Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A precursor of Modernism
Camilo Pessanha
1867-1926
庇山耶
BGUC•Coimbra, 23 out. 2017
Em colaboração com o Centro de Literatura Portuguesa
CAMILO PESSANHA
Camilo de Almeida Pessanha nasceu em Coimbra, no dia 7 de setembro de 1867, na freguesia da Sé Nova.
Registado como filho de pai incógnito, foi o primeiro dos cincos filhos de um estranho casal, que nunca
formalizou a sua relação conjugal, constituído por Francisco de Almeida Pessanha, na época estudante de
Direito, e Maria do Espírito Santo Duarte Nunes Pereira, sua empregada doméstica.
Em 1884, o próprio Camilo Pessanha iniciaria estudos de Direito na Universidade de Coimbra, sendo nesse
mesmo ano perfilhado pelo seu progenitor. Conclui o curso, que frequentou sem particular brilho, em
1891. Apesar de os seus anos de vida universitária terem coincidido com a difusão, na cidade do Mondego,
da corrente estética simbolista, defendida nas publicações rivais Os Insubmissos e Bohemia Nova, a
participação do poeta nos círculos literários da cidade foi relativamente marginal. A sua formação artística
e a sua iniciação na poesia decorreriam de forma muito mais pessoal e recatada, o que não impediu que
tenha construído uma obra que o coloca num lugar cimeiro entre os poetas simbolistas portugueses e faz
dele um dos principais mestres da moderna poesia lusitana.
Grande parte da sua vida decorreu em Macau, território colonial para onde partiu em 1894, destinado à
docência liceal, mas onde também exerceu outras atividades profissionais, como as de Conservador do
Registo Predial, juiz e advogado. Aí viria a falecer em 1926, tendo passado, no entanto, largas temporadas
em Portugal, beneficiando dos períodos normais de férias a que tinha direito como funcionário colonial,
acrescidos de licenças extraordinárias para tratamento médico. Foi assim que pôde, ininterruptamente,
permanecer na então metrópole entre 1905 e 1909. Mas foi sobretudo na sua última visita a Portugal
(1915-1916) que Camilo Pessanha teve consciência de ser objeto de admiração e de culto por parte das
novas gerações literárias lusas.
Depois de concretizada a publicação, em 1920, da primeira edição da Clepsidra nas Edições Lusitânia, de
que era proprietária Ana de Castro Osório, a paixão não correspondida do poeta, António Ferro apressar-
se-ia a declarar que a sua geração passara a ter um missal e um relógio: o livro de Camilo Pessanha.
Camilo de Almeida Pessanha was born in Coimbra, on the 7th September 1867, in the parish of Sé Nova.
Registered as the son of an unknown father, he was the first of the five children of an odd couple, who
never formalized its conjugal relationship, constituted by Francisco de Almeida Pessanha, then a student
of Law, and Maria do Espírito Santo Duarte Nunes Pereira, his servant.
In 1884 Camilo Pessanha himself began his own studies of Law, being acknowledged as his son by his
progenitor in the same year. He finished the course, which he pursued in a lackluster way, in 1891.
Although his years of University life coincided with the diffusion, through the city of the Mondego, of the
symbolist aesthetic current, represented in the rival publications Os Insubmissos and Bohemia Nova, the
poet’s participation in the literary life of the city was relatively marginal. His artistic formation and his
initiation into poetry would occur in a much more personal and modest way, which didn't prevent him
from leaving a work that places him among the top Portuguese symbolist poets, and makes him one of
the great masters of modern Portuguese poetry.
He lived a great part of his life in Macao, a colonial territory to which he departed in 1894, to be a high
school teacher there, but where he also exerted other professions, such as notary, judge and lawyer.
There he passed away in 1926, having spent, however, large periods of time in Portugal, either on ordinary
leave to which he was entitled as a civil servant, or on special leave for medical treatment. That is how he
was able to stay continuously in Portugal from 1905 to 1909. It was mostly during his last visit to Portugal
(1915-1916) that Camilo Pessanha became aware of the admiration and veneration of which he was made
the object by the younger Portuguese literary generations.
After the publication, in 1920, of the first edition of the Clepsidra by Lusitânia Editions, whose proprietor
was Ana de Castro Osório, the poet’s unrequited passion, António Ferro immediately declared that his
generation now had a missal and a watch: Camilo Pessanha’s book.
Even without any book published, the poems of Camilo Pessanha were known in all of
Lisbon. The Orpheu generation idolized him: Fernando Pessoa admits being influenced
by him, when he was 21 to 23 years of age, and recognizes in them “a continuous source
of aesthetic exaltation”; Mário de Sá-Carneiro states in the República newspaper inquiry
about The most beautiful book of the last 30 years that it would be “that one, Imperial,
which would gather the unpublished poems of Camilo Pessanha, the great rhythmist”.
Vitrinas 1-2
Logares selectos.
Notícias de Bragança. Bragança, 1912-1917. A. 2, nº 65 (15
maio 1913), p.[2].
Primeira publicação de «Tatuagens opulentas do meu peito!».
BGUC B-48-36-2
«Os Violoncelos»
During a stay in Lisbon, Pessanha left some manuscript poems and agreed to dictate
others to young João de Castro Osório, to be published by his great friend D. Ana de
Castro Osório. When the 30 poems appeared as a book, in October 1920, the poet was
53 years old and living in Macao. The last edition of Clepsidra that came from this
publisher (1969) gathered 45, but still claimed it followed the author's wishes.
Vitrina 3
Clepsydra : poêmas.
[1ª ed.].
Lisboa : Ed. Lusitania, 1920.
BGUC RB-33-19
7
Clepsidra / Camilo Pessanha ; coord. Carlos Reis ; ed. de
texto Barbara Spaggiari.
Lisboa : Imprensa Nacional-Casa da Moeda, cop. 2014.
BGUC 5-22-37-113
Traduções e outros textos | Translations and other texts
Dispelling the idea of Camilo Pessanha as the author of a single book, we summon here
the prose, the forewords and the translations. Living in an extramarital relationship with
a Chinese woman, having been cast away by the Portuguese community of Macao
before he died (1926), what remained of his collections of Chinese art was sold by the
piece, and the papers went to the garbage heap. His importance as a Sinologist and a
translator from the Chinese is still undervalued today.
Vitrinas 4-5
Crónica da Alta.
A Crítica. Coimbra, 1888. Nº 2 (mar. 1888), p. [1]-[4].
Recensão a Versos da Mocidade, de António Fogaça. Inclui-se
no mesmo fasc. o conto Dia Aziago.
BGUC 10-5-21-10
Prefacio.
In: Palha, J. António Filipe de Morais – Esboço critico da
civilisação [sic] chineza. Macau : Typ. Mercantil de N. T.
Fernandes e Filhos, 1912, p. [VII]-LXI.
Col. particular
Chon-Kôc-Chao [tradução].
In: Ruy Sant’Elmo – China, país da angústia :
kakemonos. [Lisboa : s. n., 1938] (Soc. Industrial de
Tipografia), p. 21-23.
BGUC 5-27-19
Provérbios chineses.
Revista de Portugal. Coimbra ; Lisboa, 1937-1940. Vol. 3,
nº. 10 (nov. 1940), p. 165-166.
BGUC RB-38-43
Homenagem
Homenagem a Camilo Pessanha / org., pref. e notas
de Daniel Pires.
[Lisboa] : Instituto Português do Oriente ; Macau :
Instituto Cultural, 1990.
BGUC 6-8-30-30
Higino, Nuno
Não voltes mais, alma da minha mãe.
[Tabua : Editorial Moura Pinto, 2017].
Texto da conferência proferida na biblioteca municipal
João Brandão por ocasião da inauguração da sala de
leitura Camilo Pessanha, Tábua, 9 set. 2017.
BGUC Em tratamento
Homenagem
Homenagem ao poeta Camilo Pessanha / Editorial
Moura Pinto.
[Tábua] : Editorial Moura Pinto, 2017.
Datado de 7 set. 2019. 500 ex. para distrib. gratuita em
Tábua, 9 set. 2017.
BGUC Em tratamento
História crítica
História crítica da literatura portuguesa / dir. Carlos
Reis.
[Lisboa] : Editorial Verbo, 1995.
BGUC 6-34-1
Persona
Persona : publicação do Centro de Estudos Pessoanos.
Porto : Faculdade de Letras, 1977-1985.
N.º 10.
Monográfico, dedicado a Camilo Pessanha.
BGUC 7 B-8-3-7
Nova Renascença
Nova Renascença. Porto, 1980- . Nº 35-38, vol. 9,
(Verão 1989-Verão de 1990), p. 137-595.
Monográfico sobre o Simbolismo.
BGUC A-17-37
Coordenação | Coordination:
A. E. Maia do Amaral
Jaqueline Neves
Tradução | Translation:
Rui Pires
Marketing:
Manuel Seixas