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O evangelho
segundo Paulo: Romanos
1 Deus alcança os rebeldes 3
2 Todos são pecadores 9
3 Justificação — justiça imputada 18
4 Os frutos da fé 27
5 Não mais escravos do pecado 31
6 Da escravidão ao sucesso 41
7 Vitória através da confiança 47
8 Valorizando nossa oportunidade 56
9 A Onipotência de Deus 61
10 Transformado pelo amor de Deus 68
11 Entre amigos e inimigos 74
12 Em humilde mansidão 84
13 Um legado final de fé 93
As Lições da Escola Sabatina destinam-se ao es- União Missionária dos Adventistas do Sétimo Dia –
tudo diário, estando baseadas exclusivamente na Movimento de Reforma
Bíblia e no Espírito de Profecia, sem comentários Rua Flor de Cactus,140
adicionais. Elas são editadas pela: Itaquaquecetuba (SP). Tel. (11)
Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia – 2198-1800. CEP 08597-640.
Movimento de Reforma. BRASIL
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VA, 24019-5048, USA. Reformation Os Estudos Adicionais, são textos do Espírito de
Herald Publishing Association, Profecia, que complementam e aprufundam o estu-
5240 Hollins Road, Roanoke, Virginia do das Lições. Este guia foi paginado por:
24019-5048, USA. Adventistas do Sétimo Dia – Movimento de Reforma
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Lição 1 Sábado, 1 de Janeiro de 2022
Romanos 1:18-32
Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e in-
justiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de
Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu
eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem
pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Por-
quanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe
deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração
insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E muda-
ram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem
corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também
Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para
desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em
mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é
bendito eternamente. Amém.
Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas
mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhante-
mente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflama-
ram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens,
cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convi-
nha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de
Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem
coisas que não convêm; Estando cheios de toda a iniquidade, fornica-
ção, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda,
engano, malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de
Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobe-
dientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição na-
Capítulo 68
Predominância
de vícios corruptores
Era de abundante iniquidade
Vivemos em meio dos perigos dos últimos dias. Por se generalizar
a iniquidade, o amor de muitos esfriará. A palavra “muitos” refere-se
aos professos seguidores de Cristo. Eles são afetados pela iniquidade
dominante, e se afastam de Deus; não é, porém, necessário que eles
assim sejam afetados. A causa desse declínio é eles não se manterem
limpos da iniquidade. O fato de seu amor para com Deus estar esfrian-
do por sobrar iniquidade, mostra que eles são em certo sentido partici-
pantes dessa iniquidade, do contrário ela não lhe afetaria o amor para
com Deus, e seu zelo e fervor em Sua causa. — Testemunhos Selectos
1:256. {OC 286.1}
A influência de livros e figuras degradantes
Muitos dentre os jovens são ávidos por livros. Lêem tudo que podem
obter. As provocantes histórias de amor e os quadros impuros exercem
uma influência corruptora. As novelas são lidas por muitos com avidez
e, em resultado, sua imaginação se torna corrompida. Nos trens, foto-
grafias de mulheres nuas são frequentemente oferecidas à venda. Esses
quadros repugnantes também são encontrados em estúdios fotográficos,
e são dependurados nas paredes dos que trabalham com gravações em
relevo. É esta uma época em que a corrupção prolifera por toda parte.
A concupiscência dos olhos e as paixões corruptas sã despertadas pela
contemplação e a leitura. O coração é corrompido pela imaginação. O
espírito se compraz em contemplar cenas que despertam as mais baixas
e vis paixões. Essas desprezíveis imagens, vistas através de uma imagi-
nação deturpada, corrompem a moral e preparam as criaturas enganadas
e imprudentes para darem rédeas soltas às paixões pecaminosas. Então
se seguem pecados e crimes que arrastam os seres formados à imagem
de Deus ao baixo nível dos animais, mergulhando-os afinal na perdição.
— Testimonies for the Church 2:410. {OC 287.1}
Romanos 3:9-23
Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já
dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo
do pecado; Como está escrito:Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda;Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há quem faça
o bem, não há nem um só.
A sua garganta é um sepulcro aberto;Com as suas línguas tratam en-
ganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; Cuja boca
está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar
sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; 17 E não conheceram
o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei
o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável
diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas
obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora
se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e
dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e
sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram
e destituídos estão da glória de Deus;
Capítulo 3
Os fragmentos irregulares do raciocínio humano
Todo o mundo está condenado em face do grande padrão moral de jus-
tiça. Cada alma que já viveu na terra receberá sua sentença no grande dia
do julgamento de acordo com suas ações, sejam elas boas ou más de acor-
do com a luz da lei de Deus. Cada boca ficará em silêncio quando a cruz,
com sua Vítima moribunda, for apresentada e seu verdadeiro significado
for compreendido em cada mente que foi cegada e corrompida pelo peca-
do. Os pecadores serão condenados ante a cruz, com sua Vítima misterio-
sa sobrecarregada com o fardo infinito das transgressões humanas. Com
que rapidez todo subterfúgio, toda desculpa mentirosa desaparecerá! A
apostasia humana aparecerá em seu caráter abominável. Os homens verão
qual foi sua escolha. Então, entenderão que escolheram Barrabás em vez
de Cristo, o Príncipe da paz.
O mistério da encarnação e da crucificação será claramente compreen-
dido, pois, será apresentado aos olhos da mente, e cada alma condenada
lerá qual foi o caráter de sua rejeição da verdade. Todos compreenderão
que foram separados da verdade por aceitarem as representações falsas e
as mentiras sedutoras de Satanás, em vez de “toda palavra que sai da boca
de Deus”. Eles leram a proclamação: “Você, oh homem, preferiu estar sob
a bandeira do grande rebelde, Satanás, e ao fazer isso você destruiu-se a si
mesmo.” Qualquer talento concedido; Qualquer que seja a suposta sabe-
doria, aquele que rejeita a verdade não pode voltar-se para Deus. A porta
está fechada como a porta da arca estava nos dias de Noé.
Os grandes homens da terra compreenderão então que entregaram a
mente e o coração a filosofias enganosas que lisonjeiam o coração carnal.
Esperança e graça e todos os incentivos possíveis foram oferecidos por
Aquele que os amou e deu a Sua vida por eles, para que todos os que nEle
crêem não percam a vida eterna, mas rejeitaram o amor de Deus. Suas
opiniões orgulhosas, seus raciocínios humanos foram elogiados; eles se
consideravam capazes de compreender os mistérios divinos e pensavam
que seus poderes de discriminação eram fortes o suficiente para discernir
a verdade por conta própria. Eles foram vítimas fáceis das subtilezas de
Satanás, pois ele os presenteou com erros subtis por meio de filosofias
humanas que fascinam a mente dos homens. Eles se afastaram da fonte
de toda sabedoria e adoraram o intelecto. Eles criticaram a mensagem e
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 9
Lição 2 The SDA Bible Commentary [EGW Comments], vol. 6, pp. 1069-1072
Tudo o que o homem pode fazer para sua própria salvação é aceitar o
convite: “Quem quiser, tome de graça da água da vida”. Não há pecado
que o homem possa cometer que não tenha sido pago no Calvário. Desta
forma, a cruz oferece continuamente ao pecador, em exortações fervoro-
sas, uma expiação completa (MS 50, 1900).
O Pai está completamente satisfeito
A expiação que Cristo fez por nós é completa e totalmente satisfatória
para o Pai. Deus pode ser justo, e ainda assim o justificador dos crentes
(MS 28, 1905).
Justificação
— justiça imputada
Estudo adicional: Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398 (capítulo
62: “Justificados pela fé”).
Capítulo 62
Justificados pela fé
Quando Deus perdoa ao pecador, anula o castigo que ele merece e o
trata como se não tivesse pecado, recebe-o no favor divino e o justifica em
virtude dos méritos da justiça de Cristo. O pecador só pode ser justificado
mediante a fé no sacrifício expiatório feito pelo amado Filho de Deus,
que Se tornou um sacrifício pelos pecados do mundo culpado. Ninguém
pode ser justificado por quaisquer obras próprias. Só pode ser liberto da
culpa do pecado, da condenação da lei, da pena da transgressão, pela
virtude do sofrimento, morte e ressurreição de Cristo. A fé é a condição
única de obter a justificação, e a fé abrange não só a crença mas também
a confiança. {ME1 389.1}
Muitos possuem uma fé nominal em Cristo, mas nada sabem da vital
confiança nEle, a qual se apropria dos méritos de um Salvador crucificado
e ressurreto. Dessa fé nominal diz Tiago: “Tu crês que há um só Deus;
fazes bem. Também os demónios o crêem, e estremecem. Mas, ó homem
vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” Tiago 2:19-20. Muitos
concordam que Jesus Cristo seja o Salvador do mundo, mas ao mesmo
tempo se conservam afastados dEle, e deixam de arrepender-se de seus
pecados, e de aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal. Sua fé é apenas o
assentimento da mente e do juízo à verdade; mas esta não é introduzida no
coração, para santificar a alma e transformar o caráter. “Porque os que dan-
tes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de
Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos
que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes tam-
bém justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” Romanos
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 17
Lição 3 Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 389-398
pensando que em algum tempo vindouro uma grande obra seja feita em
seu favor, pois a obra está agora completa. O crente não é chamado para
fazer paz com Deus; isto ele nunca fez nem pode fazer. Deve aceitar a
Cristo como sua paz, pois com Cristo está Deus e a paz. Cristo pôs fim ao
pecado, levando no próprio corpo sua pesada maldição, para o madeiro, e
Ele removeu a maldição de todos aqueles que crêem nEle como Salvador
pessoal. Põe Ele fim ao poder dominante do pecado no coração, e a vida e
caráter do crente testificam do genuíno caráter da graça de Cristo. Aos que
Lho pedem, comunica Jesus o Espírito Santo; pois é necessário que todo
crente seja liberto da poluição, assim como da maldição e condenação da
lei. Mediante a obra do Espírito Santo e a santificação da verdade, o crente
torna-se habilitado para as cortes celestiais; pois Cristo opera em nós, e
Sua justiça sobre nós está. Sem isso, alma alguma terá direito ao Céu. Não
desfrutaríamos o Céu a menos que estejamos qualificados para sua atmos-
fera santa, pela influência do Espírito e a justiça de Cristo. {ME1 394.3}
Para sermos candidatos ao Céu temos de satisfazer aos requisitos da
lei: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu
próximo como a ti mesmo.” Lucas 10:27. Só podemos fazer isto ao nos
apegarmos, pela fé, à justiça de Cristo. Contemplando a Jesus recebere-
mos no coração um princípio vivo e que se expande, e o Espírito Santo
continua a obra, e o crente prossegue de graça em graça, de força em
força, de caráter em caráter. Ele se conforma à imagem de Cristo até que,
no crescimento espiritual, alcança a medida da plena estatura de Cristo
Jesus. Assim Cristo põe fim à maldição do pecado e livra a alma crente de
sua ação e efeito. {ME1 395.1}
Cristo, tão-somente, é capaz de isso fazer, pois “convinha que em tudo
fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdo-
te naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo
que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são ten-
tados”. Hebreus 2:17-18. Reconciliação quer dizer que se removeu toda
barreira entre a alma e Deus, e que o pecador reconhece o que significa o
amor perdoador de Deus. Por motivo do sacrifício feito por Cristo pelos
homens caídos, Deus pode com justiça perdoar ao transgressor que aceite
os méritos de Cristo. Cristo foi o conduto pelo qual a misericórdia, amor
e justiça puderam fluir, do coração de Deus para o coração do pecador.
“Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a
injustiça.” 1 João 1:9. {ME1 395.2}
A fé que não produz boas obras não justifica a alma. “Vedes então que
o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.” Tiago 2:24.
“Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado
como justiça.” Romanos 4:3. {ME1 397.3}
A imputação da justiça de Cristo vem mediante a fé justificadora, e é a
justificação pela qual Paulo se bate tão fervorosamente: Diz ele: “Por isso
nenhuma carne será justificada diante dEle pelas obras da lei, porque pela
lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou sem a lei a
justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça
de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem;
porque não há diferença. Porque todos pecaram, e destituídos estão da
glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela re-
denção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação
pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remissão dos
pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus. ... Anulamos, pois,
a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.” Romanos
3:20-31. {ME1 397.4}
Graça é favor imerecido, e o crente é justificado sem qualquer mérito
seu próprio, sem nenhum direito a alegar a Deus. É ele justificado pela
redenção que há em Cristo Jesus, que está nas cortes do Céu como subs-
tituto e penhor do pecador. Mas, conquanto seja justificado por virtude
dos méritos de Cristo, não é ele livre para praticar a injustiça. A fé opera
por amor e purifica a alma. A fé desabrocha e floresce e traz uma colheita
de fruto precioso. Onde há fé, aparecem as boas obras. Os doentes são
visitados, cuidados os pobres, não se negligenciam os órfãos e as viúvas,
são vestidos os desnudos, alimentados os pobres. Cristo andou fazendo o
bem, e quando homens a Ele se unem, amam os filhos de Deus, e a man-
sidão e a verdade lhes guiam os passos. A expressão do semblante revela
sua experiência, e os homens os conhecem como os que estiveram com
Jesus e dEle aprenderam. Cristo e o crente tornam-se um, e Sua formo-
sura de caráter se revela naqueles que se acham vitalmente ligados com
a Fonte de poder e amor. Cristo é o grande depositário da justificadora
justiça e da graça santificante. {ME1 398.1}
Todos a Ele podem ir e receber Sua plenitude. Diz Ele: “Vinde a Mim,
todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.” Mateus
11:28. Então, por que não lançar de lado toda a incredulidade e atentar
para as palavras de Jesus? Quereis descanso; anelais a paz. Dizei, então,
de coração: “Senhor Jesus, eu venho, porque Tu me fizeste este convite.”
Crede nEle, com fé inabalável, e Ele vos salvará. Tendes olhado para
Jesus, que é autor e consumador de vossa fé? Tendes contemplado Aque-
le que é pleno de verdade e graça? Aceitastes a paz que só Cristo pode
dar? Se não, rendei-vos então a Ele, e pela Sua graça buscai um caráter
que seja nobre e elevado. Buscai um espírito constante, resoluto, alegre.
Alimentai-vos de Cristo, que é o pão da vida, e manifestareis a Sua ama-
bilidade de caráter e espírito. {ME1 398.2}
Os frutos da fé
Estudo adicional: Mensagens Escolhidas, vol. 1, pp. 345-349 (capítulo
53: “Transformação mediante a fé e a obe- diência”).
Capítulo 53
Transformação mediante
a fé e a obediência
O ensino de Cristo no evangelho está em perfeita harmonia com o en-
sino de Cristo por meio dos profetas, no Antigo Testamento. Os profetas
falaram através dos mensageiros de Cristo no Antigo Testamento, tanto
quanto os apóstolos foram porta-vozes de Sua mensagem no Novo Testa-
mento, e não há contradição entre os ensinos de ambos. Satanás, porém,
tem sempre operado e opera ainda com todo o engano da injustiça, para
tornar de nenhum efeito a Palavra de Deus. Procura ele tornar misterioso
aquilo que é simples e claro. Adquiriu longa experiência nesta obra. Co-
nhece o caráter de Deus, e por suas sutilezas tem cativado o mundo. Foi
por se tornar de nenhum efeito a palavra de Deus, que sobreveio ao mun-
do o pecado. Adão acreditou na falsidade de Satanás, e pela deturpação
por este feita do caráter de Deus, A vida de Adão se transformou e ma-
culou. Desobedeceu ao mandamento de Deus, fazendo justamente aquilo
que o Senhor lhe mandara não fazer. Pela desobediência Adão caiu; se
tivesse resistido à prova e sido fiel a Deus, as comportas da miséria não se
teriam aberto sobre nosso mundo. {ME1 345.1}
Por meio das falsas representações de Deus por parte de Satanás, mu-
daram-se o caráter e o destino dos homens, mas os que crerem na Palavra
de Deus, serão transformados na mente e no caráter, e habilitados para a
vida eterna. O crer que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o
Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas
tenha a vida eterna” (João 3:16), transformará o coração e reproduzirá no
homem a imagem de Deus. {ME1 346.1}
Como se acham muitos hoje, assim Paulo (antes de sua conversão) era
muito confiante numa piedade hereditária; sua confiança, porém, basea-
va-se numa falsidade. Era uma fé fora de Cristo, pois confiava em formas
e cerimónias. Seu zelo pela lei era desligado de Cristo, e sem valor. Seu
orgulho era de que ele se achava inculpável na prática dos atos da lei; mas
ao Cristo que valorizou a lei, ele recusava. Confiava em que estivesse
direito. Diz ele: “Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus
nazareno devia eu praticar muitos atos; o que também fiz em Jerusalém.
E, havendo recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos
dos santos nas prisões; e quando os matavam eu dava o meu voto contra
eles.” Atos 26:9-10. Por algum tempo Paulo fez uma obra muito cruel,
julgando estar prestando serviço a Deus, pois diz ele: “Porque o fiz igno-
rantemente, na incredulidade.” 1 Timóteo 1:13. Sua sinceridade, porém,
não lhe justificou a obra, nem fez do erro, verdade. {ME1 346.2}
A fé é o meio pelo qual a verdade ou o erro encontram abrigo na
mente. É pelo mesmo ato da mente que se recebe a verdade ou o erro,
mas faz grande diferença crermos na Palavra de Deus ou nos ditos dos
homens. Quando Cristo Se revelou a Paulo, e este se convenceu de que
estava perseguindo a Jesus na pessoa de Seus santos, aceitou ele a verda-
de como é em Jesus. Manifestou-se-lhe no caráter e na mente um poder
transformador e ele se tornou um novo homem em Cristo Jesus. Recebeu
a verdade tão plenamente que nem a Terra nem o inferno lhe poderiam
abalar a fé. {ME1 346.3}
Muitos há que clamam: “Crede, tão-somente crede!” Perguntai-lhes
o que é que deveis crer. Devereis crer nas mentiras forjadas por Satanás
contra a lei de Deus, santa, justa e boa? Deus não usa Sua grande e pre-
ciosa graça para anular a Sua lei, mas sim para estabelecê-la. Qual foi a
decisão de Paulo? Diz ele: “Que diremos pois? É a lei pecado? De modo
nenhum: Mas eu não conheci o pecado, senão pela lei. ... E eu, nalgum
tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e [teve
então fim o mandamento? — Não] eu [Paulo] morri. ... E assim a lei [obs-
truindo-me diretamente o caminho da liberdade e paz? — Não] é santa, e
o mandamento santo, justo e bom.” Romanos 7:7-12. {ME1 347.1}
A lei não pode perdoar
Paulo aprendeu que não havia na lei poder para perdoar ao transgres-
sor. “Nenhuma carne será justificada diante dEle pelas obras da lei.” Ro-
manos 3:20. “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava
Romanos 6
Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abun-
de? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como
viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados
em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepul-
tados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressus-
citado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também
em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com Ele na
semelhança da Sua morte, também o seremos na da sSua ressurreição;
Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que
o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.
Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já mor-
remos com Cristo, cremos que também com Ele viveremos; Sabendo que,
tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte
não mais tem domínio sobre Ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez
morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado,
mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto,
o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concu-
piscências; Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por
instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos den-
tre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo
da lei, mas debaixo da graça.Pois que? Pecaremos porque não estamos
debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós
que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos
daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediên-
cia para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado,
Conhecendo Cristo
Enquanto Cristo falava as Suas últimas palavras de instrução aos Seus
discípulos, antes da Sua crucificação, Filipe disse-Lhe: “Senhor, mostra-
-nos o Pai, e basta-nos.” Espantado com a sua compreensão, Cristo per-
guntou com surpresa dolorosa: “Já estou há tanto tempo convosco, e não
me tendes conhecido, Filipe?” Os discípulos tinham sido companheiros
de Cristo por quase três anos; ouviram as Suas palavras, testemunharam
as Suas poderosas obras, e ouviram-No dizer aos fariseus enquanto lia os
seus pensamentos: “Eu e o meu pai somos um só”, e ficou espantado por
ainda não o conhecerem. Se não tivessem sido tão lentos de compreen-
são, se tivessem sido mais devotos ouvintes e fazedores das palavras do
Salvador, não teriam, assim, sofrido o seu coração de amor pela sua incre-
dulidade. {ST 27 de janeiro de 1898, par. 1}
A dúvida de Filipe exigia a declaração de uma verdade de ouro,, que
era essencial para os discípulos ouvirem. “Não crês que estou no Pai e que
o Pai está em Mim?” Cristo pediu. “ As palavras que eu vos digo não as
digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por
causa das mesmas obras..’ Pouco tempo antes, Cristo tinha declarado so-
lenemente e decididamente: “ Quem crê em mim, crê, não em mim, mas
naquele que me enviou. E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.
Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não
permaneça nas trevas.” {ST 27 de janeiro de 1898, par. 2}
Cristo mostrou que os tesouros da eternidade estavam sob Seu coman-
do. Ele não estava sob controle na disposição deles. Aquele que julgou
não ser um roubo ser igual a Deus, trouxe ao mundo os tesouros acumu-
lados da eternidade. Com autoridade e decisão, Ele disse que aqueles que
sofreram aqui por causa do Seu nome deveriam receber sua recompensa
no céu, mostrando assim a Sua unidade com Deus. {ST 27 de janeiro de 1898,
par. 3}
Falando por inspiração do Espírito Santo, o apóstolo Paulo diz de
Cristo: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas ma-
neiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo
Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mun-
pelo conhecimento espiritual, para praticar Suas palavras. Sem isto, tudo
o resto é inúti. {ST 27 de janeiro de 1898, par. 8}
Cristo veio a este mundo para revelar o pai. Que paciência, que ter-
nura misericordiosa, que compaixão divina, que força de propósito, ele
manifestou! Ele não falhou nem desanimou. Ele era a personificação da
pureza e Seu amor não tinha paralelo. A cada passo, Ele praticava abne-
gação e sacrifício. Em Sua morte, Ele foi a revelação da reconciliação
entre Deus e o homem. Ao assumir nossa natureza, Ele se ligou a nós por
eras eternas. Ele é nosso representante e chefe. Ele representa nossa raça
diante de Deus, ainda e para sempre sustentando a humanidade da raça.
Ele implora perante o Pai pela justiça perfeita de todos os que O aceitam.
{ST 27 de janeiro de 1898, par. 9}
Cristo convida-nos a ouvir Suas palavras, para que possamos conhe-
cê-Lo. “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Não devemos ouvir como
aqueles de quem os apóstolos disseram: “A palavra da pregação nada
lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a
ouviram”. Os que ouvem com salvação são os que ouvem com fé e dão
atenção fervorosa às coisas que ouviram, para que em nenhum momento
as deixem escapar. {ST 27 de janeiro de 1898, par. 10}
“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos
céus”, diz Cristo; “Mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos
céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós
em teu nome? e em teu nome não expulsamos demónios? e em teu nome
não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca
vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” {ST 27
de janeiro de 1898, par. 11}
Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, as-
semelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele
que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao ho-
mem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e
correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e
foi grande a sua queda.” {ST January 27, 1898, par. 12}
Deus mediu quanto custou salvar o homem. Esta salvação foi reali-
zada somente pelo sacrifício de Si mesmo em Seu Filho. “Deus amou o
mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Os pais terrenos amam
seus filhos. Como então Deus se sentiu quando o Filho de Seu amor foi
desprezado por aqueles a quem veio elevar, enobrecer e salvar? Ele O viu
morrendo na cruz, zombado e empurrado pelos transeuntes, e Ele escon-
deu a Sua face Dele por assim dizer. Cristo estava suportando o pecado
de todo o mundo e morrendo no lugar do pecador. Exalte o Deus do céu,
você que pode perceber a profundidade de Seu auto-sacrifício; pois Ele
sofreu com Seu Filho. {ST 27 de janeiro de 1898, par. 13}
O pecador deve ver Jesus como Ele é, cheio de graça e verdade. A paz
celestial será sentida por aqueles que conhecem Aquele que nos amou
primeiro, que é o principal entre dez mil e completamente encantador.
Todas as dúvidas remanescentes serão varridas. Seu coração arderá com
o fogo do amor divino e seu caráter será transformado. {ST 27 de janeiro de
1898, par. 14}
Sra. E. G. White
3, Fevereiro, 1898
não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando
o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entre-
gava-se àquele que julga justamente; Levando ele mesmo em seu corpo
os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados,
pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” {ST
3 de fevereiro de 1898, par. 2}
Os pecados de cada homem foram punidos em Cristo. Eles foram co-
locados no inocente Portador do pecado como se fossem Seus. Eles foram
cobrados em Sua conta. Cristo amou tanto o homem, embora esteja caído,
que ligou Seu interesse a cada pecador. Nele a divindade e a humanida-
de se uniram, Ele se ligou a cada filho e filha de Adão. Tendo assumido
a responsabilidade de morrer no lugar do pecador, Seus interesses são
identificados com os de cada membro da família humana. E toda má ação,
toda transgressão, toda rebelião, seja de pensamento ou ação, perfura o
coração de Cristo, pois Ele se comprometeu a representar a humanidade.
{ST 3 de fevereiro de 1898, par. 3}
Na cruz do Calvário, a misericórdia e a verdade se encontraram; a
justiça e a paz se beijaram. Ao tomar a natureza humana, Cristo prendeu
cada pecador a Si mesmo com fios de simpatia e amor que nunca podem
ser quebrados até que Ele diga com terrível majestade: “Quem é injusto
faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo faça
justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda. E eis que cedo venho,
e o Meu galardão está Comigo para dar a cada um segundo a sua obra.”
Devemos aceitar a Cristo individualmente como nossa única esperança.
Devemos conhecê-lo. Ele é o nosso mediador, e diante dEle devemos
confessar e renunciar aos nossos pecados. Ele fez uma renúncia completa
de Si mesmo pelo homem, e o homem, por meio de Jesus, deve fazer uma
renúncia completa de si mesmo a Deus. {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 4}
Ao estudar as palavras de Cristo, temos todas as oportunidades de co-
nhecê-Lo. Devemos fazer isso para sermos salvos. “Na verdade, na ver-
dade vos digo”, disse Ele, “e não comerdes a carne do Filho do homem, e
não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come
a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei
no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu
sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o
meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive,
me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também
viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos
pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para
sempre... O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as pa-
lavras que eu vos digo são espírito e vida.” {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 5}
Conhecemos a Cristo ou Sua voz chega até nós através dos tempos,
dizendo com tristeza: “Há tanto tempo estou convosco e ainda não me
conheces?” Qual é o caráter de nossa fé? É o mesmo que as multidões que
se aglomeraram e pressionaram a Cristo? ou é como a da mulher que foi
curada ao tocá-lo? Ela abriu caminho por entre a multidão, dizendo: “Se
eu apenas tocar em Suas vestes, estarei sã”. E com que rapidez Cristo dis-
tinguiu o toque da fé do toque casual da multidão! Qual é a nossa relação
com Cristo? É ilustrado por aqueles que se aglomeraram e pressionaram,
mas que não receberam nenhum benefício, porque não O tocaram pela fé?
{ST 3 de fevereiro de 1898, par. 6}
Muitos são lamentavelmente ignorantes de Cristo, porque têm prazer
na injustiça. Como a multidão, eles continuamente tocam a Cristo, mas
não recebem nenhuma virtude; pois não é sua determinação conhecê-Lo.
Eles desejam seguir suas próprias inclinações. Quando vêem que podem
professar seguir a Cristo sem praticar a abnegação, estão do lado Dele;
mas quando são chamados a negar a si mesmos, não são mais atraídos
por Ele. Pela sua forma de agir, eles dizem: Não quero o Teu caminho, ó
Senhor, mas o meu próprio caminho! {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 7}
Quem hoje faz parte daquele número que já teve todas as oportuni-
dades de conhecer seu Senhor e, ainda assim, está dizendo: “Mostra-nos
o Pai, e isso nos basta”? O que podemos dizer àqueles que, no que diz
respeito à experiência pessoal, são tão ignorantes de Cristo? Os oráculos
vivos de Deus estão em sua posse. Pesquise as Escrituras; pois elas testifi-
cam de Cristo. Se você realmente deseja ter conhecimento dEle, pode ob-
tê-lo. Examine as Escrituras, para que possa conhecer Aquele a quem co-
nhecer bem é a vida eterna. Contemple-O, para que, contemplando, você
possa obedecer à Sua Palavra. Continue procurando por joias escondidas,
para que você possa se enriquecer espiritualmente. Medite nas palavras
de Cristo e aprenda o que Ele é para você. Ao confessá-Lo, erguê-Lo e
falar dEle, você ganhará fé Nele; e será imbuído de zelo para se tornarem
verdadeiros mordomos de Sua graça. {ST 3 de fevereiro de 1898, par. 8}
Estimamos nosso Salvador de acordo com a luz que nos foi dada? So-
mos amigos ou inimigos de Cristo? Essa questão envolve nossos interes-
ses eternos. Devemos fazer nossa vocação e nossa eleição seguras. Não
podemos confiar numa fé flutuante e aleatória. Devemos ser capazes de
Sra. E. G. White
Da escravidão ao sucesso
Estudo adicional: The SDA Bible Commentary [E. G. White Comments],
vol. 6, pp. 1076-1078.
CAPÍTULO 7
A maravilhosa mudança de Paulo
Paulo diz que “no que diz respeito à lei” - no que diz respeito aos
atos externos - ele era “irrepreensível”; mas quando ele discerniu o cará-
ter espiritual da lei, quando ele olhou no espelho sagrado, ele se viu um
pecador. julgado por um padrão humano, ele se absteve de pecar; mas
quando ele olhou nas profundezas da lei de Deus, e se viu como Deus o
via, ele humildemente se curvou e confessou sua culpa. Ele não se afastou
do espelho nem se esqueceu de que tipo de homem ele era, mas experi-
mentou o verdadeiro arrependimento diante de Deus e teve fé em nosso
Senhor Jesus Cristo. Foi lavado, foi limpo. Ele diz: “Mas eu não conheci
o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se
a lei não dissesse: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo
mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei
estava morto o pecado. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o
mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.”
O pecado então apareceu em seu verdadeiro horror e o seu amor pró-
prio desapareceu. Ele se tornou humilde. Ele não atribuiu mais bondade
e crédito a si mesmo. Ele parou de ter um conceito, de si próprio, mais
elevado do que deveria e atribuiu toda a glória a Deus. Ele não tinha
mais ambição de grandeza. Ele parou de querer vingança e não foi mais
sensível à reprovação, desdém ou desprezo. Não buscou mais união com
o mundo, posição social ou honras. Ele não derrubou outros para se exal-
tar. Ele se tornou manso, condescendente, manso e humilde de coração,
porque havia aprendido sua lição na escola de Cristo. Ele falou de Jesus
e de Seu amor incomparável, e cresceu cada vez mais à Sua imagem. Ele
devotou todas as suas energias para ganhar almas para Cristo. Quando
as provações caíam sobre ele por causa de seu abnegado trabalho pelas
almas, ele se prostrava em oração e aumentava seu amor por elas. Sua
vida estava escondida com Cristo em Deus, e ele amava Jesus com todo o
ardor de sua alma. Ele amou cada igreja; interessava-se por cada membro
da igreja, pois considerava que cada alma havia sido comprada com o
sangue de Cristo (RH 7-22-1890).
A lei de Deus não morreu
O apóstolo Paulo, ao relatar suas experiências, apresenta uma verdade
importante sobre a obra que deve ser realizada na conversão. Ele diz: “E
eu, nalgum tempo, vivia sem lei” - não senti nenhuma condenação - , mas,
vindo o mandamento - quando a lei de Deus se manifestou com força em
sua consciência -, reviveu o pecado, e eu morri.”. Então ele se considerou
um pecador, condenado pela lei divina. Observe que foi Paulo quem mor-
reu, e não a lei (4SP 297).
A lei mantém a sua dignidade
Através do plano de salvação a lei mantém a sua dignidade ao conde-
nar o pecador, e o pecador pode ser salvo através da propiciação de Cristo
pelos nossos pecados, “em quem temos a redenção pelo seu sangue, a
saber, a remissão dos pecados”. A lei não foi mudada de forma alguma,
para se adequar ao homem em sua condição decaída. Permanece como
sempre foi: santo, justo e bom (RH 5-23-1899).
CAPÍTULO 8
Um cálice de bênção
“E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus
habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também
vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.”.
Oh, quão preciosas são essas palavras para toda alma enlutada! Cristo é
nosso Guia e Consolador, que nos conforta em todas as nossas tribula-
ções. Quando Ele nos dá um gole amargo para beber, Ele também leva um
copo de bênção aos nossos lábios. Quando cremos, isso enche o coração
de submissão, alegria e paz, e nos permite dizer mansamente: Ó Senhor,
não a minha vontade, mas a tua seja feita (Carta 65a, 1894).
Os transgressores estão sob o jugo, não os obedientes
Paulo descreve em sua epístola a Timóteo exatamente os homens que
estão sob o jugo da lei: são os transgressores da lei. Ele os chama de trans-
gressores, desobedientes, pecadores, ímpios, profanos, assassinos, adúl-
teros, mentirosos e todos os que se desviam da sã doutrina (1Tm 1: 9-10).
A lei de Deus é o espelho que mostra ao homem os defeitos de seu ca-
ráter. Mas aqueles que se entregam à injustiça não gostam de ver sua de-
formidade moral. Eles não apreciam este espelho fiel porque lhes revela
seus pecados; Portanto, em vez de guerrearem com suas mentes carnais,
lutam contra o espelho verdadeiro e fiel que Jeová lhes deu precisamente
para que não sejam enganados, mas para que seus defeitos de caráter lhes
sejam revelados.
A descoberta desses defeitos deve levá-los a odiar o espelho ou a se
odiar? Devem rejeitar o espelho que revela seus defeitos? Não. Os peca-
dos em que se entregam, que o espelho fiel mostra que existem em seu
caráter, fecharão diante deles os portões do céu, a menos que sejam rejei-
tados e se tornem perfeitos diante de Deus (RH 8-3 -1870).
Obediência, não um jugo
Ninguém que crê em Jesus Cristo está sob o jugo da lei de Deus, pois
Sua lei é uma lei de vida, não de morte, para aqueles que obedecem aos
seus preceitos. Todos os que compreendem a espiritualidade da lei, todos
os que reconhecem seu poder como um detector de pecado, estão numa
condição tão desamparada quanto o próprio Satanás, a menos que acei-
Sua justiça, eles não são aceitáveis a Deus. Todo o incenso que vem dos
tabernáculos terrestres deve ser humedecido com as gotas purificadoras
do sangue de Cristo. Ele segura diante do Pai o incensário de seus pró-
prios méritos, no qual não há mancha de contaminação terrena. Ele reúne
no incensário as orações, louvores e confissões de Seu povo, e com eles
coloca Sua própria justiça imaculada. Então, perfumado com os méritos
da propiciação de Cristo, o incenso sobe diante de Deus completa e intei-
ramente aceitável. Então, respostas graciosas são então recebidas.
Eu gostaria que todos pudessem entender que tudo o que está em obe-
diência, penitência, louvor e gratidão, deve ser colocado no fogo ardente
da justiça de Cristo. A fragrância dessa justiça ascende como uma nuvem
ao redor do propiciatório (MS 50, 1900).
A imagem moral de Deus restaurada por meio de Cristo
Embora a imagem de Deus tenha sido quase apagada pelo pecado de
Adão, ela pode ser renovada pelos méritos e poder de Jesus. O homem
pode permanecer com a imagem moral de Deus em seu caráter; pois Jesus
o dará a ele. A menos que a imagem moral de Deus seja vista no homem,
ele nunca poderá entrar na cidade de Deus como conquistador (RH 106-
1890).
Mantido pelas intercessões de Cristo
Qualquer pessoa que deseje libertar-se da escravidão e do serviço de
Satanás, e ficar sob a bandeira manchada de sangue do Príncipe Emanuel,
será protegida pelas intercessões de Cristo. Cristo, como nosso Mediador
à destra do Pai, sempre nos tem em vista, pois é tão necessário que nos
guarde por Sua intercessão como nos redima com Seu sangue. Se Ele pa-
rar de nos apoiar por um momento, Satanás está pronto para nos destruir.
Aqueles comprados por Seu sangue, Ele agora guarda por Sua intercessão
(MS 73, 1893).
Necessidade constante da intercessão de Cristo
Cristo foi o fundamento de todo o sistema judaico. No serviço do sa-
cerdócio judaico, somos continuamente lembrados do sacrifício e da in-
tercessão de Cristo. Todos os que vêm a Cristo hoje devem se lembrar de
que Seus méritos são o incenso que se mistura com as orações daqueles
que se arrependem de seus pecados e recebem perdão, misericórdia e gra-
ça. Nossa necessidade da intercessão de Cristo é constante. Dia após dia,
manhã e noite, o coração humilde precisa oferecer orações que receberão
Romanos 8:15-39
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estar-
des em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual
clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que
somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros tam-
bém, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com
Ele padecemos, para que também com eEle sejamos glorificados. Porque
para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são
para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a
ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.
Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por
causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura
será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos fi-
lhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente
com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos
as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a
adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não
é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se espera-
mos o que não vemos, com paciência o esperamos. E da mesma maneira
também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que
havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por
nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe
qual é a intenção do Espírito; e é Ele que segundo Deus intercede pelos
santos. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu
propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para
serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogé-
nito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou;
e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes
também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós,
quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho pou-
pou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele
todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?
É Deus quem os justifica.
Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem res-
suscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também inter-
cede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou
a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a
espada? Como está escrito:Por amor de ti somos entregues à morte todo
o dia;Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas
estas coisas somos mais do que vencedores, por Aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem
os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a
altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar
do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Capítulo 50
“Vinde, buscai, e encontrareis”
É impossível, ao homem, salvar-se por si mesmo. Pode ele enganar-se
com respeito a isso, mas não pode salvar-se. A justiça de Cristo, tão-so-
mente, pode aproveitar para sua salvação, e é dom de Deus. Essas são
as vestes das bodas com as quais podereis comparecer como bem-vindo
hóspede na ceia das bodas do Cordeiro. Que vossa fé sem demora se ape-
gue a Cristo, e sereis nova criatura em Jesus, sereis uma luz ao mundo.
{ME1 331.1}
Cristo é chamado “o Senhor justiça nossa”, e pela fé deve cada qual
dizer: “O Senhor justiça minha.” Quando a fé se apodera desse dom de
Deus, o louvor de Deus estará em nossos lábios, e seremos habilitados a
dizer aos outros: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”
João 1:29. Seremos então capazes de falar aos perdidos acerca do plano
da salvação; que enquanto o mundo jazia sob a maldição do pecado, o
Senhor apresentou condições de misericórdia ao caído e desesperançado
pecador, revelando-lhe o valor e o sentido de Sua graça. Graça é favor
imerecido. Os anjos, que nada conhecem de pecado, não compreendem o
que seja a aplicação da graça para com eles; mas nossa pecaminosidade
requer a concessão da graça por parte de um Deus misericordioso. Foi a
graça que enviou nosso Salvador a buscar-nos, errantes, e restituir-nos ao
redil. {ME1 331.2}
Tendes na alma uma sensação de necessidade? Tendes fome e sede de
justiça? É isto então evidência de que Cristo operou em vosso coração,
criando essa intuição de necessidade, a fim de que O buscásseis para que,
mediante o outorgamento de Seu Espírito Santo, fizesse por vós as coi-
sas que vos é impossível fazerdes vós mesmos. O Senhor não especifica
condições, a não ser que tenhais fome de Sua misericórdia, desejando o
Seu conselho, e aneleis o Seu amor. “Pedi!” O pedir tornará manifesto
que reconheceis vossa necessidade, e se pedirdes com fé, recebereis. O
Senhor empenhou Sua palavra, que não pode falhar. Sentirdes e saberdes
que sois pecador é argumento bastante para pedirdes Sua misericórdia
e compaixão. A condição sob a qual podeis chegar-vos a Deus, não é o
serdes santos, mas que peçais a Deus que vos purifique de todo o pecado e
limpe de toda iniquidade. Então, por que esperar mais? Por que não tomar
a Deus na palavra e dizer: {ME1 332.1}
“Eis, Senhor, a Ti me entrego,
Só isto eu posso fazer?” {ME1 332.2}
Se Satanás vem para lançar sua sombra entre vós e Deus, acusando-
-vos de pecado, tentando-vos a desconfiar de Deus e duvidar de Sua mi-
sericórdia, dizei: Não posso permitir que minha fraqueza se interponha
entre mim e Deus, pois Ele é minha força. Meus pecados, que são muitos,
são postos sobre Jesus, meu divino Substituto e Sacrifício. {ME1 332.3}
“Nada em minhas mãos eu tenho,
À Tua cruz tão-só eu me sustenho.” {ME1 332.4}
Homem algum pode, olhando para dentro de si, encontrar em seu ca-
ráter o que quer que seja que o recomende a Deus, ou lhe assegure aceita-
ção. É unicamente por Jesus, a quem o Pai deu para que o mundo vivesse,
que o pecador pode encontrar acesso a Deus. Jesus, unicamente, é nosso
Redentor, nosso Advogado e Mediador; nEle reside nossa única esperan-
ça de perdão, paz e justiça. É por virtude do sangue de Cristo que a alma,
ferida de pecado, pode ser restaurada à santidade. Cristo é a fragrância, o
santo incenso que torna nosso pedido aceitável ao Pai. Não podeis, pois,
dizer: {ME1 332.5}
“Tal qual estou, sem nada merecer,
Confiando no Teu sangue derramado
e em Tua ordem de me aproximar,
ó Cordeiro de Deus, eis-me a Teus pés?” {ME1 333.1}
Ir a Cristo não requer muito esforço e agonia mentais; é simplesmente
aceitar as condições de salvação, as quais Deus esclareceu em Sua Pala-
vra. A bênção é livre a todos. O convite é: “Ó vós, todos os que tendes
sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e
comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por
que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? e o produto do vosso traba-
lho naquilo que não pode satisfazer? ouvi-Me atentamente, e comei o que
é bom e a vossa alma se deleite com a gordura.” Isaías 55:1-2. {ME1 333.2}
A justiça encontrada em Cristo
Então vinde, e buscai, e achai. O reservatório de poder está aberto,
pleno e livre. Vinde de coração humilde, não pensando que deveis fazer
alguma boa obra para merecer o favor de Deus, ou que deveis melhorar-
-vos, antes de poderdes chegar a Cristo. Sois impotentes para fazer o bem,
e não podeis melhorar vosso estado. À parte de Cristo não temos méri-
to algum, justiça alguma. Nossa pecaminosidade, nossa fraqueza, nossa
imperfeição humana tornam impossível comparecer ante Deus a menos
que estejamos vestidos com a imaculada justiça de Cristo. Devemos ser
achados nEle, não tendo nossa própria justiça, mas a justiça que é em
Cristo. Então, no nome que é acima de todo nome, o único nome dado
entre os homens pelo qual devamos ser salvos, reclamai a promessa de
Deus, dizendo: “Senhor, perdoa meu pecado; ponho minhas mãos na Tua,
para me auxiliares, e dessa Mão eu careço, ou do contrário perecerei. Eu
agora creio.” Diz o Salvador ao pecador arrependido: “Ninguém vem ao
Pai, senão por Mim” (João 14:6), “e o que vem a Mim de maneira ne-
nhuma o lançarei fora.” João 6:37. “Eu sou a tua salvação.” Salmos 35:3.
{ME1 333.3}
Quando correspondeis à atração de Cristo e vos unis a Ele, manifestais
fé salvadora. Falar de coisas religiosas de modo casual, orar por bênçãos
espirituais sem verdadeira fome de alma e viva fé, pouco vale. A turba
admirada, que se acotovelava junto a Jesus, desse contato não recebeu
nenhum acréscimo de poder vital. Mas quando a mulher pobre e sofredo-
ra, que por doze anos fora inválida, em sua grande necessidade estendeu
a mão e tocou a orla de Suas vestes, sentiu ela a virtude que a curou. Foi
toque de fé o seu, e Cristo reconheceu esse toque. Sabia que virtude saíra
dEle, e volvendo-Se no meio da turba, perguntou: “Quem é que Me to-
cou?” Lucas 8:45. Surpresos a tal pergunta, responderam os discípulos:
“Mestre, a multidão Te aperta e Te oprime, e dizes: Quem é que Me to-
cou? E disse Jesus: Alguém Me tocou, porque bem conheci que de Mim
saiu virtude. Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproxi-
mou-se tremendo, e, prostrando-se ante Ele, declarou-Lhe diante de todo
o povo a causa por que Lhe havia tocado, e como logo sarara. E Ele lhe
disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.” Lucas 8:45-
48. A fé que consegue levar-nos em vital contato com Cristo, exprime de
nossa parte suprema preferência, perfeita confiança, consagração inteira.
Essa fé opera por amor e purifica a alma. Opera na vida do seguidor de
Cristo a verdadeira obediência aos mandamentos de Deus; pois amor a
Deus e amor aos homens será o resultado da vital ligação com Cristo. “Se
alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle.” Romanos 8:9.
{ME1 334.1}
Diz Jesus: “Eu sou a videira, vós as varas.” João 15:5. Poderemos ima-
ginar uma relação mais íntima do que isso implica? As fibras das varas
Capítulo 51
Unidos à videira viva
“Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passa-
ram; eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17. Coisa alguma senão o
poder divino pode regenerar o coração humano e imbuir as almas no amor
de Cristo, amor que sempre se manifestará por aqueles pelos quais Ele
morreu. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” Gálatas
5:22-23. Quando um homem se converte a Deus, supre-se-lhe um novo
gosto moral, novo motivo impelente, e ele ama as coisas que Deus ama,
pois sua vida é, pela cadeia de ouro das imutáveis promessas, ligada à
vida de Jesus. Amor, alegria, paz e inexprimível gratidão penetrarão a
alma, e a linguagem dessa bendita pessoa será: “Tua mansidão me en-
grandeceu.” Salmos 18:35. {ME1 336.1}
Mas os que esperam contemplar uma transformação mágica em seu
caráter sem resoluto esforço de sua parte, para vencer o pecado, esses
serão decepcionados. Não temos motivo para temer, enquanto olharmos
a Jesus; razão alguma para duvidar de que Ele seja capaz para salvar
perfeitamente a todos os que a Ele se chegam; mas podemos, sim, temer
constantemente que nossa velha natureza de novo alcance a supremacia,
que o inimigo elabore alguma cilada pela qual nos tornemos outra vez
cativos seus. Devemos operar nossa salvação com temor e tremor, pois é
Deus que opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa
vontade. Com nossas faculdades limitadas, devemos ser tão santos em
nossa esfera, como Deus é santo na Sua. Na medida de nossa capacidade,
devemos tornar manifesta a verdade e o amor e a excelência do caráter
divino. Como a cera toma a impressão do sinete, assim deve a alma tomar
a impressão do Espírito de Deus e reter a imagem de Cristo. {ME1 336.2}
Devemos crescer diariamente em amabilidade espiritual. Havemos
de falhar muitas vezes em nossos esforços por copiar o Modelo divino.
Muitas vezes havemos de prostrar-nos em pranto aos pés de Jesus, por
motivo de nossas faltas e erros; mas não nos devemos desanimar; cumpre
orar mais fervorosamente, crer mais plenamente, e de novo tentar, com
mais constância, crescer na semelhança de nosso Senhor. À medida que
desconfiarmos de nossa capacidade, confiaremos na capacidade de nosso
ta a sabedoria que vem de Deus. Diz Tiago: “Quem dentre vós é sábio
e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de
sabedoria.” Tiago 3:13. “A sabedoria que do alto vem é, primeiramente,
pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons
frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Ora o fruto da justiça semeia-se
na paz, para os que exercitam a paz.” Tiago 3:17-18. Esta será a sabedoria
manifestada pelo que toma a taça da salvação e invoca o nome do Senhor.
Essa salvação, que oferece perdão ao transgressor, apresenta-lhe a justiça
que suporta o escrutínio do Onisciente, concede vitória sobre o poderoso
inimigo de Deus e do homem, provê vida eterna e alegria ao seu possui-
dor, e bem pode ser motivo de júbilo aos humildes, que dela têm notícia
e se alegram. {ME1 338.2}
Parábola da ovelha perdida
A linda parábola que Cristo proferiu, da ovelha perdida, do pastor que
deixou as noventa e nove para ir em busca da que se perdera, ilustra a obra
de Cristo, a condição do pecador, e o regozijo do Universo sobre a salva-
ção de uma alma. O pastor não passou os olhos descuidadamente sobre as
ovelhas, dizendo então: “Tenho noventa e nove, e dar-me-ia muito traba-
lho sair em busca da tresmalhada; que venha de volta, e lhe abrirei a porta
do curral, para que entre; mas não irei em sua busca.” Não; assim que a
ovelha se desencaminhou, o semblante do pastor se encheu de tristeza e
ansiedade. Conta e reconta o rebanho, e quando se certifica de que uma
ovelha se perdeu, não tosqueneja. Deixa no redil as noventa e nove e, em-
bora escura e tempestuosa a noite, e desagradável e perigoso o caminho,
e longo e tedioso o serviço, ele não se cansa, não hesita, até que encontre
a perdida. E encontrada, põe aos ombros a ovelha cansada e exausta e,
contente e grato por não ter sido em vão a busca, leva de volta ao aprisco
a extraviada. Sua gratidão, exprime-a nos melodiosos cânticos de alegria,
e convoca seus amigos e vizinhos, dizendo-lhes: “Alegrai-vos comigo,
porque já achei a minha ovelha perdida.” Lucas 15:6. Assim, quando é
reavida pelo grande Pastor das ovelhas uma alma transviada, anjos celes-
tiais correspondem à nota de alegria do Pastor. Encontrada a perdida, Céu
e Terra se unem em ações de graças e regozijo. “Haverá alegria no Céu
por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos
que não necessitam de arrependimento.” Lucas 15:7. {ME1 339.1}
Valorizando
nossa oportunidade
Estudo adicional: Patriarcas e Profetas, pp. 207 e 208 (PT 142 e 143),
(capítulo 19: “A volta para Canaã”); Testemunhos
para a Igreja, vol. 5, pp. 119 e 120 (Capítulo 10:
Advertências e reprovações).
Capítulo 19
“A volta para Canaã”
...
Finalmente Jacó chegou ao fim de sua viagem, “a seu pai Isaque, a
Manre, [...] (que é Hebrom), onde peregrinaram Abraão e Isaque”. Ali
ficou ele durante os anos finais da vida de seu pai. A Isaque, enfermo e
cego, as bondosas atenções desse filho havia tanto tempo ausente, foram
um conforto durante anos de solidão e privação de seus entes queridos.
{PP 142.4}
Jacó e Esaú encontraram-se junto ao leito de morte de seu pai. Uma
ocasião o irmão mais velho olhara antecipadamente para este aconteci-
mento como uma oportunidade para vingança; seus sentimentos, porém,
haviam-se mudado grandemente desde então. E Jacó, satisfeito com as
bênçãos espirituais da primogenitura, resignou ao irmão mais velho a
herança da riqueza de seu pai — a única herança que Esaú buscava ou
apreciava. Não mais eram separados pela inveja ou ódio; todavia aparta-
ram-se, mudando-se Esaú para o Monte Seir. Deus, que é rico em bên-
çãos, concedera a Jacó riquezas seculares, em acréscimo ao bem mais
elevado que ele procurara. Os bens dos dois irmãos eram muitos “para
habitarem juntos; e a terra de suas peregrinações não os podia sustentar
por causa do seu gado”. Gênesis 36:7. Esta separação estava de acordo
com o propósito divino relativo a Jacó. Desde que os dois irmãos diferiam
tão grandemente com relação à fé religiosa, era melhor que morassem
separados. {PP 142.5}
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 55
Lição 8 Patriarcas e Profetas, pp. 207 e 208 (PT 142 e 143 )
Capítulo 10
Advertências e reprovações
...
Influências poderosas e desencorajantes como essas têm sido como
maré quase avassaladora sobre a igreja. Dez membros que andem humil-
demente, terão maior poder sobre o mundo do que toda a igreja com seu
presente número e falta de unidade. Quando mais elementos divididos
houver, menos poder terá a igreja para fazer o bem no mundo. {T5 119.1}
Tomara pudesse eu tornar mais claro aos seus anuviados sentidos, o
grande perigo que vocês correm. Cada ação, boa ou má, prepara o ca-
minho para sua repetição. O que aconteceu à casa de Faraó? A declara-
ção bíblica diz que Deus endureceu-lhe o coração e, a cada repetição da
luz mediante a manifestação do poder de Deus, a declaração é repetida.
Cada vez que ele se recusava submeter-se à vontade de Deus, seu cora-
ção se tornava mais endurecido e menos impressionável pelo Espírito
Santo. Faraó semeou a semente da obstinação e Deus permitiu que ela se
desenvolvesse. O Senhor poderia impedi-la de crescer mediante interven-
ção direta, mas esse não era Seu plano. Ele permitiu que ela crescesse e
produzisse a própria colheita, atestando assim a veracidade da Escritura:
“Tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” Gálatas 6:7. Quando
o homem semeia dúvidas, também colherá dúvidas. Por rejeitar a primei-
ra luz e cada raio subsequente, Faraó foi de um grau de dureza de coração
a outro, até que a forma fria e inerte do primogênito deteve sua descrença
e obstinação por um pouco. Então, determinado a não se submeter aos ca-
minhos de Deus, continuou sua desvairada conduta até ser tragado pelas
águas do Mar Vermelho. {T5 119.2}
Esse caso foi registrado para nosso benefício. Aquilo que ocorreu
no coração de Faraó, também ocorrerá com cada pessoa que negligen-
cie receber a luz e andar prontamente sob seus raios. Deus não destrói
a ninguém. O pecador destrói a si mesmo por sua própria impenitência.
Quando alguém se recusa a dar ouvidos aos convites, reprovações e ad-
vertências do Espírito de Deus, sua consciência se torna cauterizada, e na
próxima vez que for aconselhado será muito mais difícil atender do que
antes. E assim sucessivamente a cada repetição. A consciência é a voz de
A Onipotência de Deus
Estudo adicional: Atos dos Apóstolos, pp. 372-382 (PT 207-212),
(capítulo 35: “A salvação para os judeus”).
Capítulo 35
A salvação para os judeus
Este capítulo é baseado na Epístola aos Romanos.
Após muitos inevitáveis atrasos, Paulo chegou afinal a Corinto, cená-
rio de tantos trabalhos ansiosos no passado, e por algum tempo objeto de
profunda solicitude. Verificou que muitos dos primitivos crentes ainda se
referiam a ele com afeição, como aquele que primeiro lhes levara a luz do
evangelho. Como saudasse esses discípulos e visse as evidências de sua
fidelidade e zelo, rejubilava-se por sua obra em Corinto não haver sido
em vão. {AA 207.1}
Os crentes de Corinto, antes tão propensos a perder de vista seu alto cha-
mado em Cristo, tinham desenvolvido a força do caráter cristão. Suas pala-
vras e atos revelavam o poder transformador da graça de Deus, e eram eles
agora uma potente força para o bem nesse centro de paganismo e supersti-
ção. Na sociedade de seus amados companheiros e desses fiéis conversos, o
espírito cansado e abatido do apóstolo encontrou repouso. {AA 207.2}
Durante sua permanência em Corinto, Paulo achou tempo para pro-
jetar novos e mais vastos campos de trabalho. Sua projetada viagem a
Roma ocupava especialmente seus pensamentos. Ver a fé cristã firme-
mente estabelecida no grande centro do mundo conhecido, era uma de
suas mais caras esperanças e acalentados planos. Uma igreja já havia sido
estabelecida em Roma, e o apóstolo desejava conseguir a cooperação dos
crentes dali na obra a ser promovida na Itália e em outros países. A fim de
preparar o caminho para os seus trabalhos entre esses irmãos, muitos dos
quais lhe eram até então estranhos, enviou-lhes uma carta, anunciando
seu intento de visitar Roma e sua esperança de plantar o estandarte da
cruz na Espanha. {AA 207.3}
boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na
sua própria oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo
(para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em
parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. {AA 210.1}
“E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá
o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E este será o Meu con-
certo com eles, quando Eu tirar os seus pecados. Assim que, quanto ao
evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados
por causa dos pais. Porque os dons e a vocação de Deus são sem arre-
pendimento. Porque assim como vós também antigamente fostes deso-
bedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia pela desobediên-
cia deles, assim também estes, agora, foram desobedientes, para também
alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada. Porque
Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de
misericórdia. {AA 210.2}
“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de
Deus! Quão insondáveis são os Seus juízos, e quão inescrutáveis os Seus
caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem
foi Seu conselheiro? Ou quem Lhe deu primeiro a Ele, para que lhe seja
recompensado? Porque dEle, e por Ele e para Ele, são todas as coisas;
glória, pois, a Ele eternamente”. Romanos 11:23-36. {AA 210.3}
Assim mostra Paulo que Deus tem poder de sobra para transformar o
coração tanto de judeus como de gentios, e de conceder a cada crente em
Cristo as bênçãos prometidas a Israel. Ele repete a declaração de Isaías
concernente ao povo de Deus: “Ainda que o número dos filhos de Israel
seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Porque o Se-
nhor executará a Sua palavra sobre a Terra, completando-a e abreviando-
-a. E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos exércitos não nos deixara
descendência, teríamos sido feitos como Sodoma, e seríamos semelhan-
tes a Gomorra”. Romanos 9:27-29. {AA 210.4}
Ao tempo em que Jerusalém foi destruída e o templo reduzido a ruí-
nas, muitos milhares de judeus foram vendidos para servir como escravos
em terras pagãs. Como náufragos numa praia deserta, foram espalhados
entre as nações. Por mil e oitocentos anos [isso até o século 19] têm os
judeus vagueado de terra em terra através do mundo, e em nenhum lugar
tem-se-lhes dado o privilégio de recuperarem o antigo prestígio como
nação. Odiados e perseguidos, de século em século sua herança tem sido
de sofrimento. {AA 211.1}
Transformado
pelo amor de Deus
Estudo adicional: Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pp. 275-281
(capítulo 28: “Fidelidade na obra de Deus”).
Capítulo 28
Fidelidade na obra de Deus
...
A religião de Cristo subjuga o espírito egoísta e transforma a mente
e as afeições; ela deita abaixo o orgulho do homem para que somente
Deus seja exaltado. Isso é o que o irmão A necessita. Ele precisa de uma
fé prática em Deus; precisa ver e sentir a glória de servir a Cristo; precisa
exaltar o princípio e elevar o padrão cristão, e encher sua mente com as
ricas promessas, as advertências, os conselhos e ameaças da Palavra de
Deus. Precisa ver a importância de ter fé e obras correspondentes, para
que possa representar fielmente, no lar, na igreja e em seus negócios, a
pureza e o elevado caráter da religião. Ele deveria colocar-se em cone-
xão com Cristo para ter poder espiritual. Sua ligação com o mundo e as
influências opostas ao espírito da verdade exercem maior poder sobre ele
do que o Espírito de Cristo. Aí está seu perigo. Ele finalmente naufragará
na fé, a menos que mude sua conduta e se ligue firmemente com a Fonte
da luz. {T5 275.1}
Caso seu interesse nas coisas espirituais fosse tão grande como é nas
coisas mundanas, sua consagração a Deus seria completa; ele se mostra-
ria um verdadeiro discípulo de Cristo, e Deus aceitaria e usaria os talen-
tos que agora são devotados ao serviço do mundo. A mesma capacidade
usada agora no acúmulo de propriedades é requerida na causa de Deus.
São necessários administradores em cada ramo de Sua obra, para que ela
possa ser levada avante com energia e método. Se um homem possui tato,
atividade e entusiasmo, terá êxito nos negócios temporais, e as mesmas
qualidades, quando consagradas à obra de Deus, demonstrar-se-ão du-
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 67
Lição 10 Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pp. 275-281
Capítulo 41
Em contato com os outros
Todas as relações sociais exigem o exercício do domínio próprio, pa-
ciência e simpatia. Diferimos tanto uns dos outros em disposições, hábitos
e educação, que variam entre si nossas maneiras de ver as coisas. Julgamos
diferentemente. Nossa compreensão da verdade, nossas idéias em relação
à conduta de vida não são idênticas sob todos os pontos de vista. Não há
duas pessoas cuja experiência seja igual em cada particular. As provas de
uma não são as provas de outra. Os deveres que para uma se apresentam
como leves são para outra mais difíceis e inquietantes. {CBV 483.1}
Tão fraca, ignorante e sujeita ao erro é a natureza humana que todos
devemos ser cautelosos na maneira de julgar o próximo. Pouco sabemos
da influência de nossos atos sobre a experiência dos outros. O que fa-
zemos ou dizemos pode parecer-nos de pouca importância, quando, se
nossos olhos se abrissem, veríamos que daí resultam as mais importantes
consequências para o bem ou para o mal. {CBV 483.2}
Consideração Pelos que Têm Responsabilidades
Muitas pessoas têm tão poucos encargos, seu coração tem experimen-
tado tão pouco as angústias reais, sentido tão pouca perplexidade e preocu-
pação em auxiliar o próximo, que não podem compreender o trabalho de
quem tem verdadeira responsabilidade. São tão incapazes de apreciar seus
trabalhos como a criança de compreender os cuidados e fadigas do preo-
cupado pai. A criança admira-se dos temores e perplexidades do pai: pare-
cem-lhe inúteis. Mas quando os anos de experiência forem acrescentados
à sua vida, quando tiver de carregar as próprias responsabilidades, olhará
de novo para a vida do pai, e compreenderá então o que outrora lhe era in-
compreensível. A amarga experiência deu-lhe o conhecimento. {CBV 483.3}
dências do grande amor de Deus por vós. A fé pode sofrer a prova, vencer
a tentação, suportar o insucesso. Jesus vive como nosso advogado. Tudo
o que nos assegura a Sua mediação nos pertence. {CBV 488.1}
Não pensais que Cristo aprecia quem vive inteiramente para Ele? Não
pensais que visita os que, como o amado João no exílio, estão em lugares
difíceis e penosos? Deus não permite que um de Seus devotados obreiros
seja abandonado, a lutar sozinho contra forças superiores, e que seja ven-
cido. Preserva, como jóia preciosa, todo aquele cuja vida está escondida
com Cristo nEle. De cada um destes diz: Eu “te farei como um anel de
selar; porque te escolhi.” Ageu 2:23. {CBV 488.2}
Falai pois das promessas; falai do desejo que Jesus tem de abençoar.
Ele não nos esquece nem um só instante. Quando, apesar das circunstân-
cias desagradáveis, repousamos confiadamente no Seu amor e mantemos
nossa comunhão com Ele, o sentimento da Sua presença inspirará uma
alegria profunda e tranquila. De Si disse Cristo: “Nada faço por Mim
mesmo; mas falo como o Pai Me ensinou. E Aquele que Me enviou está
comigo; o Pai não Me tem deixado só, porque Eu faço sempre o que Lhe
agrada.” João 8:28-29. {CBV 488.3}
A presença do Pai acompanhava a Cristo, e nada Lhe sucedia que o
amor infinito não tivesse permitido para a bênção do mundo. Aí residia
o Seu e o nosso motivo de conforto. Quem está imbuído do Espírito de
Cristo habita em Cristo. Tudo o que lhe sucede vem do Salvador que o ro-
deia com Sua presença. Nada pode atingi-lo sem a permissão do Senhor.
Todos os sofrimentos e desgostos, todas as tentações e provas, todas as
nossas tristezas e pesares, todas as perseguições e privações, em suma,
todas as coisas cooperam para nosso bem. Todas as experiências e cir-
cunstâncias são agentes benfazejos de Deus em nosso favor. {CBV 488.4}
Se temos a compreensão da paciência de Deus para conosco, não de-
vemos ser achados a julgar ou a acusar ninguém. Quando Cristo vivia
na Terra, quão surpresos ficariam os que O acompanhavam se, depois de
familiarizados com Ele, Lhe ouvissem dizer uma palavra de acusação,
crítica destrutiva ou impaciência. Não esqueçamos que aqueles que O
amam devem reproduzi-Lo em Seu caráter. {CBV 489.1}
“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferin-
do-vos em honra uns aos outros.” Romanos 12:10. “Não tornando mal
por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo
que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bên-
ção.” 1 Pedro 3:9. {CBV 489.2}
O próprio ato de olhar para o mal nos outros desenvolve o mal em quem
olha. Detendo-nos sobre as faltas do próximo, somos transformados na
sua imagem. Mas contemplando Jesus, falando do Seu amor e da perfei-
ção de Seu caráter, imprimimos em nós as Suas feições. Contemplando
o alto ideal que Ele colocou diante de nós, subiremos a uma atmosfera
santa e pura, que é a própria presença de Deus. Quando aí permanecemos,
sairá de nós uma luz que irradia sobre todos os que estiverem em contato
conosco. {CBV 492.3}
Em vez de criticar e condenar o próximo, dizei: “Devo trabalhar para
minha própria salvação. Se coopero com Aquele que deseja salvar a mi-
nha alma, devo vigiar-me cuidadosamente, afastar de minha vida tudo o
que é mau, vencer todo o defeito, tornar-me nova criatura em Cristo. Por
isso, em lugar de enfraquecer os que lutam contra o mal, irei fortalecê-los
com palavras animadoras.” Somos demasiado indiferentes para com os
outros. Esquecemos muitas vezes que nossos companheiros de trabalho
têm necessidade de força e animação. Tende o cuidado de lhes assegurar
vosso interesse e simpatia. Ajudai-os pela oração e fazei-lhes saber que
orais por eles. {CBV 492.4}
Nem todos os que professam ser obreiros de Cristo são verdadeiros
discípulos. Entre os que trazem Seu nome, e que são mesmo contados
entre Seus obreiros, há alguns que não O representam no caráter. Não são
governados pelos Seus princípios. Tais pessoas são muitas vezes causa de
perplexidade e desânimo para os seus companheiros de trabalho que são
novos na experiência cristã; mas ninguém tem necessidade de ser enga-
nado. Cristo deu-nos um exemplo perfeito. Ordena-nos que O sigamos.
{CBV 493.1}
Até ao fim dos tempos, haverá joio no meio do trigo. Quando os servos
do pai de família, no zelo pela sua honra, lhe pediram autorização para
arrancar o joio, ele disse: “Não; para que, ao colher o joio não arranqueis
também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa.” Mateus
13:29-30. {CBV 493.2}
Em Sua misericórdia e clemência, Deus suporta pacientemente os
maus e até os hipócritas. Entre os apóstolos escolhidos de Cristo encon-
trava-se Judas, o traidor. Deverá, pois, ser causa de surpresa ou desânimo
a existência de hipócritas entre os Seus obreiros de hoje? Se Ele, que
penetrava nos corações, suportava quem bem sabia que O havia de trair,
com que paciência não deveríamos nós suportar os que estão em falta!
{CBV 493.3}
E nem todos, ainda dos que parecem mais culpados, são como Judas.
Pedro, impetuoso, precipitado e cheio de confiança própria, aparentemen-
te esteve em situação mais desvantajosa do que Judas. Foi mais vezes
censurado pelo Salvador. Mas que vida de atividade e sacrifício foi a sua!
Que testemunho deu do poder da graça de Deus! Tanto quanto pudermos,
devemos ser para os outros o que Jesus era para Seus discípulos quando
andava e falava com eles na Terra. {CBV 493.4}
Considerai-vos como missionários, antes de tudo, entre os vossos
companheiros de trabalho. Requer-se por vezes muito tempo e canseiras
para ganhar alguma alma para Cristo. E quando uma alma se afasta do
pecado para a justiça, há alegria na presença dos anjos. Pensais que os
espíritos angélicos que vigiam sobre estas almas estão satisfeitos ao ver
com que indiferença elas são tratadas por alguns que pretendem ser cris-
tãos? Se Jesus nos tratasse como muito frequentemente nos tratamos uns
aos outros, quem de nós poderia salvar-se? {CBV 493.5}
Lembrai-vos que não podeis ler os corações. Não sabeis os motivos
que determinaram as ações que desaprovais. Há muitos que não recebe-
ram uma educação correta; seu caráter está deformado, duro e nodoso, e
parece torto em todos os sentidos. Mas a graça de Cristo pode transformá-
-lo. Nunca os ponhais de lado, nunca lhes tireis a coragem ou a esperança,
dizendo: “Você desiludiu-me e não me esforçarei por ajudá-lo.” Algumas
palavras ditas precipitadamente sob o efeito de uma provocação — exa-
tamente o que pensamos que eles merecem — podem partir as cordas da
influência que teriam ligado seu coração ao nosso. {CBV 494.1}
A vida coerente, a paciência, a calma de espírito em face da provoca-
ção constitui sempre o argumento mais decisivo e o apelo mais solene.
Se tivestes oportunidades e vantagens que não couberam em sorte aos ou-
tros, reconhecei esse privilégio, e sede sempre um mestre sábio, solícito
e amável. {CBV 494.2}
A fim de obter na cera a impressão nítida e forte de um selo, não lho
aplicais de uma maneira precipitada e violenta; colocais cuidadosamente o
selo na cera mole, e lenta e firmemente fazeis sobre ele pressão, até que a
cera tenha endurecido na forma desejada. Tratai da mesma forma com as
almas humanas. A continuidade da influência cristã é o segredo de seu po-
der, e este depende da firmeza com que manifestais o caráter de Cristo. Aju-
dai os que erraram, contando as vossas experiências. Mostrai-lhes como,
quando cometestes graves erros, a paciência, bondade e auxílio de vossos
companheiros de trabalho vos deram coragem e esperança. {CBV 494.3}
Em humilde mansidão
Estudo adicional: Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403
(capítulo 49: “Nossa atitude para com as auto- ridades
civis”; Capítulo 50 — A palavra de Deus é suprema).
Capítulo 49
Nossa atitude
para com as autoridades civis
Alguns irmãos têm escrito e dito muitas coisas que são interpretadas
como contrárias ao Governo e à lei. Está errado expor-nos dessa maneira
a um mal-entendido geral. Não é procedimento sábio criticar continua-
mente os atos dos governantes. Não nos compete atacar indivíduos nem
instituições. Devemos exercer grande cuidado para não sermos tomados
por oponentes das autoridades civis. É certo que a nossa luta é intensiva,
mas as nossas armas estão contidas num simples “Assim diz o Senhor”.
Nossa ocupação consiste em preparar um povo para estar de pé no grande
dia de Deus. Não devemos nos desviar para procedimentos que causem
polêmica, ou suscitem oposição nos que não são da nossa fé. {T6 394.1}
Não devemos agir de maneira tal que sejamos tidos como adeptos da
traição. Devemos descartar dos nossos escritos e palestras toda expressão
que, tomada isoladamente, poderia ser mal-interpretada e tida por contrá-
ria à lei e à ordem. Tudo deve ser cuidadosamente pesado para não pas-
sarmos por fomentadores de deslealdade à nossa pátria e às suas leis. Não
é exigido de nós que desafiemos as autoridades. Virá o tempo em que,
por defendermos a verdade bíblica, seremos considerados traidores; mas
não apressemos esse momento por meio de procedimento imprudente que
desperte animosidade e luta. {T6 394.2}
Tempo virá em que expressões descuidadas de caráter denunciante,
displicentemente proferidas ou escritas por nossos irmãos, serão usadas
por nossos inimigos para nos condenarem. Não serão usadas simples-
mente para condenar os que as proferiram, mas atribuídas a toda a comu-
Estudo adicional - Lição da Escola Sabatina, Janeiro–Março de 2022 83
Lição 12 Testemunhos para a Igreja, vol. 6, pp. 394-403
nidade adventista. Nossos acusadores dirão que em tal e tal dia um dos
nossos homens responsáveis falou assim e assim contra a administração
das leis do governo. Muitos ficarão admirados ao ver quantas coisas fo-
ram conservadas e lembradas, as quais servirão de prova para os argu-
mentos dos adversários. Muitos se surpreenderão de como foi atribuído
às suas palavras um significado diferente do que era a sua intenção. Sejam
nossos obreiros cuidadosos no falar, em todo tempo e sob quaisquer cir-
cunstâncias. Estejam todos precavidos para que, por meio de expressões
imprudentes, não tragam sobre si um tempo de angústia antes da grande
crise que provará os seres humanos. {T6 394.3}
Quanto menos recriminações diretas fizermos às autoridades e gover-
nantes, melhor trabalho seremos capazes de realizar, tanto nos Estados
Unidos como em países estrangeiros. As nações estrangeiras seguirão o
seu exemplo. Embora ela seja a líder, a mesma crise atingirá todo o nosso
povo em toda parte do mundo. {T6 395.1}
Nossa ocupação é engrandecer e exaltar a lei de Deus. A verdade da
santa Palavra de Deus deve ser divulgada. Devemos apresentar as Escri-
turas como norma de vida. Com toda a modéstia, no espírito da graça, no
amor de Deus, devemos apontar aos homens que o Senhor Deus é o Cria-
dor dos céus e da Terra, e que o sétimo dia é o sábado do Senhor. {T6 395.2}
Em nome do Senhor devemos avançar, desfraldando o Seu estandarte,
defendendo a Sua Palavra. Quando as autoridades nos ordenarem que
não façamos esse trabalho; quando nos proibirem de proclamar os man-
damentos de Deus e a fé de Jesus, então será preciso que digamos, como
o fizeram os apóstolos: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos
antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que
temos visto e ouvido.” Atos dos Apóstolos 4:19, 20. {T6 395.3}
A verdade deve ser proclamada com o poder do Espírito Santo. So-
mente isso pode tornar eficazes as palavras. Unicamente através do poder
do Espírito a vitória pode ser alcançada e mantida. O agente humano pre-
cisa ser influenciado pelo Espírito de Deus. Por meio da fé na salvação, os
obreiros devem ser guardados pelo poder de Deus. Eles devem ter visão
divina, para que não seja proferida coisa alguma que incite os homens a
nos barrar o caminho. Pela assimilação da verdade espiritual, devemos
preparar um povo para, com mansidão e temor, expor a razão da sua fé
perante as mais altas autoridades de nosso mundo. {T6 396.1}
Devemos apresentar a verdade em sua simplicidade, pregar em fa-
vor da piedade prática; e fazê-lo no espírito de Cristo. A manifestação
Capítulo 50
A palavra de Deus é suprema
O povo de Deus deve reconhecer o governo humano como uma ins-
tituição divina, de modo que ensinará obediência às autoridades como
sendo um sagrado dever, em sua legítima esfera. Entretanto, quando as
suas pretensões entram em conflito com os reclamos de Deus, a Palavra
de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda e qualquer
legislação humana. O “assim diz o Senhor” não pode ser posto de lado, ou
trocado por um “assim diz a Igreja ou o Estado.” A coroa de Cristo deve
ser erguida acima dos diademas de potestades terrestres. {T6 402.1}
O princípio que devemos defender neste tempo é o mesmo que foi
mantido pelos adeptos do evangelho na grande Reforma. Quando os prín-
cipes se reuniram na Dieta de Espira, em 1529, parecia que a esperan-
ça do mundo estava por extinguir-se. Nessa assembléia, foi apresentado
o decreto do imperador, restringindo a liberdade religiosa e proibindo
qualquer disseminação adicional das doutrinas reformadas. Aceitariam os
príncipes alemães o decreto? Deveria a luz do evangelho ser escondida
de multidões que ainda se encontravam em trevas? Assuntos vitais para
o mundo achavam-se em debate. Aqueles que haviam aceitado a fé refor-
mada, reuniram-se e unanimemente decidiram: “Rejeitemos o decreto.
Em assuntos de consciência, o poder da maioria não deve imperar.” {T6
402.2}
A bandeira da verdade e da liberdade religiosa, erguida tão destacada-
mente por aqueles reformadores, nos foi confiada neste último conflito. A
responsabilidade por esse grande presente repousa sobre aqueles a quem
Deus abençoou com o conhecimento de Sua Palavra. Temos de recebê-la
como a autoridade suprema. Devemos aceitar suas verdades. Poderemos
apreciar essas verdades tão-somente se as pesquisarmos por intermédio
de estudo pessoal. Então, ao tornarmos a Palavra de Deus o guia de nossa
vida, estará sendo respondida a oração de Cristo em nosso favor: “Santi-
fica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade.” João 17:17. O reconheci-
mento da verdade em palavras e ações é a nossa confissão de fé. Somente
assim outros saberão que acreditamos na Bíblia. {T6 402.3}
Os reformadores, cujo protesto nos deixou como herança o nome “pro-
testantes”, sentiam que Deus os chamara para apresentarem o evangelho
Capítulo 43
Uma experiência mais alta
Necessitamos constantemente de uma revelação nova de Cristo, de
uma experiência diária que ser harmonize com os Seus ensinos. Estão ao
nosso alcance resultados altos e santos. Deus deseja que façamos contí-
nuos progressos na ciência e na virtude. Sua lei é um eco de Sua própria
voz, fazendo a todos o convite: “Subi mais alto. Sede santos, mais santos
ainda.” Cada dia podemos avançar no aperfeiçoamento do caráter cristão.
{CBV 503.1}
Os que estão consagrados ao serviço do Mestre necessitam de uma
experiência mais alta, profunda e ampla, que muitos nem sequer pen-
sam ter. Muitas pessoas que são já membros da grande família de Deus
pouco sabem do que quer dizer contemplar Sua glória, e ser mudadas de
glória em glória. Muitos possuem uma vaga percepção da excelência de
Cristo, e contudo seu coração palpita de alegria. Anseiam por um mais
completo e profundo sentimento do amor do Salvador. Que eles nutram
todas as aspirações da alma para Deus. O Espírito Santo trabalha aqueles
que desejam ser trabalhados, molda os que desejam ser moldados, cin-
zela os que desejam ser cinzelados. Obtende por vós mesmos a cultura
de pensamentos espirituais e santas comunhões. Não vistes ainda senão
os primeiros raios do despontar da aurora de Sua glória. À medida que
avançardes no conhecimento do Senhor, aprendereis que “a vereda dos
justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia
perfeito”. Provérbios 4:18. {CBV 503.2}
“Tenho-vos dito isso”, disse Cristo, “para que a Minha alegria per-
maneça em vós, e a vossa alegria seja completa.” João 15:11. {CBV 504.1}
Jesus via sempre diante dEle o resultado da Sua missão. Sua vida ter-
rena, tão cheia de trabalhos e sacrifícios, era iluminada pelo pensamento
de que não seria em vão todo o Seu trabalho. Dando a vida pela vida dos
homens, restauraria na humanidade a imagem de Deus. E havia de nos le-
vantar do pó, reformar o caráter segundo o modelo de Seu próprio caráter,
e torná-lo belo com Sua própria glória. {CBV 504.2}
Cristo viu os resultados do trabalho de Sua alma e ficou satisfeito.
Olhou através da eternidade, e viu a felicidade daqueles que pela Sua hu-
milhação haviam de receber o perdão e a vida eterna. Foi ferido pelas suas
transgressões, moído pelas suas iniquidades. O castigo que lhes havia de
trazer a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras seriam sarados. Ele
ouvia as exclamações de júbilo dos remidos. Ouvia os resgatados cantan-
do o cântico de Moisés e do Cordeiro. Ainda que devesse primeiro ser
recebido o batismo de sangue, ainda que os pecados do mundo devessem
pesar sobre a Sua alma inocente, ainda que a sombra de uma indescritível
mágoa pairasse sobre Ele; por causa da alegria que O esperava, preferiu
sofrer a cruz e desprezou a afronta. {CBV 504.3}
Todos os Seus seguidores devem participar dessa alegria. Por grande
e gloriosa que seja a vida futura, nossa recompensa não é inteiramente
reservada para o dia da libertação final. Mesmo na Terra, podemos pela fé
entrar na alegria do Senhor. Como Moisés, devemos estar firmes como se
víssemos o Invisível. {CBV 504.4}
Agora a Igreja é militante. Agora temos de enfrentar um mundo de tre-
vas, quase inteiramente dado à idolatria. Mas está chegando o dia em que
será travada a batalha e ganha a vitória. A vontade de Deus deve ser feita
na Terra como o é nos Céus. As nações dos remidos não conhecerão outra
lei senão a lei dos Céus. Constituirão todos uma família feliz e unida, re-
vestida com as vestes de louvor e ações de graças — as vestes da justiça
de Cristo. Toda a Natureza, em sua arrebatadora formosura, oferecerá a
Deus um tributo de louvor e adoração. O mundo será banhado com a luz
do Céu. A luz da Lua será como a luz do Sol, e a luz do Sol será sete ve-
zes maior do que é hoje. Os anos decorrerão na alegria. Sobre essa cena,
as estrelas da manhã cantarão em uníssono, e os filhos de Deus exultarão
de alegria, enquanto Deus e Cristo Se unirão proclamando: “Não haverá
mais pecado nem morte.” {CBV 504.5}
Estas visões da glória futura, cenas pintadas pela mão de Deus, devem
ser amadas pelos Seus filhos. {CBV 506.1}
Detende-vos no limiar da eternidade, e escutai as alegres boas-vin-
das dadas àqueles que nesta vida cooperaram com Cristo, considerando
como privilégio e honra sofrer por Sua causa. Com os anjos, eles lançam
O Divino Conselheiro
Quando estão em dificuldades, muitos pensam que devem apelar para
algum amigo terrestre, contar-lhe suas perplexidades e pedir-lhe socorro.
Sob circunstâncias difíceis, a descrença enche-lhes o coração, e o cami-
nho parece sombrio. Contudo, ali está sempre a seu lado o poderoso e
eterno Conselheiro convidando-os a depositar nEle sua confiança. Jesus,
o que sobre Si levou nossos cuidados, diz-nos: “Vinde a Mim, e encontra-
reis descanso.” Afastar-nos-emos dEle para recorrer a falíveis seres hu-
manos, tão dependentes de Deus como nós próprios? {CBV 512.3}
Podeis sentir a imperfeição do vosso caráter e a insignificância das
vossas capacidades, em comparação com a grandeza da obra. Mas, ainda
que tivésseis a maior inteligência, isso não bastaria para vosso trabalho.
“Sem Mim nada podereis fazer”, diz nosso Senhor e Salvador. João 15:5.
O resultado de tudo o que fazemos está nas mãos de Deus. Suceda o que
suceder, deponde nEle uma confiança firme e perseverante. {CBV 513.1}
Em vossos negócios, nas amizades das horas de lazer, e na aliança ma-
trimonial, que todas as relações sociais que tiverdes sejam empreendidas
com fervorosa e humilde oração. Mostrareis assim que honrais a Deus e
Deus vos honrará a vós. Orai quando estiverdes abatidos. Em ocasiões
de desânimo, nada digais aos outros; não espalheis sombra no caminho
do próximo; mas contai tudo a Jesus. Levantai as mãos em demanda de
auxílio. Em vossa fraqueza apegai-vos à força infinita. Suplicai humilda-
de, sabedoria, coragem, aumento de fé, para que possais ver luz na luz de
Deus e rejubilar no Seu amor. {CBV 513.2}
Confiança
Quando somos humildes e contritos, estamos onde Deus pode e quer
manifestar-Se a nós. Ele Se agrada quando insistimos em que as graças e
bênçãos passadas são razão para nos conceder bênçãos maiores. Ultrapas-
sará as expectativas dos que inteiramente nEle confiam. O Senhor Jesus
sabe bem o que Seus filhos precisam, quanto de divino poder consagrarão
para o bem da humanidade, e Ele nos concede tudo o que empregarmos,
beneficiando o próximo e enobrecendo nossa própria vida. {CBV 513.3}
Devemos ter menos confiança no que podemos por nós mesmos fazer,
e mais confiança no que o Senhor para nós e por nós pode fazer. Não
estais empenhados em vossa própria obra, mas sim na de Deus. Subme-
tei-Lhe vossa vontade e vossos desígnios. Não façais uma única reserva,
uma única contemporização com vós mesmos. Aprendei o que é ser livres
em Cristo. {CBV 513.4}
A simples audição de sermões sábado após sábado, a leitura da Bíblia
de ponta a ponta, ou sua explicação verso por verso, não nos aproveitará
nem aos que nos ouvem, se não vivermos as verdades da Bíblia em nossa
experiência habitual. O entendimento, a vontade e os afetos devem ser
submetidos ao domínio da Palavra de Deus. Então, pela obra do Espírito
Santo, os preceitos da Palavra se tornarão princípios de vida. {CBV 514.1}
Quando pedis ao Senhor que vos ajude, honrai o Salvador crendo que
recebereis Sua bênção. Todo o poder e toda a sabedoria estão à nossa dis-
posição. Nada mais temos a fazer do que pedir. {CBV 514.2}
Andai continuamente na luz de Deus. Meditai dia e noite no Seu ca-
ráter. Então vereis Sua beleza e exultareis em Sua bondade. Vosso cora-
ção se abrasará com o sentimento do Seu amor. Sereis erguidos, como
se fôsseis transportados por braços eternos. Com o poder e luz que Deus
concede, podeis compreender e realizar mais do que antes julgáveis pos-
sível. {CBV 514.3}
“Permanecei em Mim”
Cristo diz-nos: “Permanecei em Mim, e Eu, em vós; como a vara de si
mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós,
se não estiverdes em Mim. ... Quem está em Mim, e Eu nele, esse dá mui-
to fruto, porque sem Mim nada podereis fazer. Se vós estiverdes em Mim,
e as Minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e
vos será feito. Nisto é glorificado Meu Pai: que deis muito fruto; e assim
sereis Meus discípulos.” João 15:4, 5, 7-8. {CBV 514.4}
“Como o Pai Me amou, também Eu vos amei a vós; permanecei no
Meu amor.” João 15:9. {CBV 514.5}
“Não Me escolhestes vós a Mim, mas Eu vos escolhi a vós, e vos
nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de
que tudo quanto em Meu nome pedirdes ao Pai Ele vos conceda.” João
15:16. {CBV 514.6}
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a
porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.” Apocalipse
3:20. {CBV 516.1}
“Ao que vencer darei Eu a comer do maná escondido e dar-lhe-ei uma
pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece
senão aquele que o recebe.” Apocalipse 2:17. {CBV 516.2}
“Ao que vencer... dar-lhe-ei a estrela da manhã” (Apocalipse 2:26 e
28), “e escreverei sobre ele o nome do Meu Deus e o nome da cidade do
Meu Deus, ... e também o Meu novo nome.” Apocalipse 3:12. {CBV 516.3}
“Uma Coisa Faço”
Aquele que tem confiança em Deus estará apto a dizer com Pau-
lo: “Posso todas as coisas nAquele que me fortalece.” Filipenses 4:13.
Quaisquer que tenham sido os erros ou insucessos do passado, podemos,
com o auxílio de Deus, levantar-nos acima deles. Podemos dizer com o
Apóstolo: {CBV 516.4}
“Uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam
e avançando para as que estão diante de Mim, prossigo para o alvo, pelo
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses 3:13-
14. {CBV 516.5}