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Abril de 2022

Adoção institucional:
Bem vindos a bordo!

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Adoção institucional: Bem vindos a bordo! 2

ÍNDICE
Introdução 3

Análise Fundamentalista e de Sentimento 4


E o porquê da análise de sentimento do mercado? 5
Adoção 6
Miami Conference 6
Bitcoin e as grandes empresas 7
Adoção Global 7
Criptomoedas no marketplace, vendas online e Instituições 8
Revolução Tecnológica 9
Novos adeptos 10
Futuro Próspero 10
Liberdade 11
Usabilidade do Bitcoin 11

Bitcoin e sua relação com governos 11


Panamá 11
República Centro-Africana 12
Brasil 13

Como a entrada das grandes instituições auxiliarão na circulação das criptomoedas? 14


Holofotes 14

Barreiras Ambientais 15
O Bitcoin é mesmo um vilão do meio ambiente? 17

Conclusão da Análise Fundamentalista 21

Análise On-chain 23
Luna Foundation Guard (LFG) 24
Produtos de investimento (ETPs e ETFs) 25
Bitcoins disponíveis em Exchange 26
Mineradores 27
Empresas listadas em bolsa 28
Acumulação em carteiras 29
Grandes investidores 30
Conclusão da Análise On-chain 31

Análise Técnica 32
On Balance 33
Mas e o gráfico diário? 34
Conclusão da análise OBV 35

Atualizações 36
Conclusão da Análise Técnica 42

Conclusão 43

Autores/ Disclaimer 44

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INTRODUÇÃO
Mais um mês se inicia e com ele uma nova edição do Telescópio. Nesta edição, abordaremos
o que aconteceu de mais importante para as criptomoedas no período.

Um destaque vai para a Miami Conference, que mostrou que muitas empresas e instituições
estão prontas para o embarque à viagem ao universo dos ativos digitais. Já outras
organizações encontram-se atualmente a bordo. Ainda veremos em nosso Telescópio
assuntos de interesse para os investidores institucionais como o processo de legalização
das criptomoedas em vários países e a questão ambiental.

Como novidade, a primeira parte do relatório contém uma análise de sentimento do mer-
cado, além da discussão dos fundamentos do ambiente criptográfico. Como de costume,
teremos também a atualização do cenário on-chain e técnico para o bitcoin, assim como a
inclusão de novas métricas e indicadores para ampliar a nossa visão de mercado. Afinal, um
piloto com visão abrangente costuma ser o que almeja voos mais altos.

Tenha uma boa leitura e bem-vindo a bordo!

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ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
E DE SENTIMENTO

Abril, aguardado por grande parte dos investidores como um “mês de alta” para o Bitcoin
pelo fato de historicamente ter registrado valorizações consideráveis na ação do preço nos
últimos 4 anos, falhou na tentativa de romper áreas de resistências para a ação do preço e
até o momento desta edição registrava uma perda de -15,67%, frustrando grande parte das
expectativas dos entusiastas que especulavam uma sequência de 3 meses de preços posi-
tivos para o ativo, estruturando uma nova tendência de alta.

Nesse sentido, vale ressaltar que a análise de sentimento do mercado que estuda o compor-
tamento coletivo de investidores institucionais e individuais em relação a um ativo finan-
ceiro ou um mercado torna-se necessária para que haja um maior esclarecimento sobre o
atual ciclo de mercado.

Sendo assim, destacamos que um sentimento otimista nem sempre refletirá em condições
positivas para o mercado, atualmente observamos vários rumores, especulações macroeco-
nômicas negativas, momentos de medo extremo e aversão ao apetite de risco no mercado
e em contrapartida observamos o sentimento de “Alta Infinita” por parte de entusiastas da
principal criptomoeda.

E O PORQUÊ DA ANÁLISE DE SENTIMENTO DO MERCADO?

Amos Tversky e Daniel Kahneman,


criadores do Conceito de Finanças Comportamentais (1979)

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Assim como a análise técnica e fundamentalista, torna-se necessário e totalmente agre-


gadora a inclusão de informações confluentes que resultam na principal ação do mercado
que é a aceitação, tornando viável a compreensão entre aceitação fundamentada ou “efeito
manada”.

Com esta ferramenta, agregada aos valores fundamentais e técnicos, haverá a possibilidade
da diminuição dos riscos negativos em relação à ação do preço de curto e médio prazo, uma
melhor exploração das oportunidades de mercado e um maior controle emocional.

Sendo assim, nesta edição do Telescópio Cripto vamos analisar o cenário de sentimento do
mercado, observando o comportamento atual do movimento de adoção ao Bitcoin e as alt-
coins, aquecimento do mercado com a entrada das grandes empresas do mundo e o trabalho
da comunidade que busca resolver os problemas que impactam no processo de adoção po-
pular ao Bitcoin.

ADOÇÃO

Miami Conference

A cidade, dona de uma das economias mais movimentadas do planeta, recebeu entre os
dias 6 e 9 de abril o maior evento de Bitcoin do Mundo: Bitcoin Conference, organizado pela
Bitcoin Magazine. Mais de 30 mil pessoas de todo o mundo se uniram para compartilhar i-
deias sobre a principal criptomoeda do universo cripto.

O evento foi inaugurado pelo prefeito da cidade de Miami, Francis Suarez, que em discurso
falou sobre os esforços em tornar Miami na Capital Mineradora do mundo, enfatizando a ne-
cessidade de um presidente “pró-Bitcoin” nos EUA, seguindo caminhos diferentes de China
e Rússia.

Suarez também citou a necessidade de adotar o Bitcoin como uma proteção anti-inflacionária
e da luta contra os problemas ocasionados pelo aumento exagerado das moedas fiduciárias.

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Bitcoin e as grandes empresas

Muitos adeptos ao Bitcoin se questionam sobre como as grandes empresas o veem hoje.
Com isso, podemos observar na fala de Chris Kuiper, diretor de pesquisa da Fidelity Digital
Assets que atualmente acionistas da empresa enxergam o BTC como uma ação de tecnolo-
gia e que projetam grandes oportunidades de crescimento no ativo.

O CEO da Anchorage Digital afirmou que hoje os clientes da empresa estão cientes da tese
fundamentalista do Bitcoin e entendem muito bem o andamento do preço da moeda, porém
gostariam de ter mais serviços DeFis dentro do Bitcoin.

Outro destaque fica para Kevin O’leary, que chegou a ser averso ao Bitcoin, chegando a com-
parar com algo sem valor algum, reconhecendo o poder da criptomoeda e da mineração do
ativo citando que a atividade salvará o mundo.

Com isso, ainda que existam muitas críticas relacionadas à mineração das criptomoedas,
tendo em vista consumo de energia e utilização de materiais fósseis que resultam na degra-
dação do meio ambiente, o fundador do grupo de fundos mútuos O’leary Inc e um dos cri-
adores da empresa de informática Softkey afirmou que a oportunidade está batendo à porta
e que em um futuro bem próximo haverá mineradoras de bitcoins com matrizes energéticas
alimentadas por hidrelétricas ou nucleares.

Adoção Global

O que vem chamando a atenção nos últimos anos é a adoção exponencial do Bitcoin em
países da África. Nessa linha, observamos o relatório divulgado em 2021 pela Chainalysis
que revelou que entre julho de 2020 e junho de 2021 países do continente africano receberam
cerca de US$ 105,6 bilhões em pagamentos em criptomoedas registrando um aumento de
1200% em relação ao ano anterior.

Adoção exponencial em Países da África. Fonte: Chainalysis

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Criptomoedas no marketplace, vendas online e Instituições

O marketplace revolucionou o conceito de lojas e comércio em todo o planeta, quando começou


a se falar de negócios onlines e rapidamente ganhou espaço e caiu nas graças das pequenas,
médias e grandes empresas.Mas antes de falarmos do marketplace no mundo cripto, vale a
pena explicar em poucas palavras o conceito dessa revolução.

Marketplace pode ser considerado uma espécie de shopping virtual, onde você pode colo-
car vários vendedores de diversos produtos, do mesmo segmento ou não, em um só espaço,
dessa maneira o cliente terá acesso às melhores promoções e produtos, facilitando ainda a
livre concorrência. Agora que você já sabe o que é um marketplace, vamos falar um pouco
mais sobre marketplace no mundo das criptomoedas, principalmente com a presença da
tecnologia blockchain.

Primeiramente, para deixar claro, marketplace blockchain nada mais é do que uma rede
peer-to-peer (p2p), que trabalha de forma descentralizada e que conecta produtores, vende-
dores e ainda consumidores dentro de uma plataforma, tudo de forma transparente e sem
intervenção de terceiros, o que torna a compra e a venda mais barata devido as menores
taxas.

Assim, desde o seu lançamento, essa tecnologia deixou um marco no mundo do comércio
tradicional e não poderia ser diferente no mercado cripto. Dessa forma, cada dia mais pes-
soas têm acesso à formas mais simples de comprar e vender suas criptomoedas ou até moe-
das fiduciárias.

As primeiras empresas que iniciaram essa nova forma de transacionar, são chamadas de
exchanges, que funcionam como uma casa de câmbio, semelhante ao que é a bolsa de va-
lores tradicional. Nela os negociadores de cripto tem acesso a uma lista de criptomoedas e
podem escolher suas compras e tem possibilidade de venda. Com a tecnologia blockchain
avançando, outros players do mercado estão investindo para tornarem-se novas exchanges
e serem mais acessíveis para todos os diferentes públicos.

Um exemplo recente é o Mercado livre, em parceria com Mercado Bitcoin da empresa 2TM
e a Paxos, plataforma de infraestrutura de blockchain, passaram a negociar ativos digitais
(compra, venda e custódia), por meio de contas digitais. O COO do Mercado Livre na Argenti-
na citou os quatro principais países com o maior índice de adoção do Bitcoin sendo o Brasil
um deles, e que após lançar a possibilidade de compra de Bitcoins pela plataforma o Brasil
incorporou em um período de 3 meses cerca de 1 milhão de novos usuários.

Com isso observamos os países da América Latina utilizando meios para se protegerem da
crescente inflação e da tentativa de controle do sistema financeiro de seus países.

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Revolução Tecnológica

Na exposição do painel referente ao Valor do Bitcoin, foi mostrada a curva S de adoção das
tecnologias, que mostra como as pessoas aderiram aos diversos desenvolvimentos presen-
ciados pela humanidade tendo como exemplo os veículos automotores e a internet. Utili-
zando o exemplo da internet podemos analisar o relatório da equipe de estratégia de inves-
timento global da gigante multinacional de serviços financeiros Wells Fargo onde cujo tema
em pesquisa seria o momento para investimentos em bitcoin.

A equipe explica que os ganhos anualizados acima dos 200% desde a primeira transação po-
dem levar grande parte dos investidores a pensar que o momento de entrada pode ser tardio,
no entanto o banco não concorda. No relatório reforçam a similaridade à internet em sua
fase de aquecimento nos anos 90 e reforçam que “a fase de adoção inicial poderá ter o seu
fim em breve com a chegada de um ponto de inflexão de hiper-adoção”.

Dessa forma, a equipe acredita que a taxa de adoção poderá ser ainda mais rápida baseada
no fato de que “cada nova invenção digital acompanha a infraestrutura digital já existente”,
a exemplo do aumento da internet mais acentuado com a chegada dos smartphones.

Curva S Tecnologia. Fonte: Wells Fargo

“Esperamos que as criptomoedas eventualmente sigam um caminho de adoção acelerada


semelhante às recentes invenções digitais”, cita o documento.

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Histórico do uso da internet versus usuários de


criptomoedas. Fonte: Wells Fargo.

Dessa maneira, permanecendo os índices de adoção estima-se que em 2029 cerca de 90%
das casas americanas utilizem o Bitcoin. O assunto também incorporou o futuro da Lighting
Network, com a adesão de novos tokens nos canais de pagamentos e mineração, o que pode
resultar em um movimento de aumento do interesse ocasionado pelo aumento da flexibi-
lidade da rede.

Novos adeptos

A Robinhood, anunciou por meio de uma das suas diretoras, Aparna Chennapragada, o lança-
mento da Wallet para mais de 2 milhões de clientes que estavam na lista de espera, e mani-
festou o interesse em integrar o seu serviço a Lightning Network criando a possibilidade de
trocas de forma rápida e barata.

Futuro Próspero

Michael Saylor, um dos mais aguardados no evento discursou junto à Cathie Wood, citando
as questões políticas e regulatórias, como os governos estão dando abertura para a cripto-
moeda e sobre o futuro próspero do ativo.

Ricardo Salinas, o terceiro homem mais rico do México aproveitou a sua fala para demons-
trar sua indignação com o sistema fiduciário, comparando a uma fraude aonde as pessoas
não conseguem manter valor na moeda com os mais carentes de patrimônio sofrendo o
maior efeito pelo fato de não possuírem bens ou ações, “o sistema fiduciário só favorece os
que estão no topo” (efeito Cantillon).

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Liberdade

Ativistas da Nigéria, Coreia do Norte e Palestina, apresentaram razões de como o Bitcoin


pode ser utilizado para livrar as pessoas de crises humanitárias e guerras, citaram ainda a
facilidade que o dinheiro fiduciário financia guerras e como a inflação destrói uma nação,
dessa forma o Bitcoin se torna um dinheiro livre de qualquer governo.

Usabilidade do Bitcoin

Jack Mallers, também bastante aguardado no evento, apresentou a sua parceria com a Shopi-
fy com o foco na usabilidade do Bitcoin com a Wallet Strike. Com isso, vários comerciantes
dos EUA poderão aceitar Bitcoin como pagamento por seus produtos e serviços através da
Lightning Network.

BITCOIN E SUA RELAÇÃO COM GOVERNOS

Assim como El Salvador, Prospera, cidade-estado liberal de Honduras e a região autónoma


de Portugal, Ilha da Madeira, pretendem tornar o Bitcoin em moeda legal segundo Samson
Mow, desenvolvedor canadense de videogames, CEO e fundador da empresa de desenvolvi-
mento de jogos Pixelmatic e atual CSO da Blockstream.

O especialista em criptomoedas hoje ajuda na construção da Bitcoin City em El Salvador e


já levantou fundos de cerca de US$21 milhões de dólares para que uma de suas empresas,
a JAN3, criada para auxiliar no processo de aceleração de adoção do Bitcoin, coopere na
cons-trução do estabelecimento que utilizará energia geotérmica de vulcões próximos para
alimentar a mineração do Bitcoin assim como a estrutura da cidade. Além disso, a cidade
de Prospera teria o ímpeto de se tornar um solo jurisdicional para a emissão de tokens e
equities dentro da Liquid Network. Dessa forma, a região irá zerar impostos de ganho sobre
capital para atrair novas empresas e aumentar a emissão de bitcoins na região.

O México também entra no radar candidato a adoção do Bitcoin como moeda de curso legal,
após a senadora Indira Kempis Martínez revelar que está em conversas com o Presidente
Andrés Manuel López Obrador, tendo em vista a conturbada situação financeira que vive o
país e com a desbancarização de cerca de 67 milhões de cidadãos, com isso essas pessoas
seriam incluídas financeiramente no país.

Panamá

O plenário da Assembleia Legislativa do Panamá aprovou no dia 28 de abril de 2022 um pro-


jeto de lei que regulamenta o uso de criptomoedas no país da América Central.

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Consoante ao informado pela Assem-


bleia, “a lei regula a negociação e uso
de criptoativos, a emissão de valor di-
gital, tokenização de metais preciosos
e outros ativos, sistemas de pagamen-
to e outras disposições”.

Para esclarecer, o texto original, apre-


sentado pelo deputado Gabriel Silva,
foi modificado, conforme tuitou Silva
na quinta-feira , sem especificar o que
foi alterado.

Segundo Silva, o projeto de lei visa “dar


estabilidade legal aos criptoativos no
Panamá e desenvolver a indústria de
criptomoedas no país para atrair mais
investimentos e gerar mais empregos”.
Ele acrescentou que também parece
Aprovação da Lei que regula comercialização que a tecnologia blockchain seja a-
de Bitcoins no Panamá. Fonte: Twitter. dotada pelo governo panamenho “para
aumentar a transparência e a eficiên-
cia nos procedimentos”.

Após ter ciência da aprovação, Silva


disse em seu Twitter: “Isso ajudará o
Panamá a se tornar um centro de ino-
vação e tecnologia na América Latina.
Obrigado a todos que ajudaram. Isso
ajudará a criar empregos e inclusão fi-
nanceira.”

Assim, depois da conclusão do proces-


so legislativo, a lei será encaminhada
“Para mim, pode ser melhorado”, observou ao presidente panamenho Laurentino
Gabriel Silva em seu tweet.
Cortizo que pode vetar ou assinar a lei.

República Centro-Africana

A República Centro-Africana é o segundo país a adotar o Bitcoin como moeda oficial, da


mesma forma do Franco CFA Central e legalizou a utilização de criptomoedas.

Destacamos a publicação do gabinete presidencial por meio do presidente da pasta Obed


Namsio onde ele reconhece a adoção como um marco para a recuperação econômica do

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país. Vale lembrar que estamos observando a movimentação de vários países que foram for-
temente atingidos pelo poder da inflação e que recorrem a uma saída para evitar uma pior
crise econômica.

Dessa forma, o fator em comum entre os países é a busca por uma alternativa que está no
Bitcoin, o que reforça ainda mais a tese de que o ativo ao longo do tempo dá respostas po-
sitivas acerca do tema. “Com esta decisão histórica, a recuperação econômica e o plano de
consolidação da paz entram em uma nova era, e o Executivo demonstra consistência em
aplicar os objetivos de alcançar um crescimento forte e inclusivo para o benefício do de-
senvolvimento e do desempenho econômico, gerando prosperidade para nossos cidadãos”,
consta no comunicado.

Brasil

O Brasil avançou em direção à regulamentação do mercado cripto. Nesse sentido, o Senado


Federal aprovou no dia 26 de abril de 2022, o Projeto de Lei que determinará a criação de re-
gras específicas para o mercado nacional de criptomoedas. Sendo assim, o texto aprovado
trará regras para a “prestação de serviços de ativos virtuais” e regulamentará o funciona-
mento das empresas prestadoras.

Sob a alegação de que o mercado cresceu nos últimos anos de forma acelerada e sob o con-
texto do mau uso dos valores digitais em financiamentos de crimes de lavagem de dinheiro
e da ausência de regulamentação, o texto prevê que o funcionamento do mercado em âmbi-
to nacional se dará por meio de autorização prévia por “entidade ou órgão da Administração
Pública Federal indicado pelo Poder Executivo”.

A prestação de serviço de ativos virtuais terá que seguir algumas regras conforme o art 4° da
PL, tais como a obrigação de controlar e manter de forma segregada os recursos dos clientes.
Além disso, terá que adotar boas práticas de governança, transparência nas operações e
abordagem baseada em riscos; segurança da informação e proteção de dados pessoais; pro-
teção e defesa de consumidores e usuários; proteção à poupança popular; solidez e eficiência
das operações.

Sendo assim, esse projeto caminha para a Câmara dos Deputados e caso seja aprovado,
seguirá para a mesa do Presidente da República para sanção ou veto. Vale ressaltar que o
Projeto de Lei não contempla o mercado das NFT’s (Non Fungible Tokens), que será regula-
mentado posteriormente pelo Executivo.

Por fim, apesar do Brasil ainda não possuir muito bem uma clareza sobre os benefícios das
criptomoedas e os fundamentos que as tornam ativos totalmente sustentáveis, ao longo do
tempo percebemos um esforço em âmbito nacional para que exista o mercado e a atividade
econômica envolvendo as criptomoedas.

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Vale lembrar que o Brasil possui uma atividade econômica bem ativa e um mercado muito
valioso nos setores primários e secundários da economia. Assim a possibilidade de adicio-
nar as criptomoedas e as tecnologias por trás dos ativos e fazer um bom uso no mercado
existe, porém temos que ter um melhor entendimento sobre como as tecnologias de block-
chains, web 3.0, p2p e outras inseridas na criptografia podem auxiliar ou até executar no
funcionamento dos serviços essenciais para a sociedade.

COMO A ENTRADA DAS GRANDES INSTITUIÇÕES


AUXILIARÃO NA CIRCULAÇÃO DAS CRIPTOMOEDAS?

O Bitcoin vem ganhando cada vez mais espaço e apoio de entusiastas da economia digital
e descentralizada. Se voltarmos no tempo indo ao início da trajetória do Bitcoin, vamos nos
deparar com a desconfiança de que a criptomoeda promove ganhos financeiros rápidos e
fáceis, alguns comparando-o com uma bolha financeira e o qualificando com um grande
sistema de pirâmide financeira. Isso afastava-o do interesse de grandes instituições, bancos
renomados e grandes investidores.

No entanto, graças ao aumento de sua popularidade, junto a capacidade do BTC em entregar


resultados efetivos como um ativo especulativo e a cada vez mais promovendo soluções
tecnológicas para sistemas financeiros, as Criptomoedas saíram da janela do anonimato e
hoje pode-se negociar em grandes exchanges ao redor do planeta.

Com essa evolução do sentimento de adoção ao longo dos anos podemos observar a entrada
dos grandes players do mercado global como exemplo o PayPal, o banco de investimentos
J.P Morgan, a entrada da Square empresa do antigo proprietário do Twitter entre outras gi-
gantes que optaram de forma estratégica pela inclusão do Bitcoin na composição dos seus
ativos constituintes.

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Posição em BTC das grandes empresas. Fonte: Bitcoin Treasuries

Holofotes

Devido à inovação pela prática da tecnologia blockchain, onde as pessoas e instituições po-
dem realizar transações sem a autorização do governo e bancos, o Bitcoin passou a chamar
atenção do mercado financeiro, como uma nova forma monetária para todo o mundo.

Hoje, após 13 anos de sua criação, o Bitcoin continua apresentando-se como uma alternativa
viável, prática e mais transparente ao sistema financeiro tradicional.

Além disso, cabe ressaltar que sua valorização de mais de 2700% nos últimos 5 anos, cha-
mou a atenção de grandes players do mercado, visto que o retorno sobre o investimento (ROI)
ultrapassa em mais de 1600% se comparado ao ouro e os principais metais para o período .

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Valorização do Bitcoin nos últimos 5 anos. Fonte: Tradingview.

Retorno sobre o investimento (ROI), Bitcoin versus Metais. Fonte: Finbold.

Diante de tantos fatos gerados e sustentados de forma sólida, podemos observar a entrada
das instituições cada vez mais investindo no ativo. Dentre as razões já apresentadas, outros
pontos são bastante relevantes e precisam ser destacados:

• Expectativa de inflação
• Depreciação de moedas fiduciárias
• Reserva de valor alternativa ao ouro
• Maior praticidade em transações internacionais
• Não perder o capital de investidores arrojados

Frente aos fatos apresentados, nota-se claramente que o Bitcoin já deixou de ser uma aposta
ou algo semelhante a jogos de azar e agora compõe a tomada de decisão dos grandes atores
que impulsionam a adoção massiva do bitcoin e das altcoins no sentido de proteger seu
capital contra a inflação, diversificar os balanços corporativos e o anseio por uma economia
digital e descentralizada

Nessa linha, com a crescente adesão de bancos e outras instituições ao ecossistema dos
criptoativos, o mercado cripto torna-se cada vez mais especializado, o que facilita e permite
o acesso das pessoas para que também possam ter no Bitcoin e nas criptomoedas, uma al-
ternativa de proteção ao patrimônio e ao seu poder de compra.

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BARREIRAS AMBIENTAIS

Ao longo dos anos percebemos em discussões recorrentes sobre as criptomoedas a pre-


ocupação por parte dos grandes investidores, de algumas organizações e influenciadores, a
preocupação com a relação Bitcoin/Meio Ambiente.

Observa-se então a movimentação de grandes empresas que possuem o interesse na solução


para este elo da corrente. Com isso, a atividade se torna ainda mais interessante com abertu-
ra do leque com um viés de sustentabilidade que envolve a atividade da mineração, a criação
de vagas de emprego, a preservação do meio ambiente e uma economia compartilhada.

O Bitcoin é mesmo um vilão do meio ambiente?

É possível ver o Bitcoin como “salvador da pátria” e ao mesmo tempo um grande destruidor
do meio ambiente? A conclusão não é tão simples como parece ser. Em meio a muitas dis-
cussões calorosas sobre as preocupações relacionadas ao meio ambiente, vemos opiniões
bastante definidas de um grupo que é pró e outro contra à mineração do Bitcoin e outras
criptomoedas.

Um exemplo que ficou bem famoso foi a Tesla, de Elon Musk, que suspendeu as compras
de seus veículos com Bitcoin sob a alegação do consumo de combustíveis fósseis para a
mineração e as transações de Bitcoin destacando a utilização do carvão que possui as pi-
ores emissões. O CEO da Tesla, ainda emitiu uma declaração em seu twitter dizendo que as
criptomoedas são uma boa ideia, mas que isso não pode ter um grande custo para o meio
ambiente.

Destacamos que apesar da suspensão, Musk afirmou naquela época que não venderia ne-
nhuma parcela dos bitcoins. Sendo assim, a Tesla anunciou em abril de 2021 os lucros da
empresa em seu registro anual à SEC (CVM americana) de aproximadamente US$ 438 mi-
lhões,o que registrou um ganho de US$ 16 milhões comparados ao ano de 2020, resultado
impulsionado pela valorização da sua posição em Bitcoins e também créditos ambientais.

Nessa mesma linha, o cofundador da Microsoft, Bill Gates, e a secretária do Tesouro dos EUA,
Janet Yellen, manifestaram sua oposição à mineração, também no sentido de preocupar-se
com a questão ambiental. E assim, debates e mais debates ocorrem diariamente ao redor do
planeta em prol e contra à mineração das criptomoedas.

Em primeiro lugar, vamos voltar um pouco à história da mineração. As primeiras fazendas


de mineração realmente lesavam de forma agressiva o meio ambiente, devido ao consumo
elevado de energia e ainda a falta de controle e fiscalização. Nessa linha, estimava-se que a
média de consumo chegava a aproximadamente 121 terawatts-hora.

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Para um melhor entendimento, destacamos que 1 terawatt equivale a 1 bilhão de quilowatts,


o que poderia ser comparado ao consumo de energia de pequenos países, como a Malásia
ou Suécia. Além disso, somente um pequeno grupo de mineradores, aproximadamente 39%,
utilizavam algum tipo de energia renovável. A grande parte utilizava combustíveis fósseis
por serem mais baratos, porém mais poluentes.

Diante deste cenário e com base somente nessas informações, pode-se concluir que o meio
ambiente foi atingido de forma negativa por este meio de produção: a mineração. Porém, a
história da mineração não acaba aqui. Seguiremos para o outro lado da mesma moeda. Mas
antes de falar um pouco mais sobre o cenário atual da mineração cripto, vamos contrapor a
opinião de que o bitcoin é o grande devastador do meio ambiente, apresentando alguns ou-
tros exemplos de emissão de gases muito nocivos ao meio ambiente.

Para iniciar, encontramos um estudo liderado por Evan Mills, cientista sênior do Laboratório
Nacional Lawrence Berkeley, realizado em 2018, que analisou a demanda de energia para
utilização de videogames nos EUA. O relatório identificou que o aumento da capacidade e-
nergética dos aparelhos ocasiona um elevado consumo de energia.

Além disso as melhorias em televisões e monitores, o avanço do número de usuários e os


padrões da indústria de videogames podem trazer grande impacto ao meio ambiente de for-
ma direta e indireta, não somente pelo consumo de energia, mas também pela quantidade
de produtos obsoletos que são descartados em larga escala.

Outro dado importante e preocupante, que segue a mesma linha é a utilização de platafor-
mas de jogos por streaming, visto que são consideradas a pior opção em termos de gastos
com energia. Por fim, outro exemplo, segundo o estudo, a transição de jogos em 1080mp para
4K pode aumentar o consumo de um PC em até 64%.

Em conclusão, o estudo apontou que o


“consumo energético de videogames é
subestimado”, visto que não há dados
que apontem o real gasto energético
por esse setor.

Nessa mesma linha do estudo, outra grande empresa especializada em blockchain e moedas
digitais, a Galaxy Digital, apresentou um relatório que relata a utilização da energia elétrica
no sistema bancário tradicional consomem mais energia que o gasto do Bitcoin.

Importante ressaltar que enquanto os dados de consumo energético de mineradores e block-


chains são de fácil acesso, por outro lado, os bancos e instituições financeiras não apre-
sentam tais dados de forma acessível. Assim, segundo o relatório, o consumo estimado é de
263,72 TWh, globalmente.

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Paralelo a isso, vem a indústria do ouro.


O estudo utilizou os dados estimados
por meio do relatório “Ouro e mudanças
climáticas: impactos reais e futuros’’.
Assim, conforme o levantamento de
dados do estudo, a indústria de mine-
ração do ouro utiliza aproximadamente
240,61TWh por ano.

Poderíamos falar sobre inúmeros e-


xemplos de poluidores que causam
maiores danos ao meio ambiente. Mas
por hora, estes são os mais relevantes.

Felizmente, várias pessoas interessa-


das tanto na tecnologia da blockchain
quanto na proteção do meio ambiente
estão trabalhando para encontrar ma- Relatório Galaxy Digital Research, Ouro e
mudanças climáticas: impactos reais e futuros.
neiras de reduzir o desgaste ambiental
Fonte: Galaxy Digital
da mineração de criptomoedas.

Face às nossas pesquisas, encontramos uma matéria que fala sobre um grupo da comuni-
dade fintech eco consciente que criou o primeiro grupo descentralizado que tem por missão
colaborar para tornar a mineração de criptomoedas sustentável.

Dessa forma, o fundador e CEO da Miners DeFi, Juniot Theomou disse: “Criamos o coletivo
para mostrar ao mundo que a mineração criptográfica sustentável é possível. Em vez de
criticar a metodologia utilizada na mineração, temos como missão criar soluções que ala-
vanquem práticas ecologicamente corretas. Nosso foco é criar um movimento e um futuro
mais brilhante para as criptomoedas, além de permitir que os detentores se beneficiem do
poder da mineração sustentável.”

Dessa forma, esse grupo fez par-


ceria com a Cyberian Mine, uma
empresa alemã com uma sub-
sidiária russa que administra e
mantém plataformas de miner-
ação de criptomoedas 100% hi-
drelétricas na Sibéria, nas barra-
gens no rio Angara.

Assim, utilizando o clima frio da Sibéria conseguiram perceber a redução significativa dos
custos de resfriamento para suas operações de mineração de Bitcoin, aliada, ainda, à eletri-

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cidade barata e livre de combustíveis fósseis. Além disso, a empresa fornece dados em tem-
po real das estatísticas de mineração para os detentores e potenciais detentores.

Por fim, podemos concluir que há muita coisa a ser esclarecida a respeito dos reais vilões
que devastam o meio ambiente. A mudança climática e de todo ecossistema é sentido por
todo planeta, o que faz com que a cada dia mais estudiosos, cientistas e inclusive a indústria
em todo o planeta busque meios de continuar com a produção de bens e consumo de forma
sustentável e 100% ecológica. E, ao contrário do que possa parecer, as atividades de mine-
ração avançam na busca do equilíbrio com o meio ambiente.

Por fim, empresas e grupos de pessoas como a Cyberian e Miners DeFi estão ajudando a a-
linhar os interesses dos entusiastas das criptomoedas e dos ambientalistas. Uma parceria
entre Tesla, Blockstream e Block está possibilitando a construção de uma mineradora de
Bitcoin totalmente sustentada por energia solar, no estado norte-americano do Texas.

Dessa forma, o projeto-piloto terá como investimento inicial de US$ 12 milhões e será dividi-
do entre a Blockstream e a Block. O projeto utilizará painéis solares de 3,8 megawatts (MW) e
uma bateria de 12 megawatts-hora (MWh), com a meta de gerar 30 penta hashes por segun-
do de energia de mineração. Nesse sentido, a bateria será usada para realizar a mineração
de criptomoeda durante a noite e em momentos de variação da luz solar ao longo do dia.

A operação de mine-
ração cripto contará com
um painel da Tesla que
mostrará métricas finan-
ceiras, informações so-
bre a capacidade de min-
eração e quantos bitcoins
estão sendo minerados
em tempo real. O objetivo
deste painel é subsidiar
informações relevantes
sobre a mineração fora da
rede (off-grid), mostran-
do se a atividade pode
financiar a expansão da

Parceria mineração fotovoltaica Tesla,


energia solar e a mine-
Blockstream e Block. Fonte: Twitter. ração sustentável.

“Quando as pessoas publicam apenas relatórios de analistas, artigos, postagens em blogs


e dados, todos ficam desconfiados. Mas se publicarmos os dados brutos, as informações fi-
nanceiras brutas, acho que isso fala por si”, disse Adam Back, da Blockstream. Além disso,
o CEO da Blockstream enfatiza: “Esta é uma etapa para comprovar nossa tese de que a mi-

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neração de bitcoin pode usar infraestrutura energética com emissão zero de carbono e gerar
crescimento econômico para o futuro”.

Com essa iniciativa destas grandes instituições, o mercado de criptomoedas terá mais um
bom exemplo de como as energias renováveis podem ser uma ótima opção em defesa do
meio ambiente e que as criptomoedas podem colaborar positivamente para proteção ambi-
ental. A previsão é que a obra fique pronta até o final deste ano.

Nesse mesmo sentido, vemos também pessoas influentes e importantes autoridades que
antes eram contrárias à mineração enfatizarem a sua importância no sentido de estimular
o desenvolvimento de tecnologias que podem ainda serem utilizadas em outros setores da
sociedade.

“Toda evolução tecnológica causa um impacto quando comparado ao que já existia…”.

CONCLUSÃO DA ANÁLISE FUNDAMENTALISTA


E DE SENTIMENTO

Ao analisar todos os dados apresentados e o comportamento do mercado atual, observamos


um forte movimento ocorrendo para a manutenção do poder de compra e das reservas de
valores do mundo, tendo em vista a grande preocupação do mercado com os níveis de in-
flação das moedas fiduciárias e em gerar proteção contra crises.

Nos dias atuais, o mercado se atenta muito ao termo “Reserva de Valor” para ativos, o que
gera um maior interesse pelo fato de possuírem características positivas que geram um
maior nível de confiança neste universo:

1. Preservação do valor ao longo do tempo;


2. Escassez;

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3. Liquidez:
4. Preservação do valor ao longo do tempo.

O Bitcoin vem ao longo dos anos mostrando que atende a todas as características exigidas
pelo mercado e isso desperta o interesse dos investidores e instituições que projetam au-
mento de valor e patrimônio de seus negócios. A cada ano podemos observar a atração de
grandes investidores para as criptomoedas de forma exponencial e como em todo momen-
to de reorganização econômica é natural que haja também fases para o reconhecimento do
mercado.

Esses investidores precisam mapear o terreno, aplicar alguns testes, fazer o checklist exigi-
do dentro dos parâmetros de ativos constituintes do portfólio, avaliar a viabilidade dos pro-
jetos dentro de estudos minuciosos técnicos e fundamentais, para poder aplicar o famoso
“all in” ou seja tornar aquele ativo uma composição efetiva da sua carteira. Com isso o mo-
mento certamente está otimista e em progresso, com um grande esforço das grandes figu-
ras do mercado que envolve mão de obra, custos operacionais, regulamentações e projetos
voltados para a usabilidade do Bitcoin comercialmente e de forma global.

Neste sentido, com a aplicação desses esforços, os responsáveis pelo planejamento, e e-


xecução econômica exploram uma nova atividade comercial resultando em mais acervo
tecnológico, aumento da oferta pelo mercado de trabalho, atração de investidores interessa-
dos em soluções tecnológicas e com isso inevitavelmente a economia é novamente aque-
cida. Dessa forma, hoje pode-se afirmar que o Bitcoin elevou o seu patamar em todos esses
anos e segue o seu caminho para se tornar a grande reserva de valor, moeda comercial an-
ti-inflacionária com credibilidade, sustentação e confiança dando poder de compra e pro-
teção a todos.

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ANÁLISE ON-CHAIN
Ainda no começo do mês de abril o Bitcoin atingiu a importante marca de 19 milhões de u-
nidades mineradas, restando assim pouco mais de 10% do total para entrar em circulação de
forma gradual até o ano de 2.140. Este é um importante lembrete de quão escassa cada moe-
da é no modelo de emissão do Bitcoin, tema abordado em nossa última edição do telescópio
cripto, despertando o interesse dos mais variados participantes do mercado, especialmente
em época de elevada inflação ao redor do mundo.

Dessa forma, a presença de investidores institucionais têm ganhado novos capítulos recen-
temente, à medida que “velhos conhecidos” tem dado continuidade no processo de acumu-
lação, assim como novos participantes têm iniciado movimentos importantes, passando a
surgir e ganhar destaque até mesmo uma nova classe de institucionais, dessa vez nativos
do mundo cripto.

LUNA FOUNDATION GUARD (LFG)

Começando por essa “nova classe”, a Luna Foundation Guard (LFG) foi um dos principais
compradores de Bitcoin recentemente, buscando construir uma reserva robusta para las-
trear sua Stablecoin algorítmica UST.

A LFG se define como uma organização sem fins lucrativos estabelecida em Cingapura, de-
dicada a fornecer soberania econômica, segurança e sustentabilidade para protocolos des-
centralizados. Foram eles os responsáveis pelo desenvolvimento da blockchain Terra, uma
plataforma de Smart Contracts bastante popular pelo seu token nativo LUNA, seguida da
Stablecoin algorítmica de maior destaque no mercado, a UST.

Fonte: Glassnode

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Desde o dia 27 de janeiro, quando foi reportada a primeira aquisição de Bitcoins, ao todo
já são mais de 42.500 Bitcoins “encarteirados” pela organização, o equivalente a mais de
0,2% de toda a oferta circulante. Considerando o preço de cada unidade a aproximadamente
US$40.000, o valor representa 1,7 bilhões de dólares.

PRODUTOS DE INVESTIMENTO (ETPS E ETFS)

As principais gestoras de ativos do mundo também têm demonstrado cada vez mais in-
teresse no lançamento de fundos e produtos de negociação voltados ao mercado de cripto-
moedas. Os famosos ETFs e ETPs começam a ser aprovados e listados para negociação em
diversos países ao redor do mundo.

Brasil, Canadá e Suíça, que já contavam com opções aprovadas pelo órgão regulador res-
ponsável, seguem observando o lançamento de cada vez mais opções para o investidor,
incluindo outras criptomoedas além do Bitcoin e mais recentemente também os ETPs com
compensação de pegadas de carbono na Six Swiss Exchange.

Fonte: Cointelegraph

O objetivo, além de reduzir os impactos ambientais relacionados à mineração, onde ainda


existe muita desinformação, é permitir que investidores institucionais que precisam cum-
prir critérios ESG na alocação de ativos possam se expor às criptomoedas. Durante o mês de
abril também foram aprovados os primeiros ETFs na Austrália, que serão lastreados 100%
por Bitcoin Spot, um deles diretamente custodiando os ativos enquanto o outro oferece ex-
posição indireta através do ETF Purpose, do Canadá.

Fonte: Cointelegraph

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Já na Suíça, a gestora local 21Shares está lançando um novo ETP híbrido, que conta com
Bitcoin e ouro em sua composição, em um produto que busca como finalidade proteger o in-
vestidor contra a inflação.

Fonte: Cointelegraph

Embora leve pouco mais de 80% do metal precioso em sua composição total, o produto pode
ajudar a reduzir a volatilidade característica da exposição ao Bitcoin, frequente preocupação
de investidores tradicionais, ao mesmo tempo que conta com a mais longeva reserva de va-
lor conhecida.

BITCOINS DISPONÍVEIS EM EXCHANGE

Todos esses produtos de investimento, que tem lastro completo ou levam em sua composição
uma parcela de Bitcoins, têm pressionado a demanda no mercado Spot (à vista) de forma
bastante significativa. Através de dados on-chain é possível verificar que a quantidade de
Bitcoins disponíveis para negociação nas principais corretoras do mercado tem tido forte
queda, atingindo a sua menor leitura desde meados de agosto de 2018.

Fonte: Glassnode

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O ritmo de saques ao longo do mês de abril se aproximou dos 100 mil Bitcoins, sinalizan-
do que uma forte acumulação está em andamento. Volumes de saque nesse ritmo e inten-
sidade são bastante incomuns, tendo acontecido apenas algumas poucas vezes ao longo da
história.

Fonte: Glassnode

Dessa forma o Bitcoin viu a dinâmica de crescimento dos depósitos nas exchanges mudar
de característica a partir do grande crash do início da pandemia, se tornando cada vez mais
escasso para negociação desde então.

MINERADORES

Já os mineradores de Bitcoin, cada vez mais “institucionalizados” conforme abrem capi-


tal em bolsa, estão recorrendo ao financiamento para expandir suas operações, conforme
relatório da Bitcoin Magazine PRO. Com isso, a estimativa de hashrate para o final de 2022
dos principais mineradores é de forte crescimento, com projeções que chegam a mais do
que triplicar, em uma disputa que tende a se tornar cada vez mais acirrada.

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Fonte: Bitcoin Magazine

É justamente através do financiamento que estes mineradores têm conseguido se manter,


além de planejarem acelerar o crescimento da força computacional, sem se desfazer das
suas reservas de Bitcoin. Conforme mostra a tabela abaixo, o total de Bitcoins detido por es-
ses mineradores continua crescendo ao longo de 2022, registrando um aumento superior
aos 25% desde o report de dezembro.

Fonte: Bitcoin Magazine

Dessa forma, boa parte dos novos Bitcoins gerados por esses mineradores, que já se aproxi-
mam de 20% de toda a força computacional empregada na rede, tem permanecido encartei-
rados e não chegaram ao mercado.

EMPRESAS LISTADAS EM BOLSA

Até a publicação desta edição do Telescópio Cripto, nenhuma das principais empresas lista-
das em bolsa que relataram possuir alguma quantia de Bitcoin em tesouraria anunciaram
venda de suas reservas.

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A fabricante de carros Tesla tem mantido sua posição em Bitcoin inalterada ao longo do últi-
mo ano, o equivalente a 1.26 bilhões de dólares na data de divulgação do seu último balanço.
O bilionário Elon Musk, CEO da empresa, disse que não pretende se desfazer da posição.

Fonte: Coindesk

Porém a maior posição em tesouraria segue sendo da MicroStrategy, cujo CEO Michael Say-
lor é ferrenho defensor do Bitcoin (não das criptomoedas). O aporte recentemente ultra-
passou a marca dos 125 mil Bitcoin com as novas compras anunciadas no início do mês, o
equivalente a quase US$ 4 bilhões.

A aquisição foi anunciada através de sua


subsidiária, MacroStrategy, utilizando
parte de sua reserva como garantia para
contrair empréstimo junto ao banco Sil-
vergate, em um movimento considera-
do ousado por Wall Street. Saylor disse:
“Usando o capital obtido através do em-
préstimo, nós podemos efetivamente
transformar nossa reserva de Bitcoins
em um colateral produtivo, que nos per-
mitirá entregar ainda mais em relação à
nossa estratégia de negócios”

A MicroStrategy detém a maior quanti-


dade de Bitcoins, seguida de Tesla, Ma-
rathon Digital Holdings, Square e Bit-
farms. Juntas, as cinco empresas detêm
aproximadamente 1% de todas as uni-
Fonte: Michael Saylor através de seu Twitter dades em circulação.

ACUMULAÇÃO EM CARTEIRAS

O resultado de toda essa acumulação por parte de diferentes participantes de mercado, com
cada vez mais sinais da chegada de institucionais, aparece em dados on-chain como o núme-
ro de endereços “acumuladores”. Essa métrica representa a quantidade de moedas que estão

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em carteiras que receberam mais de um depósito, mas sem nenhum histórico de gastos,
excluindo ainda endereços de exchanges e mineradores.

Fonte: Glassnode

O saldo acumulado nessas carteiras tem aumentado mesmo com a desalavancagem que
acompanhou a recente queda nas cotações, em um ritmo de aproximadamente 1.800 Bit-
coins por dia, representando o dobro do valor que é atualmente minerado. Vale a pena res-
saltar também que a atual leitura é a maior em vários anos, mostrando que essa dinâmica
está persistindo em uma tendência de mais longo prazo, não representando um movimen-
to esporádico.

GRANDES INVESTIDORES

Através dos dados on-chain também podemos observar que o saldo de Bitcoins sendo en-
carteirados por grandes investidores têm acelerado de forma significativa a partir da recente
queda nas cotações. Essa dinâmica de acumulação se torna especialmente evidente entre
os investidores que possuem carteiras com saldo superior a 1.000 Bitcoins.

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Fonte: Messari

No gráfico é possível notar um grande aumento nas posições na segunda metade de janeiro,
quando o Bitcoin atingiu sua menor cotação do ano, com uma volta do interesse a partir da
queda vista ao longo do mês de abril. No total já são mais de 8 milhões de Bitcoins encartei-
rados por grandes investidores, que tendem a possuir um horizonte de tempo de mais lon-
go prazo e historicamente não costumam se desfazer de suas posições em movimentos de
baixa.

CONCLUSÃO DA ANÁLISE ON-CHAIN

Através de dados on-chain é possível observar que a chegada dos institucionais está crian-
do um forte descompasso entre a demanda pelo Bitcoin e a quantidade de novas moedas
que entram em circulação. Além disso, boa parte dessas novas moedas ficam encarteiradas
pelos principais mineradores, ou saem de circulação das exchanges para endereços que his-
toricamente se apresentam como acumuladores.

Enquanto os principais players do mercado aumentam suas posições em meio à recente


queda nas cotações, o Bitcoin se torna cada vez mais escasso para negociação e mais difícil
de ser minerado.

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ANÁLISE TÉCNICA

ON BALANCE VOLUME

Nesta edição da análise técnica vamos acrescentar aos nossos estudos o indicador OBV (On
Balance Volume), que é um indicador de tendência que pode antecipar uma mudança na
tendência levando em consideração as variações de volume.

Quem desenvolveu essa métrica foi Joseph Granville em 1963 e assim como Charles Dow,
ele acreditava que o volume é uma força muito importante nos mercados e com a criação do
OBV acreditava que poderia confirmar a tendência e antecipar as reversões do preço levan-
do em conta a mudança do volume. Antes de aplicar esse indicador no gráfico do Bitcoin,
vamos entender como ele é calculado:

O cálculo vai depender do fechamento do dia: se o ativo fechou com o preço acima
do dia anterior, é necessário somar o volume do dia com o OBV acumulado.

OBV= OBV anterior + Volume do dia;

Se o ativo fechou o dia com um preço menor do que o dia anterior, é


necessário subtrair o volume do dia do OBV acumulado;

OBV= OBV anterior - Volume do dia;

Já se o ativo manteve o preço, o OBV continua o mesmo.

Para interpretarmos bem o OBV temos que levar em consideração a forma de operar dos
investidores institucionais e dos pequenos investidores. Quando os grandes investidores
começam a comprar, conhecidos no mercado cripto como baleias, geralmente os pequenos
investidores conhecidos como sardinhas estão vendendo e nesse cenário, o volume pode
aumentar mesmo que o preço pareça estável.

Quando o volume impulsiona o preço para cima, geralmente é quando as baleias começam a
vender e as sardinhas começam a comprar. O que os traders e analistas experientes procuram
observar é a inclinação da linha OBV, procuramos rastrear o comportamento dos grandes
investidores, observando as divergências entre o volume e o preço para buscar a relação
entre o fluxo dos grandes investidores com os dos pequenos. Exemplo: as baleias podem jo-
gar o preço para cima e, em seguida, vendem depois que as sardinhas entram comprado se
aproveitando dessa liquidez.

Agora que entendemos a dinâmica, vamos aplicar o indicador


do gráfico do Bitcoin visando extrair novas indicações.

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Fonte: TradingView

No gráfico acima, observamos o Bitcoin no semanal. Notem que desde o começo de novem-
bro, o preço e o OBV estão em tendência de baixa, respeitando a LTB marcado com a linha
rosa e existe uma confluência até nos níveis de topo e fundo que estão sinalizados com as
setas amarelas. Sendo que o OBV não chegou a perder seu último fundo e nem o preço. Com
isso, não visualizamos no semanal uma divergência no On balance volume que aponte ma-
nipulação da parte das baleias.

Mas e no gráfico diário?

Fonte: TradingView

Neste segundo gráfico estamos olhando apenas para o movimento do Bitcoin desde o começo
de 2022, sendo que até meados de Abril, o preço respeitava a estrutura de alta sinalizada com
a linha rosa. Sendo que quando o ativo rompeu a LTA, o OBV também acompanhou o movi-

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mento e continua em confluência com o preço, mesmo no curto prazo, protegendo nos últi-
mos suportes. Sendo assim, concluímos que não há até o momento um divergência ou ante-
cipação do OBV que possa sinalizar um rompimento da estrutura de longo prazo ou alguma
indicação de alta, já que o indicador está acompanhando o preço confirmando a tendência.

Para fins de estudos, trouxemos uma divergência que encontramos no passado visando ilus-
trar o conceito de uma forma que possamos juntos daqui em diante, monitorar essa métrica.
No gráfico abaixo, apontamos um divergência que foi muito clara no gráfico mensal, quan-
do o Bitcoin foi pela segunda vez na sua máxima histórica e rompeu a máxima sendo que o
OBV sinalizava divergência de baixa, indicando que as baleias estava jogando o preço para
cima apenas para pegar a liquidez das sardinhas, visando vender enquanto os pequenos in-
vestidores compravam a euforia. Confira no gráfico abaixo:

Fonte: TradingView

Notem que o preço fez um topo um pouco mais alto que o topo anterior enquanto o OBV fazia
uma topo mais baixo que o anterior, indicando que o preço estava subindo sem volume.

Vale lembrar que trouxemos essa divergência no gráfico acima apenas para fins de estudo,
pois essa indicação já aconteceu e esse é um movimento do passado, não podemos usá-lo
no presente.

Conclusão da análise do OBV

No momento o indicador segue acompanhando o preço nos movimentos do gráfico sema-


nal e diário, apontando a continuação da tendência em vigência, sem indicar reversão, nem
divergência que possa antecipar um movimento ou uma armadilha de mercado. Com isso,
é importante continuarmos monitorando essa métrica e caso haja uma mudança, já vamos
saber como lidar e atualizaremos nas próximas edições.

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ATUALIZAÇÕES

Agora vamos atualizar as outras métricas que trouxemos nas edições anteriores.

Quem acompanhou as últimas edições viu que mostramos que o Bitcoin passa por um
cenário de tomada de decisão levando em consideração vários indicadores e teorias, como
por exemplo: Elliot, Wyckoff, teoria de Dow, volume e médias. Mesmo assim, ficou claro que
o preço continua em tendência de alta no longo prazo, mas que essa tendência pode ser re-
vertida se perder zonas importantes e se houver falha no rompimento de resistências.

Sabendo disso, vamos agora olhar para os gráficos com essas métricas e buscar entender se
houveram mudanças e se temos uma indicação de reversão da tendência. Vale lembrar que
na última edição concluímos que o preço estava em uma tendência de alta de longo prazo,
tendência de baixa no médio e até então, estava formando uma tendência de alta no curto
prazo que poderia gerar a reversão da tendência de baixa do médio.

Topos e fundos progressivos

Fonte: TradingView

Notem que a tendência macro de alta não mudou mas tem um ponto que é importante ob-
servarmos mais de perto, confira no gráfico abaixo.

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Fonte: TradingView

No começo de abril apontado no gráfico com a seta azul, o Bitcoin tentou romper o topo ante-
rior (sinalizado no gráfico com a seta vermelha) e houve uma falha nesse rompimento, esse
é um ponto que precisamos ficar atentos e seguir monitorando. O lado positivo é que o preço
não perdeu os fundos anteriores, sinalizado no gráfico com as setas verdes.

Já o volume não teve nenhuma mudança significativa até agora, sabemos que uma mu-
dança de tendência é sinalizada por um pico de volume conforme várias escolas técnicas
apontam. Confira no gráfico abaixo.

Fonte: TradingView

Mas será que a tendência foi substituída por uma oposta, conforme Dow julga
ser uma indicação importante?

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Fonte: TradingView

A tendência macro contínua de alta conforme ilustra o gráfico acima, mas também precis-
amos ficar de olho nessa teoria, principalmente no mês de Maio, pois o preço está, no mo-
mento que esse relatório é escrito, testando a LTA sinalizada com a linha branca, ou seja,
uma confirmação de rompimento ou proteção está cada vez mais perto de acontecer.

Continuando na teoria de Dow, vamos olhar agora as


tendências primárias, secundária e terciárias.

Fonte: TradingView

No gráfico 1, vemos a tendência primária contínua de alta. Já o gráfico 2 é a tendência se-


cundária e essa tendência mudou um pouco da última edição até agora. Na edição anterior,
mencionamos que o preço tinha feito o rompimento dessa tendência de baixa, porém, le-
vando em consideração a rejeição que o Bitcoin fez no começo de abril ao tentar superar os

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$48.000. Entendemos que é necessário reajustar esse canal de baixa e por isso vemos que a
tendência de secundária voltou a ser de baixa.

A tendência terciária (gráfico 3) que na última edição era de alta foi revertida e agora esta-
mos novamente dentro de uma tendência de baixa no curto prazo, no momento que esse
relatório é escrito.

Outra métrica importante que trouxemos nas edições anteriores e que tinha dado indicações
positivas e agora voltou para um viés negativo são as médias móveis,

Na edição anterior o preço do Bitcoin tinha superado essa as médias exponenciais de 9 e 21


períodos no gráfico semanal e agora voltou abaixo desse indicador. O que trás um cenário
pessimista até que sejam superadas novamente.

Confira no gráfico abaixo:

Fonte: TradingView

Agora vamos aprofundar nosso estudo técnico revisitando as teorias de Elliott.

Nas edições anteriores vimos que estamos mais da metade do ciclo de Elliott, sendo iden-
tificamos que a formação em desenvolvimento apontava que o preço está no meio de uma
onda corretiva 4, formando o padrão de correção plana regular conforme defende a teoria
da alternância.

Esse cenário não mudou, ainda existe essa possibilidade, mas neste momento é necessário
mais cautela pois teve um rejeição no começo de abril no rompimento da retração do últi-
mo movimento de baixa que sinalizamos na edição anterior entre $48.000 e $52.000, sendo
que o rompimento desse nível era crucial para ativação da onda impulsiva cinco. Confira no
gráfico abaixo:

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Fonte: TradingView

Por outro lado, mesmo com o preço não ativando a onda cinco, não deu indicações de uma
correção ABC que confirmaria a falha dessa onda cinco, como você pode conferir no gráfico
abaixo:

Fonte: TradingView

Para confirmar uma onda corretiva ABC, até 100 de extensão de Fibonacci entre $23.000 e
$20.000, é necessário que o preço caia abaixo e confirme rompimento do fundo da onda 4
que está sinalizado no gráfico com a linha horizontal branca em $30.263 que tem confluên-
cia com o suporte da extensão de fibo de 0.618 que consideramos ser o último suporte antes
de uma correção mais acentuada da onda corretiva C.

Assim como Elliott, Wyckoff ainda segue em formação e visualizamos a formação dos dois
diagramas, porém cada vez mais ficamos próximo de uma tomada de decisão.

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Notem que a acumulação ainda poderia estar sendo formada e para isso seria importante
que o preço não caísse abaixo da região de SPRING e ST, sinalizadas no gráfico com raios
horizontais verdes.

Fonte: TradingView

Já para confirmar a distribuição precisaríamos ver justamente o oposto: é necessário que


o preço caia abaixo e confirme rompimento da região de AR e SOW, também sinalizada no
gráfico abaixo com raios horizontais verdes.

Fonte: TradingView

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CONCLUSÃO DA ANÁLISE TÉCNICA

Conforme mostramos graficamente nesse relatório, o Bitcoin está em um momento decisivo


para a continuação da tendência de alta do longo prazo. Está testando a LTA de longo prazo
e precisa manter os principais suportes que estão na região dos $32.000, $30.000 e $28.000.

Várias escolas da análise técnica confirmam e indicam esses pontos como regiões impor-
tantíssimas de serem mantidas, e se isso não acontecer, confirmaria a onda corretiva de
ABC segundo a teoria de Elliott que poderia levar o preço entre $23.000, $20.000 e até $18.000
nos próximos meses e com isso, veremos o inverno Cripto.

Porém isso ainda não está confirmado, afinal, o diagrama de acumulação e distribuição não
confirmaram um padrão pois os dois seguem em formação. O Volume ainda não deu indi-
cações de agressão para o lado oposto e continua na média e em paralelo, o OBV não apontou
uma divergência que indique que as baleias estão fazendo com que as sardinhas comprem
a euforia, enquanto elas desfazem as suas posições.

Nesse mês de Maio, o preço deve dar passos importantes para uma tomada de decisão quan-
to à continuação da tendência de alta de longo prazo ou se o Bitcoin vai entrar em um Bear
Market.

Seguimos ligados nessas métricas e nas próximas edições traremos novos conceitos.

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CONCLUSÃO
Este foi um mês com grandes notícias para o Bitcoin. Como pudemos ver, a adoção está em
crescimento e os institucionais ganham mais confiança a cada dia nos ativos digitais. Aos
poucos, cada player do mercado vai se acomodando em nossa nave e se preparando para
a decolagem. A análise on-chain mostrou um cenário em que a cada dia a nova se mostra
mais preparada para a partida.

Mas como pudemos ver na parte técnica de nosso relatório, no curto prazo algumas insta-
bilidades podem vir e o preço do principal ativo do mercado pode sofrer revezes. Explorar o
universo das criptomoedas ainda é uma jornada de um longo caminho pelo novo e disrup-
tivo. Alguns imprevistos irão acontecer…

Agora é hora de mais uma pausa em nosso Telescópio. Estaremos atentos para acompanhar
a movimentação do mercado e assim atualizar o panorama no próximo relatório.

Até lá!

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AUTORES
Bruno Prazeres Fabrício Santos
Analista Técnico Analista de Conteúdo

Jean Pierre Matheus Parizotto


Analista Técnico Analista de Mercado e
Portfolio Manager

DISCLAIMER
O conteúdo deste relatório reflete exclusivamente a opinião pessoal dos autores que o sub-
screvem, de maneira independente e sem nenhum direcionamento ou imposição sobre as
conclusões apresentadas.

Este relatório tem mero caráter informativo e educacional, não servindo de recomendação
de compra ou venda para nenhum ativo.

As informações utilizadas na confecção deste relatório são públicas. Não se oferece nenhu-
ma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confia-
bilidade ou exatidão dessas informações.

Os desempenhos anteriores apresentados por criptoativos não podem ser considerados


como garantia de retorno futuro.

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