
de Cristo ficou para sempre assentada no Céu. A justiça manifestada no
caráter de Cristo seria para sempre a âncora, a salvadora esperança do
mundo. Toda alma que prefere a Cristo pode, com fé, dizer: “O Senhor
justiça minha.” {ME1 348.1}
Cristo foi “desprezado, e o mais indigno entre os homens; homem de
dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens
escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dEle caso algum. Ver-
dadeiramente, Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as nossas
dores levou sobre Si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus, e opri-
mido. Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas
pisaduras fomos sarados”. Isaías 53:3-5. {ME1 349.1}
A graça de Cristo e a lei de Deus são inseparáveis. Em Jesus a miseri-
córdia e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram. Em Sua
vida e caráter Ele não só revela o caráter de Deus, mas a possibilidade do
homem. Era Ele o representante de Deus e o exemplo da humanidade.
Apresentou ao mundo o que a humanidade poderia tornar-se quando, pela
fé, unida à divindade. O Filho unigênito de Deus tomou sobre Si a natu-
reza do homem, plantando Sua cruz entre a Terra e o Céu. Pela cruz o ho-
mem foi atraído para Deus, e Deus para o homem. A justiça transferiu-se
de sua elevada e respeitável posição, e as cortes celestiais, os exércitos da
santidade, achegaram-se à cruz, prostrando-se com reverência; pois junto
da cruz foi satisfeita a justiça. Pela cruz o pecador foi atraído para fora da
fortaleza do pecado, da confederação do mal, e a cada nova aproximação
da cruz seu coração se abranda e em penitência ele brada: “Foram meus
pecados que crucificaram o Filho de Deus.” Junto da cruz abandona ele
seus pecados, e pela graça de Cristo transforma-se o seu caráter. O Reden-
tor ergue do pó o transgressor e coloca-o sob a guia do Espírito Santo. Ao
contemplar o Redentor, encontra o pecador esperança, certeza e alegria.
A fé apega-se amorosamente a Cristo. A fé opera pelo amor e purifica a
alma. {ME1 349.2}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 29


Lição 5 Sábado, 29 de Janeiro de 2022

Não mais escravos do pecado


Estudo adicional: Romanos 6 (o capítulo inteiro); The Signs of the
Times, 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro de 1898, título
“Conhecendo Cristo”.

Romanos 6
Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abun-
de? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como
viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados
em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepul-
tados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressus-
citado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também
em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com Ele na
semelhança da Sua morte, também o seremos na da sSua ressurreição;
Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que
o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.
Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já mor-
remos com Cristo, cremos que também com Ele viveremos; Sabendo que,
tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte
não mais tem domínio sobre Ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez
morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado,
mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto,
o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concu-
piscências; Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por
instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos den-
tre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo
da lei, mas debaixo da graça.Pois que? Pecaremos porque não estamos
debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós
que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos
daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediên-
cia para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado,

30 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Romanos 6 Lição 5

obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E,


libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.
Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como
apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade
para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à
justiça para santificação. Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis
livres da justiça. E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos
envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas agora, libertados do
pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e
por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom
gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 31


Lição 5 The Signs of the Times, 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro de 1898

27, Janeiro, 1898

Conhecendo Cristo
Enquanto Cristo falava as Suas últimas palavras de instrução aos Seus
discípulos, antes da Sua crucificação, Filipe disse-Lhe: “Senhor, mostra-
-nos o Pai, e basta-nos.” Espantado com a sua compreensão, Cristo per-
guntou com surpresa dolorosa: “Já estou há tanto tempo convosco, e não
me tendes conhecido, Filipe?” Os discípulos tinham sido companheiros
de Cristo por quase três anos; ouviram as Suas palavras, testemunharam
as Suas poderosas obras, e ouviram-No dizer aos fariseus enquanto lia os
seus pensamentos: “Eu e o meu pai somos um só”, e ficou espantado por
ainda não o conhecerem. Se não tivessem sido tão lentos de compreen-
são, se tivessem sido mais devotos ouvintes e fazedores das palavras do
Salvador, não teriam, assim, sofrido o seu coração de amor pela sua incre-
dulidade. {ST 27 de janeiro de 1898, par. 1}
A dúvida de Filipe exigia a declaração de uma verdade de ouro,, que
era essencial para os discípulos ouvirem. “Não crês que estou no Pai e que
o Pai está em Mim?” Cristo pediu. “ As palavras que eu vos digo não as
digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por
causa das mesmas obras..’ Pouco tempo antes, Cristo tinha declarado so-
lenemente e decididamente: “ Quem crê em mim, crê, não em mim, mas
naquele que me enviou. E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.
Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não
permaneça nas trevas.” {ST 27 de janeiro de 1898, par. 2}
Cristo mostrou que os tesouros da eternidade estavam sob Seu coman-
do. Ele não estava sob controle na disposição deles. Aquele que julgou
não ser um roubo ser igual a Deus, trouxe ao mundo os tesouros acumu-
lados da eternidade. Com autoridade e decisão, Ele disse que aqueles que
sofreram aqui por causa do Seu nome deveriam receber sua recompensa
no céu, mostrando assim a Sua unidade com Deus. {ST 27 de janeiro de 1898,
par. 3}
Falando por inspiração do Espírito Santo, o apóstolo Paulo diz de
Cristo: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas ma-
neiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo
Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mun-

32 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


The Signs of the Times, 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro de 1898 Lição 5

do. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua


pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo
feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra
da majestade nas alturas”. {ST 27 de janeiro de 1898, par. 4}
Em Seu ensino, Cristo referiu-se a Jonas. O profeta foi a Nínive para
entregar a mensagem de Deus, e o aviso ecoou pelas ruas da cidade sem
Deus. Sua mensagem humilhou a nação daquela época, a mais poderosa
da terra. A proclamação de sua destruição fez com que se arrependessem
em grande humilhação e sua condenação foi evitada. A lei de Deus foi re-
verenciada e o Deus de Israel honrado e exaltado em todo o mundo pagão.
Essa experiência os judeus mantiveram sempre na memória. Mas disse
Cristo: “Um maior do que Jonas está aqui.” {ST 27 de janeiro de 1898, par. 5}
Salomão foi um dos maiores reis que já empunhou um cetro. Ele cons-
truiu o magnífico templo em Jerusalém, dando caráter e grandeza à nação
judaica. Os judeus o exaltaram e honraram, mas estando diante deles,
Cristo declarou: “Um maior do que Salomão está aqui.” Ele falou de pa-
triarcas e profetas que ansiavam por sentar-se a Seus pés e aprender dEle,
que se teriam considerado altamente honrados se tivessem ministrado
a Ele. Voltando-se para os discípulos, disse: “Mas, bem-aventurados os
vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Porque
em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós
vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram.” {ST 27 de
janeiro de 1898, par. 6}
Cristo se apropriou, para Si próprio, do título de autoridade e afirmou
Sua reivindicação a todo o nosso serviço e fidelidade. “Vós me chamais
Mestre e Senhor”, disse Ele; “E dizeis bem; porque Eu o sou.” Se alguém,
exceto Deus manifestado na carne, fizesse tal afirmação, ela teria sido
declarada blasfémia nas cortes celestiais. Mas Cristo não fez nenhuma
afirmação falsa. Ele era realmente um com Deus. Quão lentos de com-
preensão os discípulos devem ter sido para perguntar: “Mostra-nos o Pai,
e isso nos basta.” {ST 27 de janeiro de 1898, par. 7}
“E a vida eterna é esta”, declarou Cristo, “que Te conheçam a Ti, por
único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Essas palavras
significam muito. É somente conhecendo a Cristo que podemos conhecer
a Deus. O Enviado de Deus convida todos a ouvir essas palavras. Elas
são as palavras de Deus, e todos devem dar-lhes ouvidos; pois por elas
serão julgados. Conhecer a Cristo de maneira salvadora é ser vitalizado

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 33


Lição 5 The Signs of the Times, 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro de 1898

pelo conhecimento espiritual, para praticar Suas palavras. Sem isto, tudo
o resto é inúti. {ST 27 de janeiro de 1898, par. 8}
Cristo veio a este mundo para revelar o pai. Que paciência, que ter-
nura misericordiosa, que compaixão divina, que força de propósito, ele
manifestou! Ele não falhou nem desanimou. Ele era a personificação da
pureza e Seu amor não tinha paralelo. A cada passo, Ele praticava abne-
gação e sacrifício. Em Sua morte, Ele foi a revelação da reconciliação
entre Deus e o homem. Ao assumir nossa natureza, Ele se ligou a nós por
eras eternas. Ele é nosso representante e chefe. Ele representa nossa raça
diante de Deus, ainda e para sempre sustentando a humanidade da raça.
Ele implora perante o Pai pela justiça perfeita de todos os que O aceitam.
{ST 27 de janeiro de 1898, par. 9}
Cristo convida-nos a ouvir Suas palavras, para que possamos conhe-
cê-Lo. “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Não devemos ouvir como
aqueles de quem os apóstolos disseram: “A palavra da pregação nada
lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a
ouviram”. Os que ouvem com salvação são os que ouvem com fé e dão
atenção fervorosa às coisas que ouviram, para que em nenhum momento
as deixem escapar. {ST 27 de janeiro de 1898, par. 10}
“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos
céus”, diz Cristo; “Mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos
céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós
em teu nome? e em teu nome não expulsamos demónios? e em teu nome
não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca
vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” {ST 27
de janeiro de 1898, par. 11}
Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, as-
semelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele
que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao ho-
mem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e
correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e
foi grande a sua queda.” {ST January 27, 1898, par. 12}
Deus mediu quanto custou salvar o homem. Esta salvação foi reali-
zada somente pelo sacrifício de Si mesmo em Seu Filho. “Deus amou o
mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Os pais terrenos amam

34 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


The Signs of the Times, 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro de 1898 Lição 5

seus filhos. Como então Deus se sentiu quando o Filho de Seu amor foi
desprezado por aqueles a quem veio elevar, enobrecer e salvar? Ele O viu
morrendo na cruz, zombado e empurrado pelos transeuntes, e Ele escon-
deu a Sua face Dele por assim dizer. Cristo estava suportando o pecado
de todo o mundo e morrendo no lugar do pecador. Exalte o Deus do céu,
você que pode perceber a profundidade de Seu auto-sacrifício; pois Ele
sofreu com Seu Filho. {ST 27 de janeiro de 1898, par. 13}
O pecador deve ver Jesus como Ele é, cheio de graça e verdade. A paz
celestial será sentida por aqueles que conhecem Aquele que nos amou
primeiro, que é o principal entre dez mil e completamente encantador.
Todas as dúvidas remanescentes serão varridas. Seu coração arderá com
o fogo do amor divino e seu caráter será transformado. {ST 27 de janeiro de
1898, par. 14}

Sra. E. G. White

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 35


Lição 5 The Signs of the Times, 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro de 1898

3, Fevereiro, 1898

Conhecendo a Cristo – Nº. 2


Hoje ouvimos as palavras de dúvida de Filipe repetidas por aqueles
que tiveram evidências sobre as evidências, importantes e solenes. Mui-
tos crentes professos em Cristo são muitos, mas poucos têm um conhe-
cimento experimental dEle. Para todos os efeitos práticos, eles são igno-
rantes de Cristo. Coonhecem- No de longe, mas não têm uma verdadeira
concepção Dele. Muitos, de geração em geração, estiveram, por assim
dizer, na presença de Cristo, testemunharam a manifestação da luz ce-
lestial, viram o profundo movimento do Espírito e do poder de Deus, e
ainda assim falharam em apreciar esses graciosos sinais de Sua bondade
e amor. Mostra-nos um sinal, dizem. Se você tem a verdade, mostre-nos
um sinal. Mas o caráter e a influência da verdade são um sinal contínuo. A
sua influência transformadora sobre a humanidade testifica de Seu poder
divino, mas os sentidos espirituais dos incrédulos estão tão embotados
que não podem compreendê-lo. Eles ecoam as palavras: “”Senhor, mos-
tra-nos o Pai, e basta-nos.” E o Salvador, sempre nosso Sacerdote e Rei,
dirige-se ao incrédulo: “Estou há tanto tempo convosco [em vossa com-
panhia], e não me tendes conhecido?” {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 1}
Essa incapacidade de compreender a verdade divina e de ver em
Cristo o caráter de Deus fere o Salvador tão verdadeiramente hoje como
quando Ele disse a Filipe: “Já estou há tanto tempo convosco, e não me
tendes conhecido, Filipe?” “O Verbo se fez carne e habitou entre nós, ...
cheio de graça e verdade.” O Filho do Deus infinito provou a morte por
cada homem. Ele deixou as cortes reais e revestiu Sua divindade com
humanidade. Por nossa causa, Ele tornou-se pobre, para que, através da
Sua pobreza, pudéssemos enriquecer. Quando aqui Ele não se classificou
com reis e nobres, com os ricos da terra, mas com os pobres, aqueles
que eram obrigados a trabalhar para viver. Ele foi mal compreendido,
falseado, odiado, difamado por Sua própria nação. Ele foi “desprezado, e
o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos
trabalhos. ... Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído
por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava
sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados”. “Cristo padeceu por
nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual

36 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


The Signs of the Times, 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro de 1898 Lição 5

não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando
o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entre-
gava-se àquele que julga justamente; Levando ele mesmo em seu corpo
os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados,
pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” {ST
3 de fevereiro de 1898, par. 2}
Os pecados de cada homem foram punidos em Cristo. Eles foram co-
locados no inocente Portador do pecado como se fossem Seus. Eles foram
cobrados em Sua conta. Cristo amou tanto o homem, embora esteja caído,
que ligou Seu interesse a cada pecador. Nele a divindade e a humanida-
de se uniram, Ele se ligou a cada filho e filha de Adão. Tendo assumido
a responsabilidade de morrer no lugar do pecador, Seus interesses são
identificados com os de cada membro da família humana. E toda má ação,
toda transgressão, toda rebelião, seja de pensamento ou ação, perfura o
coração de Cristo, pois Ele se comprometeu a representar a humanidade.
{ST 3 de fevereiro de 1898, par. 3}
Na cruz do Calvário, a misericórdia e a verdade se encontraram; a
justiça e a paz se beijaram. Ao tomar a natureza humana, Cristo prendeu
cada pecador a Si mesmo com fios de simpatia e amor que nunca podem
ser quebrados até que Ele diga com terrível majestade: “Quem é injusto
faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo faça
justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda. E eis que cedo venho,
e o Meu galardão está Comigo para dar a cada um segundo a sua obra.”
Devemos aceitar a Cristo individualmente como nossa única esperança.
Devemos conhecê-lo. Ele é o nosso mediador, e diante dEle devemos
confessar e renunciar aos nossos pecados. Ele fez uma renúncia completa
de Si mesmo pelo homem, e o homem, por meio de Jesus, deve fazer uma
renúncia completa de si mesmo a Deus. {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 4}
Ao estudar as palavras de Cristo, temos todas as oportunidades de co-
nhecê-Lo. Devemos fazer isso para sermos salvos. “Na verdade, na ver-
dade vos digo”, disse Ele, “e não comerdes a carne do Filho do homem, e
não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come
a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei
no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu
sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o
meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive,
me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também
viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 37


Lição 5 The Signs of the Times, 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro de 1898

pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para
sempre... O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as pa-
lavras que eu vos digo são espírito e vida.” {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 5}
Conhecemos a Cristo ou Sua voz chega até nós através dos tempos,
dizendo com tristeza: “Há tanto tempo estou convosco e ainda não me
conheces?” Qual é o caráter de nossa fé? É o mesmo que as multidões que
se aglomeraram e pressionaram a Cristo? ou é como a da mulher que foi
curada ao tocá-lo? Ela abriu caminho por entre a multidão, dizendo: “Se
eu apenas tocar em Suas vestes, estarei sã”. E com que rapidez Cristo dis-
tinguiu o toque da fé do toque casual da multidão! Qual é a nossa relação
com Cristo? É ilustrado por aqueles que se aglomeraram e pressionaram,
mas que não receberam nenhum benefício, porque não O tocaram pela fé?
{ST 3 de fevereiro de 1898, par. 6}
Muitos são lamentavelmente ignorantes de Cristo, porque têm prazer
na injustiça. Como a multidão, eles continuamente tocam a Cristo, mas
não recebem nenhuma virtude; pois não é sua determinação conhecê-Lo.
Eles desejam seguir suas próprias inclinações. Quando vêem que podem
professar seguir a Cristo sem praticar a abnegação, estão do lado Dele;
mas quando são chamados a negar a si mesmos, não são mais atraídos
por Ele. Pela sua forma de agir, eles dizem: Não quero o Teu caminho, ó
Senhor, mas o meu próprio caminho! {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 7}
Quem hoje faz parte daquele número que já teve todas as oportuni-
dades de conhecer seu Senhor e, ainda assim, está dizendo: “Mostra-nos
o Pai, e isso nos basta”? O que podemos dizer àqueles que, no que diz
respeito à experiência pessoal, são tão ignorantes de Cristo? Os oráculos
vivos de Deus estão em sua posse. Pesquise as Escrituras; pois elas testifi-
cam de Cristo. Se você realmente deseja ter conhecimento dEle, pode ob-
tê-lo. Examine as Escrituras, para que possa conhecer Aquele a quem co-
nhecer bem é a vida eterna. Contemple-O, para que, contemplando, você
possa obedecer à Sua Palavra. Continue procurando por joias escondidas,
para que você possa se enriquecer espiritualmente. Medite nas palavras
de Cristo e aprenda o que Ele é para você. Ao confessá-Lo, erguê-Lo e
falar dEle, você ganhará fé Nele; e será imbuído de zelo para se tornarem
verdadeiros mordomos de Sua graça. {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 8}
Estimamos nosso Salvador de acordo com a luz que nos foi dada? So-
mos amigos ou inimigos de Cristo? Essa questão envolve nossos interes-
ses eternos. Devemos fazer nossa vocação e nossa eleição seguras. Não
podemos confiar numa fé flutuante e aleatória. Devemos ser capazes de

38 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


The Signs of the Times, 27 de Janeiro e 3 de Fevereiro de 1898 Lição 5

dizer que não seguimos fábulas engenhosamente inventadas. Cristo deve


ser nosso Salvador pessoal; e Ele não pode ser isso a menos que tenhamos
um conhecimento experimental Dele. Um conhecimento casual Dele não
terá valor. Nosso conhecimento deve ser prático; deve nos tornar seme-
lhantes a ele. {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 9}
Cristo espera à porta do coração, dizendo: Abra-me; mas Ele não se
imporá a ninguém. Estamos ouvindo Sua voz? Nosso orgulho é humilha-
do e subjugado por Sua divina compaixão e misericordioso amor? Abra
a porta do coração; pois Cristo está esperando para entrar. “Eis que estou
à porta e bato”, diz Ele; “Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta,
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. Olhe para Jesus,
você que é tentado e provado; pois Ele está perto, esperando para ajudá-
-lo por Sua graça e piedade redentora. Continue olhando para Ele e você
aprenderá a conhecê-Lo. Seu nome é o precioso direito de nascença de
todo cristão. Seu exemplo deve ser estudado e praticado. Isso vai elevar,
refinar e purificar a vida diária. Com seu poder divino, iluminará até mes-
mo os deveres humildes do dia a dia. As dúvidas desaparecerão diante dos
brilhantes raios do Sol da Justiça. {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 10}
Será Cristo formado dentro de vós, a esperança da glória? Para alguém
mais conhecer Cristo, e confessá-Lo como Seu líder, não vos servirá de
nada. Deve conhecê-Lo por si próprio. Tem de obter tal conhecimento
d’Ele que possa dizer com os samaritanos: “ Já não é pelo teu dito que
nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este
é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.”. Deves poder dizer
com Paulo: “Eu sei em quem tenho acreditado, e estou convencido de que
Ele é capaz de manter aquilo que Lhe tenho confiado”. {ST 3 de Fevereiro de
1898, par. 11}

Sra. E. G. White

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 39


Lição 6 Sábado, 5 de Fevereiro de 2022

Da escravidão ao sucesso
Estudo adicional: The SDA Bible Commentary [E. G. White Comments],
vol. 6, pp. 1076-1078.

CAPÍTULO 7
A maravilhosa mudança de Paulo
Paulo diz que “no que diz respeito à lei” - no que diz respeito aos
atos externos - ele era “irrepreensível”; mas quando ele discerniu o cará-
ter espiritual da lei, quando ele olhou no espelho sagrado, ele se viu um
pecador. julgado por um padrão humano, ele se absteve de pecar; mas
quando ele olhou nas profundezas da lei de Deus, e se viu como Deus o
via, ele humildemente se curvou e confessou sua culpa. Ele não se afastou
do espelho nem se esqueceu de que tipo de homem ele era, mas experi-
mentou o verdadeiro arrependimento diante de Deus e teve fé em nosso
Senhor Jesus Cristo. Foi lavado, foi limpo. Ele diz: “Mas eu não conheci
o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se
a lei não dissesse: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo
mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei
estava morto o pecado. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o
mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.”
O pecado então apareceu em seu verdadeiro horror e o seu amor pró-
prio desapareceu. Ele se tornou humilde. Ele não atribuiu mais bondade
e crédito a si mesmo. Ele parou de ter um conceito, de si próprio, mais
elevado do que deveria e atribuiu toda a glória a Deus. Ele não tinha
mais ambição de grandeza. Ele parou de querer vingança e não foi mais
sensível à reprovação, desdém ou desprezo. Não buscou mais união com
o mundo, posição social ou honras. Ele não derrubou outros para se exal-
tar. Ele se tornou manso, condescendente, manso e humilde de coração,
porque havia aprendido sua lição na escola de Cristo. Ele falou de Jesus
e de Seu amor incomparável, e cresceu cada vez mais à Sua imagem. Ele
devotou todas as suas energias para ganhar almas para Cristo. Quando
as provações caíam sobre ele por causa de seu abnegado trabalho pelas

40 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1076-1078 Lição 6

almas, ele se prostrava em oração e aumentava seu amor por elas. Sua
vida estava escondida com Cristo em Deus, e ele amava Jesus com todo o
ardor de sua alma. Ele amou cada igreja; interessava-se por cada membro
da igreja, pois considerava que cada alma havia sido comprada com o
sangue de Cristo (RH 7-22-1890).
A lei de Deus não morreu
O apóstolo Paulo, ao relatar suas experiências, apresenta uma verdade
importante sobre a obra que deve ser realizada na conversão. Ele diz: “E
eu, nalgum tempo, vivia sem lei” - não senti nenhuma condenação - , mas,
vindo o mandamento - quando a lei de Deus se manifestou com força em
sua consciência -, reviveu o pecado, e eu morri.”. Então ele se considerou
um pecador, condenado pela lei divina. Observe que foi Paulo quem mor-
reu, e não a lei (4SP 297).
A lei mantém a sua dignidade
Através do plano de salvação a lei mantém a sua dignidade ao conde-
nar o pecador, e o pecador pode ser salvo através da propiciação de Cristo
pelos nossos pecados, “em quem temos a redenção pelo seu sangue, a
saber, a remissão dos pecados”. A lei não foi mudada de forma alguma,
para se adequar ao homem em sua condição decaída. Permanece como
sempre foi: santo, justo e bom (RH 5-23-1899).

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 41


Lição 6 The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1076-1078

CAPÍTULO 8
Um cálice de bênção
“E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus
habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também
vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.”.
Oh, quão preciosas são essas palavras para toda alma enlutada! Cristo é
nosso Guia e Consolador, que nos conforta em todas as nossas tribula-
ções. Quando Ele nos dá um gole amargo para beber, Ele também leva um
copo de bênção aos nossos lábios. Quando cremos, isso enche o coração
de submissão, alegria e paz, e nos permite dizer mansamente: Ó Senhor,
não a minha vontade, mas a tua seja feita (Carta 65a, 1894).
Os transgressores estão sob o jugo, não os obedientes
Paulo descreve em sua epístola a Timóteo exatamente os homens que
estão sob o jugo da lei: são os transgressores da lei. Ele os chama de trans-
gressores, desobedientes, pecadores, ímpios, profanos, assassinos, adúl-
teros, mentirosos e todos os que se desviam da sã doutrina (1Tm 1: 9-10).
A lei de Deus é o espelho que mostra ao homem os defeitos de seu ca-
ráter. Mas aqueles que se entregam à injustiça não gostam de ver sua de-
formidade moral. Eles não apreciam este espelho fiel porque lhes revela
seus pecados; Portanto, em vez de guerrearem com suas mentes carnais,
lutam contra o espelho verdadeiro e fiel que Jeová lhes deu precisamente
para que não sejam enganados, mas para que seus defeitos de caráter lhes
sejam revelados.
A descoberta desses defeitos deve levá-los a odiar o espelho ou a se
odiar? Devem rejeitar o espelho que revela seus defeitos? Não. Os peca-
dos em que se entregam, que o espelho fiel mostra que existem em seu
caráter, fecharão diante deles os portões do céu, a menos que sejam rejei-
tados e se tornem perfeitos diante de Deus (RH 8-3 -1870).
Obediência, não um jugo
Ninguém que crê em Jesus Cristo está sob o jugo da lei de Deus, pois
Sua lei é uma lei de vida, não de morte, para aqueles que obedecem aos
seus preceitos. Todos os que compreendem a espiritualidade da lei, todos
os que reconhecem seu poder como um detector de pecado, estão numa
condição tão desamparada quanto o próprio Satanás, a menos que acei-

42 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1076-1078 Lição 6

tem a expiação fornecida para eles no sacrifício corretivo de Jesus Cristo,


que é nossa expiação - união com Deus. (MS 122, 1901).
Por meio da fé em Cristo, a obediência a todos os princípios da lei é
possível (Manuscrito 122, 1901).
O jugo da religião legal
O espírito de servidão é gerado procurando viver de acordo com a
religião legal, por meio do empenho em cumprir as exigências da lei com
nossas próprias forças. Só há esperança para nós quando entramos na
aliança abraâmica, que é a aliança da graça pela fé em Cristo Jesus. O
evangelho pregado a Abraão, pelo qual ele tinha esperança, é o mesmo
evangelho que nos é pregado hoje, pelo qual temos esperança. Abraão
olhou para Jesus, que também é o Autor e Consumador de nossa fé (The
Youth’s Instructor, 22 de setembro de 1892).
Intercessão de Cristo e de seu Espírito
Cristo Jesus é apresentado continuamente diante do altar, oferecendo
a cada momento o sacrifício pelos pecados do mundo. Ele é o minis-
tro do verdadeiro tabernáculo que o Senhor levantou e não o homem.
As sombras simbólicas do tabernáculo judaico não têm mais nenhuma
virtude. Não é necessária mais expiação simbólica diária e anual, mas
o sacrifício expiatório por meio de um Mediador é essencial porque os
pecados são cometidos constantemente. Jesus está oficiando na presença
de Deus, oferecendo seu sangue derramado, como se fosse um cordeiro
morto. Jesus apresenta a oblação oferecida por cada pecado e por cada
pecado do pecador.
Cristo, nosso Mediador, e o Espírito Santo estão constantemente inter-
cedendo em favor do homem; mas o Espírito não suplica por nós como
faz Cristo, que apresenta Seu sangue, derramado desde a fundação do
mundo; o Espírito trabalha em nossos corações, extraindo orações e ar-
rependimento, louvor e gratidão. A gratidão que flui de nossos lábios é o
resultado do Espírito fazendo ressoar as cordas da alma em santas lem-
branças, que despertam a música do coração.
Os serviços religiosos, orações, louvor, confissão contrita de pecado,
ascendem dos verdadeiros crentes como incenso ao santuário celestial;
mas, ao passar pelos canais corruptos da humanidade, tornam-se tão
contaminados que, que sejam purificados pelo sangue, nunca terão valor
diante de Deus. Eles não ascendem com pureza imaculada, e a menos que
o Intercessor que está à direita de Deus apresente e purifique tudo com
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 43
Lição 6 The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1076-1078

Sua justiça, eles não são aceitáveis a Deus. Todo o incenso que vem dos
tabernáculos terrestres deve ser humedecido com as gotas purificadoras
do sangue de Cristo. Ele segura diante do Pai o incensário de seus pró-
prios méritos, no qual não há mancha de contaminação terrena. Ele reúne
no incensário as orações, louvores e confissões de Seu povo, e com eles
coloca Sua própria justiça imaculada. Então, perfumado com os méritos
da propiciação de Cristo, o incenso sobe diante de Deus completa e intei-
ramente aceitável. Então, respostas graciosas são então recebidas.
Eu gostaria que todos pudessem entender que tudo o que está em obe-
diência, penitência, louvor e gratidão, deve ser colocado no fogo ardente
da justiça de Cristo. A fragrância dessa justiça ascende como uma nuvem
ao redor do propiciatório (MS 50, 1900).
A imagem moral de Deus restaurada por meio de Cristo
Embora a imagem de Deus tenha sido quase apagada pelo pecado de
Adão, ela pode ser renovada pelos méritos e poder de Jesus. O homem
pode permanecer com a imagem moral de Deus em seu caráter; pois Jesus
o dará a ele. A menos que a imagem moral de Deus seja vista no homem,
ele nunca poderá entrar na cidade de Deus como conquistador (RH 106-
1890).
Mantido pelas intercessões de Cristo
Qualquer pessoa que deseje libertar-se da escravidão e do serviço de
Satanás, e ficar sob a bandeira manchada de sangue do Príncipe Emanuel,
será protegida pelas intercessões de Cristo. Cristo, como nosso Mediador
à destra do Pai, sempre nos tem em vista, pois é tão necessário que nos
guarde por Sua intercessão como nos redima com Seu sangue. Se Ele pa-
rar de nos apoiar por um momento, Satanás está pronto para nos destruir.
Aqueles comprados por Seu sangue, Ele agora guarda por Sua intercessão
(MS 73, 1893).
Necessidade constante da intercessão de Cristo
Cristo foi o fundamento de todo o sistema judaico. No serviço do sa-
cerdócio judaico, somos continuamente lembrados do sacrifício e da in-
tercessão de Cristo. Todos os que vêm a Cristo hoje devem se lembrar de
que Seus méritos são o incenso que se mistura com as orações daqueles
que se arrependem de seus pecados e recebem perdão, misericórdia e gra-
ça. Nossa necessidade da intercessão de Cristo é constante. Dia após dia,
manhã e noite, o coração humilde precisa oferecer orações que receberão

44 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1076-1078 Lição 6

respostas de graça, paz e alegria. “Portanto, ofereçamos sempre por ele a


Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu
nome. E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com
tais sacrifícios Deus se agrada.” (MS 14 , 1901).
Vestido com as vestes sacerdotais
Cristo é o elo entre Deus e o homem. Ele prometeu Sua intercessão
pessoal usando Seu nome. Ele coloca todas as virtudes de Sua justiça do
lado do suplicante. Cristo suplica pelo homem, e o homem que neces-
sita da ajuda divina, suplica por si mesmo na presença de Deus, usando
o poder da influência dAquele que deu Sua vida pelo mundo. Quando
reconhecemos diante de Deus nosso apreço pelos méritos de Cristo, fra-
grância é adicionada às nossas intercessões. Oh, quem pode valorizar esta
grande misericórdia e amor! Ao nos aproximarmos de Deus pela virtude
dos méritos de Cristo, somos vestidos com Suas vestes sacerdotais. Ele
nos coloca ao Seu lado, envolvendo-nos com Seu braço humano, enquan-
to com Seu braço divino agarra o trono do Infinito. Ele coloca Seus méri-
tos, como incenso suave, em um incensário em nossas mãos, a fim de en-
corajar nossas petições. Ele promete ouvir e responder aos nossos apelos.
Sim, Cristo se tornou o intermediário da oração entre o homem e
Deus. Também se tornou-o o meio de bênção entre Deus e o homem. Ele
combinou divindade e humanidade. Os homens devem ser colaboradores
de Deus na salvação da própria alma, e então devem fazer esforços fervo-
rosos, perseverantes e incansáveis para salvar os que estão para perecer
(Carta 22, 1898).

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 45


Lição 7 Sábado, 12 de Fevereiro de 2022

Vitória através da confiança


Estudo adicional: Romanos 8:15-39; Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp.
331-339 (capítulo 50: “Vinde, buscai e encontrareis”;
Capítulo 51 — Unidos à videira viva).

Romanos 8:15-39
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estar-
des em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual
clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que
somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros tam-
bém, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com
Ele padecemos, para que também com eEle sejamos glorificados. Porque
para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são
para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a
ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.
Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por
causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura
será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos fi-
lhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente
com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos
as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a
adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não
é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se espera-
mos o que não vemos, com paciência o esperamos. E da mesma maneira
também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que
havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por
nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe
qual é a intenção do Espírito; e é Ele que segundo Deus intercede pelos
santos. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu
propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para
serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogé-

46 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Romanos 8:15-39 Lição 7

nito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou;
e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes
também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós,
quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho pou-
pou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele
todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?
É Deus quem os justifica.
Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem res-
suscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também inter-
cede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou
a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a
espada? Como está escrito:Por amor de ti somos entregues à morte todo
o dia;Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas
estas coisas somos mais do que vencedores, por Aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem
os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a
altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar
do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 47


Lição 7 Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 331-339

Capítulo 50
“Vinde, buscai, e encontrareis”
É impossível, ao homem, salvar-se por si mesmo. Pode ele enganar-se
com respeito a isso, mas não pode salvar-se. A justiça de Cristo, tão-so-
mente, pode aproveitar para sua salvação, e é dom de Deus. Essas são
as vestes das bodas com as quais podereis comparecer como bem-vindo
hóspede na ceia das bodas do Cordeiro. Que vossa fé sem demora se ape-
gue a Cristo, e sereis nova criatura em Jesus, sereis uma luz ao mundo.
{ME1 331.1}
Cristo é chamado “o Senhor justiça nossa”, e pela fé deve cada qual
dizer: “O Senhor justiça minha.” Quando a fé se apodera desse dom de
Deus, o louvor de Deus estará em nossos lábios, e seremos habilitados a
dizer aos outros: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”
João 1:29. Seremos então capazes de falar aos perdidos acerca do plano
da salvação; que enquanto o mundo jazia sob a maldição do pecado, o
Senhor apresentou condições de misericórdia ao caído e desesperançado
pecador, revelando-lhe o valor e o sentido de Sua graça. Graça é favor
imerecido. Os anjos, que nada conhecem de pecado, não compreendem o
que seja a aplicação da graça para com eles; mas nossa pecaminosidade
requer a concessão da graça por parte de um Deus misericordioso. Foi a
graça que enviou nosso Salvador a buscar-nos, errantes, e restituir-nos ao
redil. {ME1 331.2}
Tendes na alma uma sensação de necessidade? Tendes fome e sede de
justiça? É isto então evidência de que Cristo operou em vosso coração,
criando essa intuição de necessidade, a fim de que O buscásseis para que,
mediante o outorgamento de Seu Espírito Santo, fizesse por vós as coi-
sas que vos é impossível fazerdes vós mesmos. O Senhor não especifica
condições, a não ser que tenhais fome de Sua misericórdia, desejando o
Seu conselho, e aneleis o Seu amor. “Pedi!” O pedir tornará manifesto
que reconheceis vossa necessidade, e se pedirdes com fé, recebereis. O
Senhor empenhou Sua palavra, que não pode falhar. Sentirdes e saberdes
que sois pecador é argumento bastante para pedirdes Sua misericórdia
e compaixão. A condição sob a qual podeis chegar-vos a Deus, não é o
serdes santos, mas que peçais a Deus que vos purifique de todo o pecado e

48 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 331-339 Lição 7

limpe de toda iniquidade. Então, por que esperar mais? Por que não tomar
a Deus na palavra e dizer: {ME1 332.1}
“Eis, Senhor, a Ti me entrego,
Só isto eu posso fazer?” {ME1 332.2}
Se Satanás vem para lançar sua sombra entre vós e Deus, acusando-
-vos de pecado, tentando-vos a desconfiar de Deus e duvidar de Sua mi-
sericórdia, dizei: Não posso permitir que minha fraqueza se interponha
entre mim e Deus, pois Ele é minha força. Meus pecados, que são muitos,
são postos sobre Jesus, meu divino Substituto e Sacrifício. {ME1 332.3}
“Nada em minhas mãos eu tenho,
À Tua cruz tão-só eu me sustenho.” {ME1 332.4}
Homem algum pode, olhando para dentro de si, encontrar em seu ca-
ráter o que quer que seja que o recomende a Deus, ou lhe assegure aceita-
ção. É unicamente por Jesus, a quem o Pai deu para que o mundo vivesse,
que o pecador pode encontrar acesso a Deus. Jesus, unicamente, é nosso
Redentor, nosso Advogado e Mediador; nEle reside nossa única esperan-
ça de perdão, paz e justiça. É por virtude do sangue de Cristo que a alma,
ferida de pecado, pode ser restaurada à santidade. Cristo é a fragrância, o
santo incenso que torna nosso pedido aceitável ao Pai. Não podeis, pois,
dizer: {ME1 332.5}
“Tal qual estou, sem nada merecer,
Confiando no Teu sangue derramado
e em Tua ordem de me aproximar,
ó Cordeiro de Deus, eis-me a Teus pés?” {ME1 333.1}
Ir a Cristo não requer muito esforço e agonia mentais; é simplesmente
aceitar as condições de salvação, as quais Deus esclareceu em Sua Pala-
vra. A bênção é livre a todos. O convite é: “Ó vós, todos os que tendes
sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e
comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por
que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? e o produto do vosso traba-
lho naquilo que não pode satisfazer? ouvi-Me atentamente, e comei o que
é bom e a vossa alma se deleite com a gordura.” Isaías 55:1-2. {ME1 333.2}
A justiça encontrada em Cristo
Então vinde, e buscai, e achai. O reservatório de poder está aberto,
pleno e livre. Vinde de coração humilde, não pensando que deveis fazer
alguma boa obra para merecer o favor de Deus, ou que deveis melhorar-
-vos, antes de poderdes chegar a Cristo. Sois impotentes para fazer o bem,

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 49


Lição 7 Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 331-339

e não podeis melhorar vosso estado. À parte de Cristo não temos méri-
to algum, justiça alguma. Nossa pecaminosidade, nossa fraqueza, nossa
imperfeição humana tornam impossível comparecer ante Deus a menos
que estejamos vestidos com a imaculada justiça de Cristo. Devemos ser
achados nEle, não tendo nossa própria justiça, mas a justiça que é em
Cristo. Então, no nome que é acima de todo nome, o único nome dado
entre os homens pelo qual devamos ser salvos, reclamai a promessa de
Deus, dizendo: “Senhor, perdoa meu pecado; ponho minhas mãos na Tua,
para me auxiliares, e dessa Mão eu careço, ou do contrário perecerei. Eu
agora creio.” Diz o Salvador ao pecador arrependido: “Ninguém vem ao
Pai, senão por Mim” (João 14:6), “e o que vem a Mim de maneira ne-
nhuma o lançarei fora.” João 6:37. “Eu sou a tua salvação.” Salmos 35:3.
{ME1 333.3}
Quando correspondeis à atração de Cristo e vos unis a Ele, manifestais
fé salvadora. Falar de coisas religiosas de modo casual, orar por bênçãos
espirituais sem verdadeira fome de alma e viva fé, pouco vale. A turba
admirada, que se acotovelava junto a Jesus, desse contato não recebeu
nenhum acréscimo de poder vital. Mas quando a mulher pobre e sofredo-
ra, que por doze anos fora inválida, em sua grande necessidade estendeu
a mão e tocou a orla de Suas vestes, sentiu ela a virtude que a curou. Foi
toque de fé o seu, e Cristo reconheceu esse toque. Sabia que virtude saíra
dEle, e volvendo-Se no meio da turba, perguntou: “Quem é que Me to-
cou?” Lucas 8:45. Surpresos a tal pergunta, responderam os discípulos:
“Mestre, a multidão Te aperta e Te oprime, e dizes: Quem é que Me to-
cou? E disse Jesus: Alguém Me tocou, porque bem conheci que de Mim
saiu virtude. Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproxi-
mou-se tremendo, e, prostrando-se ante Ele, declarou-Lhe diante de todo
o povo a causa por que Lhe havia tocado, e como logo sarara. E Ele lhe
disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.” Lucas 8:45-
48. A fé que consegue levar-nos em vital contato com Cristo, exprime de
nossa parte suprema preferência, perfeita confiança, consagração inteira.
Essa fé opera por amor e purifica a alma. Opera na vida do seguidor de
Cristo a verdadeira obediência aos mandamentos de Deus; pois amor a
Deus e amor aos homens será o resultado da vital ligação com Cristo. “Se
alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle.” Romanos 8:9.
{ME1 334.1}
Diz Jesus: “Eu sou a videira, vós as varas.” João 15:5. Poderemos ima-
ginar uma relação mais íntima do que isso implica? As fibras das varas

50 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 331-339 Lição 7

são idênticas às da videira. A comunicação da vida, força e nutrição do


tronco para as varas é desimpedida e constante. A raiz envia sua nutrição
através das varas. Tal é a relação do crente com Cristo, se ele permane-
cer em Cristo e dEle tirar sua nutrição. Mas esta relação espiritual entre
Cristo e a alma só pode ser estabelecida pela prática da fé pessoal. “Sem
fé é impossível agradar-Lhe” (Hebreus 11:6); pois é a fé que nos liga
ao poder do Céu, concedendo-nos força para lutar contra os poderes das
trevas. “Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.” 1 João 5:4. A fé
familiariza a alma com a existência e a presença de Deus e, vivendo só
tendo em vista a glória de Deus, cada vez mais discerniremos a formosura
de Seu caráter, a excelência de Sua graça. Nossa alma torna-se forte em
poder espiritual, pois respiramos a atmosfera do Céu e reconhecemos que
Deus está à nossa mão direita para que não nos abalemos. Ascendemos
acima do mundo, contemplamos Aquele que é o primeiro entre dez mil,
totalmente desejável, e contemplando-O nós nos transformaremos segun-
do Sua imagem. {ME1 334.2}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 51


Lição 7 Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 331-339

Capítulo 51
Unidos à videira viva
“Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passa-
ram; eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17. Coisa alguma senão o
poder divino pode regenerar o coração humano e imbuir as almas no amor
de Cristo, amor que sempre se manifestará por aqueles pelos quais Ele
morreu. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” Gálatas
5:22-23. Quando um homem se converte a Deus, supre-se-lhe um novo
gosto moral, novo motivo impelente, e ele ama as coisas que Deus ama,
pois sua vida é, pela cadeia de ouro das imutáveis promessas, ligada à
vida de Jesus. Amor, alegria, paz e inexprimível gratidão penetrarão a
alma, e a linguagem dessa bendita pessoa será: “Tua mansidão me en-
grandeceu.” Salmos 18:35. {ME1 336.1}
Mas os que esperam contemplar uma transformação mágica em seu
caráter sem resoluto esforço de sua parte, para vencer o pecado, esses
serão decepcionados. Não temos motivo para temer, enquanto olharmos
a Jesus; razão alguma para duvidar de que Ele seja capaz para salvar
perfeitamente a todos os que a Ele se chegam; mas podemos, sim, temer
constantemente que nossa velha natureza de novo alcance a supremacia,
que o inimigo elabore alguma cilada pela qual nos tornemos outra vez
cativos seus. Devemos operar nossa salvação com temor e tremor, pois é
Deus que opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa
vontade. Com nossas faculdades limitadas, devemos ser tão santos em
nossa esfera, como Deus é santo na Sua. Na medida de nossa capacidade,
devemos tornar manifesta a verdade e o amor e a excelência do caráter
divino. Como a cera toma a impressão do sinete, assim deve a alma tomar
a impressão do Espírito de Deus e reter a imagem de Cristo. {ME1 336.2}
Devemos crescer diariamente em amabilidade espiritual. Havemos
de falhar muitas vezes em nossos esforços por copiar o Modelo divino.
Muitas vezes havemos de prostrar-nos em pranto aos pés de Jesus, por
motivo de nossas faltas e erros; mas não nos devemos desanimar; cumpre
orar mais fervorosamente, crer mais plenamente, e de novo tentar, com
mais constância, crescer na semelhança de nosso Senhor. À medida que
desconfiarmos de nossa capacidade, confiaremos na capacidade de nosso

52 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 331-339 Lição 7

Redentor, e renderemos louvor a Deus, que é a salvação de nossa face, e


nosso Deus. {ME1 337.1}
Onde quer que haja união com Cristo, aí há amor. Quaisquer outros
frutos que produzamos, se faltar o amor, de nada aproveitarão. O amor a
Deus e ao próximo é a própria essência de nossa religião. Ninguém pode
amar a Cristo sem amar a Seus filhos. Quando estamos unidos a Cristo,
temos a mente de Cristo. A pureza e o amor resplandecem no caráter,
a mansidão e a verdade controlam a vida. A própria expressão de nos-
so semblante se transforma. Cristo, habitando na alma, exerce um poder
transformador, e o aspecto exterior testifica da paz e alegria que reinam
no interior. Fruímos o amor de Cristo, como a vara tira alimento da vi-
deira. Se somos enxertados em Cristo, se fibra por fibra somos unidos à
Videira Viva, traremos prova desse fato, produzindo ricos cachos de fruto
vivo. Se estamos ligados à Luz, seremos condutos de luz, e em nossas
palavras e atos refletiremos luz ao mundo. Os que são verdadeiramente
cristãos são ligados com a cadeia de amor que une Terra e Céu, que liga
o homem finito ao infinito Deus. A luz que resplandece na face de Jesus
Cristo brilha no coração de Seus seguidores, para glória de Deus. {ME1
337.2}
Contemplando, havemos de ser transformados; e ao meditarmos nas
perfeições do Modelo divino, desejaremos tornar-nos inteiramente trans-
formados, e renovados na imagem de Sua pureza. É pela fé no Filho de
Deus que se efetua a transformação do caráter, e o filho da ira torna-se
filho de Deus. Passa da morte para a vida; torna-se espiritual e discerne
as coisas espirituais. A sabedoria de Deus lhe ilumina a mente e ele em
Sua lei contempla coisas maravilhosas. Quando o homem se converte
pela verdade, processa-se nele a obra da transformação do caráter. Rece-
be uma aumentada medida de entendimento. Ao tornar-se um homem de
obediência a Deus, tem ele a mente de Cristo, e a vontade de Deus torna-
-se a sua vontade. {ME1 338.1}
Aquele que se coloca sem reserva sob a guia do Espírito de Deus,
descobrirá que sua mente se expande e se desenvolve. Obtém, no serviço
de Deus, uma educação que não é unilateral e deficiente, nem forma um
caráter unilateral, mas uma educação simétrica e cabal. Fraquezas que se
têm manifestado em uma vontade vacilante e caráter fraco são vencidas,
pois a contínua devoção e piedade levam o homem a tão íntima relação
com Cristo que ele adquire a mente de Cristo. Ele é um com Cristo e
seus princípios são sadios e robustos. Tem percepção clara e manifes-

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 53


Lição 7 Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 331-339

ta a sabedoria que vem de Deus. Diz Tiago: “Quem dentre vós é sábio
e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de
sabedoria.” Tiago 3:13. “A sabedoria que do alto vem é, primeiramente,
pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons
frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Ora o fruto da justiça semeia-se
na paz, para os que exercitam a paz.” Tiago 3:17-18. Esta será a sabedoria
manifestada pelo que toma a taça da salvação e invoca o nome do Senhor.
Essa salvação, que oferece perdão ao transgressor, apresenta-lhe a justiça
que suporta o escrutínio do Onisciente, concede vitória sobre o poderoso
inimigo de Deus e do homem, provê vida eterna e alegria ao seu possui-
dor, e bem pode ser motivo de júbilo aos humildes, que dela têm notícia
e se alegram. {ME1 338.2}
Parábola da ovelha perdida
A linda parábola que Cristo proferiu, da ovelha perdida, do pastor que
deixou as noventa e nove para ir em busca da que se perdera, ilustra a obra
de Cristo, a condição do pecador, e o regozijo do Universo sobre a salva-
ção de uma alma. O pastor não passou os olhos descuidadamente sobre as
ovelhas, dizendo então: “Tenho noventa e nove, e dar-me-ia muito traba-
lho sair em busca da tresmalhada; que venha de volta, e lhe abrirei a porta
do curral, para que entre; mas não irei em sua busca.” Não; assim que a
ovelha se desencaminhou, o semblante do pastor se encheu de tristeza e
ansiedade. Conta e reconta o rebanho, e quando se certifica de que uma
ovelha se perdeu, não tosqueneja. Deixa no redil as noventa e nove e, em-
bora escura e tempestuosa a noite, e desagradável e perigoso o caminho,
e longo e tedioso o serviço, ele não se cansa, não hesita, até que encontre
a perdida. E encontrada, põe aos ombros a ovelha cansada e exausta e,
contente e grato por não ter sido em vão a busca, leva de volta ao aprisco
a extraviada. Sua gratidão, exprime-a nos melodiosos cânticos de alegria,
e convoca seus amigos e vizinhos, dizendo-lhes: “Alegrai-vos comigo,
porque já achei a minha ovelha perdida.” Lucas 15:6. Assim, quando é
reavida pelo grande Pastor das ovelhas uma alma transviada, anjos celes-
tiais correspondem à nota de alegria do Pastor. Encontrada a perdida, Céu
e Terra se unem em ações de graças e regozijo. “Haverá alegria no Céu
por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos
que não necessitam de arrependimento.” Lucas 15:7. {ME1 339.1}

54 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Lição 8 Sábado, 19 de Fevereiro de 2022

Valorizando
nossa oportunidade
Estudo adicional: Patriarcas e Profetas, pp. 207 e 208 (PT 142 e 143),
(capítulo 19: “A volta para Canaã”); Testemunhos
para a Igreja, vol. 5, pp. 119 e 120 (Capítulo 10:
Advertências e reprovações).

Capítulo 19
“A volta para Canaã”
...
Finalmente Jacó chegou ao fim de sua viagem, “a seu pai Isaque, a
Manre, [...] (que é Hebrom), onde peregrinaram Abraão e Isaque”. Ali
ficou ele durante os anos finais da vida de seu pai. A Isaque, enfermo e
cego, as bondosas atenções desse filho havia tanto tempo ausente, foram
um conforto durante anos de solidão e privação de seus entes queridos.
{PP 142.4}
Jacó e Esaú encontraram-se junto ao leito de morte de seu pai. Uma
ocasião o irmão mais velho olhara antecipadamente para este aconteci-
mento como uma oportunidade para vingança; seus sentimentos, porém,
haviam-se mudado grandemente desde então. E Jacó, satisfeito com as
bênçãos espirituais da primogenitura, resignou ao irmão mais velho a
herança da riqueza de seu pai — a única herança que Esaú buscava ou
apreciava. Não mais eram separados pela inveja ou ódio; todavia aparta-
ram-se, mudando-se Esaú para o Monte Seir. Deus, que é rico em bên-
çãos, concedera a Jacó riquezas seculares, em acréscimo ao bem mais
elevado que ele procurara. Os bens dos dois irmãos eram muitos “para
habitarem juntos; e a terra de suas peregrinações não os podia sustentar
por causa do seu gado”. Gênesis 36:7. Esta separação estava de acordo
com o propósito divino relativo a Jacó. Desde que os dois irmãos diferiam
tão grandemente com relação à fé religiosa, era melhor que morassem
separados. {PP 142.5}
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 55
Lição 8 Patriarcas e Profetas, pp. 207 e 208 (PT 142 e 143 )

Esaú e Jacó tinham sido instruídos de modo semelhante no conheci-


mento de Deus, e ambos estavam em liberdade para andar em Seus man-
damentos e receber Seu favor; porém, não preferiram ambos fazer isto.
Os dois irmãos tinham andado em caminhos diferentes, e suas veredas
continuariam a divergir mais e mais uma da outra. {PP 142.6}
Não houve uma preferência arbitrária da parte de Deus, pela qual fi-
cassem excluídas de Esaú as bênçãos da salvação. Os dons de Sua graça
por Cristo são gratuitos a todos. Não há eleição senão a própria, pela qual
alguém possa perecer. Deus estabeleceu em Sua Palavra as condições pe-
las quais todos são candidatos à vida eterna: obediência aos Seus manda-
mentos, pela fé em Cristo. Deus elegeu um caráter de acordo com Sua lei,
e qualquer que atinja a norma que Ele exige, terá entrada no reino de gló-
ria. O próprio Cristo diz: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas
aquele que não crê no Filho não verá a vida”. João 3:36. “Nem todo o que
Me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos Céus, mas aquele que faz a
vontade de Meu Pai, que está nos Céus”. Mateus 7:21. E no Apocalipse
Ele declara: “Bem-aventurados aqueles que guardam os Seus mandamen-
tos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade
pelas portas”. Apocalipse 22:14. Quanto ao que respeita à salvação final
do homem, esta é a única eleição referida na Palavra de Deus. {PP 143.1}
Eleita é toda alma que opera a sua própria salvação com temor e tre-
mor. É eleito aquele que cingir a armadura, e combater o bom combate
da fé. É eleito quem vigiar e orar, quem examinar as Escrituras, e fugir da
tentação. Eleito é aquele que continuamente tiver fé, e que for obediente
a toda a palavra que sai da boca de Deus. As providências tomadas para a
redenção, são franqueadas a todos; os resultados da redenção serão des-
frutados por aqueles que satisfizeram as condições. {PP 143.2}
Esaú havia desprezado as bênçãos do concerto. Dera mais valor aos
bens temporais do que aos espirituais, e recebera o que desejava. Foi pela
sua própria e deliberada escolha que se separou do povo de Deus. Jacó
escolhera a herança da fé. Esforçara-se por obtê-la pela astúcia, traição e
falsidade; Deus, porém, permitira que seu pecado operasse a correção ao
mesmo. Todavia, durante toda a amarga experiência de seus últimos anos,
Jacó nunca se afastou de seu intuito nem renunciou a sua preferência.
Aprendera que, recorrendo à habilidade e astúcia humana, para conseguir
a bênção, estivera a guerrear contra Deus. Como homem diferente, saíra
Jacó daquela noite de luta ao lado do Jaboque. Desarraigara-se a con-
fiança própria. Dali em diante não mais se viu aquele primitivo artifício.

56 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Patriarcas e Profetas, pp. 207 e 208 (PT 142 e 143 ) Lição 8

Em lugar da astúcia e engano, sua vida assinalou-se pela simplicidade e


verdade. Aprendera a lição de confiança singela no Braço todo-poderoso;
e por entre provações e aflição curvava-se em humilde submissão à von-
tade de Deus. Os elementos inferiores de seu caráter foram consumidos
na fornalha de fogo, o verdadeiro ouro foi refinado, até que a fé de Abraão
e de Isaque apareceu aclarada em Jacó. {PP 143.3}
O pecado de Jacó e o séquito de acontecimentos que determinou, não
deixaram de exercer influência para o mal, influência esta que revelou seu
amargo fruto no caráter e vida de seus filhos. Chegando esses filhos à viri-
lidade, desenvolveram graves defeitos. Os resultados da poligamia foram
manifestos na casa. Este terrível mal tende a secar as próprias fontes do
amor, e sua influência enfraquece os laços mais sagrados. O ciúme das
várias mães havia amargurado a relação da família; os filhos cresceram
contenciosos, e sem a devida sujeição; e a vida do pai obscureceu-se pela
ansiedade e dor. {PP 143.4}
...

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 57


Lição 8 Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pp. 119 e 120

Capítulo 10
Advertências e reprovações
...
Influências poderosas e desencorajantes como essas têm sido como
maré quase avassaladora sobre a igreja. Dez membros que andem humil-
demente, terão maior poder sobre o mundo do que toda a igreja com seu
presente número e falta de unidade. Quando mais elementos divididos
houver, menos poder terá a igreja para fazer o bem no mundo. {T5 119.1}
Tomara pudesse eu tornar mais claro aos seus anuviados sentidos, o
grande perigo que vocês correm. Cada ação, boa ou má, prepara o ca-
minho para sua repetição. O que aconteceu à casa de Faraó? A declara-
ção bíblica diz que Deus endureceu-lhe o coração e, a cada repetição da
luz mediante a manifestação do poder de Deus, a declaração é repetida.
Cada vez que ele se recusava submeter-se à vontade de Deus, seu cora-
ção se tornava mais endurecido e menos impressionável pelo Espírito
Santo. Faraó semeou a semente da obstinação e Deus permitiu que ela se
desenvolvesse. O Senhor poderia impedi-la de crescer mediante interven-
ção direta, mas esse não era Seu plano. Ele permitiu que ela crescesse e
produzisse a própria colheita, atestando assim a veracidade da Escritura:
“Tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” Gálatas 6:7. Quando
o homem semeia dúvidas, também colherá dúvidas. Por rejeitar a primei-
ra luz e cada raio subsequente, Faraó foi de um grau de dureza de coração
a outro, até que a forma fria e inerte do primogênito deteve sua descrença
e obstinação por um pouco. Então, determinado a não se submeter aos ca-
minhos de Deus, continuou sua desvairada conduta até ser tragado pelas
águas do Mar Vermelho. {T5 119.2}
Esse caso foi registrado para nosso benefício. Aquilo que ocorreu
no coração de Faraó, também ocorrerá com cada pessoa que negligen-
cie receber a luz e andar prontamente sob seus raios. Deus não destrói
a ninguém. O pecador destrói a si mesmo por sua própria impenitência.
Quando alguém se recusa a dar ouvidos aos convites, reprovações e ad-
vertências do Espírito de Deus, sua consciência se torna cauterizada, e na
próxima vez que for aconselhado será muito mais difícil atender do que
antes. E assim sucessivamente a cada repetição. A consciência é a voz de

58 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pp. 119 e 120 Lição 8

Deus, ouvida em meio ao conflito das paixões humanas; quando resistida,


o Espírito de Deus é entristecido. {T5 120.1}
Todos nós desejamos compreender como a alma é destruída. Não é
que Deus mande um decreto para que o homem não se salve. Ele não lan-
ça trevas perante os olhos, de modo a não poderem ser penetradas. Mas
o ser humano resiste a princípio a uma impressão do Espírito de Deus e,
havendo uma vez resistido, é menos difícil assim fazer pela segunda vez,
menos a terceira, e muito menos a quarta. Então vem a colheita a ser cei-
fada, da semente de incredulidade e resistência. Oh, que colheita de pe-
caminosas condescendências está sendo preparada para a foice! {T5 120.2}
Se a oração particular e a leitura das Escrituras forem negligenciadas
hoje, amanhã elas poderão ser omitidas com menos protestos da cons-
ciência. Haverá uma longa lista de omissões, tudo por causa de um único
grão semeado no solo do coração. Por outro lado, todo raio de luz acari-
ciado, proporcionará uma colheita de luz. A tentação uma vez resistida,
dará poder para resistir mais firmemente a segunda vez; toda nova vitória
ganha sobre o próprio eu, aplainará o caminho para mais elevados e mais
nobres triunfos. Toda vitória é uma semente semeada para a vida eterna.
{T5 120.3}
...

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 59


Lição 9 Sábado, 26 de Fevereiro de 2022

A Onipotência de Deus
Estudo adicional: Atos dos Apóstolos, pp. 372-382 (PT 207-212),
(capítulo 35: “A salvação para os judeus”).

Capítulo 35
A salvação para os judeus
Este capítulo é baseado na Epístola aos Romanos.
Após muitos inevitáveis atrasos, Paulo chegou afinal a Corinto, cená-
rio de tantos trabalhos ansiosos no passado, e por algum tempo objeto de
profunda solicitude. Verificou que muitos dos primitivos crentes ainda se
referiam a ele com afeição, como aquele que primeiro lhes levara a luz do
evangelho. Como saudasse esses discípulos e visse as evidências de sua
fidelidade e zelo, rejubilava-se por sua obra em Corinto não haver sido
em vão. {AA 207.1}
Os crentes de Corinto, antes tão propensos a perder de vista seu alto cha-
mado em Cristo, tinham desenvolvido a força do caráter cristão. Suas pala-
vras e atos revelavam o poder transformador da graça de Deus, e eram eles
agora uma potente força para o bem nesse centro de paganismo e supersti-
ção. Na sociedade de seus amados companheiros e desses fiéis conversos, o
espírito cansado e abatido do apóstolo encontrou repouso. {AA 207.2}
Durante sua permanência em Corinto, Paulo achou tempo para pro-
jetar novos e mais vastos campos de trabalho. Sua projetada viagem a
Roma ocupava especialmente seus pensamentos. Ver a fé cristã firme-
mente estabelecida no grande centro do mundo conhecido, era uma de
suas mais caras esperanças e acalentados planos. Uma igreja já havia sido
estabelecida em Roma, e o apóstolo desejava conseguir a cooperação dos
crentes dali na obra a ser promovida na Itália e em outros países. A fim de
preparar o caminho para os seus trabalhos entre esses irmãos, muitos dos
quais lhe eram até então estranhos, enviou-lhes uma carta, anunciando
seu intento de visitar Roma e sua esperança de plantar o estandarte da
cruz na Espanha. {AA 207.3}

60 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Atos dos Apóstolos, pp. 372-382 Lição 9

Em sua epístola aos romanos, Paulo expôs os grandes princípios do


evangelho. Ele afirmava a sua posição nas questões que estavam agitando
as igrejas judaicas e gentílicas, e mostrava que as esperanças e promessas
que haviam pertencido antes aos judeus eram, agora, oferecidas também
aos gentios. {AA 207.4}
Com grande clareza e poder, o apóstolo apresentava a doutrina da
justificação pela fé em Cristo. Ele esperava que outras igrejas também
pudessem ser ajudadas pela instrução enviada aos cristãos de Roma; mas
quão pouco podia ele prever o vasto alcance da influência de suas pala-
vras! Através dos séculos, a grande verdade da justificação pela fé tem
permanecido como poderoso farol a guiar os pecadores arrependidos ao
caminho da vida. Foi essa luz que dissipou as trevas que envolviam a
mente de Lutero e revelou-lhe o poder do sangue de Cristo para purificar
do pecado. A mesma luz tem guiado à verdadeira fonte de perdão e de
paz, milhares de seres sobrecarregados de pecado. Cada cristão tem moti-
vos para agradecer a Deus pela epístola aos romanos. {AA 207.5}
Nesta carta, Paulo deu livre expressão a suas preocupações em fa-
vor dos judeus. Desde sua conversão suspirava por ajudar seus irmãos
a alcançar uma clara compreensão da mensagem do evangelho. “O bom
desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel”, declarou, “é para sua
salvação”. Romanos 10:1. {AA 208.1}
Não era um desejo comum que o apóstolo sentia. Constantemente,
estava pedindo a Deus para operar em favor dos israelitas que haviam
deixado de reconhecer a Jesus de Nazaré como o Messias prometido.
“Em Cristo digo a verdade, não minto”, afirmou ele aos crentes de Roma,
“dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo, que tenho
grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia
desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus
parentes segundo a carne; que são israelitas dos quais é a adoção de filhos,
e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são
os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos Deus
bendito eternamente”. Romanos 9:1-5. {AA 208.2}
Os judeus foram o povo escolhido de Deus, por cujo intermédio Ele
Se propusera abençoar toda a humanidade. Dentre eles, Deus havia le-
vantado muitos profetas. Estes haviam predito o advento de um Redentor
que devia ser rejeitado e morto pelos que deveriam ter sido os primeiros
a reconhecê-Lo como o Prometido. {AA 208.3}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 61


Lição 9 Atos dos Apóstolos, pp. 372-382

O profeta Isaías, devassando os séculos e testemunhando a rejeição de


profeta após profeta e finalmente do Filho de Deus, foi inspirado a escre-
ver com respeito à aceitação do Redentor por parte daqueles que nunca
haviam sido antes contados entre os filhos de Israel. Referindo-se a essa
profecia, Paulo declara: “Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que
Me não buscavam, fui manifestado aos que por Mim não perguntavam.
Mas contra Israel diz: Todo o dia estendi as Minhas mãos a um povo re-
belde e contradizente”. Romanos 9:1-5. {AA 208.4}
Muito embora houvesse Israel rejeitado Seu Filho, Deus não os re-
jeitou. Note como Paulo continua a argumentar: “Digo pois: Porventura
rejeitou Deus o Seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou
israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não
rejeitou o Seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura
diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo: Senhor, mataram
os Teus profetas, e derribaram os Teus altares; e só eu fiquei, e buscam
a minha alma? Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para Mim
sete mil varões, que não dobraram os joelhos diante de Baal. Assim pois
também agora neste tempo ficou um resto, segundo a eleição da graça”.
Romanos 11:1-5. {AA 208.5}
Israel tinha tropeçado e caído, mas isso não tornara impossível para
eles se levantarem outra vez. Em resposta à pergunta: “Porventura trope-
çaram, para que caíssem?” o apóstolo responde: “De modo nenhum, mas
pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação.
E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos
gentios, quanto mais a sua plenitude! Porque convosco falo, gentios, que,
enquanto for apóstolo dos gentios, glorificarei o meu ministério; para ver
se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne e salvar
alguns deles. Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual
será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?” Romanos 11:11-15.
{AA 209.1}
Era propósito de Deus que Sua graça fosse revelada entre os gentios
bem como entre os israelitas. Isso havia sido claramente esboçado nas
profecias do Antigo Testamento. O apóstolo usa algumas dessas profecias
em seu argumento. Ele interroga: “Não tem o oleiro poder sobre o barro,
para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E
que direis se Deus, querendo mostrar a Sua ira e dar a conhecer o Seu
poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para
perdição, para que também desse a conhecer as riquezas da Sua glória nos

62 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Atos dos Apóstolos, pp. 372-382 Lição 9

vasos de misericórdia, que para glória já antes preparou, os quais somos


nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também den-
tre os gentios? Como também diz em Oséias: Chamarei Meu povo ao que
não era Meu povo; e amada, à que não era amada. E sucederá que no lugar
em que lhes foi dito: Vós não sois Meu povo, aí serão chamados filhos do
Deus vivo”. Romanos 9:21-26. {AA 209.2}
Não obstante haver Israel falhado como nação, havia entre eles um
considerável remanescente em condições de ser salvo. Ao tempo do ad-
vento do Salvador, houve homens e mulheres fiéis que receberam com
alegria a mensagem de João Batista, e foram assim levados a estudar de
novo as profecias referentes ao Messias. Quando a igreja cristã primitiva
foi fundada, foi ela composta desses fiéis judeus que reconheceram Jesus
de Nazaré como Aquele cujo advento haviam almejado. É a esse rema-
nescente que Paulo se referiu quando escreveu: “E, se as primícias são
santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são”.
Romanos 11:16. {AA 209.3}
Paulo relaciona o remanescente de Israel a uma boa oliveira de que
alguns galhos foram quebrados. E compara os gentios aos ramos de uma
oliveira silvestre, enxertados no tronco da oliveira-mãe. “E se alguns dos
ramos foram quebrados,” escreve ele aos crentes gentios, “e tu, sendo
zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito participante da raiz e
da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te
gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, pois: Os
ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Está bem! Pela sua
incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; então, não te
ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais,
teme que te não poupe a ti também. Considera, pois a bondade e a seve-
ridade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo,
a benignidade de Deus, se permaneceres na Sua benignidade; de outra
maneira, também tu serás cortado”. Romanos 11:17-22. {AA 209.4}
Devido à incredulidade e à rejeição do propósito do Céu para eles,
Israel como nação perdera sua ligação com Deus. Mas os ramos que ha-
viam sido cortados do tronco, Deus podia ligar ao verdadeiro tronco de
Israel — o remanescente que havia permanecido fiel ao Deus de seus
pais. “E também eles”, declara o apóstolo, falando dos ramos cortados,
“se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque po-
deroso é Deus para os tornar a enxertar” “Se tu”, escreve aos gentios,
“foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 63


Lição 9 Atos dos Apóstolos, pp. 372-382

boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na
sua própria oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo
(para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em
parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. {AA 210.1}
“E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá
o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E este será o Meu con-
certo com eles, quando Eu tirar os seus pecados. Assim que, quanto ao
evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados
por causa dos pais. Porque os dons e a vocação de Deus são sem arre-
pendimento. Porque assim como vós também antigamente fostes deso-
bedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia pela desobediên-
cia deles, assim também estes, agora, foram desobedientes, para também
alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada. Porque
Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de
misericórdia. {AA 210.2}
“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de
Deus! Quão insondáveis são os Seus juízos, e quão inescrutáveis os Seus
caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem
foi Seu conselheiro? Ou quem Lhe deu primeiro a Ele, para que lhe seja
recompensado? Porque dEle, e por Ele e para Ele, são todas as coisas;
glória, pois, a Ele eternamente”. Romanos 11:23-36. {AA 210.3}
Assim mostra Paulo que Deus tem poder de sobra para transformar o
coração tanto de judeus como de gentios, e de conceder a cada crente em
Cristo as bênçãos prometidas a Israel. Ele repete a declaração de Isaías
concernente ao povo de Deus: “Ainda que o número dos filhos de Israel
seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Porque o Se-
nhor executará a Sua palavra sobre a Terra, completando-a e abreviando-
-a. E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos exércitos não nos deixara
descendência, teríamos sido feitos como Sodoma, e seríamos semelhan-
tes a Gomorra”. Romanos 9:27-29. {AA 210.4}
Ao tempo em que Jerusalém foi destruída e o templo reduzido a ruí-
nas, muitos milhares de judeus foram vendidos para servir como escravos
em terras pagãs. Como náufragos numa praia deserta, foram espalhados
entre as nações. Por mil e oitocentos anos [isso até o século 19] têm os
judeus vagueado de terra em terra através do mundo, e em nenhum lugar
tem-se-lhes dado o privilégio de recuperarem o antigo prestígio como
nação. Odiados e perseguidos, de século em século sua herança tem sido
de sofrimento. {AA 211.1}

64 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Atos dos Apóstolos, pp. 372-382 Lição 9

Muito embora a tremenda sentença pronunciada sobre os judeus como


nação ao tempo da rejeição de Jesus de Nazaré, por parte deles, tem ha-
vido de século em século muitos judeus nobres, homens e mulheres, te-
mentes a Deus, os quais têm sofrido em silêncio. Deus tem confortado
seus corações em aflição, e tem contemplado com piedade sua terrível
situação. Tem ouvido as agonizantes orações dos que de todo o coração
O têm buscado para uma justa compreensão de Sua Palavra. Alguns têm
aprendido a ver no humilde Nazareno a quem seus antepassados rejei-
taram e crucificaram, o verdadeiro Messias de Israel. Ao alcançar sua
mente o significado das familiares profecias há muito obscurecidas pela
tradição e errada interpretação, seu coração se tem enchido de gratidão a
Deus pelo dom inaudito que Ele outorga a todo ser humano que decide
aceitar a Cristo como Salvador pessoal. {AA 211.2}
É a essa classe que Isaías se refere em sua profecia: “O remanescente
é que será salvo”. Isaías 10:22, 23. Desde os dias de Paulo até o presente,
Deus pelo Seu Espírito Santo tem estado a chamar tanto a judeus como
a gentios. “Deus não faz acepção de pessoas” (Romanos 2:11), declarou
Paulo. O apóstolo considerava-se devedor “tanto a gregos como a bár-
baros”, bem como a judeus; mas jamais perdeu ele de vista as decididas
vantagens que os judeus haviam possuído sobre outros, “primeiramen-
te”, porque “as palavras de Deus lhe foram confiadas”. Romanos 3:2. “O
evangelho”, declarou, “é o poder de Deus para salvação de todo aquele
que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre
a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da
fé”. Romanos 1:16, 17. É desse evangelho de Cristo, igualmente eficaz a
judeus e gentios, que Paulo em sua epístola aos romanos declara não se
envergonhar. {AA 211.3}
Quando esse evangelho for apresentado em sua plenitude aos judeus,
muitos aceitarão a Cristo como o Messias. Entre os ministros cristãos há
poucos que se sentem chamados a trabalhar pelo povo judeu; mas aos que
têm sido passados por alto, bem como a todos os outros, deve chegar a
mensagem de misericórdia e esperança em Cristo. {AA 211.4}
Na proclamação final do evangelho, quando deve ser feito um trabalho
especial pelas classes de pessoas até aqui negligenciadas, Deus espera
que Seus mensageiros tomem interesse especial pelo povo judeu, o qual
se encontra em todas as partes da Terra. Ao serem as Escrituras do Antigo
Testamento relacionadas com o Novo numa explanação do eterno pro-
pósito de Jeová, isto será para muitos judeus como o raiar de uma nova

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 65


Lição 9 Atos dos Apóstolos, pp. 372-382

criação, a ressurreição da esperança. Ao verem o Cristo da dispensação


do evangelho retratado nas páginas das Escrituras do Antigo Testamento,
e perceberem quão claramente o Novo Testamento explica o Antigo, suas
adormecidas faculdades despertarão e eles reconhecerão a Cristo como o
Salvador do mundo. Muitos receberão a Cristo pela fé como seu Reden-
tor. Em relação a eles se cumprirão as palavras: “Mas, a todos quantos
O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que
crêem no Seu nome”. João 1:12. {AA 211.5}
Há entre os judeus alguns que, como Saulo de Tarso, são poderosos
nas Escrituras, e esses proclamarão com maravilhoso poder a imutabili-
dade da lei de Deus. O Deus de Israel fará que isso ocorra em nossos dias.
Seu braço não está encolhido para que não possa salvar. Ao trabalharem
com fé Seus servos pelos que de muito têm sido negligenciados e despre-
zados, Sua salvação será revelada. {AA 212.1}
“Assim diz o Senhor, que remiu a Abraão, acerca da casa de Jacó: Jacó
não será agora envergonhado, nem agora se descorará a sua face. Mas
quando vir a Seus filhos, a obra das Minhas mãos, no meio dele, santifi-
carão o Meu nome, e santificarão ao Santo de Jacó, e temerão ao Deus de
Israel. E os errados de espírito virão a ter entendimento, e os murmurado-
res aprenderão doutrina”. Isaías 29:22-24. {AA 212.2}

66 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Lição 10 Sábado, 5 de Março de 2022

Transformado
pelo amor de Deus
Estudo adicional: Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pp. 275-281
(capítulo 28: “Fidelidade na obra de Deus”).

Capítulo 28
Fidelidade na obra de Deus
...
A religião de Cristo subjuga o espírito egoísta e transforma a mente
e as afeições; ela deita abaixo o orgulho do homem para que somente
Deus seja exaltado. Isso é o que o irmão A necessita. Ele precisa de uma
fé prática em Deus; precisa ver e sentir a glória de servir a Cristo; precisa
exaltar o princípio e elevar o padrão cristão, e encher sua mente com as
ricas promessas, as advertências, os conselhos e ameaças da Palavra de
Deus. Precisa ver a importância de ter fé e obras correspondentes, para
que possa representar fielmente, no lar, na igreja e em seus negócios, a
pureza e o elevado caráter da religião. Ele deveria colocar-se em cone-
xão com Cristo para ter poder espiritual. Sua ligação com o mundo e as
influências opostas ao espírito da verdade exercem maior poder sobre ele
do que o Espírito de Cristo. Aí está seu perigo. Ele finalmente naufragará
na fé, a menos que mude sua conduta e se ligue firmemente com a Fonte
da luz. {T5 275.1}
Caso seu interesse nas coisas espirituais fosse tão grande como é nas
coisas mundanas, sua consagração a Deus seria completa; ele se mostra-
ria um verdadeiro discípulo de Cristo, e Deus aceitaria e usaria os talen-
tos que agora são devotados ao serviço do mundo. A mesma capacidade
usada agora no acúmulo de propriedades é requerida na causa de Deus.
São necessários administradores em cada ramo de Sua obra, para que ela
possa ser levada avante com energia e método. Se um homem possui tato,
atividade e entusiasmo, terá êxito nos negócios temporais, e as mesmas
qualidades, quando consagradas à obra de Deus, demonstrar-se-ão du-
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 67
Lição 10 Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pp. 275-281

plamente eficazes; pois o poder divino se aliará ao esforço humano. O


melhor dos planos, seja em empreendimentos temporais ou espirituais,
fracassará se sua execução for confiada a mãos incompetentes e inexpe-
rientes. {T5 275.2}
Aqueles que enterram seus talentos neste mundo não agradam a Deus.
Todas as suas habilidades são dedicadas ao acréscimo de propriedades, e
o desejo de acumular se torna uma paixão. O irmão A é um homem ativo,
que se orgulha de promover projetos mundanos. Se o mesmo interesse,
discernimento e ambição fossem empregados em negociar para o Senhor,
quão maiores e nobres resultados conseguiriam. A experiência consegui-
da na realização de negócios seculares não trará a mínima vantagem para
a vida futura, pois esses não poderão ser levados ao Céu. Mas, se as facul-
dades que Deus concedeu forem usadas para Sua glória, para a edificação
de Seu reino, a experiência obtida será transportada para o Céu. {T5 276.1}
Qual é nossa posição no mundo? Estamos no tempo de espera. Porém,
esse período não deve ser despendido em devoção abstrata. Espera, vigi-
lância e trabalho diligente devem ser combinados. Nossa vida não deveria
ser toda ela azafamada, impulsionada e planejada visando às coisas do
mundo, em detrimento da piedade pessoal e do serviço que Deus requer.
Conquanto não devamos ser negligentes nos negócios, deveríamos ser
fervorosos no espírito, servindo ao Senhor. Nossa lâmpada precisa ser
preparada e precisamos ter o óleo da graça em nossas lâmpadas e ainda
uma porção de reserva. Cada precaução deve ser tomada para prevenir o
declínio espiritual, receando que o dia do Senhor venha sobre nós como
um ladrão. Aquele dia não deve ser tido como muito distante; ele está
próximo, e nenhum homem deveria dizer, quer em seu coração e muito
menos por palavras: “Meu Senhor tarde virá!”, pois fazendo assim sua
parte será com os hipócritas e descrentes. {T5 276.2}
Vi que o povo de Deus está em grande perigo. Muitos são morado-
res da Terra; seu interesse e afeições estão centralizados no mundo. Seu
exemplo não é correto. O mundo é enganado pela conduta seguida por
muitos que professam grandes e nobres verdades. Nossa responsabilidade
é de acordo com a luz recebida e as graças e dons conferidos. Sobre os
obreiros cujos talentos, meios, oportunidades e habilidades são os maio-
res, repousa pesadíssima responsabilidade. Deus aconselha o irmão A a
mudar sua conduta, a usar sua capacidade para a glória de Deus, em lugar
de degradá-la em sórdidos interesses mundanos. Agora é o dia da respon-
sabilidade; breve virá o dia da avaliação. {T5 277.1}

68 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pp. 275-281 Lição 10

O irmão A me foi apresentado como representante de uma classe que


está em semelhante posição. Esses nunca foram descuidosos com relação
às menores vantagens seculares. Por diligente tato mercantil e bem-su-
cedidos investimentos, pela comercialização, não em dólares, mas em
centavos e frações de centavos, acumularam propriedades. Mas, assim
fazendo, suas faculdades se tornaram inconsistentes com o desenvolvi-
mento do caráter cristão. Sua vida de modo algum representa a Cristo,
pois amam o mundo e seus lucros mais do que a Deus ou a verdade. “Se
alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” 1 João 2:15. {T5 277.2}
Todas as habilidades que os homens possuem pertencem a Deus. Con-
formidade e ligações mundanas são terminantemente proibidas em Sua
Palavra. Quando o poder da transformadora graça de Deus é sentido no
coração, ele impelirá o homem, até então um mundano, em todo o ca-
minho da beneficência. Aquele que se determina a ajuntar tesouros no
mundo, cai “em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas
e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor
do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 1 Ti-
móteo 6:9, 10. {T5 277.3}
Cada membro da igreja deve sentir-se sob sagrada obrigação de guar-
dar estritamente os interesses da causa de Deus. Os membros da igre-
ja são responsáveis por seu estado entorpecido e desalentado, pelo qual
muitas das mais sagradas verdades jamais confiadas aos homens são le-
vadas ao descrédito. Não há desculpa para essa condição. Jesus abriu a
cada pessoa um caminho pelo qual a sabedoria, a graça e o poder podem
ser alcançados. Ele é nosso exemplo em todas as coisas, e nada nos deve
desviar a mente do principal objetivo na vida, que é ter a Cristo abran-
dando e subjugando o coração. Quando esse é o caso, cada membro da
igreja, cada ensinador da verdade, será semelhante a Cristo no caráter, em
palavras e ações. {T5 278.1}
Alguns dos que foram condutos de luz e cujos corações se alegra-
ram na preciosa luz da verdade, têm negado a verdade por assemelhar-se
ao mundo. Perderam assim o espírito abnegado e o poder da verdade, e
têm dependido, para atingir a felicidade, das instáveis coisas terrenas.
Eles estão em grande perigo. Tendo-se uma vez regozijado na luz, serão
deixados em total escuridão, a menos que prontamente reúnam os raios
que ainda brilham sobre si e se voltem ao Senhor com arrependimento e
confissão. Vivemos em dias perigosos, quando o erro e o engano estão se-

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 69


Lição 10 Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pp. 275-281

duzindo o povo. Quem advertirá o mundo, quem lhes mostrará o caminho


melhor, exceto aqueles que têm tido a luz da verdade e são santificados
por ela, deixando-a brilhar para que outros possam ver suas boas obras
e glorificar a Deus? Gostaria de poder impressioná-los acerca do perigo
de perder o Céu. Unir-se à igreja é uma coisa, ligar-se com Cristo é outra
completamente diferente. Nem todos os nomes registrados no livro da
igreja estão listados no livro da vida do Cordeiro. Muitos, embora apa-
rentemente crentes sinceros, não mantêm um relacionamento vivo com
Cristo. Têm seus nomes nos registros, mas a obra interior de graça não
atuou em seu coração. Como resultado, eles não são felizes e tornam di-
fícil a obra de servir a Deus. {T5 278.2}
“Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados.” Mateus 7:2.
Lembre-se de que seus irmãos são criaturas falíveis como você mesmo, e
olhe para seus erros e falhas com a mesma piedade e tolerância que dese-
jaria exercessem eles a seu respeito. Eles não deveriam ser espreitados e
seus defeitos passados em revista diante do mundo para seu próprio rego-
zijo. Aqueles que ousam fazer isso sentaram na cadeira judicial e fizeram
a si mesmos juízes, enquanto negligenciaram o jardim do próprio coração
e permitiram que ervas venenosas crescessem exuberantemente. {T5 278.3}
Nós, individualmente, temos um caso pendente no tribunal divino. O
caráter está sendo pesado nas balanças do santuário e ele deveria ser a
fervente aspiração de todos que andam humilde e zelosamente, temen-
do que, por negligência de deixar brilhar sua luz no mundo, descaiam
da graça de Deus e percam tudo o que realmente vale a pena. Todas as
dissensões, diferenças e críticas deveriam ser postas de lado, com toda a
maledicência e amargura. Bondade, amor, a compaixão de uns para com
os outros, devem ser acalentados, para que a oração de Cristo a fim de
que Seus discípulos pudessem ser um como Ele é com o Pai, possa ser
respondida. A harmonia e unidade da igreja são as credenciais que eles
devem apresentar ao mundo de que Cristo é o Filho de Deus. Conversão
genuína sempre levará ao amor verdadeiro por Jesus e por todos aqueles
por quem Ele morreu. {T5 279.1}
Cada um que faz por Deus o que está ao seu alcance, que é verdadeiro
e zeloso em fazer o bem àqueles que o cercam, receberá a bênção de Deus
sobre seus esforços. Um homem pode prestar serviço real a Deus, embora
não seja a cabeça ou o coração do corpo de Cristo. O serviço represen-
tado na Palavra de Deus pela mão ou o pé, embora humilde, é todavia
importante. Não é a grandeza da obra, mas o amor com que é feita que

70 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pp. 275-281 Lição 10

determina seu valor. Há trabalho a ser feito em favor de nossos vizinhos


e por aqueles com quem nos associamos. Não temos liberdade para inter-
romper nossos pacientes e piedosos esforços pelas pessoas, enquanto elas
estiverem fora da arca da salvação. Não há trégua nessa guerra. Somos
soldados de Cristo e estamos sob obrigação de vigiar, receando que o
inimigo obtenha vantagem e retenha a seu serviço alguns que podemos
conquistar para Cristo. {T5 279.2}
O dia da confiança e responsabilidade é nosso; temos um trabalho a
fazer para Deus. A igreja de _____ tem se tornado cada vez mais fria e
irreverente. Há muito o que fazer por seus membros individualmente.
Grande luz tem brilhado sobre seu caminho. Por essa razão eles serão
tidos por responsáveis. Disse Jesus: “Vós sois a luz do mundo” (Mateus
5:14); “Vós sois o sal da Terra.” Mateus 5:13. Eles necessitam de uma
profunda obra de graça em seu coração. Precisa ocorrer uma reforma an-
tes que Deus os possa abençoar. Há uma grande quantidade de membros
formais e professos. O apego egoísta ao ganho se sobrepõe à herança
celestial. Se o reino do Céu viesse em primeiro lugar, nobre integridade
se salientaria de sua vida e caráter. Eis o que o irmão A necessita se quiser
exercer influência para o bem. Ele gosta de lidar com dinheiro e vê-lo
acumular-se de diversas formas. Sua mente e afeições estão absorvidas
em empreendimentos mundanos. Ele está embriagado pelos cuidados da
vida, isto é, acha-se tão envolvido em seus negócios que não pode pensar
racional e inteligentemente nas coisas de Deus. Sua visão acha-se obscu-
recida pelo amor ao dinheiro. A verdade deveria penetrar fundo em seu
coração e produzir frutos em sua vida particular e pública. {T5 280.1}
O irmão A desculpa-se por não fazer das Escrituras o seu estudo, por-
que é um homem de negócios. Mas, para alguém pressionado pelos cui-
dados comerciais, as Escrituras serão uma fonte de força e segurança. Tal
homem tem grande necessidade da luz procedente da Palavra de Deus, de
seus conselhos e advertências, mais do que se não estivesse sob posição
tão perigosa. Se o irmão A quisesse exercer nas coisas de Deus a mesma
prudência e discernimento comercial que ele tem dado a assuntos secula-
res, obteria abençoados resultados. Se pensa que Deus está satisfeito com
ele enquanto emprega seus talentos e energias quase que inteiramente a
serviço de Mamom, ficará decepcionado. Disse Cristo: “Ninguém pode
servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se de-
dicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.”
Mateus 6:24. Se o irmão A continuar a subordinar as coisas eternas a seus

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 71


Lição 10 Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pp. 275-281

interesses mundanos, sua paixão por acumular aumentará seguramente


até prevalecer sobre o princípio. Ele ficará tão cegado pelo deus deste
mundo, que será incapaz de discernir entre as coisas sagradas e as profa-
nas. {T5 280.2}
O irmão A exerce forte influência sobre a mente de seus irmãos. Esses
olham as coisas do mesmo ponto de vista dele. Ele precisa melhorar sua
saúde espiritual e tornar-se sábio nas coisas de Deus. Deveria esse irmão
começar a mostrar interesse e dedicação às coisas celestiais, e assim edu-
car suas habilidades para poder ser útil à causa de Deus. Precisa ele da
armadura da justiça com a qual proteger-se dos dardos do inimigo. É-lhe
impossível obter a salvação a menos que proceda a decidida mudança nos
objetivos e propósitos de sua vida; a menos que se exercite continuamen-
te nas coisas espirituais. {T5 281.1}
Deus pede que os membros das igrejas pertencentes a essas duas As-
sociações despertem e se convertam. Irmãos, seu mundanismo, descon-
fianças e murmurações colocaram vocês em posição tal que será extre-
mamente difícil para qualquer um trabalhar entre vocês. Enquanto seu
presidente negligenciou sua obra e falhou no cumprimento do dever, sua
atitude não serviu para prover-lhe qualquer encorajamento. Aquele que
estava em posição de autoridade devia ter se portado como homem de
Deus, reprovando, exortando, animando, conforme a situação exigia,
quer vocês aceitassem ou rejeitassem o seu testemunho. Mas ele se de-
sanimou facilmente e deixou vocês sem a ajuda que um fiel ministro de
Cristo deveria prestar. Ele falhou em não seguir a providência de Deus,
e em não lhes mostrar o dever e instruí-los para atender às exigência do
momento. A negligência do pastor, porém, não deveria desencorajá-los e
levá-los a se desculpar pela negligência do dever. Eis por que há maior
necessidade de energia e fidelidade da parte de vocês. {T5 281.2}
...

72 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Lição 11 Sábado, 12 de Março de 2022

Entre amigos e inimigos


Estudo adicional: A Ciência do Bom Viver, pp. 483-496, (capítulo 41:
“Em contato com os outros”).

Capítulo 41
Em contato com os outros
Todas as relações sociais exigem o exercício do domínio próprio, pa-
ciência e simpatia. Diferimos tanto uns dos outros em disposições, hábitos
e educação, que variam entre si nossas maneiras de ver as coisas. Julgamos
diferentemente. Nossa compreensão da verdade, nossas idéias em relação
à conduta de vida não são idênticas sob todos os pontos de vista. Não há
duas pessoas cuja experiência seja igual em cada particular. As provas de
uma não são as provas de outra. Os deveres que para uma se apresentam
como leves são para outra mais difíceis e inquietantes. {CBV 483.1}
Tão fraca, ignorante e sujeita ao erro é a natureza humana que todos
devemos ser cautelosos na maneira de julgar o próximo. Pouco sabemos
da influência de nossos atos sobre a experiência dos outros. O que fa-
zemos ou dizemos pode parecer-nos de pouca importância, quando, se
nossos olhos se abrissem, veríamos que daí resultam as mais importantes
consequências para o bem ou para o mal. {CBV 483.2}
Consideração Pelos que Têm Responsabilidades
Muitas pessoas têm tão poucos encargos, seu coração tem experimen-
tado tão pouco as angústias reais, sentido tão pouca perplexidade e preocu-
pação em auxiliar o próximo, que não podem compreender o trabalho de
quem tem verdadeira responsabilidade. São tão incapazes de apreciar seus
trabalhos como a criança de compreender os cuidados e fadigas do preo-
cupado pai. A criança admira-se dos temores e perplexidades do pai: pare-
cem-lhe inúteis. Mas quando os anos de experiência forem acrescentados
à sua vida, quando tiver de carregar as próprias responsabilidades, olhará
de novo para a vida do pai, e compreenderá então o que outrora lhe era in-
compreensível. A amarga experiência deu-lhe o conhecimento. {CBV 483.3}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 73


Lição 11 A Ciência do Bom Viver, pp. 483-496

A obra de muitas pessoas que têm responsabilidades não é compreen-


dida, não são apreciados seus trabalhos, enquanto a morte não os abate.
Quando outros retomam as funções que eles exerciam, e enfrentam as
dificuldades que eles encontraram, compreendem quanto a sua fé e co-
ragem foram provadas. Muitas vezes perdem de vista, então, os erros
que estavam tão prontos a censurar. A experiência ensina-lhes a simpatia.
É Deus quem permite que os homens sejam colocados em posições de
responsabilidade. Quando erram, tem poder para corrigi-los, ou para re-
tirá-los do cargo que exercem. Devemos acautelar-nos de não tomar em
nossas mãos o direito de julgar, que pertence a Deus. {CBV 484.1}
A conduta de Davi para com Saul contém uma lição. Por ordem de
Deus, Saul foi ungido como rei de Israel. Devido à sua desobediência,
o Senhor declarou que o reino lhe seria tirado, e contudo quão amável,
atenciosa e paciente foi a conduta de Davi para com ele! Procurando Davi
para lhe tirar a vida, Saul dirigiu-se para o deserto, e sozinho penetrou
justamente na caverna em que Davi, com seus homens de guerra, estava
escondido: “Então, os homens de Davi lhe disseram: Eis aqui o dia do
qual o Senhor te diz: Eis que te dou o teu inimigo nas tuas mãos, e far-
-lhe-ás como te parecer bem a teus olhos. ... E disse aos seus homens: O
Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do
Senhor.” 1 Samuel 24:4 e 6. Ordena-nos o Salvador: “Não julgueis, para
que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis jul-
gados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.”
Mateus 7:1-2. Lembrai-vos de que cedo o relato da vossa vida passará em
revista diante de Deus. Lembrai-vos de que Ele disse: “És inescusável
quando julgas, ó homem; ... pois tu, que julgas, fazes o mesmo.” Roma-
nos 2:1. {CBV 484.2}
Paciência Quando Ofendido
Não podemos permitir que nosso espírito se irrite por algum mal real
ou suposto que nos tenha sido feito. O inimigo que mais carecemos temer
é o próprio eu. Nenhuma forma de vício tem efeito mais funesto sobre o
caráter do que a paixão humana quando não está sob o domínio do Espí-
rito Santo. Nenhuma vitória que possamos ganhar será tão preciosa como
a vitória sobre nós mesmos. {CBV 485.1}
Não permitamos que nossa sensibilidade seja facilmente ferida. De-
vemos viver, não para vigiar sobre a nossa sensibilidade ou reputação,
mas para salvar pessoas. Quando estamos interessados na salvação das

74 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


A Ciência do Bom Viver, pp. 483-496 Lição 11

pessoas, deixamos de pensar nas pequenas diferenças que possam levan-


tar-se entre uns e outros na associação mútua. De qualquer sorte que os
outros pensem de nós ou conosco procedam, nunca será necessário que
perturbemos nossa comunhão com Cristo, nossa companhia com o Espí-
rito. “Que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas,
se fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus.” 1
Pedro 2:20. {CBV 485.2}
Não vos vingueis. Quanto puderdes, removei toda a causa de mal-en-
tendido. Evitai a aparência do mal. Fazei o que estiver em vosso poder,
sem comprometer os princípios, para conciliar o próximo. “Se trouxeres
a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa
contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro
com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta.” Mateus 5:23-24.
{CBV 485.3}
Se vos forem dirigidas palavras impacientes, nunca respondais no
mesmo tom. Lembrai-vos de que “a resposta branda desvia o furor”. Pro-
vérbios 15:1. Há um poder maravilhoso no silêncio. As palavras ditas em
réplica a alguém encolerizado por vezes servem apenas para o exasperar.
Mas se a cólera encontra o silêncio, e um espírito amável e paciente, em
breve se esvai. {CBV 486.1}
Sob uma tempestade de palavras ferinas e acusadoras, conservai
apoiado o espírito na Palavra de Deus. Que o espírito e o coração sejam
repletos das promessas divinas. Se sois maltratados ou acusados injusta-
mente, em vez de responder com cólera, repeti a vós mesmos as preciosas
promessas: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.”
Romanos 12:21. {CBV 486.2}
“Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nEle, e Ele tudo fará. E Ele
fará sobressair a tua justiça como a luz; e o teu juízo, como o meio-dia.”
Salmos 37:5-6. {CBV 486.3}
“Nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que
não haja de ser sabido.” Lucas 12:2. {CBV 486.4}
“Fizeste com que os homens cavalgassem sobre a nossa cabeça; passa-
mos pelo fogo e pela água; mas trouxeste-nos a um lugar de abundância.”
Salmos 66:12. {CBV 486.5}
Somos inclinados a procurar junto de nossos semelhantes simpatia e
ânimo, em vez de procurá-los em Jesus. Em Sua misericórdia e fidelida-
de, Deus permite muitas vezes que falhem aqueles em quem depositamos
confiança, a fim de que possamos compreender quanto é insensato confiar

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 75


Lição 11 A Ciência do Bom Viver, pp. 483-496

nos homens e apoiar-nos na carne. Confiemos inteira, humilde e desin-


teressadamente em Deus. Ele conhece as tristezas que nos consomem no
mais profundo do ser e que não podemos exprimir. Quando tudo nos pa-
rece escuro e inexplicável, lembremo-nos das palavras de Cristo: “O que
Eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois.” João 13:7. {CBV
486.6}
Estudai a história de José e de Daniel. O Senhor não impediu as ma-
quinações dos homens que procuravam fazer-lhes mal; mas conduziu to-
dos os planos para o bem de Seus servos, que no meio de provas e lutas
mantiveram sua fé e lealdade. {CBV 487.1}
Enquanto estivermos no mundo, encontraremos influências adversas.
Haverá provocações para ser provada a nossa têmpera; e é enfrentando-
-as com espírito reto que as virtudes cristãs são desenvolvidas. Se Cristo
habitar em nós, seremos pacientes, bondosos e indulgentes, alegres no
meio das contrariedades e irritações. Dia após dia, e ano após ano, ven-
cer-nos-emos a nós próprios e cresceremos num nobre heroísmo. Tal é a
tarefa que sobre nós impende; mas não pode ser cumprida sem o auxílio
de Jesus, firme decisão, um alvo bem determinado, contínua vigilância
e oração incessante. Cada um tem suas lutas pessoais a travar. Nem o
próprio Deus pode tornar nosso caráter nobre e nossa vida útil, se não
colaborarmos com Ele. Quem renuncia à luta perde a força e a alegria da
vitória. {CBV 487.2}
Não precisamos guardar nosso próprio registro das provas e dificulda-
des, dos desgostos e tristezas. Todas essas coisas estão escritas nos livros,
e o Céu tomará o cuidado delas. Enquanto relembramos as coisas desa-
gradáveis, passam da memória muitas que são gratas à reflexão, como a
misericordiosa bondade de Deus que nos rodeia a cada instante e o amor,
de que os anjos se maravilham, com que deu Seu Filho para morrer por
nós. Se como obreiros de Cristo sentis que tendes maiores cuidados e pro-
vas que os outros, lembrai-vos de que há para vós uma paz desconhecida
dos que evitam estes fardos. Há conforto e alegria no serviço de Cristo.
Mostremos ao mundo que não há insucesso na vida com Deus. {CBV 487.3}
Se vos não sentis satisfeitos e alegres, não faleis dos vossos sentimen-
tos. Não anuvieis a vida dos outros. Uma religião fria e sombria jamais
atrairá almas para Cristo. Afasta-as dEle, para as redes que Satanás lança
aos pés dos transviados. Em vez de pensar em vossos desânimos, pensai
na força de que podeis dispor em nome de Cristo. Que vossa imaginação
se fixe nas coisas invisíveis. Que os pensamentos se dirijam para as evi-

76 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


A Ciência do Bom Viver, pp. 483-496 Lição 11

dências do grande amor de Deus por vós. A fé pode sofrer a prova, vencer
a tentação, suportar o insucesso. Jesus vive como nosso advogado. Tudo
o que nos assegura a Sua mediação nos pertence. {CBV 488.1}
Não pensais que Cristo aprecia quem vive inteiramente para Ele? Não
pensais que visita os que, como o amado João no exílio, estão em lugares
difíceis e penosos? Deus não permite que um de Seus devotados obreiros
seja abandonado, a lutar sozinho contra forças superiores, e que seja ven-
cido. Preserva, como jóia preciosa, todo aquele cuja vida está escondida
com Cristo nEle. De cada um destes diz: Eu “te farei como um anel de
selar; porque te escolhi.” Ageu 2:23. {CBV 488.2}
Falai pois das promessas; falai do desejo que Jesus tem de abençoar.
Ele não nos esquece nem um só instante. Quando, apesar das circunstân-
cias desagradáveis, repousamos confiadamente no Seu amor e mantemos
nossa comunhão com Ele, o sentimento da Sua presença inspirará uma
alegria profunda e tranquila. De Si disse Cristo: “Nada faço por Mim
mesmo; mas falo como o Pai Me ensinou. E Aquele que Me enviou está
comigo; o Pai não Me tem deixado só, porque Eu faço sempre o que Lhe
agrada.” João 8:28-29. {CBV 488.3}
A presença do Pai acompanhava a Cristo, e nada Lhe sucedia que o
amor infinito não tivesse permitido para a bênção do mundo. Aí residia
o Seu e o nosso motivo de conforto. Quem está imbuído do Espírito de
Cristo habita em Cristo. Tudo o que lhe sucede vem do Salvador que o ro-
deia com Sua presença. Nada pode atingi-lo sem a permissão do Senhor.
Todos os sofrimentos e desgostos, todas as tentações e provas, todas as
nossas tristezas e pesares, todas as perseguições e privações, em suma,
todas as coisas cooperam para nosso bem. Todas as experiências e cir-
cunstâncias são agentes benfazejos de Deus em nosso favor. {CBV 488.4}
Se temos a compreensão da paciência de Deus para conosco, não de-
vemos ser achados a julgar ou a acusar ninguém. Quando Cristo vivia
na Terra, quão surpresos ficariam os que O acompanhavam se, depois de
familiarizados com Ele, Lhe ouvissem dizer uma palavra de acusação,
crítica destrutiva ou impaciência. Não esqueçamos que aqueles que O
amam devem reproduzi-Lo em Seu caráter. {CBV 489.1}
“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferin-
do-vos em honra uns aos outros.” Romanos 12:10. “Não tornando mal
por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo
que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bên-
ção.” 1 Pedro 3:9. {CBV 489.2}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 77


Lição 11 A Ciência do Bom Viver, pp. 483-496

O Senhor Jesus exige que reconheçamos os direitos de cada pessoa.


Devem ser tomados em consideração seus direitos sociais e seus direitos
como cristão. Todos devem ser tratados com amabilidade e delicadeza,
como filhos e filhas de Deus. {CBV 489.3}
O cristianismo torna as pessoas bem-educadas. Cristo era cortês, mes-
mo com os Seus perseguidores; e os Seus verdadeiros seguidores devem
manifestar o mesmo espírito. Olhai para Paulo, conduzido perante os
magistrados. Seu discurso diante de Agripa é um exemplo de verdadeira
cortesia, assim como de persuasiva eloquência. O Evangelho não ensina
a polidez formalista corrente no mundo, mas a cortesia que deriva de um
coração cheio de bondade. {CBV 489.4}
O mais meticuloso cultivo das propriedades externas da vida não é
suficiente para limar toda a irritabilidade, aspereza nos juízos e inconve-
niência nas palavras. O verdadeiro refinamento não se revelará jamais,
enquanto nos considerarmos a nós mesmos como o objeto supremo. O
amor deve residir no coração. O cristão verdadeiro tira seus motivos de
ação do profundo amor pelo Mestre. Do amor a Cristo brota o interesse
abnegado por seus irmãos. O amor comunica a quem o possui graça, pro-
priedade e elegância de porte. Ilumina-lhe a fisionomia e educa-lhe a voz;
refina e eleva todo o ser. {CBV 490.1}
A vida compõe-se, principalmente, não de grandes sacrifícios, ações
maravilhosas, mas de pequenas coisas. Na maior parte das vezes, é pelas
pequenas coisas que parecem indignas de menção que grande bem ou
mal é trazido à nossa vida. É pela falta de sucesso em suportar as provas
a que somos sujeitos nas pequenas coisas, que se adquirem os maus há-
bitos e se deforma o caráter; e, quando nos assaltam as provas maiores,
encontramo-nos desprevenidos. Só agindo por princípio nas provas da
vida cotidiana, podemos adquirir energia para ficar firmes e fiéis nas mais
perigosas e difíceis situações. {CBV 490.2}
Nunca estamos sós. Quer o escolhamos ou não, temos um companhei-
ro. Lembrai-vos de que onde quer que estejais, façais o que fizerdes, Deus
aí está. Nada do que se diz, faz ou pensa escapa à Sua atenção. Para cada
palavra ou ação, tendes uma testemunha — Deus, que é santo e odeia o
pecado. Pensai sempre nisso antes de falardes ou agirdes. Como cristãos,
sois membros da família real, filhos do Rei dos Céus. Não digais palavra
alguma, não façais nenhuma ação que traga desonra ao “bom nome que
sobre vós foi invocado”. Tiago 2:7. {CBV 490.3}

78 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


A Ciência do Bom Viver, pp. 483-496 Lição 11

Estudai cuidadosamente o caráter divino-humano, e inquiri constante-


mente: “Que faria Jesus em meu lugar?” Esta deve ser a medida do nos-
so dever. Não vos coloqueis desnecessariamente na companhia daqueles
que, por suas astúcias, poderiam debilitar o vosso desejo de bem-fazer ou
manchar a vossa consciência. Nada façais entre os estranhos, na rua, nos
carros, em casa, que tenha a menor aparência de mal. Fazei cada dia algu-
ma coisa para melhorar, embelezar e enobrecer a vida que Cristo resgatou
com Seu próprio sangue. {CBV 491.1}
Agi sempre por princípio, nunca por impulso. Temperai a impetuosi-
dade da vossa natureza pela doçura e bondade. Evitai toda a leviandade e
frivolidade. Que nenhum vil gracejo escape de vossos lábios. Nem sequer
aos pensamentos permitais correr a rédeas soltas. Devem ser dominados
e conduzidos cativos à obediência de Cristo. Que eles estejam ocupados
em coisas santas. Então, pela graça de Cristo, serão puros e verdadeiros.
{CBV 491.2}
Necessitamos de ter um constante sentimento do poder enobrecedor
dos pensamentos puros. É nos bons pensamentos que reside a única segu-
rança para cada alma. O homem, “como imaginou na sua alma, assim é”.
Provérbios 23:7. A faculdade de se dominar desenvolve-se pelo exercício.
O que a princípio parecia difícil torna-se fácil pela repetição constante,
até que os retos pensamentos e ações acabam por ser habituais. Se quiser-
mos, podemos afastar-nos de tudo o que é baixo e inferior, e elevar-nos
para uma alta norma; podemos ser respeitados pelos homens e amados
por Deus. {CBV 491.3}
Cultivai o hábito de falar bem do próximo. Detende-vos sobre as boas
qualidades daqueles com quem estais associados, e olhai o menos possí-
vel para seus erros e fraquezas. {CBV 492.1}
Quando sois tentados a queixar-vos do que alguém disse ou fez, lou-
vai alguma coisa na vida ou caráter dessa pessoa. Cultivai a gratidão.
Louvai a Deus pelo Seu admirável amor em dar a Cristo para morrer por
nós. Nada lucramos em pensar em nossas mágoas. Deus convida-nos a
meditar na Sua misericórdia e no Seu amor incomparável, a fim de que
sejamos inspirados com o louvor. {CBV 492.2}
Os trabalhadores ativos não têm tempo de se ocupar com as faltas do
próximo. As faltas e fraquezas dos outros não fornecem alimento para a
vossa vida. A maledicência é uma dupla maldição, que recai mais pesada-
mente sobre quem fala do que sobre quem ouve. Quem espalha as semen-
tes da dissensão e discórdia colhe em sua própria alma os frutos mortais.

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 79


Lição 11 A Ciência do Bom Viver, pp. 483-496

O próprio ato de olhar para o mal nos outros desenvolve o mal em quem
olha. Detendo-nos sobre as faltas do próximo, somos transformados na
sua imagem. Mas contemplando Jesus, falando do Seu amor e da perfei-
ção de Seu caráter, imprimimos em nós as Suas feições. Contemplando
o alto ideal que Ele colocou diante de nós, subiremos a uma atmosfera
santa e pura, que é a própria presença de Deus. Quando aí permanecemos,
sairá de nós uma luz que irradia sobre todos os que estiverem em contato
conosco. {CBV 492.3}
Em vez de criticar e condenar o próximo, dizei: “Devo trabalhar para
minha própria salvação. Se coopero com Aquele que deseja salvar a mi-
nha alma, devo vigiar-me cuidadosamente, afastar de minha vida tudo o
que é mau, vencer todo o defeito, tornar-me nova criatura em Cristo. Por
isso, em lugar de enfraquecer os que lutam contra o mal, irei fortalecê-los
com palavras animadoras.” Somos demasiado indiferentes para com os
outros. Esquecemos muitas vezes que nossos companheiros de trabalho
têm necessidade de força e animação. Tende o cuidado de lhes assegurar
vosso interesse e simpatia. Ajudai-os pela oração e fazei-lhes saber que
orais por eles. {CBV 492.4}
Nem todos os que professam ser obreiros de Cristo são verdadeiros
discípulos. Entre os que trazem Seu nome, e que são mesmo contados
entre Seus obreiros, há alguns que não O representam no caráter. Não são
governados pelos Seus princípios. Tais pessoas são muitas vezes causa de
perplexidade e desânimo para os seus companheiros de trabalho que são
novos na experiência cristã; mas ninguém tem necessidade de ser enga-
nado. Cristo deu-nos um exemplo perfeito. Ordena-nos que O sigamos.
{CBV 493.1}
Até ao fim dos tempos, haverá joio no meio do trigo. Quando os servos
do pai de família, no zelo pela sua honra, lhe pediram autorização para
arrancar o joio, ele disse: “Não; para que, ao colher o joio não arranqueis
também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa.” Mateus
13:29-30. {CBV 493.2}
Em Sua misericórdia e clemência, Deus suporta pacientemente os
maus e até os hipócritas. Entre os apóstolos escolhidos de Cristo encon-
trava-se Judas, o traidor. Deverá, pois, ser causa de surpresa ou desânimo
a existência de hipócritas entre os Seus obreiros de hoje? Se Ele, que
penetrava nos corações, suportava quem bem sabia que O havia de trair,
com que paciência não deveríamos nós suportar os que estão em falta!
{CBV 493.3}

80 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


A Ciência do Bom Viver, pp. 483-496 Lição 11

E nem todos, ainda dos que parecem mais culpados, são como Judas.
Pedro, impetuoso, precipitado e cheio de confiança própria, aparentemen-
te esteve em situação mais desvantajosa do que Judas. Foi mais vezes
censurado pelo Salvador. Mas que vida de atividade e sacrifício foi a sua!
Que testemunho deu do poder da graça de Deus! Tanto quanto pudermos,
devemos ser para os outros o que Jesus era para Seus discípulos quando
andava e falava com eles na Terra. {CBV 493.4}
Considerai-vos como missionários, antes de tudo, entre os vossos
companheiros de trabalho. Requer-se por vezes muito tempo e canseiras
para ganhar alguma alma para Cristo. E quando uma alma se afasta do
pecado para a justiça, há alegria na presença dos anjos. Pensais que os
espíritos angélicos que vigiam sobre estas almas estão satisfeitos ao ver
com que indiferença elas são tratadas por alguns que pretendem ser cris-
tãos? Se Jesus nos tratasse como muito frequentemente nos tratamos uns
aos outros, quem de nós poderia salvar-se? {CBV 493.5}
Lembrai-vos que não podeis ler os corações. Não sabeis os motivos
que determinaram as ações que desaprovais. Há muitos que não recebe-
ram uma educação correta; seu caráter está deformado, duro e nodoso, e
parece torto em todos os sentidos. Mas a graça de Cristo pode transformá-
-lo. Nunca os ponhais de lado, nunca lhes tireis a coragem ou a esperança,
dizendo: “Você desiludiu-me e não me esforçarei por ajudá-lo.” Algumas
palavras ditas precipitadamente sob o efeito de uma provocação — exa-
tamente o que pensamos que eles merecem — podem partir as cordas da
influência que teriam ligado seu coração ao nosso. {CBV 494.1}
A vida coerente, a paciência, a calma de espírito em face da provoca-
ção constitui sempre o argumento mais decisivo e o apelo mais solene.
Se tivestes oportunidades e vantagens que não couberam em sorte aos ou-
tros, reconhecei esse privilégio, e sede sempre um mestre sábio, solícito
e amável. {CBV 494.2}
A fim de obter na cera a impressão nítida e forte de um selo, não lho
aplicais de uma maneira precipitada e violenta; colocais cuidadosamente o
selo na cera mole, e lenta e firmemente fazeis sobre ele pressão, até que a
cera tenha endurecido na forma desejada. Tratai da mesma forma com as
almas humanas. A continuidade da influência cristã é o segredo de seu po-
der, e este depende da firmeza com que manifestais o caráter de Cristo. Aju-
dai os que erraram, contando as vossas experiências. Mostrai-lhes como,
quando cometestes graves erros, a paciência, bondade e auxílio de vossos
companheiros de trabalho vos deram coragem e esperança. {CBV 494.3}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 81


Lição 11 A Ciência do Bom Viver, pp. 483-496

Até ao Juízo, ignorareis a influência de uma conduta bondosa e pru-


dente para com os incoerentes, desarrazoados e indignos. Quando depa-
ramos com a ingratidão e traição daqueles em quem depositamos uma
confiança sagrada, somos tentados a mostrar nosso ressentimento e indig-
nação. É isso que o culpado espera e para que está preparado. Mas a bon-
dosa paciência toma-o de surpresa, e muitas vezes desperta seus melhores
impulsos, e faz-lhes nascer o desejo de uma vida mais nobre. {CBV 495.1}
“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofen-
sa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão,
olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado. Levai as car-
gas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo.” Gálatas 6:1-2. {CBV
495.2}
Todos os que professam ser filhos de Deus deviam ter na mente que,
como missionários, serão postos em contato com todas as classes de es-
pírito. Há os corteses e os rudes, os humildes e os altivos, os religiosos e
os céticos, os instruídos e os ignorantes, os ricos e os pobres. Esses dife-
rentes espíritos não podem ser tratados da mesma maneira; todos porém
carecem de bondade e simpatia. Pelo mútuo contato, nosso espírito devia
tornar-se delicado e refinado. Dependemos uns dos outros, e estamos inti-
mamente unidos pelos laços da fraternidade humana. {CBV 495.3}
É pelas relações sociais que a religião cristã entra em contato com o
mundo. Cada homem ou mulher que recebeu a iluminação divina deve
derramar luz na senda tenebrosa dos que não conhecem o melhor ca-
minho. A influência social, santificada pelo Espírito de Cristo, deve de-
senvolver-se na condução de almas para o Salvador. Cristo não deve ser
escondido no coração como um tesouro cobiçado, sagrado e doce, fruído
exclusivamente pelo possuidor. Devemos ter Cristo em nós como uma
fonte de água, que corre para a vida eterna, refrescando a todos os que
entram em contato conosco. {CBV 496.1}

82 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Lição 12 Sábado, 19 de Março de 2022

Em humilde mansidão
Estudo adicional: Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403
(capítulo 49: “Nossa atitude para com as auto- ridades
civis”; Capítulo 50 — A palavra de Deus é suprema).

Capítulo 49
Nossa atitude
para com as autoridades civis
Alguns irmãos têm escrito e dito muitas coisas que são interpretadas
como contrárias ao Governo e à lei. Está errado expor-nos dessa maneira
a um mal-entendido geral. Não é procedimento sábio criticar continua-
mente os atos dos governantes. Não nos compete atacar indivíduos nem
instituições. Devemos exercer grande cuidado para não sermos tomados
por oponentes das autoridades civis. É certo que a nossa luta é intensiva,
mas as nossas armas estão contidas num simples “Assim diz o Senhor”.
Nossa ocupação consiste em preparar um povo para estar de pé no grande
dia de Deus. Não devemos nos desviar para procedimentos que causem
polêmica, ou suscitem oposição nos que não são da nossa fé. {T6 394.1}
Não devemos agir de maneira tal que sejamos tidos como adeptos da
traição. Devemos descartar dos nossos escritos e palestras toda expressão
que, tomada isoladamente, poderia ser mal-interpretada e tida por contrá-
ria à lei e à ordem. Tudo deve ser cuidadosamente pesado para não pas-
sarmos por fomentadores de deslealdade à nossa pátria e às suas leis. Não
é exigido de nós que desafiemos as autoridades. Virá o tempo em que,
por defendermos a verdade bíblica, seremos considerados traidores; mas
não apressemos esse momento por meio de procedimento imprudente que
desperte animosidade e luta. {T6 394.2}
Tempo virá em que expressões descuidadas de caráter denunciante,
displicentemente proferidas ou escritas por nossos irmãos, serão usadas
por nossos inimigos para nos condenarem. Não serão usadas simples-
mente para condenar os que as proferiram, mas atribuídas a toda a comu-
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 83
Lição 12 Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403

nidade adventista. Nossos acusadores dirão que em tal e tal dia um dos
nossos homens responsáveis falou assim e assim contra a administração
das leis do governo. Muitos ficarão admirados ao ver quantas coisas fo-
ram conservadas e lembradas, as quais servirão de prova para os argu-
mentos dos adversários. Muitos se surpreenderão de como foi atribuído
às suas palavras um significado diferente do que era a sua intenção. Sejam
nossos obreiros cuidadosos no falar, em todo tempo e sob quaisquer cir-
cunstâncias. Estejam todos precavidos para que, por meio de expressões
imprudentes, não tragam sobre si um tempo de angústia antes da grande
crise que provará os seres humanos. {T6 394.3}
Quanto menos recriminações diretas fizermos às autoridades e gover-
nantes, melhor trabalho seremos capazes de realizar, tanto nos Estados
Unidos como em países estrangeiros. As nações estrangeiras seguirão o
seu exemplo. Embora ela seja a líder, a mesma crise atingirá todo o nosso
povo em toda parte do mundo. {T6 395.1}
Nossa ocupação é engrandecer e exaltar a lei de Deus. A verdade da
santa Palavra de Deus deve ser divulgada. Devemos apresentar as Escri-
turas como norma de vida. Com toda a modéstia, no espírito da graça, no
amor de Deus, devemos apontar aos homens que o Senhor Deus é o Cria-
dor dos céus e da Terra, e que o sétimo dia é o sábado do Senhor. {T6 395.2}
Em nome do Senhor devemos avançar, desfraldando o Seu estandarte,
defendendo a Sua Palavra. Quando as autoridades nos ordenarem que
não façamos esse trabalho; quando nos proibirem de proclamar os man-
damentos de Deus e a fé de Jesus, então será preciso que digamos, como
o fizeram os apóstolos: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos
antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que
temos visto e ouvido.” Atos dos Apóstolos 4:19, 20. {T6 395.3}
A verdade deve ser proclamada com o poder do Espírito Santo. So-
mente isso pode tornar eficazes as palavras. Unicamente através do poder
do Espírito a vitória pode ser alcançada e mantida. O agente humano pre-
cisa ser influenciado pelo Espírito de Deus. Por meio da fé na salvação, os
obreiros devem ser guardados pelo poder de Deus. Eles devem ter visão
divina, para que não seja proferida coisa alguma que incite os homens a
nos barrar o caminho. Pela assimilação da verdade espiritual, devemos
preparar um povo para, com mansidão e temor, expor a razão da sua fé
perante as mais altas autoridades de nosso mundo. {T6 396.1}
Devemos apresentar a verdade em sua simplicidade, pregar em fa-
vor da piedade prática; e fazê-lo no espírito de Cristo. A manifestação

84 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403 Lição 12

de semelhante espírito exercerá sobre nossa própria vida, a melhor das


influências e, sobre outros, um poder convincente. Basta dar ao Senhor
a oportunidade de atuar por meio de Seus próprios agentes. Nem dá para
imaginar o que será possível realizar no futuro, caso façamos com que
todos reconheçam que, em todo o tempo e sob quaisquer circunstâncias,
Deus está ao leme. Ele agirá por meios adequados, Ele guardará, aumen-
tará e fortalecerá o Seu povo. {T6 396.2}
Os agentes de Deus devem ter zelo santificado, que esteja inteiramente
sob o Seu domínio. Tempos tempestuosos nos sobrevirão de forma ines-
perada, e não devemos agir espontaneamente para apressá-los. Sobrevi-
rão tribulações de espécie tal que encaminharão para Deus todos os que
desejam ser Seus, e somente Seus. Sem que sejamos provados na fornalha
da provação, não nos conhecemos, e não se justifica que julguemos o
caráter de outros nem condenemos os que ainda não receberam a luz da
mensagem do terceiro anjo. {T6 396.3}
Se quisermos que os homens sejam convencidos de que a verdade que
cremos santifica a alma e transforma o caráter, não estejamos continua-
mente lançando veementes acusações sobre eles. Se o fizermos, vamos
obrigá-los a deduzir que a doutrina que professamos não pode ser cristã,
pois não nos torna bondosos, corteses e respeitosos. O cristianismo não se
exterioriza em acusações violentas e condenação. {T6 397.1}
Muitos dentre o nosso povo estão em perigo de tentar exercer domínio
sobre outros, e pressão sobre os seus colegas. Existe o perigo de aqueles
a quem são confiadas responsabilidades só reconhecerem um poder — o
da vontade não santificada. Alguns têm exercido esse poder de maneira
inescrupulosa, e causado grande abatimento naqueles a quem o Senhor
está usando. Uma das maiores maldições do mundo (vista por toda parte,
na igreja e na sociedade) é o desejo de supremacia. Os homens se tor-
nam ansiosos por acumular poder e popularidade. Para nossa desolação e
vergonha, esse espírito tem se manifestado nas fileiras dos observadores
do sábado. Mas o êxito espiritual advém somente aos que aprenderam a
mansidão e a humildade, na escola de Cristo. {T6 397.2}
Devemos lembrar que o mundo nos julgará pelo que aparentamos ser.
Que os que buscam representar a Cristo exerçam o cuidado de não exi-
bir traços incoerentes de caráter. Antes de assumirmos um lugar definido
na linha de frente, certifiquemo-nos de que o Espírito Santo nos tenha
sido outorgado lá dos altos Céus. Quando isso acontecer, pregaremos uma
mensagem definida, que será, porém, de espécie muito menos condena-

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 85


Lição 12 Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403

tória do que a de alguns; e os que crerem terão muito mais interesse na


salvação de nossos oponentes. Deixemos inteiramente com Deus o as-
sunto de condenar as autoridades e governos. Com humildade e amor,
defendamos, como sentinelas fiéis, os princípios da verdade tal como é
em Jesus. {T6 397.3}
Amor entre os irmãos
As características que mais intensamente precisam ser acariciadas pelo
povo que guarda os mandamentos de Deus, são: paciência e longanimida-
de, paz e amor. Quando falta o amor, observa-se uma perda irrecuperável,
pois as pessoas são afastadas da verdade, mesmo depois de estarem em
ligação com a causa de Deus. Nossos irmãos em posição de responsabili-
dade, que possuem força para influenciar, devem lembrar-se das palavras
do apóstolo Paulo, proferidas sob a direção do Espírito Santo: “Mas nós
que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar
a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que
é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou a si mesmo,
mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuria-
vam.” Romanos 15:1-3. Uma vez mais, diz ele: “Irmãos, se algum ho-
mem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais,
encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para
que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e assim
cumprireis a lei de Cristo.” Gálatas 6:1, 2. {T6 398.1}
Conservem em mente que é a obra da restauração que deve constituir
o nosso fardo. Tal obra não deve ser realizada de modo orgulhoso, impo-
sitivo, autoritário. Que suas maneiras jamais digam: “tenho o poder, vou
utilizá-lo”, passando a lançar acusações sobre o errante. Façam a obra de
restauração “com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que
não sejas também tentado.” Gálatas 6:1. A obra que devemos realizar em
favor de nossos irmãos não é jogá-los para o lado, não é conduzi-los ao
desencorajamento e desespero, dizendo: “Você me desapontou, de modo
que não mais tentarei ajudá-lo.” Aquele que posiciona a si mesmo como
cheio de sabedoria e força, e critica aquele que se sente oprimido, angus-
tiado e suspirando por auxílio, manifesta o espírito dos fariseus, e se en-
rosca nas vestes de sua pretensa dignidade. Intimamente, tal pessoa agra-
dece a Deus porque não é como os demais homens, e supõe que sua forma
de agir é digna de louvor, e que, por ser tão forte, está além do alcance da
tentação. Ocorre que “se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada,

86 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403 Lição 12

engana-se a si mesmo.” Gálatas 6:3. Tal pessoa se encontra em constante


perigo. Quem ignora as graves necessidades de seu irmão, será colocado
pela providência divina no mesmo caminho de provação e tristeza que o
irmão trilhou; e, através de amarga experiência, lhe será demonstrado que
ele é tão desajudado e necessitado quanto aquele sofredor pelo qual ele
antes sentia repulsa. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque
tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” Gálatas 6:7. {T6 398.2}
“Se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se
alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compai-
xões, completai a minha alegria, para que sintais o mesmo, tendo o mes-
mo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por
contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os
outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propria-
mente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que
haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.”
Filipenses 2:1-5. {T6 399.1}
Quanto mais perto nos mantivermos de Cristo, quanto mais meigos,
amáveis e desprovidos do eu formos, mais firmemente nos apegaremos
a Jesus e maior será o nosso poder para, através dEle, converter os peca-
dores, pois não é o agente humano quem comove a alma. Inteligências
celestiais cooperam com o agente humano, imprimindo a verdade no co-
ração. Se permanecermos em Cristo, seremos capacitados a influenciar
outros; mas isso ocorre por causa da presença daquele que diz: “eis que
Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.” Mateus
28:20. O poder de que dispomos para triunfar sobre Satanás é o resultado
de Cristo operando em nós o querer e o efetuar de acordo com Sua boa
vontade. {T6 399.2}
Apresentação da verdade com espírito bondoso
A verdade deve ser apresentada com tato divino, gentileza e brandura.
Deve provir de um coração enternecido e que tenha simpatia. Necessita-
mos de íntima comunhão com Deus, do contrário o eu se erguerá, como
ocorreu com Jeú, e logo proferiremos uma torrente de palavras inade-
quadas, que não serão como o orvalho, ou como os suaves chuveiros que
fazem reviver as plantas ressequidas. Sejam nossas palavras delicadas
ao procurarmos conquistar almas. Deus será sabedoria para aquele que
busca sabedoria de uma fonte divina. Devemos procurar oportunidades
em toda parte; devemos vigiar em oração e estar sempre prontos para dar

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 87


Lição 12 Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403

a razão da esperança que há em nós, com mansidão e temor. Para que


não causemos uma impressão desfavorável numa pessoa por quem Cristo
morreu, devemos manter o coração unido a Deus, de modo que quando
surgir a oportunidade tenhamos as palavras certas para serem proferidas
no tempo certo. Se assim empreendermos a obra para Deus, o Espírito
será nosso ajudador. O Espírito Santo aplicará à alma a palavra proferida
com amor. A verdade terá poder vivificante ao ser proferida sob a influên-
cia da graça de Cristo. {T6 400.1}
O plano de Deus deve chegar primeiro ao coração. Falemos a verdade,
e deixemos que Ele leve avante o poder e o princípio reformadores. Não
façamos alusão ao que dizem os oponentes, mas deixemos que só a verda-
de seja promovida. A verdade pode penetrar até a medula. Desdobremos
claramente a Palavra em toda a sua impressiva natureza. {T6 400.2}
À medida que as aflições se adensam ao nosso redor, serão vistas em
nossas fileiras tanto separação como unidade. Alguns que agora estão dis-
postos a pegar nas armas da peleja, em ocasiões de verdadeiro perigo
tornarão manifesto que não edificaram sobre a sólida rocha, pois cairão
em tentação. Os que tiveram grande luz e preciosos privilégios, mas não
os aproveitaram, irão, sob um pretexto ou outro, retirar-se de nosso meio.
{T6 400.3}
Não tendo recebido o amor da verdade, eles serão induzidos aos en-
ganos do inimigo; darão ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de
demónios, e se afastarão da fé. Por outro lado, quando a tempestade da
perseguição realmente irromper sobre nós, as ovelhas genuínas ouvirão
a voz do verdadeiro Pastor. Serão feitos esforços abnegados para salvar
os perdidos, e muitos que se desviaram do aprisco retornarão para seguir
o grande Pastor. O povo de Deus se unirá e apresentará ao inimigo uma
frente unida. Diante do perigo comum, cessará a luta pela supremacia;
não haverá disputas sobre quem será considerado o maior. Nenhum dos
crentes genuínos dirá: “Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas.”
1 Coríntios 1:12. O testemunho de cada um e de todos será: “E me apego
a Cristo; regozijo-me nEle como meu Salvador pessoal.” {T6 401.1}
Assim será a verdade introduzida na vida prática, de modo que seja
respondida a oração de Cristo, pronunciada justamente antes de Sua hu-
milhação e morte: “para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em
Mim, e Eu, em Ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo
creia que Tu Me enviaste.” João 17:21. O amor de Cristo e o amor de
nossos irmãos testificarão para o mundo que temos estado com Jesus e

88 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403 Lição 12

aprendido dEle. Então a mensagem do terceiro anjo se transformará num


alto clamor e toda a Terra se iluminará com a glória do Senhor. {T6 401.2}
*****
Nossas convicções necessitam ser diariamente reforçadas por meio
de humilde e sincera prece, e leitura da Palavra. Ao mesmo tempo que
cada um de nós tem sua individualidade, e que cada um precisa sustentar
firmemente suas convicções, temos de conservá-las como a verdade de
Deus e na força que Ele outorga. Se não o fizermos, serão arrancadas de
nosso contato. {T6 401.3}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 89


Lição 12 Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403

Capítulo 50
A palavra de Deus é suprema
O povo de Deus deve reconhecer o governo humano como uma ins-
tituição divina, de modo que ensinará obediência às autoridades como
sendo um sagrado dever, em sua legítima esfera. Entretanto, quando as
suas pretensões entram em conflito com os reclamos de Deus, a Palavra
de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda e qualquer
legislação humana. O “assim diz o Senhor” não pode ser posto de lado, ou
trocado por um “assim diz a Igreja ou o Estado.” A coroa de Cristo deve
ser erguida acima dos diademas de potestades terrestres. {T6 402.1}
O princípio que devemos defender neste tempo é o mesmo que foi
mantido pelos adeptos do evangelho na grande Reforma. Quando os prín-
cipes se reuniram na Dieta de Espira, em 1529, parecia que a esperan-
ça do mundo estava por extinguir-se. Nessa assembléia, foi apresentado
o decreto do imperador, restringindo a liberdade religiosa e proibindo
qualquer disseminação adicional das doutrinas reformadas. Aceitariam os
príncipes alemães o decreto? Deveria a luz do evangelho ser escondida
de multidões que ainda se encontravam em trevas? Assuntos vitais para
o mundo achavam-se em debate. Aqueles que haviam aceitado a fé refor-
mada, reuniram-se e unanimemente decidiram: “Rejeitemos o decreto.
Em assuntos de consciência, o poder da maioria não deve imperar.” {T6
402.2}
A bandeira da verdade e da liberdade religiosa, erguida tão destacada-
mente por aqueles reformadores, nos foi confiada neste último conflito. A
responsabilidade por esse grande presente repousa sobre aqueles a quem
Deus abençoou com o conhecimento de Sua Palavra. Temos de recebê-la
como a autoridade suprema. Devemos aceitar suas verdades. Poderemos
apreciar essas verdades tão-somente se as pesquisarmos por intermédio
de estudo pessoal. Então, ao tornarmos a Palavra de Deus o guia de nossa
vida, estará sendo respondida a oração de Cristo em nosso favor: “Santi-
fica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade.” João 17:17. O reconheci-
mento da verdade em palavras e ações é a nossa confissão de fé. Somente
assim outros saberão que acreditamos na Bíblia. {T6 402.3}
Os reformadores, cujo protesto nos deixou como herança o nome “pro-
testantes”, sentiam que Deus os chamara para apresentarem o evangelho

90 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403 Lição 12

ao mundo, e assim se dispuseram a sacrificar posses, a liberdade e até


mesmo a vida. Somos nós, neste último conflito da grande controvérsia,
tão fiéis a nosso legado quanto o foram os reformadores ao seu? {T6 403.1}
Mesmo enfrentando perseguição e morte, eles divulgaram a verdade
para aquele tempo em todos os lugares. A Palavra de Deus foi levada ao
povo; todas as classes, baixas e altas, ricas e pobres, ilustradas e igno-
rantes, estudaram-na com avidez, e os que receberam a luz também se
tornaram seus mensageiros. Naqueles dias, a verdade foi levada aos lares,
às pessoas, por meio da página impressa. A pena de Lutero era uma força,
e seus escritos, disseminados largamente, agitaram o mundo. Os mesmos
instrumentos se acham à nossa disposição, com recursos cem vezes maio-
res. Bíblias e publicações em muitas línguas, apresentando a verdade para
este tempo, acham-se ao nosso alcance, e podem ser rapidamente levadas
a todo o mundo. Cumpre-nos dar a última advertência de Deus aos ho-
mens. Temos que ser diligentes no estudo da Bíblia e zelosos em difundir
a luz! {T6 403.2}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 91


Lição 13 Sábado, 26 de Março de 2022

Um legado final de fé


Estudo adicional: A Ciência do Bom Viver, pp. 503-516 (capítulo 43:
“Uma experiência mais alta”).

Capítulo 43
Uma experiência mais alta
Necessitamos constantemente de uma revelação nova de Cristo, de
uma experiência diária que ser harmonize com os Seus ensinos. Estão ao
nosso alcance resultados altos e santos. Deus deseja que façamos contí-
nuos progressos na ciência e na virtude. Sua lei é um eco de Sua própria
voz, fazendo a todos o convite: “Subi mais alto. Sede santos, mais santos
ainda.” Cada dia podemos avançar no aperfeiçoamento do caráter cristão.
{CBV 503.1}
Os que estão consagrados ao serviço do Mestre necessitam de uma
experiência mais alta, profunda e ampla, que muitos nem sequer pen-
sam ter. Muitas pessoas que são já membros da grande família de Deus
pouco sabem do que quer dizer contemplar Sua glória, e ser mudadas de
glória em glória. Muitos possuem uma vaga percepção da excelência de
Cristo, e contudo seu coração palpita de alegria. Anseiam por um mais
completo e profundo sentimento do amor do Salvador. Que eles nutram
todas as aspirações da alma para Deus. O Espírito Santo trabalha aqueles
que desejam ser trabalhados, molda os que desejam ser moldados, cin-
zela os que desejam ser cinzelados. Obtende por vós mesmos a cultura
de pensamentos espirituais e santas comunhões. Não vistes ainda senão
os primeiros raios do despontar da aurora de Sua glória. À medida que
avançardes no conhecimento do Senhor, aprendereis que “a vereda dos
justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia
perfeito”. Provérbios 4:18. {CBV 503.2}
“Tenho-vos dito isso”, disse Cristo, “para que a Minha alegria per-
maneça em vós, e a vossa alegria seja completa.” João 15:11. {CBV 504.1}
Jesus via sempre diante dEle o resultado da Sua missão. Sua vida ter-
rena, tão cheia de trabalhos e sacrifícios, era iluminada pelo pensamento

92 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


A Ciência do Bom Viver, pp. 503-516 Lição 13

de que não seria em vão todo o Seu trabalho. Dando a vida pela vida dos
homens, restauraria na humanidade a imagem de Deus. E havia de nos le-
vantar do pó, reformar o caráter segundo o modelo de Seu próprio caráter,
e torná-lo belo com Sua própria glória. {CBV 504.2}
Cristo viu os resultados do trabalho de Sua alma e ficou satisfeito.
Olhou através da eternidade, e viu a felicidade daqueles que pela Sua hu-
milhação haviam de receber o perdão e a vida eterna. Foi ferido pelas suas
transgressões, moído pelas suas iniquidades. O castigo que lhes havia de
trazer a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras seriam sarados. Ele
ouvia as exclamações de júbilo dos remidos. Ouvia os resgatados cantan-
do o cântico de Moisés e do Cordeiro. Ainda que devesse primeiro ser
recebido o batismo de sangue, ainda que os pecados do mundo devessem
pesar sobre a Sua alma inocente, ainda que a sombra de uma indescritível
mágoa pairasse sobre Ele; por causa da alegria que O esperava, preferiu
sofrer a cruz e desprezou a afronta. {CBV 504.3}
Todos os Seus seguidores devem participar dessa alegria. Por grande
e gloriosa que seja a vida futura, nossa recompensa não é inteiramente
reservada para o dia da libertação final. Mesmo na Terra, podemos pela fé
entrar na alegria do Senhor. Como Moisés, devemos estar firmes como se
víssemos o Invisível. {CBV 504.4}
Agora a Igreja é militante. Agora temos de enfrentar um mundo de tre-
vas, quase inteiramente dado à idolatria. Mas está chegando o dia em que
será travada a batalha e ganha a vitória. A vontade de Deus deve ser feita
na Terra como o é nos Céus. As nações dos remidos não conhecerão outra
lei senão a lei dos Céus. Constituirão todos uma família feliz e unida, re-
vestida com as vestes de louvor e ações de graças — as vestes da justiça
de Cristo. Toda a Natureza, em sua arrebatadora formosura, oferecerá a
Deus um tributo de louvor e adoração. O mundo será banhado com a luz
do Céu. A luz da Lua será como a luz do Sol, e a luz do Sol será sete ve-
zes maior do que é hoje. Os anos decorrerão na alegria. Sobre essa cena,
as estrelas da manhã cantarão em uníssono, e os filhos de Deus exultarão
de alegria, enquanto Deus e Cristo Se unirão proclamando: “Não haverá
mais pecado nem morte.” {CBV 504.5}
Estas visões da glória futura, cenas pintadas pela mão de Deus, devem
ser amadas pelos Seus filhos. {CBV 506.1}
Detende-vos no limiar da eternidade, e escutai as alegres boas-vin-
das dadas àqueles que nesta vida cooperaram com Cristo, considerando
como privilégio e honra sofrer por Sua causa. Com os anjos, eles lançam

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 93


Lição 13 A Ciência do Bom Viver, pp. 503-516

suas coroas aos pés do Redentor, exclamando: “Digno é o Cordeiro, que


foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra,
e glória, e ações de graças. ... Ao que está assentado sobre o trono e ao
Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo
o sempre.” Apocalipse 5:12-13. {CBV 506.2}
Aí os remidos saúdam aqueles que os conduziram ao excelso Salva-
dor. Unem-se no louvor dAquele que morreu para que os seres humanos
pudessem fruir a vida que se mede com a de Deus. A luta está terminada.
Estão no fim todas as tribulações e contendas. Cânticos de vitória reboam
pelos Céus inteiros, enquanto os remidos permanecem em volta do trono
de Deus. Todos entoam o jubiloso coro: “Digno é o Cordeiro, que foi
morto” e que nos remiu para Deus. Apocalipse 5:12. {CBV 506.3}
“Olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de to-
das as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e
perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;
e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está
assentado no trono, e ao Cordeiro.” Apocalipse 7:9-10. {CBV 507.1}
“Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes
e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono
de Deus e O servem de dia e de noite no Seu templo; e Aquele que está
assentado sobre o trono os cobrirá com a Sua sombra. Nunca mais te-
rão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre
eles, porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes
servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus
olhos toda lágrima.” Apocalipse 7:14-17. “E não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.”
Apocalipse 21:4. {CBV 507.2}
Necessitamos conservar constantemente diante de nós este quadro das
coisas invisíveis. É assim que nos tornaremos aptos para atribuir um justo
valor às coisas da eternidade e às do tempo. É assim que empregaremos
nossas faculdades influenciando os outros para uma vida mais santa. {CBV
508.1}

No Monte com Deus


“Sobe a Mim, ao monte”, diz-nos Deus. Êxodo 24:12. A Moisés, antes
de poder ser o instrumento de Deus na libertação de Israel, foram desti-
nados quarenta anos de comunhão com Ele, na solidão das montanhas.
Antes de levar a mensagem de Deus a Faraó, falou com o Anjo na sarça

94 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


A Ciência do Bom Viver, pp. 503-516 Lição 13

ardente. Antes de receber a lei de Deus como representante de Seu povo,


foi chamado ao monte e contemplou a glória divina. Antes de executar
justiça contra os idólatras, esteve escondido na fenda da rocha, e o Se-
nhor lhe disse: “Eu... apregoarei o nome do Senhor diante de ti” (Êxodo
33:19), “misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em benefi-
cência e verdade; ... que ao culpado não tem por inocente.” Êxodo 34:6-
7. Antes de abandonar, com a sua vida, a missão de condutor de Israel,
chamou-o Deus ao cume do Pisga, e fez passar sob seus olhos a glória da
terra prometida. {CBV 508.2}
Antes que os discípulos partissem para a sua missão, foram chamados
ao monte com Jesus. Antes do poder e glória do Pentecoste, veio a noite
de comunhão com o Salvador, o encontro num monte da Galiléia, a cena
de despedida sobre o Monte das Oliveiras, com a promessa dos anjos, e
os dias de oração e comunhão no cenáculo. {CBV 508.3}
Quando Jesus Se preparava para alguma grande prova ou para alguma
obra importante, afastava-Se para a solidão dos montes, e passava a noite
orando a Seu Pai. Uma noite de oração precedeu a consagração dos após-
tolos e o sermão da montanha, a transfiguração, a agonia da sala do juízo
e da cruz, e a glória da ressurreição. {CBV 509.1}
O Privilégio da Oração
Nós também temos de ter um tempo para a meditação e oração, e para
receber conforto espiritual. Não apreciamos como devíamos o poder e efi-
cácia da oração. A oração e a fé farão o que nenhum poder da Terra con-
seguirá realizar. Raramente somos colocados duas vezes nas mesmas cir-
cunstâncias sob todos os pontos de vista. Experimentamos continuamente
novas cenas e novas provas, onde a experiência passada não pode ser um
guia suficiente. Temos de ter a luz perene que vem de Deus. {CBV 509.2}
Cristo envia sempre mensagens aos que estão atentos à Sua voz. Na
noite da agonia, no Getsêmani, os discípulos adormecidos não ouviram a
voz de Jesus. Tinham um sentimento obscuro da presença dos anjos, mas
não se deram conta do poder e glória da cena. Devido ao seu torpor e so-
nolência, não receberam a evidência que lhes teria fortalecido a alma para
as terríveis cenas que ocorreriam. Hoje, da mesma sorte, os que têm mais
necessidade da instrução divina não a recebem, muitas vezes, porque não
se põem em comunhão com o Céu. {CBV 509.3}
As tentações a que todos os dias estamos expostos fazem da oração
uma necessidade. Os perigos nos assaltam em todo caminho. Os que pro-

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 95


Lição 13 A Ciência do Bom Viver, pp. 503-516

curam arrebatar os outros do vício e da ruína, estão particularmente ex-


postos à tentação. Em constante contato com o mal, necessitam apegar-se
fortemente a Deus, para não serem eles mesmos corrompidos. Breves e
decisivos são os passos que conduzem os homens de um plano elevado e
santo a um nível inferior. Num só momento, podem ser tomadas decisões
que determinam o destino eterno. Uma fraqueza por vencer deixa o indiví-
duo desamparado. Um mau hábito, a que se não resistiu com firmeza, for-
talecer-se-á em cadeias de aço, prendendo-o completamente. {CBV 509.4}
O motivo por que tantos são abandonados a si mesmos em lugares de
tentação é não terem o Senhor constantemente diante dos olhos. Quando
permitimos que nossa comunhão com Deus seja quebrada, ficamos sem
defesa. Todos os bons objetivos e boas intenções que tenhais não vos
tornarão aptos a resistir ao mal. Deveis ser homens e mulheres de ora-
ção. Vossas petições não devem ser débeis, ocasionais e apressadas, mas
fervorosas, perseverantes e constantes. Para orar não é necessário que
estejais sempre prostrados de joelhos. Cultivai o hábito de falar com o
Salvador quando sós, quando estais caminhando e quando ocupados com
os trabalhos diários. Que vosso coração se eleve de contínuo, em silêncio,
pedindo auxílio, luz, força, conhecimento. Que cada respiração seja uma
oração. {CBV 510.1}
Como obreiros de Deus, devemos atingir os homens onde eles estão,
rodeados de trevas, atolados no vício, manchados pela corrupção. Mas,
fixando os olhares sobre Aquele que é o nosso Sol e a nossa proteção, o
mal que nos rodeia não manchará nossas vestes. Trabalhando para salvar
as almas que estão prestes a perecer, não seremos envergonhados se pu-
sermos confiança em Deus. Cristo no coração, Cristo na vida, eis a nossa
segurança. A atmosfera de Sua presença encherá a alma de horror a tudo
o que é mau. Nosso espírito pode de tal maneira identificar-se com o Seu,
que seremos um com Ele em nossos pensamentos e intenções. {CBV 511.1}
Foi pela fé e oração que Jacó, de homem fraco e pecador, com o auxí-
lio de Deus se tornou um príncipe. É assim que vos podeis tornar homens
e mulheres de santo e alto ideal, de vida nobre, homens e mulheres que
por motivo nenhum se deixarão transviar da verdade, do direito e da jus-
tiça. Sois assaltados por urgentes cuidados, responsabilidades e deveres,
mas quanto mais difícil for vossa posição e mais pesadas vossas respon-
sabilidades, tanto mais careceis de Jesus. {CBV 511.2}
É um erro grave negligenciar a adoração pública de Deus. Os pri-
vilégios do culto divino não devem ser considerados levianamente. Os

96 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


A Ciência do Bom Viver, pp. 503-516 Lição 13

que assistem aos doentes encontram-se muitas vezes impossibilitados de


desfrutar desses privilégios, mas devem ser cuidadosos em não deixar de
frequentar, sem razão plausível, a casa de oração. {CBV 511.3}
Na assistência aos doentes, mais do que em qualquer outra ocupação
secular, o bom êxito depende do espírito de consagração e abnegação com
que o trabalho é feito. Os que desempenham responsabilidades carecem
de se colocar onde possam ser profundamente impressionados pelo Espí-
rito de Deus. Mais do que ninguém, deveis ansiar pelo auxílio do Espírito
Santo e pelo conhecimento de Deus, tanto mais quanto vossa posição de
confiança é de maior responsabilidade que a dos outros. {CBV 511.4}
Nada é mais necessário em vossos trabalhos do que os resultados prá-
ticos da comunhão com Deus. Devemos mostrar, em nossa vida diária,
que temos paz e descanso no Senhor. Essa paz no coração resplandecerá
na fisionomia. Imprimirá à voz uma força persuasiva. A comunhão com
Deus refletirá no caráter e na vida. Os homens conhecerão em nós, como
nos primeiros discípulos, que estivemos com Jesus. Eis o que dá ao obrei-
ro um poder que nada mais será capaz de lhe comunicar. Jamais devemos
permitir ser privados de tal poder. {CBV 512.1}
Carecemos de viver uma dupla vida — vida de pensamento e de ação,
de silenciosa prece e infatigável trabalho. A energia recebida pela comu-
nhão com Deus, unida ao ardente esforço de educar o espírito em hábitos
ponderados e cautelosos, preparam para os deveres de cada dia, e conser-
vam o espírito em paz em todas as circunstâncias, ainda as mais adversas.
{CBV 512.2}

O Divino Conselheiro
Quando estão em dificuldades, muitos pensam que devem apelar para
algum amigo terrestre, contar-lhe suas perplexidades e pedir-lhe socorro.
Sob circunstâncias difíceis, a descrença enche-lhes o coração, e o cami-
nho parece sombrio. Contudo, ali está sempre a seu lado o poderoso e
eterno Conselheiro convidando-os a depositar nEle sua confiança. Jesus,
o que sobre Si levou nossos cuidados, diz-nos: “Vinde a Mim, e encontra-
reis descanso.” Afastar-nos-emos dEle para recorrer a falíveis seres hu-
manos, tão dependentes de Deus como nós próprios? {CBV 512.3}
Podeis sentir a imperfeição do vosso caráter e a insignificância das
vossas capacidades, em comparação com a grandeza da obra. Mas, ainda
que tivésseis a maior inteligência, isso não bastaria para vosso trabalho.
“Sem Mim nada podereis fazer”, diz nosso Senhor e Salvador. João 15:5.

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 97


Lição 13 A Ciência do Bom Viver, pp. 503-516

O resultado de tudo o que fazemos está nas mãos de Deus. Suceda o que
suceder, deponde nEle uma confiança firme e perseverante. {CBV 513.1}
Em vossos negócios, nas amizades das horas de lazer, e na aliança ma-
trimonial, que todas as relações sociais que tiverdes sejam empreendidas
com fervorosa e humilde oração. Mostrareis assim que honrais a Deus e
Deus vos honrará a vós. Orai quando estiverdes abatidos. Em ocasiões
de desânimo, nada digais aos outros; não espalheis sombra no caminho
do próximo; mas contai tudo a Jesus. Levantai as mãos em demanda de
auxílio. Em vossa fraqueza apegai-vos à força infinita. Suplicai humilda-
de, sabedoria, coragem, aumento de fé, para que possais ver luz na luz de
Deus e rejubilar no Seu amor. {CBV 513.2}
Confiança
Quando somos humildes e contritos, estamos onde Deus pode e quer
manifestar-Se a nós. Ele Se agrada quando insistimos em que as graças e
bênçãos passadas são razão para nos conceder bênçãos maiores. Ultrapas-
sará as expectativas dos que inteiramente nEle confiam. O Senhor Jesus
sabe bem o que Seus filhos precisam, quanto de divino poder consagrarão
para o bem da humanidade, e Ele nos concede tudo o que empregarmos,
beneficiando o próximo e enobrecendo nossa própria vida. {CBV 513.3}
Devemos ter menos confiança no que podemos por nós mesmos fazer,
e mais confiança no que o Senhor para nós e por nós pode fazer. Não
estais empenhados em vossa própria obra, mas sim na de Deus. Subme-
tei-Lhe vossa vontade e vossos desígnios. Não façais uma única reserva,
uma única contemporização com vós mesmos. Aprendei o que é ser livres
em Cristo. {CBV 513.4}
A simples audição de sermões sábado após sábado, a leitura da Bíblia
de ponta a ponta, ou sua explicação verso por verso, não nos aproveitará
nem aos que nos ouvem, se não vivermos as verdades da Bíblia em nossa
experiência habitual. O entendimento, a vontade e os afetos devem ser
submetidos ao domínio da Palavra de Deus. Então, pela obra do Espírito
Santo, os preceitos da Palavra se tornarão princípios de vida. {CBV 514.1}
Quando pedis ao Senhor que vos ajude, honrai o Salvador crendo que
recebereis Sua bênção. Todo o poder e toda a sabedoria estão à nossa dis-
posição. Nada mais temos a fazer do que pedir. {CBV 514.2}
Andai continuamente na luz de Deus. Meditai dia e noite no Seu ca-
ráter. Então vereis Sua beleza e exultareis em Sua bondade. Vosso cora-
ção se abrasará com o sentimento do Seu amor. Sereis erguidos, como

98 Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2022


A Ciência do Bom Viver, pp. 503-516 Lição 13

se fôsseis transportados por braços eternos. Com o poder e luz que Deus
concede, podeis compreender e realizar mais do que antes julgáveis pos-
sível. {CBV 514.3}
“Permanecei em Mim”
Cristo diz-nos: “Permanecei em Mim, e Eu, em vós; como a vara de si
mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós,
se não estiverdes em Mim. ... Quem está em Mim, e Eu nele, esse dá mui-
to fruto, porque sem Mim nada podereis fazer. Se vós estiverdes em Mim,
e as Minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e
vos será feito. Nisto é glorificado Meu Pai: que deis muito fruto; e assim
sereis Meus discípulos.” João 15:4, 5, 7-8. {CBV 514.4}
“Como o Pai Me amou, também Eu vos amei a vós; permanecei no
Meu amor.” João 15:9. {CBV 514.5}
“Não Me escolhestes vós a Mim, mas Eu vos escolhi a vós, e vos
nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de
que tudo quanto em Meu nome pedirdes ao Pai Ele vos conceda.” João
15:16. {CBV 514.6}
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a
porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.” Apocalipse
3:20. {CBV 516.1}
“Ao que vencer darei Eu a comer do maná escondido e dar-lhe-ei uma
pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece
senão aquele que o recebe.” Apocalipse 2:17. {CBV 516.2}
“Ao que vencer... dar-lhe-ei a estrela da manhã” (Apocalipse 2:26 e
28), “e escreverei sobre ele o nome do Meu Deus e o nome da cidade do
Meu Deus, ... e também o Meu novo nome.” Apocalipse 3:12. {CBV 516.3}
“Uma Coisa Faço”
Aquele que tem confiança em Deus estará apto a dizer com Pau-
lo: “Posso todas as coisas nAquele que me fortalece.” Filipenses 4:13.
Quaisquer que tenham sido os erros ou insucessos do passado, podemos,
com o auxílio de Deus, levantar-nos acima deles. Podemos dizer com o
Apóstolo: {CBV 516.4}
“Uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam
e avançando para as que estão diante de Mim, prossigo para o alvo, pelo
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses 3:13-
14. {CBV 516.5}

Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 99

Você também pode gostar