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O Ensino do Desenho Técnico e suas relações com a História da

Matemática, da Arquitetura e a Computação Gráfica

Janaina Carneiro Marques1

GD3 – Educação Matemática no Ensino Médio

A pesquisa pretende apresentar uma proposta interdisciplinar para o Ensino do Desenho Técnico. Para tanto,
visa estudar as relações entre o Desenho Técnico, a Computação Gráfica e a História da Matemática e da
Arquitetura a fim de pesquisar pontos relevantes que possam contribuir para a reformulação do Ensino de
Desenho Técnico, no sentido de torná-lo atrativo e contextualizado. Busca também desenvolver, por meio da
Computação Gráfica, animações e maquetes eletrônicas para ilustrar os conceitos de Desenho Técnico, com
ênfase nos conteúdos: proporção e escalas, perspectiva e projeção ortogonal. A pesquisa-ação foi escolhida
como metodologia porque tem como fundamento a participação de todos os integrantes da pesquisa e
possibilita estabelecer a reflexão e a avaliação em todas as etapas do processo. O locus da pesquisa é o
Instituto Federal do Espírito Santo e os atores participantes serão alunos e professores do curso técnico em
Eletrotécnica. Como referencial teórico dialoga com a Psicologia Histórico-Cultural, proposta por Vigotski.
Nessa perspectiva, a fim de contribuir com a prática educativa escolar adota a Pedagogia Histórico-Crítica,
elaborada por Saviani, como teoria pedagógica da Psicologia Histórico-Cultural. Os outros referenciais
teóricos desse trabalho são: Argan, Ching e Heydenreich no campo da Arquitetura e Desenho Técnico. Como
trata-se de pesquisa em andamento supõe que a intervenção contribuirá com a proposta interdisciplinar para o
ensino de Desenho Técnico. Desse modo, colaborará também com o aumento do conhecimento técnico,
ampliando a formação profissional do estudante de forma contextualizada.

Palavras-chave: Desenho Técnico; Geometria; Arquitetura; Matemática.

Introdução
Este artigo intenta apresentar uma pesquisa em andamento no Programa de Pós-graduação
em Educação em Ciências e Matemática (EDUCIMAT) do Instituto Federal do Espírito
Santo. Consiste em uma proposta interdisciplinar para o ensino do Desenho Técnico,
relacionando-o com a Computação Gráfica, com a História da Arquitetura e da
Matemática, em uma tentativa de torná-lo mais atrativo e contextualizado.
Busca utilizar a Computação Gráfica, por meio de maquetes eletrônicas e animações, como
ferramenta que aproxima o Desenho Técnico Instrumental da realidade do estudante. Os
conteúdos elencados para serem trabalhados são: proporção e escalas, perspectiva e
projeções ortogonais.
De modo a apresentar tal pesquisa, esse trabalho será dividido em cinco seções: na
primeira construiremos um histórico do Desenho Técnico. Na segunda dialogaremos com
pesquisas recentes nessa área e na terceira relacionaremos o Desenho Técnico com a
História da Arquitetura e da Matemática. Já na quarta seção apresentaremos as
contribuições da Psicologia Histórico-Cultural e Pedagogia Histórico-Crítica para o ensino
e como essas constituíram aporte teórico para essa pesquisa. Na quinta seção
apresentaremos a metodologia, que se aproxima com os princípios da Pesquisa-ação.

1. O Desenho Técnico

1
Instituto Federal do Espírito Santo, jmarques@ifes.edu.br, Orientadora: Drª Priscila Chisté.
O Desenho Técnico é uma ferramenta utilizada no desenvolvimento e na comunicação de
ideias, conceitos e projetos. Para Ribeiro et all (2011) é uma forma de expressão gráfica
que tem por finalidade a representação, a dimensão e o posicionamento dos objetos de
acordo com as necessidades requeridas pela Arquitetura e pelas várias modalidades de
Engenharias. Utiliza linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas
internacionalmente. É definido como linguagem gráfica universal da Arquitetura e das
Engenharias.
De acordo com Ching (2011), mesmo com o avanço da tecnologia, o desenho manual tem
o potencial de superar o achatamento de uma superfície bidimensional e representar
desenhos tridimensionais da Arquitetura de forma clara, legível e convincente. Para tanto,
é preciso aprender a executar e ler a linguagem gráfica do desenho. O ato de desenhar não
é só uma questão técnica, é também uma ação cognitiva que envolve percepção visual;
avaliação e raciocínio de dimensões; e relacionamentos espaciais.
Os primeiros registros de desenhos em forma de planta, elevação e cortes, ou seja, a
representação de edificações tridimensionais em duas dimensões, aconteceu no
Renascimento, nos tratados de Arquitetura desse período. Observou-se na ocasião a
evolução do conceito de escala, que no caso dos projetos, passou a ser utilizada a escala de
de redução, para que grandes obras pudessem ser representadas em uma pequena superfície
de papel. Nessa época também foi desenvolvida por Brunellesch a perspectiva, o que
possibilitou a execução de projetos complexos, por facilitar a compreensão dos mesmos.
No século XVIII, por intermédio dos trabalhos do matemático francês Gaspard Monge,
surgiu a geometria descritiva. O sistema criado por ele foi publicado em 1795, com o título
“Geometrie Descriptive”, e é a base da linguagem utilizada pelo Desenho Técnico.
Com o advento da Revolução Industrial, ocorreu o fenômeno da estandardização,
padronização da fabricação de mercadorias e a produção em série. Houve a necessidade de
normatizar a geometria descritiva a fim de se criar uma forma única de interpretação de
projetos para atender essas demandas. A comissão técnica da International Organization
for Standardization (ISO) o fez. Esse processo ocorreu por meio do Desenho Técnico, que
ganhou caráter de documento.
Assim, consideramos que o Desenho Técnico seja a aplicação dos princípios da geometria
descritiva. Ele obedece à regras estipuladas mundialmente, deve comunicar uma ideia,
conceito ou projeto de forma única, sem duplo significado ou múltiplas interpretações
(SILVA, 2006).
A seguir, analisaremos pesquisas que estudaram o método tradicional de Desenho Técnico,
a Computação Gráfica e que revisaram ementas e currículo a fim de atender às novas
demandas e anseios dos estudantes, assim como facilitar a aprendizagem e o
desenvolvimento de funções cognitivas importantes.

2. Diálogo com pesquisas na área de Ensino do Desenho Técnico


Nessa seção nos aproximaremos das pesquisas relacionadas ao Ensino do Desenho Técnico
com o intuito de traçar, mesmo que de modo inicial, o Estado da Arte desse campo, assim
como identificar novas metodologias, inovações e o que pensam nossos pares acerca da sua
remodelação.
Iniciaremos analisando o trabalho de Kempter et all (2012) que faz uma abordagem
metodológica do Ensino de Desenho Técnico para diferentes perfis discentes. O objetivo
principal é discutir as implicações do Desenho Técnico utilizando os instrumentos
tradicionais como esquadros, régua, prancheta, num momento em que os recursos
computacionais vêm modificando o processo de pensar o espaço. Com essa finalidade foi
feita uma análise dos materiais e métodos de representação espacial utilizados na
disciplina, dos resultados obtidos e dos questionamentos levantados pelos estudantes.
Os pesquisadores destacam a importância que o desenho técnico tem nos cursos da área
tecnológica, visto que o mesmo, enquanto linguagem da expressão gráfica, é a principal
ferramenta de comunicação em muitas áreas do conhecimento. Logo, o Desenho Técnico,
empregando um conjunto de linhas, símbolos e indicações escritas normalizadas
internacionalmente, constitui a expressão gráfica que tem por objetivo representar a forma,
a dimensão e a posição de um objeto de acordo com as necessidades das diversas áreas das
Engenharias, Arquitetura, Design e Tecnologia. É essencial então que os profissionais
saibam interpretar e elaborar projetos que possam ser compreendidos de forma universal.
Os autores defendem uma metodologia que une os instrumentos tradicionais de desenho
técnico à computação gráfica e alertam que a simples substituição do desenho instrumental
pelo assistido por computador pode ter como resultado um prejuízo na formação da visão
espacial e no raciocínio do aluno, pela falta de manipulação dos objetos e do traçado
manual do desenho. Em contrapartida, também salientam como o computador pode
enriquecer a aula, fortalecendo o conhecimento da geometria descritiva, contribuindo na
elaboração de objetos tridimensionais, injetando um dinamismo nas aulas, necessários na
atualidade.
O trabalho de Kempter et all (2012) vem contribuir como nossos estudos pela linha de
pensamento que adota. Muitos professores, principalmente de outras áreas, defendem que o
Ensino de Desenho Técnico instrumental deve ser extinto, devido ao avanço da tecnologia
e dos sistemas CAD (Computer Aided Design). O estudo demonstra que esse não é o
melhor caminho, visto que o manuseio dos instrumentos e o raciocínio no momento em
que desenha, desenvolve no estudante várias habilidades, dentre elas, uma função cognitiva
fundamental para a atuação profissional em Arquitetura e Engenharias: a visão espacial.
Nós compartilhamos dessa ideia, devemos sim utilizar a tecnologia nas aulas, mas não
podemos esquecer o desenvolvimento proporcionado ao aluno pelo desenho técnico
instrumental.
Outra pesquisa relevante é a de Harris (2006), que propõe uma reestruturação da disciplina
de Desenho Técnico para alunos da graduação em engenharia civil na Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). Nesse sentido, executou procedimentos como: revisão
do formato do material didático, do conteúdo a ser abordado, mudanças na didática em sala
de aula, mudança na ordem dos assuntos abordados, reformulação dos critérios de
avaliação e de seus pesos e utilização de ambientes virtuais de aprendizagem como apoio
didático. Ela descreve que os resultados foram empolgantes, pois os alunos ficaram mais
motivados e mostraram boa qualidade nos trabalhos executados. A pesquisadora também
ressalta a relevância da compreensão espacial por parte dos profissionais das áreas de
Arquitetura e Engenharia Civil, porém relata a dificuldade do desenvolvimento dessa
habilidade por grande parcela dos estudantes, o que se evidenciou nas últimas décadas,
quando o desenho foi deixado em segundo plano no ensino fundamental e médio no Brasil.
A fim de contribuir com a minimização dessa dificuldade Harris (2006) defende a
utilização da computação gráfica como recurso didático, podendo gerar animações e
visualizações manipuláveis em 3D (três dimensões), para facilitar a compreensão e o
processo de aprendizagem. Ainda sugere que esses conteúdos sejam disponibilizados
gratuitamente na internet para que os estudantes possam revê-los.
Ela descreve o Ensino de Desenho Técnico no curso de Engenharia Civil da Faculdade de
Engenharia Civil e Arquitetura (FEC) da Unicamp. A demanda do curso é formar alunos
com grande capacidade de visualização tridimensional e que dominem a linguagem do
Desenho Técnico, visto que essa será sua principal ferramenta para transmissão de
informações gráficas. Com o avanço da tecnologia, os instrumentos manuais de desenho
aos poucos foram substituídos por programas CAD e os alunos tinham que dominar os
conhecimentos de desenho técnico e programas CAD. Houve a necessidade de inserção de
CAD na grade curricular da Engenharia. No entanto, a inserção de CAD no curso de
engenharia adicionada à diminuição da importância dada às disciplinas de Desenho
acarretou problemas: o aumento do potencial ferramental e a diminuição da compreensão
espacial e conhecimento de geometria, o que pode transformar os alunos em “cadistas” ao
invés de projetistas, limitando-os à capacidade do programa CAD.
A pesquisa de Harris (2006) é importante porque repensa o Ensino de Desenho Técnico
tradicional, revisa vários pontos necessários, que devem ser colocados em discussão e
propõe mudanças, principalmente na parte didática. Ela detecta os problemas acarretados
pela simples substituição do desenho técnico instrumental pelo desenho assistido por
computador. Propõe uma modernização nessa disciplina, utilizando a tecnologia como
ferramenta didática através de animações e visualizações manipuláveis em três dimensões.
Essa investigação contribuirá com nossa pesquisa porque a modernização do Ensino de
Desenho Técnico para o Curso Técnico em Eletrotécnica por meio de animações também é
um objetivo que almejamos.
A nossa intenção de dialogar com os trabalhos descritos é por termos em comum o desejo
de novas didáticas e de renovação no Ensino do Desenho Técnico de forma consciente,
inserindo tecnologia e ao mesmo tempo valorizando sua fase instrumental, que é
importante para o desenvolvimento cognitivo e também da visão espacial do aluno. Aliado
a isso, iremos propor a inserção da contextualização histórica. Buscaremos despertar um
maior interesse dos estudantes, relacionando os assuntos com sua profissão e com a sua
vida, imprimindo historicidade e ampliando sua bagagem cultural. A fim de alcançar esses
objetivos, na próxima seção buscaremos relacionar o Desenho Técnico com a História da
Arquitetura e da Matemática.

3. O Desenho Técnico e suas relações com a História da Arquitetura e da Matemática


Sabemos que desde os tempos antigos a Arquitetura possui vínculo com a Matemática. Por
meio dessa foram desenvolvidas relações, teorias e novas técnicas de representação gráfica
que ofereceram suporte à Arquitetura. De acordo com Ching (1999, p. 286), uma relação
matemática que tem sido utilizada desde a Antiguidade é a proporção conhecida como
Seção Áurea. Os gregos identificaram a predominância dessa relação nas proporções do
corpo humano. Passaram a considerar esse sistema de proporção como algo divino, a
Divina Proporção, devido à harmonia visual que proporcionava. Acreditavam que tanto a
humanidade quanto os santuários deveriam pertencer a uma ordem mais elevada, logo
utilizavam essas mesmas proporções na Arquitetura.
Vitrúvio, arquiteto e engenheiro romano, escreveu o único tratado de Arquitetura da
Antiguidade de que se tem registro. Nesse ele descreveu características e técnicas da
Arquitetura grega e romana, suas proporções, assim como as do corpo humano baseados na
Seção Áurea, conhecido como o homem vitruviano. Os projetos arquitetônicos deveriam
ser baseados nas dimensões do corpo. Esse tratado é composto por dez livros e, segundo
historiadores, foi descoberto no Renascimento e influenciou significativamente a
Arquitetura Renascentista.
Na Idade Média, uma progressão registrada, que se aproxima da Seção Áurea é a sequência
Fibonacci, composta por números inteiros, (1,1,2,3,5,8,13...) cada termo é a soma dos dois
termos anteriores, a razão entre dois termos consecutivos tende a um valor conhecido como
“número de ouro” [Φ = 1,618...], se afiniza com a proporção Áurea na medida que a série
tende ao infinito. Também foi muito aplicada à Arquitetura.
No Renascimento os arquitetos também utilizavam a Divina Proporção em suas obras.
Segundo Ching (1999), eles consideravam que “A Arquitetura era Matemática traduzida
em unidades espaciais”. As partes e o todo das obras arquitetônicas tinham proporções
baseadas em relações matemáticas. Destacaram-se vários arquitetos italianos como
Brunelleschi, Alberti, Palladio e Leonardo da Vinci.
Outra relação entre a Matemática e a Arquitetura foi desenvolvida na Renascença: a
perspectiva linear. Essa descoberta representou um divisor de águas no que diz respeito à
representação gráfica. Naquele momento o arquiteto estabelecia uma nova forma de pensar
o espaço, uma forma mensurável, que seguia normas matemáticas. Essa nova técnica foi e
é amplamente utilizada não só na Arquitetura e Engenharias, como também nas Artes
Plásticas (pintura, escultura, cenografia etc).
Heydenreich (1998) afirma que Brunelleschi, homem de formação multidisciplinar
(ourives, com formação matemática e mecânica), criou uma maneira própria de
compatibilizar o conhecimento teórico e científico. Ele foi o inventor da ciência da
construção em perspectiva. Esse fato, além de representar um novo sentido de proporções e
harmonias arquitetônicas, possibilitou novas formas estruturais e técnicas de construção.
Uma das características que faz da perspectiva uma técnica diferenciada é que ela
proporciona a possibilidade de representar um objeto que possui três dimensões (largura,
altura e profundidade) em uma superfície de duas dimensões (largura e altura). Sobre o
assunto Miguel (2003) discorre:
A perspectiva, utilizando meios matemáticos, tornou possível a representação de
um espaço tridimensional a partir de uma superfície plana. A nova técnica de
representação, conhecida como perspectiva artificialis, de rigorosa exatidão
matemática apresenta um método novo de concepção do espaço, de um espaço
equivalente em todas as partes, homogêneo e constante. A perspectiva artificialis
pressupõe um mecanismo da visão com um ponto único e imóvel, colocando um
plano de abstração em respeito às condições naturais da visão, pois pressupõe
uma visão mono-ocular e imóvel, ignorando a curvatura do campo visual,
conhecida desde a antiguidade. A perspectiva linear constitui uma criação mental
e abstrata, um modo de ver e de constituir o espaço (MIGUEL, 2003, p. 3).
Ao analisar a importância da perspectiva criada no Renascimento na concepção de projeto
de Arquitetura, Argan (1999) afirma que a perspectiva já não é considerada a lei de
sensação ótica, mas a lei construtiva do próprio espaço. Essa técnica passou a ser utilizada
nos estudos de proporções, de relação entre as partes e o todo, se tornou ferramenta
fundamental na concepção arquitetônica.
Posteriormente, com o advento da Revolução Industrial, no século XVIII, contexto no qual
produção deixou de ser artesanal e passou a ser padronizada e em grande quantidade
através da utilização de máquinas, surge a Geometria descritiva, desenvolvida por Gaspar
Monge. Por meio da geometria descritiva, foi desenvolvida a técnica da projeção
ortogonal, na qual se obtém a verdadeira grandeza dos objetos, o que representou um
grande avanço na padronização e aumento da produção industrial.
A Projeção Ortogonal é uma forma de representar objetos tridimensionais em vistas
bidimensionais, por meio de linhas que passam por esse objeto e são perpendiculares ao
plano de projeção e paralelas entre si. As faces do objeto são orientadas paralelamente aos
respectivos planos de projeção, representando assim suas medidas, formas e proporções
reais. Os desenhos resultantes possuem duas dimensões porque a terceira dimensão é
achatada no plano de projeção (CHING, 2011). Essa técnica possibilita desenhar os
objetos e edifícios definindo suas formas e medidas, atividade essencial para uma boa
leitura e execução dos projetos.
Como a pesquisa que estamos apresentando está em andamento, pretendemos aprofundar
nossos estudos, visto que além dessas relações históricas entre o Desenho Técnico, a
Arquitetura e a Matemática, existem outras, as quais serão importantes na elaboração de
uma nova proposta de Ensino do Desenho Técnico. Nessa perspectiva, houve também a
necessidade de buscarmos alicerces no campo do ensino que nos permitam alcançar os
anseios explicitados. Logo, na próxima seção, apresentaremos o aporte teórico constituído
pela Psicologia Histórico-Cultural, elaborada por Vigotski, em consonância com a teoria
pedagógica sistematizada por Saviani, a Pedagogia Histórico-Crítica.

4. A Psicologia Histórico-Cultural e a Pedagogia Histórico-Crítica: contribuições para


o ensino
4.1 A Psicologia Histórico-Cultural
A Psicologia Histórico-Cultural elaborada por Vigotski e seus companheiros de estudos,
principalmente Luria e Leontiev, surgiu em um contexto no qual imperava um clima de
renovação inspirado pela Revolução Russa que acabara de acontecer. O psicólogo utilizou
fundamentos do materialismo histórico-dialético para a compreensão do aspecto intelectual
humano. As ideias de Marx e Engels a respeito da sociedade, do trabalho humano, da
interação dialética entre o homem e a natureza influenciaram sua teoria, nitidamente
arraigada na sociedade e na cultura (REGO, 2013).
A Psicologia Histórico-Cultural é permeada por algumas questões nucleares como a
afirmação da natureza social do desenvolvimento psíquico, a apropriação dos signos como
fator contribuinte desse desenvolvimento, a mediação como meio de elevar conceitos
espontâneos a conceitos científicos, atuando no que o psicólogo classifica como Zona de
Desenvolvimento Iminente, a fim de que o estudante alcance elevado grau de abstração,
potencializando as funções psíquicas superiores.
Vigotski classifica o psiquismo humano como material, visto que é estrutura orgânica e
também como ideal, pois é o reflexo da realidade. Nesse sentido, estudou dois processos.
Um ele denominou funções elementares, formadas pelas ideias primitivas baseadas no
legado filogenético da espécie; o outro foi classificado como funções psíquicas superiores,
alcançadas por meio da existência cultural dos indivíduos. Separadamente essas funções
não são suficientes à estruturação da consciência, ou seja, à representação subjetiva do
objeto. Assim, o psiquismo humano é definido como unidade dialética entre matéria e
ideia, por meio da qual se forma a imagem subjetiva da realidade objetiva por intermédio
de um sistema funcional complexo. Ou seja, o sujeito interioriza o conhecimento
consolidado de uma forma peculiar, particular, utilizando tanto os recursos genéticos
(matéria) quanto sua convivência com o outro (cultura) (MARTINS, 2012).
Os signos também desempenham um papel importante no desenvolvimento psíquico, visto
que ao longo de sua evolução histórica, a humanidade os adota como forma de linguagem.
Ao serem internalizados os signos transformam-se em instrumentos psíquicos, o que
contribui para a humanização do psiquismo humano e diferencia o homem dos animais.
Outro pilar fundamental da teoria da Psicologia Histórico-Cultural é a mediação. Segundo
Martins (2012) mediação é interposição que provoca transformações, é intencional e visa
ao desenvolvimento. “Uma condição externa que, internalizada, potencializa o ato de
trabalho, seja ele prático ou teórico” (MARTINS, 2012, p. 3).
Por sua vez, a mediação exerce um papel importante na Zona de Desenvolvimento
Iminente (ZDI). A ZDI é o estágio no qual a criança consegue realizar atividades com a
mediação de um indivíduo mais experiente (adulto), possibilitando que, futuramente,
consiga executá-las sozinha. Ao desenvolver essas tarefas de forma independente, a
criança atinge o que Vigotski chamou de Zona de Desenvolvimento Atual (PRESTES,
2012). Nessa perspectiva, o psicólogo enfatiza a função do ensino na constituição da ZDI e
na apropriação do conhecimento pela criança:
Não temeríamos afirmar que o indício substancial do ensino é que ele cria uma
zona de desenvolvimento imediato (ZDI), ou seja, desperta e aciona uma série de
processos interiores de desenvolvimento. Atualmente esses processos são
possíveis para a criança só no campo das inter-relações com os que a rodeiam e
da colaboração com os colegas mas, ao prolongar o processo interior de
desenvolvimento, elas se tornam patrimônio interior da criança (VIGOTSKI,
2010, p. 484).
Dessa forma, é na ZDI que os conceitos espontâneos são trabalhados e transformados em
conceitos científicos. Vigotski classifica conceitos espontâneos como aqueles saberes
formados na vivência cotidiana, na prática. São os “saberes pré-escolares”. E os conceitos
científicos constituem o conhecimento já consolidado pela humanidade e que são
ensinados pela educação escolar. Nesse sentido, o pesquisador afirma:
[...] o desenvolvimento dos conceitos científicos pressupõe um certo nível de
elevação dos espontâneos, no qual a tomada de consciência e arbitrariedade se
manifestam na zona de desenvolvimento imediato (VIGOTSKI, 2009, p. 351).
Nesse sentido, o autor concluiu que a formação dos conceitos científicos constitui um
longo processo de construção de abstrações, sintetizadas por meio de generalizações
provenientes da análise dos atributos dos objetos representados pelos conceitos
espontâneos e se estende até a adolescência. Nessa fase o pensamento pode atingir o seu
mais alto grau de abstração, ou seja, atingir o patamar dos conceitos científicos
(MARTINS, 2012).
A partir desse nível, o psiquismo humano passa por transformações decisivas, guiadas pelo
pensamento por conceitos científicos, o que influencia significativamente a formação da
personalidade do indivíduo. Logo, a educação escolar e a mediação do professor tem papel
fundamental no processo de formação do ser humano.
Vigotski afirma que a idade escolar é a fase optimal de aprendizagem ou o período no qual
o indivíduo está sensível no que diz respeito às disciplinas que se apoiam ao máximo nas
funções conscientizadoras e arbitrárias. Nessa perspectiva, Martins (2012) afirma:
Apenas com o resultado de complexas mediações do pensamento é que o objeto
da captação torna-se inteligível e, assim sendo, é enquanto abstração mediadora
na análise do real que o ensino da filosofia, da ciência, da arte, etc, adquire sua
máxima relevância (MARTINS, 2012, p.12).
Nesse sentido, o ensino dessas disciplinas contribui para melhorar as condições de
desenvolvimento das funções psíquicas superiores que se encontram na Zona de
Desenvolvimento Iminente: sensação, percepção, atenção, memória, linguagem,
pensamento, imaginação, emoções e sentimentos.
Destarte, podemos considerar que, do mesmo modo que as disciplinas citadas, o ensino do
Desenho Técnico instrumental possa contribuir com o desenvolvimento, dentre outras
funções, da percepção. Mais especificamente a percepção espacial, cujo significado
Bertolozzi descreve:.
O significado de aptidão espacial, implica a definição de espaço tanto no sentido
físico (espaço material, palpável), como no sentido psicológico (de processo
mental para sua compreensão e representação). O desenvolvimento da aptidão
espacial [...] é um objetivo a ser alcançado, cuja responsabilidade, em termos
didáticos, recai sobre os professores de Desenho, por meio da aplicação de
exercícios que exigem raciocínio e abstrações (pontos, linhas, planos, espaço)
fundamentados na Geometria Descritiva (BERTOLOZZI, 2005, p.4).
Bertolozzi (2005) afirma ainda que a Geometria Descritiva, ao criar e possibilitar a
interpretação de representações de elementos tridimensionais em espaços bidimensionais,
como ocorre nos projetos de Arquitetura e Engenharias, permite um treinamento da
“abstração” espacial. Portanto, é necessário entender essas abstrações, a fim de que o
educando compreenda os conceitos de projeções e suas representações e, assim,
“desenvolva a sua percepção espacial, no sentido de processo mental, expressando-se por
meio de vistas e perspectivas” (BERTOLOZZI, 2005, p.5).
Seguindo essa lógica, a proposta do ensino do Desenho Técnico integrado à história da
Arquitetura e da Matemática proporcionará um avanço ainda maior no desenvolvimento do
estudante, visto que ativará também outras funções psíquicas superiores como a
criatividade, a imaginação, memória, atenção etc. Vigotski destacou em seu trabalho a
importância dessas funções nas diferentes áreas do conhecimento:
[...] se ao desenvolvimento psíquico corresponde à intelectualização de todas as
funções, o mesmo ocorre com a imaginação, de sorte que esse processo é tão
presente e necessário na poesia quanto na geometria! A imaginação, a
criatividade, a fantasia e os próprios sentimentos não são entes autônomos,
independentes de todo o sistema psíquico. Pelo contrário, seu desenvolvimento
resulta e se vincula, sobretudo, à formação do pensamento abstrato, isto é, a um
alto grau de desenvolvimento conceitual (VIGOTSKY, 2003, citado por
MARTINS, 2012, p.10).
Nesse sentido, a fim de relacionar conceitos propostos por Vigotski na Psicologia
Histórico-Cultural e, a partir dela, transformarmos nossa prática, buscaremos também uma
abordagem pedagógica que nos direcione, a Pedagogia Histórico-Crítica elaborada por
Saviani.
4.2 A Pedagogia Histórico-Crítica
A base teórica da pedagogia histórico-crítica, assim como a da Psicologia Histórico-
Cultural, é o marxismo, mais especificamente expresso no materialismo histórico dialético.
A partir desse referencial teórico, Saviani (2011) busca explicar como são produzidas as
relações sociais e suas condições de existência e de que forma a educação contribui com
esse processo. Também denominado de filosofia da Práxis por Gramsci, o marxismo
articula a teoria e a prática, unindo-as na práxis. É um movimento de caráter prático, mas
que se fundamenta teoricamente para justamente direcionar a prática.
A partir dessas bases, Saviani (2011) sugeriu um processo pedagógico que absorve a
categoria da mediação, no qual a educação é encarada como mediação no interior da
prática social global. Ele divide esse processo em três momentos: Problematização,
Instrumentação e Catarse. A partir dessa visão, a prática é estabelecida como ponto de
partida e ponto de chegada.
Segundo Saviani (2011), a Pedagogia Histórico-Crítica possibilita que as novas gerações
incorporem os elementos herdados e atuem no processo de desenvolvimento e
transformação das relações sociais.
Ele analisa a relação do conhecimento e a mediação do professor e afirma que este é
alguém que já apreendeu as relações sociais de forma sintética e, portanto, está em
condições de possibilitar essa apreensão por parte dos estudantes, utilizando como
ferramenta a mediação entre esses e o conhecimento que se desenvolveu socialmente.
Essa mediação é importante, visto que para o ser humano se desenvolver, entender o seu
papel no mundo, ele precisa compreender a dinâmica de funcionamento da sociedade e ter
um olhar crítico sobre essa realidade.
Destarte, a Psicologia Histórico-Cultural e a Pedagogia Histórico-Crítica defendem a
educação escolar caracterizada pela potencialidade desenvolvimentista e equalizadora dos
conhecimentos, em contraposição à secundarização do ensino dos conhecimentos
sistematizados historicamente e consolidados pela prática social da humanidade. A
apropriação do patrimônio cultural se constitui como recurso fundamental no sentido de
incentivar a existência ativa dos indivíduos (MARTINS, 2012).
Segundo Martins (2012) a educação escolar muitas vezes fragmenta o conhecimento em
nome da racionalidade, desconsiderando as outras dimensões da personalidade humana,
desvalorizando os aspectos cognitivos e os conteúdos escolares. A autora enfatiza que esse
tipo de ensino leva ao empobrecimento da vida afetiva dos indivíduos, e compromete a sua
constituição como cidadão. Provavelmente formando operários prontos a obedecerem sem
qualquer visão crítica da realidade, sem conhecimento da sua história, da história das
descobertas e da humanidade.
Nessa perspectiva, nossa proposta é o ensino de Desenho Técnico interdisciplinar,
integrado com a História da Arquitetura e da Matemática, a fim de contribuir com o
desenvolvimento psíquico do educando e com a sua formação, tanto profissional quanto
cidadã.
Para esse fim, utilizaremos como suporte a proposta de Saviani, que constitui um método
pedagógico moldado em forma de momentos, tendo em vista que entre eles existe uma
relação de interdependência. A opção pelo termo momentos, em detrimento da
denominação passos é sugerida pelo autor, visto que considera que os últimos passam a
ideia de sequência cronológica e essa não é a intenção. A divisão da Pedagogia Histórico-
Crítica em momentos tem caráter somente didático, pois cada um é constituído por outros
momentos articulados e que se relacionam entre si (CHISTÉ, 2015).
Na próxima seção apresentaremos a metodologia de pesquisa e como será a configuração
desses momentos, utilizando uma didática para a Pedagogia Histórico-Crítica, proposta por
Gasparim (2013).

5. Metodologia
Por objetivar intervenção na realidade a ser pesquisada, o trabalho se aproximará da
pesquisa-ação, na qual os atores envolvidos, serão os discentes e docentes do curso
Técnico em Eletrotécnica, nas modalidades integrado, concomitante e subsequente. O
locus da pesquisa será o Instituto de Educação Tecnológica do Espírito Santo (IFES).
A pesquisa-ação foi escolhida como metodologia de pesquisa porque tem como
fundamento a participação de todos os integrantes da pesquisa no planejamento e na
execução das propostas e possibilita estabelecer a reflexão e a avaliação em todas as etapas
da pesquisa. Os pesquisadores definem os tipos de exigências e a utilização do
conhecimento, a fim de contribuir com a transformação de situações que se configuraram
objeto de estudo (THIOLLENT, 2011).
Há também uma interação constante entre os grupos de estudo formados por pesquisadores
mais experientes (professores) e menos experientes (alunos), promovendo uma troca de
conhecimento recíproca, na qual é possível diagnosticar os anseios dos pesquisadores
atores. Tal prerrogativa é muito importante para se atingir os objetivos do trabalho, que são
reavaliados de acordo com os interesses de todo o grupo. Esse aspecto nos coloca em
diálogo com os pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski.
Nesse sentido, convidaremos alunos e professores do curso técnico em Eletrotécnica a
formarmos um grupo de pesquisa, no qual discutiremos os seus anseios, pontos de vista,
sugestões para a construirmos juntos uma proposta de Ensino do Desenho Técnico. As
opções de técnicas de produção de dados são: diário de bordo, reuniões, atas de reunião,
entrevistas semiestruturadas com professores e alunos, questionários, oficinas etc.
A previsão é que o grupo se reúna uma vez por semana. Em cada reunião seguiremos o
princípio da Psicologia Histórico-Cultural de que por trás da mediação é necessário uma
intencionalidade que se refere a favorecer a apropriação dos conceitos científicos. Para isso
utilizaremos os momentos propostos por Saviani na Pedagogia Histórico-Crítica,
detalhados na didática sugerida por Gasparim, sem esquecer da observação feita por
Martins (2012), de que esses momentos não seguem uma ordem rígida, engessada. A
seguir, uma síntese da didática escolhida:
Tabela 1: Síntese da didática sugerida por Gasparim para a Pedagogia Histórico-Crítica de Saviani.

Diagnóstico do que os participantes já conhecem sobre o tema, assim


Prática Social Inicial
como dos seus anseios em relação a esse.

Momento no qual o mediador lança desafios e questionamentos sobre o


Problematização
tema, relacionando-o à realidade dos participantes.
Fase na qual o mediador atuará na Zona de Desenvolvimento Iminente,
transformando os conceitos cotidianos diagnosticados na prática social
Instrumentalização
inicial, em conceitos científicos, associando ao conhecimento científico
construído historicamente pela humanidade.
Momento em que ocorre a elaboração da síntese, da nova postura
psíquica dos participantes. Isto é, o participante interioriza o
Catarse conhecimento consolidado de forma peculiar, particular,
subjetivamente. Ocorre a apropriação do conhecimento por parte do
estudante.
Fase em que os participantes expressam seus novos posicionamentos
acerca do tema. É a nova prática social do conteúdo. É o resultado das
Prática Social Final ações realizadas nas etapas anteriores. Momento no qual o participante
expõe o conhecimento apropriado, associando à realidade, tornando
apto atuar criticamente na transformação dessa.
Fonte: GASPARIM, 2013. Adaptação da autora.
A partir da aplicação dos momentos pedagógicos, o grupo de pesquisa construirá sugestões
de atividades a serem aplicadas em sala de aula. Essas serão debatidas, analisadas e
avaliadas. Nas reuniões estão previstas oficinas de programas de modelagem em três
dimensões, o que dará possibilidade de uma elaboração coletiva de maquetes eletrônicas e
animações a fim de facilitar a aprendizagem do Desenho Técnico. Ao final da intervenção
reuniremos a produção do grupo em um livro digital (ebook).

Conclusão
O Ensino do Desenho Técnico vem exigindo uma remodelação devido ao avanço da
Computação Gráfica e dos programas CAD (Computer Aided Design). Todavia, pelo
contato com trabalhos sobre tema, foi possível concluir que não se trata de uma
“modernização” excluindo sua fase instrumental, visto que essa é fundamental na
aprendizagem e no desenvolvimento da visão espacial, função cognitiva indispensável para
a atuação de profissionais de Arquitetura, de Engenharias e de áreas afins.
Fazendo uma comparação, considerar desnecessário o Ensino do Desenho Técnico
instrumental é semelhante considerar irrelevante que o estudante aprenda a escrever, pois o
desenho técnico é a linguagem do arquiteto, do engenheiro, do técnico em eletrotécnica,
entre outros. Logo, é a forma de expressão e comunicação desses profissionais.
Nesse sentido, ao buscar meios pelos quais os estudantes possam atingir certo grau de
abstração necessário ao desenvolvimento da visão espacial, dialogamos com a Psicologia
Histórico-Cultural, elaborada por Vigotski. A teoria enfatiza a importância da consciência
de que o indivíduo é um ser social, que traz consigo saberes prévios e esses devem ser
considerados e trabalhados, a fim de que se elevem e se transformem em conceitos
científicos. É fundamental então estudar os princípios da Psicologia Histórico-Cultural tais
como a mediação, a Zona de Desenvolvimento Iminente e Atual, a internalização dos
signos e as funções psíquicas, a fim de entendermos o funcionamento do psiquismo
humano e traçarmos estratégias de atuação em sala de aula, na tentativa de contribuir com
uma educação mais abrangente, atrativa e humanizadora. Como teoria pedagógica optamos
pela Pedagogia Histórico-Critica, proposta por Saviani, por dialogar e concordar com os
princípios da Psicologia Histórico-Cultural.
Na metodologia nos aproximamos da Pesquisa-ação, por esta sugerir uma junção entre
teoria e prática e uma participação democrática dos sujeitos da pesquisa, permitindo-os a
atuarem também como pesquisadores, no sentido de uma construção coletiva de uma nova
proposta de Ensino do Desenho Técnico, mais atrativa e emancipadora, que colaborará
também com o aumento do conhecimento técnico, ampliando a formação profissional do
estudante de forma contextualizada.

Referências
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2013.
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