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Introdução à teoria
musical aplicada:
Atualização: Maio, 2021.
Bruno Carneval
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
Ao longo dos tempos, os povos antigos cultivavam diferentes elementos da arte em suas
culturas. Na Grécia, a música, assim como a ginástica, eram elementos essenciais para a
educação de jovens, sendo a ginástica indispensável para o desenvolvimento físico e a
música na construção da moral e do intelecto. Da cultura grega, surgiram os jogos olímpicos
e festivais para competições musicais e representações cênicas reais e imaginárias,
realizados em teatros a céu aberto espalhados por toda a Grécia, o que difundiu sua cultura
posteriormente para outros países (PRIOLLI, 2013).]
Na Idade Média, a música vocal era predominante sobre a instrumental, permitindo que
ocorresse séculos depois o desenvolvimento do estilo denominado canto gregoriano1,
conhecido por sua finalidade religiosa e estrutura em modos ascendentes (do grave ao
agudo), diferentemente dos modos gregos.
A escrita da música, explicada mais à frente é atribuída ao Papa Gregório (Séc. VI) pela
substituição das letras gregas por letras latinas.
1
Cantos litúrgicos realizados em cerimônias e festas eclesiásticas, organizados pelo Papa Gregório (Séc. VI)
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
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Violão & Guitarra
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
Cada instrumento difere do outro devido ao seu timbre, propriedade do som explicada
mais à frente. Os Exemplos de instrumentos da antiguidade: Cítara, Tíbia, Lira, Alaúde,
Cravo.
Todo instrumento harmônico é melódico, mas nem todo instrumento melódico é harmônico. Isso
quer dizer que alguns instrumentos emitem mais de um som ao mesmo tempo, enquanto outros
emitem somente um único som por vez.
O primeiro instrumento de corda foi o Arco musical e se supõe que tenha sido criado há cerca de
35 mil anos. Os instrumentos de corda mais antigos já identificados foram nove liras e três harpas
encontradas em uma tumba em Ur (antiga Suméria, hoje Iraque), na mesopotâmia e datam de
aproximadamente 2mil anos a.C. Os instrumentos introduzidos no Brasil pelos europeus possuem
forte influência asiática, egípcia e da mesopotâmia que se utilizavam da Lira e da Harpa para cunho
religioso e erotico, respectivamente. Mais tarde veio a surgir o Alaúde que deu origem aos
instrumentos de corda como o violino, violão e outros instrumentos de corda modernos.
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Violão & Guitarra
A música, em sua essência, é formada por três elementos básicos: harmonia, melodia e ritmo. Para
se tocar ou cantar algo não é obrigatória a presença dos três elementos, afinal, é possível fazer
música apenas com tambores, instrumentos harmônicos, (ex.: flauta, saxofone) ou melódicos (ex.:
violão, piano), no entanto uma música “completa” deve apresentar todos os três elementos.
Harmonia
Na harmonia, precisamos tocar várias notas ao mesmo tempo (acordes). A harmonia de uma
música necessita de instrumentos harmônicos, tais como violão, piano, teclado, órgão, cavaquinho,
acordeon, entre outros.
OBS.: Todo instrumento harmônico é melódico, mas nem todo instrumento melódico é harmônico.
1
Conjunto de notas tocados simultaneamente.
Melodia
A Melodia é a parte da música que apresenta uma sequência de notas em qualquer composição.
Compreende-se quando tocamos as notas sucessivamente, uma nota após a outra em um
instrumento harmônico ou melódico.
Esse é o papel da escala na música: definir quais notas deve participar de uma música, de forma
agradável aos ouvidos (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó - ré, mi, fá#, sol, lá, si, dó#, ré [...]).
Para exemplificar, posso dizer que a melodia é o conjunto de notas que nós cantamos durante uma
música, ou uma música assobiada, e cada sílaba cantada ou sopro do assobio, entoamos uma nota
diferente. A essa sequência de notas, nomeamos “melodia”. Por isso, graças à melodia, conseguimos
distinguir qual música outra pessoa estava assobiando após uma sequencia de assobios.
É interessante destacar que para diferenciar melodias em notas idênticas, o ritmo cumpre
essencialmente seu papel, na ênfase das acentuações e duração dessas notas iguais.
Escala maior
Podemos usar para a sequência de notas da melodia nos instrumentos, qualquer instrumento
melódico ou harmônico, como violão, piano, saxofone, flauta, entre outros.
Instrumentos melódicos são aqueles que emitem uma única nota para cada tempo, ou seja, uma
nota de cada vez, isoladamente. Instrumentos que não podem juntar mais de uma nota ao mesmo
tempo, como a flauta ou o saxofone.
Ritmo
Certamente você já ouviu alguém dizer que está com o ritmo de vida acelerado ou lento demais.
Siga-o erradamente e tudo dará errado até o fim. Assim, é na vida e na biologia. Nosso coração é o
maior exemplo de respeito ao tempo e, de maneira síncrona, executa por toda a vida seu ritmo
naturalmente.
Essa analogia da música com a vida ajuda a entender a importância vital que o ritmo tem para a
música. O Ritmo é quem vai informar o gênero musical, o estilo de música e por isso o identificamos
pela duração e intensidade do som, vistos no final desta página.
Com um instrumento de percussão, como a bateria, pandeiro, etc., você determinará qual é o
andamento (velocidade) da música, e qual será o ritmo (batida ou estilo), por exemplo: Samba, Rock,
Forró, Pop, Maracatu, Frevo, etc.
1
Pesquisar valores das notas.
Cada instrumento tem uma particularidade única também chamada timbre. O timbre, também
identificado nas vozes é o que permite a pessoa distinguir um instrumento do outro, quando
tocados. O timbre é a característica sonora atribuída a cada instrumento, sendo bastante subjetiva
essa qualidade.
A intensidade ou acentuação das batidas (força dos toques) e das pausas (silêncio entre notas) é a
característica que indicará os valores1 de cada batida ou nota.
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Violão & Guitarra
A altura corresponde aos “degraus” da escala (o sobe e desce das notas/assobios). Faz-se dessa
forma, a relação entre uma nota grave (nota baixa) e aguda (nota alta), erroneamente interpretada
como “fina/grossa”.
OBS.: Erroneamente pedimos para alguém “baixar ou diminuir o volume da TV”. Isso está errado porque o
volume é uma unidade de medida de espaço. O certo seria pedir para “diminuir a intensidade de som da TV”.
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ACIDENTES
São denominações dadas às notas para elevar ou diminuir a altura de uma nota. Na música
clássica e erudita existem outros intervalos e que devem ser do conhecimento do músico. No
entanto, na música popular, os principais acidentes encontrados são:
i) Sustenidos (#): possui a função de ELEVAR a nota em ½ tom (sobe uma casa no violão).
ii) Bemol (b): possui a função de DIMINUIR a nota em ½ tom (desce uma casa no violão).
Tomando-se um exemplo, se o acorde “C” está sendo executado na 3ª casa do violão, o acorde
“C#” será executado na 4ª casa.
ATENÇÃO!
ENARMONIA:
São denominações diferentes representadas pelo mesmo som, ou seja a mesma nota com nomes
diferentes.
C# = Db D# = Eb E = Fb* *E# = F F# = Gb
G# = Ab A# = Bb B = Cb* B# = C
Na teoria da música, a escrita utilizada para a notação musical ou partitura sempre terá
como referência o ponto de vista teórico. Portanto, é possível que você encontre a
linguagem Mi sustenido (E#) e Si sustenido (B#) que terão, na prática, a mesma nota de
execução que o Fá (F) e Dó (C).
INTERVALOS
Intervalos podem ser entendidos como a diferença entre a altura das notas. Em outras palavras, é a
distância entre duas notas medida em tons e semitons. Os intervalos podem melódicos, harmônicos,
ascendentes e descendentes (ALMIR CHEDIAK, 1986).
Intervalo harmônico:
Quando duas notas, em alturas diferentes são tocadas simultaneamente.
Ex.: um dueto com as notas “C” e “E” executadas juntas.
Intervalo melódico:
Quando duas notas, em alturas diferentes são tocadas sucessivamente.
Ascendente:
Quando duas notas, em alturas diferentes são tocadas sucessivamente, sendo a primeira mais
grave que a segunda.
Ex.: um dueto com as notas “C” e “E” executadas uma após a outra.
Descendente:
Quando duas notas, em alturas diferentes são tocadas sucessivamente, sendo a primeira mais
aguda que a segunda.
Ex.: um dueto com as notas “E” e “C” executadas uma após a outra.
Simples:
Quando duas notas estão em alturas diferentes, mas dentro da mesma oitava.
Ex.: “C” e “G
Composto:
Quando duas notas estão em alturas diferentes, mas fora da oitava.
Ex.: “C” e “G
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8
7M
7
6
5#
5
4#
4
3
2#
2
2b
1 ou ou ou ou
3b 5b 6b 7bb
ou ou ou ou ou ou ou ou
8 9b 9 9# 11 11# 13b 13
ST ST ST ST ST ST ST ST ST ST ST ST
Fonte: o autor.
OBS.: Muitos alunos fazem confusão quando utilizar um acorde com 6 ou 13. Em geral, a literatura orienta o
uso da “sexta” se o intervalo estiver a 4 tons e meio da tônica, ou seja dentro da mesma escala (intervalo
simples), e com “décima terceira”, se o intervalo alvo estiver a 10 tons e meio da tônica (em outra escala
(intervalo composto).
Para encontrar os intervalos compostos (que estão em outra oitava da escala) e que possuem
nomes diferentes, basta subtrairmos o número “7” para encontrarmos a nota
correspondente. Assim, para encontrarmos a nota correspondente ao intervalo de “13”,
basta subtrairmos: 13ª – 7ª = 6ª.
Ou seja, o grau 13º será o mesmo que uma “sexta”, uma oitava acima.
Apesar de serem bastante falados e aplicados, não são escritos os intervalos de 2ª, 3ª, 5ª, 8ª 10ª,
12ª, 14ª e 15ª, sendo substituídos pelos seus equivalentes que estão em outra oitava (acima ou abaixo).
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Terça maior: não possui simbologia quando um acorde é maior, pois é parte integrante.
Terça menor: simbolizada por um “m” minúsculo escrito após a cifra. Indica que o acorde é menor.
Quinta justa (5): Não possui simbologia na cifra. Integra os acordes maiores e menores naturais.
Quinta diminuta (b5 ou 5-): Integra os acordes “diminutos” (X°) e “meio diminutos” (XØ) em tríades com
3ª menor e 5ª diminuta.
Sétima menor (7): localizada “1 tom” antes da tônica. No acorde maior, possui função dominante.
Sétima diminuta (dim., 7bb, ou ° ). É utilizada em tétrades (tônica, 3ª menor, 5ª diminuta e 7bb).
Quarta (4ª justa): substitui a terça da tríade, formando o acorde “SUS 4” (lê-se 4ª suspensa).
Nona: (9ª justa): Também pode ser “b9 (nona menor)”; ou “#9 (nona aumentada)”.
Décima primeira aumentada: (#11) acompanha tétrade. (Quarta aumentada oitava acima)
Décima terceira menor: (b13) acompanha tétrade. (Sexta menor oitava acima)
ESCALA MAIOR
A escala maior é essencial para que conhecer as notas de um acorde, função de um acorde no
campo harmônico, bem como se aprofundar no estudo de outras escalas.
A escala maior é uma sequência de notas que, assim como outras escalas, obedece a determinados
intervalos de tons e semitons. A escala maior mais conhecida é a de Dó (C) e é didaticamente
ensinada para iniciação musical por não conter acidentes, ou seja “sustenidos e bemois” em sua
composição, como demonstrada abaixo.
T T ST T T T ST
OU
Ex2: C D E F G A B C
T T ST T T T ST
No entanto, ao iniciarmos a escala maior do VI grau (Lá maior = A), obteremos a escala
natural menor.
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Violão & Guitarra
ESCALAS MENORES
As escalas Menor Harmônica e Menor Melódica são bastante empregadas na música popular
brasileira (M.P.B), bossa nova, rock fusion, blues, jazz, entre outros gêneros, podendo-se fazer uso de
sua sonoridade mais “sofisticada” de maneira experimental e, assim, criar novos elementos, misturar
influências e tendências.
Neste material, daremos maior ênfase na escala Menor Natural, mas sugiro pesquisar a sonoridade
dessas demais escalas menores.
A Escala Menor Natural pode ser obtida partindo-se de uma escala maior, diminuindo-se os III, VI e
VII graus. Ou seja, é uma “escala maior” com o terceiro, sexto e sétimos graus menores (semitons
localizados entre os graus II - III e V - VI).
Existem diversas formas de se memorizar as escalas. Nesse caso, você também pode aplicar os
intervalos da escala menor pensando que todos os intervalos possuem “1” tom de distância entre
eles, e semitons do II - III e V - VI grau.
GRAUS
T ST T T ST T T
NOTAS
Ex2: A B C D E F G A
T ST T T ST T T
A escala Menor Natural é a escala mais utilizada na música e em qualquer gênero cabe sua
aplicação. Por ser uma escala com as mesmas notas da escala maior, alguns músicos optam por
executar essa escala (como uma identidade), aplicando essa escala menor mesmo em tonalidades
maiores.
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Violão & Guitarra
A Escala Menor harmônica pode ser obtida partindo-se de uma escala menor, aumentando-se o VII
grau. Ou seja, é uma “escala menor” com o sétimo grau maior.
A escala Menor Harmônica é bastante utilizada na MPB, bossa nova, no samba, no flamenco, blues,
rock fusion, jazz.
GRAUS
T ST T T ST T+ST ST
NOTAS
Ex2: A B C D E F G# A
T ST T T ST T+ST ST
Também conhecida como escala real, a Escala Menor Melódica pode ser obtida partindo-se de uma
escala maior, diminuindo-se o III grau. Ou seja, é uma “escala maior” com o terceiro grau menor.
A escala Menor melódica é bastante utilizada na MPB, bossa nova, no samba, blues, rock fusion e
principalmente no jazz.
GRAUS
T ST T T ST T ST
NOTAS
Ex2: A B C D E F# G# A
T ST T T T T ST
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Violão & Guitarra
CIFRAGEM
Na língua portuguesa, as notas dó, ré e lá são escritas por extenso, utilizando o acento agudo. Mas
como poderemos escrever a nota dó ou ré em outras línguas? Vários países possuem seu próprio
sistema alfabético e muitos desses não possuem o acento agudo. Assim, para se utilizar uma
linguagem simples e universal na música recorre-se ao sistema de Cifras.
O sistema de cifras ou cifragem é um método utilizado para representar acordes musicais e suas
notas por meio de um conjunto de letras e símbolos padronizados de maneira simples. Embora seja
bastante conhecido, o sistema de cifras consegue representar a sonoridade, mas não o ritmo
adotado, particularidade que somente seria representado no papel por meio da “notação musical”.
LÁ A Reordenando... DÓ C
SI B RÉ D
DÓ C MI E
RÉ D FÁ F
MI E SOL G
FÁ F LÁ A
SOL G SI B
Note que utilizamos as sete primeiras letras do alfabeto. Para ordenarmos, iniciamos pela terceira
letra do alfabeto (C), seguimos até a sétima (G), em seguida inserimos as duas restantes.
ACORDES
Os acordes são representações harmônicas que representam um conjunto de notas. Podem ser
subdivididos em tríades, tétrades, pentades, hexades, etc.. As tríades são acordes com três (3) notas;
tétrades representam acordes com quatro (4) notas; as pentades são acordes com cinco (5) notas;
hexades são acordes com seis (6) notas. As notas do acorde, quando tocadas sucessivamente, são
denominadas arpejo, que pode conter uma ou duas notas por corda, no caso do violão e da guitarra.
Um acorde é formado por graus específicos da escala. Um acorde simples (tríade) é formado pelos
graus I – III – V da escala natural. Tomando-se como exemplo o exemplo abaixo, um acorde maior se
diferencia de um acorde menor porque o terceiro grau é MAIOR e possui intervalo de dois (2) tons do
grau I.
Acorde Maior com Sétima Maior e Quinta Aumentada: Acorde Menor com Sétima Menor e Quinta Aumentada:
1 – 3 – 5# - 7M 1 – 3b – 5# - 7
Acorde Maior com Sétima Maior e Quinta Diminuta: Acorde Menor com Quinta Diminuta e Sétima Menor:
1 – 3 – 5b – 7M (meio diminuto)
1 – 3b – 5b – 7
Acorde Maior com Sétima Menor: Acorde Menor com Quinta Diminuta e Sétima Diminuta:
1–3–5–7 1 – 3b – 5b – 7bb*
Acorde Maior com Sétima Menor e Quinta Aumentada:
1 – 3 – 5# - 7
Acorde Maior com Sétima Menor e Quinta Diminuta:
1 – 3 – 5b – 7
Acorde Maior com Sexta Maior: Acorde Menor com Sexta Maior:
1–3–5–6 1 – 3b – 5 – 6
*A extensão 7bb (sétima diminuta ou dobrado bemol tem o mesmo intervalo que o de sexta “6ª”. É bem
conhecido como ”acorde diminuto”.
i) A primeira nota a ser encontrada será do primeiro grau, “C” (grau I);
ii) A segunda nota a ser encontrada será do terceiro grau, “E” (grau III);
iii) A terceira nota a ser encontrada será do sétimo grau menor, “Bb” (grau VIIb);
Agora, basta aplicarmos a subtração (13 - 7 = 6) para encontrarmos a quarta nota a ser encontrada.
Lembrando que se estamos na escala de dó (C), então o sexto grau (VI) de “C” é o “A” (Lá).
Basta identificar no instrumento a nota “A”, uma oitava acima desse VI grau (6ª).
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Violão & Guitarra
Se ainda assim, achou complicado, você pode pensar uma “oitava” como o I grau (tônica) e iniciar a
contagem a partir dela. O resultado será o mesmo: a 6ª será a 13ª, só que uma oitava acima.
Por meio do campo harmônico os compositores escolhem os acordes de acordo com a expressão e
sentimento que desejam para determinado trecho da música e, assim, utilizam os acordes
adequados de acordo com a sua função, optam por repetições, bem como misturam acordes de
campos harmônicos diferentes.
O campo harmônico (quadro 3) também pode ser utilizado para transcrição da música e
rearmonização. A transcrição é a execução da música, de maneira idêntica ao arranjo do compositor.
A rearmonização é um rearranjo de enriquecimento com a inserção de novos elementos, como
notas, acordes, vozes, etc.. Com a rearmonização é possível se construir diferentes progressões
harmônicas, sequências de acordes utilizadas para tocar a música de forma mais complexa
(enriquecida e com acordes) ou facilitada.
Fonte: o autor.
Os graus da escala executados em uma harmonia, ou seja, em vários sons simultâneos, podem ser
representados pela linguagem de acordes maiores (M)/menores (m) ou por caixa alta/baixa.
Diversas maneiras podem ser utilizadas para se escrever os graus de uma campo harmônico, sendo
essas duas abaixo as mais utilizadas
C Dm Em F G7 Am Bm5b C
T T ST T T T ST
Percebe-se que os graus I, IV e V são graus que representam acordes maiores, enquanto que nos
graus II, III, VI e VII são menores. A maneira encontrada na literatura contemporânea pode variar de
acordo com o material estudado. Pode-se adotar a nomenclatura: IM, IV e V para acordes maiores e
IIm, IIIm, VIm e VIIm (para acordes menores); ou, ii, iii, vi e vii (para acordes menores), onde
adotaremos esse último com representantes de letras minúsculas.
Outra particularidade desse campo harmônico, é que o V grau possui uma terça maior e uma VII
grau MENOR, o que configura um acorde dominante, assunto abordado em funções harmônicas.
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Violão & Guitarra
OU
Ex3Graus: Am Bm5b C Dm Em F G Am
T ST T T ST T T
Se o músico optar por utilizar um rearranjo de acordes, pode-se inserir as sétimas maiores (7M) nos
graus I; e IV; e as sétimas menores (7) nos demais graus.
CATEGORIA SINAIS
Com acordes maiores b5 #5 6 7M 9 11 11#
Com acordes menores b5 #5 6 7 7M 9 11
Com acordes 7ª da dominante 4 b5 #5 b9 9 #9 #11 b13 13
Com acordes 7ª diminuta Dim o (7M 9 11 b13)
Fonte: o autor.
FUNÇÕES HARMÔNICAS*
A função dominante exerce alta tensão, criando a maior instabilidade e total expectativa de
resolução na tônica.
Fonte: O autor.
Um acorde, mesmo exercendo função específica numa harmonia, não é obrigado a cumpri-la.
No entanto, nada obriga que um compositor ou arranjador, ao pensar um acorde com função
dominante, dê outro caminho à dominante e impeça seu retorno para a tônica, assumindo a
progressão “II – V7 – II”.
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Violão & Guitarra
Tônica I III VI
Sub-dominante II IV
Dominante V VII
Fonte: o autor.
*Ver aplicação em campo harmônico.
O mesmo exemplo anterior também pode ser feito utilizando-se os acordes com as suas sétimas:
O ciclo das quintas é uma ferramenta teórica (diagrama) para auxiliar o músico a identificar acordes
relativos maiores e menores; quantidade e número de notas acidentadas em determinada
tonalidade; progressões de acordes; acordes dominantes e subdominantes, intervalos e outras
funcionalidades.
Para se identificar o acorde relativo no ciclo das quintas, basta observar a porção oposta do seu
referêncial. Se você tem como referência o acorde maior de “dó” na região externa, seu acorde
relativo (Am) estará na mesma região, porém na área interna do ciclo. O raciocínio é inverso para o
acorde menor (região interna), seu relativo maior estará na porção externa.
O ciclo das quintas possui esse nome porque está construído em cima de intervalos de quinta justa,
no sentido ascendente. Embora, se observado no sentido descendente, possui intervalos de quartas,
e por isso alguns também o chamam de ciclo das quartas.
O ciclo interno apresenta os acordes menores e seus enarmônicos, enquanto o ciclo externo
apresenta os acordes maiores e seus enarmônicos.
O ciclo das quintas também pode ser utilizado para indicar o número de acidentes que um acorde
possui, conforme você caminha no ciclo, o número de acidentes vai aumentando ou diminuindo, a
depender para que lado você se movimenta.
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
PROGRESSÕES HARMÔNICAS
Progressões são sequências de acordes que podemos utilizar em um trecho ou uma música,
podendo esta ser crescente ou decrescente.
nª SEQUÊNCIA
1 C – G7 - C
2 C–F–C
3 C – F – G7 – C
4 C – Am – Dm – G7
5 C – C#° - Dm7 – G7
6 C – Am – D7 – G7 – C
7 C – C7 – F – Fm
8 C – A7 – Dm7 – G7
9 C7M – A7 – Am7 – Dm7 – G7/13
10 C7M – A7 – Am7 – Gm – C7 – F – Fm
11 C7M – Bm7/5b – E7 – Am7 – Dm7 – G7
12 C7M – Em7/5b – A7/5# – Dm7/9 – G7/9
Fonte: o autor.
*OBS.: Treinar essas progressoes substituindo suas funções harmônicas.
Note que todas as progressões estão partindo da tônica (I grau). No entanto, não é necessário que
as progressões iniciem do I grau para ser classificada dentro da tonalidade de DÓ (campo
harmônico), sendo bem interessante o uso de arranjos diferentes, como o exemplo
“Dm – Am – G – F”.
INVERSÃO DE ACORDES
A inversão permite ao músico que o rearranjo dos graus do acorde construa uma sonoridade mais
“colorida”, muitas vezes sobrepondo-se com outros acordes.
A inversão também facilita a caminhada dos baixos (walking bass), bem como solar as notas de
uma melodia juntamente com a execução melódica (Chord melody).
Tônica = DÓ – MI – SOL
Dominante = SOL – SI - RÉ
Tônica = MI – SOL - DÓ
Subdominante = LÁ – DÓ – FÁ 1ª INVERSÃO
Dominante = SI – RÉ – SOL
Tônica = SOL – DÓ – MI
Subdominante = DÓ – FÁ – LÁ 2ª INVERSÃO
Dominante = RÉ – SOL – SI
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Violão & Guitarra
NOTAÇÃO MUSICAL
Pauta é o conjunto de cinco linhas e quatros espaços, onde escrevemos a música em partituras, ou
seja, as notas e pausas são representadas por uma escrita universal denominada notação musical.
CLAVE
É a representação gráfica localizada sempre no início da partitura, e indica onde cada nota se
localizada no pentagrama(pauta).
Como cada instrumento tem uma altura particular (mais grave ou mais agudo), existem claves que
são mais adequadas para seu uso. No caso da violão e guitarra utilizamos a clave de Sol, o
contrabaixo utiliza-se a clave de fá. No caso do piano, utiliza-se duas claves, Fá e Sol. Enquanto que a
mão esquerda, por tocar as notas mais graves, utiliza a clave de Fá, a mão direita usa a clave de Sol.
Embora executadas por instrumentos de altura mediana, as claves de Dó estão em desuso, sendo
substituídas pelas claves de Fá e Sol.
A clave de Sol segue sendo a clave mais utilizada para leitura de partitura.
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Violão & Guitarra
FIGURAS MUSICAIS
As representações musicais dos elementos rítmicos podem ser estudados por dois tipos de
simbolos: as figuras indicadoras de som e as figuras de silêncio (também conhecidas como pausas).
Na música, tanto as figuras de som como as pausas são importantes, sendo seus arranjos,
responsáveis pela caracterização dos ritmos que conhecemos. A figura Y abaixo apresenta todos os
nomes, valores e figuras musicais.
Ou seja:
A figura Semibreve “sozinha” soará durante 4 tempos (1 compasso inteiro).
A figura Mínima “sozinha” soará durante 2 tempos (1/2 de um compasso), o que significa dizer que são
necessárias duas mínimas para preencher 1 compasso inteiro.
A figura Semínima “sozinha” soará durante 1 tempo (1/4 de um compasso), o que significa dizer que são
necessárias quatro semínimas para preencher 1 compasso inteiro.
A figura Colcheia “sozinha” soará durante 1/2 tempo (1/8 de um compasso), o que significa dizer que são
necessárias duas colcheias por tempo (e oito para preencher 1 compasso inteiro).
A figura Semicolcheia “sozinha” soará durante 1/4 tempo (1/16 de um compasso), o que significa dizer que
são necessárias quatro semicolcheias pra cada tempo (e desesseis para preencher 1 compasso inteiro).
A figura Fusa “sozinha” soará durante 1/8 tempo (1/32 de um compasso), o que significa dizer que são
necessárias oito fusas por tempo (e trinta e duas para preencher 1 compasso inteiro).
A figura Semifusa “sozinha” soará durante 1/16 tempo (1/64 de um compasso), o que significa dizer que são
necessárias dezesseis semifusas por tempo (e sessenta e quatro para preencher 1 compasso inteiro).
Da mesma forma que as figuras de som, as de silêncio possuem a duração correspondente em sua
divisão.
O mais importante é entender que o que diferencia uma figura musical de outra é o tempo
(duração) em que cada uma soará. A figura 2 toma como exemplo um segundo de tempo e como
seria a representação para cada figura.
Nota: Se em um trecho de uma música com 4 (quatro) notas por compasso (quaternário = 4/4)
somente for possível ouvir 3 (três) notas de igual duração, é provável que a outra nota que esteja
sendo executada seja uma pausa (figura de silêncio) de valor 1 (um).
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Violão & Guitarra
COMPASSO
É o nome dado à regra que determina a métrica da pulsação e a retroalimentação dos tempos ou
pulsos de uma música. Em geral é subdividido em 4 tempos(quaternário), 3 tempos (ternário)ou 2
tempos (binário).
O Compasso é a divisão de música em pequenas partes, que podem ter duração igual ou variável.
A barra de Compasso, mas conhecido como travessão é sinal que divide um compasso do outro.
O travessão duplo ou barra dupla (sendo a segunda mais grossa indica que a música chagou ao fim).
Todo compasso é dividido por tempos, mas sempre o 1º tempo de um compasso será o tempo mais
forte. Quando propositalmente invertemos o tempo forte, damos o nome de síncope.
Chamamos binário quando um compasso possui 2 tempos. Quando um compasso possui 3 tempos,
dizemos ternário. O compasso mais comum na música conteporânea é o compasso com 4 tempo,
quaternário.
Nas figuras 5 e 6 fica mais evidente como é a divisão e a quantidade de tempos dentro de um
compasso. Todas os exemplos estãos baseados considerando uma nota por tempo/pulso. Existem
outras formas para se tocar mais notas em um mesmo tempo de um compasso (2, 3, 4, 5, 6 notas
para cada tempo).
41
Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
OBS.: Em geral, o polegar esquerdo possui a função de “alicate”, dando apoio ao braço do
instrumento e ajudando na reprodução das notas pressionadas pelos dedos 1, 2, 3 e 4. Alguns
músicos possui a peculiaridade de pressionar a 6ª/5ª corda do violão ou guitarra por trás do braço,
utilizando o polegar esquerdo. Essa técnica permite que os 4 dedos restantes da mão fiquem livres.
Em geral, a função dos dedos da mão direita é reproduzir uma ou mais vozes utilizando diferentes
cordas do instrumento.
O dedo 4 da mão direita também pode ser utilizado em puxadas e dedilhados, atuando como uma
‘voz” extra na harmonia executada. Utilizando-se um ou todos os dedos da mão direita, a
quantidade máxima de vozes executadas por um violão ou guitarra será determinada pelo número
de cordas. Portanto, um violão de 6 cordas poderá, no máximo, executar 6 notas (vozes) ao mesmo
tempo; um violão de 7 cordas poderá, no máximo, executar 7 notas (vozes) ao mesmo tempo, assim
sucessivamente.
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
Exercício
a) Preencher no braço do violão as notas existentes em cada casa/corda:
E A D G B E
6ª 5ª 4ª 3ª 2ª 1ª
1ª
Casa
2ª
Casa
3ª
Casa
4ª
5ª
6ª
7ª
8ª
9ª
10ª
11ª
12ª
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
C#
Db
D#
Eb
F#
Gb
G#
Ab
A#
Bb
Exercício 1:
C – E: C – 4:
C – F#: C – 5b:
C – A: C – 7:
C – Bb: C – 7M:
G – E: 4–C
A – F#: 5b – C:
C – A: 6C – C:
C – Bb: 7M – C:
C – 9: C – 11#:
C – 13b: C – 13:
D – 9: D – 11#:
D – 13b: D – 13:
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
P I MA P I MA P I MA P I MA P I MA P I MA P I MA
P I MA P I MA P I MA P I MA P I MA P I MA
P I MA
LEGENDA:
Pestana = = Dedo 1( mão esquerda)
49
Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
C#
Db
D#
Eb
F#
Gb
G#
Ab
A#
Bb
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
3.1 PUXADA
IMA P
P; P; IMA; P ; P; IMA...
JUNTOS
1
Exercício :
INICIA AQUI
3.1.2 Ritmo: BOSSA NOVA (Só toca o PIMA a primeira vez)
PIMA
P P
IMA
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Violão & Guitarra
Ritmo: ROCK-POP
rasqueado
PARTE 1 PARTE 2
INICIA AQUI
Pausa
Pausa
Ritmo: ROCK-RÁPIDO
rasqueado
PARTE 1 PARTE 2
INICIA AQUI
Pausa
Pausa
55
Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
3.4 DEDILHADO
Ritmo: M.P.B
Exercício3:
Dedilhar com os acordes Am e Dm os seguintes dedilhados:
a) P-I-M-A (retorna ao P)
b) P-A-M-I (retorna ao P)
c) P-I-M-A-I-M-A-I (retorna ao P)
d) P-I-M-I-A-I-M-I (retorna ao P)
e) P-I-M-I-P-A-M-I (retorna ao P)
f) P-I-M-A-A-M-I-M (retorna ao P)
g) P-A-M-I-A-M-I-M (retorna ao P)
h) PI-M-A-PI-M-A-I-A (retorna ao P)
i) PA-M-I-PA-M-I-M-I (retorna ao P)
Você também pode criar seus próprios exercícios de puxadas, levadas e dedilhados!
OBS.: Não se esqueça, para alcançar uma evolução constante, você deve treinar DIARIAMENTE, e compensar os
dias sem treino.
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
DICIONÁRIO DE ACORDES
Nesta coleção você encontrará acordes dos grupos: maiores, menores, dominantes com sétima,
menores com sétima e diminutos tocados com as fundamentais (tônica) no baixo.
Acordes maiores
Acordes menores
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
Acordes maiores
DÓ MAIOR (C)
RÉ MAIOR (D)
MI MAIOR (E)
FÁ MAIOR (F)
LÁ MAIOR (A)
SI MAIOR (B)
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
Acordes menores
DÓ MENOR (Cm)
RÉ MENOR (Dm)
MI MENOR (Em)
FÁ MENOR (Fm)
LÁ MENOR (Am)
SI MENOR (Bm)
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Introdução à teoria musical aplicada:
Violão & Guitarra
Bruno Carneval
+55 81 99242 6597
https://linktr.ee/salademusica.carneval
brunocarneval.salademusica@gmail.com
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