Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
-
\
••
Isabel Meyrelles
POESIA
·•·
ANTOLOGIAS ÜRGANIZADAS:
ÍNDICE
Anthologie de la Poésie Portugaise, Paris: Gallimard, 1971 (org. e tradução)
O sexo na moderna ficção científica, Lisboa: Afrodite, 1976.
I "Isabel Meyrelles ou a razã g dos sonhos", Perfecto E. Cuadrado:
TRADUÇÕES:
EM VOZ BAIXA
13 Como sempre
Jorge Amado: Os subterrâneos da liberdade, Ed. Messidor, 1982 (2 vols.)
14 1." Madrigal
Jorge Amado: Terras do Sem Fim, Ed. Messidor, 1985 15 Hoje
Jorge Amado: São Jorge dos Ilhéus, Ed. Messidor, 1986 16 A maneira de ...
Jorge Amado: ABC de Castro Alves, Ed. Messidor, 1988 17 Tinha chovido, havia estrelas
0
LE LIVRE DU TIGRE
178 Préparez-vous, mes sceurs I Preparai-vos, minhas irmãs
180 Vaus vous asseyez tranqui!lement I Sentai-vos tranquilarnente
98 Tigre tigre I Tigre tigre Est-ce la paix, est-ce la guerre? I Será a paz, será a guerra?
182
100 I/ y a Lisbonne I Existe em Lisboa Le poeme est-il une enzyme I É o poema uma enzima
184
102 ]e te dirai pendant la pmmenade à Fomalhaut I Dir-te-ei durante o pas-
186 Bereshith I Bereshith
seio a Fomalhaut
188 Requiem pour João Carlos Sobral Meireles I Requiem para João Ca rlos
Sobral Meireles
190 Le messager des rêves I o mensageiro dos sonhos
1'0\:Sli\
192 Variations Goldberg I Variações Goldberg
l >A illl M!CYI<J:III'S
194 Tous les jours naus vivons I Todo s os dias vivemos
I
196 Ou sont maintenant I Onde estão agora 1311~110 I LC A "i\ P.OCA QlJF O I!!,\ "
198 Requiem pour Madame Yvonne Paoli I Requi em para Madame Yvonne
Co i'\ RIGII T Qu.,\1 En tçO t~l
Paoli Ar., tHDO 562, 4764 -90 1 V11 A NovA D~e FA .\ IAllCÃO
200 A ma sreur, qui voit l'invisible I A minha irmã, que vê o invisível I' l SAIJF I M t:Y iliLL ES (2004 I
204 Mes pas d'en(ant ne laissaient pas de tra ces I Os m eus passos de criança
Du•óS II O LECA I 2lg862/04
não deixavam pegadas JSfiN 989-552-073-5
206 La voix I A voz
hti'H.ESSO N,-\ PAl' EL\tUN DF- SM G, LLM
208 Le lieu qui n'est plus I O lugar que já não é
A CAR:\i\ lFN IO N,\ ) N FOR~ElE - AG, LD A
212 In memoriam I In memeoriam VI LA NOV r\ IW FA.\IALIC\0
II III
/
•·
champ des mots, rendu possible par le travail poétique, et le boulever- singulares e de ampla tradição literária como a do Marinheiro pro-
sement des formes plastiques, en arrachant à l'argile la souplesse qui tagonista duma história de amor em seis instantâneas líricas em que
est la sienne, ce qui pennet à la céramique de repeupler le monde avec a voz poética vai-se implicando progressivamente. Já em Le Livre
des hybrides de toute nature >> . Enfim, e tentando resumir há tempos du Tigre (1977) podemos encontrar de maneira evidente e reiterada
o percurso poético de Isabel Meyrelles, dizia eu: «Su obra poética, aquela variante cáustica de que falava Maria Fernando Pinto (com
comenzada en portugués y rematada en francés, bebe en las fuentes alvos definidos como Lisboa ou os irmãos poetas) ao lado do que
de la aventura surrealista, y, como sus esculturas y objetos, oscila seriam as constantes maiores da sua poesia quanto ao tom (de con-
entre el doble estremedmiento de la experiencia dei amour fou y de fissão ou confidência com ou sem distinatário) e aos temas (o amor
la sorpresa producida por la transmutación de la realidad cotidiana sempre presente), incorporando ao seu bestiário pessoal a figura
en realidad maravillosa o poética en virtud de un estado de espíritu soberba do Tigre ("ágil", "esbelto", "sinuoso", "sedutor", "secre-
inocente, desnudo y expectante que por serlo no le permite tampoco tamente satânico", "solitário senhor de sombria beleza"), e usando
ignorar la trágica crueldad de la vida abandonada a la refinada bruta- formalmente com frequência do paralelismo (da anáfora ou o simples
lidad de aquellos a quienes a veces gratuita o abusivamente llamamos uso do refrão até à recuperação da estrutura completa do cantiga de
nuestros semejantes>>. amigo medieval). Os mesmos temas, o tom cada vez mais elegíaco, a
As duas primeiras obras poéticas publicadas por Isabel Meyrelles quase ausência do registo sarcástico, junto com as homenagens e as
(Em Voz Baixa e Palavras Nocturnas, respectivamente de 1951 e lembranças (Borges, Robert Desnos, Victor Hugo, Madame Yvonne
1954 e as duas em português), têm características comuns como' são Paoli, Inês Guerreiro, a irmã, o irmão João), encontramos no seu úl-
o tema do amor (mais diurno no primeiro livro, mais nocturno e já timo livro (inédito, com poemas datados entre 1982 e 1998) de título
quase elegíaco no segundo), a brevidade dos poemas (por vezes, sim- bem significativo- Le Messager des Rêves- quanto à identificação
ples fragmentos, rápidas rajadas de emoção, marcas na pele duma da sua poesia e do sentido dado ao trabalho do poeta e que liga bem
impressão que se destaca), ou o tom de tímida confissão, de segredo com o título desta minha homenagem simpática que agora acaba para
"em voz baixa", às vezes de monólogo sussurrado à mesa do café ou deixar ao leitor na melhor companhia, a dos sonhos e as palavras de
no leito subitamente despovoado. Com O Rosto Deserto (1966) a Isabel Meyrelles, lembrando a frase de homenagem e de convite à lei-
poeta passa a usar o francês como língua poética e com ele começa tura do amigo comum Artur do Cruzeiro Seixas: «Sei que o tesouro
também, segundo a própria autora, uma fase duma maior "madurez" que as pessoas procuram está quase sempre ao seu lado >> .
superadora dos primeiros poemas "juvenis", uma fase onde ela con-
fessa reconhecer-se melhor e onde junto ao tema central do amor e Perfecto E. Cuadrado
IV v
EM WOZ BAIXA
1951
••
I·
à N,lfália
•·
Como semprt!,
passas inexorável e distante
em me veres.
Como sempre,
olho aquele ponto vago
acima do teu rosto
e, como sempre,
penso: amanhã ... talvez amanhã ...
e olho as tuas costas que se afastam
como sempre.
13
2 3
1. o MADRIGAL
l·
Tenho chorado por ti Hoje,
As lágrimas deslizam senti que estava diferente
e eu, como um ladrão, e fui olhar-me no lago.
bebo-as sequiosamente Um cisne passou,
porque elas são tuas, uma folha voou,
meu amor. só tu ficaste, amor,
no meu rosto curvado sobre a água.
14 15
·•·
4 5
À MANEIRA DE ...
16 17
••
6 7
2." MADRIGAL
18 19
8 9
-
20 21
10 11
,
22 23
•·
12 13
3. 0 MADRIGAL FRAGMENTOS
II
Só tu conheces
o sorriso molhado dos meus olhos,
dos meus olhos onde há perguntas mudas
boiando como folhas
eternamente esperando.
III
Ainda e sempre eu canto a alegria
de partir da tua boca
para o fundo do mar ...
IV
E tu que vens,
linha de sombra no tronco das estátuas,
imagem vista à transparência
dos cristais facetados
dos olhos que te esperam.
v
Como se eu fosse só este corpo vazio
deitado na praia deserta
e desesperada.
,
24 25
14 15
4." MADRIGAL
26 27
·•·
16 17
JARDIN DU LUXEMBOURG
28 29
•·
18 19
30 31
20
5. 0 MADRIGAL. ..
32
•·
Palavras nocturnas
murmuradas
palavras como borboletas
ofuscadas
palavras de amor
afogadas
na madrugada nascente
37
•·
2 3
longe longe
do outro lado
38 39
•·
4 5
40 41
••
6 7
42 43
8 9
44 45
••
10 11
CAFÉ DU DÉPART CAFÉ DU DÉPART
1 I I1
46 47
12 13
48 49
14 15
CAFÉ DU DÉPART
50 51
16 17
52 53
·•·
18
54
••
Tous Ies poetes font des vers. Todos os poetars fazem versos.
Moi, pas. Não eu.
Ma machine à fabriquer des mots A minha máquina de fabricar palavras
n'utilise qu'un alphabet protoplasmique utiliza um alfabeto protoplásmico
qui reproduit inlassablement que reproduz a tua imagem
ton image. incansavelmente
Ainsi je te dis: assim eu digo
il est temps que tu t'en ailles é tempo que tu partas
et que tu me laisses faire e me deixes fazer poemas
des poemes, como toda gente.
comme tout !e monde.
56 57
•·
DEVINETTE ADIVINHA
58 59
·•·
60 61
·•·
62 63
I 1
64 65
IV IV
v v
J'effacerai Apagarei
en mm tua memória,
ta mémoire. com os pincéis do vazio
Avec les pinceaux linha a linha
duvide, apagarei o meu amor,
j'effacerai com os outros
trait par trait todos os outros
mon amour, levantarei
avec les autres, uma muralha
tous les autres, de esquecimento.
je me ferai un rempart Só então te inventarei
d'oubli. peça a peça.
C'est alors
que je te recréerai
de toute piece.
66 67
Vous prenez un corps de trente six ans, Toma-se um cor,po de 36 anos
deux yeux couleur de granit dois olhos cor de granito
quelques moments de bonheur alguns momentos de prazer
et vous laissez mijoter tout doucement e aquece-se a fogo brando na cabeça;
dans votre tête. junta-se em seguida uma onça de angústia
Vous ajoutez une once d'angoisse, uma casca de insónia
un zeste d'insomnie, dois bons quilos de desperdícios
deux bons kilos de gâchis, e um poeta amoroso.
et un poête amoureux. Mata-se, salga-se, apimenta-se,
Tuez, salez, poivrez, e serve-se guarnecido de eternas saudades.
et servez garni de regrets éternels.
68 69
·•·
70 71
•·
PORTRAIT DU MATELOT O RETRATO DO MARINHEIRO
72 73
LE MATELOT VOYAGE O MARINHEIRO VIAJA
11 11
74 75
•
LE MATELOT AU REPOS O MARINHEIRO DESCANSA
III III
76 77
LE MATELOT EN BORDÉE O MARINHEIRO EM TERRA
IV IV
78 79
LE MATELOT NE SAIT PAS O MARINHEIRO NÃO SABE
v v
80 81
LE MATELOT EST PARTI O MARINHEIRO PARTIU
VI VI
grisaille CU1Za
absence ausência
sables mouvants, areias movediças
maintenant agora
piege d'ombre armadilha de sombra
souvenir d'ombre, recordação de sombra
maintenant agora
épée espada de sombra
épée d'ombre espada
à tout jamais para sempre
enfoncée. enterrada.
82 83
•·
84 85
•·
86 87
11 est dangereux de se pencher É perigoso dcb;:·uc;ar-se
à la fenêtre des fantômes na janela dos fantasmas!
tu peux rencontrer la bête mahousse Podes encontrar o lobisomem
ou Erzsébet la sanglante ou Erzsébet a sangrenta
tu peux aussi me rencontrer podes também encontrar-me
et mon somptueux cm·tege de caresses e o meu sumptuoso cortejo de carícias
je peux aussi te rencontrer ou posso eu encontrar-te
(tu seras alors d'ambre et de brouillard) (serás então de âmbar e nevoeiro).
et qui alors de toi ou de moi Qual de nós
saura reconnaítre saberá então
les fantômes? reconhecer os fantasmas?
88 89
•·
Tu m'as accrochée dans l'armoire aux restes Tu já me arrumaste no armário dos restos
je t'ai rangê dans le tiroir des corps perdus eu já te guardei na gaveta dos corpos perdidos
et de nos mémoires nous commençâmes a balayer e das nossas memórias começámos a varrer
les petites gouttes de bonheur as pequenas gotas de felicidade
que nos fômes. que já fomos.
Mais dans le temp subjectif Mas no tempo subjectivo,
tu es encore mon horloge de vent tu és ainda o meu relógio de vento,
ma machine accélératrice de sang a minha máquina aceleradora de sangue,
et pour combien de temps encore e por quanto tempo ainda
mes mains seront pour toi as minhas mãos serão para ti
la nocturne promenade du chat sur le toit? o nocturno passeio do gato no telhado?
90 91
A Mário Cesariny de Vasconcelos A M á rio Cesariny de Vasconcelos
Paris, 1966
92 93
LE LIVRE DU TIGRE
O LIVRO DO TIGRE
1976
Witliam Blakc
I I
98 99
•·
II li
100 101
111 111
102 103
IV
Lewis Carroll
104 105
v v
Pauvre poete, tu chasses les mots Pobre poeta, andas à caça das palavras
et ils te tirent dessus e são elas que te caçam a ti,
tu as beau tendre des pieges bem podes armar-lhes ciladas,
c'est toi qui y laisses des plumcs és sempre tu que cais na armadilha ,
ton fusil a le mauvais cri! a tua caçadeira tem mau olhado,
ton fusil tire dans les coins a tua caçadeira atira para os cantos,
ton fusil tire !e vers blanc a tua caçadeira atira no verso branco,
ton fnsil tire l'acrostichc a tua caçadeira a tira nos acrósticos
et tue le calligramme e ma ta os caligra mas,
rentre ton artillerie guarda a tua armadilha,
ton gibier te et·ache dans l' cri! a tua caça cospe-te no olho,
va plutôt braconner vai antes caçar furtivamente
chez ton heureux voisin nas propriedades do teu feliz vizinho,
le pocte sachant chasser o poeta que sabe caçar
l'oiscau blcu. o pássaro azul.
l06 107
VI VI
108 109
VII VII
110 111
•·
VIII VIII
112 113
IX IX
114 115
•
X X
116 117
•·
le signifiant et le signifié de tes poemes o significante c o significado dos teus poemas
comme les étoiles eles cieu.x como as estrelas do céu
ct com me le sable sur le .r ivage de la nter». e as a rcias do rnar>>.
Et le poete loua le Seigneur E o po,;·t:a lonvclll o Senhor
et reprit en paix son stylo à bille. e rctomon em pa,.'Z a esferográfica.
118 119
XI XI
120 121
XII XII
122 123
•·
XIII XIII
124 125
Moralité: mieux vaut un tigre au lit Moralidade: mais vale um tigre na cama
qu ' une (bonne) fée (un peu)follette . que uma (boa) fada (um tanto) cloida .
l·
126 127
••
XIV XIV
Ah Dieu, si mon seigneur tigre savait Ai Deus, se o meu sen hor tigre soubesse
comme le temps est long sans lui, como o tempo longe dele passa devagar,
viendrait-il? viria ele?
Ah Dieu, s'il savait que mes yeux sont tristes Ai Deus, se soubesse que os meus olhos estão tristes
parce qu'il est parti loin de moi, porque partiu para longe de mim,
viendrait-il? viria ele?
Ah Dieu, s'il savait que j'ai le ca:ur blessé Ai Deus, se soubesse que tenho o coração ferido
parce que je ne le vois pas arriver, porque o não vejo chegar,
viendrait-il? viria ele?
Ah Dieu, si mon aimé savait que je ne vis Ai Deus, se o meu amado soubesse que só vivo
que pour attendre son retour para esperar o seu regresso,
viendrait-il? viria ele?
Ah Dieu, s'il savait que j'ai perdu l'espoir Ai Deus, se soubesse que já perdi a esperança
de tant l'appeler en vain, de tanto o chamar em vão,
viendrait-il? viria ele?
Ah Dieu, si mon seigneur savait combien je l'aime Ai Deus, se o meu senhor soubesse como o adoro
et que je me meurs de son absence, e que a sua ausência me vai aos poucos matando,
viendrait-il? viria ele?
128 129
XV XV
130 131
XVI XVI
132 133
•·
XVII XVII
134 135
•·
Et clepuis lors E desde então
une malaclie bizarre uma doença esquisita
m'a empoisonné le sang, envenenou-se o sangu e,
mon cerveau bat la campagne o rneu cérebro delira
et fait eles poemes sans queue ni tête, e faz 1 oemas svm pés nem cabeça,
mes mains et mcs piecls as minhas mãos c os meus pés
sont aussi morts estão tão mortos
que les rêves anciens como os sonhos ancestrais
et mon c~ur est clevenu e o meu coração tornou-se
un pays inquiétant et secret um país inquietante e secreto
hanté par les fantômes. habitado por fantasmas.
Maintenant je suis un cyborg Agora sou um cyborg
cléréglé, détraqué, à la dérive, des conjuntado, transtornado à deriva
' '
maintenant je suis vraiment agora posso dizer que sou
un produit tout à fait fini um produto completamente acabado
de la société de consommation. da sociedade de consumo.
136 137
XVIII XVIII
138 139
•·
la bibliotheque de Ba bel, a bibliotr:ca de Ba bel,
la place Sainr-Ger11.1ain des Prés a pra<,:a St. Germa in eles Prés
à 5 heures clu matin às 5 cLJ m:m lüi
et une forêt d u pliocene e urna floresta do PlistocciJo
avec pléthore de mammouths int)meros ··namutes
COlll
et de machairodus, e macairódus,
sans oublier !e fond sonore ad hoc, sem esq uecer o fund o sonoro ad hoc,
rugissements, feulements, rugidos, uivos
barrissements tres co uleur locale . e barridos extremamente típicos.
Extr êmement reposant. M u ito r epousante.
Essayez t:ouj o urs, Experimente
vaus m'en direz des nouvelles. e depois diga se gostou .
J40 141
XIX XIX
142
143
•·
XX XX
l44 145
•
XXI XXI
146 147
XXII XXII
148 149
XXIII XXIII
Messieurs les voyagenrs en voitnrc Senhores passagei r@s tomem os vossos lugares,
départ sur la voie O partida da via O,
n'oubliez pas sur le quai vos chagrins não esqueçam no cais as vossas tristezas
ou votre buffet Régen ce nem o vosso armário Renascença.
vous êtes priés de tenir Agradece-se aos senhores passageiros
vos bouteilles de whisky en laisse que mantenham as garrafas de whisky pela trela,
nous arriverons dans 51 jours et 3 minutes chegaremos dentro ele 51 dias e 3 minutos
heure locale hora local.
messieurs les voyageurs en voiture Senhores passageiros tomem os vossos lugares,
dans ce train tout les corps neste comboio todos os corpos
sont interchangeables são permutáveis
il vous est donc permis sendo-vos portanto permitido
d'arracher !'cri! de votre voisinc arrancar um olho à vizinha
et de conper la tête de votre vis-à-vis e cortar a cabeça ao vosso vis-à -vis
si ellc ne vous revient pas se ela não vos agradar.
nc quittez pas votre placc Não deixem os vossos lugares
sauf motif ele force majeurc salvo em caso de força maior,
Ahasvérus ou l'archevêqu e de Canterbury Ahasvérus ou o arcebispo de Canterbury
pourraient vous la pendre poderiatn ocupá-los
et vous seriez définitivement gommé du train e seríeis definitivamente riscados do comboio .
si vous avez la place !1. 0 46 Quem tiver o lugar 46
vous pouvez l'échanger pode trocá-lo pelo 64,
contre la place n. o 64 ningu ém verá absolutamente nada
pcrsonne n'y verra que du feu e os cornudos ficarão contentes.
et les cocus seront contents É proibido debruçar-se,
i! est interdit de se pencher au dehors os vizinhos poderão empurrar-vos
vos voisins pourraient vous pousser julgando-vos uns pássaros de arribação,
croyant que vous êtes un drôle d'oiscau mas é- vos permitido
mais il vous et permis contar os postes telegráficos
de compter les poteaux télégraphiques até mil ou mais,
150 151
jusqu' a mille ou plus actualmente há mais postes
actucllement il y a plus de poteaux que carneiros
que de moutons e s;}o muito lllais fáceis de distinguir.
et ils sont plus faciles à distinguer O comboio entra na estação,
messienrs les voyagems os seultores passageiros
le train entre en gare deixaram de ser uns mal-partidos
vaus n'êtes plus eles pis-aller para serem uns mal-chegados,
mais eles pis-venus antes de descerem verifiquem
avant de descendre vérifiez se é bem a vossa cabeça
si c' est bien votre tête que têm sobre os ombros,
que vous avez sur vos épaules um erro depressa se comete.
une erreur est si vite arrivée Atenção ao degrau,
attention à la marche um bom passageiro
un bon voyageur é um passageiro morto.
est un voyageur mort.
Obrigado pela vossa atenção.
Merci de votre attention.
1.52 153
XXIV XXIV
Je n'existe Só existo 1
que quelques secondes par mois durante alguns segundos por mês
quand mon seigneur tigre quando o meu senhor tigre
trouve le temps de penser à moi encontra tempo para pensar em mim
(mon seigneur tigre est si distrair!) (o meu senhor tigre é tão distraído!)
le reste du temps o resto do tempo
je suis une sorte de mécanique sou uma espécie de máquina
bourrée de drogues, cnfrascada em drogas,
pas tres bien huilée, mallubrificada,
un peu grinçante, um pouco enferrujada,
assez grincheuse, bastante rabujenta,
beaucoup trop grognon, demasiado resmungona,
qui fait semblant d'existcr que finge existir
les yeux vides et l'âme absente de olhos vazios e alma ausente
derriere le masque bronzé por detrás da máscara bronzeada
de quelqu'un qui va souvent à la plage, de alguém que vai freq ucntemente à praia,
un masque qui a l'air si vrai uma máscara que tem um ar tão verdadeiro
que tout !e monde s'y trompe, que toda a gente se engana,
une mécanique qui fait ses courses uma máquina que vai às compras
tout lcs matins, tod:1s as manhãs
(combien le kilo de regrets?) (quanto custa o quilo de mágoas?)
qui conduit sa voiture que conduz o carro
sans écraser ni chiens ni chats, sem atropelar cães e gatos,
qui prend une poignée d'air que apanha uma mão cheia de ar
en forme de téléphone em forma de telefone
et parle pendant des heures, e fala horas esquecidas,
qui écrit des lettt·es d'eau que escreve cartas de água
avec un stylet de chair com um estilete de carne
et qui attend, attend, attend, e que espera, espera, espera,
mon dieu pour combien de temps encare? meu deus por quanto tempo ainda?
154 155
·•·
XXV XXV
<< QUE MUERA CONMIGO EL MISTERIO .. . <<QUE MUERA CONMIGO EL MISTERIO ...
Aujourd'hui Hoje
nous sommes le 21 Janvier 1976 estamos a 21 de Janeiro de 1976
il est trois heures du matin são três horas da manhã
et je suis peut être en traiu d'écrire e estou talvez a escrever
mon dernier poeme. o meu último do poema.
]'ai ouvert les portes de la cage Abri as portas da gaiola
ou je renais les mots prisonniers onde tinha as palavras prisioneiras
et je les ai laissé partir, e deixei-as partir,
enfin libres. enfim livres.
Si parfois dans le silence de la nuit Se por acaso no silêncio da noite
tu entends d'étranges chuchotements, ouvires estranhos sussurros,
des mots tendres et irisés palavras ternas e irisadas
comme des ailes de papillon, como asas de borboleta
sache que ce sont les miens, fica sabendo que são as minhas,
que ce sont mes alcyons que são os meus alciões
qui ont su te retrouver. que souberam encontrar-te.
Maintenant Agora
je me sens comme un port abandonné sinto-me como um porto abandonado
(brume, sables mouvants, mouettes trop hautes) (bruma, areias movediças
ou nul bateau n'abordera plus. gaivotas voando muito alto)
Aujourd'hui onde nenhum barco acostará jamais.
nous sommes le 21 Janvier 1976, Hoje
il est trois heures du matin estamos a 21 de Janeiro de 1976
et je viens peut-être d'écrire são três horas da manhã
mon dernier poeme. e acabo talvez de escrever
o meu último poema.
156 l57
XXVI ... XXVI
... QUE ESTA ESCRITO EN LOS TIGRES» ... QUE l~STÁ ESCRITO EN LOS TIGRES»
Jorge Luis Borges
Jorge Luis Borges
158 159
••
par ce al. cyons fous de peur, esr<'i ck novo <Jssombrad:.l
1 ris nniers d'tme cage ouvertc, pdos ;-dçiôc;s r~n lo u qu.ec i dos
d'un port ensablé et brumeux p ,-i siuncim!; de u1 ·w g::tiob ab "rt:l,
d'un ciel de mouettes trop haute d e u rn pon:o <lssorc;'ldo e bru rnoso,
de t.llll d u d e~ gaivotas m.uito :1itas.
!60 '16J
•·
XXVII XXVII
162 163
••
XXVIII XXVIII
164 165
•·
XXIX XXIX
166
.167
XXX XXX
L6 8 169
•
..
\
·•·
LA BIBLIOTHEQUE A BIBLIOTECA
A J.l. Borges
A J. L Bo rges
Paris, 'l98 2.
Pari s, 1982
l 74 175
•·
J 76 177
•·
Pré pa rez··vo us, mes s a~ ur s Prc pa r;Ji -vos, mi'I1has irm ils
les temps sont venu s, os tempo s vicran1,
aig uisez vo o ngles rou ges a fi ai a s voss a s unha s vermelb,l s
sur lc vi age innoce nt d e vos enfants, sobre o rosto inocent-e da s vo ss,ls cr ia nç,ls,
a llef.. en ch a n ta nt c ueill ir lc gui ide ca uran d o colher o visco
au ja rdin d11 Luxembo urg no jardim do Lrl xembm!c!o ,
ou danscr vo s rond es éch evelécs ou dan çar as voss as r(m d as dese nfread as
a u ela ir d e proj ccteur à lu z d o proj ector
Placc d e la Concorde Pb ce de Ia Concord e
les temp s sont venus os tempos vieram
ô mes sa:urs oh minha s irmã s
laissez tombcr vos ma sques deixa i cair as vo ssas mâs,;<Has
et vo s défroqu es d e femmes amoureu ses e os vossos tra jes de mulheres ap aix ona d as
le grand sol ei! de ruon o g rande so l d a mo rte
va vou s donner b vie , va i vos dar a vid<1,
les ternps sont enfin venus! os temp os viera m e11 fim!
Ave V énu s! Ave Véu us!
Les m eres a to miques As m ã es ató mica s
de l' hUI.ll a nité futu re ela h u m anidad e futura
te sa lu en t ! saúdJm · te.
'178 179
Vous vous asseyez tranquil\ement Sentai-vos tranqui lamente
à votrc ta ble de travail à vossa mesa de trabalho
et vous vou s mettez à aligner eles mots e começ ais a alinhar as palavra s
la t ête aussi pleinc a cabeça tão cheia
qu'un tessaract. como um poliedro
Soudain à peine avez-vous écrit De repente, mal tínheis escrito
la queuc du dernier paraphe a ca ud a da última rubrica
que la premicre letrre dresse quando 8 primeira letra ergue
sa tête n ire de serpent à plume a sua cabeça negra de serpente emplurnada
et vous mord sauvagernent les cloigts. e vos morde selvatica mente os dedos.
Alors n' hésitcz. plus Então não hes iteis mais
jetez tout de sui te votre feuill e deitai logo a vossa folha
dans le viva rium avec les autrcs no viveiro com as outras
et donncz~le s à vot re éditcur, e dai ~a s ao vosso editor,
à vos lecteurs de se tirer d'affai re cabe aos vossos leitores li vrarem ~sc de apuros
co mme ils ponrront como puderem
à moins, déli catesse oblige, a meno s, delicadeza a isso o briga
que vous ne leur conseillez pas que vós n ií o os aconse lh eis
de prendre du séru rn antipoétique. a toma r som an tipoético.
Février , "19!\4
Fevereiro, 1984
180 181
Est-cc la pai x, cst-ce la guerr '·;) Será ,., l"l ,11.., se ,·;{ ;~ Pt t( 1'~"-t '
• ,, ,... J · '· •
'18 7.
•
'184 18.5
BERESHITH BERESHITH
186 187
REQUIEM POUR JOAO CARLOS SOBRAL MEIRELES REQUIEM PARA JOÃO CARLOS SOBRAL MEIRELES
Paris, 1991
188 189
LE MESSAGER DES RÊVES O MENSAGEIRO DOS SONHOS
190 191
VARIATIONS GOLDBERG VARIAÇÕES GOLDBERG
L92
Tous lçs jours nous vivon s Todus os rJi,Js vivemos
nos petit(~s apocalyps~ s o s nossos p c~ cllte nos apoca li pses
corr1 n1c si ricn n 'était, com o se n;-Hh fo sse,
nous portons sur nons ca rr~g~1mo s
.l'indifférence c::omrne un foulard a indifcren<;a como um lenço de seda
aui"Our du cou , à voltJ do pescoc,:o,
bmort nou s fait signe a morte faz -nos sin:d
clan s chaqu e feuille printani ere em C.l da folha prirnaveril
de l' arbre-n uit, da <1 rvorc··noite,
cdlc qui nous appelle <lqu ela qu e nos chama
avec eles hurlem ents de loup corn uivos de lobo
qua.nd nous la regarclon s, qu ando a olhamos,
b:~ rricad és derriere nos fe nêtn~s barr icadas atd s cLts nossas jan elas
d' ass ignés à résidcm,:e ele presos <1 resid ência
sur cetle pJanete coulam sob re este planeta qu e corre
dan s la noire cau cosrniqne. na nqo;ra ág ua cós mica .
19 9.') 1995
194 1.95
Ou sont maintcnant Onde cst·?ío ;q; ora
les pct:its noirs à l' àme blanchc os pequenos negro s de alma branc1
de mon enfance? da minha infància ?
Il s sont devenus Tornararn -se
les petits blancs à l'àme noire O s pequenos brancos de alma n egra da minha velhice.
de ma vieillesse. Sob a ponte Mirabe:1u
Sous le pont Mirabeau corre o Aqueronte
coule I' Achéron qu e os leva a todos,
qui lcs emporte tous, oh meus irmãos de almas virtuai s
ô m es frere s a ux âmes virtue lles em tecn icolor.
en technicolor. A grande mão de sombra
La grande main d'ombre elo tempo que passa
du temps qui passe entreabre a t·apeçaria
entrou vre 1a draperie sobre o mítico futuro onde todos seremos
sur le mythique avenir Oll nous serons tous pequenos ga tinhos perdidos.
co mme des petits chatons p erdus. E tu, lá no alto, tern cuidado Conligo!
Et Toi , b-haut, prends gard e à Toi! No dia do Apocalipse
On te demandcra des compres pedir··te-ão contas
le jour de l' Apocalypse nesse dia ... sim,
et ce jour-là ... oui, tem cuidado Contigo!
prends garde à Toi!
2 de Julho, 1995
Lc 2 juillet 1995
196 197
REQUIEM POUR MADAME YVONNE PAOLI REQUIEM PARAMAD.AME YVONNE P.AOU
198 199
•
A MA SCEUR, QUI VOlT L'INVISIBLE A MINHA IRMÃ, QUE VÊ O INVISÍVEL
1996 1996
200 201
••
HOMMAGE À VICTOR HUGO HOMENAGEM A VICTOR HUGO
1997 1997
202 203
·•·
Mes pas d'cnfant ne laissaient pas de traces, Os meus p;t~;sos ele Qr ians;a não deixavam pega das,
ta main de sabJe et d 'écurne a tua m iio de areia e d e espurna
m 'atlit:ait cbns ton scin atraía-me para o teu seio
et je m 'e n aliais d ' une ln·a sse confiante e eu partia num3 bra~:acla confiante
ve~;s le bleu eles cris eles mouettes, em direcção ao azul dos gritos das gaivota s,
ce bleu miroitant au ra s des yeux esse azul reluzente ao nível dos ol!10s
qui m'Jppelait toujours plus loin que rne ch <nnava sernpre mais lon[!;e
en guête ele la vague qui serait enfin mienne. em bu sca ela vaga que ser ia enfim minha.
Aujourd 'h ui je te regarde, mer , Hoje olho-te, mar,
et je m e souviens eles la.rmes versées, e lembro··me elas lágrimas vertid~1 s,
el u sel a me r d u retour, do sa l amargo do regress o,
de ta couleur changcante da tua cor cambiante
qui m ' appoJ;te l' oubli que me traz o esq uecimento
et je reste là, apa iséc et heureu se, c eu permaneço lá, apaziguada e feliz ,
à rcgareler la marée du présent a olhar a maré elo presente
qui n 'est plus pour moi l' appcl que já não é para mim o chamamento
de ta mortelle imrnensité. ela tua mortal imensidão .
M.ai 1997
Ivbio, 199 7
204 205
•·
LA VOIX AVOZ
20 6 2.07
•·
LE LIEU QUI N'EST PLUS O LUGAR QUE JÁ NÃO É
208 209
•·
;wcc sz1 clrôle d e ch eminée, com a St:l<:t chamin0 c~ ngr :-1 ç ach.,
!c; !,.niç de pie1;re m:1 l'on nc t:l';:,it p i1.1S les chi;;vrc:; , o b:HJCo de pedra o nd e já nJ o se ordc n h :·1rn as c:-1hL1~; -,
la pori:e tll.li a changé de p lacc, a porra qu e mud o u de lug:Jr,
la fenêtre qu ·i n 'es í· p lus a u lllêmc c~ndroit a j:mch q uc já não es i·:'t no mesmo :;írio
t:t cet ::~ i r d ' être c t de nc p lw; être la m ême e este ar dl! :;er ç de 1{1 o se r j:5 a rnes111n
qnc \;:1 mémo i n~ rduse. qu l:~ :~ rnernór i,, n;cusa .
M.a iso n , q t l '~ts- tu C1ií" de tcs anc ic~ ns hab ií·<mts :) C asa, q u e fize ste t· u do s t·eus an í:i.gos h a_ hii·:H"ltl~ s?
Ma ison, qu ' as-1"1.1 fait de to n 5mc? C~S;;t, que fi :.:.cstc ÍTI d~l rtt ::t aJ m ;:~?
1997 1997
2. 10 211
•·
INMEMORIAM INMEMORIAM
212 213
·•·
PARIS EN 1950 PARIS EM 1950
214 215
•
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÜfiRA POÉTICA:
Em Voz Baixa, S.l.: s.e., 1951 [Impresso na Tipografia S. José, de Lisboa; com
um desenho de Artm do C ruzeiro Seixas, uma dedicatória "A N atália", e, a
abrir o livro, os versos de Mário Cesariny: «Ü que só com as mãos pode ser
soletrado/só nos teus olhos nos teus olhos escrito» J
Pala vras Nocturnas, S.l. : s.e., 1954 [Impresso no Porto, nas oficinas da Impren-
sa Portuguesa; com do is versos ele Pa ul Éluard logo a seguir ao frontispício:
« ... me font rire pleurer rire/par! e r sans avo ir rien a dir e>> ]
O Rosto Deserto , S.l.: s.e., 1966 [Impresso na Socied ade Gráfica Batalha, de
Lisboa; no frontispício, o título completo: O ROSTO DESERTO/de isa-
bel meyrellesltraduzido para português/por natá/ia correia e uma/ODE A
OUTROS/E A MARIA H ELENA /VIEIR A DA SILVA/de mário cesarinylde
vasconcelos traduzida/para francês por isabellmeyrelles com um desenho/de
artur do cruzeiro seixas; a seguir, o verso ele Passages ele H enri Michaux
«L'amour, c'es t une occupation de ]'espace>>, uma dedicatória "À Natália/ao
Mário/ao Artur/e a meu irmão" e o desenho de Cruzeiro Seixas, do que depois
se reproduzem dois fragmentos separados e que aparece na capa dalguns exem-
plares enquanto noutros aparece directamente o suprac itado frontispício]
Le Livre du Tigre, Dessins de Cruzeiro Seixas. S.l.: Édition de l'Auteur, 1977
[Impresso na Tip. H enrique Torres, ele Lisboa; a seguir ao frontispício, estes
versos de William Blake : «Tyger, tyge r, burning brightlin tl1e forests of the
night,lwhat immortal hand or eye/could frame thy fcarful symmetry?»] Reed.
em Paris: Genévieve Pastre, 2000.
Poema «Est-ce la paix, es t-ce la guerre?», Montréal : Ed. Lumiere Noire, 1997
L e messager des rêves, [inédito até esta edição]
TRADUÇÕES:
EM VOZ BAIXA
13 Como sempre
Jorge Amado: Os subterrâneos da liberdade, Ed. Messidor, 1982 (2 vols.) 0
14 1. Madrigal
Jorge Amado: Terras do Sem Fim, Ed. Messidor, 1985 Hoje
15
Jorge Amado : São Jorge dos Ilhéus, Ed. Messidor, 1986 16 À maneira de ...
Jorge Amado: ABC de Castro Alves, Ed. Messidor, 1988 17 Tinha chovido, havia estrelas
Jorge Amado: Bahia de Todos os Santos. Ed. Messidor, 1989 18 2. Madrigal
0
19 Eu morrerei
Herberto Sales: Cascalho, Ed. Messidor, 1991
20 Amor, que fizeste da minha cidade?
Gabriela Llansol: Contos do mal errante, Ed. Anne-Marie Métailié, 1991 21 Gritei o teu nome
Alexandre Pinheiro Torres: O movimento neo-realista em Portugal na sua pri- 22 Os meus olhos
meira fase, Bruxelles: Ed. Sagres-Europa, 1991 23 Nas c/m·as tardes de verão
Mário Cesariny: Labyrinthye du chant, Bordeaux: L'Escampette, 1994 24 3. Madrigal
0
25 Fragmentos
José Régio: Le Fertile désespoir, Bordeaux: L'Escampette, 1995 (Prêmio de tra-
26 Dias há
dução de poesia portuguesa Calouste Gulbenkian 1996)
27 4. Madrigal
0