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DOSSIÊ DO PROFESSOR
Grupo IX
Na escuridão da noite nas florestas das Caraíbas, a galinha-da-montanha – uma das maiores rãs do
mundo – foi surpreendida a comer tarântulas e serpentes.
No mundo animal, as tarântulas e as serpentes estão entre os maiores predadores das rãs. Mas, desta
vez, a história acontece ao contrário. Gonçalo M. Rosa, do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa, e outros investigadores que trabalharam na ilha de Montserrat, no mar
das Caraíbas, em 2009, descobriram grandes rãs de tons acastanhados – as galinhas-da-montanha
(Leptodactylus fallax) – a comer tarântulas-de-montserrat (Cyrtopholis femoralis), espécie endémica daquela
ilha. Na verdade, aquela rã é o primeiro predador confirmado da tarântula-de-montserrat, dizem os autores
do estudo publicado esta semana na revista Tropical Zoology.
A rã de hábitos noturnos, que passa o dia escondida em buracos e reentrâncias nas rochas, alimenta-se
sobretudo de pequenos grilos e pequenas aranhas que encontra no chão da floresta. Mas o seu menu é
mais diversificado.
A 9 de setembro de 2009, às 20 horas, uma tarântula dirigiu-se devagar na direção de uma rã quando foi
subitamente capturada. Desta vez foram precisos seis minutos para a galinha-da-montanha acabar de comer
a tarântula. Estas observações foram feitas durante uma expedição coordenada pelo Zoo de Jersey, e da
qual Gonçalo M. Rosa fez parte, para tentar travar a progressão do fungo Batrachochytrium dendrobatidis,
que ameaça a galinha-da-montanha.
Segundo Gonçalo M. Rosa, “as rãs não serão propriamente imunes ao veneno das tarântulas. Mas as rãs
abocanham, mordem e mastigam as tarântulas de tal forma que não lhes dão oportunidade de espalhar o
veneno”, explicou. Mais tarde, em outubro de 2011 e na ilha de Dominica, investigadores encontraram restos
de serpente-de-julia (Liophis juliae) nas fezes da mesma espécie de rã. Na opinião do biólogo, este estudo
“dá-nos uma perspetiva que não é tão usual: a maioria dos relatos de interação de rãs e tarântulas mostram
estes aracnídeos como predadores vorazes das indefesas rãs. Aqui assistimos ao oposto: uma rã a ingerir
sem problemas uma tarântula”.
Além disso, a rã apresenta uma dieta da qual também fazem parte serpentes. Contudo, as capacidades
predatórias da rã não lhe garantem a sobrevivência. Hoje, a galinha-da-montanha está classificada como
Criticamente Ameaçada pela União Mundial de Conservação da Natureza (UICN). Esta espécie existia em
pelo menos seis ilhas das Caraíbas mas hoje já só existe em duas: Montserrat e Dominica. Segundo os
investigadores, o declínio deste anfíbio deve-se à perda de habitat, sobrecaça para consumo e espécies
exóticas invasoras. “A recente introdução do fungo Batrachochytrium dendrobatidis naquelas duas ilhas
causou um declínio dramático nas populações que ainda restavam", acrescentam os investigadores. A
população de Dominica foi quase extirpada na sua totalidade e a de Montserrat foi afetada pelo fungo mais
tarde. Em muitos ribeiros da ilha, os números baixaram também drasticamente. Vários programas têm
juntado esforços para proteger esta espécie de outro obstáculo à rã – o vulcão da ilha de Montserrat. Este
tem tido uma atividade muito intensa e um terço da ilha está inacessível, sob as cinzas. Muitas áreas de
floresta desapareceram.
Fonte: Público, 22 de setembro de 2012 (adaptado)
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BANCO DE EXERCÍCIOS BioGeoFOCO 10
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5. As rãs, para se movimentarem de forma eficaz, necessitam de uma rápida condução de impulsos
nervosos. A elevada velocidade dos impulsos nervosos, que ocorre nos neurónios motores das rãs, é
assegurado pela
(A) existência de mielina em torno dos axónios.
(B) existência de um potencial de repouso.
(C) despolarização da membrana dos neurónios.
(D) existência de um potencial de ação.
6. Explique em que medida a atividade do vulcão da ilha de Montserrat contribui para a ameaça à
sobrevivência das galinhas-da-montanha (Leptodactylus fallax).
7. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a processos envolvidos na nutrição dos
vertebrados expressos na coluna A à respetiva designação, presente na coluna B.
Coluna A Coluna B
(b) Entrada de água da linfa intersticial para o interior das células. (2) Pinocitose
(c) Entrada de glicose para as células, a favor do gradiente de (3) Transporte ativo
concentração, com intervenção de uma proteína transmembranar (4) Exocitose
específica (GLUT). (5) Difusão simples
(d) Células glandulares libertam enzimas, contidas no interior de (6) Difusão facilitada
vesículas, para o tubo digestivo. (7) Osmose
(e) Libertação de iões Ca2+ do interior das células para o lúmen (8) Endocitose mediada por recetores
intestinal com consumo de ATP.
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