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REQUISITOS DE
CONSERVAÇÃO DE
ALIMENTOS EM
EMBALAGENS FLEXÍVEIS
CENTRO DE TECNOLOGIA
DE EMBALAGEM
2ª Edição - 2002
Campinas
As Autoras
Érica Canavesi, formada em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa. Foi
bolsista do programa RHAE do CNPq, na categoria de Desenvolvimento Tecnológico Industrial
para a Indústria, no período de 1988 a 1999, trabalhando no CETEA, na execução do projeto:
Filmes Multicamadas - Laminação e Coextrusão. Atua como Engenheira de Desenvolvimento
de Embalagem na empresa Quaker Brasil Ltda..
Ficha Técnica
Revisão Técnica: Pesquisadores da área de embalagens plásticas do CETEA
Revisão Bibliográfica: Marta Cuêrvo
Diagramação: Patricia Rejane Citrângulo
Ficha catalográfica elaborada pela Área de Documentação e Informação do Centro de Tecnologia de Embalagem - CETEA
REQUISITOS de conservação de alimentos em embalagens
flexíveis / Claire I. G. L. Sarantópoulos; Léa Mariza de Oliveira;
Érica Canavesi / 2. Ed., Campinas: CETEA/ITAL, 2002.
Bibliografia
ISBN 85-7029-037-3
CONTEÚDO
3. Açúcar......................................................................................................................... 39
3.1. Perda de Qualidade ................................................................................... 39
3.2. Embalagem ................................................................................................ 41
6. Massas ....................................................................................................................... 63
6.1. Massa Seca ............................................................................................... 64
6.1.1. Perda de qualidade .................................................................. 65
6.1.2. Embalagem .............................................................................. 66
6.2. Massa Fresca ............................................................................................ 67
6.2.1. Perda de qualidade .................................................................. 69
6.2.2. Embalagem .............................................................................. 70
vi
8. Snacks ....................................................................................................................... 83
8.1. Snacks Fritos ............................................................................................. 83
8.1.1. Perda de qualidade .................................................................. 83
8.1.2. Embalagem .............................................................................. 84
8.2. Snacks Extrusados e Expandidos ............................................................. 85
8.2.1. Perda de qualidade .................................................................. 85
8.2.2. Embalagem .............................................................................. 86
8.3. Biscoitinhos Salgados – Tipo Aperitivo ....................................................... 86
8.4. Amendoins e Similares .............................................................................. 87
9. Cereais ....................................................................................................................... 91
9.1. Cereais Matinais ........................................................................................ 91
9.1.1. Perda de qualidade .................................................................. 91
9.1.2. Embalagem .............................................................................. 93
9.2. Cereais em Barra ....................................................................................... 94
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0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
ATIVIDADE DE ÁGUA
FIGURA 1.1. Velocidade de transformações nos alimentos em função da atividade
de água (QUAST, TEIXEIRA apud BOBBIO, BOBBIO, 1984; ROCKLAND,
BEUCHAT apud ROBERTSON, 1992).
4 1. Alterações de Alimentos que Resultam em Perda de Qualidade
espessura do material-barreira, pois esta também afeta a quantidade de oxigênio que irá
passar através da embalagem. As condições de estocagem, como temperatura e
umidade relativa, também influenciam a permeação do oxigênio através da embalagem.
Radicais livres
- Oxidação de pigmentos e vitaminas
O2 - Alterações no aroma e sabor
- Insolubilização de proteínas
Hidroperóxidos
1.4.1. Mioglobina
As carnes frescas constituem um importante componente de muitas dietas e
sua cor vermelha se deve à presença do pigmento heme denominado mioglobina. A
mioglobina é uma proteína complexa do músculo, contida no interior das células dos
tecidos, onde age como uma fonte temporária de oxigênio, trazido pela hemoglobina
presente no sangue.
A alteração de cor em carnes frescas é reversível e dinâmica, com as três
formas do pigmento: oximioglobina, mioglobina reduzida e metamioglobina,
constantemente interconvertidas. Quando oxidada, a mioglobina reduzida, de
coloração arroxeada, passa à forma de metamioglobina, de coloração marrom, e
indesejável para o consumidor. Uma outra forma do pigmento é a mioglobina
oxigenada, denominada oximioglobina e que se caracteriza por coloração
vermelho-brilhante (Figura 1.3). A pressões reduzidas de oxigênio, ocorre a
formação de metamioglobina, de coloração marrom, que deve ser evitada.
Sistema
Sem O2 enzimático
Mioglobina reduzida Oximioglobina Metamioglobina
(vermelho-púrpura) (vermelho-brilhante) (marrom)
1.4.2. Clorofilas
As clorofilas são pigmentos de coloração verde e constituem a classe de
pigmentos mais largamente distribuída na natureza, em folhas e outras partes verdes
de quase todos os vegetais. São essenciais para a fotossíntese, processo de síntese
de carboidratos nos vegetais, que utiliza a energia da luz.
As altas temperaturas do processamento térmico de vegetais verdes leva
a alterações de cor de verde-esbranquiçado a verde-amarronzado, devido à
conversão da clorofila para feofitina, sob a ação de ácidos presentes nos
alimentos. As alterações de cor em vegetais verdes são influenciadas pelo tempo
e temperatura de congelamento, podendo ser alteradas durante o congelamento
e, subseqüente, armazenamento (BOBBIO, BOBBIO, 1984).
Os danos físicos ou ferimentos causados aos tecidos de frutas e hortaliças
pelas operações do processamento modificam a atividade fisiológica, com aumento da
taxa de respiração e produção de etileno. O etileno também afeta negativamente a
coloração verde dos tecidos vegetais, por induzir um aumento da atividade das
clorofilases, enzimas que degradam a clorofila, com produção de compostos verde
oliva ou marrons, ou ainda possibilitando o aparecimento de pigmentos carotenóides
(amarelos) preexistentes nos tecidos. Além da clorofilase, outras enzimas como as
lipoxigenases podem estar envolvidas no catabolismo da clorofila.
Outras alterações na cor das clorofilas ocorrem por reação com oxigênio,
mas os produtos resultantes são pouco conhecidos. No caso de vegetais frescos
armazenados a baixas temperaturas, a degradação enzimática da clorofila pode
ser retardada pela da modificação da atmosfera, contendo concentrações
elevadas de gás carbônico. Ao contrário, a destruição é rápida em atmosfera rica
em etileno (BOBBIO, BOBBIO, 1984).
A luz pode causar fotodecomposição das clorofilas, tornando os produtos
descoloridos, quando os mesmos são acondicionados em embalagens
translúcidas ou transparentes.
1.4.3. Antocianinas
As antocianinas são pigmentos naturais hidrossolúveis, responsáveis por
uma variedade de cores atrativas e brilhantes de frutas, flores e folhas, que variam
do vermelho-vivo ao violeta e azul. Esta é uma classe importante de pigmentos
que podem ser encontrados em frutas como goiaba, uva, morango, cerejas e
outros vegetais onde a cor vermelha é característica. Aplicações comerciais de
antocianinas incluem: doces, produtos de confeitaria, refrigerantes, refrescos, pós
para refrescos, cobertura de bolos, gelatinas e geléias.
As antocianinas encontradas em alimentos são todas derivadas das agliconas
(pelargonidina, cianidina e delfinidina). Em diferentes pH, esses pigmentos encontram-
se em diferentes formas e apresentam cores diversas. Em meio ácido, as
antocianinas são geralmente de cor vermelho-brilhante. Com o aumento do pH, as
antocianinas passam a ter uma cor púrpura e, em meio alcalino, a cor muda para azul.
10 1. Alterações de Alimentos que Resultam em Perda de Qualidade
1.4.4. Carotenóides
Os carotenóides constituem um grupo de pigmentos solúveis,
principalmente em lipídeos, responsáveis pelas cores amarelas e vermelhas dos
alimentos. Estão presentes em peixes, ovos, crustáceos, frutas, vegetais,
hortaliças, massas, produtos de panificação, entre outros.
Durante o amadurecimento de frutas, o conteúdo de carotenóides
aumenta ao mesmo tempo em que o de clorofila diminui, o que resulta na
mudança da cor verde para outras amareladas e/ou vermelhas.
Extratos naturais, contendo carotenóides, extraídos de urucum, açafrão,
páprica, tomate etc, já têm sido usados para colorir alimentos. No entanto, a
quantidade de pigmentos existentes na natureza está longe de suprir a demanda
desses compostos para serem usados em substituição aos corantes sintéticos,
muitos deles suspeitos de ação toxicológica. Vários carotenóides de estrutura
química idêntica aos produtos naturais foram sintetizados nos últimos anos e
obtidos na forma pura, cristalina.
Nos produtos derivados de tomate, um dos principais parâmetros de
qualidade é a cor. Sua alteração ocorre devido à perda da cor vermelha
característica, em decorrência da oxidação dos pigmentos carotenóides e da
formação de compostos escuros, devido, principalmente, à reação de Maillard. O
pigmento presente em maior quantidade no tomate é o licopeno e, em menor
quantidade, o -caroteno. Os carotenóides perdem cor, passando de vermelho
para incolor, devido às reações oxidativas, que são dependentes da temperatura
de estocagem, da disponibilidade de oxigênio, da intensidade de exposição à luz,
da atividade de água e acidez do produto (ALVES et al., 1996c).
O corante extraído do urucum apresenta cor que varia do amarelo ao
laranja e seu maior emprego é na indústria de laticínios (manteigas, margarinas,
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 11
110
Temperaturas acima de 100ºC são esterilizantes e são
alcançadas com equipamentos especiais, sob pressão
100
90
Temperaturas acima de 80ºC são desinfetantes - todos os
80 microrganismos, exceto esporos bacterianos, são mortos
70
50
20
10
Manter alimentos frios a uma temperatura inferior a 4ºC
0 Crescimento de microrganismos psicotróficos
-10
2. ALIMENTOS DESIDRATADOS
2.1.2. Embalagem
A especificação de embalagens para frutas e hortaliças desidratadas
sensíveis à umidade requer o conhecimento do nível de proteção oferecido pelos
materiais da embalagem e o método tradicional para esta avaliação consiste do
acondicionamento do produto na embalagem, estocagem em condições
controladas e análises periódicas para avaliação da deterioração do produto e/ou
aceitabilidade sensorial.
As propriedades de barreira dos materiais plásticos dependem do tipo de
resina, do grau de orientação, da espessura e também da temperatura e umidade
relativa do ambiente de estocagem.
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 31
2.2.2. Embalagem
Nos alimentos desidratados, a conservação tem, por princípio, a
redução do conteúdo de água e da atividade d’água a um nível tal que as
reações deteriorativas durante a estocagem ocorram na menor velocidade
possível. Desta forma, é primordial que a embalagem apresente boa barreira
ao vapor d’água e integridade do fechamento, evitando o ganho de umidade
que permitiria o crescimento de microrganismos e as alterações físicas
provocadas pelo ganho de umidade descritas anteriormente . Se o produto
contém gordura insaturada, recomendam-se embalagens inertizadas ou a
vácuo, o que reduz a taxa de oxidação de gorduras. Neste caso, a embalagem
deve apresentar também barreira a gases e à luz (LABUZA, 1982a).
A seguir, serão apresentadas algumas das exigências quanto às
propriedades do material de embalagem para importantes produtos classificados
como alimentos desidratados:
Leite em pó: ao selecionar o material de embalagem para o leite em pó, deve-se
considerar sua sensibilidade à umidade, à oxidação e ao desenvolvimento
microbiológico. Se o teor de umidade é inferior a 3%, o crescimento de bactérias
pode ser ignorado e a oxidação de lipídeos é a forma de deterioração mais
importante. Para minimizá-la, a atmosfera ao redor do produto deve estar livre do
oxigênio, o que é possível por meio da inertização com um gás quimicamente
inerte como, por exemplo, o nitrogênio. Esse procedimento deve ser aplicado
principalmente para leite em pó integral, onde a vida-útil é definida pela taxa de
oxidação das gorduras insaturadas e conseqüente desenvolvimento de sabores e
odores desagradáveis. A aplicação de gás para leite em pó desnatado é menos
necessária, mas é válida para se prevenir o desenvolvimento de sabores e odores
desagradáveis, especialmente quando o período de estocagem pode ser
prolongado ou a temperatura de estocagem é elevada. As embalagens flexíveis
36 2. Alimentos Desidratados
3. AÇÚCAR
3.2. Embalagem
Os principais fatores de perda de qualidade do açúcar durante a
estocagem são o escurecimento e as alterações físicas e químicas decorrentes da
adsorção de umidade.
Para evitar o escurecimento, a embalagem, a princípio, pouco ou em nada pode
contribuir, uma vez que essa degradação depende principalmente da temperatura do
produto no acondicionamento e da temperatura de estocagem. No entanto, o
escurecimento está relacionado a reações de escurecimento não-enzimático (reações
de Maillard), as quais têm menor velocidade, quando a atividade de água do produto é
inferior a 0,60. Desta forma, uma embalagem que proteja da absorção de umidade
também poderá vir a retardar a ocorrência desse tipo de deterioração.
As perdas de qualidade relacionadas às alterações de umidade (ganho/perda)
são as mais facilmente detectadas e podem ser diretamente associadas à efetividade
da proteção oferecida pela embalagem. Na prática, os efeitos são o empedramento e,
nos casos mais graves, a dissolução da sacarose. O empedramento ocorre com maior
intensidade se houver oscilações freqüentes e drásticas de temperatura, também
pode ocorrer se o produto for acondicionado muito quente, o que favorece a
condensação de umidade à medida que ocorre o resfriamento.
A dissolução da sacarose decorre da adsorção excessiva de vapor de água,
quando o açúcar é estocado em ambiente com alta umidade relativa durante um longo
período. Teoricamente, a adsorção infinita de água ocorreria em ambientes com UR
acima de 80%, porém, devido à presença de impurezas e de açúcares redutores
(glicose e frutose) é problemática a estocagem em ambiente com umidade relativa já
acima de 60%.
É atribuição da embalagem proteger o produto da adsorção de
umidade. Para tanto, a embalagem deve ser barreira ao vapor d’água e ter um
sistema íntegro de fechamento. A barreira ao vapor d’água é expressa
tecnicamente em termos de permeabilidade ao vapor de água. Quanto menor a
permeabilidade ao vapor de água da embalagem, melhor a barreira oferecida
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 43
ao vapor de água e, portanto, mais tempo levará para que o produto atinja
níveis críticos de atividade de água.
Conforme já mencionado, o acondicionamento de açúcar com alto teor
de umidade e/ou elevada temperatura implicará em dessorção de água, que
poderá causar o empedramento do produto. Neste caso, o uso de embalagens
com baixa permeabilidade ao vapor de água agravará o problema, pois a água
dessorvida irá permanecer no espaço-livre da embalagem, aumentando a
umidade relativa desse microambiente. A solução não deve passar,
obviamente, pela opção por embalagens permeáveis ao vapor d’água, mas si m
pelo controle adequado da temperatura e umidade inicial do produto, pois
embalagens com baixa permeabilidade ao vapor d’água são fundamentais para
manter a qualidade do produto durante o período de estocagem e
comercialização.
Os filmes de PE oferecem boa barreira ao vapor d’água associada a baixo
custo, ampla disponibilidade, boa resistência mecânica e bom desempenho em
máquinas automáticas de acondicionamento do tipo form-fill-seal vertical. Além disso,
podem ser pigmentados e oferecem boa qualidade de impressão por flexografia.
As misturas de PEBD e PEBDL, na proporção de 70-80% de PEBDL e 20-
30% de PEBD, vêm substituindo os filmes de PEBD e a tendência é a utilização
de filmes de PEBDL puro, produzidos principalmente a partir de resinas derivadas
de catalisadores metalocênicos. A incorporação e a utilização de PEBDL
proporciona aos filmes melhores propriedades mecânicas, bem como maior
resistência da solda ainda quente (hot tack), maior rigidez, maior resistência ao
impacto e à perfuração, além de permitir uma redução na espessura do filme e
aumento da produtividade dos equipamentos.
Atualmente, no Brasil, o açúcar cristal é comercializado principalmente em
sacos de polietileno (PE), com espessura de 60-80m. Para o açúcar refinado em
unidades de 1kg, tem-se empregado sacos de PE pigmentado de 45m. Para 5kg,
utilizam-se sacos de PE pigmentado, com espessura em torno de 60m e, em
menor quantidade, sacos de papel multifolhados (kraft pardo e kraft branqueado).
Os saches, com 6, 8 ou 10g de açúcar, utilizados em ambientes
institucionais como restaurantes, são normalmente em papel/verniz ou papel/PE
(MORE..., 1997).
As embalagens de PE, preferencialmente os lineares puros ou em
blendas, são opções tecnicamente viáveis para o acondicionamento de açúcar,
oferecendo proteção contra a adsorção de umidade, o que aumenta, a vida-útil do
produto, ampliando o período viável de comercialização e estocagem, ao mesmo
tempo que atendem aos requisitos de resistência mecânica das etapas de
enchimento, fechamento, distribuição e comercialização do produto.
46 4. Farinhas e Misturas Secas
proteína. Seu teor de fibras insolúveis e valor nutricional é maior do que nas
farinhas brancas.
A farinha adicionada de fermento, também denominada de farinha fosfatada,
é um produto de conveniência obtido por meio da adição de sal e agente de
crescimento para todas as aplicações. É normalmente utilizada em biscoitos e alguns
pães, mas não é recomendada para pães produzidos com leveduras.
A farinha com alto teor de glúten possui alto teor protéico (em torno de 41%) e
baixo teor de amido. É usada principalmente para pães consumidos por diabéticos,
em misturas com farinhas obtidas a partir de outros cereais ou com farinha de baixo
teor de proteínas. Esta farinha melhora a qualidade de produtos de panificação e
produz pães com alto teor de glúten e valor protéico (GRAINS..., 1999).
No Quadro 4.1 estão citadas algumas das aplicações das farinhas de trigo
e suas características tecnológicas.
4.1.2. Embalagem
A embalagem para farinha de trigo deve evitar que o produto ganhe
umidade durante o armazenamento, deve ser resistente à penetração de insetos,
deve apresentar boas características de termossoldagem e resistência mecânica
suficiente para resistir às etapas de distribuição e comercialização do produto.
A utilização de embalagens que dificultam ou impedem a penetração de
insetos é um método auxiliar no controle das infestações dos produtos
armazenados. Sendo a farinha de trigo um produto que não requer da embalagem
elevadas propriedades de barreiras e, por apresentar baixo valor agregado, não
há necessidade de se utilizar materiais mais nobres e de maior custo para seu
acondicionamento.
Desde que a farinha esteja livre da presença de insetos no momento do
acondicionamento, e que a área de estocagem também não esteja infestada, o uso de
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 49
sacos de papel kraft multifolhado, algumas vezes com um liner de PEBD, elimina
completamente qualquer risco de infestação do produto por insetos. Na utilização
industrial, além do saco de papel kraft multifolhado a farinha de trigo é comercializada
em sacos de ráfia ou algodão.
No varejo a farinha de trigo é normalmente acondicionada em
equipamentos verticais form-fill-seal em porções de 1kg, em sacos monocamada
de PEBD ou misturas de PEBD e PEBDL, sendo uma tendência devido ao
desenvolvimento de novas tecnologias de produção de polímeros, a utilização de
filmes monocamada de PEBDL puro. Embalagens de papel kraft branqueado
também são utilizadas. O plástico tem sobre o papel vantagem da maior
resistência à perfuração e melhores características de fechamento. Dependendo
das condições, algumas espécies de insetos podem penetrar no papel kraft em
menos de um dia.
4.2.2. Embalagem
A embalagem para misturas secas deve oferecer proteção contra a
umidade para evitar que ocorra o empedramento do produto como conseqüência
do aumento de coesão entre as moléculas e formação de pontes de hidrogênio
entre as moléculas de água.
Para os produtos que contêm alto teor de gordura, a embalagem deve
também oferecer barreira ao oxigênio e à luz para minimizar a oxidação de lipídeos e
conseqüente formação de sabor e odor desagradáveis.
Como muitas das misturas secas contêm aromas e corantes em suas
formulações, a proteção contra a luz, além da barreira ao oxigênio, minimiza a
oxidação destes componentes e, conseqüentemente, a alteração da cor e do aroma
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 51
5. PRODUTOS DE PANIFICAÇÃO
5.2. Embalagem
A embalagem tem influência no ganho e na perda de umidade pelo
produto, durante o armazenamento, determinada pela diferença entre a atividade
de água do produto e a umidade relativa do ambiente. Quanto maior a atividade
de água do produto, maior será sua tendência a perder umidade e maior será o
seu potencial ao desenvolvimento de fungos, devendo-se, portanto, controlar a
perda de umidade do produto final. Para tanto, pode-se utilizar materiais de
embalagem que sejam suficientemente permeáveis ao vapor d'água, permitindo
que a superfície do produto perca umidade até atingir um teor inferior ao
necessário para o crescimento de fungos, sem contudo alterar significativamente
as características sensoriais do mesmo (PAINE, PAINE,1983).
Por outro lado, quanto menor a atividade de água apresentada pelo
produto, mais ele tende a absorver umidade do ambiente no qual está inserido, o
que leva a alterações de textura, perda de crocância e favorece o
desenvolvimento de microrganismos. Portanto, as propriedades de barreira ao
vapor d’água devem ser determinadas de acordo com a composição do produto
que está sendo embalado.
Os produtos contendo alto teor de gordura e aromas especiais são
susceptíveis à oxidação em presença de oxigênio e, em alguns casos, a barreira
ao oxigênio e aos aromas também é de grande importância.
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 59
baixas, e isto é difícil de ser alcançado em equipamentos do tipo flow pack, que
retira o O2 do ar por diluição. Este processo só é eficiente em equipamentos que
injetam a atmosfera desejada. Além disso, o ar residual que encontra-se no
próprio produto pode ser liberado gradualmente, alterando a composição gasosa
do espaço-livre da embalagem, o que favorece o desenvolvimento microbiológico
e a maior velocidade de perda de qualidade do alimento.
É muito difícil reduzir o conteúdo de oxigênio para um nível bem baixo em
embalagens de produtos de panificação. O interior poroso destes produtos tendem
a aprisionar o O2 de um modo que ele não interage facilmente com o gás que está
entrando na embalagem. Absorvedores de oxigênio na forma de saches contendo
sais de ferro, que rapidamente reagem com o oxigênio, têm sido usados para este
propósito (ROBERTSON, 1992).
O gás introduzido na embalagem pode ser composto por CO 2 puro, que
tem ação fungiostática e bacteriostática, ou em misturas com N 2, para retardar a
deterioração por fungos e bactérias de produtos de panificação à temperatura
ambiente, sendo mais eficaz do que o N2 puro, pois combina anaerobiose com
ação antimicrobiana. As misturas têm sido utilizadas para prevenir o vácuo parcial
que se forma dentro da embalagem, quando o CO 2 se dissolve no produto e
permeia pela embalagem, porém, pode-se utilizar CO2 puro se a embalagem
apresentar alta barreira a gases.
A aplicação de CO2 puro ou de misturas com alto teor de CO2 em produtos com
alto teor de umidade e/ou gordura, pode acarretar alterações de sabor. Se o produto é
consumido diretamente a partir da embalagem, o consumidor pode sentir um sabor
ácido. Quando a embalagem é aberta e o produto é exposto ao ar, o sabor ácido pode
desaparecer rapidamente nos produtos úmidos, com baixo teor de gordura
(SARANTÓPOULOS et al., 1996).
As relações de CO2:O2 comumente usadas são de 3:1 a 1:1. Absorvedores de
oxigênio e emissores de etanol também podem ser usados em combinação com a
atmosfera modificada no acondicionamento de produtos de panificação,
principalmente para produtos muito porosos. A composição gasosa ideal para
produtos de panificação, de uma forma geral, seria em torno de 90% de CO2 e menos
de 2% de O2 (PAINE, PAINE, 1983; SARANTÓPOULOS et al., 1996).
Embora os produtos com atividade de água mais elevada favoreçam a
ação do CO2, neles cresce uma flora microbiana mais resistente ao CO2 do que
aquela que se desenvolve em produtos de panificação de atividade de água
menor. O acondicionamento em atmosfera modificada não aumenta a vida-útil de
todos os produtos de panificação, mas apenas daqueles cuja estabilidade
microbiológica seja o parâmetro crítico de qualidade.
Bolos com atividade de água menor que 0,85 apresentam um aumento de
200% ou mais na vida-útil em atmosferas com mais de 50% de CO 2, mesmo com
certa perda de CO2 através da embalagem. As espécies de fungo presentes no
alimento são mais afetadas pela atividade fungiostática do CO 2 do que pela
própria atividade de água dos produtos. Contudo, a sensibilidade dos
microrganismos ao CO2 varia, visto que há diferenças na flora microbiana
deteriorante dos diversos produtos de panificação (SEILER apud
SARANTÓPOULOS et al., 1996). Em produtos com atividade de água elevada,
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 61
6. MASSAS
MASSA
Seca
Fresca
Congelada
Extrusada
Laminada
Enrolada
Estampada
Cortada
Na forma de grãos
6.1.2. Embalagem
A embalagem de massa seca deve oferecer ao produto barreira ao vapor
d’água, uma vez que a absorção de umidade pelo produto pode levar a alterações de
textura e desenvolvimento de microrganismos, acelerando a perda de qualidade. No
caso de massas contendo gordura, proveniente da adição de ovos, se a embalagem
utilizada oferecer barreira ao oxigênio, irá minimizar a rancidez do alimento provocada
pela oxidação de lipídeos.
As massas normalmente contêm carotenóides que podem ser oxidados e
degradados pela ação da luz e pela presença de oxigênio, alterando a coloração
do produto. Reações de degradação de cor também podem ser observadas em
massas adicionadas de hortaliças, que contêm grande quantidade de pigmentos,
sendo, algumas vezes, um problema relevante. Neste caso, se a embalagem
apresentar boa barreira ao oxigênio e à luz, a degradação de cor será minimizada.
A proteção mecânica que a embalagem deve oferecer depende das
características do sistema de distribuição e da fragilidade do produto. Ela deve
evitar que a massa sofra danos mecânicos, pois o aspecto visual é um fator
importante na sua aceitação pelo consumidor.
Atualmente, no mercado brasileiro, as embalagens à base de PP são as
mais utilizadas para o acondicionamento de massa seca, mas ainda é significativa
a participação das embalagens de PEBD, principalmente no mercado institucional.
Na última década observou-se uma mudança significativa nesse mercado, tendo o
celofane/PEBD cedido espaço para os filmes de PP, BOPP e filmes laminados, a
exemplo de BOPP/BOPP, PP/PE, BOPP/PE, BOPP/PP, PET/PE, PET/BOPP/PE,
com espessuras entre 50 e 90m. O BOPP, quando presente na estrutura, confere
à embalagem boa barreira ao vapor d’água.
68 6. Massas
Massa
Corte Modelagem
Massas na forma de lâminas Massas com uma camada
Lasanha, Caneloni Ravioli, Capeleti
6.2.2. Embalagem
Massa fresca é um produto muito perecível, principalmente quando recheado, e
as embalagens plásticas de alta permeabilidade a gases não lhe conferem proteção
quanto ao crescimento de fungos, apenas permitem a unitização e oferecem certa
proteção quanto às trocas de umidade com o ambiente refrigerado. A perda de umidade
pode ser minimizada com a utilização de materiais de embalagem com baixa
permeabilidade ao vapor d’água, como sacos de polietileno, bandejas descartáveis de
alumínio e bandejas plásticas rígidas envoltas em filmes encolhíveis ou esticáveis, à base
de PVC ou poliolefínicos coextrusados.
As embalagens a vácuo para massas cozidas, como massas de lasanha e
caneloni recheado, criam um ambiente anaeróbio ao redor dos produtos, que restringe
o crescimento de fungos e bactérias nas massas e no recheio, aumentando sua vida-
útil. No entanto, a aplicação de vácuo na embalagem de capeleti, ravioli e outros
produtos recheados prejudica a sua aparência . As embalagens flexíveis que vêm
sendo empregadas no acondicionamento de massas frescas a vácuo são os filmes de
PA/PE ou PET/PA/PE, com espessuras, normalmente, entre 60 e 100m, que
proporcionam boa barreira à entrada do oxigênio.
A introdução da embalagem com atmosfera modificada possibilitou que certos
tipos de massas (particularmente nas variedades de massas frescas recheadas)
passassem a ser produzidas em larga escala pela indústria alimentícia. A embalagem
com atmosfera modificada permite boa apresentação do produto e um aumento
significativo da vida-de-prateleira para até 30 a 45 dias, para as massas recheadas
pasteurizadas. As composições gasosas tipicamente utilizadas são 40 a 70% de CO2
e 30 a 60% de N2. Contudo, a refrigeração apropriada é essencial para assegurar a
72 6. Massas
6.3.2. Embalagem
A embalagem utilizada para macarrão instantâneo deve oferecer barreira ao
vapor d’água, para impedir que o produto absorva umidade do ambiente e oferecer
barreira ao oxigênio, para evitar a oxidação de gorduras da massa e degradação de
pigmentos. Se o produto apresentar hortaliças e produtos cárneos desidratados, a barreira
ao oxigênio da embalagem é ainda mais importante, para minimizar as alterações de
sabor e de cor. Estruturas que vêm sendo utilizadas para macarrão instantâneo na forma
de filmes e que oferecem boa barreira à umidade são: BOPP/BOPP, BOPP/PE e PET/PE.
Em outros países, filmes metalizados também são utilizados, como por exemplo, o
BOPPmet/PE. No caso dos potes plásticos rígidos, os materiais que vêm sendo utilizados
são o PP, com selos de verniz/Al/PP, e o PS expandido termorresistente, que permitem a
preparação do produto para consumo na própria embalagem.
76 7. Biscoitos e Cookies
7. BISCOITOS E COOKIES
7.2. Embalagem
Os biscoitos têm sua vida-útil limitada principalmente por adsorção de
umidade, rancidez e/ou danos mecânicos. Portanto, a embalagem adequada deve
apresentar inicialmente baixa permeabilidade ao vapor d’água e oferecer proteção
mecânica ao produto. Para produtos gordurosos, deve ainda ser barreira ao oxigênio
e, preferencialmente opaca, visando minimizar a ação da luz sobre a velocidade de
oxidação de gorduras e aromas. Outras características como bom fechamento,
barreira à permeação de gorduras e aos aromas, boa maquinabilidade e resistência
mecânica são desejáveis.
A proteção mecânica de biscoitos e cookies é geralmente proporcionada pelo
acondicionamento do produto em uma embalagem rígida plástica termoformada, feita
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 79
8. SNACKS
8.1.2. Embalagem
Os diferentes tipos de snacks variam quanto à maior ou menor
susceptibilidade à oxidação, sendo a batata frita o produto mais crítico, devido ao
maior teor de gordura. Uma embalagem adequada para salgadinhos fritos deve
proporcionar barreira ao oxigênio, à umidade e à luz e ter uma termossoldagem
íntegra, que impeça trocas gasosas com o ambiente. Adicionalmente, sendo os
snacks fritos ricos em gordura, um baixo residual de solventes é necessário a fim de
que o produto não tenha suas características sensoriais alteradas pelos mesmos .
Como forma de minimizar o oxigênio do espaço-livre, e com isto reduzir as
reações de oxidação, normalmente utiliza-se um fluxo de N2 no espaço-livre das
embalagens (inertização), buscando-se um residual de O2 inferior a 2%. Também
podem ser utilizadas misturas de CO2/N2 quando se deseja o efeito inibidor do
CO2 sobre o desenvolvimento de insetos. Uma vantagem extra do uso de gás,
quando utilizam-se embalagens flexíveis, é a proteção mecânica adicional,
durante o manuseio e/ou comercialização.
Salgadinhos fritos são normalmente embalados em estruturas flexíveis
multicamadas. Latas compostas de cartão com folha de alumínio ou um polímero
barreira, seladas sob atmosfera inerte (injeção de N2) com filme de Al/PEBD são
usadas para alguns produtos mais nobres. Neste caso, além da proteção contra
oxidação e ganho de umidade, tem-se também proteção mecânica.
No Brasil, as batatas fritas são normalmente acondicionadas em
embalagens flexíveis de BOPP/BOPPmet com espessura total entre 40 e 55m.
Essas estruturas oferecem boa barreira ao oxigênio, ao vapor d’água e à luz. As
batatas palhas vêm sendo acondicionadas em embalagens flexíveis do tipo stand-
86 8. Snacks
8.2.2. Embalagem
Muitos salgadinhos extrusados são embalados nos mesmos materiais
utilizados para salgadinhos fritos. Porém, uma vez que a principal causa de
deterioração destes produtos é a perda de crocância, a embalagem deve
proporcionar primordialmente barreira à penetração do vapor de água. Alguns
salgadinhos extrusados são menos sensíveis ao oxigênio do que os salgadinhos
extrusados e fritos e, conseqüentemente, a necessidade de barreira ao oxigênio é
menor.
Dessa forma, alguns dos materiais de embalagem que podem ser usados
para estes snacks são: BOPP/BOPP perolizado ou não, BOPP/BOPPmet,
PET/BOPPmet e PET/PE/BOPPmet, com espessura variando total entre 30 e
60m.
9. CEREAIS
9.1.2. Embalagem
Espera-se que a embalagem de um cereal matinal evite a perda de crocância, o
desenvolvimento de sabor de ranço, a perda de vitaminas e aromas e a quebra do
produto. Para tanto, a embalagem deve oferecer barreira ao vapor d’água, ao oxigênio,
a aromas e à luz, além de resistência mecânica. As barreiras ao vapor d’água, oxigênio
e aroma são difíceis de ser especificadas, pois podem variar grandemente dependendo
do tipo de produto, presença de cobertura e vida-útil desejada.
Tradicionalmente, os cereais matinais têm sido acondicionados em sacos
de PEAD, tendo como embalagens secundárias, as caixas de cartão. Filmes
multicamadas e de estrutura mais complexa passaram a ser utilizados para
cereais, como PEAD/ionômero, PEAD/EVOH/EVA, PEAD/EVA, BOPPmet/PE,
BOPP/BOPPmet e PET/PE com espessuras entre 90 e 110m
(COEXTRUSION..., 1994).
O PEAD coextrusado com uma fina camada de EVA ou ionômero permite
uma temperatura de selagem mais baixa e oferece ao consumidor um fechamento
de fácil abertura, agregando conveniência ao produto. Além disso, o ionômero
permite uma selagem sobre contaminantes. Vale ressaltar que a integridade da
termossoldagem é um fator de extrema importância para a preservação da
qualidade do cereal, principalmente quanto ao aspecto de crocância.
Na área de filmes, tem-se observado uma tendência de utilização de
estruturas laminadas que confiram maior resistência mecânica ao produto e ofereçam
uma maior barreira a gases e ao vapor d’água, dispensando a utilização de uma
embalagem externa de cartão, a exemplo de PP, BOPP, BOPP/PE e BOPP/BOPP.
Novos materiais de embalagem vêm sendo desenvolvidos para prolongar a
vida-útil do produto, conferir maior resistência mecânica à embalagem e proporcionar
uma fácil e rápida abertura da embalagem, a exemplo da estrutura PE/camada
barreira/ionômero, que oferece alta resistência à perfuração. O ionômero requer
temperaturas e pressões de selagem relativamente baixas, permitindo que a
embalagem seja aberta fácil e manualmente. Esse material pode ser usado em
equipamentos form-fill-seal tanto verticais quanto horizontais (KID-FRIENDLY..., 1999).
Outra embalagem lançada recentemente é uma estrutura multicamada
composta por um filme de PEAD orientado laminado a um de BOPP com
revestimento de acrílico. O filme de PEAD orientado oferece elevada resistência
ao rasgo e rigidez, além de oferecer boa barreira à umidade e permitir o
rasgamento do filme em uma única direção. O revestimento acrílico do filme de
BOPP confere excelente barreira ao aroma, além de ser transparente e permitir a
visualização do produto pelo consumidor (A MOBIL..., 1998).
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 95
10. CHOCOLATES
Cacau
Limpeza
Secagem / Torrefação
Prensagem
Concheamento
Lecitinização
Chocolate
Pulverização
Moldagem e cristalização
Cacau em pó
Desmoldagem / Embalagem
10.2. Embalagem
Dentre os fatores causadores da perda de qualidade de chocolates, o
sistema de embalagem tem pouca influência sobre alterações decorrentes da
flutuação de temperatura. Entretanto, a embalagem está diretamente relacionada
ao ganho e à perda de umidade, alteração de coloração, danos mecânicos e
alteração de odor e sabor do produto.
Desse modo, a embalagem para chocolates deve ser barreira ao vapor
d’água, ao oxigênio, à passagem de luz, à permeação de componentes do aroma
do produto e de odores estranhos oriundos do ambiente de armazenagem e
suportar as solicitações mecânicas do sistema de transporte e distribuição.
Alguns chocolates em barra vêm previamente envoltos em folhas de alumínio,
com ou sem verniz interno. Uma embalagem secundária de papel/verniz ou cartão
pode ser usada externamente, em contato com a folha de alumínio, para aumentar
sua proteção mecânica, conferir melhor apresentação ao produto e para prevenir o
desprendimento de gordura do produto para a face externa da embalagem.
A folha de alumínio vem sendo substituída por filmes de BOPP
termosseláveis. O BOPP apresenta excelente barreira ao vapor d’água e a
pigmentação ou impressão das estruturas conferem também barreira à luz. A
própria rigidez do filme de BOPP, somada à rigidez da selagem longitudinal da
embalagem flow pack, confere proteção mecânica ao produto, dispensando o
102 10. Chocolates
11.2. Embalagem
O tipo de embalagem necessária para proteger os confeitos da absorção de
umidade irá depender da atividade de água do produto e da umidade relativa do
ambiente e se o confeito deteriora ou não, ao ganhar ou perder umidade sob estas
condições. Portanto, o material de embalagem utilizado deve oferecer barreira à
umidade, para evitar que a umidade permeie para o interior da embalagem e,
conseqüentemente, seja absorvida pelo produto (ROBERTSON, 1992).
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 111
12. CAFÉ
Seleção
Café Instantâneo
liofilizado Café Instantâneo Aglomeração
em Pó
Café Instantâneo
Aglomerado
FIGURA 12.1. Diagrama de produção de diversos tipos de café a partir dos grãos
de café.
12.1.2. Embalagem
Visto que o café torrado e moído é susceptível à perda de qualidade pela
exposição ao oxigênio do ambiente, intensificada pela absorção de umidade,
recomenda-se o uso de embalagens com baixa permeabilidade ao oxigênio e ao
vapor d’água. Para haver compatibilidade com as propriedades de barreira da
embalagem, as selagens devem ser herméticas, caso contrário, o produto perde
compostos do aroma e há livre entrada de oxigênio e vapor d’água pelas
descontinuidades da selagem. Quanto menor for a permeabilidade dos materiais
de embalagem, mais relevante será a contribuição da termossoldagem na
manutenção da hermeticidade da embalagem.
Além de sofrer oxidação, os aromas do café torrado e moído podem se
perder por permeação pelo material de embalagem. Assim, as características de
barreira a aromas da embalagem determinam a velocidade de perda de aromas
por permeação pelo material.
A temperatura de estocagem afeta as taxas de permeabilidade a gases e
aromas, visto que a permeação é um fenômeno de transferência de massa, regido
pela temperatura. Portanto, a comercialização deste produto em países de clima
quente requer maiores barreira da embalagem ou a vida-útil será mais curta.
A embalagem também não deve transmitir odores e sabores
desagradáveis ao café, que devido ao seu alto teor de gordura, absorve
rapidamente vapores orgânicos. A superfície interna da embalagem não deve
absorver matéria gordurosa.
Após a torrefação e moagem, o café deve ser mantido em atmosfera
inerte, livre de oxigênio, para que permaneça fresco e sua qualidade seja mantida
por um período mais longo. O problema com o acondicionamento imediato do café
torrado é a liberação de gás carbônico, durante 8 a 24 horas após a torrefação,
que pode causar o estufamento da embalagem que apresentar boas propriedades
de barreira a gases. O estufamento é indesejável do ponto de vista visual, também
dificulta o empilhamento dos sacos e pode romper as selagens. Esse problema
característico do café torrado pode ser solucionado, mantendo o produto em
atmosfera inerte, antes do empacotamento, para liberação do gás carbônico sem
contato com o oxigênio do ar. Visto que não se dispõe de materiais de embalagem
que simultaneamente tenham alta permeabilidade ao CO 2 e baixa ao O2, esta
troca de gases só pode ser feita por meio de válvulas, que liberam o CO 2 sem
permitir a entrada do O2, fixadas no corpo da embalagem.
Há vários sistemas de válvulas disponíveis no mercado internacional. No
Brasil, elas são utilizadas apenas para café torrado em grãos, mas em outros países
já estão sendo comercializadas para café torrado e moído. Os acessórios de
aplicação de válvulas geralmente podem ser utilizados em equipamentos form-fill-seal
ou elas podem vir aplicadas em embalagens pré-formadas (WHY??, 1999).
Mesmo que a embalagem e a selagem representem uma barreira à entrada
de oxigênio do ar ambiente, outro fator importante na manutenção da qualidade do
café torrado e moído é a redução do oxigênio residual no interior da embalagem, após
fechamento. Este oxigênio residual na embalagem, que dará início à degradação dos
componentes do aroma e sabor, pode ser reduzido por 3 técnicas principais. A
primeira é a aplicação de vácuo, a segunda é a injeção de gás inerte no interior da
120 12. Café
12.2.2. Embalagem
O café solúvel requer elevada proteção contra a umidade. Deste modo, o
material de embalagem utilizado deve oferecer barreira ao vapor d’água, evitando que
o produto absorva umidade, preservando sua qualidade e prolongando sua vida-útil.
Para os produtos mais sofisticados, com recuperação de aroma, reduzindo-se a
concentração de oxigênio do espaço-livre da embalagem, a um valor inferior a 4%,
pode-se obter um produto com até 18 meses de vida-útil (ROBERTSON, 1992).
Uma das principais características necessárias do material de embalagem
é a barreira a gases, devido a susceptibilidade à oxidação dos óleos do café, que
são adicionados após a extração e secagem do produto, como técnica de
melhoramento do aroma do café recém-extraído (FREIRE, REYES, 1997).
A principal embalagem utilizada para café solúvel são os potes de vidro
em diversos tamanhos, com selos e tampas rosqueáveis de PP. Algumas
indústrias também vêm utilizando latas metálicas com tampa easy-open e com
sobretampa plástica em PEBD. No Brasil, o café solúvel também é comercializado
em embalagens flexíveis auto-sustentáveis (stand-up), em estrutura de PET/Al/PE,
utilizadas como refill para os frascos de vidro, e em pequenos saches para doses
individuais, também em PET/Al/PE.
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 127
13. SORVETES
Pasteurização
Homogeneização Resfriamento
por batelada
Mistura
Congelamento contínuo
Embalagem Envelhecimento
Congelamento por batelada / Batimento
Adição de ingredientes
particulados Adição de aromas e corantes
(ex.: frutas em pedaços)
água líquida residual apresenta elevada concentração de solutos. Logo, mesmo que a
flora microbiana pudesse se desenvolver a baixas temperaturas, não haveria água
livre disponível para seu metabolismo.
No entanto, alguns casos de listeriose já foram associados ao consumo de
sorvete. Em estudos realizados, observou-se que o microrganismo Listeria
monocytogenes é capaz de sobreviver à temperatura de congelamento de –19°C
durante longos períodos de tempo, mas a doença só se manifesta quando há
doses elevadas de toxina presente no alimento (BROWN, 1994).
Alterações de cor e sabor do produto podem ocorrer ao longo da estocagem,
em função dos ingredientes utilizados para colorir e aromatizar o sorvete. Visto que
muitos pigmentos são susceptíveis à oxidação e fotodegradação e muitos
componentes de aromas são oxidáveis, a necessidade de proteção contra a ação do
oxigênio e da luz depende da estabilidade desses ingredientes.
Os sorvetes podem apresentar alguns defeitos quanto ao sabor, causados
pela utilização de produtos lácteos de má qualidade (alta acidez, velhos, rançosos
etc.), doçura e aromatização excessivas ou deficientes, mistura não agradável de
sabores, alteração de sabor de acordo com a temperatura em que é consumido e más
condições de estocagem.
As causas dos defeitos do corpo e textura são: má composição dos
ingredientes da mistura, tempo insuficiente de envelhecimento, congelamento
lento e condições inadequadas de armazenamento relacionadas, principalmente,
com oscilações de temperatura.
Outro problema que o sorvete pode apresentar é o encolhimento,
caracterizado pela redução de volume de produto, que é normalmente visualizado
no interior da embalagem. O tipo de embalagem que é utilizada também pode
contribuir para o encolhimento do produto, como por exemplo as embalagens
celulósicas, que podem absorver umidade do produto, levando-o ao encolhimento.
13.2. Embalagem
A embalagem pouco pode fazer para evitar os danos causados ao sorvete,
devido à flutuação de temperatura durante a estocagem. Entretanto, algumas
embalagens podem isolar o produto da temperatura ambiente por algum tempo,
evitando elevação acentuada de sua temperatura durante o transporte pelo
consumidor, do ponto de venda ao freezer doméstico, a exemplo das caixas de PS
expandido.
Considerando as características intrínsecas do produto e de seu sistema
de distribuição, a embalagem de sorvete deve atender aos seguintes requisitos:
apresentar boa resistência mecânica à baixa temperatura (de –25° a –15°C);
apresentar resistência à absorção de umidade, que, em alguns casos, pode
comprometer a resistência mecânica do material e a aparência da
embalagem, a exemplo de materiais celulósicos;
132 13. Sorvetes
Quanto maior o teor de água no salad dressing, mais açúcar deve ser
adicionado à formulação. O equilíbrio do sabor envolve a sensibilidade variada do
paladar às diferentes concentrações dos componentes do aroma e sabor. Já o sal
não obedece a mesma regra e, um pequeno aumento em seu teor reflete
notavelmente no sabor do produto final.
Os condimentos são utilizados sob a forma de óleos ou in natura e, neste
caso, são uma grande fonte de contaminação por fungos e bactérias (WEISS, 1980).
O aroma e o sabor são as mais importantes propriedades dos
condimentos. A cor e a aparência são também atributos importantes e contribuem
para melhorar o aspecto do produto, principalmente dos molhos para saladas.
Para as maioneses e alguns molhos, é desejável a utilização de condimentos em
partículas bastante finas, que possa ser dispersão em líquidos como vinagre ou
óleo e adicionado ao produto (BICE, 1999).
Os condimentos, geralmente, possuem propriedades antioxidantes e
contribuem para minimizar a rancificação das gorduras. Além disso, muitos deles
contêm alto teor de determinadas vitaminas e, como por exemplo a mostarda, alto
poder emulsificante e estabilizante, o que impede a quebra de emulsão do
produto, quando utilizados nas concentrações adequadas (KILGORE, 1999a).
Os molhos para saladas são produzidos a partir do aquecimento da mistura
de alguns dos componentes da formulação, a temperatura suficiente para que o
espessante seja gelatinizado e as enzimas inativadas. A partir de então é feito o
cozimento do produto e o óleo e os ovos, na forma de uma emulsão, são incorporados
à mistura (PAINE, PAINE, 1983).
14.2. Embalagem
Analisando-se os principais fatores que levam a maionese, os molhos
cremosos e os molhos para saladas à perda de qualidade durante estocagem, tem-se
que o material de embalagem deve oferecer principalmente barreira ao oxigênio, à luz
e integridade do fechamento, de forma a proteger os produtos da oxidação e de uma
contaminação microbiológica. A barreira ao oxigênio minimiza a oxidação do produto,
assim como a barreira à luz. A integridade da embalagem evita vazamentos. Uma
certa barreira ao vapor d’água para proteger o produto contra a desidratação
superficial e alterações de textura também é desejável.
Tradicionalmente, a maionese e os molhos cremosos têm sido
acondicionados em potes de vidro transparentes, fechados com tampas plásticas
rosqueáveis de PP que permitem a abertura e o refechamento da embalagem,
agregando conveniência para o uso no dia-a-dia, visto que o produto não é
consumido de uma só vez. Deve-se estar atento à possibilidade de entrada de
oxigênio pelo sistema de fechamento.
Potes plásticos de PP ou PET fechados com tampa de PP rosqueável ou
de encaixe também são utilizados. Ambos são rígidos e conferem a barreira ao
vapor d’água necessária. O pote de PP é opaco enquanto o de PET possui ótimas
propriedades óticas, comparáveis à do vidro. Em geral, a barreira ao oxigênio
140 14. Maionese e Molhos Cremosos
oferecida pelo PET é superior à do PP, contudo, esta vantagem pode ser perdida
por um sistema de fechamento deficiente.
Para garantir a inviolabilidade da embalagem e a segurança do
consumidor, algumas empresas utilizam selos aplicados na boca do frasco. O tipo
de estrutura deste selo depende do material do pote e da forma de aplicação do
selo. Em geral são usados selos de alumínio, BOPP ou BOPP/papel/PE.
A comercialização de maioneses em embalagens cartonadas iniciou-se
recentemente no Brasil, ocupando hoje a segunda principal forma de comercialização
deste produto no mercado nacional (DATAMARK, 1998 apud MAIONESE..., 1998).
A embalagem cartonada geralmente é constituída por uma estrutura
laminada de PEBD/cartão duplex/PEBD/Al/poliolefinas. O PEBD externo é
responsável pela proteção à impressão feita no cartão e fixação de abas. O
cartão, normalmente de celulose de fibra longa, recebe a impressão e é o
responsável pela rigidez e pela resistência mecânica da embalagem. A folha de
alumínio confere barreira a gases e ao vapor d’água, enquanto a poliolefina
interna promove a termossoldagem e a resistência a líquidos. Normalmente, a
poliolefina interna é um filme coextrusado.
Recentemente, as maioneses passaram a ser acondicionadas e
comercializadas em embalagens stand-up, utilizando o conceito de refil, com ou
sem válvula dosadora, que confere maior conveniência ao consumidor. O material
normalmente utilizado é o laminado PET-PVDC/PEBD+PEBDL. O PET confere à
embalagem resistência mecânica e, devido às suas propriedades ópticas,
excelentes características de impressão. O PVDC proporciona barreira ao
oxigênio, ao vapor d’água e à gordura. A camada interna é responsável pela
rigidez e integridade do fechamento da embalagem. A incorporação de PEBDL na
camada interna melhora as propriedades mecânicas da embalagem.
Frascos squeeze de PET com selo de alumínio e bisnagas plásticas, ambos
fechados com tampa de PP, também são utilizados para maionese.
Nos molhos para salada, o frasco injetado de PET com tampa de PP é a
embalagem mais utilizada pois além de conferir proteção ao produto, é de grande
conveniência no consumo.
Para o mercado institucional, a maionese pode ser encontrada em
baldes/potes plásticos de PEAD ou PP de 3kg. Essas embalagens podem ser
termoformadas ou injetadas e, neste caso, costumam ter maior resistência
mecânica e podem assumir formatos diferenciados. Quando o produto é
adicionado diretamente no balde plástico, este é termosselado com selos de
PETmet/PE ou PP. Outra opção é acondicionar o produto em sacos plásticos,
geralmente, compostos de filmes coextrusados à base de EVA ou PEBD,
contendo como material-barreira ao oxigênio, a PA, o EVOH ou o PVDC. Estes
sacos são fechados com lacres plásticos ou termosselados e, posteriormente,
acondicionados nos baldes ou mesmo, em caixas de papelão.
Maionese e molhos para salada costumam ser acondicionados em
porções individuais, na forma de sachês, com cerca de 8 e 10g de produto.
Geralmente os sachês são em laminados de PET/Al/PP ou PET/Al/PE. Estruturas
alternativas tendo EVOH como camada barreira também podem ser utilizadas.
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 143
15.1.2. Embalagem
O uso de embalagens para acondicionamento de carnes, aves e derivados
congelados tem como principais objetivos a proteção contra a desidratação e, por
isso, deve-se utilizar materiais de embalagem com baixa permeabilidade ao vapor de
água. Problemas de queima pelo frio podem ocorrer, conforme mencionado
anteriormente, mesmo quando embalagens com excelente barreira ao vapor d’água
são utilizadas, se o espaço-livre não for bastante reduzido. Portanto, deverá crescer a
utilização de embalagens termoencolhíveis à base de poliolefinas especiais.
Também é imprescindível uma boa resistência mecânica, flexibilidade e
elasticidade a baixas temperaturas, para se evitar rasgamentos e perfurações
durante todas as etapas de produção, estocagem e comercialização do produto
congelado. A perfuração ou rasgo da embalagem pode levar à queima pelo frio e à
permeação de oxigênio no interior da embalagem, que pode provocar a oxidação
de gorduras e pigmentos resultando na rancificação e alterações na coloração da
carne. Os problemas de furos e rasgos são comuns nas embalagens devido ao
manuseio inadequado e da própria ação do produto que, após o congelamento,
torna-se rígido e com extremidades pontiagudas, que provocam ruptura do filme.
Cortes primários e secundários de bovinos e suínos são geralmente
embalados em PEBD ou PEBDL e em estruturas multicamadas que incluem EVA.
O PEBD, além do baixo custo, é muito utilizado por ser permeável ao oxigênio,
mantendo a cor brilhante desejável. O PEBD também apresenta características
como baixa permeabilidade ao vapor de água, é termosselável e possui boa
flexibilidade a baixas temperaturas. A inclusão do EVA melhora a resistência à
perfuração e as características de elasticidade, evitando furos e rasgos devidos ao
manuseio e melhora a adesão da embalagem à superfície do produto, reduzindo
ou eliminando o espaço-livre no interior da embalagem, minimizando a
desidratação superficial do produto.
Cortes mais nobres de bovinos e suínos devem ser melhor protegidos
contra o oxigênio e, para tanto, são utilizadas estruturas multicamadas que
incluem materiais barreira ao oxigênio como PA, PVDC e/ou EVOH e o
acondicionamento é feito a vácuo, seguido ou não por um encolhimento do
material por calor em túnel com ar ou banho de água.
Filmes encolhíveis multicamadas coextrusados à base de poliolefinas são
muito usados no segmento de produtos cárneos congelados. Estes filmes
apresentam grande resistência mecânica, selam facilmente ao mesmo tempo que
têm ótima força de selagem, barreira ao oxigênio e resistência à perfuração
provocada por ossos durante o acondicionamento. As estruturas que vêm sendo
146 15. Alimentos Congelados
15.2.2. Embalagem
No Brasil, são utilizados basicamente dois tipos de embalagens para o
acondicionamento de pescado congelado: embalagens flexíveis e cartão.
As embalagens flexíveis normalmente utilizadas são de PEBD que
apresentam boa barreira ao vapor d’água. Por tratar-se de um produto naturalmente
úmido o pescado pode gerar problemas de termossoldagem nesta embalagem. Esse
fato, associado a problemas de perfuração que ocorrem devido ao manuseio
inadequado das embalagens e da própria ação do produto congelado, deixa o
pescado sujeito à desidratação superficial.
Por não apresentar barreira ao oxigênio, o PEBD não é recomendável
para pescados congelados com alto teor de gordura.
Cartuchos de cartão, como os utilizados para produtos cárneos também
são utilizados.
Sacos plásticos multicamadas, como PET/PET/Al/PEBD, PA/PEBD,
PET/PEBD e OPA/PA/PEBD também são utilizados. Nestes casos, pode ser obtido
um excelente apelo visual, por meio de impressão gráfica. Deve-se estar atento à
resistência ao rasgamento desses materiais, visto que nas temperaturas de
estocagem, entre –18°C e –25°C, o material pode tornar-se rígido.
Estruturas multicamadas contendo camada barreira ao oxigênio (EVOH,
PVDC) em embalagens semi-rígidas, a vácuo ou tipo vacuum skin packaging são
utilizadas para produtos nobres. Por exemplo, atum congelado vem sendo
acondicionado em embalagens de EVA/EVA/PVDC/EVA. Bacalhau desossado
também vem utilizando filmes com esta mesma estrutura, mas com espessuras
menores, em embalagens a vácuo. Salmão defumado ou temperado é embalado
em vacuum skin packaging com tampa em filme coextrusado de alta barreira e
fundo também em alta barreira com EVOH ou PVDC.
148 15. Alimentos Congelados
15.3.2. Embalagem
A maior parte das frutas e hortaliças congeladas no Brasil é consumida por
indústrias alimentícias como matéria-prima. Neste mercado, a embalagem mais
utilizada é o saco de PE linear ou não. Esta também é a embalagem mais utilizada
para a venda direta ao consumidor. Nestes casos, o polietileno alia bom
desempenho em máquinas tipo form-fill-seal e nas temperaturas usuais de
estocagem e barreira ao vapor d’água.
Além dos filmes de PE, filmes laminados de PET/PEBD vêm sendo utilizados
no Brasil para o acondicionamento de frutas e hortaliças congeladas. Este material
proporciona, além da barreira ao vapor d’água, um excelente apelo visual, devido à
qualidade de impressão e o brilho proporcionado pelo PET. Entretanto, conforme já
mencionado, nas temperaturas de estocagem torna-se rígido e poderá apresentar
problemas de rasgamento.
15.4.2. Embalagem
As embalagens para pratos prontos congelados devem oferecer proteção
mecânica e barreira a gases e à gordura de acordo com os ingredientes que
compõem o produto, de forma a manter as qualidades do alimento. Por serem
produtos de conveniência, sempre que possível a embalagem deve também
atender aspectos como facilidade de abertura e possibilidade de reaqueciemnto
em forno de microondas e convencional. Para aquecimento em microondas, a
embalagem deve preferencialmente permitir a passagem da radiação para que o
aquecimento ocorra de forma mais rápida e resistir a temperaturas da ordem de
90°C. Para ir ao forno convencional a embalagem deve resistir a temperaturas da
ordem de 200°C. Em ambos os casos a embalagem deve manter a rigidez para
facilitar o manuseio.
Bandejas plásticas termoformadas de poliéster cristalizado ou PP,
fechadas por termossoldagem com filme plástico são bastante utilizadas neste
mercado. Bandejas de cartão revestido com poliéster, termosseladas pelo mesmo
tipo de material também são usadas. Em geral, essas bandejas são
comercializadas em caixas de cartão.
Sacos de PEAD e filmes coextrusados termoformados, fechados por
tampa plástica termosselável, são empregados para produtos aquecidos em
banho-maria. Neste caso, é importante a resistência à temperatura da água em
ebulição, cerca de 100°C. Estas embalagens não são consideradas práticas tendo
em vista a dificuldade para manipulação do produto já aquecido e dificuldade de
mantê-las submersas na água, durante o aquecimento, visto que, em geral, a
quantidade de ar no seu interior é suficiente para fazê-las flutuar.
Sacos de PE são utilizados para acondicionar produtos particulados tipo massa
curta e vegetais, que são congelados antes do acondicionamento por um processo de
congelamento rápido e individual denominado de IQF (individually quick frozen).
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 153
nas embalagens deve ser a mais alta possível, para restringir a deterioração
microbiológica, mas pode acarretar o colapso da embalagem, se esta for muito
permeável. O CO2 permeia o material de embalagem mais rapidamente do que o
O2 e o N2 e se dissolve no líquido e na gordura do produto, reduzindo a pressão
interna no espaço-livre da embalagem, causando seu colapso. Assim, a
durabilidade de aves frescas mantidas à temperatura menor que 5°C poderá ser
ampliada de 7 a 12 dias para 3 semanas, em embalagens com atmosfera
modificada com alta concentração de CO2.
A concentração de gases no interior de embalagens com AM depende de
vários fatores associados ao sistema de acondicionamento, além da concentração
inicial dos gases injetados, tais como: taxa de permeabilidade a gases da
embalagem, hermeticidade da soldagem, área e volume da embalagem, volume
do produto, características de absorção de gases do produto e temperatura.
Na comercialização de porções de varejo de carne fresca, em embalagem
com atmosfera modificada, é comum a utilização de bandejas plásticas rígidas
com tampas flexíveis e transparentes, constituídas por estruturas de alta barreira.
A embalagem rígida é utilizada, pois o contato do material de embalagem flexível
com o produto iria criar um ponto de baixa pressão de oxigênio e conseqüente
escurecimento localizado da carne fresca. É recomendável que o fundo e as
laterais das bandejas apresentem ranhuras, para facilitar a circulação dos gases
ao redor do produto. Os equipamentos mais comumente usados são máquinas
horizontais tipo thermoform-fill-seal. Também podem ser usadas máquinas semi-
automáticas que operam com bandejas pré-fabricadas. A etapa de evacuação e
injeção de gases é o fator limitante da velocidade de produção das máquinas
automáticas.
Outra opção de sistema de embalagem com bandeja rígida em atmosfera
modificada usa filme termoencolhível, de alta barreira a gases, em máquina tipo
flow pack horizontal. O filme apresenta elevada transparência e brilho e possui
propriedades anti-embaçantes. Durante o acondicionamento, o filme é
hermeticamente selado ao redor da bandeja com produto em atmosfera
modificada. Antes do equipamento fazer as termosselagens transversais, um
abafador ajusta a quantidade de gás dentro da embalagem. Após o fechamento, o
filme é termoencolhido ao redor da bandeja através de um túnel de encolhimento.
É importante que a bandeja apresente alta permeabilidade a gases, para permitir o
contato da atmosfera modificada com toda superfície do produto, por isso utilizam-
se bandejas de PS expandido.
Ambos os sistemas de embalagem descritos anteriormente podem ser
usados para cortes de suíno e de aves.
Comparativamente à embalagem a vácuo para carne fresca, a embalagem
em atmosfera modificada exige uma etapa a mais de processo, referente à injeção
da mistura gasosa, implica na utilização de material de embalagem rígido e em
maior quantidade, devido à necessidade de grande volume de espaço-livre e
requer maior espaço para estocagem refrigerada (SARANTÓPOULOS, 1994).
Contudo, mantém a cor vermelha na carne, mais aceita pelo consumidor do que a
cor arroxeada da embalagem a vácuo.
162 16. Carnes, Aves, Pescados e Derivados
Marrom / Preto
Cura
METAMIOGLOBINA Desidratação
Verde
NITROSIL- Redução NITROSIL-
METAMIOGLOBINA MIOGLOBINA Sulfomioglobina Calor
(vermelho escuro/rosa) (vermelho escuro/rosa)
Coleglobina (cozimento)
Calor Crescimento microbiano
(cozimento)
NITROSOHEMOCROMA METAMIOGLOBINA
DESNATURADO DESNATURADA
(rosa) (cinza / marrom)
PORFIRINAS
Cinza OXIDADAS
(verde / amarelo / sem cor)
Catalisadores
(O,2luz, íons metálicos) O2
residual insuficiente de nitrito Crescimento microbiano
carne PSE/DFD
gordura oxidada
abaixo de 3ºC. Para os pescados magros, deve-se optar por misturas contendo
certo teor de O2, que elimina os riscos de anaerobiose.
Para pescados magros recomendam-se misturas gasosas contendo 35-
45% de O2 e balanço da mistura em CO2. Misturas gasosas contendo 35-45% de
CO2, 55-65% de N2 são recomendadas para pescados e derivados com alto teor
de gordura. Para embalagens institucionais é freqüente o uso de 70-80% de CO2 e
20-30% de N2, independente do tipo de pescado, uma vez que o controle da
temperatura na comercialização de embalagens institucionais é mais fácil em
comparação com a venda a varejo, o que diminui os riscos de patogenicidade.
A inclusão de O2 na embalagem com atmosfera modificada, além de
prevenir o desenvolvimento de Clostridium botulinum, reduz alterações de cor em
algumas espécies de pescado.
Muitos especialistas têm reportado aumentos de 50 a 100% na vida-útil de
pescados e derivados quando em embalagens com atmosfera modificada em
relação ao acondicionamento em ar. A maior ou menor extensão da vida-útil
depende da espécie do pescado, conteúdo de gordura, carga microbiana inicial,
mistura gasosa e temperatura. De maneira geral, a vida-útil gira em torno de 4 a
15 dias para pescados frescos e entre 15 a 20 dias para pescados defumados
(DAVIS apud SARANTÓPOULOS et al., 1996).
As mesmas sugestões de sistemas de embalagens discutidas
anteriormente para carnes e aves são válidas para pescado.
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 177
17. QUEIJOS
17.2. Embalagem
Muitas embalagens utilizadas no Brasil foram especificadas com base
naquelas utilizadas no exterior, e, posteriormente, foram estendidas para os novos
tipos de queijos desenvolvidos no País.
180 17. Queijos
deve ser hermética. O material deve ser resistente à permeação de gordura, visto
que a maioria dos queijos apresenta alto teor de gordura.
Os queijos cremosos, Cottage e Quark, nas porções de varejo, são
normalmente acondicionados em bandejas rígidas de PP e PS, fabricadas tanto por
termoformação como por injeção. Geralmente, a opção é por bandejas e tampas
transparentes ou brancas, termoformadas. Essas bandejas apresentam fechamento
hermético pela termossoldagem de um selo Al/verniz selante (ALVES et al., 1994).
18.2. Embalagem
A especificação da embalagem para frutas e hortaliças minimamente
processadas requer a otimização de parâmetros físicos, bioquímicos, ambientais e
químicos.
Dentre os parâmetros físicos devem ser considerados: a área superficial
da embalagem em relação ao peso de produto, o volume do espaço-livre no
interior da embalagem e suas características de permeabilidade a gases a ao
vapor d’água. A injeção de gases na embalagem ou a adição de absorvedores (a
fim de reduzir os conteúdos de etileno, CO 2, O2 e vapor d’água) também são
fatores físicos a serem otimizados.
Os fatores bioquímicos que devem ser considerados na especificação da
embalagem estão associados às características do produto, como variedade, grau
de maturação, técnicas de pós-colheita, tamanho e peso.
Os fatores ambientais a serem considerados são a temperatura, a luz, a
severidade do pré-processamento e o stress mecânico, decorrente do manuseio e
transporte.
Por fim, a reatividade química de absorvedores incorporados em
polímeros deve ser conhecida e controlada.
A modificação da atmosfera da embalagem pode ser obtida apenas pelo
fechamento da embalagem, por meio de uma evacuação parcial ou total ou pela
injeção de uma atmosfera otimizada.
A partir do momento em que o vegetal é acondicionado e fechado dentro de
uma embalagem plástica, sem que tenha sido feita uma injeção de mistura gasosa, a
concentração de O2 no espaço-livre da embalagem tende a decrescer enquanto a de
CO2 se eleva, em decorrência da respiração. Devido às diferenças de concentrações
de O2 e CO2 dentro e fora da embalagem ocorre uma permeação destes gases
através do material. Durante a estocagem, uma atmosfera de equilíbrio, diferente do
ar, tende a se estabelecer, em função de um equilíbrio entre a permeação de gases
através da embalagem e a respiração do produto. Este fenômeno é conhecido como
modificação passiva da atmosfera no interior da embalagem (Figura 18.1).
Quando a atmosfera é modificada pouco antes do fechamento da
embalagem por meio da injeção de uma mistura gasosa adequada (modificação
ativa da atmosfera), o equilíbrio dos gases é atingido imediatamente e se mantém
pelo controle da embalagem (Figura 18.1). A vantagem deste sistema é que o
equilíbrio é atingido mais rapidamente e sem a participação efetiva do produto, o
que mantém a sua qualidade inicial por mais tempo.
A composição dessa atmosfera de equilíbrio é função da concentração
inicial de gases no espaço-livre da embalagem, da taxa de permeabilidade a
gases do material, da área da embalagem, do peso do produto, da taxa de
respiração do vegetal e da temperatura. Assim, no caso de modificação ativa da
atmosfera, nem sempre a composição da mistura injetada é aquela obtida na
atmosfera de equilíbrio.
Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 193
19.2. Embalagem
As rações secas e as semi-úmidas e os snacks são, em geral,
comercializados em embalagens flexíveis, onde predominam os materiais
plásticos. Estes produtos, quanto mais ricos nutricionalmente e em gordura, mais
204 19. Pet Foods
barreira à luz.
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Requisitos de Conservação de Alimentos em Embalagens Flexíveis 215
APÊNDICE
Al .................... folha de alumínio
PP .................. polipropileno
PS .................. poliestireno