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Unidade: Conceitos de

Canteiro e de Locação de
Unidade I:
Obras

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Unidade: Conceitos de Canteiro e de Locação de Obras

1 – Canteiro de Obras
1.1 - Definição
O canteiro de obras pode ser definido como:
-a “área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações
de apoio e execução de uma obra” (NR-18)
-o conjunto de “áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da
indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de
vivência (NB-1367)
Fica claro nestas definições que o canteiro deve ter uma organização tal
que permita o desenvolvimento das atividades relacionadas à construção do
edifício de maneira otimizada.
Esta lógica pode ser entendida como a soma do projeto do produto
(projeto do edifício) + projeto da produção (como construir o edifício), que
resultará no projeto do canteiro, que precisará compatibilizar estas duas
variáveis para que a produção aconteça dentro do prazo esperado.
(CARDOSO e BARROS, 2005)

1.2 – Objetivo da Organização do Canteiro


Planejar o uso do terreno não ocupado pelo edifício e parte dele para

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locação de:
a)máquinas e equipamentos
Para a execução dos serviços dentro do canteiro, é necessária uma
série de equipamentos, como gruas, betoneiras, dentre outros, sendo assim, o
planejamento estratégico da locação aumenta a produtividade;

b) instalações físicas
Refeitório, almoxarifado, central de concreto e argamassa, dentre outros;
c)redes de água, esgoto e energia
Suprimentos fundamentais para funcionamento das máquinas e
manutenção das condições de higiene mínimas no canteiro;
d) acessos e vias de circulação

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Devem ser devidamente pensadas para evitar conflitos de circulação
dentro do canteiro. (CARDOSO e BARROS, 2005)

1.3 – Importância da Organização do Canteiro


O canteiro é a “fábrica” que produz o edifício. Sendo assim, é
fundamental pensar na logística:
-Impedir a ociosidade de equipamentos e de mão-de-obra
Os equipamentos são adquiridos por locação ou são investimento direto
da incorporadora/construtora, portanto não podem ficar parados, pois precisam
pagar o custo de investimento.
-Diminuir os tempos de deslocamento
Não pensar na logística de deslocamento implica na perda de
produtividade.
-Racionalizar as atividades
Otimizando os processos de produção e garantindo o cumprimento do
cronograma de obra.
-impedir operações semelhantes em locais espaçados
O que gera perda de produtividade, pois grande quantidade de trabalho
semelhante desenvolvida ao mesmo tempo significa economia de tempo e de
material/evita desperdícios.
-Minimizar as interferências: materiais x mão-de-obra

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É de fundamental importância o entendimento da logística de materiais,
pois falta de material implica em mão-de-obra parada, e vice-versa.

1.4 – Sistemas de Execução


O Canteiro é organizado segundo o sistema construtivo a ser adotado.
Quanto mais elementos prontos forem agregados à edificação, menor a
interferência de sistemas menores no processo de execução do edifício.
A utilização de elementos pré-fabricados numa obra implica na
demarcação em canteiro do depósito provisório destes componentes antes de
serem aplicados, ou se ainda, pode-se aplicar um sistema de gerenciamento
just-in-time, que implica numa diminuição de áreas de estoque, pois os
produtos chegam à obra na hora da sua aplicação.

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Numa indústria convencional, o produto “sai” e o parque industrial e os
processos ficam. Já na indústria da construção, o produto final “fica” e o parque
industrial e os processos (canteiro) saem. (SOUZA et al, 1997)

1.4.1 – Elementos do Canteiro


Os elementos podem ser classificados em:
a) Ligados à produção
b) Apoio à produção
c) Sistemas de Transporte
d) Apoio Administrativo
e) Outros elementos

1.4.1.1 - Ligados à produção


- Central de concreto
- Central de argamassa
- Central de preparo de armaduras
- Central de produção de fôrmas
- Oficina de montagem de instalações, esquadrias
- Central de pré-moldados

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Elementos típicos de canteiro

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005


1.4.2.2 - Apoio à produção
a) Estoques
• materiais NÃO perecíveis
• materiais perecíveis

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Estocagem de materiais

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Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005


É de vital importância prever áreas cobertas e seguras para os estoques
dos materiais, que sempre devem seguir as recomendações dos fabricantes e
das normas técnicas vigentes

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ESTOQUE DE TUBOS E DE PLACAS DE GESSO GARANTINDO A INTEGRIDADE DO
MATERIALElementos de armação densos e estocagem de blocos de concreto

Uma maneira de se organizar o estoque é otimizar o processo,


colocando em áreas de fácil acesso os materiais de uso corriqueiro, e deixando
para lugares com menor facilidade os materiais menos utilizados.

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Estocagem dos Materiais

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

b) Almoxarifados
Devem garantir a segurança para guardar os materiais, permitindo o
controle do que entra e do que sai para o canteiro. Dependendo do tipo de
contrato ministrado, às vezes é necessário prever almoxarifados para a
construtora e para os subempreiteiros.

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Almoxarifado com materiais identificados por etiquetas

Fonte: Barros e Cardoso, 2005

c) Outras áreas específicas


- garagem de máquinas e veículos pesados

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- manutenção de equipamentos

1.4.2.3 - Sistemas de transporte


Segundo Barros e Cardoso, devem ser previstos equipamentos
especiais para transporte dentro da obra, principalmente em obras de múltiplos
pavimentos. Utiliza-se nestes casos gruas e elevadores de carga para facilitar
os serviços de transporte.

1.4.2.4 - Apoio administrativo


São os componentes auxiliares que formam o canteiro de obra, cada
qual cumprindo um papel específico dentro do complexo de serviços que é
executado. Serve para o controle do que está sendo executado e para gestão

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do pessoal de obra.
- Escritório técnico
- Escritório administrativo
- Recepção da obra
- Chapeira de ponto
- Alojamento de operários
- Cozinha
- Refeitório
- Ambulatório
- Sala de treinamento / alfabetização
- Área de lazer

Na sequência, exemplos destes componentes:

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Salas de Apoio técnico – Gestão do pessoal e dos processos de produção

Modelo de galpão pré-fabricado (http://www.canteiro.com.br)


Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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-Escritório da obra / Sala do Engenheiro/Estagiário para arquivamento de


plantas e controle e gestão do pessoal

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Instalações de Cozinha Industrial e Refeitório – Obra de grande porte
Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

Alojamento para os operários Unidade: Conceitos de Canteiro e de Locação de Obras

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Vestiários/sanitários para os operários – área molhada

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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Ambulatório

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Sala de aula e espaço para treinamento

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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Espaço de lazer dos operários

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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1.4.2.5 - Outros elementos
- Laboratório de ensaios
- Entradas de água, luz; coleta de esgotos
- Portões
- Estacionamento
- “Stand” de vendas

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Laboratório de ensaios e controle tecnológico dos materiais

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Acesso à obra identificado e sinalizado para os pedestres

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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Lavanderia de apoio – local para secagem de roupas/toalhas

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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1.5 – Fases do Canteiro de Obras
O canteiro de obras vai sendo modificado ao longo da execução da obra
em função:
-dos materiais presentes
Em determinadas fases da obra, é comum a ocorrência de determinados
tipos de material, que necessitam de estocagem específica, e que a partir de
determinada fase não são mais necessários, como blocos, vigas, e
superestrutura.
-dos serviços a serem executados
A rotina de serviços irá determinar a demanda por materiais e fluxos de
mão de obra, que influenciarão diretamente o layout do canteiro.

-dos equipamentos disponíveis


Para determinados serviços, é necessário a alocação de equipamentos,
que dependendo do porte, precisam de correto planejamento para o
desenvolvimento correto das atividades.
-da mão-de-obra alocada nos serviços
Cada serviço necessita de uma determinada quantidade de mão-de-
obra, que precisa ser corretamente equacionada para atender as demandas
daquele serviço, e ao mesmo tempo não gerar períodos de mão-de-obra ociosa
(BARROS E CARDOSO, 2005)

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1.5.1 – Serviços Iniciais
São os serviços relacionados a terraplenagem e limpeza do terreno,
para implantação do canteiro. Nesta fase, os principais serviços são
relacionados a movimento de terra e implantação das fundações.
São definidos os espaços de convivência, a área de recebimento de
materiais, almoxarifado, dentre outros. Enquanto não se executa nenhuma laje,
o depósito externo torna-se quase que fundamental para o estoque de
materiais. A partir do momento que se executa a primeira laje, já é possível
guardar materiais abrigados embaixo da mesma.

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Serviços iniciais:

Fechamento Terreno–tapumes

Serviços de Levantamento
Topográfico

Serviços de demolição

Contenção dos vizinhos

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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Layout do canteiro nos sérvios iniciais
Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

1.5.2 – Infraestrutura
Para a execução dos serviços em canteiro, é necessária a implantação
de rede elétrica, de água potável e de esgotos. Numa condição urbana, basta
entrar em contato com as empresas fornecedoras e pedir a ligação, seguindo
os padrões exigidos.
Já no caso de uma obra afastada, pode-se utilizar poços artesianos para
água potável, fossa séptica para destinar corretamente o esgoto e, para a
eletricidade, pode-se num primeiro momento adotar geradores, sendo que a

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melhor condição é pedir a concessionária uma ampliação da rede, para
fornecimento de energia elétrica.

Na tabela abaixo, referência do consumo médio dos equipamentos:


Elevador de obra 7,5 a 15,0 HP Trifásica
Betoneira 3,0 HP Trifásica
Bomba d’água 3,0 HP Trifásica
Serra elétrica 2,0 HP Trifásica
Máquina de corte 2,0 HP Trifásica
Vibrador 3,0 HP Trifásica

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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Serviços preliminares para implantação do canteiro

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

1.5.3 – Serviços Intermediários


Nesta fase se tem um grande volume de produção, tanto de alvenaria,
quanto de estrutura e de instalações em geral. A partir desta fase, o transporte

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vertical torna-se imprescindível e é determinada a localização da grua e dos
elevadores de passageiros/carga.
Deve-se atentar ao fato da grua conseguir um giro que atenda os pontos
principais de suprimento de material no canteiro, e ao mesmo tempo interferir o
mínimo nos vizinhos e nas vias públicas.
Atualmente, para agilizar os processos, é muito comum as construtoras
adotarem concreto usinado e argamassa pronta, para agilizar o processo
produtivo. Sendo assim, no layout do canteiro, as caixas de areia e brita dão
lugar aos silos de argamassa pronta.(BARROS E CARDOSO, 2005)
Vide esquema de organização do canteiro nesta etapa:

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Serviços intermediários - vigamento da laje inferior – travamento das contenções

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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Serviços intermediários - elevação das alvenarias, execução das lajes-tipo e das


instalações prediais

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Serviços intermediários – estocagem e movimentação de materiais no canteiro

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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Serviços intermediários – escoramentos – travamento dos locais de trabalho

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005

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1.5.4 – Serviços Finais
Nesta fase, os serviços são diversificados, o que exige uma organização
quanto ao estoque dos materiais e das frentes de trabalho. É muito comum as
construtoras gerarem subempreitas de determinadas fases da obra, sendo
assim, é necessário prever áreas de estoque específicas para este pessoal.
Podemos classificar nesta fase os serviços de revestimento de alvenaria,
revestimentos frios (cerâmicas), instalações elétricas e hidráulicas, pintura de
fachada e acabamentos das áreas comuns.
Veja, a seguir, o esquema de organização do canteiro nesta fase.

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Serviços finais – fase de acabamento grosso

Fonte: BARROS E CARDOSO, 2005


2 – Locação de Obra
2.1 – Definição
A locação da obra é o processo de transferência da planta baixa do
projeto da edificação para o terreno, ou seja, os recuos, os afastamentos, os
alicerces, as paredes, as aberturas etc. Na fase de execução da locação da
obra deve-se adotar o máximo rigor possível. A presença do engenheiro civil

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nesta fase deve ser constante. Deve-se ter em mente que os elementos de
locação deverão permanecer na obra por um tempo razoável, até que se possa
transferir para a edificação os pontos de referência definitivos. (BARROS E
MELHADO, 2002)

2.2 – Pré-requisito
Para que seja possível iniciar os serviços de locação, é necessário que
todos os serviços preliminares de movimentação de terra, contenção e
drenagem do terreno tenham sido concluídos.

2.3 – Métodos de Implantação de Obra

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Para a locação da obra, podem-se adotar duas metodologias:
a) Implantação com gabarito
b) Implantação eletrônica

2.4 – Gabarito
Define-se gabarito como uma estrutura provisória, construída de tábuas
e pontaletes de madeira, espaçados a 1,5 metro da construção, que contorna
toda área edificante da obra, permitindo que se estabeleçam eixos que irão
orientar a construção dos elementos do edifício.
O projeto sempre é locado com relação aos eixos, para distribuição
proporcional dos desvios que possam ocorrer ao longo do processo de locação
da obra. O início da montagem da tabeira acontece através de um referencial,
que pode ser:
- Muro do vizinho
- Ponto deixado pelo topógrafo
- Alinhamento de rua
- Poste de iluminação
- Boca de lobo, etc.

Para a correta locação da obra, é necessário haver um projeto adicional,


que é chamado de projeto de gabarito.

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FONTE: BARROS E MELHADO, 2002


Gabarito – esquema construtivo com espaçamentos
indicados

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Marco deixado pelo Topógrafo Locação a partir de um ponto
existente

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Projeto de gabarito

Fonte: BARROS E MELHADO, 2002

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PONTALETES TÁBUAS DE
MADEIRA

Gabarito – detalhes de construção e de marcação

Fonte: BARROS E MELHADO, 2002

2.4.1 – Utilização do gabarito


No gabarito, são demarcados:
- Eixos ortogonais de referência
- Posições das estacas

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- Eixos das vigas baldrame
- Centro geométrico e face dos blocos
- Eixo de paredes/pilares

Como método de execução:


-tomam-se os eixos ortogonais de projeto
-medem-se as distâncias a partir dos eixos e marca-se com pregos
-as linhas planimétricas cruzam-se e definem um ponto (piquete)
-as linhas definem eixos e faces dos elementos.

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Cuidados com a marcação no Gabarito
- Evitar acúmulo de erros (sempre pedir medidas acumuladas)
- Qualidade dos instrumentos de medição e sua precisão

Fonte: BARROS E MELHADO, 2002

2.5 – Locação com Equipamentos Eletrônicos


Com o avanço tecnológico, as estações totais ganharam destaque como
ferramenta eficaz para a implantação de obras.Trata-se de um equipamento
que, devidamente programado, permite a locação de componentes na obra,
com relação a coordenadas planimétricas (X e Y) e altimétricas (Z).
Sendo assim, para locar a obra, o desenho de implantação é
transformado em coordenadas, estes dados são transferidos para o
equipamento, e através de mira eletrônica, são transferidos para o campo, com
precisão milimétrica. Este tipo de equipamento é utilizado com muita frequência
em obras de grande porte, como estradas. (BARROS E MELHADO, 2002)

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Teodolito e estação total – locação eletrônica da obra

Fonte: BARROS E MELHADO, 2002

2.6 – Sequência Construtiva de uma Locação de Obra


a)Conferir a referência e limitar o terreno a partir do alinhamento,
marcando os limites do terreno;

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b)Marcar uma das faces (pode ser a frontal) do gabarito a 1,2 metros da
futura construção (1,2 a 1,5 m), considerando como a obra vai ficar no terreno;
c)Confeccionar a face escolhida com estacas ou pontaletes (3"x3")
espaçados de 1,5 a 3,0 metros e alinhados rigorosamente por uma das faces
(esticar uma linha de nylon).
d)Depois de consolidados no terreno, os pontaletes devem ser nivelados
(nível de mangueira), cortados no topo a uma altura de 40 a 50 cm do solo (até
1 a 1,2 m) e ter pregado na sua face interna tábuas (de boa qualidade) de 1"x6"
(pode ser 1"x4") devidamente niveladas;
e) A partir da primeira face, marcar e confeccionar as demais faces do
gabarito, usando triângulos retângulos (gabaritos), para garantir a
ortogonalidade do conjunto (esquadro), conferindo sempre até travar todo o
conjunto com mãos-francesas e contraventamento, se necessário;
f)Pintar o gabarito, preferencialmente, com tinta esmalte branca (pode
ser látex);
g)Dependendo do método de locação utilizado ou da existência de
projeto de locação, faz-se a marcação no topo da tábua interna colocando
pregos em alturas diferentes (ou de diferentes diâmetros) para identificar eixos,
faces laterais de paredes etc. Marcar na tábua a linha de pilares com tinta
esmalte vermelha;
h)Marcar todos os pontos de referência na tábua sempre usando trena
metálica e efetuar a conferência (mestre ou engenheiro). Um bom método de

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conferência é o inverso, ou seja, voltar do último ponto marcado, fazendo o
caminho inverso da locação;
i)Com duas linhas de nylon ou de preferência arame de aço recozido
esticados, a partir das marcações do gabarito e no cruzamento das linhas,
transferir as coordenadas das estacas (sapata ou elemento que venha a ser
executado) para o terreno, usando um fio de prumo (250 g) marcar o ponto
exato da estaca (centro), cravando um piquete (pintado de branco);
j)No caso de haver movimentação de equipamentos pesados (bate-
estacas, máquinas e caminhões) proceder a cravação com um rebaixo em
relação ao terreno e marcar o local do piquete com cal ou areia; remarcar
sempre que ocorrer dúvida em relação a locação do piquete;

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l)Colocar proteções e avisos da existência do gabarito para evitar
abalroamento e deslocamentos que possam por em risco a exatidão do
controle geométrico da obra. Alertar para que não utilizem o gabarito como
andaime, apoio para materiais, passarelas etc.

2.7 - Termos utilizados na locação de obras


Cota de arrasamento ou de respaldo – é a cota da face superior das
estacas ou sapatas.
Esquadros - são gabaritos ou triângulos retângulos, com lados de 30, 40
e 50 cm, ou 60, 80 e 100, ou ainda, 90, 120 e 150 cm. Para esquadros maiores
podem-se usar trenas com lados de 3, 4 e 5 metros ou mais.
Piquetes – pequenas estacas de madeira que servem para marcar o
local de execução de um elemento estrutural.
Pontos notáveis – são pontos de referência iniciais, como por exemplo:
alinhamento de parede de edificação vizinha, alinhamento predial, marco
topográfico, árvore, poste etc.
RN – é referência de nível, ou seja, a cota 0,0.
Testemunhos – são marcos de concreto que geralmente marcam a
existência de um piquete para realizar conferências no gabarito.
Tolerância – é o erro admitido nas marcações (até 3 mm no lado maior
do esquadro de 5 metros).
Triangulação – verificação do esquadro com os triângulos retângulos.

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Referências
AZEREDO, H. A. O Edifício Até Sua Cobertura. 2. ed. São Paulo: Edgard
Blucher, 2006.
CARDAO, C. Técnica da Construção. 8. ed. São Paulo: Engenharia e
Arquitetura, 1988.
MOLITERNO, A. Escoramentos, Cimbramentos, Formas Para Concreto. São
Paulo: Edgard Blucher, 1997.
YAZIGI, W. A Técnica de Edificar. 6. ed. São Paulo: Pini, 2004.
BARROS, et al. Serviços Preliminares – Anotações de Aula EPUSP. São
Paulo, 2007.
SHIMIZU, J.Y. Movimento de Terra – Anotações de Aula EPUSP. São Paulo,
2002.
SABATTINI, et al. Locação de Obras – Anotações de Aula EPUSP. São Paulo,
2007.
CARDOSO, F. BARROS, M. – Canteiro de Obras – Elementos de Projeto –
Anotações de Aula EPUSP. São Paulo, 2005.
SOUZA, U; FRANCO, L ; PALIARI, J ;CARRARO, F. - Recomendações gerais
quanto a localização e tamanho dos elementos do canteiro de obras. – Boletim
Técnico EPUSP. São Paulo, 1997

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Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. João Teste
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3962532447479122

Revisão Textual:
Profª Dra. Teste
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