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Projecto TCC - Ensaio 2
Projecto TCC - Ensaio 2
Licenciatura em Direito
Tema: Infanticídio
Discente:
Docente:
Beira, 2021
Universidade Zambeze
Licenciatura em Direito
Tema: Infanticídio
Discente:
Docente:
Beira, 2021
Índice
CAPITULO I. INTRODUÇÃO 4
Introdução 4
Delimitação do Tema 5
Justificativa 5
Problematização 5
1.5. Hipóteses 5
3.2. Métodos 14
Consulta bibliográfica 14
Referências Bibliográficas 16
CAPITULO I. INTRODUÇÃO
Introdução
No Império Romano e também em algumas tribos bárbaras a prática do infanticídio era aceita
para regular a oferta de comida à população. Eliminando-se crianças, diminuía-se a população e
gerava um pseudo controle administrativo por parte dos governantes.
No código penal de 1886 (Decreto de 16 de Setembro de 1886) disponha que aquele que
cometer o crime de infanticídio, matando voluntariamente um infante no acto do seu
nascimento, ou dentro em oito dias depois do seu nascimento, será punido com a pena de
prisão maior celular por oito anos, seguida de degredo por vinte anos com prisão no lugar do
degrêdo até dois anos, ou sem ela, conforme parecer do juíz, ou, em alternativa, com a pena
fixa de degrêdo por vinte e oito anos com prisão no lugar do degrêdo por oito a dez anos.
No caso de infanticídio, cometido pela mãe para ocultar a sua desonra, ou pelos avós
maternos para ocultar a desonra da mãe, a pena será a de prisão maior celular de dois a oito
anos, ou, em alternativa, a de prisão maior temporária.
No código penal de 2014 ( lei 35/2014 de 31 de Dezembro), dispunha que Aquele que matar,
voluntariamente, um infante no acto do seu nascimento, ou dentro de quinze dias, depois do
seu nascimento, será punido com a pena de prisão maior de vinte a vinte e quatro anos.
Ora vejamos no código penal actual dispõe que A mãe que matar o filho durante ou até quinze
dias após dar o parto, ainda sob a sua influência perturbadora, é punida com a pena de prisão
de 1 a 5 anos.
Delimitação do Tema
O tema é de carácter importante e crucial, pois nos termos do artigo 163 do código penal vigente
que dispõe que a mãe que matar o filho durante ou até quinze dias após dar o parto, ainda
sob a sua influência perturbadora, é punida com a pena de prisão de 1 a 5 anos, nota-se que
aqui a mãe da criança tem um privilégio em relação ao pai da criança.
"Pergunta-se aqui o porquê desta exclusão do pai da criança? ", Pois até que se entende a
exclusão dos demais familiares que era previsto no penal anterior, no meu entender existe sim
uma ligação afectuosa entre o pai e a mãe da neonato ou nascente.
Também o tema de infanticídio é importante, porque constitui um dos problemas que atormenta
a sociedade, uma realidade esta que precisa ser estancada, visto que ultimamente os números de
casos em que as autoridades reportam tendem a subir, isto atormenta de facto a sociedade, por
não apenas um crime, mais sim um crime praticado pela progenitora que por sua suportou uma
gravidez durante meses, tendo esta cometido posteriormente o crime.
Problematização
O infanticídio está previsto no art. 163 do Código Penal, in verbis: “Art. 163 - Matar, sob a
influência perturbadora, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena – moldura penal, de
um a cinco anos.”
c) que seja cometido durante o parto ou, pelo menos, logo após.
O objecto jurídico do crime de infanticídio é o direito à vida. Nos termos do art. 163 do CP, o
fato é cometido pela mãe durante o parto ou logo após.
Diante disso, o direito à vida que se protege é tanto o do neonato como o do nascente. Neonato, o
que acabou de nascer; nascente, o que é morto durante o parto.
2.3. Sujeitos do Crime
Autora de infanticídio só pode ser a mãe. O art. 163 é expresso em prever que o fato deve ser
cometido pela mãe contra o próprio filho. Cuida-se de crime próprio, uma vez que não pode ser
cometido por qualquer autor. O tipo penal exige qualidade especial do sujeito activo. Entretanto,
isso não impede que terceiro responda por infanticídio diante do concurso de agentes.
Sujeito passivo, como dissemos, é o neonato ou nascente, de acordo com a ocasião da prática do
fato: durante o parto ou logo após.
Nos termos do art 163 do Código penal, que define o infanticídio, o facto, para assim ser
qualificado, deve ser praticado durante ou logo após o parto. Dessa maneira, há infanticídio
quando a conduta é executada pela mãe durante esse lapso temporal. Antes de iniciado o parto
existe aborto e não infanticídio. É necessário precisar em que momento tem início o parto, uma
vez que o fato se classifica como um ou outro crime de acordo com a ocasião da prática
delituosa: antes do início do parto existe aborto; a partir de seu início, infanticídio. O parto se
inicia com a dilatação, em que se apresentam as circunstâncias caracterizadoras das dores e da
dilatação do colo do útero. Após, vem a fase de expulsão, em que o nascente é impelido para a
parte externa do útero. Por último, há a expulsão da placenta. Com a expulsão desta, o parto está
terminado. A morte do sujeito passivo, em qualquer das fases do parto, constitui delito de
infanticídio.
Em regra, o momento da prática delituosa não tem nenhuma importância em Direito Penal.
Assim, é irrelevante no delito de homicídio que o fato seja cometido durante o dia ou à noite.
Entretanto, em alguns casos, o momento da prática delituosa tem importância não só para a
qualificação legal da conduta, como também para a graduação da pena.
Neste caso, existe uma circunstância temporal a exasperar a pena. Em outras hipóteses, o
momento da prática delituosa interessa para a classificação do delito. É o que ocorre no
infanticídio. Se o facto é cometido pela mãe durante o parto ou logo após, e sob a influência
perturbadora, responde por este delito. Se, entretanto, é praticado em período diverso do previsto
na legislação penal, responde por homicídio. Se a morte do filho é produzida durante o parto ou
logo após, há infanticídio. Se a morte da criança ocorre antes do início do parto, trata-se de
aborto. Por último, se a morte do sujeito passivo se dá depois do lapso temporal “logo após” o
parto, existe homicídio. De ver-se que também há delito de homicídio se o fato é cometido pela
mãe durante o parto ou logo após, mas sem a influência do estado perturbador.
Não tendo sido prevista a modalidade culposa no art. 163 do CP, o crime de infanticídio somente
pode ser cometido dolosamente, seja o dolo directo ou, mesmo, eventual, ou seja,O infanticídio
só é punível a título de dolo, que corresponde à vontade de concretizar os elementos objectivos
descritos no art. 163 do Código penal. Admite-se a forma directa, em que a mãe quer
precisamente a morte do próprio filho, e a forma eventual, em que assume o risco de lhe causar a
morte. Não há infanticídio culposo, uma vez que no art. 163 do Código Penal o legislador não se
refere à modalidade culposa. Se a mulher vem a matar o próprio filho, sob a influência do estado
perturbador, de forma dolosa, não responde por delito algum (nem homicídio, nem infanticídio).
A mulher, porém, pode vir a matar a criança não se encontrando sob a influência do estado
perturbador, agindo culposamente.
O infanticídio constitui delito de forma livre, isto é, crime que pode ser cometido por qualquer
meio de execução. Assim, são admitidos meios directos e indirectos, comissivos e omissivos.
Admite-se infanticídio por omissão?
É possível que a mãe venha a cometer infanticídio por intermédio de uma conduta negativa. Ex.:
deixa de cortar o cordão umbilical com o fim de produzir a morte do próprio filho. Desde que
tenha agido dolosamente, não há nenhum impedimento a que responda pelo delito do art. 163 do
Código penal.
Como vimos, trata-se de crime próprio. Somente a mãe pode ser a autora da conduta criminosa
descrita no tipo, assim como só o nascente ou o neonato pode ser sujeito passivo. Essa
qualificação doutrinária, porém, não afasta a possibilidade do concurso de pessoas.
Ensinam que o partícipe deve responder por crime de homicídio: Nélson Hungria, Heleno
Cláudio Fragoso, Galdino Siqueira, Aníbal Bruno, Salgado Martins e João Mestieri. De observar
que Nélson Hungria mudou de opinião a partir da 6.a edição de sua obra, entendendo que o
terceiro também responde por infanticídio (Nélson Hungria e Heleno Cláudio Fragoso,
Comentários ao
Código Penal, Rio de Janeiro, Forense, 1981, vol. V, p. 266).
Em face das normas penais reguladoras da matéria, entendemos que o terceiro deve responder
por infanticídio.
Pode ocorrer que terceiro realize o verbo típico ou concorra para a prática do crime. Surge a
questão: o terceiro é autor ou partícipe de homicídio ou infanticídio?
Então porquê que o terceiro neste caso o pai da criança não tem a mesma moldura penal
em relação a mãe do neonato ou nascente?
Pois até que se entende a exclusão dos demais familiares que era previsto no penal anterior (lei
35/2014 de 31 de Dezembro), no meu entender existe sim uma ligação afectuosa entre o pai e a
mãe da nascente e o neonato.
Apesar de tratar-se de crime próprio, uma vez que somente a mãe pode ser sujeito activo
principal. Essa qualificação doutrinária, porém, não afasta a possibilidade da concorrência
delituosa.
A mulher, em consequência das circunstâncias do parto, referentes à convulsão, emoção causada
pelo choque físico etc., pode sofrer perturbação de sua saúde mental. O Código fala em
influência do estado perturbador. Este é o conjunto das perturbações psicológicas e físicas
sofridas pela mulher em face do fenómeno do parto, porém o Homem não poderá em momento
algum sofrer choque mental ou sofrer perturbação da sua mental em consequência do
parto sofrido da sua mulher ?
Partindo do de que somos todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos
e estão sujeitos aos mesmos deveres, independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica, lugar
de nascimento, religião, grau de instrução, posição social, estado civil dos pais, profissão ou
opção política de acordo com artigo 35 da Constituição da República. (Princípio da Igualdade).
Tal princípio deve ser considerado em dois aspectos: o da igualdade na lei, a qual é destinada ao
legislador, ou ao próprio executivo, que, na elaboração das leis, atos normativos, e medidas
provisórias, não poderão fazer nenhuma discriminação. E o da igualdade perante a lei, que se
traduz na exigência de que os poderes executivo e judiciário, na aplicação da lei, não façam
qualquer discriminação.
Este princípio, como todos os outros, nem sempre será aplicado, podendo ser relativizado de
acordo com o caso concreto. Doutrina e jurisprudência já assentam o princípio de que a
igualdade jurídica consiste em assegurar às pessoas de situações iguais os mesmos direitos,
prerrogativas e vantagens, com as obrigações correspondentes, o que significa "tratar igualmente
os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam", visando sempre o
equilíbrio entre todos.
Então é lógico que pai da neonato ou nascente também possa ter esse privilégio da moldura penal
do artigo 163 do código penal vigente, pois tanto a mulher e o homem poderão ficar perturbados
mentalmente.
O tipo de pesquisa para este projecto é a pesquisa descritiva que visa descrever as características
de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
Envolve o uso de técnicas padronizadas de colecta de dados: questionário e observação
sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento. Gil (2000).
3.2. Métodos
Consulta bibliográfica
Segundo GIL (2002, p.44), Consulta bibliográfica “é desenvolvida quando elaborada a partir de
material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos periódicos e actualmente com
material disponibilizado na Internet. A principal vantagem desta reside no facto de permitir ao
investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito amplos”.
Com base neste método, pretende-se obter sustento teórico de trabalho, consultando obras que
falam do assunto relacionado com o tema, como sejam livros, artigos e outros meios de
informação periódica entre outras pesquisas que podem ser encontradas em outros sites da
internet.
Poder-se-á usar a pesquisa bibliográfica para interpretar os resultados obtidos no campo de
pesquisa, Assim, poder-se-á recorrer à experiências ou publicações que estão disponíveis nos
livros científicos, ideias particulares dos autores que falam sobre o tema em causa e que, após
uma interpretação provinda de um intervalo de 4 a 8 autores acrescidos pela visão do preponente
e das respostas dos inqueridos, chegar-se-á de certa maneira as conclusões.
Referências Bibliográficas
1. JESUS, Damásio, Direito Penal – Parte Especial, Vol. II, Editora Saraiva, 23ª Edição,
Revista e actualizada, 2000.
2. GRECO, Rogério, Direito Penal – Parte Especial, Vol.II, Editora Impetus, 17ª Edição,
Revista, ampliada e actualizada, 2000.
3. BASTOS, Celso Ribeiro, Curso de Direito Constitucional, São Paulo, Saraiva, 1978,
p.225.