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CAPÍTULO II

TERRAPLENAGEM
2.1 INTRODUÇÃO
Designa-se por terraplenagem os movimentos de terra necessários para se proceder a uma
construção modificando assim a topografia do terreno de forma a torná-la mais apropriada à
atividade humana que se lhe deseja atribuir. Deste modo, a construção de um edifício, de uma
estrada, de um aeroporto, de um caminho de ferro ou de qualquer outra obra de Engenharia Civil,
seja ela de grande ou pequeno porte, exige a execução prévia de um conjunto de operações que
envolvem a escavação, o aterro e o transporte de terras, procedendo-se a um processo de remoção da
terra dos locais em que se encontra em excesso para aqueles em que há falta de forma a regularizar
o terreno natural face à instância do projeto que se pretende implantar. Para isso, muitos métodos
foram já utilizados desde a antiguidade tal como à frente se apresenta no ponto referente a
“Máquinas e Equipamentos de Terraplenagem” (ponto 2.5).
A escavação torna-se necessária quando se trata de trazer até ao plano onde se fará a
construção, o nível de um terreno mais alto, enquanto que, tratando-se de um terreno cujo plano se
encontra mais baixo do que o nível em que se deseja edificar, torna-se necessário fazer um aterro.
Todo o processo envolvente a estas duas operações constitui o conteúdo dos pontos 2.3 e 2.4
respectivamente.

2.2 ORGANIZAÇÃO DAS OBRAS DE TERRAPLENAGEM


A organização dos trabalhos de movimento de terras possui quatro operações fundamentais,
sendo elas a execução da escavação, o carregamento do material escavado, o transporte e o
descarregamento e espalhamento.
Na primeira das operações o solo é desagregado e extraído, função geralmente executada por
uma máquina específica. Quando o solo é muito compacto, procede-se preliminarmente à
escarificação. Este processo é feito com uma máquina à qual se adapta um implemento apropriado; o
escarificado tem por objetivo tornar o solo menos denso, facilitando deste modo a escavação.
Em seguida coloca-se o solo escavado num equipamento de transporte, caso a distância a
percorrer e o volume de terras o justifiquem. Quando isso não acontece a própria máquina que realizou
a escavação pode transportar o material.
O transporte pode executar-se de diferentes formas, mediante o volume de terras, natureza,
estado do caminho e distância a percorrer. Nesta operação a terra é movimentada do local de
escavação até a um outro lugar, cuja localização depende das condições de projeto. Se houver terra em
excesso será transportada até a um local de depósito. Caso haja carência de terra num local da
obra, ou seja, se for necessária para aterro, ela será depositada num desses locais. Poderá acontecer
uma outra situação, na qual há falta de terra e não existe outro local na obra que possa
fornecer. Neste caso é necessário encontrar um local de empréstimo. Todos estes locais são
devidamente selecionados, ponderando diversos aspectos, sendo um deles a distância de transporte.
Por fim é feita a descarga e o espalhamento. A terra deve ser espalhada uniformemente para
se efetuar posteriormente a compactação. Este é um processo que reduz o índice de vazios,
aumentando a capacidade de suporte e diminuindo o volume.
Estas quatro etapas formam o ciclo de operação da terraplenagem.

2.3 ESCAVAÇÃO
Quando se inicia o processo de construção a primeira fase a realizar é a escavação. Esta fase
é sempre necessária, nem que seja só para a construção das fundações.
Pode dizer-se que “as escavações são movimentos de terras cuja profundidade, em relação
à superfície ou à largura é mais importante” (in Manual de Construção, G.Baud, pag.66).
Para se saber o volume de terra a escavar fazem-se cortes longitudinais e transversais no
terreno onde se pretende construir.

- II.1 -
2.3.1 Tipos de escavação
Existem vários tipos de escavações, sendo estas descritas da forma que se segue:
a) Escavação a toda a largura – retira-se o solo que está a ocupar o espaço necessário para a
realização do edifício, isto é, o movimento de terras geral da superfície a construir, cuja
profundidade está limitada pelo cave, por exemplo;
b) Escavação em sulco ou regueira – consiste numa trincheira com uma largura mínima de
40cm e profundidade variável, destinada a alojar os muros, as fundações, as canalizações, etc.;
c) Escavações de poços – trata-se de um movimento de terras de pequena largura e
grande profundidade, mas estas dimensões dependem dos meios de realização da escavação.
Normalmente são executadas para estabelecer as fundações e pilares isolados;
d) Escavação em galeria – faz-se sob a terra sendo necessário o emprego de escoramentos à
medida que a escavação avança;
e) Escavação em terreno rochoso – este processo de escavação poderá ser realizado por vários
métodos como se verá mais à frente neste capítulo.

.3.1.1.1.1.1
.3.1.1.1.1.2

Figura II.1 - Nomenclatura usada em escavações

2.3.2 Equipamentos e máquinas


Para se proceder a estas escavações existe uma grande gama de equipamentos próprios que se
pode escolher, adaptando-se, em cada caso particular, o tipo mais apropriado à classe da obra e ao
modo como realizá-la. Os principais aparelhos e máquinas a utilizar são:
a) Pá mecânica – é a máquina mais antiga e, entre todos os aparelhos de escavação conhecidos,
é o que tem maior diversidade de formas de aplicação aos terrenos mais diversos. Pode ser
equipada com quatro dispositivos diferentes, cada um para um tipo de trabalho distinto;
escavadora para desmonte com colher de pressão (serve para escavar e carregar em terrenos
moles, e ainda, para recolher pedra amontoada arrancada e degradada com explosivos), com
pequena draga (utilizada para terrenos brandos, em argilas ou em rochas quando
esmiuçadas com explosivos além de outras funções. Uma das vantagens desta máquina é a
de escavar e depositar terras a longa distância), com retro escavadora (parecido à pequena
draga, mas permitindo uma escavação precisa e rápida, e utilizada em solos bastante duros. A
única desvantagem é que as terras que provêm da escavação, só podem ser depositadas a
uma distância limite, isto devido ao curto alcance do braço e pernas que constituem o
equipamento) e com colher prensora (destina-se à realização de grandes movimentos de
terras, tendo as mesmas desvantagens que a pequena draga. Só pode ser utilizado em terrenos
moles e com rochas desintegradas);
b) Pá carregadora (taxcavator) – para a realização de movimentos de terras em terrenos
normais. Distinguem-se três tipos característicos: com colher dotada de movimento vertical, com
colher que descarrega para trás, e com colher dotada de movimentos combinados horizontais e
verticais. Algumas ainda possuem movimentos de rotação, mas só são utilizadas em
terrenos muito moles ou terras esponjadas previamente;
c) “Bulldozer” – emprega-se para deslocar empurrando a pedra picada, terra, troncos de
árvores, etc. Tem a vantagem de poder ser usado no amontoamento e deslocação de
materiais provenientes da escavação, para estender e igualar a terraplenagem e ainda para
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trabalhos de arroteação;
d) “Angludozer” – trata-se de um “bulldozer angular”. Utilizado para o movimento e
deslocamento de terras deixando-as de lado. Numa única operação escava e executa a
terraplenagem simultaneamente;
e) Niveladora ou “Grader” – serve para deslocar lateralmente grandes quantidades de
materiais e para o arranjo de superfícies e taludes;
f) Escarificador ou “Ripper” – para complemento dos “traxcavators”, dos “graders” ou dos
tratores de lagartas. Destina-se também par o arroteamento e desintegração dos terrenos por
sucessivas capas;
g) Desmochadora ou escarpadora ou “Scarper” – utilizado na extração de terras a pequena
profundidade. Pode-se remover terras e carregá-las numa só operação, transportá-las e despeja-
l a s sem interromper a marcha.
De notar que não existem só estas máquinas para os movimentos de terras. O capítulo 5 tem
uma informação mais detalhada sobre máquinas.

2.3.3 Escavação em terreno rochoso


Os terrenos rochosos não podem ser extraídos sem desagregação prévia. Esta desagregação
pode ser realizada pelos seguintes métodos:
a) martelos pneumáticos – introduz-se no solo rochoso, e realiza-se o arranque utilizando o
braço do martelo. Este processo só é economicamente útil quando temos pequenas espessuras
de rocha, e esta tem que ser branda ou semidura;

Figura II.2 - Desagregação com martelo pneumático

b) gatos hidráulicos tipo Rockjak – este processo exige que se tenha um orifício de 60cm de
profundidade e 87mm de diâmetro. Neste orifício é então introduzido o Rockjak com uma
estaca de aço, onde se exercerá a pressão dos seus dez pistões hidráulicos. A pressão obtém-se
com uma bomba manual;

Bomba

Dez pistões
hidráulicos
60

Cunha
Cunha

Figura II.3 – Gato hidráulico Rockjak

c) peso rompedor – este processo é utilizado essencialmente em pedreiras;

d) procedimento Cardox – este processo consiste essencialmente em libertar bruscamente no


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fundo de uma escavação um certo volume de anidro carbónico que não tem o efeito de
romper. Este CO2 é introduzido no estado liquido num tubo de alta resistência, que está
fechado por um tampão em cada uma das extremidades. Existe também, uma ligação entre o
tubo que contém CO2 e os terminais de um detonador, havendo assim uma zona de carga e
uma de descarga. A zona de carga é constituída por uma válvula que une compartimento com
CO2 e os terminais que receberão a corrente eléctrica de baixa tensão. A zona de descarga é
perfurada lateralmente destinados a
deixar passar os gases, mantendo também a posição do disco móvel. Esta zona está ligada a
um detonador que acenderá um cartuxo de cartão combustível introduzido no CO2. O calor
libertado pela combustão vaporiza o CO2 a uma grande pressão, rompendo o disco de rotura e
por isto os gases encontram saída pelos orifícios feitos já para o efeito previsto, que vão
invadir a cavidade escavada. Deste modo, esta pressão dos gases vai deslocar o maciço mais
por empurrão do que por percussão. Este deslocamento vai existir sem influenciar as obras
vizinhas;
Cunha de

Aquecimento do CO2

Saída de gáTubo de aço

Fios eléctricos para acender o cartuccabeça de descargaCO2 líquido

Folga entre o cartucho e a perfuração (3 a 5 mm)

Disco de aço rompido


pela pressão do CO2

Figura II.4 - Cartucho cardox

e) escarificador automotor ou ripper – permitem desagregar diretamente certas rochas


brandas que apresentem uma estrutura idêntica ao xisto. Quando possível, dever-se-á utilizar
este processo, pois torna-se mais barato comparado com a utilização de explosivos

f) explosivos – este é um procedimento clássico. O emprego de explosivos exige uma


perfuração prévia. São tratados mais pormenorizadamente a seguir.

2.3.4 Explosivos
Os explosivos dividem-se em deflagrantes e detonantes. Os primeiros explodem por combustão
logo para se proceder à explosão basta haver um simples incêndio. Os segundos explodem por
detonação, o que exige a intervenção de um detonador. Como explosivos deflagrantes tem-se a
pólvora de mina (n e g r a e vermelha), e como explosivos detonantes tem-se dinamites, explosivos
de cloretos, de nitrato de amoníaco, de oxigénio liquido, e melinita.
A eleição do tipo de explosivos a usar deve ter em atenção os seguintes fatores;
a) a natureza dos materiais a extrair e a estrutura do maciço rochoso – as rochas brandas podem
ser tratadas com explosivos deflagrantes, nas rochas semiduras podem-se usar explosivos
detonantes (com coeficiente de potência médio), paras as rochas duras utilizam-se também
detonantes, mas com elevado coeficiente de potência. Os explosivos detonantes são também
utilizados em maciços de argilas e margas;
b) o estado de fragmentação desejado – a natureza do explosivo influência o grau de
fragmentação do solo;
c) o grau de humidade da rocha – alguns tipos de explosivos são adequados para trabalhar em
solo húmido, o que é importante para a explosão de terrenos que se encontrem emersos.
Há outros que só se podem utilizar em terreno seco;
d) as condições de segurança – o armazenamento e emprego de explosivos é submetido
a regulamentações severas para que não haja quaisquer tipos de acidentas. Por tal facto,
os utilizadores de explosivos devem conhecer bem este tipo de normas e regras.

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2.3.4.1 Perfuração e explosão
Estes dois processos estão diretamente ligados à economia que se pode ter nos trabalhos
de escavação em solo rochoso. A eficiência da perfuração e explosão dependem inteiramente do
método a usar. Os custos do processo de perfuração, envolve diretamente a mão de obra, o
equipamento de perfuração, assim como, os custos dos explosivos, carregamento, detonadores e
outros acessórios necessários à explosão.
O abalo para o exterior depois da explosão depende de como foi feita a perfuração e de que
forma foi feito o carregamento das perfurações com os explosivos. Um engenheiro na sua construção
dá uma certa importância a este aspecto, por isso, deverá ser criterioso na escolha do tipo de
explosivos e técnicas de explosão, nunca esquecendo a natureza e tipo de solo rochoso em causa. Do
mesmo modo, o tipo de equipamento para se proceder à escavação tem que ser escolhido
consoante o trabalho que se tem em mãos, respeitando os princípios do projeto.
Para concluir, pode-se acrescentar que esta questão da explosão e perfuração não pode ser posta
de lado quando se realiza um projeto em que seja necessária a escavação de solo rochoso. Com uma
boa perfuração e um perfeito carregamento de explosivos nos furos, consegue-se uma boa
explosão. Isto significa que haverá uma fragmentação uniforme do solo rochoso, facilitando a
operação dos equipamentos de remoção de solo, e de abertura de túneis ou poços.

2.3.5 Eliminação das águas e de outros elementos prejudiciais à escavação


Se a escavação for feita abaixo do nível freático torna-se sem dúvida indispensável o seu
abaixamento. No entanto, mesmo que a escavação não atinja esse nível é sempre necessário
proceder à eliminação das águas provenientes das chuvas ou de infiltrações. Este processo, que
se designa de esgotamento da escavação, consiste na instalação de um escoadouro no ponto mais
baixo da escavação, para o qual convergem graniticamente as águas por meio de fendas e de
pequenos canais construídos essencialmente para tal função. Este escoadouro deve ter
aproximadamente 1m de profundidade. A água é retirada de seguida com a ajuda de bombas ou
por outro meio de esgotamento para o exterior da escavação. Quando se trata de uma nascente,
torna-se mais económico desviá-la para um poço, onde poderá passar a ser utilizada na edificação.
A abertura de poços para fundações faz-se com escavações circulares ou quadradas, com 1,30m de
diâmetro ou de largo, ou mais, para assim permitir que um homem possa trabalhar facilmente.
Por outro lado, é de notar que os desaterros em terrenos onde existiam árvores exigem que
as raízes sejam retiradas completamente, sempre que as terras desse desaterro se destinem a um
aterro subsequente, porque o ulterior apodrecimento dessas raízes viria a ser a causas de vazios de que
resultaria, mais tarde, o abatimento.

2.3.6 Entivação
Quando existem escavações relativamente profundas, para prevenir desmoronamentos e riscos
de acidentes, diminuindo também a área de superfície ocupada, é necessário estaquear, escorar ou
revestir as terras.

Existem vários fatores que influenciam o estancamento, ou escoramento, ou revestimento


das escavações; como exemplo, a possível infiltração de água no interior do solo provocando
pressões hidrostáticas no escoramento, o efeito de trepidações das máquinas em movimento, ou
ainda eventuais cargas que podem ou poderão vir a surgir na proximidade da escavação.
Há ainda outras condições para o estacamento ou revestimento das escavações que diz respeito
à inclinação que o talude dessa escavação poderá ter. Assim, quando o talude é de 1:1 em
terrenos movediços ou desmoronáveis, ou de1:2 em terrenos moles, mas resistentes, ou ainda de 1:3
em terrenos bastante compactos, deve ser estaqueado ou revestido. A entivação mais vulgar consiste
em colocar um certo número de tábuas verticais, bem apertadas contra as paredes da trincheira, por
meio de estroncas ou pequenos paus redondos ou quadrados, revestindo também, sempre que for
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necessário, com tábuas ou cintas dispostas longitudinalmente.

Talude natural do terreno


Conserva-se o talude natural do terreno

Escoramento da escavação para diminuir o espaço ocupado

Banqueta

O revestimento sobressai das Conservam-se os taludes naturais para a parte superior, mas se
banquetas para evitar o estaqueia a parte inferior
desmoronamento e queda de
terras para o fundo da sanca
(de 5 a 10 cm segundo os
regulamentos)

Quando as capas encontradas são de diferentes consistências


Estaqueamento horizontal
fazem- se os estaqueamentos com tábuas verticais

Estaqueamento vertical

Este método de estaqueamento apresenta evidentes riscos porque


não é possível sustentar eficazmente o terreno com os pontaletes

Figura II.5 – Soluções para contenções de terras.

2.4 ATERRO E COMPACTAÇÃO

2.4.1 O que é um solo?


Um solo é um depósito de rocha desintegrada, perto da superfície da terra, que foi sendo
formado por processos naturais.
Esta formação é acompanhada pelo crescimento de plantas, cujos resíduos químicos
(resultantes da sua decomposição), ajudarão a desintegrar o solo e material rochoso.
Os solos, para que possam ser utilizados nos aterros das obras de terraplenagem, devem
preencher certos requisitos, ou seja, certas propriedades que melhoram o seu comportamento,
transformando-os em verdadeiro material de construção. Esse objetivo é atingido de maneira
rápida e económica através das operações de compactação.
Compactação é o ato de artificialmente densificar o solo através do pressionamento das
partículas de um solo, resultando na expulsão de ar e água da massa do solo (diminuição do índice de
vazios).
Esta operação permite:
a) Aumentar a resistência de ruptura dos solos, sob a ação de cargas externas.
b) Redução de possíveis variações volumétricas, quer pela ação de cargas, quer pela ação
da água que, eventualmente, percole pela sua massa.
c) Impermeabilizar os solos, pela redução do coeficiente de permeabilidade, resultante do
menor índice de vazios.
Com as considerações acima transcritas, fica patente que dois fatores são fundamentais na
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compactação: o teor de humidade do solo e a energia empregada na aproximação dos grãos e que
se denomina de energia de compactação.
Foi o engenheiro americano Proctor que, em 1933, pela primeira vez, estabeleceu a
correlação entre os parâmetros que influem decisivamente na redução do índice de vazios, ou seja, no
aumento do peso específico. Proctor verificou que na mistura de terra com maiores quantidades
de água, quando compactada, o peso específico aparente da mistura aumentava, porque a água, de
certa forma, funcionava como lubrificante (aproximando as partículas), permitindo melhor
entrosamento e redução do volume de vazios.
Num certo ponto, atingia-se um peso específico máximo, a partir do qual, ainda que se
adicionasse mais água, o volume de vazios passava a aumentar.
A explicação desse facto reside em que as quantidades adicionais de água, após o ponto citado,
ao invés de facilitarem a aproximação dos grãos, fazem com que estes se afastem, aumentando
novamente o volume de vazios e causando o decréscimo dos pesos específicos correspondentes.

2.4.2 Empolamento
Chama-se empolamento ao aumento de volume, que é variável segundo a natureza do
terreno, motivado pela desagregação das terras removidas. Assim, um cubo de terra extraída de um
desaterro, é superior à cubagem de escavação resultante. Os materiais de forma regular e grandeza
constante produzem vazios, podendo alcançar 40 a 50% do volume escavado. Se os materiais são
mais miúdos preenchendo melhor os vazios, aquele coeficiente baixa rapidamente, sobretudo depois
de algum tempo decorrido, ou se está a chover quando se está a aterrar, ou chove pouco depois.
Tomando como base o estado higrométrico dos vários terrenos, o aumento do volume em aterros
arenosos e de terra ordinária pode atingir 10%; em terrenos de argila e nos calcários 15%; e nas
rochas fragmentadas com explosivos, cerca de 30 a 40%. Excepcionalmente pode atingir 50% para
alguns fragmentos de rocha. A chuva é sempre o fator mais poderoso para abater estes terrenos, mas
quando se trata de terras argilosas, facilmente solúveis na água, pode suceder que essa água forme
poças que são sempre prejudiciais ao aterro. Procura-se evitar este inconveniente reduzindo os
vazios, desfazendo os torrões e espalhando as terras por camadas pouco espessas. Depois do
assentamento, o empolamento reduz-se a cerca de 5% para terra mais ou menos solta, e a 20% para as
rochas brandas.

2.4.3 Compactação dos aterros


Se executarmos o aterro com material muito húmido, haverá mais tarde a possibilidade de
grande perda de água por evaporação, favorecendo a contração que se manifesta através de trincas,
fissuras, etc. Ao contrário, se o executarmos com solo muito seco, haverá grande probabilidade de
absorção de água e o consequente inchamento.
Os trabalhos de aterro requerem certas precauções porque se o terreno é mais ou menos
permeável, deve preparar-se de maneira a esgotar com facilidade as águas acumuladas, quer por
meio de regos ou valetas a pouca profundidade, quer por meio de uma drenagem apropriada. Deve
também procurar-se impedir que as águas vindas de outro terreno situado num plano superior,
atravessem esses drenos, para que não arrastem as terras consigo, o que traria como consequência um
assentamento grande.
A impermeabilização do solo do aterro, dependendo do seu coeficiente de permeabilidade,
diminui indiretamente com o índice de vazios, isto é, quanto maior a redução deste, menor a
permeabilidade.
O emprego de equipamentos mecânicos na compactação visa transferir certa quantidade de
energia mecânica gerada na máquina para o solo que o sustém.
Existem quatro formas de transferência de energia para o terreno:
a) Compressão – Consiste na aplicação de uma força (pressão) vertical, oriunda do elevado
peso próprio do equipamento, obtendo-se a compactação pelos esforços de compressão
gerados na massa superficial do solo.
b) Amassamento – É o processo que combina a força vertical com uma componente
horizontal, oriunda de efeitos dinâmicos do movimento do equipamento ou de eixos
oscilantes. A resultante das duas forças conjugadas provoca um adensamento mais rápido, com

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menor número de passadas.
c) Vibração – consiste numa força vertical aplicada de maneira repetida, com frequências
elevadas, superiores a 500 golpes por minuto. Isto significa que à força vertical se soma
uma aceleração produzida por uma massa excêntrica que gira com determinada frequência.
d) Impacto – Resulta de uma ação semelhante à da vibração, diferenciando-se, apenas,
pela baixa frequência da aplicação dos golpes (menos do que 500 golpes por minuto).

A cada processo correspondem equipamentos apropriados à compactação, utilizando-se


diversas formas de transferência de energia.

Figura II.6 - Cilindros pneumáticos

Figura II.7 – Cilindro em rede Figura II.8 – Compactador

Figura II.9 – Compactador vibratório

Figura II.10 – Cilindros pés de carneiro

- II.8 -
A compressão é obtida pelos rolos compressores de rodas metálicas, dotadas de grande peso
próprio, e cuja superfície de contacto é bastante pequena, gerando-se por consequência, pressões de
contacto elevadas que produzem o adensamento.

Figura II.11 – Cilindro de três rodas Figura II.12 – Cilindro de três eixos

Superfície de contacto - Sc Pressão de contacto

Afundamento

Figura II.13 – Início da compactação


Entretanto, as pressões elevadas são obtidas apenas no fim da operação de compactação. De
início, como o solo apresenta baixa capacidade de suporte, há um afundamento pronunciado das rodas
metálicas e um aumento da superfície de contacto, reduzindo sensivelmente as pressões, com o
decorrer do processo, o afundamento diminui, aumentando a pressão.

Superfície de contacto -
Sc
P
S’c <> Sc
h’ > < h
h’

Figura II.14 - Fim da compactação

Disso resulta a aplicação de pressões elevadas no topo da camada e de pressões baixas


nas camadas mais profundas, resultando na falta de homogeneidade do processo de adensamento e na
pequena altura da camada atingida. Por essa razão é desaconselhável a compactação de solos com
esse tipo de equipamento. Ele é aplicável com sucesso no adensamento de camadas granulares
(macadame hidráulico, brita graduada, etc.),
A compactação por amassamento é obtida pelos rolos pneumáticos com rodas oscilantes ou
pelos rolos pés de carneiro (ver figuras), especialmente os autopropelidos em que a tração se faz
através do tambor e nos quais se faz presente a conjugação dos esforços verticais e horizontais.
O adensamento por vibração é obtido com rolos vibratórios dos mais diversos tipos,
trabalhando na faixa de frequências de 900 a 2000 golpes por minuto e com determinada amplitude
de oscilação. O maior rendimento de compactação obtém-se quando a vibração do rolo entra em
ressonância com a oscilação do material constituinte do terreno e a frequência utilizada é dita
frequência de ressonância.
A compactação por impacto faz-se ocasionalmente, quando não se podem utilizar outros
equipamentos, empregando-se a energia proveniente da queda do aparelho de uma certa altura (Ex:
sapo mecânico).

- II.9 -
2.4.4 Fatores que influem na compactação

2.4.4.1 Humidade do solo


Os solos em seu estado natural apresentam-se, muitas vezes, com humidade muito inferior
(nas épocas de poucas chuvas) ou muito superior (durante o período de chuvas) a óptima.
Examinando-se a curva de compactação, verifica-se que nas duas hipóteses, ainda que o
equipamento forneça suficiente energia de compactação, não se conseguirá atingir o peso
específico máximo.
Será necessário, então, efetuar-se a correção do teor de humidade pela irrigação das camadas, na
hipótese de o solo estar muito seco, ou pelo arejamento, quando se encontra muito húmido.
A irrigação, se necessária, deverá ser feita com camião-tanque, provido de barra de
distribuição, com bomba hidráulica para garantir a mesma vazão em todo trecho irrigado e
conseguir a homogeneização do teor de humidade em toda extensão da camada.
No caso de excesso de humidade, haverá necessidade de se arear o material, isto é, fazer com
que baixe o teor de humidade, até as proximidades do teor óptimo, revolvendo-se o solo com arados ou
grades de disco, expondo-o à ação dos raios solares e do vento, para se obter evaporação rápida.

2.4.4.2 Número de passadas


O número de passadas é o fator que, afetando a produção do equipamento na razão inversa, pode
aumentá-la ou reduzi-la substancialmente, refletindo diretamente no custo do serviço e no seu tempo de
execução.
Com o interesse de determinar o menor número de passadas que conduza à densidade
máxima desejada, uti lizand o -se no solo o te o r ópti mo de humid ade, recom enda-se a
execu ção in icial da compactação em pistas experimentais para a ajustamento definitivo dos fatores,
até atingir-se a condição ideal.
No caso de rolos vibratórios, usados em solos granulares, há perigo de, exagerando-se o número
de passadas, ocorrer o fenómeno de “supercomputação” que é prejudicial à compactação e ao
próprio equipamento.

2.4.4.3 Espessura da camada


Por razões económicas, é preferível que a espessura da camada seja a maior possível.
Entretanto, há outros fatores em jogo que determinam a altura da camada espalhada, tais como as
características do material e do tipo de equipamento empregado.
No caso de materiais fatores, usando-se o rolo pé-de-carneiro, recomenda-se que a espessura
solta da camada não ultrapasse 20% da altura da pata do rolo.
Para os materiais granulares recomenda-se que sejam usadas camadas de no máximo 20cm
compactados.
O que realmente importa é que a espessura adoptada, em função do equipamento usado,
garanta a homogeneidade da camada, isto é, que se obtenha a mesma densidade em toda a sua massa.

2.4.4.4 Homogeneização da camada


É importante que a camada solta, antes da compactação, se apresente tanto quanto possível
pulverizada de forma homogénea, sem presença de torrões muito secos, blocos ou fragmentos de
rocha. Esse fator assume grande importância, quando deve ser aumentado o teor de humidade, para se
atingir a humidade óptima em todo o volume da camada, pela percolação uniforme da água.

2.4.4.5 Velocidade de rolagem


Como o rolo pé-de-carneiro penetra a certa profundidade na camada solta, a movimentação
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em velocidade baixa permite a aplicação de maiores esforços de compactação.
Com o adensamento do solo, as patas vão penetrando cada vez menos e a resistência ao
rolamento diminui, permitindo o uso de marchas mais velozes e de menor força de tração.

2.5 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DE TERRAPLENAGEM


Ao longo do tempo, a terraplenagem tem vindo a progredir notoriamente. Um dos pontos
mais elevados desta evolução sucedeu aquando do aparecimento da mecanização. Antes desta
ocorrência o movimento de terras era executado pelo homem, com o auxílio de instrumentos
rudimentares tais como a enxada, a pá ou a picareta e carroças ou vagonetas de tração animal para
o transporte. Mais tarde a industrialização e desenvolvimento tecnológico permitiram o aparecimento
de novas máquinas cuja alta eficiência se traduzia numa grande produtividade.
Nos dias de hoje a terraplenagem é realizada com equipamentos mecanizados, permitindo
economizar muito tempo.
Para executar as tarefas referentes ao movimento de terras existe uma grande diversidade
de equipamentos, tornando-se necessário classificá-los. A classificação que será seguida é a que
Rego Chaves apresentou no seu livro "Terraplenagem mecanizada".
No quadro I serão mencionados todos os tipos de equipamentos, bem como as suas tarefas
mais frequentes e exemplos de máquinas que pertencem a cada unidade.
Para escolher a máquina mais indicada para desempenhar uma determinada tarefa, torna-se
necessário, devido à multiplicidade de máquinas existente, proceder a uma avaliação pormenorizada
de alguns aspectos preponderantes.
São três os fatores que mais condicionam a seleção do equipamento: fatores naturais, de
projeto e económicos.
No que diz respeito aos fatores naturais, estes podem ser a topografia do terreno, a natureza
do solo e o regime das chuvas. Quando o terreno é muito acidentado, existem determinados
equipamentos que não têm potência ou aderência para ultrapassar essa adversidade. Se os solos em
causa possuírem uma baixa capacidade de suporte é aconselhável a utilização de máquinas de esteira
em detrimento das máquinas de pneus. Quando a precipitação é frequente nas zonas onde é feita
a terraplenagem, as máquinas de esteiras prevalecem mais uma vez.
Ao mencionar os fatores de projeto pretende-se realçar a notabilidade do volume a ser movido e
da distância de transporte na escolha dos equipamentos. Quando o volume de terras a ser movido
é elevado ou somente significativo, o custo é maior. Devido a esse facto utilizam-se máquinas com
maior qualidade e em maior número. Se pelo contrário, os volumes são reduzidos utilizam-se máquinas
que não produzam tanto e sejam mais económicas. Não é viável o uso de equipamentos de grande
produtividade em trabalhos pequenos. Os custos de transporte para médias e grandes distâncias
representam o custo maior da produção. Quando a distância de movimento de terras tiver estas
dimensões, deve-se optar por máquinas de baixo custo e que transportem uma quantidade maior de
material.
Os fatores económicos assumem, nos dias de hoje, um predomínio muito elevado em todos os
projetos. Relativamente à escolha dos equipamentos são feitos estudos para encontrar um conjunto
de máquinas que permitam alcançar um menor custo e satisfaçam as exigências da obra.

- II.11 -
QUADRO I
UNIDADES CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES EXEMPLOS
Máquina elementar da terraplenagem, que pode ser adaptada
com implementos para executar diferentes tarefas. As suas
principais características são: esforço trator, velocidade,
aderência, flutuação e balanceamento. Existem tratores de
esteira e tratores de p n e u s . Os primeiros são mais indicados - Trator de esteira
DE TRAÇÃO para esforços elevados, onde o terreno tem declive acentuado. - Trator de pneus
Quando a topografia do terreno é favorável, são mais
aconselháveis os tratores de pneus, pois a velocidade é uma
das suas melhores características.
Estas unidades têm como função escavar e empurrar a terra.
- Trator de lâmina
ESCAVO São constituídas por um trator que possui uma lâmina como
ou "bulldozer"
EMPURRADORAS implemento. As lâminas podem ser de diferentes tipos: com
acionamento hidráulico, reta ou fixa, angulável e inclinável.

- Scraper
São máquinas que podem executar as quatro operações
rebocado (figura
ESCAVO básicas da terraplenagem. No entanto só é aconselhável a sua
II.17)
TRANSPORTADORAS utilização quando o material é de consistência média assim
- Scaper
como a distância de transporte não deve ser muito elevada.
automotriz ou
As operações executadas por estas máquinas são apenas duas:
- Carregadeira
a escavação e o carregamento sobre outro equipamento, não
de esteiras
servindo para o transporte de terras.
(figura II.19)
A carregadeira de pneus possui mais velocidade e mobilidade
ESCAVO - Carregadeira
relativamente à carregadeira de esteiras, mas em
CARREGADORAS de pneus
contrapartida esta revela-se mais apta para esforços de
(figura II.20)
tração e trabalhos sob a chuva.
- Escavadeira
A escavadeira pode ser montada sobre esteiras, pneus e
(figura II.21 e
trilhos. Este tipo de máquinas executa trabalhos diferentes
II.22)
mediante a lança que lhes é aplicada.
Às unidades aplainadoras compete-lhes o acabamento final
da terraplenagem, ou seja, elas espalham a terra e - Motoniveladora
regularizam o terreno. Após esta etapa será efetuada a (figura II.23)
APLAINADORAS
compactação.
Uma das suas características mais evidentes é a precisão
de movimentos.

- Camião
basculante (figura
II.24)
DE TRANSPORTE Estes equipamentos são usados quando as distâncias a
- Vagões (figura
percorrer são significativas e as unidades escavo-
II.25)
transportadoras se tornam demasiado dispendiosas para
- Dumper (figura
executar a tarefa em causa. As unidades de transporte
II.26)
apresentam um custo mais reduzido e a sua velocidade de
- Camião fora de
execução é maior.
estrada (figura
II.27)

- II.12 -
- Rolo de pé de
carneiro (figura
II.28)
- Rolo vibratório
São utilizadas exclusivamente para o adensamento dos solos e (figura II.29)
na redução do número de vazios, isto é, são as responsáveis - Rolo
pela compactação do terreno. pneumático
COMPACTADORAS
(figura II.30)
- Rolo combinado
Este tipo de máquinas só se utiliza quando o volume de terras
é muito grande, as condições topográficas do terreno são
ESCAVO desfavoráveis e o solo não apresenta um grau de - Escavo-elevadora
ELEVADORAS compactação muito alto. Estes equipamentos apresentam (figura II.31)
custos muito elevados, pelo que só são usados em situações
peculiares.

1 - Engate
2 - Pescoço
3 - Braços laterais de suspensão
4 - Roldana e cabos de
sustentação 5 - Articulação
6 - Articulação dos braços de suspensão
7 - Avental - movimentos de abertura e fechamento

Figura II.15 - Scraper rebocado

Figura II.16 - Scaper automotriz ou motocraper

Figura II.17 - Carregadeira de esteiras

- II.13 -
Figura II.18 - Carregadeira de pneus Figura II.19 - Escavadeira montada
sobre esteiras

Figura II.20 - Escavadeira montada sobre pneus Figura II.21 - Motoniveladora

1 - Báscula
2 - Tampa traseira
da báscula
3 - Pistão de
levantamento
e
bomba hidráulica
4 - Cardã de
transmissão 5 - Chassis
principal
6 - Proteção da cabine
Figura II.22 - Camião basculante

Figura II.23 - Vagão

Figura II.24 - Dumpers

- II.14 -
Figura II.25 - Camião fora de estrada

-Tambor
- Eixo
- Quadro de suporte
4 - Engate

Figura II.26 - Rolo pé de carneiro

Figura II.27 - Rolo vibratório Figura II.28 - Rolo pneumático

1 -Lâmina de corte e boca


de ataque
2 - Esteira elevatória
3 - Conexão com trator rebocador
4 - Motor acionamento
5 - Esteiras de suporte
6 - Vagão
transportador

Figura II.29 - Escavo-elevadora

- II.15 -
2.6 SEGURANÇA
Durante o processo de movimento de terras é indispensável obedecer a um quadro de
segurança ajustado a cada obra em particular, no qual os principais problemas que surgem são:
 Segurança do equipamento utilizado na construção;
 Segurança das pessoas envolvidas na obra;
 Segurança da própria obra;
Em relação à segurança do equipamento de construção e do pessoal, devem ser respeitadas
um conjunto de regras e imposto um determinado comportamento para que esta esteja presente e
sobreviva ao longo do tempo de vida da obra.
Em concreto, no que respeita à execução de obras de movimentos de terras é necessário
tomar medidas provisórias e com efeito imediato.
Quando nas escavações o perfil definitivo do terrapleno é executado com um ângulo
convenientemente escolhido (tendo em conta os assentamentos) não há necessidade de tomar
nenhuma medida de precaução especial. No entanto se não for está a situação, terá que existir um
enorme cuidado para que em nenhuma fase de execução, os taludes sejam demasiado
acentuados de modo a evitar acidentes que podem ser muito graves (caso do desprendimento).
Quando o aterro é feito num plano inclinado, podem ocorrer escorregamentos. Para evitar que tal
suceda, corta-se o terreno em degraus de meio metro de altura e de largura, conforme a inclinação
do terreno, e deixando as terras provenientes deste corte no seu lugar, para que as do terreno se
misturem com elas. As aterros fazem-se geralmente para camadas de 0,20m, que se batem a maço
ou se calcam com um cilindro compressor, em seguida rega-se e lança-se nova camada da mesma
espessura que se maça e se rega novamente, continuando a fazer-se estas operações até o aterro
estar completo. Sempre que este é feito em terras arenosas basta regar profusamente as diversas
camadas para que assentem devidamente. Toda a passagem dos veículos empregados nestes
trabalhos deve fazer-se sobre o terreno já aterrado para ajudar a calcá-lo.
No caso de ser notada percolação em alguns taludes, haverá necessidade de ser realizadas
operações de saneamento dos mesmos.
Para evitar acidentes é também indispensável limitar a circulação, nas proximidades das
escavações, das máquinas de movimentos de terra ou camiões pesados.
Na construção das fundações das estruturas é necessário realizar escavações provisórias que
posteriormente são aterradas. Estas escavações executam-se segundo um talude acentuado tanto
quanto possível, no intuito de minimizar o volume dos movimentos de terras, justificando-se assim
o uso de entivações dos mesmos.
Todos estes fatores devem estar presentes em cada obra para que a mesma decorra com
condições de segurança para todas as partes envolvidas.

- II.16 -

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