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UNIFESP/ USP

RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL 2016-2020


ENFERMAGEM
CONHECIMENTOS GERAIS
Políticas de Saúde Pública
SUMÁRIO

SUS.............................................................................................................7
GESTÃO...................................................................................................7
Competências........................................................................................7
Comissões intergestores.....................................................................11
FINANCIAMENTO..................................................................................14
CONSULTÓRIO DE RUA......................................................................16
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES.................................................................16
REGIONALIZAÇÃO...............................................................................20
PTS.........................................................................................................23
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL..................................................................25
PNAB – TRABALHO INTERDISCIPLINAR............................................26
RAS...........................................................................................................42
PNH...........................................................................................................50
Clinica Ampliada..................................................................................57
Apoio matricial.....................................................................................58
CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DA SAÚDE.........................59
ESTATUTO DO IDOSO...........................................................................62
EPIDEMIOLOGIA.....................................................................................63
TAXA DE MORTALIDADE.....................................................................63
DOENÇAS CRÔNICAS..........................................................................65
INCIDÊNCIA/ PREVALÊNCIA...............................................................65
LISTA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA...........................................66
IMUNIZAÇÃO...........................................................................................68
VIP/ VOP................................................................................................68
HPV/ CANCER DE COLO DE ÚTERO..................................................68
MORTALIDADE MASCULINA.................................................................69
FASES DE UMA POLÍTICA PÚBLICA....................................................70
SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL........................................................72
CONSTITUIÇÃO DE 1988.......................................................................72
POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE............................75
ÉTICA.......................................................................................................76
BIOÉTICA...............................................................................................77
CONCEITO SAÚDE-DOENÇA................................................................78
REVOLTA DA VACINA............................................................................78
SEGURANÇA DO PACIENTE.................................................................79
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SUS
GESTÃO
Competências
Considere as seguintes afirmações relacionadas ao SUS:   Segundo o Art. 17, da Lei n. 8080, de
19 de setembro de 1990, à direção ESTADUAL do Sistema Único de Saúde (SUS) compete

(A) I, II, III e IV.

I. promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde;


II. acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde
(SUS);
III. prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente
(complementa) ações e serviços de saúde;
IV. coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: vigilância
epidemiológica, vigilância sanitária, vigilância da alimentação e nutrição e vigilância da
saúde do trabalhador.
OBS.:

Seção II

Da Competência

Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete:

I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;

II - participar na formulação e na implementação das políticas:

a) de controle das agressões ao meio ambiente;

b) de saneamento básico; e

c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;

III - definir e coordenar os sistemas:

a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;

b) de rede de laboratórios de saúde pública;

c) de vigilância epidemiológica; e

d) vigilância sanitária;
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IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de agravo


sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;

V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e


dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;

VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica;

VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras,


podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;

VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de


produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano;

IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício


profissional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos na área
de saúde;

X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e


produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos
governamentais;

XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o


estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde;

XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde;

XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;

XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os
serviços privados contratados de assistência à saúde;

XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos


serviços e ações de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal;

XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e


Derivados;

XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as


competências estaduais e municipais;

XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação


técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal;

XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e


financeira do SUS em todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados,
Municípios e Distrito Federal.       

Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em


circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam
escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem
risco de disseminação nacional.
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Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:

I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde;

II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde


(SUS);

III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e
serviços de saúde;

IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:

a) de vigilância epidemiológica;

b) de vigilância sanitária;

c) de alimentação e nutrição; e

d) de saúde do trabalhador;

V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que
tenham repercussão na saúde humana;

VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico;

VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de
trabalho;

VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos


e equipamentos para a saúde;

IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta


complexidade, de referência estadual e regional;

X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as


unidades que permaneçam em sua organização administrativa;

XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e


serviços de saúde;

XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de


controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano;

XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e


fronteiras;

XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e


mortalidade no âmbito da unidade federada.
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Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:

I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar


os serviços públicos de saúde;

II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e


hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual;

III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos
ambientes de trabalho;

IV - executar serviços:

a) de vigilância epidemiológica;

b) vigilância sanitária;

c) de alimentação e nutrição;

d) de saneamento básico; e

e) de saúde do trabalhador;

V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde;

VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão


sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes,
para controlá-las;

VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;

VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;

IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos,


aeroportos e fronteiras;

X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades
prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;

XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;

XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito


de atuação.

Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios.
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Comissões intergestores
Espaços estaduais de articulação e pactuação política que objetivam orientar, regulamentar e
avaliar os aspectos operacionais do processo de descentralização das ações de saúde. São
constituídas, paritariamente, por representantes do governo estadual – indicados pelo Secretário
de Estado da Saúde – e dos secretários municipais de Saúde – indicados pelo órgão de
representação do conjunto dos municípios do Estado, em geral, denominado Conselho de
Secretários Municipais de Saúde (Cosems). Esse texto refere‐se à definição de

(A) Comissões Intergestores Bipartites (CIB)

OBS.:

O SUS – Sistema Único de Saúde, como seu nome expressa, é um sistema. O sistema envolve,
além das diversas instâncias do aparelho de Estado brasileiro, responsáveis pelas distintas
políticas sociais (educação, habitação, trabalho, emprego, renda, previdência, transporte, lazer
etc...), as esferas do Poder Executivo dos entes federativos da República Federativa do país:
União, Estado, Município, Distrito Federal. Para fazer jus ao termo sistema, respeitando a
autonomia de cada ente federativo, ao SUS é exigido que sua dinâmica de funcionamento se dê
mediante pactuações entre os entes: é o chamado Pacto Interfederativo da Gestão Executiva.
Para isso existem diversas esferas de pactuação – Conselhos e Comissões, das quais são as
principais: o CONASEMS, o CONASS, a CIB, a CIT e a CIR

Comissão Intergestores Tripartites (CIT)

Instância de articulação e pactuação na esfera federal que atua na direção nacional do SUS,
integrada por gestores do SUS das três esferas de governo - União, estados, DF e municípios.
Tem composição paritária formada por 15 membros, sendo cinco indicados pelo Ministério da
Saúde (MS), cinco pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e cinco
pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). A representação de
estados e municípios nessa Comissão é regional, sendo um representante para cada uma das
cinco regiões no País. Nesse espaço, as decisões são tomadas por consenso e não por votação.
A CIT está vinculada à direção nacional do SUS. 

Comissão Intergestores Bipartites (CIB)

Espaços estaduais de articulação e pactuação política que objetivam orientar, regulamentar e


avaliar os aspectos operacionais do processo de descentralização das ações de saúde. São
constituídas, paritariamente, por representantes do governo estadual indicados pelo Secretário
de Estado da Saúde e dos secretários municipais de Saúde indicados pelo órgão de
representação do conjunto dos municípios do estado, em geral denominado Conselho de
Secretários Municipais de Saúde (Cosems). Os secretários municipais de Saúde, por meio de
seus espaços de representação, debatem entre si os temas estratégicos, antes de apresentar
suas posições na CIB. Os Cosems são, também, instâncias de articulação política entre gestores
municipais de Saúde, sendo de extrema importância a participação dos gestores locais nesses
espaços
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SUS: Quem é o responsável?

Criado a partir da Constituição Federal de 1988, que concedeu o direito à saúde aos cidadãos
brasileiros, o SUS tem como princípio o acesso integral, universal e igualitário ao sistema público
de saúde.

Os cidadãos devem ter a possibilidade de utilizar todos os serviços oferecidos pelo SUS, que vão
desde exames básicos (atenção básica) até cirurgias complexas (alta complexidade).

Além disso, há ainda a atuação pelo Sistema Único de Saúde na prevenção, através de ações
como:

 Vigilância sanitária;
 Campanhas de vacinação;
 Fiscalização de alimentos;
 Registro de remédios.

O Governo é dividido em três níveis: Federal, Estadual e Municipal. Cada um tem suas


funções e limites de atuação.

Porém, visando maior eficiência no funcionamento do sistema de saúde, a gestão conjunta entre
os três níveis do Governo é a melhor saída

Comissão Tripartite: Entenda o conceito

A administração da política pública no SUS é gerenciada pela Comissão Intergestores Tripartite


(CIT), reconhecida como uma inovação gerencial na política pública de saúde.

A CIT constitui-se como foro permanente de negociação, articulação e decisão entre os gestores
nos aspectos operacionais e na construção de pactos nacionais, estaduais e regionais no
Sistema Único de Saúde.

Cabe às Comissões Intergestores pactuar a organização e o funcionamento das ações e serviços


de saúde integrados em redes de atenção à saúde.

No âmbito nacional, a CIT teve seu início marcado na década de 1990, após a promulgação da
Constituição Federal, atendendo a Resolução nº 02 do Conselho Nacional de Saúde, que
entendia a necessidade de articulação e coordenação entre os gestores governamentais do SUS.

A Composição da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) é formada por 15 membros, sendo:

 Cinco indicados pelo Ministério da Saúde (MS);

 Cinco indicados pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de saúde


(CONASS);

 Cinco indicados pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde


(Conasems).

A representação dos Estados e Municípios é regional, sendo um representante para cada uma
das cinco regiões no País. 
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Entenda o Papel da Prefeitura na Comissão Tripartite

A Prefeitura é a sede do Poder Executivo do município e é composta pela divisão em


secretarias do Governo, como educação, saúde ou meio ambiente.
O responsável por gerenciar as divisões das secretarias é o prefeito.
Na área da saúde, o prefeito atua em conjunto com a equipe de gestão dos serviços
de saúde, através da Secretaria Municipal de Saúde, sendo responsáveis pelas ações e
serviços de saúde naquele local.
É a equipe designada para cuidar da saúde municipal, que é responsável pela criação de
políticas públicas municipais, assim como pela aplicação de políticas nacionais e
estaduais.

Como funciona o repasse para o município?

As ações no Sistema Único de Saúde, em âmbito local, dependerão de recursos próprios do


município, sendo o mínimo de 15% de sua receita e dos repassados pela União e pelo Estado.

Qual o papel do Governo na CIT?

Bem, a gestão das políticas públicas estaduais está atribuída aos governos estaduais, através de
uma secretaria.

Entre as principais atividades, podemos citar:

 Criação das próprias políticas de saúde;


 Apoio à execução de políticas nacionais e municipais;
 Coordenação de as ações do SUS em todo o Estado e repasse de recursos da União aos
municípios.

As ações devem ser realizadas utilizando seus próprios recursos, sendo o mínimo de 12%
da receita.

Comissão Tripartite: Conheça a atividade da União

A arrecadação de impostos torna o Governo Federal o principal responsável pelo financiamento


da saúde em todo o país.

Funciona da seguinte forma:

Os recursos financeiros ficam nos cofres da União para cobrir seus gastos e, também,
serem repassados aos Estados.
Diante do recebimento destes recursos, o Estado realiza o repasse aos municípios,
responsáveis por colocar em prática as políticas públicas do setor da saúde.
No âmbito nacional, quem faz a gestão do setor é o Ministério da Saúde.
Ele é responsável por realizar estudos e planejar a implantação de políticas nacionais de
saúde.

Outras atividades do Ministério da Saúde (MS):

 Criação de normas;
 Avaliação;
 Fiscalização;
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 Controle das ações do SUS em todo o país.

A rede pública de saúde municipal oferece atendimentos à população através de:

 Hospitais públicos;

 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que devem funcionar 24 horas;

 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) – Para a marcação de consultas com especialistas,


existe um dia e horário específico, em que os postos de saúde abrem para que a
população realiza o agendamento.

FINANCIAMENTO
Sobre o financiamento do sistema de saúde brasileiro, é correto afirmar:

(B) Do total de gastos do sistema de saúde brasileiro, a soma de gastos púbicos, considerando as
três esferas do Sistema Único de Saúde ‐ SUS (municípios, Estados e União), é menor que a
soma de gastos privados (gastos com planos de saúde, compra de medicamentos e desembolso
direto).

OBS.:

Por lei, para a Saúde, os municípios devem disponibilizar, obrigatoriamente, 15% de suas
receitas (arrecadação de impostos), os Estados devem aplicar, no mínimo, 12% de
suas receitas, e a União aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, o
montante correspondente ao valor empenhado no exercício financeiro anterior,
apurado nos termos desta Lei Complementar, acrescido de, no mínimo, o percentual
correspondente à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano
anterior ao da lei orçamentária anual. 
De acordo com a Constituição, a participação da União no SUS seria feita com recursos do
Orçamento da Seguridade Social (OSS), dos quais viriam os recursos para a Saúde,
Previdência e Assistência Social. Até que a regra de financiamento para a União fosse
explicitada por lei complementar, a Saúde deveria ficar com 30% desse orçamento. Porém,
na prática, este repasse nunca ocorreu. Este fato deu ensejo a vários projetos de emenda
à Constituição, elaborados por deputados e senadores durante a década de 1990, com
vistas a definir a regra de aplicação de recursos da União em Saúde. Com a promessa de
resolver a situação de financiamento do setor, em 1997 o governo instituiu a Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A arrecadação deveria ser adicionada
aos recursos da Saúde. Mas, até sua extinção em 2007, a CPMF não resultou em aumento
de recursos, porque, na proporção que o dinheiro da nova contribuição entrava, havia
redução de participação de outras contribuições sociais no financiamento federal, de forma
que o volume de recursos destinados à Saúde ficava sempre no mínimo estabelecido pela
Emenda Constitucional nº 29/2000.
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Durante a década de 90 não havia nenhum parâmetro legal que obrigasse os Estados,
Distrito Federal e municípios a destinarem recursos próprios para a área de saúde
(CAMPELLI e CALVO, 2007). A economia, bem como as políticas públicas de
financiamento do SUS no âmbito da União eram instáveis, utilizando-se de medidas
emergenciais e provisórias para fazer frente à falta de recursos para o setor.
A Emenda Constitucional 29 (EC-29) foi criada com o objetivo de superar os problemas de
financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentados nos anos 90. A EC-29
determinou a vinculação e estabeleceu a base de cálculo e os percentuais mínimos de
recursos orçamentários que a União, os Estados, Distrito Federal e municípios seriam
obrigados a aplicar em ações e serviços públicos de saúde.
"A aprovação da Emenda Constitucional nº 29, em 2000, representou uma importante
conquista da sociedade para a construção do SUS, pois estabeleceu a vinculação de
recursos nas três esferas de governo para um processo de financiamento mais estável do
SUS." 
O Fundo Nacional de Saúde demonstra a forma de repasse das transferências de recursos
federais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o custeio e investimento de
ações e serviços públicos de saúde, organizando-as e identificando-as por Grupos
relacionados ao nível de atenção ou à área de atuação, tais como:

A necessidade de aumento de recursos para o SUS tem mobilizado vários segmentos sociais.
Segundo a Constituição Federal de 1988, o SUS deve ser financiado com recursos:

(D) do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, além de outras fontes.
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CONSULTÓRIO DE RUA
A proposta de equipes de Consultório na Rua constitui uma estratégia

b) Atenção Básica para ampliar o acesso à Rede de Atenção à Saúde e ofertar atenção
integral à população em situação de rua

OBS.:

A estratégia Consultório na Rua foi instituída pela Política Nacional de Atenção Básica, em
2011, e visa ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde,
ofertando, de maneira mais oportuna, atenção integral à saúde para esse grupo
populacional, o qual se encontra em condições de vulnerabilidade e com os vínculos
familiares interrompidos ou fragilizados.
Chamamos de Consultório na Rua equipes multiprofissionais que desenvolvem ações
integrais de saúde frente às necessidades dessa população. Elas devem realizar suas
atividades de forma itinerante e, quando necessário, desenvolver ações em parceria com
as equipes das Unidades Básicas de Saúde do território.
Ressalta-se que a responsabilidade pela atenção à saúde da população em situação de
rua como de qualquer outro cidadão é de todo e qualquer profissional do Sistema Único de
Saúde, mesmo que ele não seja componente de uma equipe de Consultório na Rua (eCR).
Desta forma, em municípios ou áreas em que não haja eCR, a atenção deverá ser
prestada pelas demais modalidades de equipes da Atenção Básica. É importante destacar,
ainda, que o cuidado em saúde da população em situação de rua deverá incluir os
profissionais de Saúde Bucal e os Nasf do território onde essas pessoas estão
concentradas.

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

A prestação de serviços especializados no SUS é problemática, pois a oferta é limitada e o setor


privado contratado muitas vezes dá preferência aos portadores de planos de saúde privados. A
atenção secundária é pouco regulamentada e os procedimentos de média complexidade
frequentemente são preteridos em favor dos procedimentos de alto custo. O SUS é altamente
dependente de contratos com o setor privado, sobretudo no caso de serviços de apoio
diagnóstico e terapêutico; apenas 24,1% dos tomógrafos e 13,4% dos aparelhos de ressonância
magnética são públicos e o acesso é desigual. PAIM, J. et al. “O sistema de saúde brasileiro:
história, avanços e desafios”. The Lancet [online], 09/05/2011.

Ao tratar da prestação de serviços especializados no SUS, o texto enfoca, de modo mais


evidente:

(A) o acesso.
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De acordo com a Lei Orgânica da Saúde 8080/90, NÃO são considerados princípios do SUS
(Sistema Único de Saúde):

(D) segmentação e focalização aos mais necessitados.

São considerados princípios do SUS:

universalidade de acesso e integralidade de assistência.


igualdade na assistência e preservação da autonomia.
participação da comunidade e direito a informação.
utilização da epidemiologia e estabelecimento de prioridades.

OBS.:
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Considerando os princípios da descentralização e da regionalização e a regulamentação da Lei


8.080/90 pelo Decreto nº 7.508 de 28 de Junho de 2011, o protagonismo da gestão local no SUS
é concentrado

e) nas regiões de saúde

O trecho “conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais
e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema” está
relacionado ao princípio do/da:

(B) Integralidade de assistência;

OBS.:
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Antônio tem um plano de saúde privado, benefício fornecido pela empresa na qual trabalha. A
caminho do trabalho, Antônio é atropelado, sofrendo um grave acidente. Ele é resgatado pelo
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e atendido no pronto‐socorro de um hospital
público mais próximo. Este atendimento é respaldado por qual princípio constitucional do Sistema
Único de Saúde (SUS)?

(D) Universalidade.

Leia o trecho da reportagem e assinale a alternativa que explicita princípios do Sistema Único de
Saúde (SUS) argumentados no texto: “Processar o Estado para garantir o direto à Saúde gratuita,
quando este não é cumprido, é uma ação comum. Em 2015, segundo dados do governo federal,
os gastos do SUS por decisões judiciais foram de R$ 1,013 bilhão. Em 2010, os gastos foram de
R$ 139,6 milhões. Cerca de 99% dos gastos com ações na Justiça em 2015 foram de processos
que diziam respeito à compra de medicamentos. Na maioria dos casos, os juízes determinam que
o Estado arque com as despesas referentes aos tratamentos e medicamentos que não são
oferecidos pelo SUS”.

(C) Universalidade e equidade

OBS.:

Financiamento não é um dos princípios do SUS

A Constituição Federal de 1988 determina que as três esferas de governo – federal, estadual e
municipal – financiem o Sistema Único de Saúde (SUS), gerando receita necessária para custear
as despesas com ações e serviços públicos de saúde. Planejar este financiamento,
promovendo arrecadação e repasse necessários de forma a garantir a universalidade e
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integralidade do sistema, tem se mostrado, no entanto, uma questão bem delicada. As


restrições orçamentárias para o setor – sobretudo a falta de recursos nos municípios – e a
necessidade premente de superá-las fazem com que as discussões sobre o financiamento
ocupem constantemente a agenda dos movimentos sociais e políticos que atuam em defesa do
SUS.

Os percentuais de investimento financeiro dos municípios, estados e União no SUS são definidos
atualmente pela Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, resultante da sanção
presidencial da Emenda Constitucional 29. Por esta lei, municípios e Distrito Federal devem
aplicar anualmente, no mínimo, 15% da arrecadação dos impostos em ações e serviços
públicos de saúde cabendo aos estados 12%. No caso da União, o montante aplicado deve
corresponder ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, acrescido do
percentual relativo à variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano antecedente ao da lei
orçamentária anual.    

Diversas instituições organizadas reivindicam, no entanto, que a União destine pelo menos 10%
das receitas correntes brutas para a saúde pública brasileira, o que não se consolidou com a
sanção da Lei Complementar nº 141. Diante disso, organizou-se o Movimento Nacional em
Defesa da Saúde Pública, Saúde + 10, com o objetivo de coletar assinaturas para um projeto de
lei de iniciativa popular que assegure o repasse deste percentual, alterando a legislação vigente. 

Outro debate que se levanta a partir do subfinanciamento da saúde é a relação entre o público e
o privado, já que recursos públicos acabam sendo repassados ao setor privado.

REGIONALIZAÇÃO
(E) As assertivas I, II e III são corretas.

I. Processo que visa a organização das ações e serviços de saúde, em uma região, promovendo
a integralidade da atenção.

II. Racionalização dos gastos e otimização dos recursos são levados em consideração na
regionalização de saúde.

III. Equidade, na perspectiva da garantia do direito da saúde, é essencial para a regionalização


de saúde.

OBS.:

Os objetivos da regionalização:

 garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e serviços de saúde;


 garantir a integralidade na atenção à saúde, por meio do acesso a todos os níveis de
complexidade do sistema;
 potencializar a descentralização do sistema fortalecendo o papel dos estados e dos
municípios, para que exerçam amplamente suas funções gestoras;
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 racionalizar os gastos e otimizar a aplicação dos recursos, possibilitando ganhos de


escala nas ações e serviços de saúde de abrangência regional

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um programa de universalização do direito à saúde e pela


garantia do acesso aos cuidados e atenção para toda a população. Sobre o processo de
implantação do SUS, assinale a alternativa correta:

e) O SUS busca romper com esquemas assistenciais tradicionalmente direcionados a segmentos


populacionais específicos, quer recortados segundo critérios socioeconômicos, quer definidos a
partir de fundamentos nosológicos (classificação de doenças)

OBS.:

Os termos que compõem a expressão ‘SUS’, espelham positivamente críticas à


organização rejeitado da assistência médico-hospitalar brasileira. 
O movimento da Reforma Sanitária nasceu no contexto da luta contra a ditadura, no início
da década de 1970. A expressão foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se
tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde. Essas
mudanças não abarcavam apenas o sistema, mas todo o setor saúde, em busca da
melhoria das condições de vida da população.
Grupos de médicos e outros profissionais preocupados com a saúde pública
desenvolveram teses e integraram discussões políticas. Este processo teve como marco
institucional a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986. Entre os políticos
que se dedicaram a esta luta está o sanitarista Sergio Arouca.
As propostas da Reforma Sanitária resultaram, finalmente, na universalidade do direito à
saúde, oficializado com a Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de
Saúde (SUS)
Em 1986 foi realizada em Brasília a VIII Conferência Nacional da Saúde, um grande marco
na área da saúde no País. Essa conferência teve papel fundamental para o fortalecimento
do conceito ampliado de saúde, ratificado em 1988 na Constituição Federal. No conceito
de saúde foram incluídos diversos fatores como determinantes e condicionantes dos níveis
de saúde da população, como: alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente,
trabalho, renda, educação, transporte, lazer e o acesso que a população tem aos bens e
serviços lhe são essenciais e de direito. Com base nas determinações dessa conferência,
a Constituição Federal criou o Sistema Único de Saúde (SUS), que representou a
consolidação dos preceitos da Reforma Sanitária de décadas anteriores
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É de responsabilidade de todos: usuários, profissionais e gestores da saúde, a consolidação do


Sistema Único de Saúde (SUS). Não pode ser entendido como princípio e diretriz do SUS:

B) Garantia do acesso aos serviços de saúde baseando-se no conceito de cidadania regulada.

OBS.:

 Políticas públicas distributivas = são aquelas financiadas pelo orçamento público. A


sociedade brasileira custeia essas iniciativas por meio da arrecadação de impostos.
É exemplo recente de política pública distributiva a intensa campanha de vacinação contra
febre amarela. Além dela, também estão nessa categoria a construção de estradas, a
abertura de novas escolas, a inauguração de aeroportos, entre outros investimentos
 Políticas Públicas Redistributivas = têm como objetivo alocar bens ou serviços a segmentos
específicos dos cidadãos com recursos retirados de outros grupos, também determinados.
São exemplos disso a isenção de impostos para famílias de baixa renda ou descontos na
conta de energia elétrica para essas mesmas famílias.
 Políticas Públicas Constitutivas = ditam as “regras do jogo”, isto é, estipulam competências,
normas e formas de a sociedade participar dessas ações. As leis que definem a
responsabilidade de cada um dos três poderes no preenchimento desses direitos são
exemplos de políticas públicas constitutivas.

Por lei, os municípios têm de fazer o cadastro dos interessados em participar do Minha
Casa, Minha Vida, quando a renda seja de até R$ 1.800. Essa é uma política pública
constitutiva também. O mesmo pode se dizer das regras do sistema eleitoral.
 Políticas Públicas Regulatórias = têm a ver com a criação e a fiscalização de leis e
normas que garantam o bem comum. Elas instituem modelos de comportamentos,
princípios de conduta para a comercialização de produtos, entre outras regulamentações,
com a finalidade de assegurar o bem-estar da coletividade.
Por exemplo: diante de um índice muito alto de mortes em acidentes com motociclistas em
uma cidade, aumenta-se o número de multas para inibir a circulação em motos sem
capacete. Outro exemplo: para evitar o câncer de pulmão, proíbe-se o consumo de
cigarros em ambientes fechados.

Cidadania regulada = foi o nome proposto pelo sociólogo brasileiro Wanderley Guilherme dos
Santos para designar uma "cidadania restrita e sempre vigiada pelo Estado".

Pode ser entendida como um mecanismo do Estado de estar observando sempre


as ações dos indivíduos, ou seja, nesse modelo, nós estamos condicionados a viver sob
os olhos do sistema, seja pela mídia, pela indústria cultural que dita um padrão como forma
de verificar nossas ações.
Deste modo, na cidadania regulada, os direitos do cidadão estão diretamente ligados
ao Estado, essas que definem se o indivíduo é um cidadão desse espaço ou não,
através de normas e valores que devem ser seguidos a qualquer custo.
20

PTS
Sabendo‐se que o Projeto Terapêutico Singular (PTS) é definido como uma estratégia de cuidado
que articula um conjunto de ações resultantes do diálogo e da construção coletiva de uma equipe
multidisciplinar, verifique quais afirmações são verdadeiras:

I – O PTS considera as necessidades, as expectativas, as crenças e o contexto social da pessoa;

II – Com o PTS, não é possível programar intervenções preventivas, pois seu objetivo é intervir
em pessoas com agravos à saúde.

III – O PTS prevê intervenções no campo clínico, psicossocial e funcional.

Assinale a alternativa correta:

(B) Apenas I e III são verdadeiras

O Projeto Terapêutico Singular (PTS) pode ser definido como o processo de construção de um
plano de ação baseado na avaliação das condições biopsicossociais dos usuários dos serviços
de saúde. Nas estratégias necessárias para a elaboração do PTS

e) a intersetorialidade é necessária, na medida em que as condições de vida e de trabalho


podem agravar a saúde dos indivíduos

OBS.:
21
22

ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
A Rede de Atenção Psicossocial tem como finalidade a criação, a ampliação e a articulação de
pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do SUS. Dentre
suas diretrizes, estão:

(B) a diversificação das estratégias de cuidado e o desenvolvimento de atividades no território


que favoreçam a inclusão social com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da
cidadania.

OBS.:

São diretrizes da Rede de Atenção Psicossocial:

 Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia, a liberdade e o exercício da


cidadania.

 Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde.

Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência


multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar.
23

 Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, diversificando as estratégias de cuidado,


com participação e controle social dos usuários e de seus familiares.

 Organização dos serviços em RAS regionalizada, com estabelecimento de ações intersetoriais


para garantir a integralidade do cuidado.

 Desenvolvimento da lógica do cuidado centrado nas necessidades das pessoas com


transtornos mentais, incluídos os decorrentes do uso de substâncias psicoativas.

PNAB – TRABALHO INTERDISCIPLINAR


A Atenção Básica caracteriza-se por:
d) desenvolver a atenção integral à saúde, nos âmbitos individual e coletivo, com ênfase em:
promoção e proteção, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e redução de
danos

De acordo com a Portaria nº 4279/2010, compete à Atenção Primária à Saúde integrar


verticalmente os serviços que são ofertados de forma fragmentada pelo Sistema de Saúde
convencional. Para tanto, deve assumir três funções essenciais:
a) resolução, organização e responsabilização

OBS.:
APS - Centro de Comunicação
A Atenção Primária à Saúde é o centro de comunicação da RAS e tem um papel chave na
sua estruturação como ordenadora da RAS e coordenadora do cuidado.
Para cumprir este papel, a APS deve ser o nível fundamental de um sistema de atenção à
saúde, pois constitui o primeiro contato de indivíduos, famílias e comunidades com o
sistema, trazendo os serviços de saúde o mais próximo possível aos lugares de vida e
trabalho das pessoas e significa o primeiro elemento de um processo contínuo de atenção.
Deve exercer um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange
a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a
reabilitação e a manutenção da saúde.
A coordenação do cuidado é desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e
sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a
populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade
sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas
populações.
Cabe a APS integrar verticalmente os serviços que, normalmente são ofertados de forma
fragmentada, pelo sistema de saúde convencional.
Uma atenção primária de qualidade, como parte integrante da Rede de atenção à saúde
estrutura-se segundo sete atributos e três funções:
24

Atributos: Primeiro Contato; Longitudinalidade; Integralidade; Coordenação; Centralidade


na Família; Abordagem Familiar e Orientação Comunitária.
 Primeiro Contato: evidências demonstram que o primeiro contato, pelos profissionais da
APS, leva a uma atenção mais apropriada e a melhores resultados de saúde a custos
totais mais baixos.
 Longitudinalidade: deriva da palavra longitudinal e é definida como "lidar com o
crescimento e as mudanças de indivíduos ou grupos no decorrer de um período de anos".
É uma relação pessoal de longa duração entre profissionais de saúde e usuários em suas
unidades de saúde, independente do problema de saúde ou até mesmo da existência de
algum problema. Está associada a diversos benefícios: menor utilização dos serviços;
melhor atenção preventiva; atenção mais oportuna e adequada; menos doenças evitáveis;
melhor reconhecimento dos problemas dos usuários; menos hospitalizações; custos totais
mais baixos. Os maiores benefícios estão relacionados ao vínculo com o profissional ou
equipe de saúde e ao manejo clínico adequado dos problemas de saúde, através da
adoção dos instrumentos de gestão da clínica - diretriz clínica e gestão de patologias.
 Integralidade da Atenção: a integralidade exige que a APS reconheça as necessidades
de saúde da população e os recursos para abordá-las. A APS deve prestar, diretamente,
todos os serviços para as necessidades comuns e agir como um agente para a prestação
de serviços para as necessidades que devam ser atendidas em outros pontos de atenção.
A integralidade da atenção é um mecanismo importante porque assegura que os serviços
sejam ajustados às necessidades de saúde da população.
 Coordenação do cuidado: é um "estado de estar em harmonia numa ação ou esforço
comum".
É um desafio para os profissionais e equipes de saúde da APS, pois nem sempre têm
acesso às informações dos atendimentos de usuários realizados em outros pontos de
atenção e, portanto, a dificuldade de viabilizar a continuidade do cuidado. A essência da
coordenação é a disponibilidade de informação a respeito dos problemas de saúde e dos
serviços prestados. Os prontuários clínicos eletrônicos e os sistemas informatizados
podem contribuir para a coordenação da atenção, quando possibilitam o compartilhamento
de informações referentes ao atendimento dos usuários nos diversos pontos de atenção,
entre os profissionais da APS e especialistas.
 Centralidade na Família: remete ao conhecimento pela equipe de saúde dos membros da
família e dos seus problemas de saúde. No Brasil, atualmente, tem se adotado um
conceito ampliado e a família é reconhecida como um grupo de pessoas que convivam
sobre o mesmo teto, que possuam entre elas uma relação de parentesco primordialmente
pai e/ou mãe e filhos consanguíneos ou não, assim como as demais pessoas significativas
que convivam na mesma residência, qualquer que seja ou não o grau de parentesco. A
centralização na família requer mudança na prática das equipes de saúde, através da
abordagem familiar. A equipe de saúde realiza várias intervenções personalizadas ao
longo do tempo, a partir da compreensão da estrutura familiar.
 Abordagem Familiar: deve ser empregada em vários momentos, como, por exemplo, na
realização do cadastro das famílias, quando das mudanças de fase do ciclo de vida das
famílias, do surgimento de doenças crônicas ou agudas de maior impacto. Estas situações
permitem que a equipe estabeleça um vínculo com o usuário e sua família de forma
natural, facilitando a aceitação quanto à investigação e intervenção, quando necessária.
 A Orientação Comunitária: a APS com orientação comunitária utiliza habilidades clínicas,
epidemiológicas, ciências sociais e pesquisas avaliativas, de forma complementar para
25

ajustar os programas para que atendam às necessidades específicas de saúde de uma


população definida. Para tanto, faz-se necessário:
o Definir e caracterizar a comunidade;
o Identificar os problemas de saúde da comunidade;
o Modificar programas para abordar estes problemas;
o Monitorar a efetividade das modificações do programa.

Funções: Resolubilidade, Organização e Responsabilização.


A Atenção Primária à Saúde deve cumprir três funções essenciais:
 Resolução: visa resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população;
 Organização: visa organizar os fluxos e contrafluxos dos usuários pelos diversos pontos
de atenção à saúde, no sistema de serviços de saúde;
 Responsabilização: visa responsabilizar-se pela saúde dos usuários em qualquer ponto
de atenção à saúde em que estejam.

A Atenção Primária em Saúde (APS) pressupõe:  


1) o acompanhamento e a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo entre
profissionais e usuários ao longo do tempo, de modo permanente e consistente;  
2) o acompanhamento e a organização do fluxo dos usuários, entre os diversos serviços,
estruturas e pontos da rede de saúde, de forma contínua e integrada.  
Assinale as diretrizes/atributos da APS correspondentes às descrições nos itens 1 e 2,
respectivamente:
(D) Longitudinalidade (1) e Coordenação do Cuidado (2).

A Atenção Básica em Saúde deve ser desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e
capilaridade, ou seja, deve estar próxima da vida das pessoas, ampliando assim o acesso da
população à Rede de Atenção à Saúde. Compõem as ações da Atenção Básica:
b) os Núcleos de Apoio à Saúde da Família e o Consultório na Rua

Dentre as cinco atribuições descritas abaixo, identifique as que caracterizam o processo de


trabalho das equipes de Atenção Básica:
d) I, III e V

I. Definir o território de atuação e a população sob responsabilidade das Unidades Básicas de


Saúde.
III. Desenvolver ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da
população, no desenvolvimento de autonomia e na busca por qualidade de vida pelos usuários
26

V. Desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social voltados para o
desenvolvimento da atenção integral

OBS.:
Equipe de referência
Grupo multiprofissional que deve ser composto de acordo com os objetivos de cada serviço de
saúde, tendo uma clientela sob sua responsabilidade. Todo usuário do SUS deve ter e saber
identificar sua equipe de referência. Em hospitais, por exemplo, a clientela internada deve ter sua
equipe de referência. Especialistas e outros profissionais constituem uma rede de serviços de
apoio às equipes de referência. Assim, ao invés de constituírem grupos profissionais
hierarquizados, de forma horizontal, as equipes devem ser partes da estrutura permanente e
nuclear dos serviços de saúde. Para complementar o trabalho das equipes de referência, a nova
proposta de reorganização dos serviços no SUS altera a lógica do encaminhamento, de modo
que um profissional, atuando em determinado setor, oferece apoio para outros profissionais,
equipes e setores. Inverte-se, assim, o esquema tradicional de organização, permitindo que os
profissionais se sintam pertencentes a uma equipe e setor, mas funcionando ao mesmo tempo
como apoio para outras equipes de referência, sempre que necessário. Esse modelo operacional,
que ganhou o nome de “apoio matricial”, torna possível o vínculo terapêutico.

Sobre a atenção básica do SUS:

(C) A estratégia de saúde da família prevê o cuidado primário centrado em uma equipe
multiprofissional, trabalhando de forma interdisciplinar e por meio de um conjunto ampliado de
encontros clínicos, que envolvem consultas individuais e atividades em grupo

OBS.:

A Política Nacional da Atenção Básica tem como principais diretrizes e princípios  utilização de
tecnologias de cuidado complexas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas
e necessidade de saúde de maior frequência e relevância em seu território, observando
critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda,
necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos.
27

I – princípios: II – diretrizes:

a) universalidade a) regionalização e
; hierarquização:

b) equidade; b) territorialização;

c) integralidade. c) Participação na comunidade

  d) cuidado centrado na pessoa;

e) resolutividade;

 TERRITORIZAÇÃO = organizar os serviços de acordo com o território, ou seja, conhecer o


território, que é onde a vida acontece, e, a partir das suas necessidades organizar os
serviços

 REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO = Os serviços devem ser organizados em níveis


de complexidade tecnológica crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e com
a definição da população a ser atendida.
O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de nível primário de
atenção que devem estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que
demandam os serviços de saúde. Os demais, deverão ser referenciados para os serviços
de maior complexidade tecnológica.
28

 DESCENTRALIZAÇÃO - redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços


de saúde entre os vários níveis de governo,

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) atualizou conceitos e introduziu elementos ligados
ao papel desejado da Atenção Básica na ordenação das Redes de Atenção à Saúde. Nesse
sentido, a PNAB

d) avançou na afirmação de uma Atenção Básica acolhedora, resolutiva na gestão do cuidado


do usuário nas demais Redes de Atenção

OBS.:

PNAB (Política Nacional de Atenção Básica) – 2017


29
30
31
32
33
34

Atualizada em 2017, a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), no âmbito do Sistema Único
de Saúde (SUS), estabelece parâmetros mínimos de alcance, infraestrutura e funcionamento dos
serviços. Acerca da PNAB, é correto afirmar:

(B) Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda‐
se a cobertura de 100% da população, com número máximo de 750 pessoas por agente
comunitário de saúde.

OBS.:

Cada equipe de Saúde da Família (eSF) deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas,
sendo a média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equidade para essa
definição. Recomenda-se que o número de pessoas por equipe considere o grau de
vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade,
menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe.

O Sistema Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, usuários, trabalhadores e gestores
das três esferas de governo. Sobre a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB-2012), estão
corretas as assertivas:

(B) I, III, IV e V

I. A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da atenção primária no País, de acordo


com os preceitos do Sistema Único de Saúde

III. Ao enfermeiro compete planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos Agentes
Comunitários de Saúde em conjunto com os outros membros da equipe.

IV. Os Agentes comunitários de saúde (ACS) devem desenvolver atividades de promoção da


saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde, por meio de visitas
domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade.

V. As equipes dos Consultórios na Rua tem o objetivo de ampliar o acesso desses usuários à
rede de atenção e ofertar de maneira mais oportuna atenção integral à saúde.

OBS.:

O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) foi criado em 2008 pela Portaria GM/ MS nº
154 de 24 de junho de 2008 (revogada pela Portaria GM/ MS nº 2.488 de 21 de outubro de
2011), com o objetivo de aumentar a resolutividade e capacidade de resposta das Equipes
de Saúde da Família aos problemas da população.
Esse núcleo é composto por profissionais de diferentes áreas do conhecimento (médico
acupunturista, pediatra, ginecologista/obstetra, homeopata, psiquiatra, geriatra, internista
(clínica médica) ou médico do trabalho; assistente social; profissional/professor de
35

educação física; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; nutricionista; psicólogo;


terapeuta ocupacional; médico veterinário; profissional com formação em arte e educação
(arte educador); profissional de saúde sanitarista) que, atuando de maneira integrada às
Equipes de Saúde da Família nelas incluídas as equipes de saúde bucal, qualificam o
atendimento às pessoas. Espera-se que a inserção desses profissionais amplie o olhar e
as ações do cuidado, trazendo como consequência a diminuição do número de
encaminhamentos a outros serviços e maior satisfação aos usuários.
O NASF faz parte da Atenção Básica, mas não se constitui como serviço com unidade
física independente ou especial, e não sendo de livre acesso para atendimento
individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equipes de
Atenção Básica). O NASF atua nas estruturas físicas das próprias Unidades Básicas de
Saúde e no território.
Algumas ações a serem desenvolvidas pelo NASF são descritas, a seguir:
 Atendimentos compartilhados com as equipes de saúde da família na Unidade
Básica de Saúde (UBS) e em visitas domiciliares;
 Atividades de grupo e oficinas;
 Participação em reuniões de equipes de saúde da família para melhoria do
diagnóstico e dos tratamentos aos usuários, bem como na reflexão sobre as
mudanças necessárias para melhor organização do seu processo de trabalho;
 Articulação intersetorial buscando qualificação do atendimento em rede.

Considere as seguintes diretrizes relativas aos NASFs ‐ AB (Núcleo de apoio à Saúde da


Família), conforme descritas na atual PNAB (Política Nacional de Atenção Básica):

(E) I, III e IV, apenas.

I. Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de


profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica, formada por
diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde.

II. A definição das categorias profissionais cabe ao gestor federal, considerando o financiamento
e o número de profissionais disponíveis em cada território.

III. Compete à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF ‐ AB)
participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na Atenção Básica a que está
vinculada.

IV. Compete à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF  ‐ AB)
realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, interconsulta, construção
conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente e intervenções no território.

OBS.:

A definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local, devendo ser escolhida
de acordo com as necessidades do territórios.
36

De acordo com o Caderno de Atenção Básica (2014) é correto afirmar:

(C) O trabalho do NASF é orientado pelas diretrizes da Atenção Básica. Sua principal função é
produzir ou apoiar as equipes na produção de um cuidado continuado e longitudinal, próximo da
população e na perspectiva da integralidade. Outros conceitos que embasam seu trabalho são a
territorialização e responsabilidade sanitária, o trabalho em equipe, a integralidade e a autonomia
dos indivíduos e coletivos, considerando a realidade epidemiológica, cultural, socioeconômica da
população e, especialmente, o planejamento conjunto com as equipes que apoiam. (Anulada)

OBS.:

O trabalho do NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família) é orientado pelo referencial


teórico-metodológico do apoio matricial.
Constitui-se em uma retaguarda especializada para as equipes de Atenção Básica/Saúde
da Família, atuando no lócus da própria Atenção Básica.
O NASF desenvolve trabalho compartilhado e colaborativo em pelo menos duas
dimensões: clínico-assistencial e técnico-pedagógica. A primeira produz ou incide sobre a
ação clínica direta com os usuários; e a segunda produz ação de apoio educativo com e
para as equipes. Além disso, o apoio e a atuação também podem se dar por meio de
ações que envolvem coletivos, tais como ações sobre os riscos e vulnerabilidades
populacionais ou mesmo em relação ao processo de trabalho coletivo de uma equipe
Suas ações têm, via de regra, dois principais públicos-alvo: as equipes de referência
apoiadas (eSF, eAB para populações específicas – Consultórios na Rua, equipes
ribeirinhas e fluviais) e diretamente os usuários do Sistema Único de Saúde.

Pode-se afirmar, então, que o Nasf:

 É uma equipe formada por diferentes profissões e/ou especialidades.


 Constitui-se como apoio especializado na própria Atenção Básica, mas não é
ambulatório de especialidades ou serviço hospitalar (não se constitui como um
serviço com espaço físico independente).
 Recebe a demanda por negociação e discussão compartilhada com as equipes que
apoia, e não por meio de encaminhamentos impessoais.
 Deve estar disponível para dar suporte em situações programadas e também
imprevistas.
 Possui disponibilidade, no conjunto de atividades que desenvolve, para realização
de atividades com as equipes, bem como para atividades assistenciais diretas aos
usuários (com indicações, critérios e fluxos pactuados com as equipes e com a
gestão).
 Realiza ações compartilhadas com as equipes de Saúde da Família (eSF), o que
não significa, necessariamente, estarem juntas no mesmo espaço/tempo em todas
as ações.
37

 Ajuda as equipes a evitar ou qualificar os encaminhamentos realizados para outros


pontos de atenção.
 Ajuda a aumentar a capacidade de cuidado das equipes de Atenção Básica, agrega
novas ofertas de cuidado nas UBS e auxilia a articulação com outros pontos de
atenção da rede

De acordo com o Caderno de Atenção Básica (2014) existem três modalidades de NASF
financiados e reconhecidos formalmente pelo Ministério da Saúde. Essas modalidades
estão divididas conforme o número de equipes de estratégia de saúde da família
oferecendo carga horária individual de cada profissional de no mínimo 20h e máximo 80h
semanais.

A discussão em equipe de casos clínicos complexos é um recurso clínico e gerencial


importantíssimo, utilizada no NASF por intermédio da elaboração do projeto terapêutico
singular (PTS), genograma e ecomapa, instrumentos de organização do cuidado em
saúde, utilizados pelas equipes do NASF, constituídos conjuntamente pela equipe e pelo
usuário, considerando as singularidades do sujeito e a complexidade de cada caso.
No PTS, a identificação das necessidades de saúde, a discussão do diagnóstico e a
definição do cuidado são compartilhadas, levando assim à eficácia dos tratamentos, pois
aumenta a comunicação, o que fortalece os vínculos e o grau de corresponsabilização. No
genograma, são organizados os dados referentes à família e seus processos relacionais e
o ecomapa é mapeamento das redes de apoio sociais e comunitárias.
As Redes de Atenção à Saúde são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde,
de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio
técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.
A construção das redes pode proporcionar ao usuário a garantia de um caminho
ininterrupto de cuidado à sua saúde, configurando assim as linhas de cuidado, ou seja, um
conjunto de atos assistenciais pensados e articulados para resolver determinado problema
de saúde do usuário, assentado em um projeto terapêutico
38

O trabalho do Nasf é orientado pelas diretrizes da Atenção Básica. Ou seja, deve produzir
ou apoiar as equipes na produção de um cuidado continuado e longitudinal, próximo da
população e na perspectiva da integralidade.

Conceitos devem nortear os profissionais que trabalham na Atenção Básica:

 Territorialização e responsabilidade sanitária: são concebidas como responsabilidade


de uma equipe sobre a saúde da população a ela vinculada
 Trabalho em equipe: por meio de trabalho colaborativo, múltiplo e interdependente,
agrega maior capacidade de análise e de intervenção sobre problemas, demandas e
necessidades de saúde, em âmbito individual e/ou coletivo
 Integralidade: para lidar com as demandas e as necessidades de saúde dos usuários, é
necessário que as equipes tenham, cada vez mais, alta capacidade de análise e de
intervenção, em termos clínicos, sanitários e no que se refere à gestão do cuidado,
inclusive daqueles usuários que requerem acesso a ofertas e tecnologias em outros pontos
das redes de atenção
 Autonomia dos indivíduos e coletivos: compreendida como um dos principais resultados
esperados com o cuidado na atenção básica , fruto tanto de ações técnicas quanto da
produção de relações de acolhimento, vínculo e responsabilização.

A partir da organização das Redes de Atenção à Saúde, a Atenção Básica é ratificada como
ordenadora da rede e coordenadora do cuidado. A Atenção Básica deve

c) priorizar a atenção às condições crônicas de agravos à saúde

OBS.:

A transição epidemiológica que se fez no mundo desenvolvido e que vem se fazendo, de


forma muito acelerada, nos países em desenvolvimento indica um crescimento relativo
forte das condições crônicas, especialmente das doenças crônicas.
O objetivo precípuo da RAS é prestar atenção integral, de qualidade e resolutiva, que
atenda às reais necessidades da população, tendo em vista a atual situação
epidemiológica e demográfica do País, que vem se dando de forma acelerada, com
predominância das condições crônicas

RAS
39

Com relação às redes de atenção à saúde no SUS, conforme definidas pelo Decreto 7508 de
2011, é correto afirmar que elas
(A) estarão compreendidas no âmbito de uma região de Saúde, ou de várias delas, em
consonância com diretrizes pactuadas nas comissões intergestores.

OBS.:
Art. 2º As Regiões de Saúde serão instituídas pelos Estados em articulação com os Municípios,
nos termos do disposto no Decreto Nº 7.508, de 2011, e conforme o disposto nesta Resolução.
§ 1º Considera-se Região de Saúde o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamento
de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de
redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de
integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.

A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de


saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de
apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado

A Comissão Intergestores Regional - CIR é uma instância de cogestão no espaço regional


com o objetivo de constituir um canal permanente e contínuo de negociação e decisão
entre os gestores municipais e o estado para constituição de rede regionalizada,
pactuando de forma consensual a definição das regras da gestão compartilhada do
Sistema Único de Saúde - SUS, composta por representantes da SESAU - TO e de todos
os secretários municipais de saúde da região.  Cabe às CIR a pactuação, organização e o
funcionamento em nível regional das ações e serviços de saúde integrados na rede de
atenção à saúde – RAS. Essa instância veio aprimorar o processo de regionalização no
SUS. Os problemas de saúde são identificados e analisados conjuntamente. A partir dessa
avaliação procede-se a identificação e pactuação das ações prioritárias, com objetivo de
melhorar a situação de saúde e garantir a atenção integral na região.
A CIR é um ambiente de debate e negociação que promove a gestão colaborativa na
saúde. Caracteriza-se como um espaço de governança regional.

As diretrizes para a organização de redes de atenção definidas na Portaria 4279 de 2010


consideram que
(B) o acesso pode ser analisado através da disponibilidade, da comodidade e da aceitabilidade
do serviço pelos usuários.

OBS.:
FUNDAMENTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns fundamentos precisam ser
considerados:
40

Economia de Escala, Qualidade, Suficiência, Acesso e Disponibilidade de Recursos.


Economia de Escala - ocorre quando os custos médios de longo prazo diminuem, à
medida que aumenta o volume das atividades e os custos fixos se distribuem por um maior
número dessas atividades, sendo o longo prazo, um período de tempo suficiente para que
todos os insumos sejam variáveis. Desta forma, a concentração de serviços em
determinado local racionaliza custos e otimiza resultados, quando os insumos tecnológicos
ou humanos relativos a estes serviços inviabilizem sua instalação em cada município
isoladamente.

Qualidade - um dos objetivos fundamentais do sistema de atenção á saúde e da RAS é a


qualidade na prestação de serviços de saúde. A qualidade na atenção em saúde pode ser
melhor compreendida com o conceito de graus de excelência do cuidado que pressupõe
avanços e retrocessos nas seis dimensões, a saber: segurança (reconhecer e evitar
situações que podem gerar danos enquanto se tenta prevenir, diagnosticar e tratar);
efetividade (utilizar-se do conhecimento para implementar ações que fazem a diferença,
que produzem benefícios claros aos usuários); centralidade na pessoa (usuários devem
ser respeitados nos seus valores e expectativas, e serem envolvidos e proativos no
cuidado à saúde); pontualidade (cuidado no tempo certo, buscando evitar atrasos
potencialmente danosos); eficiência (evitar desperdício ou ações desnecessárias e não
efetivas), e equidade (características pessoais, como local de residência, escolaridade,
poder aquisitivo, dentre outras, não devem resultar em desigualdades no cuidado à saúde).

Suficiência - significa o conjunto de ações e serviços disponíveis em quantidade e


qualidade para atender às necessidades de saúde da população e inclui cuidados
primários, secundários, terciários, reabilitação, preventivos e paliativos, realizados com
qualidade.

Acesso - ausência de barreiras geográficas, financeiras, organizacionais, socioculturais,


étnicas e de gênero ao cuidado. Deverão ser estabelecidas alternativas específicas na
relação entre acesso, escala, escopo, qualidade e custo, para garantir o acesso, nas
situações de populações dispersas de baixa densidade populacional, com baixíssima
oferta de serviços. O acesso pode se analisado através da disponibilidade,
comodidade e aceitabilidade do serviço pelos usuários: A disponibilidade diz respeito à
obtenção da atenção necessária ao usuário e sua família, tanto nas situações de
urgência/emergência quanto de eletividade. A comodidade está relacionada ao tempo de
espera para o atendimento, a conveniência de horários, a forma de agendamento, a
facilidade de contato com os profissionais, o conforto dos ambientes para atendimento,
entre outros. A aceitabilidade está relacionada à satisfação dos usuários quanto à
localização e à aparência do serviço, à aceitação dos usuários quanto ao tipo de
atendimento prestado e, também, a aceitação dos usuários quanto aos profissionais
responsáveis pelo atendimento.

Disponibilidade de Recursos - é outro fator importante para o desenvolvimento da RAS.


Recursos escassos, sejam humanos ou físicos, devem ser concentrados, ao contrário dos
menos escassos, que devem ser desconcentrados.
41

No contexto da proposta de organização da Rede de Atenção à Saúde, é importante que o


trabalho em saúde esteja fundamentado nas noções de
e) vínculo, comunicação e responsabilização com o cuidado

Uma das características da Rede de Atenção à Saúde


a) a formação de relações horizontais entre os Pontos de Atenção e a Atenção Básica

A organização da Rede de Atenção à Saúde exige definição de Regiões de Saúde. Cada Região
de Saúde é definida por meio
d) da pactuação entre Estado e Município

OBS.:
Os pontos de atenção à saúde são entendidos como espaços onde se ofertam
determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singular. São exemplos de
pontos de atenção à saúde: os domicílios, as unidades básicas de saúde, as unidades
ambulatoriais especializadas, os serviços de hemoterapia e hematologia, os centros de
apoio psicossocial, as residências terapêuticas, entre outros. Os hospitais podem abrigar
distintos pontos de atenção à saúde: o ambulatório de pronto atendimento, a unidade de
cirurgia ambulatorial, o centro cirúrgico, a maternidade, a unidade de terapia intensiva, a
unidade de hospital/dia, entre outros.
A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de
saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de
apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado
O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com
provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem
como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia
clínica e sanitária; e eficiência econômica.
Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os pontos de atenção com o
centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS), pela centralidade nas
necessidades em saúde de uma população, pela responsabilização na atenção contínua e
integral, pelo cuidado multiprofissional, pelo compartilhamento de objetivos e
compromissos com os resultados sanitários e econômicos.
Fundamenta-se na compreensão da APS como primeiro nível de atenção, enfatizando a
função resolutiva dos cuidados primários sobre os problemas mais comuns de saúde e a
partir do qual se realiza e coordena o cuidado em todos os pontos de atenção
Na construção da RAS devem ser observados os conceitos de integração vertical e
horizontal, que vêm da teoria econômica e estão associados à concepções relativas às
cadeias produtivas.
Integração Vertical: consiste na articulação de diversas organizações ou unidades de
produção de saúde responsáveis por ações e serviços de natureza diferenciada, sendo
complementar (agregando resolutividade e qualidade neste processo). Por exemplo, a
indústria da saúde, diversos hospitais e clínicas ampliaram seu portfólio de produtos por meio da
42

venda de seus próprios planos de saúde. Mesmo que pareça comum, a atitude visa atender às
necessidades dos clientes, aumentar a visibilidade da marca, garantir maior receita e, ainda,
eliminar os equivalentes oferecidos por empresas terceirizadas.
Em suma, essa forma de integração permite que uma mesma organização controle
diferentes processos de produção por meio da criação de seus próprios serviços ou da
fusão com fornecedores.  
Integração Horizontal: consiste na articulação ou fusão de unidades e serviços de saúde
de mesma natureza ou especialidade. É utilizada para otimizar a escala de atividades,
ampliar a cobertura e a eficiência econômica na provisão de ações e serviços de saúde
através de ganhos de escala (redução dos custos médios totais em relação ao volume
produzido) e escopo (aumento do rol de ações da unidade). Por exemplo, Com o propósito
de ampliar o seu valor de mercado, a Walt Disney comprou, em 2006, a Pixar Animation Studios
por cerca de 7,4 bilhões de dólares. Dessa forma, a companhia conseguiu reforçar ainda mais suas
produções, principalmente no segmento da animação.
A situação acima descreve um modelo de crescimento por Integração Horizontal. Essa
estratégia é baseada na aquisição de empresas do mesmo nível da cadeia produtiva
(concorrentes diretos), com o propósito de expandir suas operações e ampliar a
capacidade produtiva.
Ao apostar no crescimento horizontal, a empresa tem autonomia para trabalhar com maior
diversidade de produtos, podendo vendê-los a um mercado amplo ou, até mesmo,
monopolizá-lo.

A existência de sistemas fragmentados de Atenção à Saúde é um dos maiores desafios para a


consolidação da atenção integral. É característica dos sistemas fragmentado:
a) o foco nas condições agudas por meio de unidades de pronto atendimento

OBS.:
Os sistemas fragmentados de atenção à saúde, fortemente hegemônicos, são aqueles que se
organizam através de um conjunto de pontos de atenção à saúde isolados uns dos outros,
incomunicados entre eles e que, por consequência, são incapazes de prestar uma atenção
contínua à população.
As redes de atenção à saúde são organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde,
vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e
interdependente, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população,
coordenada pela atenção primária à saúde – prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo
certo, com a qualidade certa e de forma humanizada –, e com responsabilidades sanitárias e
econômicas por esta população.

A respeito das redes de atenção à saúde (RAS), pode-se afirmar que


43

(C) a população sob sua responsabilidade vive em territórios singulares, organiza-se socialmente
em família, é cadastrada e registrada em subpopulações por riscos sociossanitários.

Na organização do Sistema Único de Saúde (SUS), a Região de Saúde é um espaço geográfico


contínuo, constituído por grupos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades
culturais, econômicas e sociais, com redes de comunicação e infraestrutura de transportes
compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de
ações e serviços de saúde. Para ser instituída, uma Região de Saúde deve conter, no mínimo, as
seguintes ações e serviços:

(C) Atenção primária; vigilância em saúde; atenção psicossocial; atenção ambulatorial


especializada; urgência e emergência; atenção hospitalar.

OBS.:
44

A organização do acesso universal ao cuidado integral deve ocorrer por meio das Redes de
Atenção à Saúde. A rede de atenção de uma Região de Saúde tem por composição mínima

b) serviços de atenção primária, urgência e emergência, atenção psicossocial, atenção


ambulatorial especializada e hospitalar e vigilância em saúde

OBS.:
45

A Dentre as diretrizes descritas abaixo, identifique as que caracterizam a Rede de Atenção às


Urgência

b) I e IV
I. Implantação de modelo de atenção multiprofissional e compartilhado em equipe, instituído por
meio de práticas clínicas cuidadoras na gestão de linhas de cuidado.

IV. Humanização da atenção à saúde, garantindo efetivação de um modelo centrado no usuário e


baseado nas suas necessidades de saúde

É característica diferencial da RAS:

(D) Considerar o paciente agente corresponsável pela sua própria saúde.

De acordo com Cadernos de Atenção Básica, n. 39 de 2014, são princípios do Sistema Único de
Saúde e da Rede de Atenção à Saúde (RAS):

(A) As linhas de cuidado podem ser produzidas tanto intrasserviços quanto entre serviços de
saúde, sendo que podem partir de uma organização baseada em conceitos previamente
definidos, como as “linhas de cuidado programáticas”, ou ser construídas a partir de situações
concretas e singulares levando em consideração os itinerários terapêuticos.

OBS.:

As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de


saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de
apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado."
Tem como proposta lidar com projetos e processos complexos de gestão e atenção à
saúde, onde há interação de diferentes agentes e onde se manifesta uma crescente
46

demanda por ampliação do acesso aos serviços públicos de saúde e por participação da
sociedade civil organizada. As redes temáticas acordadas de forma tripartite
As RAS são sistematizadas para responder a condições específicas de saúde, por meio de
um ciclo completo de atendimentos, que implica a continuidade e a integralidade da
atenção à saúde nos diferentes níveis Atenção Primária, Secundária e Terciária;
Devem ter foco na população, de forma integral, por meio de serviço contínuo de cuidados
que visem prioritariamente à promoção da saúde.

São Redes Temáticas de Atenção à Saúde:

► Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil: Rede Cegonha: Rede Materno-Infantil Visa
garantir o fluxo adequado para o atendimento ao planejamento sexual e reprodutivo, pré-natal,
parto e nascimento, puerpério e primeira infância com o objetivo de qualificar a assistência e
enfrentar a mortalidade materna, infantil e fetal. Está vinculada ao programa federal denominado
Rede Cegonha, ao programa estadual Primeira Infância Melhor (PIM) e a outros financiamentos
estaduais como: Ambulatório de Gestante de Alto Risco (AGAR), Ambulatório de Egressos de UTI
neonatal, incentivo estadual para atendimento de alto risco e casa da gestante, entre outros.

► Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE):Tem a finalidade de ampliar e


qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência e emergência de
forma ágil e oportuna. A Rede está organizada em dois componentes: o pré-hospitalar (móvel e
fixo) e o hospitalar. As diretrizes da RUE estão definidas na Portaria GM/MS no 1.600/2011.

► Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas: Rede de Atenção às
Pessoas com Condições Crônicas vem sendo pensada a partir de diferentes tecnologias,
estruturadas em serviços territorializados, construídos da seguinte forma: Serviços Assistenciais
em Oncologia, Linha de Cuidado de Sobrepeso e Obesidade.

► Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência: A Saúde da Pessoa com Deficiência (SPD)
no SUS busca proporcionar atenção integral à saúde dessa população, desde a APS até a
reabilitação, incluindo o fornecimento de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção,
quando necessário. O objetivo é proteger a saúde e reabilitar as pessoas com deficiência em
relação a suas capacidades funcionais (física, auditiva, intelectual e visual). A criação da Política
Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência (Portaria MS/SAS no 1.060/2002) oportunizou a
implantação das Redes Estaduais de Assistência à Pessoa com Deficiência, em especial às
ações de reabilitação, através de legislações específicas para habilitação de Serviços de
Modalidade Única, ou seja, habilitados para atender apenas uma área de deficiência: auditiva,
física, intelectual ou visual.

► Rede de Atenção Psicossocial: A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), criada pela


Portaria GM/MS no 3.088/2011, tem o objetivo de acolher e acompanhar as pessoas com
sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras
drogas no âmbito do SUS.
47

PNH
O Ambulatório do Índio e o Hospital São Paulo da EPM vêm se constituindo ao longo desses
anos em espaço permanente de reflexão sobre o atendimento aos povos indígenas de diferentes
etnias que vivem múltiplas realidades culturais, linguísticas e de contato com a sociedade
brasileira, lançando mão das experiências anteriores da EPM/Projeto Xingu no atendimento a
essa população nos campos da assistência, ensino, pesquisa e extensão. As experiências
apreendidas no atendimento ao paciente indígena mostraram quão complexa e delicada é a
permanência deste paciente em um ambiente diverso e distante de sua realidade. Este trabalho
contribuiu para a reflexão sobre a necessidade de os serviços de saúde de média e alta
complexidade olhar para os sujeitos indígenas a partir de suas diferenças e vulnerabilidades,
permitindo que o outro se aproxime e que essa aproximação coadune com a formação de vínculo
e acolhimento.

Refletindo sobre o texto acima relacionamos com a seguinte política:

(B) Política Nacional de Humanização

Com base no texto anterior e relacionando à Política específica seleciona a alternativa mais
adequada.

(C) Estratégias e programas nas redes de atenção à saúde devem adaptar-se às necessidades
locais e às possibilidades específicas de cada região, levando em conta os diversos sistemas
sociais, culturais e econômicos.

Política Nacional de Humanização - PNH

A PNH existe desde 2003 para efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de
atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias
entre gestores, trabalhadores e usuários  Promover a comunicação entre estes três
grupos pode provocar uma série de debates em direção a mudanças que proporcionem
melhor forma de cuidar e novas formas de organizar o trabalho
A humanização é a valorização dos usuários, trabalhadores e gestores no processo
de produção de saúde  Valorizar os sujeitos é oportunizar uma maior autonomia, a
ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que vivem, através da
responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação
coletiva nos processos de gestão e de produção de saúde.

As rodas de conversa, o incentivo às redes e movimentos sociais e a gestão dos conflitos


gerados pela inclusão das diferenças são ferramentas experimentadas nos serviços de
saúde a partir das orientações da PNH que já apresentam resultados +  Incluir os
trabalhadores na gestão é fundamental para que eles, no dia a dia, reinventem seus
processos de trabalho e sejam agentes ativos das mudanças no serviço de saúde.
Incluir usuários e suas redes sócio-familiares nos processos de cuidado é um poderoso
recurso para a ampliação da corresponsabilização no cuidado de si.
48

PNH busca:

- Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso;

- Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco;

- Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo;

- Garantia dos direitos dos usuários;

- Valorização do trabalho na saúde;

- Gestão participativa nos serviços.

A Política Nacional de Humanização (PNH) procura pôr em prática os princípios do SUS no


cotidiano dos serviços de saúde, construindo mudanças nos modos de gerir e cuidar. Dentre as
diretrizes da PNH, NÃO se inclui o (a)

(C) Priorização do trabalhador.

São diretrizes da PNH:

Clínica ampliada.

Acolhimento.

Defesa dos direitos do usuário.

Fomento (incentivo) das grupalidades.

OBS.:

Diretrizes DO HumanizaSUS

 Acolhimento
 Gestão Participativa e cogestão
 Ambiência (= criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a
privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro
entre as pessoas)
 Clínica ampliada e compartilhada
 Valorização do Trabalhador
 Defesa dos Direitos dos Usuários

Princípios do HumanizaSUS
49

 Transversalidade (= trata-se de concepções e práticas que atravessam as diferentes


ações e instâncias, ampliando do grau de contato e da comunicação entre as pessoas e
grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder hierarquizadas)
 Indissociabilidade entre atenção e gestão (= as decisões da gestão interferem
diretamente na atenção à saúde. Por isso, trabalhadores e usuários devem buscar
conhecer como funciona a gestão dos serviços e da rede de saúde, assim como participar
ativamente do processo de tomada de decisão nas organizações de saúde e nas ações de
saúde coletiva)
 Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos

Diretrizes constituem as orientações gerais de determinada política. É uma Diretriz da Política


Nacional de Humanização:
e) Clínica Ampliada

Sobre os princípios e diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH) assinale a alternativa


correta:

(D) Tem como diretriz a realização de rodas, colegiados gestores e mesas de negociação que
coloquem as diferenças em contato, de modo a produzir movimentos que favoreçam mudanças
nas práticas de gestão e de atenção. Tal ação pode ser denominada Gestão Participativa e
Cogestão.

OBS.:

Princípios da PNH

A PNH deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e programas do SUS.  
Transversalidade

A PNH busca transformar as relações de trabalho a partir da ampliação do grau de contato e da


comunicação entre as pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder
hierarquizadas.
50

Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem


conversar com a experiência daquele que é assistido. Juntos, esses saberes podem produzir
saúde de forma mais corresponsável.

Indissociabilidade entre atenção e gestão

As decisões da gestão interferem diretamente na atenção à saúde. Por isso, trabalhadores e


usuários devem buscar conhecer como funciona a gestão dos serviços e da rede de saúde,
assim como participar ativamente do processo de tomada de decisão nas organizações de
saúde e nas ações de saúde coletiva. Ao mesmo tempo, o cuidado e a assistência em saúde
não se restringem às responsabilidades da equipe de saúde. O usuário e sua rede sócio-familiar
devem também se corresponsabilizar pelo cuidado de si nos tratamentos, assumindo posição
protagonista com relação a sua saúde e a daqueles que lhes são caros.

Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos

Qualquer mudança na gestão e atenção é mais concreta se construída com a ampliação da


autonomia e vontade das pessoas envolvidas, que compartilham responsabilidades. Os usuários
não são só pacientes, os trabalhadores não só cumprem ordens: as mudanças acontecem com o
reconhecimento do papel de cada um. Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como
legítima cidadã de direitos e valoriza e incentiva sua atuação na produção de saúde.

  

Diretrizes e dispositivos da PNH

Acolhimento

Processo constitutivo das práticas de produção e promoção de saúde que implica


responsabilização do trabalhador/equipe pelo usuário, desde a sua chegada até a sua saída.
Ouvindo sua queixa, considerando suas preocupações e angústias, fazendo uso de uma escuta
qualificada que possibilite analisar a demanda, colocando os limites necessários, garantindo
atenção integral, resolutiva e responsável por meio do acionamento/articulação das redes
internas dos serviços (visando à horizontalidade do cuidado) e redes externas, como outros
serviços de saúde, para continuidade da assistência quando necessário.

COMO FAZER?

Implica prestar um atendimento com resolutividade e responsabilização, com uma postura de


escuta e compromisso em dar respostas às necessidades de saúde trazidas pelo usuário que
inclua sua cultura, saberes (rompimento com a lógica da exclusão) e capacidade de avaliar
riscos. É construir uma proposta com a equipe local orientando, quando for o caso, o paciente e a
família em relação a outros serviços de saúde para continuidade da assistência estabelecendo
articulações com estes serviços para garantir a eficácia desses encaminhamentos. (em rede)

 
Gestão Participativa e cogestão

Cogestão significa a inclusão de novos sujeitos nos processos de gestão (análise de contexto e
problemas; processo de tomada de decisão). Sendo exercida não por poucos ou alguns, mas por
51

um conjunto mais ampliado de sujeitos que compõem a organização, assumindo-se o predicado


de que “todos são gestores de seus processos de trabalho”. O prefixo “co”, nesta perspectiva,
indica para o conceito e a experimentação da gestão um duplo movimento: a adição de novas
funções e adição de novos sujeitos.

COMO FAZER?

A organização e experimentação de rodas é uma diretriz da cogestão. Rodas para colocar as


diferenças em contato de modo a produzir movimentos de desestabilização que favoreçam
mudanças nas práticas de gestão e de atenção. A PNH distingue arranjos/dispositivos de
cogestão em dois grupos: o primeiro grupo diz respeito à organização do espaço coletivo de
gestão que permita o acordo entre necessidades e interesses de usuários, trabalhadores e
gestores; o segundo grupo refere-se aos mecanismos que garantem a participação ativa de
usuários e familiares no cotidiano das unidades de saúde.
Deverão ser organizados espaços coletivos de gestão para a produção de acordos e pactos entre
usuários, trabalhadores e gestores. Ex.: Colegiados Gestores de Hospitais, de Distritos Sanitários
e Secretarias de Saúde, Colegiado Gestor da Unidade de Saúde, Mesas de Negociação
Permanente, Contratos de Gestão, Contratos Internos de Gestão, Câmara Técnica de
Humanização (CTH), Gerência de Porta Aberta, entre outros, são arranjos de trabalho que
permitem a experimentação da cogestão no cotidiano da saúde.

Ambiência

Organização de espaços saudáveis e acolhedores de trabalho, tendo, como um dos seus


dispositivos, a elaboração de Projetos Cogeridos de Ambiência, como proposta de mudança das
práticas, dos processos e das relações de trabalho pautada na construção coletiva e participativa.
A Ambiência é a “Diretriz Espacial” para as demais diretrizes da PNH, apontando-se um duplo
desafio que é o de sintonizar “o que fazer” com o “como fazer”, ou seja, o conceito de Ambiência
e o método para a construção coletiva dos espaços de saúde.

COMO FAZER?

Modo de fazer: o método da tríplice inclusão da PNH. Na produção do espaço de saúde devem
interceder os saberes que potencializam mudanças. A intercessão de diferentes campos do saber
e das profissões, tais como dos arquitetos, dos engenheiros, dos médicos, dos nutricionistas, dos
enfermeiros, dos usuários, entre outros, embora muitas vezes provoque tensionamentos, valoriza
o processo de construção coletiva a partir de diferentes olhares. Trata-se, assim, de um modo de
fazer que afirme as especificidades do saber de cada um em uma relação de interferência para a
produção de um objetivo comum.

Clínica ampliada e compartilhada

Prática interdisciplinar com a proposta de entender o significado do adoecimento e tratar a


doença no contexto de vida propõe qualificar o modo de se fazer saúde. Ampliar a clínica é
aumentar a autonomia do usuário do serviço de saúde, da família e da comunidade. É integrar a
equipe de trabalhadores da saúde de diferentes áreas na busca de um cuidado e tratamento de
acordo com cada caso, com a criação de vínculo com o usuário. A vulnerabilidade e o risco do
52

indivíduo são considerados e o diagnóstico é feito não só pelo saber dos especialistas clínicos,
mas também leva em conta a história de quem está sendo cuidado, de modo a possibilitar
decisões compartilhadas e compromissadas.

COMO FAZER?

Utilizando recursos que permitam enriquecimento dos diagnósticos (outras variáveis além do
enfoque orgânico, inclusive a percepção dos afetos produzidos nas relações clínicas) e a
qualificação do diálogo (tanto entre os profissionais de saúde envolvidos no tratamento quanto
destes com o usuário), de modo a compreender a doença e se responsabilizar na produção de
sua saúde, possibilitando decisões compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a
saúde dos usuários do SUS. Para implantar essa diretriz da PNH é importante também que sejam
discutidas outras orientações, como o Projeto Terapêutico Singular, Equipe de referência e apoio
matricial, co-gestão e o acolhimento.

Valorização do Trabalhador

É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão,


apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho.

COMO FAZER?

O Programa de Formação em Saúde e Trabalho e a Comunidade Ampliada de Pesquisa são


possibilidades que tornam possível o diálogo, intervenção e análise do que gera sofrimento e
adoecimento, do que fortalece o grupo de trabalhadores e do que propicia os acordos de como
agir no serviço de saúde. É importante também assegurar a participação dos trabalhadores nos
espaços coletivos de gestão.

Defesa dos Direitos dos Usuários

Os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de saúde devem
incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles sejam cumpridos em todas as
fases do cuidado, desde a recepção até a alta.

COMO FAZER?

Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser informado sobre sua saúde e
também de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com sua rede social.

Assinale a alternativa correta de acordo com a Política Nacional de Humanização (PNH):

(B) A PNH busca por em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde,
produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar.
53

OBS.:

Método da PNH

O HumanizaSUS, aposta na INCLUSÃO de trabalhadores, usuários e gestores na produção e


gestão do cuidado e dos processos de trabalho. A comunicação entre esses três atores do SUS
provoca movimentos de perturbação e inquietação que a PNH considera o “motor” de mudanças
e que também precisam ser incluídos como recursos para a produção de saúde.

Humanizar se traduz, então, como inclusão das diferenças nos processos de gestão e de
cuidado. Tais mudanças são construídas não por uma pessoa ou grupo isolado, mas de forma
coletiva e compartilhada. Incluir para estimular a produção de novos modos de cuidar e novas
formas de organizar o trabalho.

Mas incluir como?

As rodas de conversa, o incentivo às redes e movimentos sociais e a gestão dos conflitos


gerados pela inclusão das diferenças são ferramentas experimentadas nos serviços de saúde a
partir das orientações da PNH. Incluir os trabalhadores na gestão é fundamental para que eles,
no dia a dia, reinventem seus processos de trabalho e sejam agentes ativos das mudanças no
serviço de saúde. Incluir usuários e suas redes sócio familiares nos processos de cuidado é um
poderoso recurso para a ampliação da corresponsabilização no cuidado de si.

De acordo com a Política Nacional de Humanização, a reunião de equipe

c) um momento de diálogo e de reconhecimento do direito à voz e à opinião por todos os


profissionais da equipe

O Acolhimento como dispositivo tecnoassistencial permite refletir e mudar os modos de operar a


assistência, pois questiona as relações clínicas no trabalho em saúde, os modelos de atenção e
gestão e as relações de acesso aos serviços.

É um objetivo da estratégia de acolhimento no Sistema Único de Saúde (SUS)

c) o aumento da responsabilização dos profissionais de saúde em relação aos usuários com


a elevação dos graus de vínculo e confiança entre eles

Clinica Ampliada
De acordo com a Política de Humanização, a Clínica Ampliada constitui uma diretriz para o
trabalho em equipe no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). A Clínica Ampliada busca
54

d) construir Projetos Terapêuticos Singulares conforme as necessidades de cada individuo

Clínica Ampliada NÃO consiste em

(D) utilizar a psicologia e a fisiologia para promover a cura.

OBS.:

Clínica Ampliada consiste em:

assumir um compromisso radical com o sujeito doente, visto de modo singular.


assumir a responsabilidade sobre os usuários dos serviços de saúde.
buscar ajuda em outros setores, aos quais se dá o nome de intersetorialidade.
assumir um compromisso ético profundo com o usuário do serviço

O que é clinica ampliada?

A clínica ampliada é uma das diretrizes que a Política Nacional de Humanização propõe para
qualificar o modo de se fazer saúde. Ampliar a clínica é aumentar a autonomia do usuário do
serviço de saúde, da família e da comunidade. É integrar a equipe de trabalhadores da saúde de
diferentes áreas na busca de um cuidado e tratamento de acordo com cada caso, com a criação
de vínculo com o usuário. A vulnerabilidade e o risco do indivíduo são considerados e o
diagnóstico é feito não só pelo saber dos especialistas clínicos, mas também leva em conta a
história de quem está sendo cuidado.

Qual o diferencial da clínica ampliada para o usuário?

A ampliação da clínica trabalha os danos e os benefícios gerados pelas práticas de saúde, e


aposta nas equipes de diferentes especialidades compartilhando a responsabilidade com os
usuários e seu entorno. O serviço de saúde pode acolher a queixa do usuário mesmo que a fala
pareça não ter relação direta para o diagnóstico e tratamento, pois essa escuta auxilia o próprio
usuário a descobrir os motivos de seu adoecimento, por exemplo.

Na prática, como a clínica ampliada acontece?

Através da escuta, o trabalhador da saúde vai buscar junto ao usuário, os motivos pelos quais ele
adoeceu e como se sente com os sintomas, para compreender a doença e se responsabilizar na
produção de sua saúde. É importante estar atento para os afetos entre os trabalhadores e
usuários buscando a autonomia da pessoa diante do seu tratamento, ao mesmo tempo em que
seu caso é tratado de forma única e singular. Um hipertenso, por exemplo, pode e será cuidado
de forma diferente de outro hipertenso, já que cada caso é um caso. Se o usuário estiver
deprimido, isolado, desempregado, tudo isso interferirá no desenvolvimento da sua doença e
precisa ser ouvido pelo profissional de saúde.

A Clínica Ampliada propõe então que o profissional de saúde desenvolva a capacidade de ajudar
as pessoas, não só a combater as doenças, mas a transformar-se, de forma que a doença,
mesmo sendo um limite, não a impeça de viver outras coisas na sua vida. Para implantar essa
diretriz da PNH é importante também que sejam discutidas outras orientações ético-políticas,
55

como o Projeto Terapêutico Singular, Equipe de referência e apoio matricial, co-gestão e o


acolhimento.

Apoio matricial
Em relação à proposta de equipes interdisciplinares de referência, são características de seu
processo de trabalho

a) a centralidade nas necessidades do usuário e a divisão do poder gerencial entre os


trabalhadores

OBS.:

Apoio matricial e equipe de referência (ex. referência em saúde da família, em saúde mental)
são arranjos organizacionais, bem como uma metodologia para a gestão do trabalho em
saúde.

Em saúde o apoio matricial se configura como uma retaguarda especializada que oferece
suporte técnico- pedagógico às equipes de referências, as quais são as equipes responsáveis
pela condução de um caso individual, familiar ou comunitário. Dessa forma, esses arranjos
organizacionais deslocam "o poder das profissões e corporações de especialistas, reforçando
o poder de gestão da equipe interdisciplinar".

Uma das estratégias propostas pela Política Nacional de Humanização é o Apoio Matricial,
que pode ser definido como

e) o processo de trabalho no qual um profissional oferece apoio em sua especialidade para


outros profissionais, funcionando também como referência para outras equipes

OBS.:
56

CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS


DA SAÚDE
Em relação aos direitos dos usuários dos serviços de saúde, é correto afirma:

c) O usuário deve ter acesso aos mecanismos de escuta para apresentar sugestões ou
denúncias aos gestores e às ouvidorias, sendo respeitados a privacidade, o sigilo e a
confidencialidade

Carta dos Direito dos Usuários da Saúde A Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde aprovada
pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) em 17 de junho de 2009, tem como base seis princípios
básicos de cidadania. Caracteriza-se como uma importante ferramenta para que o cidadão
conheça seus direitos e deveres no momento de procurar atendimento de saúde, tanto em
serviço público como privado. São eles: (1) todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e
organizado aos sistemas de saúde; (2) todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo
para seu problema; (3) todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de
qualquer discriminação; (4) todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa,
seus valores e seus direitos; (5) todo cidadão também tem responsabilidades para que seu
tratamento aconteça da forma adequada; (6) todo cidadão tem direito ao comprometimento dos
gestores da saúde para que os princípios anteriores sejam cumpridos. (Ministério da Saúde,2011)

O usuário de saúde tem como direito o tratamento adequado e efetivo para seu problema, para
isso é fundamenta:

(C) Que as informações sobre o estado de saúde sejam registradas no prontuário do usuário
com caligrafia legível, sendo recomendada a sua atualização constante.

Não é incomum após o atendimento de saúde o usuário ter dúvidas sobre o seu diagnóstico e
tratamento, para evitar esse problema tem sido preconizado:
57

(D) Promover a participação social, ao considerar no planejamento das intervenções em saúde a


visão de diferentes atores, grupos e coletivos na identificação de problemas e solução de
necessidades.

OBS.:

Carta de direitos dos usuários - PRINCÍPIOS


58
59

ESTATUTO DO IDOSO
O Estatuto do Idoso representa um grande avanço da legislação brasileira iniciado com a
promulgação da Constituição de 1988. Elaborado com intensa participação das entidades de
defesa dos interesses das pessoas idosas, ampliou em muito a resposta do Estado e da
sociedade às suas necessidades. Trata dos mais variados aspectos, abrangendo desde direitos
fundamentais até o estabelecimento de penas para os crimes mais comuns cometidos contra
essas pessoas”.

De acordo com o Estatuto do Idoso, Lei Federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003, assinale a
alternativa correta:

(E) O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou
desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública
ou privada.  Art. 37

OBS.:

LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.


60

Art. 7.  Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência
especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.  A
prestação alimentar para a pessoa idosa, por sua vez, é de responsabilidade da família do
idoso e segundo o Estatuto do Idoso, o idoso pode escolher de que parente ele quer
receber os alimentos, sendo a obrigação caracterizada como solidária
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o
seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos
transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e
especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.]
Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendimento ao idoso
serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância
Sanitária e outros previstos em lei.
.

(B) É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante
efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em
condições de dignidade.  Art. 9º

OBS.:

Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às


pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo (inerente intimamente ligada à
pessoa), e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante,
devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência
em tempo integral, segundo o critério médico.
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a
discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos,
ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade,
dando-se preferência ao de idade mais elevada.

EPIDEMIOLOGIA
TAXA DE MORTALIDADE
No Brasil, as mudanças nas taxas de mortalidade e morbidade estão relacionadas, entre outros
fatores, a transições demográficas, epidemiológicas e nutricionais. Quais são, atualmente, as
principais causas de morte no Brasil, considerando taxas nacionais de mortalidade?

(A) Doenças do aparelho circulatório, câncer e causas externas.


61

Gráfico 2 – Distribuição proporcional das principais causas de morte segundo capítulos da Classificação
Internacional de Doenças (CID-10), no Brasil, 2006 Fonte: Brasil, 2009a.
62

No Brasil, de acordo com levantamento feito pelo Datasus, departamento de informática do SUS
(Sistema Único de Saúde), as doenças do aparelho circulatório aparecem em 1º lugar, com
356.178 mortes. Destas, as mais comuns são as arteriais, cerebrovasculares e hipertensivas,
além do infarto agudo do miocárdio.

Em 2º lugar, o que mais mata são os tumores (227.150) –onde entram diversos tipos de câncer.

Em 3º, as doenças do aparelho respiratório (155.921), como asma, bronquite, tuberculose e


pneumonia.

Na 4ª posição, está o que foi denominado pelo SUS como “causas externas de morbidade e
mortalidade” (150.165), que incluem mortes motivadas por circunstâncias distintas, como lesões
causadas por tragédias ambientais, afogamentos e envenenamentos, por exemplo.

DOENÇAS CRÔNICAS
No Brasil, as doenças crônicas representam 66,3% da carga global de doenças no país medidas
em anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (AVAIs); as causas externas representam
10,2%; as condições maternas e perinatais, 8,8%; e as doenças infecciosas, parasitárias e
desnutrição, 14,7%.

(B) A política de saúde brasileira deve dar especial atenção à alimentação adequada e a fatores
de risco, como tabagismo, sobrepeso, sedentarismo, uso excessivo de álcool e outras drogas.

INCIDÊNCIA/ PREVALÊNCIA
Em um município, observa-se o aumento da prevalência de uma determinada doença, mas sua
incidência tem uma tendência à queda. Assinale a alternativa que apresenta a hipótese adequada
para essa situação.

(E) Essa doença tem tendência à cronificação

OBS.:

Enquanto a prevalência se refere ao número total de casos de uma doença em um período de


tempo, a incidência refere-se apenas aos novos casos.

Cronificação = torna crônico  Que dura muito, que permanece por um longo período na vida do
paciente: doença crônica.
63

LISTA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA


As doenças de notificação compulsória são “doenças ou agravos à saúde que devem ser
notificados à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de
adoção de medidas de controle pertinentes”.

São doenças de notificação compulsória

a) dengue, sarampo e tuberculose

OBS.:

Periodicidade de notificação
Nº DOENÇA OU AGRAVO (Ordem alfabética) Imediata (até 24 horas) para*
Semanal
MS SES SMS
a. Acidente de trabalho com exposição a material biológico X
1
b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e adolescentes X
2 Acidente por animal peçonhento X
3 Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X
4 Botulismo X X X
5 Cólera X X X
6 Coqueluche X X
7 a. Dengue - Casos X
b. Dengue - Óbitos X X X
8 Difteria X X
9 a. Doença de Chagas Aguda X X
b. Doença de Chagas Crônica X
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X
11 a. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X
b. Doença Meningocócica e outras meningites X X
12 Doenças com suspeita de disseminação intencional:a. Antraz pneumônicob. Tularemiac. Varíola X X X
Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes:a. Arenavírusb. Ebolac. Marburgd. Lassae.
13 X X X
Febre purpúrica brasileira
a. Doença aguda pelo vírus Zika X
14 b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X
c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X
15 Esquistossomose X
Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública (ver definição no art. 2º
16 X X X
desta portaria)
17 Eventos adversos graves ou óbitos pós vacinação X X X
18 Febre Amarela X X X
a. Febre de Chikungunya X
19 b. Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X
c. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X
20 Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública X X X
64

21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X


22 Febre Tifoide X X
23 Hanseníase X
24 Hantavirose X X X
25 Hepatites virais X
HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou Síndrome da Imunodeficiência
26 X
Adquirida
Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança exposta ao risco de transmissão
27 X
vertical do HIV
28 Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) X
29 Influenza humana produzida por novo subtipo viral X X X
Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais
30 X
pesados)
31 Leishmaniose Tegumentar Americana X
32 Leishmaniose Visceral X
33 Leptospirose X
a. Malária na região amazônica X
34
b. Malária na região extra-Amazônica X X X
35 Óbito:a. Infantilb. Materno X
36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X
37 Peste X X X
38 Raiva humana X X X
39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X
40 Doenças Exantemáticas:a. Sarampob. Rubéola X X X
41 Sífilis:a. Adquiridab. Congênitac. Em gestante X
42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X
43 Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírusa. SARS-CoVb. MERS- CoV X X X
44 Tétano:a. Acidentalb. Neonatal X
45 Toxoplasmose gestacional e congênita X
46 Tuberculose X
47 Varicela - caso grave internado ou óbito X X
a. Violência doméstica e/ou outras violências X
48
b. Violência sexual e tentativa de suicídio X

Assinale a alternativa que contém agravo de notificação compulsória imediata:

(A) Acidente de trabalho grave, fatal ou ocorrido em menor de idade.

 Doenças e Agravos de Notificação Imediata


I. Caso suspeito ou confirmado de:
Botulismo Poliomielite
Carbúnculo ou Antraz Raiva Humana
Sarampo, em indivíduo com história de viagem ao
exterior nos últimos 30 (trinta) dias ou de contato, no
Cólera mesmo período, com alguém que viajou ao exterior
Febre Amarela Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda
Febre do Nilo Ocidental Síndrome Respiratória Aguda Grave
65

Hantavirose Varíola
Influenza humana por novo subtipo (pandêmico) Tularemia
Peste  
II. Caso confirmado de Tétano Neonatal
III. Surto ou agregação de casos ou de óbitos por:
Agravos inusitados Doença Meningocócica
Difteria Influenza Humana
Doença de Chagas Aguda  
IV. Epizootias e/ou morte de animais que podem preceder a ocorrência de doenças em humanos:
Epizootias em primatas não humanos Outras epizootias de importância epidemiológica

Exs:

 Exposição à água para consumo humano fora dos padrões preconizados pela SVS;
 Exposição ao ar contaminado, fora dos padrões preconizados pela Resolução do
CONAMA;
 Acidentes envolvendo radiações ionizantes e não ionizantes por fontes não controladas,
por fontes utilizadas nas atividades industriais ou médicas e acidentes de transporte com
produtos radioativos da classe 7 da ONU.
 Desastres de origem natural ou antropogênica quando houver desalojados ou
desabrigados;
 Desastres de origem natural ou antropogênica quando houver comprometimento da
capacidade de funcionamento e infraestrutura das unidades de saúde locais em
consequência evento.
 Exposição a contaminantes químicos;

IMUNIZAÇÃO
VIP/ VOP
A vacina inativada poliomielite (VIP) faz parte do calendário de vacinação no Brasil, com previsão
de duas doses, seguidas de duas doses de vacina oral poliomielite (VOP). As doses da VIP
visam:

(C) minimizar o risco, raríssimo, de paralisia associada à vacina.

HPV/ CANCER DE COLO DE ÚTERO


A vacina contra o papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante), adotada pelo Ministério
da Saúde

(B) tem maior evidência de proteção e indicação para pessoas que nunca tiveram contato com
o vírus.
66

MORTALIDADE MASCULINA
A maior mortalidade da população masculina em relação à feminina pode ser observada desde o
instante do nascimento. A probabilidade de um recém-nascido do sexo masculino não completar
o primeiro ano de vida é de 16,3 para cada mil nascidos vivos. Para o sexo feminino, este valor é
de 13,7 por mil, uma diferença de 2,6 óbitos. Assim, a mortalidade infantil para os meninos é 1,2
vez maior do que para as meninas. Entre 1 e 2 anos de idade, este valor passa para 1,3 vez,
mantendo-se neste nível até os 9 anos. A partir desta idade, cresce até atingir o valor máximo
entre os 22 e 23 anos: um homem de 22 anos tem 4,6 vezes mais chances de não atingir os 23
anos de idade do que uma mulher, e, a seguir, decresce conforme a idade aumenta.

Tais dados têm amparado a forte correlação estabelecida entre a mortalidade de pessoas do
sexo masculino e do feminino que se deve a

(A) determinantes biológicos  (E) determinantes sociais

OBS.:

Determinantes sociais da saúde estão relacionados às condições em que uma pessoa vive e


trabalha. Também podem ser considerados os fatores sociais, econômicos, culturais,
étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de
saúde e fatores de risco à população, tais como moradia, alimentação, escolaridade, renda e
emprego.
Principais causas de mortalidade da população masculina:

 Causas externas de morbidade e mortalidade.


 Doenças do aparelho circulatório.
 Neoplasias (tumores).
 Doenças do aparelho digestivo.
 Algumas doenças infecciosas e parasitárias.

Determinantes biológicos = a idade, a etnia, e o sexo, antecedentes familiares (fatores


genéticos)
67

FASES DE UMA POLÍTICA PÚBLICA


O processo de construção de uma política pública envolve diferentes momentos passíveis de
análise e intervenção sobre o processo político. Nesse sentido, assinale a alternativa que
apresenta fases de uma política pública de modo cíclico.

(C) (1) Reconhecimento de um problema; (2) Formulação da política; (3) Tomada de decisão; (4)
Implementação; e (5) Avaliação da política.

OBS.:

1ª fase: a formação da agenda

A fase da agenda caracteriza-se pelo planejamento, que consiste em perceber os


problemas existentes que merecem maior atenção - decidir o que é prioritário para o poder
público. O planejamento é flexível e a viabilização de projetos depende de alguns fatores.
São esses:
68

 Avaliação do custo-benefício
 Estudo do cenário local e suas necessidades
 Recursos disponíveis
 A urgência que o problema pode tomar por uma provável mobilização social
 Necessidade política

2ª fase: a formulação da política

Caracterizada pelo detalhamento das alternativas já definidas na agenda. Organizam-se


as ideias, alocam-se os recursos e recorre-se à opinião de especialistas para estabelecer
os objetivos e resultados que querem alcançar com as estratégias que são criadas. Nesse
ponto, os atores criam suas próprias propostas e planos e as defendem individualmente.

3ª fase: processo de tomada de decisão

Com as todas as alternativas avaliadas, na terceira fase se define qual será o curso de
ação adotado. São definidos os recursos e o prazo temporal da ação da política.

4ª fase: implementação da política

É o momento em que o planejamento e a escolha são transformados em atos. São


direcionados recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos para executar a
política.

5ª fase: avaliação

A avaliação deve ser realizada em todos os ciclos, contribuindo para o sucesso da ação.
Também é uma fonte de aprendizado para a produção de melhores resultados. Nela se
controla e supervisiona a realização da política, o que possibilita a correção de possíveis
falhas para maior efetivação. Inclui-se também a análise do desempenho e dos resultados
do projeto. Dependendo do nível de sucesso da política, o poder público delibera se é
necessário reiniciar o ciclo das políticas públicas com as alterações cabíveis, ou se
simplesmente o projeto é mantido e continua a ser executado.

Com o aparecimento do Welfare State e a conquista dos direitos sociais pelo cidadão, o Estado
passa a ser a instituição que além de representar a sociedade, assegura o acesso a esses
direitos. Entretanto, com a aprovação da Emenda Constitucional nº 95 publicada em 2016,
institui-se um novo regime fiscal que congela os gastos públicos, nesse cenário a saúde,
considerado um direito humano básico e fundamental, sofre duramente um ataque, trazendo
graves consequências a todos os cidadãos. Como pode-se perceber a relação entre Estado,
Governo e Políticas Públicas tem sido complexa. Alguns pesquisadores defendem que a melhor
gestão pública pode ser realizada ao se colocar em prática o ciclo das políticas públicas aliado ao
controle social. Atualmente, o modelo de análise de ciclo das políticas públicas mais utilizado
apresenta como princípio uma lógica de resolução de problemas. Assinale a alternativa que
correlaciona corretamente o estágio do ciclo político à sua etapa processual.

(C) A tomada de decisão é a etapa do ciclo de políticas públicas em que o governo adota, ou não,
uma solução.
69

SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL


No século XX, na área das políticas sociais, observou-se uma emergência de políticas estatais
configuradas em sistemas de proteção social conhecidos como Estados de Bem-Estar Social
(Welfare States). No Brasil, o Sistema Único de Saúde está vinculado a que tipo de sistema de
proteção social?

D) Seguridade social

CONSTITUIÇÃO DE 1988

“A cidadania é considerada um atributo central da democracia, uma vez que a igualdade é


ampliada pela expansão do escopo da cidadania e cada vez mais pessoas têm acesso a essa
condição”. A partir dessa consideração, assinale a alternativa que apresenta princípios coerentes
ao status político da cidadania:

(C) Justiça, direitos e deveres.

OBS.:
70

Cidadania = é o conjunto dos direitos e deveres civis e políticos de um indivíduo na


sociedade. São justamente esses direitos que permitem aos cidadãos intervir nas ações do
Estado e poder usufruir os serviços ofertados por órgãos estatais.
Para exercer plenamente a cidadania, o Estado precisa assegurar a liberdade e acesso
aos direitos individuais. A cidadania plena é comprometida em muitas nações por causa de
questões econômicas e políticas.
Entre os deveres, destaca-se o voto eleitoral (que também é um direito), o zelo pelo
espaço e o cumprimento das leis.
Entre os direitos, destaca-se o de ir e vir, bem como o de ter acesso à saúde, moradia,
alimentação e educação.

No texto da Constituição da República Federativa do Brasil promulgado em 5 de outubro de 1988,


a Saúde é colocada como direito(s):

(E) Social, assim como os direitos a educação, a alimentação, o trabalho, dentre outros.

OBS.:
71

De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é correto afirmar:

(E) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade. (Anulada)

OBS.:

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como
fundamentos:
        I -  a soberania;

        II -  a cidadania;

        III -  a dignidade da pessoa humana;

        IV -  os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

        V -  o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados.
Art. 14º. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
        I -  plebiscito;

        II -  referendo;

        III -  iniciativa popular.

   § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

        I -  obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

        II -  facultativos para:

            a)  os analfabetos;

            b)  os maiores de setenta anos;

            c)  os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

    § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço


militar obrigatório, os conscritos.
72

Art. 18º. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos
termos desta Constituição.

São formas de organizações que contribuem para o controle social no setor da Saúde:

I. Conferências Nacional, Estaduais e Municipais de Saúde


II. Conselhos de Saúde
III. Ouvidorias
IV. Movimentos sociais
V. Organizações não-governamentais

POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA


SAÚDE
Maria de Fátima é gestora de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em uma região de grande
vulnerabilidade social. Para atingir os objetivos de promoção da saúde, prevenção de doenças e
melhoria do bem-estar ela tem estimulado os usuários da unidade a participarem do conselho
gestor e ações de saúde. Além disso, estimula a participação social em outros setores
importantes para as pessoas que vivem naquele território, como cultura e educação. Assim, Maria
de Fátima está contribuindo com os valores da Política Nacional de Promoção da Saúde, que
busca:

(D) Adotar como princípios a equidade, a participação social, a autonomia, o empoderamento, a


intersetorialidade, a intrassetorialidade, a sustentabilidade, a integralidade e a territorialidade.

OBS.:

Temas prioritários da PNPS (Política Nacional de Promoção da Saúde)


73

A Política Nacional de Promoção da Saúde do Brasil, prevê temas transversais para a formulação
de agendas de promoção da saúde e para a adoção de estratégias em consonância com os
princípios e valores do Sistema Único de Saúde. Dentre esses temas destaca-se a Promoção da
cultura da paz e dos direitos humanos, que busca:

(A) Promover, articular e mobilizar ações que estimulem a convivência, a solidariedade, o respeito
à vida e o fortalecimento de vínculos. Desenvolver tecnologias sociais que favoreçam a mediação
de conflitos, o respeito às diversidades e diferenças de gênero, de orientação sexual e identidade
de gênero entre gerações, étnico-raciais, culturais, territoriais, de classe social e em relação às
pessoas com deficiências e necessidades especiais, garantindo os direitos humanos e as
liberdades fundamentais.

ÉTICA
Usuários que permanecem em filas de espera para atendimento em clínicas de Instituições de
Ensino podem se sentir pouco à vontade para expressar sua opinião sobre o cuidado ofertado,
pois eles tendem a pensar que perderão a vaga se “reclamarem” de alguma coisa. Do ponto de
vista da ética, é correto afirmar que, nesse tipo de situação, ocorre:
b) limitação de autonomia

OBS.:
Princípios Éticos:
Autonomia: liberdade individual a cada um de determinar suas próprias ações, de acordo
com sua escolha;
Beneficência: este princípio impõe ao profissional da área da saúde o dever de promover o
bem ao paciente por meio do desempenho de suas funções.
Justiça: este conceito fundamenta-se na premissa de que as pessoas tem direito a terem
suas necessidades de saúde atendidas livres de preconceitos ou segregações sociais.
Não maleficência: esse princípio determina a obrigação de não infligir dano
intencionalmente. Ou seja, o desempenho das atribuições dos profissionais de saúde não
devem ocasionar nenhum dano ao paciente assistido.
Fidelidade: criação de confiança entre o profissional e o cliente; compromisso de ser fiel no
relacionamento com o outro.
Veracidade: dizer sempre a verdade, não mentir e nem enganar; base de confiança entre
indivíduos.
Confidencialidade: manter sob sigilo a informação de caráter pessoal obtida durante o
exercício de sua função como enfermeiro e manter o cunho de segredo profissional dessa
informação.
74

Do ponto de vista da ética, o profissional deverá fornecer ao usuário todas as informações


relativas ao cuidado e tratamento ofertado. Em relação ao processo de informação, é correto
afirmar:
c) Consiste na compreensão e na assimilação das informações pelo usuário, as quais podem
ser retomadas ao longo do tratamento.

BIOÉTICA

A Bioética (“ética da vida”) é um campo do conhecimento que aborda as possíveis implicações,


positivas ou negativas, dos avanços da ciência, assim como trata dos limites e das finalidades da
intervenção do homem sobre a vida.

Qual das alternativas a seguir NÃO apresenta um fundamento ou um princípio da Bioética?

(C) Confidencialidade.

OBS.:

De modo geral, quando se pensa em clínica, imagina‐se um médico prescrevendo um remédio ou


solicitando um exame para comprovar ou não a hipótese do usuário ter uma determinada doença.
No entanto, a clínica precisa ser muito mais do que isso, pois todos sabemos que as pessoas não
se limitam às expressões das doenças de que são portadoras. Alguns problemas como a baixa
adesão a tratamentos, os pacientes refratários (ou “poliqueixosos”) e a dependência dos usuários
dos serviços de saúde, entre outros, evidenciam a complexidade dos sujeitos que utilizam
serviços de saúde e os limites da prática clínica centrada na doença. É certo que o diagnóstico de
uma doença sempre parte de um princípio universalizante, generalizável para todos, ou seja, ele
supõe alguma regularidade e produz uma igualdade que é apenas parcialmente verdadeira, por
exemplo: um alcoolista é um alcoolista e um hipertenso é um hipertenso.
75

Deduz‐se corretamente do texto que a clínica deve

(C) a discussão da relação entre o desenvolvimento científico e a vida.

CONCEITO SAÚDE-DOENÇA

A descoberta dos microorganismos durante o século XIX provocou a evolução no campo das
ciências da saúde (Junqueira, 2010). Em relação a esse acontecimento, é correto afirmar que
houve:
d) mudança de foco do “doente” para as “doenças” nas práticas de saúde

OBS.:

O conceito de saúde-doença passou por diversas mudanças ao longo da história e,


consequentemente, teve diversos modelos. O modelo biomédico é a abordagem mais
tradicional e conhecida de trabalhar com o processo saúde-doença.

De acordo com os princípios do modelo biomédico, profissionais da área da saúde, tais como
médicos e enfermeiros, encaram o processo saúde-doença a partir de um ponto de vista
puramente biológico. Isto é, a saúde seria apenas a ausência de doença e a doença seria vista
como um produto gerado por algum agente patogênico, como as bactérias e os vírus.

Ressalta-se que o modelo biomédico vem sido bastante questionado desde a década de


1980, principalmente por desconsiderar outros aspectos que também influenciam diretamente a
saúde do indivíduo, como o contexto social, ambiental e psicológico. Atualmente, preconiza-se o
modelo biopsicossocial, que percebe o processo saúde-doença como um continuum.

REVOLTA DA VACINA
No início do século XX, a Saúde Pública no Brasil foi marcada pelo combate a doenças e
epidemias, com campanhas coercitivas que geravam descontentamento da população. Isso levou
à Revolta da Vacina, em 1904, episódio de resistência a uma campanha de vacinação obrigatória
liderada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, então Diretor Geral de Saúde Pública. Essa campanha
contestada era destinada a combater qual doença da época?

(C) Varíola.

OBS.:
76

Em meados de 1904, chegava a 1.800 o número de internações devido à varíola no Hospital São Sebastião.
Mesmo assim, as camadas populares rejeitavam a vacina, que consistia no líquido de pústulas de vacas
doentes. Afinal, era esquisita a idéia de ser inoculado com esse líquido. E ainda corria o boato de que quem
se vacinava ficava com feições bovinas.
No Brasil, o uso de vacina contra a varíola foi declarado obrigatório para crianças em 1837 e para adultos em
1846. Mas essa resolução não era cumprida, até porque a produção da vacina em escala industrial no Rio só
começou em 1884. Então, em junho de 1904, Oswaldo Cruz motivou o governo a enviar ao Congresso um
projeto para reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação em todo o território nacional. Apenas os indivíduos
que comprovassem ser vacinados conseguiriam contratos de trabalho, matrículas em escolas, certidões de
casamento, autorização para viagens etc.
Após intenso bate-boca no Congresso, a nova lei foi aprovada em 31 de outubro e regulamentada em 9 de
novembro. Isso serviu de catalisador para um episódio conhecido como Revolta da Vacina. O povo, já tão
oprimido, não aceitava ver sua casa invadida e ter que tomar uma injeção contra a vontade: ele foi às ruas da
capital da República protestar. Mas a revolta não se resumiu a esse movimento popular.
Toda a confusão em torno da vacina também serviu de pretexto para a ação de forças políticas que queriam
depor Rodrigues Alves – típico representante da oligarquia cafeeira. “Uniram-se na oposição monarquistas
que se reorganizavam, militares, republicanos mais radicais e operários. Era uma coalizão estranha e
explosiva”, diz o historiador Jaime Benchimol.
Em 5 de novembro, foi criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. Cinco dias depois, estudantes aos
gritos foram reprimidos pela polícia. No dia 11, já era possível escutar troca de tiros. No dia 12, havia muito
mais gente nas ruas e, no dia 13, o caos estava instalado no Rio. “Houve de tudo ontem. Tiros, gritos, vaias,
interrupção de trânsito, estabelecimentos e casas de espetáculos fechadas, bondes assaltados e bondes
queimados, lampiões quebrados à pedrada, árvores derrubadas, edifícios públicos e particulares
deteriorados”, dizia a edição de 14 de novembro de 1904 da Gazeta de Notícias.
Tanto tumulto incluía uma rebelião militar. Cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha enfrentaram tropas
governamentais na rua da Passagem. O conflito terminou com a fuga dos combatentes de ambas as partes.
Do lado popular, os revoltosos que mais resistiram aos batalhões federais ficavam no bairro da Saúde. Eram
mais de 2 mil pessoas, mas foram vencidas pela dura repressão do Exército.
Após um saldo total de 945 prisões, 461 deportados, 110 feridos e 30 mortos em menos de duas semanas de
conflitos, Rodrigues Alves se viu obrigado a desistir da vacinação obrigatória. “Todos saíram perdendo. Os
revoltosos foram castigados pelo governo e pela varíola. A vacinação vinha crescendo e despencou, depois
da tentativa de torná-la obrigatória. A ação do governo foi desastrada e desastrosa, porque interrompeu um
movimento ascendente de adesão à vacina”, explica Benchimol. Mais tarde, em 1908, quando o Rio foi
atingido pela mais violenta epidemia de varíola de sua história, o povo correu para ser vacinado, em um
episódio avesso à Revolta da Vacina

SEGURANÇA DO PACIENTE
Dentre os conceitos‐chave da Classificação Internacional de Segurança do Paciente, o único
NÃO adequado é:

(C) Circunstância Notificável: incidente que resulta em dano ao paciente.

São conceitos-chave da CISP:


Segurança do paciente: reduzir a um mínimo aceitável o risco de dano desnecessário
associado ao cuidado de saúde.
Risco: probabilidade de ocorrer um incidente.
Incidente sem lesão: incidente que atingiu o paciente, mas não causou dano.
Incidente: evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou em dano
desnecessário ao paciente

OBS.:
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Circunstância notificável
Exemplo: a escala de enfermagem de uma UTI está defasada em um determinado plantão.
Near miss
Exemplo: uma enfermeira iria colocar uma bolsa de sangue em um paciente homônimo àquele que deveria
receber esta bolsa, mas percebe antes de instalar.
Incidente sem dano
Exemplo: a enfermeira coloca uma bolsa de sangue em um paciente homônimo àquele que deveria
receber esta bolsa, mas o sangue é compatível e o paciente não tem reação.
Evento adverso
Exemplo: a enfermeira coloca uma bolsa de sangue em um paciente homônimo àquele que deveria
receber esta bolsa, e o paciente desenvolve uma reação febril.

No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), por
meio da Portaria MS/GM nº 529, de 1º de abril de 2013, com objetivo geral de contribuir para a
qualificação do cuidado em saúde, em todos os estabelecimentos de Saúde do território nacional, quer
privados, quer públicos
PNSP
Entre as ações desenvolvidas destacam-se:

 Planejar, orientar, coordenar, supervisionar e avaliar o processo de implementação do Programa


Nacional de Segurança do Paciente no País;
 Articular-se com os Estados, municípios e o Distrito Federal, de modo a estimular a promoção da
cultura de Segurança do Paciente, prestando-lhes cooperação técnica para o
aperfeiçoamento da capacidade gerencial e operacional nessa área;
 Elaborar e apoiar a implementação de protocolos, guias, manuais e outros materiais de
segurança do paciente;
 Promover processos de capacitação em segurança do paciente para gerentes em saúde,
profissionais que atuam direta e indiretamente no cuidado à saúde e profissionais de vigilância à
saúde;
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 Promover a articulação com o Ministério da Educação e com o Conselho Nacional de


Educação, para inclusão do tema segurança do paciente nos currículos dos cursos de formação
em saúde de nível técnico, superior e de pós-graduação;
 Estabelecer metas e indicadores de avaliação das ações de segurança do paciente;
 Promover mecanismos de comunicação social voltada aos profissionais, usuários de serviços
de saúde e sociedade, para divulgar e promover a segurança do paciente;
 Fomentar e participar de atividades intersetoriais para o fortalecimento da implantação e
expansão da cultura de segurança do paciente no Brasil;
 Estabelecer parcerias com organismos internacionais com o objetivo de promover articulação e
intercâmbio entre países para fortalecimento do PNSP;

O PNSP tem quatro eixos:


 o estímulo a uma prática assistencial segura;
 o envolvimento do cidadão na sua segurança;
 a inclusão do tema no ensino;
 e o incremento de pesquisa sobre o tema.

Núcleos de segurança do paciente (NSPS)


Os NSPs, previstos na Portaria MS/GM nº 529/2013 e na RDC nº 36/2013/Anvisa, são instâncias
que devem ser criadas nos estabelecimentos de Saúde para promover e apoiar a implementação
de iniciativas voltadas à segurança do paciente.
Os NSPs serão responsáveis pela elaboração de um plano de segurança do paciente do serviço de
Saúde que aponte e descreva as estratégias e ações definidas pelo serviço de Saúde para a
execução das etapas de promoção, de proteção e de mitigação dos incidentes associados à
assistência à saúde, desde a admissão até a transferência, a alta ou o óbito do paciente no serviço
de Saúde

Considere as seguintes características de um sistema de notificação de incidentes relativo à


segurança do paciente para que ele seja efetivo:

(C) I, III e V, apenas.

OBS.:

Sistemas de notificação de eventos adversos


Para um sistema de notificação de incidentes seja efetivo são necessárias as seguintes características:
1. não punitivo;
2. confidencial;
3. independente – os dados analisados por organizações;
4. resposta oportuna para os usuários do sistema;
5. orientado para soluções dos problemas notificados;
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6. as organizações participantes devem ser responsivas as mudanças sugeridas

No Brasil a vigilância de Eventos Adversos relacionados ao uso dos produtos que estão sob a
vigilância sanitária, que inclui o monitoramento do uso desses produtos, tem como objetivo
fundamental a detecção precoce de problemas relacionados a esse uso para desencadear as
medidas pertinentes para que o risco seja interrompido ou minimizado.

Desde dezembro de 2007, por meio da disponibilização do Notivisa, sistema informatizado de


notificações de Eventos Adversos desses produtos, os serviços de Saúde e os profissionais de
Saúde fornecem as informações necessárias para este acompanhamento por parte do Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS)

O sistema possibilita a opção da notificação por cidadãos (pacientes, familiares, acompanhantes e


cuidadores) e pelos Núcleos de Segurança do Paciente.

A notificação do cidadão é voluntária, os dados sobre os notificadores são confidenciais,


obedecidos aos dispositivos legais, e sua guarda é de responsabilidade do Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária (SNVS).

A notificação de eventos adversos pelo NSP é obrigatória, de acordo com a RDC nº 36/2013, e a
identificação do serviço de Saúde também é confidencial, obedecidos aos dispositivos legais. Os
dados, analisados pela Anvisa, serão divulgados de forma agregada, gerando produção de
conhecimento e informação, não sendo possível identificar a fonte geradora da informação.

As notificações da Unidade de Saúde podem ser realizadas por todos os trabalhadores de Saúde
ao Núcleo de Segurança do Paciente (NSP). É função do NSP encaminhar as notificações de
todos os eventos adversos que ocorrerem na instituição onde ele se insere ao SNVS.

Cabe à gestão municipal/distrital/estadual/nacional do sistema de Saúde, definir entre o universo


notificado, quais eventos adversos serão priorizados para a determinação de metas de gestão e de
políticas públicas de Saúde, que poderão ser ampliadas ou revistas em tempo oportuno, no sentido
de prevenir a ocorrência, a recorrência e a minimização das consequências de eventos adversos.

Notivisa
O Notivisa é um sistema informatizado que pode ser acessado no sítio da ANVISA com o propósito de
receber as notificações de eventos adversos e queixas técnicas relacionados com os produtos sob
vigilância sanitária.
Incidentes que devem ser notificados:
 Úlceras de pressão
 Quedas
 Erros de medicação
 Erros nos procedimentos cirúrgicos
 Falhas em equipamentos
 Reações adversas a medicamentos
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