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12.
ÍNDICE

FICHAS

LUÍS DE CAMÕES, L UÍS DE CAMÕES,


RIMAS1 2 OS LUSÍADAS

Contextualização histórico-literária 8 Os Lusíadas:


Luís de Camões, Rimas: Temas da poesia lírica 9 Contextualização da Epopeia 52
As influências 10 Estrutura e planos 54
Visão global 56
Para compreenderes • Vê como se faz
Reflexões do Poeta 58
Ficha 1 – O dia em que eu nasci, moura e pereça 12
Para compreenderes • Vê como se faz
Ficha 2 – Erros meus, má fortuna, amor ardente 14
Ficha 3 – Eu cantei já, e agora vou chorando 16 Canto I – Assunto 59

Ficha 4 – Tanto de meu estado me acho incerto 18 Ficha 1 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
Ficha 5 – Perdigão perdeu a pena 20 (Canto I: estâncias 105 e 106) 60

Ficha 6 – Amor é um fogo que arde sem se ver 22 Cantos II, III, IV – Assunto 62
Ficha 7 – Descalça vai para a fonte 24
Canto V – Assunto 63
Ficha 8 – Ondados fios de ouro reluzente 26
Ficha 2 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
Ficha 9 – Aquela cativa 28
(Canto V: estâncias 92 a 100) 64
Ficha 10 – Se Helena apartar 30
Canto VI – Assunto 68
Ficha 11 – Alegres campos, verdes arvoredos 32
Ficha 12 – Aquela triste e leda madrugada 34 Canto VII – Assunto 69

Ficha 13 – M
 udam-se os tempos, mudam-se as Ficha 3 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
vontades 36 (Canto VII: estâncias 78 a 87) 70
Ficha 14 – Esparsa sua ao desconcerto do mundo 38 Canto VIII – Assunto 75
Agora faz tu
Ficha 4 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
Ficha 15 – Enquanto quis Fortuna que tivesse 40 (Canto VIII: estâncias 96 a 99) 76
Ficha 16 – De quantas graças tinha, a Natureza 41
Canto IX – Assunto 79
Ficha 17 – Pede o desejo, Dama, que vos veja 42
Ficha 5 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
Ficha 18 – Vós, Senhora, tudo tendes 43
(Canto IX: estâncias 88 a 95) 80
Ficha 19 – A fermosura desta fresca serra 44
Canto X – Assunto 84
Ficha 20 – Menina dos olhos verdes 45
Ficha 21 – Campos bem-aventurados 46 Ficha 6 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
(Canto X: estâncias 145 a 156) 85
Ficha 22 – Correm turvas as águas deste rio 47
Ficha 23 – Verdes são os campos 48 As reflexões do Poeta, em esquema 90

Ficha 24 – Um mover d‘olhos brando e piadoso 49

2 ISBN 978 - 9 8 9 -76 7- 424 -2


LUÍS DE CAMÕES
NO EXAME

1 EXERCÍCIOS DE EXAME

Luís de Camões, Rimas


2016 – 1
 .ª fase – «Oh! como se me alonga, de
ano em ano» 100

Luís de Camões, Os Lusíadas


Agora faz tu
2008 – 1.ª fase – Canto IX – est. 89-93 101
Ficha 7 – Canto V (estâncias 92-95) 91 2010 – 1.ª fase – Canto X – est. 144-148 102

Ficha 8 – Canto V (estâncias 95-98) 92 2013 – 2.ª fase – Canto VII – est. 84-87 103
2014 – Teste Intermédio – Canto I – est. 105-106 104
Ficha 9 – Canto VII (estâncias 84-87) 93
2016 – Época Especial – Canto VII – est. 78-81 105
Ficha 10 – Canto IX (estâncias 92-95) 94 2017 – 2.ª fase – Canto VIII – est. 96-99 106

Ficha 11 – Canto X (estâncias 145-148) 95 2011 – 2.ª fase – exercício de escrita [exposição] 107

Ficha 12 – Canto X (estâncias 150-153) 96

Ficha 13 – E
 xposição – Crítica à desvalorização
da cultura e da poesia 97
CONCEITOS ESSENCIAIS
Ficha 14 – E
 xposição – Motivos das invocações 2
PARA O EXAME
do Poeta 97

Ficha 15 – E
 xposição – Crítica à falta de cultura
dos contemporâneos e louvor aos heróis • Rimas 108
clássicos 98 • Os Lusíadas 110
Ficha 16 – E
 xposição – Texto épico e Rimas,
intertextualidade: a degradação
dos costumes e dos valores 98

Propostas de resolução 114

3
1 Luís de Camões, Rimas

FICHA 5 Perdigão perdeu a pena Para compreenderes

Reflexão sobre a experiência amorosa e o amor

Curiosidade
Segundo alguns biógrafos de Camões, este poema parece estar relacionado com um amor não correspondido pela infanta D. Maria,
última filha do rei D. Manuel, uma mulher bela e culta, que não estaria ao alcance de qualquer “perdigão ousado”.

O perdigão é

uma ave o sujeito poético


Mote
Sem pena(s) Sem pena (sem amor)
Com um mote Perdigão perdeu a pena, não pode voar não pode ser feliz
de dois versos, o
poema é um vilancete. não há mal que lhe não venha. polissemia / trocadilho1
De inspiração
tradicional, integra-se
na medida velha.
Voltas O perdigão tinha o sonho de voar
a «um alto lugar», mas não conseguiu.
Perdigão, que o pensamento [amor não correspondido]
Nas voltas,
o sujeito poético
subiu a um alto lugar, Consequências
desenvolve o tema 5 perde a pena do voar,
apresentado
no mote. ganha a pena do tormento. twwwwwwuwwwwwwv
«perde a pena», sofre, «ganha» o «tormento»

Antítese
Não tem no ar nem no vento
TEMA asas com que se sustenha:
não há mal que lhe não venha. Conclusão magoada: tudo de mal lhe acontece.
O sofrimento
amoroso
10 Quis voar a ũa alta torre,
Vocabulário mas achou-se desasado; O perdigão sonhou ou ambicionou
ilustrativo subir a «ũa alta torre».
e, vendo-se depenado, [amor inatingível]
de puro penado morre.
pena Consequências
tormento Se a queixumes se socorre,
mal
desasado
15 lança no fogo mais lenha:
ficou sem asas – «desasado»
depenado
morre
não há mal que lhe não venha. twwwwuwwwwv
ficou sem penas – «depenado»
queixumes Luís de Camões, Rimas, edição de Álvaro morre de sofrimento
fogo J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 2005
lenha
Os seus lamentos ou «queixumes»
intensificam ainda mais a sua dor, o «fogo».

Coitado do perdigão, é uma vítima da má sorte.

Diz-se que há polissemia quando uma palavra tem significados diferentes conforme o contexto.
1

Um trocadilho consiste no jogo (ou uso) de palavras parecidas no som e diferentes no significado.

20
Luís de Camões, Rimas
1
Vê como se faz

1. Explicita a polissemia presente no dístico do poema.

Tópicos de resposta
O que deves fazer? Polissemia com a palavra «Perdigão» – a ave perdeu a pena e não pode voar.
• Referir as palavras que apre- Polissemia com a palavra «pena» – pena da ave ou pena de sonhar/amar.
sentam valor polissémico nos
versos indicados. Exemplo de resposta
• Explicar os diversos sentidos
em que essas palavras são Através da polissemia da palavra «Perdigão», subentende-se que o sujeito
utilizadas. poético usa a ave para se referir a si próprio. Ou seja, tal como a ave perdeu
a «pena» do voar, isto é, perdeu a capacidade de voar, também ele perdeu a
capacidade ou a ambição de sonhar, de amar (a «pena»). Como consequên-
cia do amor não correspondido, além do sofrimento, todo o mal lhe vem.

2. Interpreta o uso da antítese, nos versos 5 e 6.

Tópicos de resposta
O que deves fazer? Antítese – «perde a pena do voar» / «ganha a pena do tormento».
• Identificar a antítese. Interpretação: o perdigão perde a capacidade de voar, mas ganha o tormento, a dor.
• Explicar o seu sentido.
Exemplo de resposta
O sujeito poético constata que do facto de o perdigão perder a capacidade
de voar («perde a pena do voar») advém o sofrimento («ganha a pena do
tormento»).

3. Interpreta a expressividade da metáfora «lança no fogo mais lenha» (v. 15), tendo em conta o contexto
em que ocorre.
Tópicos de resposta
O que deves fazer? A metáfora contribui para evidenciar:
• Esclarecer o sentido metafórico • a dor ou o sofrimento do «perdigão»;
da expressão. • os «queixumes» que agudizam a dor, o «fogo».
• Interpretar a expressão tendo
em conta os outros versos em Exemplo de resposta
que se insere.
Através da metáfora «lança no fogo mais lenha», o sujeito poético refere que
quanto mais o «perdigão» se lamenta ou queixa do seu infortúnio mais pro-
Recorda. voca dor ou sofrimento. Assim, os constantes «queixumes» só intensificam
Sentido literal – é o primeiro ainda mais o «fogo», o sofrimento em que vive.
sentido, o sentido usual de uma
palavra ou expressão.
Sentido metafórico – corres-
ponde ao sentido figurado de
uma palavra ou expressão.

4. Descreve a estrutura formal do texto.

Tópicos de resposta
O que deves fazer? • Vilancete; redondilha maior; mote dístico; duas voltas (sétimas).
• Identificar a composição poé- • Rima interpolada e emparelhada.
tica. • Esquema rimático nas voltas: abbaacc / deeddcc.
• Classificar os versos quanto ao • Refrão.
número de sílabas métricas.
• Descrever a constituição do Exemplo de resposta
mote e das voltas.
• Classificar o tipo de rima. O vilancete em redondilha maior é constituído por um mote de dois versos
• Apresentar o esquema rimático. (dístico) e duas voltas de sete versos (sétimas). A rima é interpolada e
• Identificar a presença de refrão. emparelhada, segundo o esquema rimático abbaacc / deeddcc. O segundo
verso do mote repete-se, em refrão, no último verso de cada volta.

Atenção. Como a instrução do item não especifica os elementos a indicar, deves referir todos os aspetos formais.

21
2
3 Luís de Camões, Os Lusíadas

Para compreenderes
Reflexão do Poeta (Estâncias 93, 94 e 95)
Nestas estâncias, o Poeta continua a sua advertência a todos os que sonham com a imortalidade e aconselha
os que aspiram à condição de herói.

Est.93 O modo imperativo para


Comentários
E ponde na cobiça um freio duro, concretizar um conselho
do Poeta
E na ambição também, que indignamente Vocabulário com pendor
crítico
As «honras vãs, esse Tomais mil vezes, e no torpe e escuro
ouro puro», obtidas sem Hipérbole
esforço e sem mérito, Vício da tirania infame e urgente; «Tomais mil vezes»
não dão «Verdadeiro
valor» às pessoas.
5 Porque essas honras vãs, esse ouro puro, Vícios a evitar
Verdadeiro valor não dão à gente: Cobiça
Ambição
Milhor é merecê-los sem os ter,
É melhor merecer Tirania
a honra e os bens Que possuí-los sem os merecer.
materiais sem os Intenção
ter, do que tê-los e Est.94
não os merecer.
Ou dai na paz as leis iguais, constantes, Aplicar a justiça
10 Que aos grandes não deem o dos pequenos, com igualdade.
O homem Impedir a exploração
deve evitar
Ou vos vesti nas armas rutilantes, dos mais fracos.
o materialismo. Contra a lei dos imigos Sarracenos: Lutar contra os
muçulmanos.
Fareis os Reinos grandes e possantes,
E todos tereis mais e nenhum menos:
Efeitos dos conselhos
15 Possuireis riquezas merecidas, • O reino será maior
e poderoso.
Com as honras que ilustram tanto as vidas.
• Haverá igualdade na
Est.95 distribuição dos bens.
Ideais a perseguir • Todos terão honra e fama.
E fareis claro o Rei que tanto amais,
• Justiça. • O Rei será mais ilustre
• Igualdade. Agora cos conselhos bem cuidados, e esclarecido, devido ao
• Fraternidade. apoio, aos conselhos
Agora co as espadas, que imortais sensatos e à lealdade.
• Lealdade.
• Vontade.
20 Vos farão, como os vossos já passados. • Ficarão imortais como os
seus antepassados.
• Honestidade. Impossibilidades não façais,
• Serão eternamente
Que quem quis, sempre pôde; e numerados reconhecidos como
«Heróis».
Sereis entre os Heróis esclarecidos
Vasco da Gama
atingiu a imortalidade E nesta «Ilha de Vénus» recebidos.
por ser um homem Luís de Camões, Os Lusíadas,
de exceção. edição de Álvaro J. da Costa Pimpão,
Lisboa, MNE/IC, 2005

freio (v. 1): travão.


Exemplo para os Advertência urgente (v. 4): que oprime.
homens do presente
© AREAL EDITORES

rutilantes (v. 11): brilhantes.


e do futuro. Não há limites para o ser humano, pois Sarracenos (v. 12): muçulmanos que
quem quis sempre conseguiu. dominaram a Península Ibérica.
Só com força de vontade se alcança a glória.

82
Luís de Camões, Os Lusíadas
3
2
Vê como se faz

1. Explica o significado que o Poeta atribui à «Ilha», tendo em conta as afirmações das estâncias 89 e 90.

Tópicos de resposta
O que deves fazer? • A «Ilha» representa o prémio, as recompensas dadas aos marinheiros.
• Esclarecer o valor simbólico • Os prazeres da «Ilha» são os sucessos, as vitórias alcançadas por mérito próprio.
da «Ilha». • O contacto dos humanos com as «Ninfas» confere-lhes um estatuto divino: mitificação.
• Explicitar os elementos referi-
dos nas estâncias relativos à Exemplo de resposta
«Ilha».
• Mostrar que a simbologia da A «Ilha» é o símbolo do prémio, das recompensas dadas aos marinheiros.
«Ilha» se associa à mitificação. Deste modo, o Poeta refere que os prazeres da «Ilha» são os sucessos, os
«triunfos», as vitórias alcançadas por mérito próprio, as «Honras que a vida
fazem sublimada», no fim do caminho arduamente percorrido. Assim, o con-
tacto dos humanos com as «Ninfas» confere-lhes um estatuto divino, a
mitificação.

2. Justifica a referência às figuras da Antiguidade, na estância 91.

Tópicos de resposta
O que deves fazer? As figuras da Antiguidade («Júpiter», «Mercúrio»,…) surgem como:
• Interpretar a referência às figu- • argumento para convencer os contemporâneos a alterar a sua atitude;
ras da Antiguidade no contexto • modo para conferir importância ao caminho a percorrer para atingir a imortalidade.
em que ocorrem.
Exemplo de resposta
As figuras da Antiguidade («Júpiter», «Mercúrio»,…) surgem como argumen-
tos do Poeta para convencer os seus contemporâneos a alterar a sua ati-
tude, combatendo os vícios, assim como para conferir importância ao cami-
nho a percorrer para atingir a imortalidade.

3. Explicita o sentido da expressão «trombeta de obras tais» (est. 92), enquanto personificação da
«Fama».

Tópicos de resposta
O que deves fazer? • Sentido da expressão: na Antiguidade, a «Fama» divulgava por toda a parte o herói e as
• Esclarecer o sentido de expres- suas façanhas.
são. • Personificação da «Fama»: adjuvante que contribuía para a mitificação do herói.
• Associar a expressão à perso-
nificação da «Fama». Exemplo de resposta
A expressão «trombeta de obras tais» contribui para caracterizar a «Fama»,
personificando-a. Neste sentido, na Antiguidade, cabia à «Fama» o papel de
adjuvante, ao dar a conhecer por toda a parte o herói e as suas façanhas.

4. Interpreta o alcance crítico dos conselhos que o Poeta expõe a partir da estância 92.

Tópicos de resposta
O que deves fazer? • Denúncia dos vícios da sociedade: ócio, ambição, tirania e cobiça.
• Explicar a crítica tecida pelo • Conselhos para se obter reconhecimento, honra e glória: esforço e vontade.
Poeta aos seus contemporâ-
neos. Exemplo de resposta
• Referir, de forma sucinta, os
conselhos expostos. A partir da estância 92, o Poeta denuncia os vícios (o ócio, a ambição, a
tirania e a cobiça) da sociedade sua contemporânea. Neste sentido, esta
© AREAL EDITORES

reflexão confirma a necessidade do esforço e da vontade, conselhos trans-


mitidos a todos os que desejam obter reconhecimento, honra e glória.

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