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All content following this page was uploaded by Mauro Fazion Filho on 19 September 2017.
Gestão da
Infraestrutura do
Datacenter
Autor
Mauro Faccioni Filho
Créditos
Gestão da
Infraestrutura do
Datacenter
Livro Digital
Designer instrucional
Isabel Zoldan da Veiga Rambo
UnisulVirtual
Palhoça, 2016
Copyright © Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por
UnisulVirtual 2016 qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Livro Digital
Professor conteudista
Mauro Faccioni Filho
Designer instrucional
Isabel Zoldan da Veiga Rambo
Diagramador(a)
Alex Xavier
Revisores
Diane Dal Mago
F12
Faccioni Filho, Mauro
Gestão da infraestrutura do datacenter : livro digital / Mauro Faccioni
Filho ; design instrucional Isabel Zoldan da Veiga Rambo. – Palhoça :
UnisulVirtual, 2016.
65 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
Apresentação | 5
Capítulo 1
Infraestrutura do datacenter | 7
Capítulo 2
Sistema de gestão da infraestrutura | 21
Capítulo 3
Implantação de sistema de gestão da infraestrutura | 43
Capítulo 4
Método de escolha de sistemas de gestão da infraestrutura | 53
Considerações finais | 64
Referências | 65
Glossário | 65
Apresentação
Os datacenters vêm mudando radicalmente nos últimos anos. Isso se deve ao avanço das
tecnologias construtivas, e também devido à ampliação contínua dos bancos de dados e
processamento, algo que inclusive já tem um nome popular: “Big Data”. Este livro trata dos
datacenters sob o aspecto da sua gestão, da gestão da infraestrutura, buscando aprofundar o
conhecimento sobre as tecnologias de software e hardware envolvidas nesses sistemas.
Por fim, o livro apresenta um método de escolha de sistemas de gestão da infraestrutura. Essa
metodologia de análise foi desenvolvida especialmente para que os gestores de datacenters
possam verificar, e então escolher, entre as várias opções de DCIM presentes no mercado.
Adotando essa metodologia inovadora, este trabalho será concluído com um estudo de caso.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Capítulo 1
Infraestrutura do datacenter
A partir dos anos 1980 houve a miniaturização dos servidores, bem como a evolução das
tecnologias das redes de computadores, o que permitiu a conexão de diversos equipamentos
e a troca de informações entre eles. Nessa época, surge o conceito de Centro de
Processamento de Dados, popularmente conhecido por CPD, que é um ambiente apropriado
para receber esses computadores especiais.
Os anos 1990 veem o surgimento da internet, que revoluciona muitos conceitos da área da
computação. A partir desse momento, começam as requisições de arquivos, informações e
serviços computacionais de uma forma não esperada, o que faz surgirem diversos centros
com computadores específicos para atenderem as demandas dos que estão interligados na
grande rede. Os antigos centros de processamento de dados não estão preparados para essa
demanda, e surgem então novos centros que reúnem computadores interligados em grande
escala. Com isso se consolida um novo conceito de datacenters, como passaram então a ser
chamados em todo o mundo.
O fortalecimento desse conceito passa a exigir uma padronização tecnológica, a qual permite
instalações fáceis e aprimoradas dos computadores, e essa padronização surge nas décadas
de 2000 e 2010, com a criação de normas internacionais sobre o tema, visando a desenvolver
modelos de infraestrutura para os datacenters. Essas normas não estão voltadas aos
computadores em si, ou às tecnologias de eletrônica, hardware e softwares de rede, mas sim
aos ambientes físicos apropriados para receber quaisquer tipos de equipamentos necessários
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Normas internacionais do Uptime Institute [Data Center Site Infrastructure Tier Standard –
Topology, 2012], da TIA – Telecommunications Industry Association, BICSI e ISO/IEC são
publicadas, e no Brasil a norma NBR 14565 [ABNT, 2013] consolida o conceito de datacenters
e dá as bases para que os projetistas e integradores de todo o mundo possam construir
e reformar datacenters que permitirão os mais diversos equipamentos e topologias de
instalação, sem preocupações com a sua origem ou tecnologias de hardware e software.
A tipologia física representada na Figura 1.1 apresenta o conceito atual de datacenter, que se
baseia no modelo NBR 14565 [ABNT, 2013]. Nessa topologia, percebemos que o datacenter,
que tanto pode estar contido dentro de um Edifício como ser uma edificação específica, é
formado por um conjunto de salas ou ambientes, e de sistemas. A sala de computadores
abriga os diversos racks em que são instalados os computadores, servidores e outros ativos
associados ao processamento e à rede. O ambiente dedicado às telecomunicações contém
equipamentos que permitem relacionar o datacenter com o backbone da internet e outras
redes de comunicações. As diversas salas, ambientes ou espaços para energia são aqueles
nos quais são colocados painéis e quadros de distribuição, sistemas ininterruptos de energia
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Edifício
Entrada de Entrada de
Telecomunicações Energia
Data
Salas de
Center Sala de
Energia / UPS
Telecomunicações
Geradores
Automação Sala de
Incêndio Computadores
Monitoramento
Sala de
Sala de
Operação
Ar Condicionado
da Rede
Enquanto na Figura 1.1 podemos ver a topologia física do datacenter, com os diversos
ambientes e suas relações, outra visão pode ser dada a partir dos diversos subsistemas
componentes do datacenter, conforme apresentado na Figura 1.2. Os subsistemas são
interdependentes, formando um sistema complexo, em que a falta ou falha de qualquer um
deles pode afetar ou mesmo paralisar todo o datacenter. Os subsistemas são:
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Esses subsistemas são implantados de forma coesa e integrada nos datacenters, desde o
momento de seu projeto até a construção e comissionamento final. A indústria da construção
da infraestrutura de datacenters evoluiu muito a partir da consolidação das normas
internacionais, e criou parâmetros de custos de acordo com os resultados esperados para
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
A experiência acumulada dos gestores e dos responsáveis por infraestrutura tem mostrado que
muitos fatores apresentam riscos para o sistema. Estudos variados demonstram que grande parte
dos problemas de parada ocorre por falhas humanas. Para esses casos a solução é selecionar
melhor os operadores do datacenter, evitar acesso de pessoas não especializadas, treinar
continuamente os operadores e usuários, bem como procedimentos de segurança e de checagem
de atividades. Mas sabemos que, por se tratar de falhas humanas, são riscos mais difíceis de
tratar.
1. A Figura 1.3 foi elaborada pelo autor a partir de dados fornecidos pela empresa Fazion, criadora da plataforma Datafaz de
automação de gerenciamento de datacenter.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Os demais problemas de parada se dão por falhas na infraestrutura e riscos associados, tais
como na parte elétrica e mecânica, paralizações parciais devido a necessidades periódicas de
manutenção, erros de projeto, erros de instalação, estresse de materiais, falta de fornecimento
de insumos, irregularidades construtivas, deficiências de integração dos diversos subsistemas,
e muitos outros que as práticas vêm verificando e presenciando. São riscos inerentes à
infraestrutura e que podem ser monitorados e gerenciados.
•• básico - Tier I
•• de componentes redundantes - Tier II
•• de sustentação simultânea - Tier III
•• tolerante a falhas - Tier IV
Essa classificação tem sofrido ligeiras adaptações de conceito e nos detalhes técnicos, e
periodicamente o Uptime Institute faz reedições, mas o conceito fundamental e de interesse é
o que abordaremos a seguir.
Os quatro níveis, conforme ilustrado na Figura 1.4 e que apresenta os conceitos fundamentais
do modelo, dividem os datacenter em:
2. Uptime pode ser traduzido livremente como “tempo em funcionamento ininterrupto”.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
O Data center Básico ou Tier I é aquele em que não há redundância de componentes nem
de caminhos de distribuição, e o serviço pode sofrer interrupção em caso de qualquer falha
na infraestrutura. Redundância significa excesso, ou repetição. No caso das instalações
de datacenter, seria o excesso disponível, ou reserva, para garantir o funcionamento do
datacenter. Ou seja, a redundância dos componentes significa a existência, na instalação
da infraestrutura do datacenter, de equipamentos tais como grupo gerador de reserva, UPS
de reserva, ar condicionado de reserva etc. No datacenter classificado como Tier 1 não
existe esse excesso, seja de componentes ou de caminhos de distribuição. Por exemplo,
se houvesse um único no-break de 10 kVA para atender as cargas, e esse no-break parasse
de funcionar, haveria então a parada do datacenter. A redundância seria a existência de um
segundo no-break de 10 kVA, pronto para ser utilizado em caso de falha do primeiro.
O Data center Tier III - Sustentação Simultânea é aquele em que há redundância tanto de
equipamentos quanto de caminhos de distribuição. No entanto, o caminho redundante não
está ativo, ou seja, se houver problema no equipamento principal, o redundante precisará
ser ligado para voltar a fornecer energia ou refrigeração aos computadores. Apesar de haver
redundância em todos os componentes fundamentais da infraestrutura, a redundância está em
estado passivo, não ligado, aguardando ser acionada em caso de falta do sistema principal.
Por fim, o Data center Tier IV - Tolerante a Falhas é aquele em que há redundância de
equipamentos e de caminhos de distribuição, todos estão ligados e em funcionamento, e
as transferências são feitas automaticamente. Ou seja, mesmo com uma falha de um dos
componentes, a sua redundância continua suprindo as necessidades da carga. Com isso, a
equipe de manutenção pode agir na correção, conforme necessário, e não há interrupção.
Esse é o caso ideal, e certamente o mais caro para instalar e operar.
Na versão da norma Tier Standard: Topology [Uptime Institute, 2010] há uma discussão em
anexo que apresenta resultados práticos esperados para a operação de um datacenter,
conforme sua classificação Tier. Esses resultados esperados indicam uma estimativa de tempo
de downtime (queda) anual do datacenter, conforme sua classificação. Certamente são valores
estimados, pois pode acontecer de um datacenter Tier I não ter queda no período de um ano,
e um Tier IV ter dias inteiros de parada. Porém, as estatísticas mostram que os valores de
downtime se aproximam dos apresentados da Figura 1.5.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Na Figura 1.5 percebemos que enquanto um Tier I tem total acumulado de horas paradas,
durante um ano, de mais de 24 horas, um datacenter Tier IV tem aproximadamente menos de
30 minutos. Nesse espectro de tempo, o que determina, para o gestor de TI (Tecnologia da
Informação) sobre qual investimento fará num datacenter, ou seja, qual classificação buscará,
depende da importância do datacenter e do valor a ser investido. Um datacenter Tier IV pode
custar três a quatro vezes mais do que um similar Tier II.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Essa ideia de “sistema” tomou forma como uma plataforma específica para datacenters em
torno de 2009 e 2010, quando o mercado passou a denominá-lo de DCIM, acrônimo de Data
Center Infrastructure Management. Desde então, DCIM passou a significar a plataforma
de software e hardware, implantada no datacenter visando a sua operação otimizada e à
gestão da sua infraestrutura.
Nos últimos anos as plataformas DCIM, dos mais diversos fabricantes, amadureceram para
consolidar em sistemas que combinam e integram diferentes tecnologias para realizar, no
datacenter, as seguintes funcionalidades:
•• Monitoramento da infraestrutura;
•• Monitoramento da rede;
•• Gerenciamento de espaços;
•• Planejamento de operações;
•• Eficiência energética;
•• Segurança física;
•• Otimização do desempenho geral do datacenter.
O datacenter incorpora, devido às suas características de ambiente integrado e de missão
crítica, uma série de fatores que dificultam sua gestão. É um ambiente complexo em
sua infraestrutura, em que interagem inúmeras variáveis (temperatura, energia, umidade,
continuidade de operação, entre outros). Para que funcione adequadamente é necessário
que haja uma integração de componentes heterogêneos, tais como sistema elétrico de
alimentação para refrigeração e para os equipamentos ativos, simultaneamente e sem
variações. No datacenter são muitas grandezas diferentes a gerenciar, e tal gerenciamento
deve ser feito em tempo real, para que as análises de risco surtam os efeitos desejados. E por
esses motivos há grande dificuldade em obter suporte INTEGRADO dos produtos e serviços,
ou seja, da integração dos componentes da infraestrutura e da operação contínua dos
mesmos.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
de avaliar o uso de energia, pois não é possível compreender as cargas com maior
necessidade durante as 24 horas de funcionamento diário, e nem avaliar o resfriamento
necessário, ou possível, junto às cargas.
A evolução alcançada com o advento dos sistemas DCIM, para a gestão da infraestrutura dos
datacenters, dá-se especialmente no monitoramento integrado, que permite grande facilidade
em obter o estado do datacenter em tempo real. O monitoramento em tempo real, on-line,
implica receber avisos e alarmes ativos e preventivos do que está acontecendo no ambiente
do datacenter, com a facilidade de obter informações dos processos interrompidos, como por
exemplo, no caso de desligamento de um rack de equipamentos.
•• Alertas personalizados;
•• Relatórios personalizados;
•• Visão unificada do datacenter, com todos os seus subsistemas, incluindo
visualizações de planta baixa ou tridimensional;
•• Interface personalizada;
•• Gerenciamento do datacenter em tempo real;
•• Informações para avaliação de riscos;
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
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Universidade do Sul de Santa Catarina
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Exemplo típico de
interface para o
usuário
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Capítulo 2
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Universidade do Sul de Santa Catarina
•• Temperatura;
•• Umidade;
•• Consumo de Energia Elétrica / Medição de Energia;
•• Sensoriamento de inundação (piso)
•• Sensoriamento de fumaça;
•• Captura de imagens, através de CFTV;
•• Integração com sistemas legados e existentes no datacenter, como Geradores,
UPS (no-breaks), Ar Condicionado, Sistemas de alarme de Incêndio e Painéis
elétricos.
Um sistema completo de DCIM deve ser formado por um conjunto integrado de hardware e
software, compondo uma única solução, a qual será implantada em datacenter, por meio de
conexões físicas de cabeamento ou via rede sem fio, para permitir a conexão de sensores e
atuadores às controladoras, que por sua vez são ligadas aos servidores em que a plataforma
DCIM estiver instalada. Isso define uma topologia radial, como controladora principal, em que
são interligados concentradores periféricos, bem como sensores, atuadores, gateways e demais
dispositivos.
SOFTWARE
As características gerais e principais do software de sistemas de monitoramento e controle
de datacenters (DCIM) compreendem um conjunto mínimo de funcionalidades. É um conjunto
mínimo, pois vários fabricantes excedem tais especificações. Isso se deve às condições atuais
das tecnologias empregadas em datacenters, bem como às condições de disponibilidade
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Figura 2.1 – Interface web de sistema DCIM com principais grandezas monitoradas
3. As Figuras 2.1 a 2.24 referem-se a material de divulgação do sistema Datafaz DCIM/Specto, cedidas pelo autor.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
O módulo de gestão dos ativos é aquele que permite o gerenciamento dos equipamentos
nos racks da sala de servidores, e que pode ser apresentado na interface principal do sistema
DCIM. Um módulo de gestão de ativos compreende as seguintes características mínimas:
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
HARDWARE
Há uma grande diversidade de soluções de sistema DCIM, sendo que a maioria dispõe de
hardware específico e integrador à plataforma. Isso não é uma regra, mas as plataformas
integradas se destacam por compor soluções melhor estruturadas, mais robustas e simples
de aplicar, e muitas vezes com melhor relação de custo versus benefício. Muitos são os
dispositivos de hardware para os sistemas DCIM, pois dependem das configurações e
topologias de cada fabricante, mas os principais elementos são:
Gestão ambiental
A gestão ambiental do datacenter é fundamental, pois os equipamentos de processamento
buscam condições ótimas de temperatura e umidade para seu funcionamento correto. Limites
mínimos e máximos de temperatura e umidade são estabelecidos pelas normas nacionais e
internacionais, porém, isso tem mudado frequentemente devido aos avanços da tecnologia
eletrônica e miniaturização de processadores.
Há algum tempo era comum se ver datacenters operando em temperaturas muito baixas, devido
à crença de que equipamentos eletrônicos trabalham melhor assim. Porém, os equipamentos
atuais suportam temperaturas ambientais bastante altas, e já se fala em temperaturas ambientais
máximas da ordem de 30oC. A imagem de um datacenter “congelante” para os usuários já não
passa de um mito.
Além disso, as normas fazem recomendações de limites, e não exigências, pois dependendo
de cada fabricante de servidores pode haver recomendações diferentes, com limites
superiores mais altos. Temperaturas mais altas significam menor uso de refrigeração e menos
consumo de energia elétrica, favorecendo as métricas de efetividade de energia (PUE), como
veremos adiante.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Limites de temperatura e umidade estão estabelecidos na NBR 14565, que indica os valores
mínimo e máximo de 18oC e 27oC para temperatura, e 30% e 60% para umidade. Outras
grandezas também estão compreendidas na gestão ambiental, como a presença de fumaça
(que pode estabelecer vínculos com a proteção contra incêndio), presença de líquidos (para a
prevenção de inundações), índices de luminosidade (para considerar as condições de trabalho
de operadores), opacidade do ar (para considerar a qualidade do ar em regiões susceptíveis
à poluição, por exemplo), e ainda indicadores de vibrações (para regiões em que há abalos
sísmicos ou próximas de áreas de impacto).
A Figura 2.5 ilustra uma típica apresentação de interface DCIM, com visualização
tridimensional de um datacenter, em que vemos as filas de racks, painéis elétricos nas
paredes, salas e compartimentos, bem como símbolos (ícones) que representam sensores
de temperatura e de umidade. Essa visão permite uma noção abrangente do datacenter e da
disposição dos componentes.
Se o usuário clicar sobre qualquer dos ícones, obterá o gráfico em tempo real das medições,
como apresentado na Figura 2.6. Essa figura ilustra as medições do último mês da umidade
relativa do sensor selecionado. As linhas amarelas e vermelhas definem os limites de alarme
configurados previamente. A linha verde apresenta as medições, que podem ser colocadas no
gráfico em período mensal, semanal, diário ou últimas amostras, o que permite uma visão em
detalhes do comportamento da umidade no datacenter. As definições de alerta de “atenção”
(linhas amarelas máxima e mínima) ou de alarme crítico (linhas vermelhas) são configuradas
pelo usuário de acordo com regras vindas das normas e/ou dos fabricantes. Isso indica o
momento que a curva verde atinge algum desses limiares, indicando atuações preventivas da
equipe de manutenção. A Figura 2.7 é outro exemplo de medições de umidade num sensor
híbrido (umidade e temperatura num só dispositivo).
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Um dos resultados mais interessantes e úteis da plataforma DCIM é a visualização dos mapas
térmicos, ou termográficos, sobre a figura tridimensional do datacenter. A Figura 2.8 apresenta
o termográfico do ambiente da Figura 2.5 anterior. Aqui vemos as filas de racks e sobre elas
um mapa colorido, de acordo com o índice de cores relacionado a valores de temperatura.
Essa visão dos pontos quentes e frios do ambiente permite uma abordagem rápida do
comportamento do datacenter. Extremamente útil para o gestor do datacenter e para as
equipes de manutenção, essa funcionalidade é resultado das medições oriundas dos diversos
sensores distribuídos no ambiente, a uma determinada altura em relação ao piso. O mapa
colorido surge do cálculo da distribuição das temperaturas, e é apresentado na altura relativa à
tomada das medições em campo.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Além da gestão ambiental do datacenter para buscar a melhor situação de operação dos
equipamentos, pode-se incluir aqui também a gestão dos casos ambientais críticos, que são
os sinistros. Já indicamos a questão da inundação, mas também a possibilidade de incêndio
deve ser contemplada. Porém, para isso existem os dispositivos de detecção e combate a
incêndios especiais, sobre os quais há regulamentos no âmbito das agências locais (como
o corpo de bombeiros, por exemplo), e os sistemas DCIM limitam-se a cooperar com tais
equipamentos por meio da integração com dispositivos, e apenas no caráter da “visualização”
e monitoramento dos sinistros, sem interferir ou atuar sobre os mesmos.
Gestão da energia
Data Centers são grandes consumidores de energia e chegam a requerer de 10 a 15 kVA por
rack, dependendo do tipo de cada instalação e os equipamentos ativos que estão no rack
(FACCIONI, 2014). Ao mesmo tempo, o consumo dos equipamentos de ar-condicionado para
refrigeração do datacenter é equivalente ao consumo dos equipamentos que estão nos racks.
Ou seja, para um datacenter com 100 racks, por exemplo, o consumo total pode chegar a 3
MVA, o que equivale ao consumo de energia de um parque industrial.
A máxima eficiência, que se traduz por PUE = 1, dar-se-ia caso todo o consumo fosse apenas
dos equipamentos de tecnologia da informação (essa seria a eficiência ideal). Mas isso não é
possível, pois é necessário refrigerar o ambiente em que esses equipamentos estão em funcionamento
e gerando calor. Como exemplo, a média no Brasil para o PUE é de 2,5 a 3. Considerando diversas
técnicas de melhoria e o maior rendimento dos equipamentos de ar-condicionado, a média de PUE
tem se aproximado de patamares como 1,5 a 2, que podemos considerar bons. O DCIM
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Universidade do Sul de Santa Catarina
tem sido uma ferramenta importantíssima nessa conquista, pois permite uma gestão em
tempo real da temperatura nos ambientes, possibilitando homogeneizar as temperaturas nos
ambientes, controlar pontos quentes, verificar a qualidade da energia nos quadros elétricos,
observar balanceamento de fases, entre outras ações. A Figura 2.10 ilustra a relação entre
as potências consumidas pelos diversos subsistemas do datacenter, e aquela consumida
exclusivamente pelos equipamentos de tecnologia da informação, o que determina o índice de
efetividade de uso de energia – PUE.
Outra métrica de eficiência utilizada é denominada DCiE (Data center Infrastructure Efficiency),
que é uma métrica inversa ao PUE, com resultado percentual, como se pode ver na fórmula:
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Avançando na utilização do DCIM para analisar a energia, pode-se por exemplo clicar no
quadro QGDC do diagrama da Figura 2.12, e então podem-se ver os detalhes das medições
do quadro, tais como dispositivos ligados aos circuitos, status de cada equipamento, tensão,
corrente, potência, balanceamento das fases, como apresentado na Figura 2.13. Para
cada quadro é possível incluir limiares para alarme (ver linha vermelha no gráfico), imprimir
relatórios etc.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Além de todos os quadros e circuitos elétricos do datacenter, o sistema DCIM deve integrar
as informações dos equipamentos elétricos associados, como os geradores, transformadores,
subestação, chaves gerais e os no-breaks (UPS).
Os equipamentos ativos do datacenter (servidores, switches etc.) são alimentados pela energia
vinda dos no-breaks, portanto, é indiferente para eles se os no-breaks estão alimentados por
geradores, pela energia da concessionária, ou se não há energia externa naquele momento
(e nesse caso o que sustenta os no-breaks são os bancos de baterias). Como todos esses
equipamentos são integrados ao DCIM e lhe fornecem informações, a leitura e análise passa a
ser fundamental para uma visão de gestão total do datacenter. A Figura 2.14 apresenta gráfico
com detalhes de tensão de entrada e saída do no-break, o que permite, inclusive, analisar a
existência de energia alimentando o no-break.
Para o mesmo no-break da Figura 2.14, o sistema DCIM permite verificar outras grandezas,
como a potência fornecida pelo no-break às cargas (ver figura 2.15). Pelo gráfico se verifica
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
que há um desbalanceamento das cargas, pois a Fase A está atendendo o dobro das cargas
quando comparado com a Fase C. Com isso, há perdas no no-break. Outros detalhes ainda
podem ser obtidos, como a corrente, a frequência e a capacidade do banco de baterias. A
informação sobre a capacidade do banco de baterias é essencial para se avaliar o tempo
disponível de atendimento aos equipamentos de TI, em caso de perda da energia externa,
tanto de concessionária como do grupo gerador. Há muitos casos conhecidos dessa
sequência de problemas, agravada com a falta de combustível para o motor do grupo gerador.
Esse não é um exemplo da literatura, é um exemplo real e ocorre muitas vezes.
Para prevenir essas possibilidades, o gestor do datacenter pode, e deve, comandar o acesso
às dependências do datacenter, bem como visualizar o que ocorre no seu interior. Para isso os
subsistemas de controle de acesso e circuito fechado de televisão – CFTV – são essenciais.
E tais subsistemas podem estar submetidos à gestão completa feita pelo DCIM, de tal forma
que sua integração com outras análises, como a ambiental e da energia, podem otimizar o
próprio processo de gestão.
A Figura 2.16 mostra uma típica tela de cadastro de usuários para controle de acesso em um
sistema DCIM. Os diversos usuários são cadastrados e o gestor pode abrir acessos conforme
suas políticas, como por exemplo, ambientes em que o usuário pode atuar, janelas de
horários, e rotas internas no datacenter.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
A gestão física dos ativos diz respeito aos aspectos do controle de entrada e saída de
equipamentos, da qualidade funcional desses equipamentos, da sua localização no interior
do datacenter, de sua localização no interior do rack, de sua alimentação elétrica e de sua
conexão de dados, bem como todos os processos de movimentação, inclusão ou troca dos
equipamentos (MAC – Move/Add/Change).
Gestores se preocupam com a ocupação dos racks, e um dos melhores modelos para isso é
denominado “elevação do rack”, ou “bayface”. Trata-se da visão frontal do rack com todos os
equipamentos em seu interior, distribuídos nas unidades de altura do rack, ou “U” (que define
uma medida típica de altura dos equipamentos, sendo que U = 1,75 polegadas, ou U = 44,45
mm). Outras preocupações são o controle do patrimônio, registro das ordens de serviços,
entre outros.
Nas figuras seguintes podemos verificar algumas das principais funções de um sistema de
gestão de ativos. A Figura 2.18 mostra uma visão ilustrativa de datacenter com dois racks. A
gestão de ativos permite que o usuário selecione o rack para verificar suas características, ou
apenas mover-se no ambiente para detectar todos os componentes exibidos, conforme barra
de menu à esquerda.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Quando o usuário clica sobre o rack surge uma vista interior, que pode ser manuseada para
se ter uma visão geral (elevação do rack) e também para selecionar um dos equipamentos.
No exemplo da Figura 2.20 vemos um equipamento da Dell, e na aba “Detalhes” temos seu
código, nome, modelo, entre outras características.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Continuando com o ativo selecionado, pode-se analisar suas conexões de dados, com todo
o relatório de conectividade até o switch, passando pelo cabeamento, patch panel e todas as
conexões registradas, e também toda a conexão elétrica, com o caminho dos circuitos até o
quadro que o atende (ver Figura 2.21), e isso permite uma gestão completa do equipamento
ativo.
Ainda acompanhando o consumo geral do rack, pode-se verificar em tempo real várias das
suas condições, como por exemplo gráficos de consumo de energia em diferentes períodos
de tempo, temperatura, umidade, controle de acesso, e com tal monitoramento o gestor
pode avaliar seu melhor uso de condições para inserir, ou retirar, equipamentos, aprimorando
a gestão do datacenter em seu todo. A Figura 2.22 mostra a tela do DCIM com gráfico de
potência aparente, consumida pelos equipamentos do rack 2AJ. Outras leituras são as de
potência real, tensão e corrente, itens essenciais para a gestão do rack e avaliar introdução de
equipamentos, por exemplo.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Integração de sistemas
Além de todos os sensores e coletores de dados introduzidos no datacenter como partes e
componentes do sistema DCIM, a integração com equipamentos diversos, que compõem
a própria infraestrutura do datacenter, é essencial para garantir o melhor conjunto de
informações, simulações e análises de comportamento de todo o conjunto.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Capítulo 3
A Figura 3.1 ilustra o monitoramento de ambiente numa visão tridimensional, com todos os
sensores, dispositivos e equipamentos instalados num site. O monitoramento do ambiente
é uma tarefa contínua, em geral, feita por equipes de manutenção ou de suporte, em regime
de tempo integral, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Esse tipo de serviço faz parte dos
processos de implantação e operação da plataforma DCIM, conhecido no mercado como
serviço do centro de operações da rede, ou NOC – Network Operation Center.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
4. A Figura 3.1 refere-se a material de divulgação do sistema Datafaz DCIM/Specto, cedido pelo autor.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Instalações e comissionamento
A instalação de uma plataforma DCIM passa basicamente por três etapas, conforme ilustrado
na Figura 3.2:
•• Etapa do Projeto;
•• Etapa da Construção;
•• Etapa da Operação.
A primeira etapa é a do projeto, fase em que é feito o planejamento da instalação do sistema,
de acordo com os projetos básico e executivo do datacenter. É um momento documental, em
que são analisados os requisitos do cliente, quais módulos serão implantados e configurados,
quais os equipamentos e fabricantes envolvidos, detalhes construtivos do ambiente, e demais
informações sobre a estrutura geral do cliente e seu datacenter.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
interior de um datacenter, por causa das salas com revestimentos metálicos e que podem
criar dificuldades para a transmissão de sinais. Isso deve ser tratado com especial cuidado.
Já a interligação com redes de cabeamento estruturado é mais comum. Utiliza cabeamento
categoria 6 ou superior, o qual deverá ser submetido aos testes de desempenho de todo
o cabeamento metálico (certificação), comprovando a sua conformidade com norma NBR
14565:2013 e normas internacionais aplicáveis.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
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Eficiência energética
Durante a etapa da operação do datacenter, uma das principais preocupações dos gestores é
a eficiência energética. Data center são grandes consumidores de energia, como já se tratou
anteriormente.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
Por fim, a operação e a manutenção definem o consumo diário de energia. Erros de operação
incidem em altos custos de energia. Manutenção deficiente induz a uma operação que busca
limites desnecessários.
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O diagrama esquemático da Figura 3.6 mostra o DCIM dividido sob dois aspectos: o do
monitoramento e o da gestão. O monitoramento em tempo real das grandezas do datacenter
alimenta os processamentos do software para análises e relatórios de gestão, fundamentais
para a eficiência energética.
Na Figura 3.7 vemos exemplo de fluxo de atividades do DCIM, voltados para a eficiência
energética. Na fase da captura de dados atuam os sensores e também há alimentação de
informações a partir da integração com equipamentos, como por exemplo, o ar-condicionado.
Depois vem a fase do monitoramento em si, em que o DCIM apresenta gráficos, relatórios
em tela, alarmes e visualizações do ambiente. Com isso, chega a fase da análise de dados,
em que o DCIM faz o processamento de inteligência das informações, criando linhas de
tendências, simulações, diagnósticos. Esses, quando voltados à eficiência energética,
permitem a chegada à fase da tomada de decisão. Na fase da ação ocorrem as rotinas de
manutenção, ordens de serviço para correção ou melhoria, e o ambiente de gestão é então
aprimorado continuamente. Nesse conjunto de fases está todo o processo de gestão para a
eficiência energética do datacenter.
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Gestão da Infraestrutura do Datacenter
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Capítulo 4
Um dos maiores problemas que um gestor de tecnologia enfrenta ao buscar uma nova
ferramenta, é saber se as ofertas do mercado vão, ou não, atender suas demandas. Esse
problema tende a aumentar, e muito, quando se trata de tecnologia inovadora ou disruptiva,
em que não há parâmetros de mercado ou experiências que possam balizar sua escolha.
Sistemas DCIM, de gestão da infraestrutura de datacenters, encontram-se justamente nessa
situação, e isso tem dificultado a sua difusão nos mercados mundiais, e em especial no Brasil,
onde ainda há, infelizmente, uma cultura de baixa inovação e pouco pioneirismo.
Buscando criar uma metodologia de análise de sistemas DCIM, um projeto de pesquisa foi
desenvolvido e teve como resultado o artigo Data Center Infrastructure Management and
Automation Systems: an Evaluation Method (FACCIONI e FRANCO NETO, 2012), o qual foi
apresentado e discutido no congresso técnico ISCA CAINE, New Orleans, USA, em novembro
de 2012. Essa metodologia define parâmetros de análise, parâmetros esses que podem
ser ajustados pelo usuário do método, para adequar às suas necessidades e às do seu
datacenter. Neste capítulo, vamos apresentar a metodologia e discutir um estudo de caso.
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Plataformas DCIM não têm ainda, no mercado, um modelo de avaliação para verificar suas
qualidades e quão extensas são suas capacidades. Alguns institutos de pesquisa estão
tentando preencher essa lacuna criando frameworks de avaliação de DCIM [BRODERICK,
2012.]. Com certeza, tais frameworks são válidos e bons para a escolha do produto, mas
como eles são focados no apelo comercial, não podem assegurar capacidades técnicas ou o
nível de desenvolvimento e de qualidade de cada plataforma.
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Um novo método, denominado DCIM Evaluation Method foi desenvolvido por Faccioni
e Franco Neto (2012), ele é baseado em diretrizes e em requisitos de infraestrutura de
datacenter. O Quadro 4.1 apresenta os requisitos adotados neste novo Método de Avaliação
DCIM.
Requisitos
1 – Disponibilidade
2 – Eficiência Energética
3 – Infraestrutura de baixo custo
4 – Segurança
5 – Monitoramento
Fonte: Elaboração do autor, 2016.
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A avaliação de cada critério será definida por tabelas com vários tópicos, que constituem
suas características específicas. Para cada tópico, o modelo proposto considera três níveis de
qualidade, como apresentado no Quadro 4.2.
2 Atende o requisito
Cada critério de qualidade do DCIM é definido pela média de todos os tópicos, de acordo com
a equação (1), em que n define o número de tópicos do Critério, li é o peso do requisito, e ri é o
seu nível de qualidade.
(1)
Cada critério tem tópicos de requisitos definidos para cada característica, que são detalhados
em formulários específicos, como mostrado abaixo nas Tabelas I a V. É importante notar que
esses tópicos de requisitos são apenas uma proposta dos autores, e não esgotam todas as
possibilidades de avaliação. O avanço das tecnologias, bem como demandas dos gestores,
será importante para detalhar e aprofundar tais requisitos. Novas exigências e características
podem ser definidas e inseridas ao método, tornando possível melhorar os resultados da
avaliação.
1 - Critério de Dados
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2 Abrangência do monitoramento
2.1 DCIM monitora cada unidade de rack/ armário
2.2 DCIM monitora todos os ambientes do datacenter
2.3 DCIM faz monitoramento em tempo real (on-line)
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2 - Critério de Automação
3 Limites
3.1 Limites podem ser configurados para alarmes
preditivos e avisos.
3.2 Limites diferentes para diferentes dispositivos podem
ser configurados para alarmes preditivos /avisos,
sobre a mesma plataforma.
4 Controle
4.1 O DCIM é capaz de integrar em uma só malha
de controle todos os subsistemas existentes no
datacenter.
5 Atuação
5.1 Em caso de alarmes preditivos, o DCIM é capaz de
acionar mecanismos de contingência, atuando no
ambiente.
5.2 DCIM controla e opera dispositivos heterogêneos,
indiferente da sua plataforma de fabricação.
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3 - Critério de Diagnóstico
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4 - Critério de Interface
5 - Critério de Gestão
Este critério analisa a qualidade do sistema DCIM para lidar com o planejamento, simulação, e
suas ferramentas de inteligência, visando à gestão do dia a dia e o futuro do datacenter. Está
intrinsecamente relacionado a todos os outros critérios, podendo coordenar a evolução e o
crescimento do próprio datacenter.
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Considerando esses cinco critérios, qualquer plataforma DCIM pode ser analisada e avaliada.
Cada um dos critérios tem um valor final, calculado pela equação (1). As comparações entre
diferentes produtos podem ser feitas critério por critério, dependendo do que é importante para um
determinado uso ou aplicação.
A avaliação final da qualidade para uma plataforma DCIM, considerando todos os critérios,
será dada pela soma de cada um dos valores obtidos. A equação (2) mostra o cálculo para o
nível de qualidade geral de um DCIM em análise.
(2)
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Estudo de caso
Como estudo de caso, o método foi aplicado a duas plataformas DCIM existentes, para efeito
de comparação.
Aplicando-se, em primeiro lugar, o Critério de Dados (Tabela I), e considerando o peso li igual a
um, os resultados são:
Considerando o valor geral de Qualidade, de acordo com a equação (2), Datafaz DCIM tem
um nível de qualidade (M) 8,96 e DCIM2 tem o nível de qualidade 7,76. A Figura 4.1 mostra um
gráfico com os resultados representados em cinco eixos, onde Datafaz DCIM é representada
pela linha contínua e DCIM2 pela linha tracejada.
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Figura 4.1 – Resultados para duas plataformas de Mercado (DataFaz – linha contínua; DCIM2 – linha tracejada) de
acordo com o DCIM Evaluation Method.
Data
2,00
1,00
Management Automation
0,00
Interface Diagnosis
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Considerações finais
Neste livro, estudamos aspectos da infraestrutura do datacenter, tais como seus conceitos
básicos e questões relacionadas à disponibilidade e riscos, e como são as novas ferramentas
de automação e gestão do datacenter. Ao aprofundar o estudo sobre o DCIM, avaliamos sua
topologia e seus componentes de software e hardware, para atender demandas de gestão
ambiental, gestão da energia, gestão da segurança física, gestão de ativos e espaços, e
também a integração com equipamentos e softwares legados.
Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (1985),
mestrado (1997) e doutorado em Engenharia Elétrica (UFSC 2001). Pós-Doutorado no tema
“Social Network Analysis” pela University of London, Queen Mary College (2006). Diretor e
sociofundador das empresas Fazion Sistemas Ltd.a (plataformas e aplicativos para celulares) e
Creare Fazion Ltda. (soluções de infraestrutura e automação para Data Centers).
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Referências
CMMI (Capability Maturity Model Integration). Software Engineering Institute. Disponível em:
<http://www.sei.cmu.edu/cmmi/>. Acesso em: 14 mar. 2016.
FACCIONI FILHO, M, and FRANCO NETO, M. Data Center Infrastructure Management and
Automation Systems: an Evaluation Method. ISCA CAINE, New Orleans, USA. November
2012. ISBN 978-1-880843-88-8.
UPTIME INSTITUTE. Data Center Site Infrastructure Tier Standard: Topology, Uptime Institute,
LLC, 2010.
UPTIME INSTITUTE. Data Center Site Infrastructure Tier Standard: Operational Sustainability,
Uptime Institute, LLC, 2013.
Glossário
DC – Data Center
DCIM – Data Center Infrastructure Management (gestão da infraestrutura do datacenter)
kVA – quilovolt-ampere (ou 1000 VA)
LED – Light Emitting Diode (diodo emissor de luz)
MAC – Move/Add/Change (mover/adicionar/trocar)
MVA – megavolt-ampere (ou 1000 kVA)
NOC – Network Operation Center (centro de operações de rede)
PUE – Power Usage Effectiveness (efetividade de uso da energia)
ROI – Return on Investment (retorno sobre o investimento)
TI – Tecnologia da Informação
UPS – Uninterruptible Power System (Sistema ininterrupto de energia, conhecido no Brasil
como “no-break”)
VA – volt-amperev
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