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UNIVERSIDADE PARANAENSE- UNIPAR

Umuarama – Toledo – Guaíra – Paranavaí – Cianorte – Cascavel – Francisco Beltrão


TRABALHO DE FINALIZAÇÃO DE CURSO EM ENGENHARIA CIVIL 2020

ÍNDICE DE GRAVIDADE GLOBAL E ÍNDICE DE CONDIÇÃO DO PAVIMENTO: ANÁLISE


COMPARATIVA ENTRE OS MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DA SUPERFÍCIE
DE PAVIMENTOS

Gustavo João1
Leila Matos de Souza2
Andre Kazuhiro Shiotami3

RESUMO: Entre os métodos de avaliação superficial de um pavimento, o Índice de Gravidade Global (IGG)
e o Índice de Condição do Pavimento (Pavement Condition Index - PCI), fazem à avaliação numérica das
condições superficiais do pavimento. Nesse sentindo, com o objetivo de avaliar um trecho pavimentado da
cidade de Querência do Norte - PR, o apresente estudo, propõe realizar uma análise comparativa entre os
índices, após uma aplicação experimental. Logo, foi possível constatar que ambos índices permitem à
avaliação superficial da condição do pavimento, porém o PCI se apresenta superior com relação ao IGG, em
função de possuir maior detalhamento de avaliação de cada patologia encontrada.

PALAVRAS-CHAVE: Pavimento; Métodos de avaliação; Condição do Pavimento.

ABSTRACT: Among the methods of surface evaluation of a pavement, the Global Gravity Index (IGG) and
the Pavement Condition Index (PCI), make the numerical evaluation of the surface conditions of the
pavement. In this sense, to evaluate a paved section of the city of Querência do Norte - PR, the present study,
proposed to carry out a comparative analysis between the indexes, after an experimental application.

1
Gustavo João, Universidade Paranaense – Unipar, Campus Paranavaí, Curso de Engenharia Civil, gustavo.joao@edu.unipar.br.
2
Leila Matos de Souza, Universidade Paranaense – Unipar, Campus Paranavaí, Curso de Engenharia Civil,
leila.souza.85@edu.unipar.br.
3
Prof. Me. Andre Kazuhiro Shiotani, Universidade Paranaense – Unipar, campus Paranavaí, Curso de Engenharia Civil,
andreks@prof.unipar.br.

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Therefore, it was possible to verify that both indexes allow a superficial assessment of the condition of the
pavement, however the PCI is superior in relation to the IGG, due to having greater evaluation details for
each pathology found.

KEYWORDS: Pavement; Assessment methods; Pavement condition.

1 INTRODUÇÃO
Para permitir o acesso e locomoção de pessoas e veículos, a pavimentação tem como objetivo facilitar
esse processo, garantindo maior conforto e segurança. Sendo o pavimento um importante elemento estrutural
para o acesso. Smith et. al. (1996 apud ALMEIDA, 2019) destaca a suavidade como fator primordial para a
qualidade da pavimentação. Assim, a manutenção tem como papel manter a qualidade do pavimento.
No entanto, não raramente, são observadas pavimentações com degradações. Com isso, o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) regulamenta as avaliações das superfícies
com o uso da norma DNIT 006/2003, por meio de uma metodologia objetiva para avaliação dos pavimentos
semirrígidos e flexíveis.
Entre os esforços para avaliação e mantimento da qualidade da pavimentação, algumas metodologias
baseadas em índices numéricos avaliativos propõem avaliar a qualidade do pavimento baseada na aquisição
de dados sobre sua condição superficial.
A vista disso, pode-se observar que entre esses índices avaliativos, o Índice de Gravidade Global
(IGG) e Índice da Condição do Pavimento (Pavement Condition Index - PCI) possuem maior utilização, o
queal cumpre a finalidade de fazer uma avaliação numérica da condição do pavimento.
O IGG teve sua criação para a avaliação da condição superficial de vias pavimentadas e no Brasil sua
utilização é denominada de avaliação objetiva da superfície de pavimentos semirrígidos e flexíveis,
regulamentado pela norma DNIT 006/2003 (PÁEZ, 2015).
Já o PCI foi desenvolvido devido a necessidade que os espaços aeroportuárias tinham em avaliar as
condições físicas das vias pavimentadas de pouso. Visto sua funcionalidade, o índice passou a ser utilizado
também para fazer avaliação da condição dos pavimentos das rodovias (SHAHIN, 1994 apud PAÉZ; LOPES;
JÚNIOR, 2015). A norma regulamentadora do índice é a ASTM D 6433-07. Nessa, são estabelecidas as

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condições necessárias para aplicação do índice numérico para avaliação superficial de pavimentos (ASTM,
2007).
No Brasil, é possível perceber que as pesquisas que objetivam avaliar as condições de pavimentos
baseiam-se principalmente no IGG, observando que de maneira comparativa, poucas são as pesquisas
existentes que os avaliam.
Ainda que o IGG seja mais utilizado no Brasil, quando comparado ao PCI, acredita-se que esse índice
seja menos eficiente. O fato se da pela capacidade do PCI em avaliar cada patologia do trecho pavimentado
de maneira individual, levatando e calculando seu grau de severidade uma a uma. Já o IGG por fazer uma
avaliação geral, não permite uma análise mais detalhada e precisa.
Por essa razão, quando se almeja avaliar a condição do pavimento baseado nos dois índices e ainda
realizar análise comparativa entre esses, intefere que a escolha por uma via que possua maior tráfego e
incidência de patologias, permite uma melhor aplicação e avaliação. Nessa toada, o local de estudo escolhido
para esse experimento possibilitará que o objetivo proposto seja alcançado.
Diante do exposto, essa pesquisa tem como objetivo propor uma análise comparativa entre dois
índices de avaliação da condição do pavimento, utilizando como objeto de estudo um trecho pavimentado da
Rua Osvaldo Bertozzi, no centro urbano da cidade de Querência do Norte no Estado do Paraná. Posto que,
previamente é possível identificar nessa localidade a existência de patologias em suas pavimentações.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.1 Pavimentação e patologias


De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, a pavimentação é formada
por camadas, sobre um terreno natural ou terraplanado, caracterizado como supleito. Como forma de proteger
os pavimentos das condições climáticas e do tráfego, as camadas das pavimentações são constituídas de
materiais que possuem variadas resistências e deformidades (DNIT, 2003).
Para que possa existir pavimentações é de extrema importância uma infraestrutura. À vista disso, para
que essa seja eficiente e eficaz em sua utilidade, é preciso sua preservação e manutenção, uma vez que as

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ações climáticas e utilização provocam seu desgaste. Para Girardi et al. (2018) as infraestruturas são
indispensáveis para a humanidade, auxiliando no desenvolvimento cultural, econômico e social.
Nesse caso, a importância de uma pavimentação se dá em sua capacidade de reduzir os custos gerados
pelo transporte, a interligação com outras localidades e qualidade e facilidade no deslocamento (MOTTA,
2005). Todavia, com a sua utilização e desgaste, algumas patologias surgem nesse processo. De acordo com
Maia (2012) elas são divididas entre deformação, degradação da camada de desgaste, fendilhamento e
movimento dos materiais.
Entre as distintas patologias nas pavimentações existem os buracos, ondulações, desgaste, remendo,
escorregamento, trincas transversais curtas ou longas e trincas em bloco.

Figura 1: Buraco de alta gravidade. Figura 2: Ondulação de alta gravidade.


Fonte: ASTM (2007). Fonte: ASTM (2007).

Figura 3: Desgaste. Figura 4: Escorregamento. Figura 4: Trinca isolada.


Fonte: DNIT (2003). Fonte: DNIT (2003). Fonte: DNIT (2003).

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Buracos ou panelas provocam no revestimento um buraco que pode alcançar as camadas inferiores
do pavimento, provocando seu desgaste e degradação. Ondulações assim como expressa seu nome ocasiona
ondulações na superfície da pavimentação (DNIT, 2003).
O desgaste é ocasionado em função do esforço tangencial devido ao tráfego, o que gera aspereza no
pavimento. Já o remendo se refere ao preenchimento de uma ou mais camadas do pavimento nas operações
tapa-buraco. O escorregamento é o deslocamento no revestimento com relação a camada subjacente do
pavimento, acarretando no aparecimento de fendas em forma de meia lua (DNIT, 2003).
A trinca isolada apresenta direção ortogonal ao eixo da via, quando possui extensão de até 100 cm é
classificada como trinca transversal curta e, com extensão superior a 100 cm como trinca transversal longa.
Já as trincas em bloco são interligadas pela configuração de blocos formados por lados definidos,
apresentando ou não erosão acentuada nas bordas (DNIT, 2003).
Essas patologias quando não corrigidas ou feita sua manutenção, prejudica o tráfego em baixo, médio
ou alto nível, tanto com questões relacionadas ao deslocamento e acesso dos usuários, quanto pelo risco de
provocar acidentes.

2.1.2 Índice de Gravidade Global


Segundo Almeida et al. (2019) o Índice de Gravidade Global avalia de forma direta os pavimentos
semirrígidos e flexíveis, classificando sua condição visual, podendo dessa maneira classificar sua condição
estrutural. Logo, no processo de classificação e avaliação da estrutura pavimentada é, por meio da
identificação de suas patologias que se classifica e avalia sua condição (VIEIRA, et al., 2019). Nessa
perspectiva, compreende-se que o IGG tem como objetivo identificar as condições físicas de uma
pavimentação, o qual, os resultados poderão ser utilizados para identificação de necessidade de manutenção
ou não.
Tendo função de calcular os parâmetros de avaliação identificados no processo de inventário das
condições de decomposição do pavimento, são coletadas amostras, após a definição das estações. As estações
definidas devem ter um distanciamento entre elas, para que então possa ser executado o levantamento das
informações e cálculo das condições do pavimento (ALMEIDA, et al., 2019).

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Com a definição das estações para o experimento amostral, são levantadas algumas características na
área delimitada que, permitem avaliar as condições do pavimento e o cálculo do índice por meio da equação
1.

𝐼𝐺𝐼 = 𝑓𝑟 𝑓𝑝 (1)
onde:
fr = frequência relativa;
fp = fator de ponderação.

O cálculo dos afundamentos em trilha de roda considera a média F dos afundamentos e a média FV
das variâncias das flechas com base nas equações 2 e 3.

𝑗 𝑗
∑𝑖 𝐹𝑅𝐸+ ∑𝑖 𝐹𝑅𝐼
𝐹=( ) (2)
2

𝐹𝑅𝐸𝑉 + 𝐹𝑅𝐼𝑉
𝐹𝑉 = ( ) (3)
2

onde:
FRE = flecha na trilha externa em milímetros de cada uma das áreas;
FRI = flecha na trilha interna em milímetros de cada uma das áreas;
i e j = primeira e última área do segmento, respectivamente;
F = média aritmética da média das flechas na trilha externa e da média das flechas na trilha interna
do segmento;
FREv = variância das flechas medidas na trilha externa do segmento, considerando todas as áreas de
i a j;
FRIv = variância das flechas medidas na trilha interna do segmento, considerando todas as áreas de i
a j;
FV = média da variância das flechas na trilha externa e da variância das flechas na trilha interna do
segmento.
Com o cálculo da média (F) e da variância (FV) das flechas aferidas das TRE e TRI são identificados
seus fatores de ponderação. Já o Índice de Gravidade Global é calculado pela equação 4.

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𝐼𝐺𝐺 = ∑ 𝐼𝐺𝐼 (4)


onde:
IGG = índice de gravidade global e IGI = índice de gravidade individual.

Com o cálculo do IGG, pode estabelecer o conceito de pavimento das áreas estudadas com base nos
limites apresentados pela DNIT (2003b) segundo o quadro 1.

Quadro 1 – Condição do Pavimento com o IGG


Conceitos Limites
Ótimo 0 < IGG ≤ 20
Bom 20 < IGG ≤ 40
Regular 40 < IGG ≤ 80
Ruim 80 < IGG ≤ 160
Péssimo IGG ≥ 160
Fonte: VIEIRA, et al (2016).

Estabelecidos os critérios a serem avaliados, é possível avaliá-los de acordo com os conceitos e limites
demonstrados no quadro 1. A avaliação das patologias por meio do método IGG é realizada pela contagem e
classificação de ocorrências aparentes (RODRIGUES; VAZ, 2016).

2.1.3 Índice de Condição do Pavimento


Segundo a designação ASTM D 6433-07 que regula as práticas padrões para pesquisas sobre o índice
de condição de estradas e estacionamentos, a avaliação do pavimento deve ser dividida em galhos, que por
sua vez são divididos em seções e em último, cada seção é dividida em amostras. A avaliação da condição
do pavimento é realizada de forma visual (ASTM, 2007).
Ainda na designação é classificado o Índice de Condição do Pavimento (Pavement Condition Index
PCI) como um indicador numérico, que tem como função realizar a avaliação da condição superficial de um
pavimento. Nesse processo, a maneira de classificar esse índice de avaliação numérico, verifica a condição
do pavimento em uma escala que varia de 0 a 100 de maneira crescente. Portanto, quanto maior o número
utilizado para na avaliação, melhor será a condição da pavimentação (ASTM, 2007).

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Para se calcular o valor do PCI aplica-se a equação 5 em função aos defeitos avaliados na amostragem
experimental, a severidade dos defeitos e a densidade de defeitos na porcentagem da área total avaliada (APS;
BALBO; SEVERI, 1998).

𝑃𝐶𝐼 = 100 − ∑𝑝𝑖=𝑙 ∑𝑚𝑖


𝑗=𝑙 𝑎 (𝑇𝑖, 𝑆𝑗, 𝐷𝑖𝑗 ) 𝐹 (𝑡, 𝑞) (5)
onde:
p = número total de tipos de defeitos para o pavimento analisado;
i = contador dos tipos de defeitos;
mi = número do nível de severidade para o enésimo tipo de defeito;
j = contador dos níveis de severidade;
a() = valor de dedução;
F(t; q) = função de ajuste para defeitos múltiplos que varia com a soma dos valores de dedução e o
número de deduções;
Ti = tipos de defeitos;
Sj = níveis de severidade;
Dij = densidade.

A determinação do Índice de Condição do Pavimento – PCI será analisada baseando-se no quadro 2,


que definem as faixas de classificação. Nesse quadro se tem uma escala graduada que possibilita a
comparação dos diferentes tipos de pavimento, variando seus valores de 0 a 100, seja, quanto maior o valor,
maior a qualidade de conservação do pavimento (APS; BALBO; SEVERI, 1998).

Quadro 2 – Condição do Pavimento com o PCI


Condição do Pavimento PCI
Excelente 100 – 86
Muito bom 85 – 71
Bom 70 – 56
Regular 55 – 41
Ruim 40 – 26
Muito ruim 25 – 11
Péssimo 10 – 0
Fonte: Adaptado de VIEIRA, et al (2016).

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Com a coleta das amostras e avaliação da área pavimentada, é realizado o cálculo com do PCI, após
ser calculado o valor de degradação de cada patologia em todas as amostras coletadas.

2.2 METODOLOGIA
Essa investigação é baseada em um levantamento teórico e documental com temas que sustentaram
os questionamentos e análises. Finalizado o processo de levantamento teórico e documental, realizou-se uma
pesquisa de campo no objeto de estudo para anotação das condições dos pavimentos das áreas de amostras
selecionadas, seguida do tratamento das informações, com sua sistematização e cálculo do IGG e PCI.
A seleção dos trechos na região central da cidade de Querência do Norte – PR, tiveram extensão de 4
m e largura de 1 m antes e após a demarcação. Assim, visualmente foram identificadas as patologias presentes
na pavimentação com o uso de câmera fotográfica ou celular com câmera, trena, prancha com papel e caneta
para anotações.
O trecho escolhido para a aplicação dos índices está localizado na Rua Osvaldo Bertozzi com extensão
total de 1 km. Para esse experimento foi analisado o trecho que se iniciou na latitude: 23° 5'37.25"S longitude:
53°29'4.87"O, finalizando-se na latitude: 23° 5'4.68"S e longitude: 53°28'57.37"O. Destaca-se que a escolha
dessa rua se deu em função da falta constante de manutenção, sendo a última realizada em 2019, de acordo
com informações obtidas com a Prefeitura Municipal de Querência do Norte.

Figura 1: Rua Osvaldo Bertozzi em Querência do Norte - Paraná


Fonte: GOOGLE EARTH-MAPS (2020).
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A via escolhida para o experimento é constituída de pavimento flexível com 8 m de largura, formando
uma via simples. Já seu revestimento superficial é em CBUQ.

Figura 2: Caracterização da Rua Osvaldo Bertozzi em Querência do Norte - Paraná


Fonte: Autores.

O preenchimento e sistematização do inventário de campo, foram feitos em uma planilha para que
posteriormente fosse calculada as condições do pavimentos, de acordo com os parâmetros dos índices de
avaliação.
Para o cálculo do IGG foi utilizado como modelo a planilha do DNIT. Desse modo, foram delimitadas
50 estações e identificadas cada patologia existente em cada seção, uma após a outra. Após esses
procedimentos calculou-se a média em comparação com a frequência absoluta levando em consideração
quantas vezes as patologias apareceram nas estações. Assim, multiplicou-se a frequência absoluta
considerada pela frequência relativa, calculando-se a porcentagem de existência da patologia no trecho
analisado. Em seguida, multiplicando o fator de ponderação se obtêm o Índice de Gravidade Individual (IGI)
de cada patologia. Nesse sentido, com os resultados de cada IGI foi possível calcular o Índice de Gravidade
Global (IGG).
Para manter maior similaridade na execução de cálculo do PCI e IGG, foi adaptado a metodologia do
PCI para que posteriormente a avaliação comparativa entre os índices fosse baseada em características

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experimentais o mais próximas possíveis. Por essa razão, a metodologia do PCI foi adaptada ao trecho de 8
m avaliado também no IGG.
Nessa perspectiva, na coleta de dados desse índice, também foram utilizadas as 50 seções antes
delimitadas, com isso o cálculo individual de cada patologia nas sessões, seguindo as considerações da
planilha de cálculo do quadro 4. Este quadro tem a função de exemplificar como foi realizado o cálculo do
PCI em casa seção, já as outras sessões foram calculadas analogicamente seguindo os mesmo critérios.
Com as seções delimitadas, foram analisadas as patologias encontradas, como no exemplo do quadro
4. Portanto, foi medido sua dimensão que posteriormente sido anotada no memorial de cálculo, incluindo seu
grau de severidade (alto, médio e baixo). Para o cálculo do PCI é necessário encontrar os tipos de defeitos
existentes, sua área/extesão onde é adicionado a medida de cada patologia individualmente. Para identificar
o grau de severidade das patologia, é preciso lembrar que cada patologia possui uma maneira de determinação
do seu nível. Sua densidade, nada mais é que a correlação da área da patologia com a área total da seção,
logo, determina-se a percentagem de abrangência de cada patologia.
Em seguida, identifica seu valor deduzido com a utilização do ábaco de cada patologia. A
determinação do “q” presente na planilha, se refere a quantidade de patologias encontradas em cada seção
analisada. Para o cálculo do VDT faz-se a somatória do valor deduzido, seguida do cálculo do VDC
correlacionando o valor de q e VDT. Ao fim, chega-se ao valor do PCI.
Por fim, ocorreu uma análise comparativa dos índices testados, buscando identificar suas qualidades
e falhas. Por isso, essa ação foi realizada minunciosamente, avaliando-se critério por critério.

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO


Selecionado os trechos a serem avaliados e analisados neste estudo, foi realizado no levantamento de
campo a identificação visual de cada patologia presente na pavimentação. Dessa maneira, com esses
resultados, aplicou-se o cálculo do IGG e PCI, com base nas equações apresentadas no aporte teórico deste
trabalho.

2.3.1 Resultados do método IGG


Após a coleta realizado no trabalho de campo, foi elaborado o quadro 3 com os cálculos referentes ao
Índice de Gravidade Global.

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Quadro 3: Planilha de cálculo do Índice de Gravidade Global – IGG


RODOVIA: Rua Osvaldo Bertozzi Data: Folha: 04
PLANILHA DE CÁLCULO DO ÍNDICE DE GRAVIDADE GLOBAL 06/09/2020
(IGG) TRECHO: Estação ou Estação ou
SUB-TRECHO: REVESTIMENTO Quilometro Quilometro

Frequência Índice de
Natureza do Frequência Frequência Fator de
Item absoluta gravidade Observações
edifício absoluta relativa ponderação
considerada individual
Trincas
isoladas FI,
1 TTC, TTL, 10 10 20 0,2 4
TLC, TLL,
TRR
(FC – 2) J,
2 - - - 0,5 -
TB
(FC – 3) JE,
3 - - - 0,8 -
TBE
ALP, ATP,
4 - x - 0,9 -
ALC, ATC
5 O, P, E 2 x 4 1,0 4
6 EX - x - 0,5 -
7 D 45 x 90 0,3 27
8 R 29 x 58 0,6 34,8
Média
aritmética
dos valores
médios das 1A( )
9 TRE = TRI = F=
flechas 1B( )
medidas em
mm nas TRI
e TRE
Média
aritmética
das
variâncias 2A( )
10 TREv = TRIv = FV =
das flechas 2B( )
medidas em
ambas as
trilhas
Nº TOTAL DE Conceito:
n = 50 ∑ IND. GRAVID. IND. = IGG 69,8
ESTAÇÕES Regular
Operador Gustabo /
1A) IGI = 𝐹̅ x 4/3 quando 𝐹̅ ≤ 30 2A) IGI = ̅̅̅̅
𝐹𝑉 quando ̅̅̅̅
𝐹𝑉 ≤ 50 Leila
Cálculo Gustavo /
Leila
1B) IGI = 40 quando 𝐹̅ > 30 2B) IGI = 50 quando ̅̅̅̅
𝐹𝑉 > 50 Visto

Fonte: Adaptado de DNIT (2003).

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O valor do IGG foi de 69,8. Com base nesse valor, e informações do quadro 1, é possível contatar
que a pavimentação apresenta condições regulares, em função das patologias existentes.

2.3.2 Resultados do método PCI


Após a coleta realizado no trabalho de campo, foi elaborado o quadro 4 com os cálculos referentes ao
Índice de Condição do Pavimento, ressaltando que esse quadro corresponde apena a um exemplo de uma das
áreas avaliadas no trecho. Neste exemplo, o valor do PCI foi 7, sendo classificado na condição de péssimo.

Quadro 4: Cálculo de uma seção do PCI


Planilha de Inspeção de Campo
Via: Rua Osvaldo Bertozzi Avaliador: Gustavo / Leila Folha: 01
Data: 06/09/2020 Área da amostra: 8m²
Tipos de defeitos
1- Couro de crocodilo Área 11 - Remendos Área
Agregados
2- Exsudação Área 12 - Área
Polidos
3- Fissuras em bloco Área 13 - Panelas Área
Cruzamento
4- Elevações Recalques Metro 14 - Área
Ferroviário
Afundamento de
5- Corrugação Área 15 - Área
Trilho de Roda
Escorregamento
6- Afundamento Localizado Área 16 - Área
de Massa
Fissuras Devido
ao
7- Fissuras de Borda Metro Área
Escorregamento
17 -
de Massa
Fissuras por reflexão de
8- Metro Inchamento Área
Juntas
Desnível de
9- Metro 18 - Desgaste Área
Pavimento/Acostamento

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Fissuras Longitudinal e
10 - Metro 19 - Área
Transversal
Análise da Seção: 01

19 - A
11 - A

200 m
2
2
A
3.5 m
0,5
400 m

Planilha de cálculo do valor do PCI da Seção: 01


Tipos de
CONDIÇÃO DO
defeitos Área/Extensão Severidade Densidade Valor deduzido
PACIMENTO
existentes
11 7,0 A 87,5 100 Excelente 86 – 100
19 1,0 A 12,5 47 Muito Bom 71 – 85
Bom 56 – 70
Regular 41 – 55
Ruim 26 – 40
Muito Ruim 11 – 25
Valor Deduzido Total (VDT) 147 Péssimo 0 – 10
q=2
Valor Deduzido Corrigido (VDC) 93 Péssimo → PCI = 7
Fonte: Adaptado de BERBEL (2016).

Após o cálculo das 50 seções, foi feito o gráfico da figura 2, para sistematização, organização e
visualização de todos os dados obtidos individualmente para cada patologia nas seções.

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Figura 2: Índice de Condição do Pavimento – PCI


Fonte: Autores.

Após o cálculo de cada patologia nas seções é preciso calcular a média de porcentagem de patologias
existentes no trecho estudado. Como pode ser observado no gráfico, a média de avaliação do PCI é de 69,58.
Portanto, de acordo com as diretrizes do índice, a pavimentação do trecho estudado encontra-se em boas
condições de conservação.

2.3.3 Comparação entre os métodos


Ao analisar os índices de avaliação da condição de vias pavimentadas, percebeu-se alguns pontos
positivos e negativos sobre o IGG e o PCI, que possibilitam realizar essa análise comparativa. Acerca do
IGG se observa algumas características positivas, como o fato de ser uma metodologia nacional, o que amplia
sua possibilidade de uso, informações e compreensão, permite cosiderada facilidade no processo de
levantamento de dados no trabalho de campo e também facilidade na execusão do memorial dos cálculos,
possibilitando maior agilidade na determinação do índice. Essa facilidade se deu pela vasta gama de artigos
nacionais que utilizam o índice como método avaliativo, caracterizando assim um outro ponto positivo. Já as

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características possitivas do PCI é, que este índice possui maior potencial avaliativo, pelo fato de analisar
cada tipologia das patologias e sua densidade de maneira individual, minuciosa e criteriosa, sendo superior
ao IGG.
Sobre os pontos negativos dos índices, pode-se constatar que esses são menos em relação aos seus
pontos positivos. Dessa maneira, no IGG constatou-se que o índice não avalia diretamente o nível de
severidade de cada patologia, sendo realizado uma análise geral da condição do pavimento. No PCI, o fato
da norma ser regulamentada por um órgão estadunidense, sua difusão no cenário nacional é um agravante na
utilização do índice avaliativo, o que confirma a pouca existência de pesquisas acerca do PCI, inclusive de
maneira comparativa ao IGG.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a abordagem adotada para essa pesquisa, é possível constatar que o objetivo proposto de analisar
dois índices (IGG e PCI) de maneira comparativa, fora realizada com sucesso, visto que no trecho analisado
aplicou-se os cálculos de ambos os índices, inclusive com adpatações necessárias para melhor avaliação
comparativa. Assim, observa-se que os índices numéricos permitem analisar as patologias existentes em
pavimentações. Entretanto, o PCI se mostra mais preciso em seu memorial de cálculo, podendo definir com
maior detalhamento as patologias existestes e sua porcentagem no trecho estudado.
Ainda que os resultados sejam satisfatórios e tenham possibilidade o cumprimento do objetivo
proposto, acredita-se que para estudos futuros, que tenham como propósito analisar o IGG e PCI de forma
comparativa, sugere-se que haja o aumento da área de avaliação e seu espaçamento.

AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de agradecer primeiramente a Deus. Agradecemos também as nossas família e
professores, em especial ao nosso orientador André, igualmente, ao coordenador Paulo Henrique, que em
conjunto nos apoiaram e incentivaram nossas vidas acadêmica.

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UNIVERSIDADE PARANAENSE- UNIPAR
Umuarama – Toledo – Guaíra – Paranavaí – Cianorte – Cascavel – Francisco Beltrão
TRABALHO DE FINALIZAÇÃO DE CURSO EM ENGENHARIA CIVIL 2020

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