Você está na página 1de 29

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL

CAMPUS ARAPIRACA
EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA

LARISSA CRISTINA LIRA SANTOS

TRATO COM O CONHECIMENTO ESPORTE NA ESCOLA: REALIDADE E


POSSIBILIDADES DA EDUCAÇÃO FÍSICA A PARTIR DA ANÁLISE DE UMA
ESCOLA DA REDE PÚBLICA DO ENSINO MÉDIO

ARAPIRACA
2019
Larissa Cristina Lira Santos

Trato com o conhecimento esporte na escola: realidade e possibilidades da educação física a


partir da análise de uma escola da rede pública do Ensino Médio

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado


como requisito parcial para a obtenção do grau de
Licenciatura no curso graduação em Educação Física da
Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca –
AL., sob a orientação do Prof. Me. Ailton Cotrim
Prates.

Arapiraca
2019
Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Campus Arapiraca
Bibliotecário Responsável: Nestor Antonio Alves Junior
CRB - 4 / 1557

S237t Santos, Larissa Cristina Lira


Trato com o conhecimento esporte na escola: realidade e possibilidades da
educação física a partir da análise de uma escola da rede pública do Ensino Médio /
Larissa Cristina Lira Santos. – Arapiraca, 2019.

27 f.

Monografia [Graduação] – Curso de Educação Física - Licenciatura,


Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus Arapiraca, Arapiraca, 2019.

Orientador: Prof. Me. Ailton Cotrim Prates.

Bibliografia: p. 21.
Anexos: p. 22-27.

1. Esporte. 2. Esporte de rendimento. 3. Educação física. I. Prates, Ailton Cotrim.


II. Título.

CDU: 796
Larissa Cristina Lira Santos

Trato com o conhecimento esporte na escola: realidade e possibilidades da educação física a


partir da análise de uma escola da rede pública do ensino médio
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado
como requisito parcial para a obtenção do grau de
Licenciatura no curso graduação em Educação Física da
Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca.

Data da Defesa: 15/04/2019

Banca Examinadora

Prof. Me. Ailton Cotrim Prates


Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Campus Arapiraca
(Orientador)

Profa. Ma. Deysianne França Matos Silva


Instituto Federal de Alagoas – IFAL
Campus Arapiraca
(Examinadora)

Profa. Ma, Petra Schnneider Lima dos Santos


Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Campus Arapiraca
(Examinadora)
RESUMO

O trabalho de conclusão de curso investigou quais as influências do esporte de rendimento


para a Educação Física da rede pública do Ensino Médio, com o objetivo de estabelecer
relações entre o trato com o conhecimento do esporte na escola e com o esporte de
rendimento, caracterizando qual espaço, tempo e organização as aulas de Educação Física tem
na organização da escola, analisando o processo de escolha do conteúdo de seleção para as
aulas de Educação Física e analisando também o trato com o conteúdo esporte na escola, a
partir dos parâmetros do esporte de rendimento. Para a fundamentação da pesquisa, foram
utilizados autores que abordam sobre o que é a Educação Física, sobre o esporte educacional
na sua essência e a realidade do esporte de rendimento e suas possibilidades. A metodologia
da pesquisa foi de caráter qualitativo, e foi realizada através de um questionário. Os resultados
apresentados apontam que o conteúdo esporte nas aulas de Educação Física está sendo
reproduzido nas escolas com características de rendimento, se tornando um meio de gerar
rendimentos de valores, que só tem a crescer ao longo do tempo de acordo com o desempenho
desse esporte de rendimento, dessa forma, buscamos possibilidades e meios para a mudança
desse desporto que prevalece, utilizando a pratica e teoria juntas de uma forma prazerosa,
união e harmonia para todos.

Palavras-chave: Esporte. Esporte de rendimento. Educação física.


ABSTRACT

The course conclusion work investigated the influences of performance sports for Physical
Education of public high school, aiming to establish relations between the treatment with the
knowledge of sport in school and performance sport, characterizing which space, time and
organization the Physical Education classes have in the school organization, analyzing the
process of choosing the selection content for the Physical Education classes and also
analyzing the deal with the sport content in the school, from the parameters of the sport of
Yield. For the reasoning of the research, authors were used that address about what is the
Physical Education, about the educational sport in its essence and the reality of the
performance sport and its possibilities. The research methodology was qualitative, and was
conducted through a questionnaire. The results show that sports content in Physical Education
classes is being reproduced in schools with performance characteristics, becoming a way to
generate value income, which only has to grow over time according to the performance of this
sport. In this way, we seek possibilities and means for the change of this prevailing sport,
using the practice and theory together in a pleasant way, unity and harmony for all.

Keywords: Sport. Performance sport. Physical education.


SUMARIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 8

2.2 Reflexão pedagógica sobre o trato do conhecimento Esporte ............................ 8


2.2 Discutindo o esporte educacional e suas vertentes. ............................................. 9
2.3 A realidade do esporte de rendimento e suas possibilidades. ........................... 12
3 PARÂMETROS TEÓRICO-METODOLÓGICOS.......................................... 14

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .............................................. 15

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 20

REFERENCIAS .................................................................................................. 21

ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (T. C. L. E.) ........ 22


ANEXO B – Questionário de Pesquisa…………………………………………24
6

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa é uma investigação sobre a influência do esporte de rendimento nas


aulas de Educação Física das escolas públicas do Ensino Médio do município de Feira
Grande, Estado de Alagoas. Tal interesse surge a partir da vivência enquanto acadêmica do
Curso Educação Física Licenciatura, da Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca
(UFAL/Arapiraca), a partir dos textos estudados em sala, nos deparamos com estudos de
como o esporte está sendo tratado atualmente nas escolas, surgindo assim uma necessidade de
conhecer mais a fundo sobre o trato com o conhecimento deste conteúdo na realidade das
escolas públicas do Ensino Médio de Feira Grande.
O esporte tanto pode contribuir para o desenvolvimento humano quanto pode
colaborar para a alienação dos sujeitos na sociedade capitalista em que vivemos. A divisão da
educação física e desporto tem como consequência a perda do caráter educativo da cultura
corporal. O desporto como conteúdo vem dominando a educação física mesmo sem
argumentos pedagógicos e sem argumentações científicas, resultando em problemas na
formação dos alunos, com a falta de tais argumentos. Possibilidades para alterar essa
prevalência de desporto é que o esporte seja tratado em temas ou com os conteúdos da cultura
corporal, sendo assim, se transformando em um bem cultural, também sendo prazeirosa a
forma de ser praticado e principalmente sendo praticado por todos.
O esporte com sua diversidade de conteúdos em conjunto com a cultura corporal é o
que se pretende conquistar na organização das aulas de Educação Física, que seja vivenciado
tanto pelo professor quanto pelo aluno de uma forma que agrade aos mesmos, que esteja
incluído na realidade social e cultural de cada um deles, que esse perfil hierárquico com
modelos para serem seguidos à risca seja deixado de lado e que se torne um bem cultural e
que seja assimilado como um direito para todos.
O esporte como conteúdo em algumas disciplinas do curso de Educação Física
Licenciatura, na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Campus Arapiraca, me
proporcionou experiências que no período colegial, como aluna, não tive a oportunidade de
conhecer como tive na Universidade. A proximidade com tal conteúdo foi maior e mais
ampla, de acordo com cada tema, seja individual ou coletivo.
Partindo destas circunstâncias esta pesquisa consiste no seguinte problema: Quais as
influências do esporte de rendimento para a Educação Física Escolar da rede pública do
Ensino Médio, do município de Feira Grande-AL, do 1° ao 3° ano do ensino médio?

6
7

A partir dessa problemática, foram construídos os seguintes objetivos: A) Geral:


estabelecer relações entre o trato com o conhecimento do esporte na escola e sua relação com
o esporte de rendimento. B) Específicos: 1) Caracterizar espaço, tempo e organização as aulas
de Educação Física tem na organização da escola; 2) Averiguar o processo de escolha do
conteúdo de seleção para as aulas de Educação Física e 3) Identificar o trato com o conteúdo
esporte na escola, a partir dos parâmetros do esporte de rendimento.
Apresentamos o referencial teórico, onde a primeira temática apresentada é a Reflexão
pedagógica sobre o trato do conhecimento Esporte, que aborda as idéias do Coletivo de
Autores (1992), sobre o que é a Educação Física, apresentando as suas temáticas e como o
conteúdo esporte se configurou ao longo do tempo, a influência do esporte no período do pós-
guerra e também sobre o surgimento dos movimentos renovadores como o Esporte Para
Todos.
Na segunda temática Discutindo o esporte educacional e suas vertentes, dialogamos
com Pires e Silveira (2007), em relação ao esporte educacional que na sua essência reproduzia
desigualdades e que era capitalista, que logo após foi se pensando em um esporte para a
escola que fosse transformador e socialmente justo.
E na terceira e última temática, apresentamos A realidade do esporte de rendimento
e suas possibilidades dos autores Marco Paulo Stigger e Hugo Lovisolo (2009) que discute o
esporte e sua caracterização hegemônica que não contribui para o combate da desigualdade
social e sim para o agravamento de tais características da sociedade atual, mas nos mostra
possibilidades para a mudança dessas características, trazendo adaptações à realidade social
utilizando os temas ou conteúdos da cultura corporal de forma prazerosa e que a vivência seja
para todos.
A pesquisa foi realizada através de um questionário semiestruturado, foi elaborado
com oito questões para os professores de Educação Física da rede pública de Feira Grande
responder. Para a análise de dados da pesquisa foram utilizadas as respostas do questionário
semiestruturado, criando categorias de análise com as respostas dos profissionais de acordo
com o que se questiona no problema da pesquisa, juntamente com o referencial teórico.
Concluindo assim, que seria necessária uma mudança no trato com o conteúdo esporte, que
esse conteúdo seja explorado, desmitificado e vivenciado para os alunos no decorrer das aulas
de Educação Física, sendo teoria ou prática.
8

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.2 Reflexão pedagógica sobre o trato do conhecimento Esporte

A Educação Física, segundo o Coletivo de Autores (1992, p. 33), é uma prática


pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais
como: jogo, esporte, dança, ginastica, formas estas que configuram uma área de conhecimento
que podemos chamar de cultura corporal.
As aulas de Educação Física surgem na escola da Europa no final do século XVII, na
forma cultural de jogos, ginástica, dança e equitação, nesse mesmo período de tempo, os
exercícios físicos entram em destaque na sociedade como um “construir” um novo homem,
passando a ser entendidos como “receita” e “remédio”. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.
34).
A educação física ministrada na escola começou a ser vista como um instrumento de
aprimoramento físico dos indivíduos e que “fortalecidos”, estariam mais aptos para contribuir
com a indústria nascente dos exércitos, assim como com a prosperidade da pátria.
O esporte determina dessa forma, o conteúdo de ensino da Educação Física, que
começou a estabelecer novas relações entre professor e aluno, passando de professor-instrutor
e aluno-recruta para a de professor-treinador e aluno-atleta. (COLETIVO DE AUTORES,
1992, p. 37).
Os princípios da racionalidade, eficiência e produtividade das determinações do
esporte, serviram para o reordenamento da Educação Física escolar, que também foram
utilizados no âmbito da pedagogia tecnicista que foi expandida no Brasil na década de 70, por
possuírem princípios idênticos, a identidade esportiva da Educação Física escolar é fortalecida
pela pedagogia tecnicista. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 37).
Surgem os movimentos “renovadores” na Educação Física nas décadas de 70 e 80,
destacando a “Psicomotricidade”, esses movimentos fazem parte do movimento “humanista”
na pedagogia, se caracterizam pela presença de princípios filosóficos em torno do ser
humano, sua identidade e valor, surgindo assim outra tendência ligada a esse movimento,
chamado Esporte Para Todos (EPT) que se caracteriza como movimento contrário ao esporte
de rendimento. É importante relatar que a concepção de Esporte Para Todos não se fez
presente em todas as manifestações desse movimento em nível nacional. Em relação ao EPT,
o Coletivo de Autores (1992) retrata que:
9

A corrente do Esporte Para Todos informada por essa nova antropologia


poderia ser situada também dentro do que Libâneo (1985: 25) denomina de
"tendência liberal não diretiva", na qual o "social" é entendido como uma
extensão do individual, ou seja, trata-se de desenvolver atitudes de
cooperação e solidariedade, a fim de inserir-se de maneira positiva no meio
social já dado. Deve-se reconhecer os limites a serem superados também
nessa concepção, limites estes que desconsideram os conflitos de classe,
onde interesses antagônicos se colocam no interior do processo educativo.
(COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 39).

A educação física como vimos, passou por mudanças na escola desde o início, foi
vista de diversas formas, e consequentemente o esporte se reconfigurou, surgiram as novas
relações entre professor e aluno, as características do esporte também serviram para uma
reorganização na Educação Física escolar, e foi criado o Esporte Para Todos com a inclusão
da psicomotricidade, sendo diferente do esporte de rendimento. No próximo tópico,
discutimos o esporte educacional e suas vertentes.

2.2 Discutindo o esporte educacional e suas vertentes.

Para esta discussão sobre o esporte educacional, começamos a partir de duas


suposições que são aparentemente contraditórias, mas devem ser entendidas como
complementares, entre a contradição e a complementaridade, a expressão “educacional”
existe nessas duas suposições distintas, porém, estabelece uma identidade. (PIRES e
SILVEIRA, 2007, p. 24).
A respeito da primeira tese, Pires e Silveira (2007) relata que:

1) Não existe um esporte educacional. Isto é, a tradicional classificação


triádica do esporte, que concebe manifestações de rendimento, de participação
e educacional (Tubino, 1992), é apenas uma produção abstrata. Como Valter
Bracht (1997), pensamos que há, na verdade, uma situação dual: o esporte que
visa o rendimento e o que é vivenciado no tempo livre, podendo existir ainda
uma sobreposição destes: um esporte de rendimento que é lazer enquanto
espetáculo assistido; ou seja, uma transformação do esporte em mercadoria a
ser 25 veiculada/comercializada pelos meios de comunicação de massa a
serviço da indústria cultural. O esporte educacional existe, portanto, apenas
como um produto da constante tensão entre estas duas manifestações2,
deslocando-se ora mais para uma, ora mais para a outra e, assim, sendo
construído e reconstruído cotidianamente nos ambientes educativos. (PIRES e
SILVEIRA, 2007, p. 24).

A segunda tese diz que toda a manifestação esportiva é, intencional ou não


intencionalmente, explicita ou de forma não explícita, educativa. Significa que sempre existe
10

um conjunto de valores, habilidades e aptidões, conhecimentos e condutas que são


aprendidos, consciente ou inconscientemente na relação que criamos com o esporte.

Assim, podemos sugerir, como Paulo Freire (1970), que também no esporte
escolar não existe uma pratica pedagógica que se constitua como neutra: ou
se educa para a libertação e fruição autônoma desta manifestação da cultura
de movimento, ou com certeza se estará educando para a domesticação e a
reprodução acrítica de valores, praticas, entendimentos a respeito do esporte.
(PIRES e SILVEIRA, 2007, p. 25).

Nos anos 80 a sociedade brasileira entrava na luta pela redemocratização do país, que
era governado pelos militares desde 1964, dentro desse grande movimento político e social, a
Educação Física teve o cuidado de identificar dentre as concepções e práticas pedagógicas
aquelas que pudessem ser consideradas favoráveis à doutrina política da ditadura militar.
O esporte praticado na escola passou a receber rótulos, na ótica da crítica marxista, ele
foi associado a prática de um esporte tradicional, sobre esse esporte Pires e Silveira (2007, p.
28) comentam a respeito, “um esporte que, na essência, reproduzia as desigualdades inerentes
ao modo capitalista de produção da vida humana, e se encontrava a serviço de elites como um
instrumento de dominação das classes subalternas...”.
Logo após, buscava-se pensar em outro esporte para a escola, um esporte que pudesse
ser transformador e socialmente justo, que desenvolvesse a consciência crítica e que não
tivesse características de alto rendimento, mas na falta de fundamentos conceituais e
metodológico que pudesse construir esse novo esporte, mas por conta da diferente realidade
social que já havia incorporado o esporte à identidade cultural do país, muitos dos professores
negaram o esporte na escola, mas havia justificativa conceitualmente fundamentada, segundo
Pires e Silveira (2007):

Se o esporte era criação da revolução industrial e, portanto, contemporâneo e


fruto do mesmo processo que havia gerado o modo de produção burguês
capitalista, então não tinha jeito, o esporte seria sempre capitalista;
compactuar com ele era fazer o jogo do capital, da direita, dos militares,
enfim, da ditadura! (PIRES e SILVEIRA, 2007, p. 28).

Com isso, surgiu um entendimento entre os intelectuais de esquerda da Educação


Física de que para se ter um contraponto era preciso um outro discurso, para fazer com que os
alicerces presentes naquele imaginário social balançassem, era preciso forçar a curvatura da
vara para o outro lado, na Educação Física a curvatura da vara foi o discurso da negação do
esporte na escola, porém, os resultados provocaram um certo estrago, a Educação Física
11

escolar passou de tecnicismo para o professor que se limita a entregar e a recolher a bola nas
aulas. Pires e Silveira (2007), relatam em seu texto que:

Inesperadamente, o desejado movimento de reflexão e ressignificação das


orientações do esporte praticado na escola produziu um vácuo no qual não se
teve competência para gerarmos uma outra perspectiva de esporte para o
âmbito educacional, resultando, em muitos casos, no conhecido “jogar uma
bolinha na aula de Educação Física! (PIRES e SILVEIRA, 2007, p. 30).

Retomando assim ao objetivo do esporte de transformar a escola numa fábrica de


atletas, desconsiderando tudo aquilo que a Educação Física tinha produzido nos últimos vinte
anos, porém, o fracasso que ocorreu em Sydney fez com que retomassem a discussão sobre a
obrigatoriedade da Educação Física escolar, com projetos governamentais de esporte no
âmbito escolar originados do Ministério do Esporte, tais projetos se prolongaram e
alcançaram o primeiro mandato do governo Lula. O esporte na escola tinha propósitos com
duplicidade na sua intervenção, que seria como prática assistencial e/ou de detecção de
talentos jovens, portanto o professor de Educação Física precisaria ter duas faces, uma que
tivesse uma concepção de esporte voltada para a reconstrução e a reapropriação crítica do
mesmo, e outra que envolve a farsa da inclusão social através do esporte, voltando seus
esforços para a formação de novos atletas. Esses dois estudos documentais, mostram a falta de
organização e definição da linha de ação governamental sobre políticas públicas do esporte,
que atenda a maioria de crianças e jovens que querem e tem o direito de acesso à cultura
esportiva, sem desigualdades e exclusões, principalmente no âmbito escolar. (PIRES e
SILVEIRA, 2007, p. 32-35).
A partir de um debate acadêmico entre um esporte (que acontece) na escola e um
esporte (que se constrói com a marca) da escola, que envolveu vários pensadores, teve
contribuições a oferecer para a fundamentação de práticas pedagógicas de esporte em
ambientes educacionais e que realmente fossem integradoras de uma formação cultural
baseada no esclarecimento e na cidadania emancipada. Para que esse esporte com
características educacionais no âmbito da escola seja realizado, é preciso que os agentes
estejam em condições efetivas de realizá-lo. Nas palavras de Pires e Silveira (2007):

Em outras palavras, não se faz esporte educacional, ou pelo menos não


esporte educacional formativo e emancipatório, sem que os professores de
Educação Física que atuam no cotidiano das instituições escolares,
universitárias e socioeducativas sejam reconhecidos, valorizados,
incentivados e apoiados. O que significa, segundo acreditamos, garantir-lhes
dignas condições materiais, de infraestrutura, de capacitação e, sobretudo, de
remuneração. (PIRES e SILVEIRA, 2007, p. 35).
12

Hoje o esporte é reconhecido como um elemento importante na rica cultura corporal


da nossa sociedade, Pires e Silveira (2007, p. 36) defendem que educar com/para o esporte
como formação cultural é tarefa e compromisso urgente da Educação Física, e implica
proporcionarmos aos alunos condições para a aquisição de chaves conceituais e técnicas para
a compreensão, apropriação e reconstrução das práticas e dos conhecimentos sobre esporte.

2.3 A realidade do esporte de rendimento e suas possibilidades.

Ao esporte com sua caracterização hegemônica na Educação Física, muitas vezes é


atribuido um falso poder de corrigir a desigualdade social, bem como a escola também não
tem esse poder. A escola e o esporte podem ser um exemplo de uma prática democrática, mas
não tem o poder de transformar sozinhos, a sociedade.

O desporto educacional vem sendo questionado porque, com a sua atual


caracterização hegemônica, não contribui para debelar a revoltante e
desumana desigualdade social e não está sintonizado com os anseios por
uma sociedade justa; pelo contrário, acentua e assegura desigualdades.
(STIGGER, LOVISOLO, 2009, p. 77).

A questão da divisão entre educação física e desporto, como consequência a perda do


caráter educativo da cultura corporal para favorecer o caráter do mercado, o desporto sendo
tratado como conteúdo e tendo domínio na educação física, sem ter argumentos pedagógicos e
sem argumentações cientificas, vem resultando problemas na formação de crianças e jovens.

A afirmação da supremacia e predominância do desporto sobre a educação


física, visível nas opções em tratar o desporto como conteúdo de ensino nas
escolas, sem dados e argumentações cientificas, pedagógicas e éticas sobre
essa supremacia, causa sérios problemas na formação das crianças e dos
jovens. (STIGGER, LOVISOLO, 2009, p. 83).

Possibilidades para essa prevalência de desporto não permanecer nas aulas de


Educação Física, é que seja tratado num conjunto de temas ou conteúdos da cultura corporal.
Saindo dessa hierarquia com seus modelos e regras, acrescentando com adaptações a
realidade social e cultural dos alunos, podendo assim ser praticado de forma prazerosa,
fazendo com que se transforme em um bem cultural, tendo vivências de sucesso para todos.

O que se busca é um esporte que sai da condição de conteúdo prioritário ou


exclusivo da organização das aulas, para ser tratado no âmbito de um
programa que contempla o amplo acervo de conteúdos ou temas da cultura
13

corporal, sem hierarquia. Um esporte que foge da ditadura dos gestos,


modelos e regras, que tem suas normas questionadas e é adaptado à
realidade social e cultural dos alunos. O esporte desmistificado porque
conhecido, praticado de forma prazerosa, com vivencias de sucesso para
todos. Um esporte adquirido como bem cultural, cuja pratica passa a ser
compreendida como direito. (STIGGER, LOVISOLO, 2009, p. 92).

A realidade do esporte de rendimento nos mostra a divisão entre a educação física e o


desporto, como vimos, o esporte sofre consequência de perda de caráter educativo e favorece
o caráter do mercado, que resulta em dificuldades na formação dos alunos, com isso surgem
as alternativas para que isso não aconteça, trazer inovações para o conteúdo esporte, que ele
seja vivenciado de forma agradável para todos e que todos possam participar tanto no
coletivo, quanto no individual.
14

3 PARÂMETROS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

A presente pesquisa tem caráter qualitativo, e foi realizada através de um questionário


composto por oito questões sobre as aulas de Educação Física, respondido pelos professores.
Em relação a pesquisa qualitativa, alguns autores pensando na pesquisa qualitativa de
natureza fenomenológica, expressam que ela não se preocupa em relação as causas e nem as
consequências dos fenômenos sociais, mas sim das características dos mesmos, já que sua
principal função é descrever.
Triviños (1928, p. 127), [...] apresenta cinco características fundamentais,
fundamentados em Bogdan, [...] sendo elas: 1) A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural
como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento-chave, 2) A pesquisa
qualitativa é descritiva, 3) Os pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo e
não simplesmente com os resultados e o produto, 4) Os pesquisadores qualitativos tendem a
analisar seus dados indutivamente e 5) O significado é a preocupação essencial na abordagem
qualitativa.
Na pesquisa qualitativa, de forma muito geral, segue-se a mesma rota ao
realizar uma investigação. Isto é, existe uma escolha de um assunto ou
problema, uma coleta e análise das informações. É indispensável, não
obstante isso, fazer alguns esclarecimentos importantes. (TRIVIÑOS, 1928,
p.131).

A pesquisa qualitativa é uma pesquisa que leva a um meio de averiguação, onde é


composta por algum tema ou problema, a coleta e em seguida as análises, a entrevista
semiestruturada, como citado é uns dos principais métodos para esse tipo de pesquisa, para
esse tipo de entrevista normalmente é utilizado um questionário básico, e é através dele que a
análise é realizada. No tópico a seguir, segue a análise e a interpretação dos dados.
15

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Apresentamos a análise e interpretação dos dados que se deu a partir da entrevista


semiestruturada, com seu questionário composto por oito questões e suas respectivas
respostas, organizada em quadros para melhor entendermos o que foi coletado. Nos quadros
são utilizadas categorias que apontam a possibilidade de análise a partir da problemática
sugerida. Em cada quadro demonstramos cada categoria, o quadro 1 mostra a primeira
categoria: “Estrutura, tempo e organização das aulas”, o quadro 2 nos traz a segunda
categoria: “Seleção do conhecimento”, e no quadro 3 é apontada a categoria: “Trato do
conhecimento”. A análise foi realizada e fundamentada com base no nosso referencial teórico.

Quadro 1 - Estrutura, tempo e organização das aulas.

Questões Respostas
1. Qual espaço físico é “Na sala de aula, rua ou outro espaço disponível e ginásio
utilizado para as aulas poliesportivo do município.”
de Educação Física na
organização da escola?

2. Em qual(is) horário(s) “No horário regular e contra turno.”


ocorre(m) as aulas de
Educação Física?

3. Como são organizadas “As aulas são planejadas de acordo com a realidade
as aulas de Educação sociocultural dos alunos e implantadas no início do ano letivo
Física? do PPP da escola, neste sentido, são incluindo os conteúdos,
tais como: conhecimentos sobre o corpo; esportes; danças;
jogos e ginasticas. Sendo assim, previamente é realizado um
diagnóstico e logo após é iniciado o planejamento levando em
consideração o nível de aprendizagem dos alunos.”
Fonte: A autora (2019).

Nesta categoria, a partir das respostas dadas pelo professor, podemos observar que a
estrutura utilizada pelo professor nas aulas práticas, tem influência no conteúdo esporte, pois
as opções disponibilizadas para esse tipo de aula juntamente com a escolha da organização
das aulas e o horário de contra turno, nos remete a pensar na possibilidade de ser um espaço
fora da escola, o ginásio poliesportivo, por exemplo, é um local em que a escola oferece, que
já é de grande influência, pois, é um espaço que se pratica o esporte. O conteúdo esporte é o
16

mais trabalhado nas aulas, pois é um conteúdo em que os alunos já tem uma vivência fora da
escola, e como consequência uma aproximação maior.
Diante desse leque de conteúdos citados pelo professor, o esporte aparece em
evidência nas aulas, pois é um dos conteúdos que a maioria dos alunos já vivenciam fora da
escola, como já dito, em sua realidade sociocultural, e por já fazer da realidade da maioria dos
alunos, se torna o mais praticado nas aulas, e como consequência o esporte se volta para a sua
caracterização hegemônica, que não transforma a escola e nem a sociedade, mas que contribui
para a desigualdade social, que não coopera para uma sociedade justa, tanto nas aulas de
Educação Física, quanto fora delas, pois na maioria das vezes apenas alunos que se destacam
nesse conteúdo, tem a maior participação e o maior reconhecimento dos professores e da
sociedade, do que aqueles alunos que não tem tanta aproximação e que não praticam tão bem
quanto esses outros, esses acontecimentos são vistos dentro e fora da escola ao praticar tal
conteúdo.
O ensino do esporte é um patrimônio cultural. E hoje em dia é um dever da escola
garantir o acesso de todos os alunos a ele, pois, temos que proporcionar aos alunos um olhar
diferenciado, uma reconstrução dos conhecimentos sobre o mesmo.

Quadro 2 – Seleção do conhecimento.

Questões Respostas
4. Como é feita a seleção dos “Os conteúdos são selecionados de acordo com o contexto histórico
conteúdos para o cultural da cidade e vivencias motoras dos alunos.”
planejamento da disciplina
de Educação Física?

5. Quais os critérios para a “Através de uma avaliação das possibilidades apresentadas no


seleção dos conteúdos das ambiente escolar, conhecimentos, necessidades e interesses dos
aulas de Educação Física? alunos.”

6. Todos os alunos são “Em relação as aulas no período regular são participativos. Porém
participativos nas aulas de em relação as aulas realizadas no contra turno, apenas uma pequena
Educação Física? Caso parte da sala participa, devido a uma dificuldade de locomoção, já
não, o que eles fazem que a maioria do alunado reside em zona rural, e não se dispõe de
nesse horário de atividades transporte neste horário, para se fazer presente na aula prática.”
eminentemente práticas?

Fonte: A autora (2019).


17

Nesta segunda categoria, analisamos o processo de escolha do conteúdo para as aulas,


já tivemos uma noção sobre essa seleção de conteúdo na categoria 1, em relação a
organização das aulas. Portanto, na categoria 2, de acordo com as repostas do professor, os
conteúdos são selecionados conforme o contexto histórico cultural da cidade e vivências
motoras dos alunos, e juntamente com os critérios de seleção para os conteúdos relatados, vai
de acordo com as possibilidades apresentadas no ambiente escolar, conhecimentos,
necessidades e interesses dos alunos. Essas possibilidades e interesses dos alunos, nos leva ao
esporte novamente como conteúdo mais visto, pois é o conteúdo que já existe na realidade da
maioria dos alunos fora da escola, na cultura da cidade, e consequentemente também dentro
da escola, nas aulas de Educação Física.
A seleção de conteúdo nos mostra a influência do esporte de rendimento nas aulas,
pois o conteúdo esporte é presente na cultura e praticado na sociedade, sendo que na escola
esse conteúdo vai ser tratado com fundamentos e técnicas, transformando assim a escola
como um meio de aperfeiçoamento desses alunos, resultando para o alto rendimento e quem
sabe assim se tornar um atleta futuramente. Essa dominância do conteúdo esporte, vem desde
o princípio, pois, sabemos que a Educação Física e a instituição escolar, passou por mudanças
no período pós Segunda Guerra Mundial e o fim da ditadura do Estado Novo no Brasil, e o
esporte no decorrer dessas mudanças, se tornou um ponto principal, é através dele que se
estabelece uma relação entre aluno e professor. Desde então o esporte vem como conteúdo
dominante nas aulas de Educação Física, e como consequência, o esporte de rendimento.
Como vimos, a seleção desses conteúdos demonstra a força do esporte de rendimento para as
aulas de Educação Física na escola, pois é o conteúdo mais visto e é o que se busca o
aperfeiçoamento através do alto rendimento.
A questão sobre a participação dos alunos nas aulas, o professor relata que os alunos
são participativos nas aulas do período regular, mas no contra turno, em outro local que não
seria a escola, apenas uma parte da sala participa, fazendo com que a formação desses alunos
que não participam dessas aulas não seja tão completa quanto aos que comparecem aos dois
tipos de aulas.
Sugestões para que isso não aconteça, o professor deve se organizar de forma que leve
todos os seus alunos para as aulas fora da escola, solicitando a escola um transporte escolar
para transitar com os mesmos no contra turno, com essa iniciativa e assegurando os alunos
esse meio de transporte, as aulas no contra turno se tornam como as do período regular,
praticadas por todos, tendo a totalidade de aproveitamento do conteúdo.
18

Quadro 3 – Trato com o conhecimento.


Perguntas Respostas
7. B) Como é o trato deste “Durante as aulas práticas são tratadas através do
conteúdo nas aulas desenvolvimento de fundamentos técnicos e táticos e nas
práticas e/ou teóricas? aulas teóricas são apresentadas históricos e regras. Aulas
práticas fora da escola no ginásio poliesportivo do município
ou outro espaço disponível e as aulas teóricas na sala de aula
da escola.”
7. C) Como você avalia “São avaliados observando o desenvolvimento cognitivo,
seus alunos quando é afetivo e motor.”
trabalhado o conteúdo
Esporte?

8. Os alunos da Educação “Sim.”


Física participam de
competições?

8. A) Se sim, quais? “Apenas em jogos internos escolares.”

8. B) Como a escola se “A escola junto com os professores de Educação Física,


organiza para esta grêmio estudantil e equipe diretiva organiza os jogos
participação? seguindo as regras de um regulamento pré-estabelecido no
PPP. Neste as modalidades são inseridas através dos
esportes que foram trabalhados durante as aulas realizadas
no ano letivo.”
8. D) Quantos alunos são “Não tenho quantidade exata, porém uma média de 80% dos
envolvidos? alunos da escola são envolvidos, pois são elencadas
atribuições para tal e diversas possibilidades para aqueles
que não pretendem participar das modalidades esportivas
propostas no jogos.”
8. F) Como é a participação “Na Educação Física, durante os jogos internos os alunos
da Educação Física? são convocados a participar de apresentações de danças ou
atividades rítmicas e expressivas, atletismo (corrida),
ciclismo (passeio), ginastica geral, cross fit, xadrez e
esportes coletivos tais como futsal e handebol. Existindo
assim uma ampla possibilidade de interação para todos, além
disso, os que não tiverem intensão de participar dessas
modalidades, são apresentadas outras propostas como fazer
parte da organização dos jogos em atribuições que ocorrem
durante o evento.”
Fonte: A autora (2019).
19

Trato com o conhecimento, podemos perceber que ocorre uma quebra na participação
dos alunos nas aulas teóricas e práticas, pois nas teóricas toda a sala participa, e nas práticas
por serem vivenciadas em outro local que não seja a escola, ocorre uma negação do
conhecimento para uma parte da turma, que é imprescindível para todos, outra questão que
complementa esse pensamento, é a questão em relação de como é feita a avaliação dos alunos,
o professor responde que os alunos são avaliados observando o desenvolvimento cognitivo,
afetivo e motor, uma reflexão importante é que, sabendo que uma parte da sala não tem a
vivencia completa do conteúdo (aulas práticas), e esse fato não é levado em conta na hora da
avaliação do professor.
Em relação as competições, o professor responde que os alunos participam de jogos
internos escolares, e que são organizados de acordo com o que foi trabalhado durante o ano
letivo e que já estaria inserido no regulamento do Projeto Político Pedagógico. Na questão
sobre quantos alunos são envolvidos, a resposta é de que não se tem a quantidade exata, mas
seria mais da metade da escola envolvida nos jogos, pois mesmo que alguns alunos não
participem das modalidades esportivas propostas nos jogos, esses alunos estariam elencados
em outras atribuições e em diversas possibilidades para os mesmos.
A questão aqui é que grande parte dos alunos não acessam o esporte e outros
elementos da educação física porque ele é focado no alto rendimento, só os melhores
participam e praticam efetivamente, restando aos outros, apenas uma participação menor, sem
protagonismo.
Dessa forma, o trato do conhecimento é visto como o esporte que acontece na escola,
seriam as aulas teóricas de Educação Física em sala de aula com todos os alunos
participativos e um esporte que se constrói com a marca da escola através dos jogos internos
escolares, no qual só é visto quem participa e pratica as modalidades dos jogos. Para mudar
essa realidade, vários pensadores se envolveram em um debate acadêmico para que se fosse
pensado em um esporte que fosse fundamentado em práticas pedagógicas em ambientes
educacionais e que realmente fossem integradoras de uma formação cultural. Pires & Silveira
(2007, p. 35) relatam que para que o esporte educacional exista, os professores de Educação
Física que atuam no cotidiano sejam reconhecidos e apoiados, assegurando dignas condições
de trabalhos e remuneração.
20

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do presente estudo foi possível analisar, as influências do esporte de


rendimento para a Educação Física Escolar da rede pública do ensino médio do município de
Feira Grande – AL, do 1º ao 3º ano. A partir dessa problemática, objetivos foram traçados,
buscamos no geral estabelecer relações entre o trato com o conhecimento do esporte na escola
e sua relação com o esporte de rendimento, e com os obejtivos específicos, caracterizar qual
o espaço, tempo e organização as aulas de Educação Física tem na organização da escola,
analisar o processo de escolha do conteúdo de seleção para as aulas de Educação Física e
analisar o trato com o conteúdo esporte na escola, a partir dos parâmetros do esporte de
rendimento.
O conteudo esporte nas aulas de Educação Física está sendo reproduzido nas escolas,
com características de rendimento, se tornando um meio de gerar rendimentos de valores, que
só tem a crescer ao longo do tempo de acordo com o desempenho desse esporte de
rendimento.
Concluimos que temos possibilidades e meios para a mudança desse desporto que
prevalece. Seria um esporte que não desenvolvesse a desigualdade social, que seja vivenciado
em toda cultura corporal que a Educação Física nos oferece, que tenhamos a desenvoltura de
realizar tanto a prática como a teoria que devem andar sempre juntas de uma forma prazerosa
entre alunos e professores, que ele não seja tratado como rendimento, como uma forma de
diferenciar um dos outros e como consequência se obtenha a visão capitalista de um meio
para se conseguir bens materias que a mídia oferece, que o esporte não seja uma forma de
excluir pessoas que não tem as mesmas habilidades que as outras. Que o esporte seja um
conteúdo que transforme pessoas em pessoas melhores tanto para si mesmo quanto para a
sociedade, que seja uma forma de união e harmonia para todos.
21

REFERENCIAS

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez,


1992. Disponível em: https://lepelufal.files.wordpress.com/2010/11/metodologia-do-ensino-
de-educac3a7c3a3o-fc3adsica.pdf . Acesso em: 10 mar. 2015.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.


STIGGER, Marco Paulo; LOVISOLO, Hugo (Org.). Esporte de rendimento e esporte na
escola. Campinas, SP: Autores Associados, 2009. (Coleção Educação Física e Esportes)
PIRES, Giovani de Lorenzi; SILVEIRA, Juliano. Esporte educacional existe?: tarefa e
compromisso da educação física com o esporte na escola. In: SILVA, Mauricio Roberto
(Org.) Esporte, educação, estado e sociedade. Chapecó: Argus, 2007. p. 23-38.
TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa
qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
22

ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (T. C. L. E.)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


CAMPUS ARAPIRACA

O esporte de rendimento nas escolas públicas de Feira Grande – AL.

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (T. C. L. E.)

“O respeito devido à dignidade humana exige que


toda pesquisa se processe após consentimento livre e
esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por
si e/ou por seus representantes legais manifestem a
sua anuência à participação na pesquisa.” (Resolução
nº 196/96 –IV, Conselho Nacional de Saúde)

Eu, ..........................................................................................................................., tendo sido


convidad(o,a) a participar como voluntári(o,a) do estudo: O esporte de rendimento nas escolas
públicas de Feira Grande – AL., recebi da acadêmica LARISSA CRISTINA LIRA SANTOS e do
Profº Ms. AILTON COTRIM PRATES, da Universidade Federal de Alagoas - campus Arapiraca,
integrantes da equipe de pesquisa, as seguintes informações que me fizeram entender sem dificuldades
e sem dúvidas os seguintes aspectos:

Que o estudo se destina ao esporte de rendimento nas escolas públicas de Feira Grande –
AL.
Que a importância deste estudo é de saber como é o conhecimento do esporte nas aulas de
Educação Física na rede pública do 1º ano ao 3º ano do ensino médio do município de Feira
Grande – AL.
Que os resultados que se desejam alcançar são os seguintes: conhecer, identificar e
analisar o conhecimento do esporte nas aulas de Educação Física na rede pública do 1º ano ao 3º
ano do ensino médio do município de Feira Grande – AL.
Que esse estudo começará em 2018 e terminará no mesmo ano.
Que o estudo será feito através de uma entrevista semiestruturada, através de questionário
aos professores de Educação Física, efetivos, dessa unidade escolar.
Que não há outros meios conhecidos para se obter os mesmos resultados.
Que não existem riscos à minha saúde física, nem mental são.
Que os possíveis riscos à minha saúde física e mental são: nenhum.
Que não terei nenhum tipo de indenização por participar da pesquisa, porém poderei
esclarecer minhas dúvidas, já que terei os telefones dos responsáveis.
Que os benefícios que deverei esperar com a minha participação, mesmo que não
diretamente são: a contribuição de um levantamento de dados na escola e na cidade com este
estudo em relação ao conhecimento esporte me acrescentando como professor e com isso
identificar uma realidade que é minha e que pode ajudar no meu trabalho .
23

 Que, sempre que desejar, serão fornecidos esclarecimentos sobre cada uma das etapas do
estudo.

Que, a qualquer momento, eu poderei recusar a continuar participando do estudo e,


também, que eu poderei retirar este meu consentimento, sem que isso me traga qualquer
penalidade ou prejuízo.
Que as informações conseguidas através da minha participação não permitirão a
identificação da minha pessoa e das minhas atividades, métodos e aulas, exceto aos
responsáveis pelo estudo, e que a divulgação das mencionadas informações só será feita entre
os profissionais estudiosos do assunto.
 Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a
minha participação no mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das minhas
responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que a minha participação implica, concordo em
dele participar e eu DOU O MEU CONSENTIMENTO SEM QUE PARA ISSO EU TENHA
SIDO FORÇADO OU OBRIGADO.

Endereço d(o,a) participante-voluntári(o,a)


Domicílio: (rua, praça, conjunto):
Bloco: /Nº: /Complemento:
Bairro: /CEP/Cidade: /Telefone:
Ponto de referência:

Contato de urgência.
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas
Prédio da Reitoria, sala do COC, Campus A.C. Simões, Cidade Universitária
Telefone: 3214-1041

Endereço do responsável pela pesquisa (OBRIGATÓRIO):


Nome: Ailton Cotrim Prates
Instituição: Universidade Federal de Alagoas
Endereço: Av. Manoel Severino Barbosa, s/n, CEP.:57309-005, Bairro Bom Sucesso, Arapiraca – AL, Rodovia
AL 115, Km 6,5. Telefone: (82) 9 9654-0917

Nome: Larissa Cristina Lira Santos


Instituição: Universidade Federal de Alagoas
Endereço: Rua Nova, nº 204, CEP: 57340-000, centro, Feira Grande – AL.
Telefone: (82) 9 81338986

ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua participação no estudo,
dirija-se ao: Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas: Prédio da Reitoria, sala do
C.O.C. , Campus A. C. Simões, Cidade Universitária, Telefone: 3214-1041

Feira Grande – AL, _____ de _____________de 2018,

(Assinatura ou impressão datiloscópica Ailton Cotrin Prates


d(o,a) voluntári(o,a) ou responsável legal Professor Assistente – UFAL/Arapiraca
- Rubricar as demais folhas) Mestre em Educação – UFBA
SIAPE:
24

ANEXO B – Questionário de Pesquisa

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


CAMPUS ARAPIRACA

INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO


1. Antes de iniciar o preenchimento deste questionário, leia com atenção e compreenda o sentido
de cada pergunta. Em caso de dúvida procure esclarecimentos com o pesquisador.
2. O questionário não se refere à sua atuação como professor.
3. Não use siglas ou abreviaturas.
4. Responda a todas as perguntas. Se algumas delas não se aplicarem ao seu cargo, escreva “não
aplicável”.
5. Caso os espaços destinados às respostas não sejam suficientes, utilize folhas suplementares.
Os itens respondidos nesses anexos devem ter os números correspondentes aos do
questionário.

Questionário de Pesquisa

Entrevistado:
Nome: Paulo André Bezerra de Alencar
Data de nascimento: 17/10/1980

Formação profissional:
Ensino médio: ( )
Ensino superior incompleto: ( )
Curso de graduação: Educação Física, Licenciatura Plena
Instituição: Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Ano de início: 2005
Ano de conclusão: 2011
Semestre em curso (para caso de superior incompleto): ________________________

Atuação profissional:
Ano de início na Educação Básica: 12 anos.
Ano de início de ensino na Escola pesquisada: 6 anos.
25

Entrevista
1. Qual espaço físico é utilizado para as aulas de Educação Física na organização da
escola?
Resp.: Na sala de aula, rua ou outro espaço disponível e ginásio poliesportivo do município.

2. Em qual(is) horário(s) ocorre(m) as aulas de Educação Física?


Resp.: No horário regular e contra turno.

3. Como são organizadas as aulas de Educação Física?


Resp.: As aulas são planejadas de acordo com a realidade sociocultural dos alunos e
implantadas no início do ano letivo do PPP da escola, neste sentido, são incluindo os
conteúdos, tais como: conhecimentos sobre o corpo; esportes; danças; jogos e ginasticas.
Sendo assim, previamente é realizado um diagnóstico e logo após é iniciado o planejamento
levando em consideração o nível de aprendizagem dos alunos.

4. Como é feita a seleção dos conteúdos para o planejamento da disciplina de


Educação Física?
Resp.: Os conteúdos são selecionados de acordo com o contexto histórico cultural da cidade
e vivencias motoras dos alunos.

5. Quais os critérios para a seleção dos conteúdos das aulas de Educação Física?
Resp.: Através de uma avaliação das possibilidades apresentadas no ambiente escolar,
conhecimentos, necessidades e interesses dos alunos.

6. Todos os alunos são participativos nas aulas de Educação Física? Caso não, o que
eles fazem nesse horário de atividades eminentemente práticas?
Resp.: Em relação as aulas no período regular são participativos. Porém em relação as aulas
realizadas no contra turno, apenas uma pequena parte da sala participa, devido a uma
dificuldade de locomoção, já que a maioria do alunado reside em zona rural, e não se dispõe
de transporte neste horário, para se fazer presente na aula prática que seria em outro local,
não sendo a escola.

7. O conteúdo esporte é tratado nas aulas de Educação Física?


Sim: ( X ) Não: ( )

A) Se sim, o esporte é lecionado em aulas práticas ou teóricas?


26

Resp.: SIM, Práticas e teóricas.

B) Como é o trato deste conteúdo nas aulas práticas e/ou teóricas?

Resp.: Durante as aulas práticas são tratadas através do desenvolvimento de fundamentos


técnicos e táticos e nas aulas teóricas são apresentadas históricos e regras. Aulas práticas
fora da escola no ginásio poliesportivo do município ou outro espaço disponível e as aulas
teóricas na sala de aula da escola.

C) Como você avalia seus alunos quando é trabalhado o conteúdo Esporte?

Resp.: São avaliados observando o desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor.

D) Em quais modalidades este conteúdo é vivenciado?

Resp.: Futsal, handebol, ginastica, ciclismo, atletismo (corridas).

8. Os alunos da Educação Física participam de competições?


Sim ( X ) Não ( )

A) Se sim, quais?

Resp.: Apenas em jogos internos escolares.

B) Como a escola se organiza para esta participação?

Resp.: A escola junto com os professores de Educação Física, grêmio estudantil e equipe
diretiva organiza os jogos seguindo as regras de um regulamento pré-estabelecido no PPP.
Neste as modalidades são inseridas através dos esportes que foram trabalhados durante as
aulas realizadas no ano letivo.

C) Quanto tempo toma do ano letivo?

Resp.: Geralmente os jogos tomam o tempo de uma semana para realização, e para
organização em torno de um mês.

D) Quantos alunos são envolvidos?

Resp.: Não tenho quantidade exata, porém uma média de 80% dos alunos da escola são
27

envolvidos, pois são elencadas atribuições para tal e diversas possibilidades para aqueles
que não pretendem participar das modalidades esportivas propostas no jogos.

E) Quais as disciplinas são envolvidas?

Resp.: Apesar do convite, nenhuma disciplina se envolve no evento.

F) Como é a participação da Educação Física?

Resp.: Na Educação Física, durante os jogos internos os alunos são convocados a participar
de apresentações de danças ou atividades rítmicas e expressivas, atletismo (corrida),
ciclismo (passeio), ginastica geral, cross fit, xadrez e esportes coletivos tais como futsal e
handebol. Existindo assim uma ampla possibilidade de interação para todos, além disso, os
que não tiverem intensão de participar dessas modalidades, são apresentadas outras
propostas como fazer parte da organização dos jogos em atribuições que ocorrem durante o
evento.

Você também pode gostar