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12.
ÍNDICE
FICHAS
Ficha 4 – Tanto de meu estado me acho incerto 18 Ficha 1 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
Ficha 5 – Perdigão perdeu a pena 20 (Canto I: estâncias 105 e 106) 60
Ficha 6 – Amor é um fogo que arde sem se ver 22 Cantos II, III, IV – Assunto 62
Ficha 7 – Descalça vai para a fonte 24
Canto V – Assunto 63
Ficha 8 – Ondados fios de ouro reluzente 26
Ficha 2 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
Ficha 9 – Aquela cativa 28
(Canto V: estâncias 92 a 100) 64
Ficha 10 – Se Helena apartar 30
Canto VI – Assunto 68
Ficha 11 – Alegres campos, verdes arvoredos 32
Ficha 12 – Aquela triste e leda madrugada 34 Canto VII – Assunto 69
Ficha 13 – M
udam-se os tempos, mudam-se as Ficha 3 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
vontades 36 (Canto VII: estâncias 78 a 87) 70
Ficha 14 – Esparsa sua ao desconcerto do mundo 38 Canto VIII – Assunto 75
Agora faz tu
Ficha 4 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
Ficha 15 – Enquanto quis Fortuna que tivesse 40 (Canto VIII: estâncias 96 a 99) 76
Ficha 16 – De quantas graças tinha, a Natureza 41
Canto IX – Assunto 79
Ficha 17 – Pede o desejo, Dama, que vos veja 42
Ficha 5 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
Ficha 18 – Vós, Senhora, tudo tendes 43
(Canto IX: estâncias 88 a 95) 80
Ficha 19 – A fermosura desta fresca serra 44
Canto X – Assunto 84
Ficha 20 – Menina dos olhos verdes 45
Ficha 21 – Campos bem-aventurados 46 Ficha 6 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação
(Canto X: estâncias 145 a 156) 85
Ficha 22 – Correm turvas as águas deste rio 47
Ficha 23 – Verdes são os campos 48 As reflexões do Poeta, em esquema 90
1 EXERCÍCIOS DE EXAME
Ficha 8 – Canto V (estâncias 95-98) 92 2013 – 2.ª fase – Canto VII – est. 84-87 103
2014 – Teste Intermédio – Canto I – est. 105-106 104
Ficha 9 – Canto VII (estâncias 84-87) 93
2016 – Época Especial – Canto VII – est. 78-81 105
Ficha 10 – Canto IX (estâncias 92-95) 94 2017 – 2.ª fase – Canto VIII – est. 96-99 106
Ficha 11 – Canto X (estâncias 145-148) 95 2011 – 2.ª fase – exercício de escrita [exposição] 107
Ficha 13 – E
xposição – Crítica à desvalorização
da cultura e da poesia 97
CONCEITOS ESSENCIAIS
Ficha 14 – E
xposição – Motivos das invocações 2
PARA O EXAME
do Poeta 97
Ficha 15 – E
xposição – Crítica à falta de cultura
dos contemporâneos e louvor aos heróis • Rimas 108
clássicos 98 • Os Lusíadas 110
Ficha 16 – E
xposição – Texto épico e Rimas,
intertextualidade: a degradação
dos costumes e dos valores 98
3
1 Luís de Camões, Rimas
Curiosidade
Segundo alguns biógrafos de Camões, este poema parece estar relacionado com um amor não correspondido pela infanta D. Maria,
última filha do rei D. Manuel, uma mulher bela e culta, que não estaria ao alcance de qualquer “perdigão ousado”.
O perdigão é
Antítese
Não tem no ar nem no vento
TEMA asas com que se sustenha:
não há mal que lhe não venha. Conclusão magoada: tudo de mal lhe acontece.
O sofrimento
amoroso
10 Quis voar a ũa alta torre,
Vocabulário mas achou-se desasado; O perdigão sonhou ou ambicionou
ilustrativo subir a «ũa alta torre».
e, vendo-se depenado, [amor inatingível]
de puro penado morre.
pena Consequências
tormento Se a queixumes se socorre,
mal
desasado
15 lança no fogo mais lenha:
ficou sem asas – «desasado»
depenado
morre
não há mal que lhe não venha. twwwwuwwwwv
ficou sem penas – «depenado»
queixumes Luís de Camões, Rimas, edição de Álvaro morre de sofrimento
fogo J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 2005
lenha
Os seus lamentos ou «queixumes»
intensificam ainda mais a sua dor, o «fogo».
Diz-se que há polissemia quando uma palavra tem significados diferentes conforme o contexto.
1
Um trocadilho consiste no jogo (ou uso) de palavras parecidas no som e diferentes no significado.
20
Luís de Camões, Rimas
1
Vê como se faz
Tópicos de resposta
O que deves fazer? Polissemia com a palavra «Perdigão» – a ave perdeu a pena e não pode voar.
• Referir as palavras que apre- Polissemia com a palavra «pena» – pena da ave ou pena de sonhar/amar.
sentam valor polissémico nos
versos indicados. Exemplo de resposta
• Explicar os diversos sentidos
em que essas palavras são Através da polissemia da palavra «Perdigão», subentende-se que o sujeito
utilizadas. poético usa a ave para se referir a si próprio. Ou seja, tal como a ave perdeu
a «pena» do voar, isto é, perdeu a capacidade de voar, também ele perdeu a
capacidade ou a ambição de sonhar, de amar (a «pena»). Como consequên-
cia do amor não correspondido, além do sofrimento, todo o mal lhe vem.
Tópicos de resposta
O que deves fazer? Antítese – «perde a pena do voar» / «ganha a pena do tormento».
• Identificar a antítese. Interpretação: o perdigão perde a capacidade de voar, mas ganha o tormento, a dor.
• Explicar o seu sentido.
Exemplo de resposta
O sujeito poético constata que do facto de o perdigão perder a capacidade
de voar («perde a pena do voar») advém o sofrimento («ganha a pena do
tormento»).
3. Interpreta a expressividade da metáfora «lança no fogo mais lenha» (v. 15), tendo em conta o contexto
em que ocorre.
Tópicos de resposta
O que deves fazer? A metáfora contribui para evidenciar:
• Esclarecer o sentido metafórico • a dor ou o sofrimento do «perdigão»;
da expressão. • os «queixumes» que agudizam a dor, o «fogo».
• Interpretar a expressão tendo
em conta os outros versos em Exemplo de resposta
que se insere.
Através da metáfora «lança no fogo mais lenha», o sujeito poético refere que
quanto mais o «perdigão» se lamenta ou queixa do seu infortúnio mais pro-
Recorda. voca dor ou sofrimento. Assim, os constantes «queixumes» só intensificam
Sentido literal – é o primeiro ainda mais o «fogo», o sofrimento em que vive.
sentido, o sentido usual de uma
palavra ou expressão.
Sentido metafórico – corres-
ponde ao sentido figurado de
uma palavra ou expressão.
Tópicos de resposta
O que deves fazer? • Vilancete; redondilha maior; mote dístico; duas voltas (sétimas).
• Identificar a composição poé- • Rima interpolada e emparelhada.
tica. • Esquema rimático nas voltas: abbaacc / deeddcc.
• Classificar os versos quanto ao • Refrão.
número de sílabas métricas.
• Descrever a constituição do Exemplo de resposta
mote e das voltas.
• Classificar o tipo de rima. O vilancete em redondilha maior é constituído por um mote de dois versos
• Apresentar o esquema rimático. (dístico) e duas voltas de sete versos (sétimas). A rima é interpolada e
• Identificar a presença de refrão. emparelhada, segundo o esquema rimático abbaacc / deeddcc. O segundo
verso do mote repete-se, em refrão, no último verso de cada volta.
Atenção. Como a instrução do item não especifica os elementos a indicar, deves referir todos os aspetos formais.
21
2
3 Luís de Camões, Os Lusíadas
Para compreenderes
Reflexão do Poeta (Estâncias 93, 94 e 95)
Nestas estâncias, o Poeta continua a sua advertência a todos os que sonham com a imortalidade e aconselha
os que aspiram à condição de herói.
82
Luís de Camões, Os Lusíadas
3
2
Vê como se faz
1. Explica o significado que o Poeta atribui à «Ilha», tendo em conta as afirmações das estâncias 89 e 90.
Tópicos de resposta
O que deves fazer? • A «Ilha» representa o prémio, as recompensas dadas aos marinheiros.
• Esclarecer o valor simbólico • Os prazeres da «Ilha» são os sucessos, as vitórias alcançadas por mérito próprio.
da «Ilha». • O contacto dos humanos com as «Ninfas» confere-lhes um estatuto divino: mitificação.
• Explicitar os elementos referi-
dos nas estâncias relativos à Exemplo de resposta
«Ilha».
• Mostrar que a simbologia da A «Ilha» é o símbolo do prémio, das recompensas dadas aos marinheiros.
«Ilha» se associa à mitificação. Deste modo, o Poeta refere que os prazeres da «Ilha» são os sucessos, os
«triunfos», as vitórias alcançadas por mérito próprio, as «Honras que a vida
fazem sublimada», no fim do caminho arduamente percorrido. Assim, o con-
tacto dos humanos com as «Ninfas» confere-lhes um estatuto divino, a
mitificação.
Tópicos de resposta
O que deves fazer? As figuras da Antiguidade («Júpiter», «Mercúrio»,…) surgem como:
• Interpretar a referência às figu- • argumento para convencer os contemporâneos a alterar a sua atitude;
ras da Antiguidade no contexto • modo para conferir importância ao caminho a percorrer para atingir a imortalidade.
em que ocorrem.
Exemplo de resposta
As figuras da Antiguidade («Júpiter», «Mercúrio»,…) surgem como argumen-
tos do Poeta para convencer os seus contemporâneos a alterar a sua ati-
tude, combatendo os vícios, assim como para conferir importância ao cami-
nho a percorrer para atingir a imortalidade.
3. Explicita o sentido da expressão «trombeta de obras tais» (est. 92), enquanto personificação da
«Fama».
Tópicos de resposta
O que deves fazer? • Sentido da expressão: na Antiguidade, a «Fama» divulgava por toda a parte o herói e as
• Esclarecer o sentido de expres- suas façanhas.
são. • Personificação da «Fama»: adjuvante que contribuía para a mitificação do herói.
• Associar a expressão à perso-
nificação da «Fama». Exemplo de resposta
A expressão «trombeta de obras tais» contribui para caracterizar a «Fama»,
personificando-a. Neste sentido, na Antiguidade, cabia à «Fama» o papel de
adjuvante, ao dar a conhecer por toda a parte o herói e as suas façanhas.
4. Interpreta o alcance crítico dos conselhos que o Poeta expõe a partir da estância 92.
Tópicos de resposta
O que deves fazer? • Denúncia dos vícios da sociedade: ócio, ambição, tirania e cobiça.
• Explicar a crítica tecida pelo • Conselhos para se obter reconhecimento, honra e glória: esforço e vontade.
Poeta aos seus contemporâ-
neos. Exemplo de resposta
• Referir, de forma sucinta, os
conselhos expostos. A partir da estância 92, o Poeta denuncia os vícios (o ócio, a ambição, a
tirania e a cobiça) da sociedade sua contemporânea. Neste sentido, esta
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