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BANCO DE EXERCÍCIOS BioGeoFOCO 10

DOSSIÊ DO PROFESSOR

Grupo V

Dictyostelium discoidieum podia entrar na lista dos seres vivos mais estranhos. Esta amiba microscópica,
quando lhe falta comida, agrega-se a mais uns milhares de irmãos-amibas para se transformar num corpo
parecido com uma lesma de meio centímetro: é capaz de recolher bactérias para levar para outros locais
onde não haja alimento.

Figura 1 – Colónia de Dictyostelium discoidieum com bactérias, quando está na forma de pedúnculo, pronto para lançar
esporos de amiba.

A descoberta foi feita por Debra Brock, da Universidade Rice, em Houston, no Texas (EUA). Era a
primeira vez que a cientista olhava para os esporos de uma amiba selvagem, explicou a Science que
noticiou a descoberta.
Depois das amibas se juntarem para formar a tal “lesma social” que se comporta como um único
indivíduo, esta lesma movimenta-se até encontrar uma nova zona com comida e toma a forma de um
pedúnculo com um corpo redondo na extremidade. Lá dentro, muitas amibas multiplicam-se, transformam-se
em esporos e libertam-se para recuperar a sua vida individual.
Foi nesta fase que Debra Brock viu bactérias a saírem deste corpo redondo. A equipa testou se todas as
amibas transportavam bactérias e descobriu que só cerca de um terço é que tinha essa capacidade. A
equipa descobriu que as amibas “agricultoras” mantinham o comportamento mesmo depois dos cientistas
matarem as bactérias e colocarem as amibas em culturas sem bactérias. As amibas multiplicavam-se e os
descendentes, na presença de novas bactérias, repetiam o cultivo. De alguma forma, mantinham uma
memória genética desta capacidade. As bactérias transportadas eram de várias espécies, mas cerca de
metade não servia como alimento das amibas, o que à partida não parece trazer benefícios. A equipa tentou
compreender isto e verificou que as amibas não comem todas as bactérias que existem no meio para
conseguirem armazenar algumas, ao contrário das amibas que não fazem o cultivo e comem todas as
bactérias. Mais, as “agricultoras” só andam cerca de 1,5 centímetros quando se transformam na versão
“lesma social”, enquanto as outras movem-se mais de três centímetros.
Mas quando estas amibas vão colonizar novos territórios sem comida, as bactérias que trazem acabam
por multiplicar-se e transformam-se em alimento. Aqui, as “agricultoras” prosperam. Há mais exemplos na
natureza de outras espécies que fazem agricultura. Há formigas e térmitas que cultivam fungos, mas vão
mais longe: tratam da terra onde colocam os fungos e matam quaisquer predadores que possam diminuir o
rendimento da cultura. Nestes casos, a simbiose chegou ao extremo, já que estes fungos não existem na
natureza no estado selvagem e dependem das formigas para sobreviverem.
Adaptado de https://www.publico.pt/2011/01/20/ciencia/noticia/a-amiba-e-a-bacteria-uma-historia-de-agricultura-microscopica-1476152

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BANCO DE EXERCÍCIOS BioGeoFOCO 10

DOSSIÊ DO PROFESSOR

1. Dictyostelium discoidieum é, inequivocamente, um ser eucarionte porque


(A) possui parede celular. (C) apresenta DNA.
(B) possui plasmalema. (D) possui organelos membranares.

2. Para Dictyostelium discoidieum, as bactérias são fonte


(A) de matéria inorgânica e energia. (C) de matéria orgânica e energia.
(B) apenas de matéria inorgânica. (D) apenas de energia.

3. As bactérias referidas no documento são seres


(A) procariontes e possuem apenas ribossomas como organelos membranares.
(B) procariontes, apresentando nucleoide.
(C) eucariontes e possuem apenas ribossomas como organelos membranares.
(D) eucariontes, apresentando nucleoide.

4. No tubo digestivo ________ das formigas, os glícidos são hidrolisados em ________.


(A) completo … aminoácidos (C) completo … monossacarídeos
(B) incompleto … aminoácidos (D) incompleto … monossacarídeos

5. As amibas ingerem bactérias por


(A) exocitose, que permanecem sempre no interior de vesículas pinocíticas.
(B) endocitose, que permanecem temporariamente no interior de vesículas pinocíticas.
(C) exocitose, que permanecem sempre no interior de fagossomas.
(D) endocitose, que permanecem temporariamente no interior de fagossomas.

6. Nos mamíferos, ao contrário das amibas


(A) a digestão é exclusivamente extracelular.
(B) existe uma cavidade gastrovascular ramificada.
(C) os resíduos não digeridos são eliminados pela boca.
(D) a faringe permite a captura ativa de alimento.

7. A amiba, quando se encontra em água destilada, aumenta o ritmo de contração dos seus vacúolos,
verificando-se que
(A) o interior das células é isotónico em relação ao meio extracelular.
(B) a água foi transportada ativamente para o interior das células.
(C) a pressão osmótica no exterior das células é superior à do meio intracelular.
(D) a pressão osmótica do meio intracelular é superior à pressão osmótica do meio extracelular.

8. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos


relacionados com o processo de nutrição das amibas pertencentes à espécie Dictyostelium
discoidieum, quando expostas à escassez de alimento.
A – Formação da “lesma social”.
B – Deslocação para um local com alimento.
C – A lesma toma a forma de pedúnculo.
D – Formação de um vacúolo digestivo.
E – Fusão dos lisossomas com as vesículas que contêm as bactérias.

9. “Há formigas e térmitas que cultivam fungos, mas vão mais longe: tratam da terra onde colocam os
fungos e matam quaisquer predadores que possam diminuir o rendimento da cultura.”
Explique a função dos fungos mencionados nos ecossistemas.

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