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PLANTAS MEDICINAIS

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PLANTAS
MEDICINAIS
DR. CELERINO CARRICONDE

Publicação da Prefeitura Municipal


de Afogados da Ingazeira.

Setembro de 2020
Apresentação

E
sta publicação é dirigida a todos os profissionais de saúde,
em especial aqueles que atuam no programa saúde da
família e na atenção básica, e tem por objetivo mostrar
que o uso das plantas medicinais é uma forma complementar, e
“O médico do futuro não alternativa, para tratar alguns sintomas como febres e dores,
Não dará remédios, mas interessará os assim como algumas patologias mais simples da APS, como, por
exemplo, infecções virais, bronquite, verminoses, vaginite, ou
pacientes nos cuidados com o corpo ajudar na cicatrização de uma ferida, de forma eficaz, segura,
humano, a nutrição, e nas causas e barata e de fácil acesso.
prevenções de doenças”. Exemplos falam mais do que palavras. E para isso, vamos citar
o trabalho que vem sendo desenvolvido em Brejo da Madre de
Deus, município do Agreste pernambucano, que implantou um
Thomas Edison programa de fitoterapia com o apoio do NUSP, da Universidade
Federal, da JICA e do CNMP. Em menos de um ano, os gastos
em medicamentos foram reduzidos em mais de 30%. Além disso,
as hospitalizações de crianças com quadros bronquiais reduziram
em 90% com o uso de xaropes fitoterápicos. Além da melhoria
na qualidade de vida dessas crianças, houve também uma
significativa redução de custos com hospitalizações, podendo
esses recursos serem redirecionados para mais investimentos em
mais em Saneamento e Água tratada, por exemplo.
PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

Agradecimentos Introdução

N E
m setembro de 1978, a Conferência Internacional sobre Cuida-
osso primeiro agradecimento vai para as pessoas anônimas do povo,
dos Primários de Saúde, realizada pela Organização Mundial da
para os excluídos, possuidoras da grande sabedoria revelada por Deus.
Saúde (OMS) em Alma-Ata, no Cazaquistão, expressava a “ne-
Elas que me ensinaram o uso empírico desse conhecimento e que me
cessidade de ação urgente de todos os governos, de todos os que tra-
permitiram ajudar milhares de pessoas por esse Brasil afora. Em seguida, agra-
balham nos campos da saúde e do desenvolvimento e da comunidade
decer a minha fiel companheira de vida: Diana. Eu sempre acreditei que amar,
mundial para promover a saúde de todos os povos do mundo.
como dizem os poetas, não é olhar um para o outro, mas os dois na mesma
direção, a de lutar por uma sociedade mais justa superando as dominações. E é Nesta conferência foram estabelecidas as estratégias de saúde para to-
por isso que continuamos nessa amorosa caminhada... dos até o ano 2000. Desde essa época, a OMS tem expressado a sua
posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas
Agradecer Dona Madelana Arraes por ter dado todo apoio para realizarmos
medicinais no âmbito sanitário, levando em conta que 80% da popula-
aqui em Recife, em 1997 o Primeiro Seminário Nordestino de plantas medici-
ção mundial utiliza tais plantas ou preparações a partir delas, na aten-
nais na APS e biodiversidade com participação de 1200 pessoas e como disse
ção primária à saúde.
o Presidente do LAFEPE, Dr Antonio Alves: isto pode ser considerado um
Seminário Nacional pela quantidade de Estados (16) que se fazem presentes. Em paralelo, destaca-se a participação dos países em desenvolvimento
nesse processo, já que possuem 67% das espécies vegetais do mundo.
Agradecer ao meu mestre, Prof. Abreu Matos, do Ceará; como também à Prof.
No Brasil, as populações indígenas e, posteriormente, a população em
Rinalda Araújo, da Paraíba que sempre nos estimularam e ajudaram nas pes-
geral, tem nas plantas medicinais, remédios vários usados para curar
quisas dessas plantas. Agradecer ao Sr. Prefeito José Patriota e seu secretário de
muitas doenças, em especial nas áreas e regiões do País sem acesso à
saúde, Artur Amorim e a todas as pessoas com as quais há décadas trabalha-
medicina alopática. Muitas experiências com o uso das plantas medi-
mos por esse mundo de Deus pela causa da Saúde Coletiva e pelo bem-estar
cinais aconteceram no âmbito da sociedade civil.
do planeta.
No Estado de Pernambuco, com apoio do governo Arraes em 1997 e
Obrigado a vocês!
do Ministério da Saúde, foi realizado o Seminário Nacional de Plantas
Me sinto feliz em participar dessa teia da vida. Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos, com a participação de mais
de 1200 pessoas entre gestores e usuários do sistema único de saúde,

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onde um dos encaminhamentos foi a necessida- senvolve sua política de saúde pautada na pro- gionais, bem como o potencial de agregação de A Cartilha de Plantas Medicinais registra da-
de de o País ter uma política de plantas medi- moção, prevenção, tratamento e na recuperação, valor e renda nas cadeias e nos arranjos produ- dos que são importantes para a consolidação da
cinais. Essa diretriz foi apresentada e aprovada ações capazes de melhorar a qualidade de vida tivos de plantas medicinais e fitoterápicos. O de- PNPMMF, no município de Afogados da Inga-
em diversas conferências de saúde municipais, de sua população, adotando uma metodologia senvolvimento do setor de plantas medicinais e zeira – PE, a saber:
estaduais e nacional. Em 2006, o governo federal de cunho participativo e democrático, que en- fitoterápicos pode se configurar uma importante
aprovou a Política Nacional de Plantas Medici- volve transversalmente todos os níveis e instân- estratégia para o enfrentamento das desigualda- 1 – Estabelecimento de Convênio de
nais e Fitoterápicos, por meio do Decreto Pre- cias do governo e da sociedade. Por este motivo, des regionais, e fundamental para garantir insu- Cooperação Técnica com o Centro
sidencial Nº. 5.813, de 22 de junho. Em 2009 foi a gestão municipal decidiu implantar a PNPMF mos e produtos, para a saúde pública. Nordestino de Medicina Popular - CNMP;
aprovado o Programa Nacional de Plantas Me- e integrar esse projeto a outras políticas de saúde 2 - Levantamento e identificação das principais
dicinais e Fitoterápicos, que estabelece diretri- já em execução no município e região, contri- Destaque-se também que a ampliação das
opções terapêuticas ofertadas aos usuários do plantas utilizadas na cidade e região;
zes e linhas prioritárias para o desenvolvimento buindo de forma concreta para a promoção de
de ações, pelos diversos parceiros, em torno de melhorias das condições de vida, de investimen- Sistema Único de Saúde (SUS), com garantia 3 - Implantação e funcionamento da horta viva.
objetivos comuns voltados à garantia do acesso to social e de cuidados com o meio ambiente. de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos
e serviços relacionados à fitoterapia, com Encontram-se em andamento a estruturação
seguro e uso racional de plantas medicinais e fi- do laboratório de manipulação para a posterior
toterápicos em nosso País, ao desenvolvimento A PNPMF tem, como um de seus suportes, a segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva
Política Nacional de Assistência Farmacêutica da integralidade da atenção à saúde, é uma produção e distribuição dos remédios na rede de
de tecnologias e inovações, ao fortalecimento saúde, bem como a estruturação da capacitação
das cadeias e dos arranjos produtivos, ao uso (PNAF), parte integrante da Política Nacional importante estratégia com vistas à melhoria da
de Saúde (PNS). Tais políticas contemplam, em atenção à saúde da população e à inclusão social. dos profissionais de saúde para implantação da
sustentável da biodiversidade brasileira e ao de- PNPMF.
senvolvimento do complexo produtivo da saúde. seus eixos estratégicos: definição e pactuação
de ações interssetoriais; utilização das plantas Neste sentido, e com este proposito, a Secretaria
No Brasil, antes da aprovação da lei, acontece- medicinais e de medicamentos fitoterápicos no Municipal de Saúde firmou parcerias para im-
ram inúmeras experiências governamentais e da processo de atenção básica à saúde, utilizando os plantação da PNPMF visando: Artur Amorim
sociedade civil que gestaram o desenvolvimento conhecimentos tradicionais incorporados, com 1 - Capacitação dos profissionais da rede Secretário Municipal de Saúde de Afogados da
e a aprovação de tal politica . Uma delas ocorreu embasamento científico; adoção de políticas de municipal de saúde para utilização de Ingazeira
no município de Brejo da Madre de Deus (PE), geração de emprego e renda, com qualificação e plantas medicinais; e/ou
onde em 1997 foi implantado o Programa Plan- fixação de produtores e o envolvimento dos tra- José Coimbra Patriota Filho
tas Medicinais, com o apoio da UFPE, do Gover- balhadores em saúde. 2 - Articulação com os agricultores e Prefeito de Afogados da Ingazeira
no Japonês e do Centro Nordestino de Medicina agricultoras do Programa de Agricultura
Popular (CNMP), que continua agora, com a re- Cabe ressaltar que a parceria com a agricultura Familiar para discutir estratégias de
gulamentação do Política Nacional de Plantas familiar deve ser uma prioridade, pois apresen- produção e fornecimento para o município;
Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), a produzir ta vantagens como a disponibilidade de terra e
trabalho, a detenção de conhecimentos tradicio- 3 - Definição, de acordo com o perfil
remédios para serem usados na atenção básica epidemiológico do município, das plantas
à saúde. nais, a experiência acumulada na relação com a
biodiversidade e as práticas agroecológicas vol- que serão cultivadas para fornecimento á
O município de Afogados da Ingazeira (PE) de- tadas ao atendimento dos mercados locais e re- rede municipal de saúde.

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CREDITOS
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círculo. Flores escassas, num ramalhete floral
membranoso, cor lilás, 6 estames, mais curtos
que a coberta da flor... Bulbo composto de 4-6
dentes de sabor acre e picante.
ALHO 04 - Ocorrência geográfica:
O alho é originário de Kirgiz, Sibéria, e domes-
ticado na Ásia Central à partir de A. lingicupis
Regel. Disseminado pelas tribos nômades a este
e oeste, de onde se tem cultivado e usado am-
Prefeito plamente em quase todas as culturas há mais de
José Patriota 5 mil anos. Chegou na América via Europa no
século XV.
Vice Prefeito
Alessandro Palmeira
05 - Parte empregada:
Bulbo
Secretário Municipal de Saúde
Artur Amorim
06 - Propriedades terapêuticas:
Coordenador da Farmácia Viva Amebicida, viricida, bactericida, hipotensor,
Fabrício Menezes hipolipidemico, hipoglicemiante, antimalárico,
anticancerígeno, antioxidante, imune estimu-
Equipe Técnica 01 - Nome científico: lante, diaforético, fungicida, vermífugo, expec-
Aline Alves Allium sativum L. torante, anti-artrítico – antirreumático, antidiar-
Ernani Miranda Paiva reico, diurético, cicatrizante, febrífugo, aperitivo,
Carminativo, Hepatoprotetor, fibrinolítico, anti-
Marília M. R. Pires 02 - Nomes populares: trombótico.
Ana Paula Ferreira da Silva Alho

Consultoria USOS APROVADOS PELA


03 - Hábito:
Centro Nordestino de Medicina Popular Erva perene, forma um bulbo redondo compos- COMISSÃO E:
to de dentes. Talo cilíndrico de 50cm. folhas es- Arteriosclerose
Consultores cassas de 30 cm de altura, planas em sua metade Hipertensão arterial
Dr. Celerino Carriconde inferior, ao florescer se encurva até formar um Hipercolesterolêmica
Diana Mores

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07 - Composição química cancerosas. téria orgânica que ajudam na formação da cabe- mentos livres de produtos químicos. O alho por
• O bulbo contém óleo volátil sulfurado (33 Ajoeno reduz os radicais livres evitando o CA e ça. O ideal são areno-argilosos. apresentar propriedades anticancerígenas, deve-
compostos como di, tri e tetrasulfurosos); o envelhecimento celular. Clima ideal é onde a temperatura média oscila ria ser consumido diariamente nas refeições. Po-
• Mucilagem; entre 13-24º C para ajudar na formação do Bulbo; vos que consomem grande quantidade de alho
• Esteroides; (aliina e alicina) O alho possui também hormônios femininos e são menos propensos ao câncer.
masculinos em quantidades fisiológicas o que em geral o alho exige pouco frio na fase inicial e
• Glucósidos (fructosanas) muito na fase média de formação da cabeça, no Fato demonstrado com os povos Chineses e Co-
• Minerais: zinco, selênio, germânio, cobre e explicaria seu efeito sobre a libido e o aparelho
genital. final do ciclo precisa de dias longos e calor. reanos, grandes consumidores de alho.
magnésio
• Fosfolipídios Receptores de oxigênio e doadores de hidrogênio, O alho é cultivado em todo o país sendo as regi- Sendo a essência do alho muito volátil, cheirosa,
• Vitaminas (A, B1, C), nicotinamida alto conteúdo de catalase que dá as bases para os ões Centro-Sul as mais adequadas. convém ralar ou esmagar o alho no azeite.
• 7 amino ácidos (derivados da cisteina e cis- supostos efeitos anticancerosos e antiesclerosante As variedades mais cultivadas no Brasil são: o
teinglicina) e do alho. Branco mineiro, Cateto Roxo, Amarante, Chinês, 12 - História
• Antocianinas (glucósido 3 de cianidina) Juréia. O ciclo do alho demora de 4 - 6 meses. A primeira notícia acerca do cultivo do alho en-
Outros princípios do alho são a allistatina I e
Allistantina II que impedem o desenvolvimento contramos no livro de Herédoto que diz que na
08 - Ação farmacológica das bactérias (bacteriostático). 10 - Efeitos colaterais pirâmide de Quéops foram escritos as fabulo-
A ação do alho é atribuída ao óleo de alho o qual sas quantidades de alho e cebola usadas na ali-
A garlicina, outro princípio que é ativo em vivo e Para quem tem o estomago sensível o alho é de
é volátil. Ele é composto de diallil dissulfito 60% mentação dos escravos durante a construção da
em vitro contra bacilos do grupo coli, é amebicida difícil digestão.
(tem o cheiro do alho); allilpropil dissulfito 6%. pirâmide. A Bíblia relata no Êxodo; X; 5: “lem-
e não é tóxica ainda que usada em grandes doses. Usos durante a gravidez e lactação. bramos do peixe que comíamos no Egito de gra-
Pesquisas confirmam: O germânio, um oligo-elemento, condutor de O inconveniente causado pelo cheiro do alho é ça, dos pepinos e dos melões, das cebolas e dos
Alliina é o princípio básico de onde é formado oxigênio, com efeitos revigorantes tanto nas pes- facilmente superado se ingerimos limão, laran- alhos”. Quando os hebreus chegaram à Palestina
o ácido diallil sulfito, ela não é um antibiótico soas doentes como nas sadias. ja, café, salsinha após ter comido alho. Em algu- continuaram com o cultivo do alho. Nos papiros
e não tem cheiro, mas se transforma nele e Os polissacarídeos de frutose ou fructanos isola- mas pessoas, aroma fica na pele e no bafo, para de Ebers se refere 800 formas terapêuticas. Usado
desenvolve cheiro de alho pela ação da enzima dos, dos dentes frescos, tem atividade inibidora tirar basta usar uma planta com mentol, hortelã pelos babilônios desde 3000 A.C. É mencionado
allianase (isso acontece quando se esmaga o da Adenosina deaminasa que de alguma forma pimenta, ou japonesa ou outra espécie. Esfregar no calendário de Hsai 2000 A.C. Durante o tem-
alho). Por esta ação a alliina se transforma em intervem na regulação dos processos de ação da limão nos dedos também ajuda. po dos gregos o alho foi consumido em grandes
allicina com efeitos antibióticos sobre bacilos adenosina, tais como contração cardíaca, fluxo quantidades especialmente pelos atletas antes e
Contraindicado
gram positivos e gram negativos como os sanguíneo, vasodilatação, liberação de renina, durante as Olimpíadas para manter a energia e vi-
estafilococos, estreptococos, o H.pilory. No eczema de pele e epilepsia. gor. Os guerreiros o ingeriam antes das batalhas.
agregação plaquetária e respiração e liberação
de neurotransmissores. Hipócrates, Aristóteles e Dioscórides o reco-
Um miligrama de alicina corresponde a 15 uni-
mendavam para muitas doenças. Na Índia era
dades padrão de penicilina
09 - Cultivo 11 - Observações comum dar aos pacientes com difteria, alho cru
Ela inibe as enzimas sulfuradas, reação que O alho prefere solos leves, soltos e ricos em ma- para mastigar, com isso se ajudava a remover as
Hoje em dia é cada vez mais difícil ingerir ali-
sugere o possível efeito inibidor nas células

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membranas que cobriam a garganta, baixava a comer diariamente e pelo resto da vida 1 ou 2 e cânfora). Também contém Diterpenos (ácido
febre e melhorava o estado geral. Foi muito usa- dentes de alho cru misturados com outros ali- carnosólico, isorosmanol, rosmadial, rosmari-
do na Idade Média para combater a febre, como mentos: saladas, sopas, verduras, etc. como pre- difenol e rosmariquinona), triterpenos (ácido
antisséptico, para insônia. Durante as grandes ventivo para muitas doenças e para a manuten- oleanólicos, ácido Ursólico e derivados 3-acetil
epidemias os médicos, usavam uma máscara
molhada em sumo de alho. E durante a I Guerra
ção do vigor físico e sexual.
ALECRIM ésteres), além de outras substâncias aromáticas
(camfena, borneol, acetato de bornil, beta-ca-
Mundial o alho foi usado para tratar feridas dos riofileno, p-cimeno, limoneno, linalol, mirceno,
combatentes e ajudou a combater a terrível epi- 14 - USOS alfa-terpineol e verbenona).
demia de influenza que assolou a Europa inteira
Gripe - o alho atua como poderoso preventivo
em 1918.
contra a gripe aumentando a resistência física e 4 - Propriedades terapêuticas:
O alho é rico em enxofre e este mineral e indis- melhorando o estado geral do corpo. Para com- antioxidante, antitumoral, cicatrizante, antis-
pensável ao tecido arterial aumentando a elas- bater a gripe em seu estado inicial nada melhor séptico de ação antimicrobiana, estimulante do
ticidade e impendo a formação de depósitos de couro cabeludo em aplicações locais, carminati-
que o chá de alho ou sopa de alho picado.
cálcio e de colesterol nas paredes das artérias vo, diurética, colagogo e colerética.
evitando desse modo a arteriosclerose. Externamente - O sumo do alho é usado na
asma, ciática, gota, reumatismo. Alho frito em 5 -Indicações e usos recomendados
13 - Aspecto Culinárias óleo de coco é um bom antisséptico para sarna e
O alho na cozinha pode ser usado cru, cozido ou feridas infectadas com larvas de moscas ou feri- USOS APROVADO PELA COMISSÃO E
frito. O melhor jeito de consumi-lo é cru mis- das infectadas em geral. - Problemas de pressão arterial
turado com as saladas ou legumes, desse modo Na tuberculose - O sumo do alho diminui a - problemas digestivos
conserva seus princípios ativos que são voláteis tosse, o catarro, reduz os suares noturnos, au- 1 - Nome científico: - Perda de apetite
e portanto seu poder curativo. menta o apetite do paciente e como consequên- Rosmarinus officinalis L. - Reumatismo
O alho deve ser usado nas preparações de carne, cia disto uma melhoria do estado geral.
por seu poder germicida, torna as carnes menos 6 - Toxicidade:
perigosas; por sua capacidade de combinar-se 2 - Parte empregada: Contraindicado na gravidez, prostatite e gas-
com as proteínas mais fáceis de serem digeridas. O alho é indicado também no combate à asma folhas troenterite, o óleo essencial pode causar nefrite,
porque os princípios dele tonificam o tecido pul- gastroenterite convulsão e hiperemia na epider-
Mistura Alho e óleo: monar e melhoram a sua elasticidade. 3 - Composição química: me, dependendo da dosagem.
Preparar no dia anterior 2 ou 3 dentes de alho Flavonoides (cirsimarina, diosmina, hesperidi-
esmagados num pouco de azeite ou óleo, mistu- na, homoplantiginina, fegopolina), ácidos fe- 7 - Modo de usar
rar com salsa. De manhã colocar esta prepara- nólicos (ácido rosmarínico e outros derivados É usada nas formas de chá e de tintura prepara-
ção sobre inhame, macaxeira ou pão sem glúten ácidos caféico); óleo essencial rico em eucaliptol dos com as folhas. Usa-se também óleo essen-
come-se mastigando-se bem. A melhor forma é (1,8-cineol) e outros óleos voláteis (alfa-pineno cial. A tintura é preparada em álcool de cereais

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de 70 graus na proporção de 50 gr das folhas se-


cas para 250 ml álcool de cereais.

Dosagem
que teria ficado livre das dores reumáticas e até
rejuvenescida com a ingestão diária desta água.
Água da Hungria: 1 colher de sopa de horte-
lão miúda (fresca), 1 colher de sopa de alecrim,
como tônico e febrífugo.
É um bom remédio para dor de cabeça ou em
massagens externas.
Reduz os gases intestinais e estimula a digestão
3
AROEIRA
A tintura deve ser tomada em doses de 5ml a 50ml (2 colheres de sopa) de álcool cereais de aumentando a saída da bílis da vesícula biliar.
10ml, duas vezes ao dia. Tem sido recomendado 70 graus, 110ml (meia xícara) de água de rosas,
para tratamento de hemorroidas inflamadas, nas raspa de limão e laranja. O óleo essencial do alecrim é obtido das flores
mesmas doses recomendadas acima, tomadas e folhas, é quase incolor e na sua composição
Misturar os ingredientes em uma garrafa com possui éteres, álcoois e terpenos. Os mais con-
por via oral durante dez dias.
tampa, deixar descansar por uma semana, agi- centrados são os álcoois como o Borneol e Ci-
Para uso externo emprega-se o óleo essencial,
tando a garrafa todos os dias. Coar e por em vi- neol. Os principais terpenos são: Alfa-Pineno
em forma de compressas ou fricções, no trata-
dros escuros, bem fechados. e Canfeno. Possui também flavonoides como o
mento de entorses e contusões.
Acreditava-se que melhorava a memória, por diosminfenois, taninos, princípios amargos, sa-
isso era o símbolo da fidelidade no amor e ami- poninas e resinas.
08 - Cultivo zade. Usado em banhos e massagens. Alivia as dores
Clima: prefere locais secos, com bastante sol Outra crendice popular era que a planta florescia reumáticas e estimula os membros afetados por
num canto protegido dos ventos fortes e do frio. na casa onde a mulher era autoridade. problemas neurológicos.
Usado como incenso com juniper para purificar A aspiração de fumaça do alecrim serve para
01 -Nomes científicos
Cresce bem em solo arenoso, bem drenados e
Schinus Terebinthifolius Radii. Schinus Aroeira
adubados. Reproduz-se por meio de galhos; por o ar e prevenir infecções. abrir os brônquios e acalmar as dores de cabeça.
Vell.
semente é um processo demorado. No Brasil chegou, provavelmente, junto com os - Outros usos: Além do uso culinário e medici-
Dura muitos anos, na horta é planta companhei- portugueses. nal a importância maior do alecrim dá-se pelo 02 – Nomes populares
ra da salvia, é boa para as abelhas e espanta a uso industrial do seu óleo na fabricação de per- Aroeira vermelha aroeira mansa, corneiba,
mosca da cenoura. fumes, cosméticos, sabões. aguaraíba, fruto do sabiá e cambuí.
O alecrim é uma das plantas mais vendidas nos
mercados dos países da América Latina. Pesqui- Para evitar a queda dos cabelos é recomendado
sa em Pernambuco comprovam ação contra va- fazer um chá forte de alecrim deixar em infusão 03 - Hábito
09 - Historia por 2 horas e aplicar sobre o cabelo limpo. É um Arbusto de 3 a 5 metros.
rizes no reto (hemorroidas).
Originária da região do mar do mediterrâneo, já tônico capilar.
era conhecido pelos antigos gregos e romanos, Na Venezuela o chá é usado para reumatismo.
04 - Ocorrência geográfica
usado nos casamentos, funerais, como incenso Na Guatemala é considerado como tônico, su-
Planta brasileira encontrando-se em Minas, do
nas festas religiosas e em mágica. dorífico, abortivo e anticoncepcional. No Méxi-
Espírito Santo ao Rio Grande do Sul, Bahia, Per-
co e Brasil o cozimento é usado em duchas vagi-
Na antiguidade o alecrim era famoso por ser in- nambuco, Ceará e outros Estados do Nordeste,
nais para leucorréia. Os cubanos usam a planta
grediente da famosa Água da Rainha da Hungria nas regiões costeiras e nas encostas da Serra.

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05 - Parte empregada 08 - Toxicidade nistram sob formas insolúveis no suco gástrico, O poder antisséptico revelado pelos taninos ex-
Entrecasca e folhas. A emanação do óleo - resina produzida pela mas que se decompõem lenta e progressivamen- plica-se, ainda, pelo referido revestimento preci-
aroeira branca e a vermelha em contato com a te nos intestinos, onde exercem a sua atividade. pitado impedir o desenvolvimento de microrga-
06 – Composição química pele causa dermatite, sendo que a prevalência de Os fármacos vegetais não revelam, muitas vezes, nismos, associado à própria ação desinfetante
a - Terebintina (resina). sensibilização foi de 4 vezes maior para a aroeira este inconveniente, pois durante a secagem das que lhes confere o seu caráter fenólico.
b - Felandreno, é o óleo essencial que é indica- branca (L. molleoides) do que a vermelha (S. Te- plantas os taninos combinam-se com as prote- Possuem também propriedades hemostáticas
do na atonia gástrica, na acidez do estômago rebinthifolius) ínas celulares, oxidam-se e polimerizam-se, re- nas hemorragias de origem capilar, por precipi-
e aerofagia. Pesquisas recentes confirmam sultando compostos mais estáveis e insolúveis tarem as proteínas do soro, originando coágulos.
presença no óleo essencial de mais de 40 09 - Cultivo no estômago.
substâncias, tais como: canfeno, limoneno, Plena luz, solo de preferência os bem drenados.
pineno, monoterpeno, terpineno, felandre-
no, etc...
Necessita de periódica irrigação. USOS
APLICAÇÕES FORMAS DE USO COMO PREPARAR DOSES
c - Esteroides 10 - Ações farmacológicas do TANINO
d - Flavonoides Caracterizam-se pelas suas propriedades ads- Inflamações com ou sem Cozimento 30 grs. de casca para 1 Lavagem com ducha
e - Taninos - ver nota abaixo tringentes (do latim Ad=para e Stringere=aper- ferida no colo do útero litro d’água ferver e coar vaginal, ver nota 1.
tar), que se explicam por os taninos precipitarem
07 -Propriedades terapêuticas as proteínas das células superficiais das mucosas Atonia gástrica gastrite Cozimento 5 grs. de folha secas para 1 xícara 3 vezes ao dia.
e dos tecidos a descoberto, formando revesti- ou úlcera do estômago ½ litro d’água.
a - Adstringente - contrai os tecidos, os capila- mentos protetores. Deste modo diminui-se o
Feridas de pele Tintura 200 grs. de casca para 1 Usar no lugar do
res, os orifícios e tende a diminuir as secre- volume das secreções, atenua-se a sensibilidade,
litro de álcool a 50% mercúrio ou mertiolato.
ções das mucosas. As plantas adstringentes anula-se a propriedade de absorver substâncias
são frequentemente anti-hemorrágicas e po- irritantes ou tóxicas e contraria-se o desenvol- Hemoptise Cozimento 5 grs. de casca para ½ 1 xícara 3 vezes ao dia.
dem causar obstipação. vimento de agentes infecciosos. Internamente litro d’água
b - Antiflogístico - ou anti-inflamatório, reduz atuam, de igual modo, graças à precipitação das
as inflamações opondo-se às reações natu- proteínas, que nos intestinos podem recobrir Gota, reumatismo e Cozimento 26 grs. de casca por litro 1 banho por dia bem
rais do organismo. de finos precipitados as células superficiais das ciática d’água quente, durante 15
c - Antirreumática mucosas, opondo-se à absorção, diminuindo em minutos.
d - Balsâmico - contém bálsamos que suavizam geral os movimentos peristálticos e, portanto,
as mucosas respiratórias. transformando-se num remédio das diarreias NOTA 1 - A lavagem deve ser por 5 a 6 dias seguidos, uma aplicação diária, repouso por 2 dias onde se deve
e - Emoliente - exerce uma função calmante so- provocadas por inflamações. aplicar com a ducha o pro biótico, mais ou menos 200cc, antes de deitar. A função do pro biótico é a de repor a
bre a pele e mucosas inflamadas. flora vaginal. Conforme a patologia poderá ser repetido até 2 meses. É importante fazer uma revisão semanal.
No suco ácido do estômago podem manifestar
f - Febrífugo - combate à febre ou evita seus ação irritante e cáustica, quando se hidrolisam
acessos. NOTA 2 - O lenho dos ramos era usado para limpar e alvejar os dentes, atualmente é usado na fabricação de
das suas combinações, motivo por que se admi- palitos.
g - Hemostático

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05 - Parte empregada - Carminativo - favorece a expulsão dos gases 09 - Cultivo
Folhas, broto terminal, flores e sementes. do tubo digestivo. Terrestre, comum em horta, prefere o sol e solos
- Digestiva - auxilia a digestão, facilitando a ati- bem drenados.
06 - Composição química vidade do estômago.
ARRUDA a - Arborinine é um alcaloide com ação aborti- - Emenagoga - estimula o fluxo menstrual.
- Estimulante - estimula o fluxo vascular.
10 - Observações:
va, anti-inflamatória, anti-histamínico e an- a - A arruda é planta anafrodisíaca. Na antigui-
tiespasmódico. - Hemostática - faz parar as hemorragias, quer dade os monges a usavam para diminuir a
b - Bergapteno e Xanto toxina, são furocuma- por uma reação vasoconstritora, quer por meio libido sexual;
rinas que têm ação espasmo lítica na mus- de fatores anticoagulantes (vitaminas K e P). b - Dr. Bean, clínico francês no início do século
culatura lisa e tem propriedades foto tóxicas - Revulsiva - em uso extenso provoca a verme- afirmava que a arruda é para o útero como
usados no tratamento da psoríases. lhidão da pele acompanhada de calor. em uso a digitalis é para o coração e a nux-vomica é
c - Hirudicidal tem ação nematicida e vermici- interno, contribui para o descongestionamen- para o S. N. Central.
da, devido à presença do decanone um com- to dos órgãos.
- Sedativo - acalma e regulariza a atividade ner-
ponente maior do óleo de arruda. NOTA:
d - Rutina, a primeira a ser descoberta é um gli- vosa.
A vitamina C (ácido ascórbico) natural
cosídeo, a Ramno glicosídeo de quercetina -. - Sudorífica - estimula a transpiração.
é sempre associada a diversos compostos quí-
Ela tem ação nos vasos capilares diminuin- - Vermicida - mata os vermes do intestino.
micos como a rutina, a hesperidina, a catequina
do a fragilidade e permeabilidade dos mes- que lhe completam a ação.
mos, daí sua ação para prevenir derrame nos Ensaios farmacológicos comprovaram seu efeito
como anti-helmíntica, febrífuga, emenagoga e O ácido ascórbico puro de origem sintética é in-
pacientes hipertensos, e também protegem
01 - Nomes cientifico abortiva. completo, e por isso é incapaz de curar o escor-
contra o choque histamínico.
Ruta graveolens, L. buto acompanhado de hemorragia, como faz o
e - Vitamina C, as folhas frescas contém 390 mg
Na medicina popular, a espécie é tida como uma suco de limão.
em 100grs de folhas.
02 - Nomes populares planta mágica, utilizada desde muito tempo em O suco de limão natural está associado a flavo-
Arruda ou arruda da folha miúda ou arruda fê- A concentração do óleo foi 0,6% nas folhas das rituais de proteção, segundo suas crenças. noides com a rutina que é o princípio ativo da
mea plantas que crescem naturalmente e 0,08% nas Vitamina C2 ou fator vitamínico P.
cultivadas. 08 - Toxicidade O ácido ascórbico (Vitamina C) natural tem uma
03 - Hábito Em grandes doses as folhas e seus óleos são tó-
ação especificamente anti-hemorrágica, e por
Subarbusto ou herbácea. 07 -Propriedades terapêuticas xicas, causando vômitos, gastroenterites, sali-
isso suas indicações em afecções acompanhadas
- Antiescorbútica - combate o escorbuto. vações, edema na língua, diminuição do pulso,
de hemorragias; além disso facilita a fixação do
04 - Ocorrência geográfica - Antiespasmódica - ação calmante na muscu- extremidades frias e fraqueza. além de provocar
cálcio nos ossos, a cicatrização de feridas e es-
Planta europeia originária do Mediterrâneo cul- latura lisa. o aborto, pode até matar a mãe.
timula a resistência contra infecções: por outro
tivada em todo o mundo. - Aperitivo - contém princípios amargos que lado, não está confirmada a sua ação preventiva
estimulam o apetite e preparam as operações
digestivas.
20 21
PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

5
e curativa nos resfriados e influenza. res de cientistas descompromissados com uma planta brasileira e da américa tropical Segundo
A vitamina C natural está nas plantas medici- ciência ideológica questionam as afirmativas de Dalziel, botânico nigeriano esta Planta foi levada
nais, frutas e verduras. Linus Pauling em seu livreto sobre a Vitamina C. do Brasil para o Lagos.

A indicação da Vitamina sintética do mercado é


mais comercial do que científica. Amplos seto-
ATIPIM 05 - Partes empregadas:
Folhas e raízes

06 - Composição química:
a - Óleo essencial - Petiverina
USOS b - Glicosídeo saponínico, triterpenos
FORMAS isoarborinol, isoarboriol acetato,
APLICAÇÕES COMO PREPARAR DOSES isoarborinol cinamato.
DE USO
c - Esteroides, alcaloides, flavonoides tanino.
Alterações menstruais, Chá 1 grs. a 2 grs. para meio litro d’água 2 vezes ao dia por 1
atraso ou hemorragia fervida e quente. semana
07 - Propriedades terapêuticas:
2 vezes ao dia Antiespasmódica, diurética, emenagoga, esti-
Dores com ou sem in- Banhos ou Cozinhar ½ litro d’água e com 10
chação nas articulações grs. de folha. mulante, antirreumática, anestésica, depurativa.
compressas

Dor de dente Sumo Colocar as folhas no buraco do Quando necessário 01 - Nome científico 08 -Toxicidade:
dente. Petiveria alliacea, Linneo - Petiveria tetandra, A raiz em pó, em doses fracionadas, determina,
Gomes. a princípio superexcitação, insônia, alucinações,
Dor e infecção do Sumo Tomar diversas folhas, triturar e Aplicar 2 a 3 x no depois se manifesta indiferença e até imbecili-
ouvido molhar em algodão. É o cheiro que ouvido diariamente
02 - Nomes populares: dade, em seguida amolecimento cerebral, con-
tem ação analgésica e antibiótica.
Pipi, Erva de pipi, tipi-verdadeiro, amansa-se- vulsões tetaniformes, mudez por paralisia de la-
4 vezes ao dia nhor, mucuracaá, guiné, erva-de-guiné, erva-de ringe e a morte, depois de 1 ano, mais ou menos,
Enxaqueca Chá 2 grs. folhas de arruda e 2 grs. de
flor de camomila para ½ litro -alho, e outros. conforme as doses.
d’água. Tomar bem quente Esta planta é abortiva.

03 - Hábito
Mau hálito Cozimento 2 grs. folhas para ½ litro de água Enxaguar a boca 2 a 3
Arbusto de até 1,5 metros de altura. 09 - Cultivo:
vezes Arbusto silvestre.


Moscas (larvas) bicheira Cozimento 10 grs. folhas para 250 ml de água Lavar 2 a 4 vezes ao dia 04 - Ocorrência geográfica:
Situada por diversos autores como sendo uma

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

6
10 - Observações: 11 - Histórico: 03 - Hábito
Em homeopatia indica-se no tratamento da hi- O caboclo brasileiro tem muita fé nos efeitos Subarbustiva
dropisia, reumatismo, sífilis e blenorragia, para- desta planta, por isso, frequentemente tem um
lisia e beribéri. Dose T.M. à 3a. 04 - Ocorrência geográfica
As folhas pisadas e postas sobre a mordedura de
pezinho plantado junto ao seu rancho de “sapé.”
Sabe de seus efeitos anestesiantes, acalma a dor BABOSA Nativa das zonas secas, do Sul e leste da África;
cobra neutraliza o veneno. de dente com um palito de raiz de tipi. naturalizada no norte da África. Está dissemina-
da por muitos países de clima quente e úmido de
O povo diz que o tipi tem ação contra o malefício. No México é conhecida com o nome de PAY- quase todos os continentes. No Brasil encontra-
Usa-se a raiz como repelente de insetos em depó- CHE e é usada para arrancar dentes (raiz) se no sul, centro oeste e nordeste de preferência.
sitos de roupas ou agasalhos feitos de lã. NOTA: No livro de Morton existe uma série de
No Suriname a planta é colocada nas gaiolas de indicações desta planta para uso interno, como 05 - Parte empregada
frangos e a decocção é esfregada nas galinhas também nos autores brasileiros, mas nada se co- Folha
para matar as lêndeas de piolhos (pechiringa) Em nhece de seus efeitos tóxicos, mas no livro do
Cuba o suco das folhas é aplicado para doenças de antropólogo Gilberto Freire, relata que sua toxi- 06 - Composição química
pele, e a decocção é usada para lavar as impinges. cidade crônica leva a demência e morte quando a - ALOÉS - este nome é dado ao suco das fo-
usado por longo tempo. lhas de diversas Liliáceas do Gênero Aloe L.
obtido por métodos convenientes e depois
concentrado de modo a resultar substância
USOS sólida com características próprias.
b - Aloína e barboloína - é o principal compo-
FORMAS
APLICAÇÕES COMO PREPARAR DOSES nente fisiologicamente ativo, isolado inicial-
DE USO
mente do Aloés das Barbadas (1 a 40%).
Dores Reumáticas Tintura 80 grs. - raiz, 350 grs. - Álcool 70 graus Fricção A Aloína é um glicosídeo antraquinônico
de ação estomáquica e laxativa em pequenas
Polineurite (Beribéri) Tintura 80 grs. - raiz, 350 gr. - Álcool 70 graus Fricção
01 -Nomes científicos doses, manifesta-se um purgativo drástico
Aloe Vera L. Aloe barbadensis Mill. Aloe pemk - de ação demorada em doses mais elevadas.
Nevralgia Tintura 80 grs. - raiz, 350 grs. - Álcool 70 graus Fricção
Aloe perfoliata Vell. A barboloína tem ação bactericida sobre o
Paralisias Tintura 80 grs. - raiz, 350 gr. - Álcool 70 graus Fricção bacilo da tuberculose.
02 - Nomes populares
Compressas c - Aloeferon encontrado nas folhas da babosa
Dores de cabeça Macerado Folhas Erva-babosa, erva de azebre, caraguatá de jar-
tem ação cicatrizante é uma substancia que
dim aloe e outros.
estimula a formação de fibroblastos .Tem
também efeito anticâncer.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

d - Aloe-emodina - parece não existir no suco • Antitumoral 10 - Observação pela sua ação protetora das mucosas inflamadas,
recente das folhas, formar-se-á por decom- • Anti-inflamatório das vias respiratórias, digestivas, gênito-uriná-
Em Homeopatia: medicamento de ação eletiva
posição e oxidação da Aloína durante a pre- • Vulnerário rias, por impedirem a atividade de substâncias
sobre o ânus. Evacuações amarelas, sanguino-
paração do Aloés; encontra-se em quantida- • Anti-hemorroidas irritantes e promoverem também a diminuição
lentas ou de mucosidades transparentes como
des diminutas em geral, interior a 0,5% ou • Peitoral do estado inflamatório, mitigando as dores.
clara de ovo. Sensação de insegurança no esfínc-
nula. Segundo pesquisas na China exerce • Emoliente Atuam indiretamente como laxativos: por ab-
ter do ânus.
ação antitumoral. • Revulsivo sorverem uma grande quantidade de água evi-
Usado para desmamar crianças, passando o suco
e - Barbaloresinotanol (Resina 11 a 15%), separa- tam o endurecimento das fezes; depois, devido
USOS APROVADO PELA COMISSÃO E no seio. Usado como repelente de mosquito ou
se raças a sua insolubilidade em água fria. A ao aumento do volume do intestino empresta-
Constipação outros insetos. Com o suco ou óleo das folhas
Resina é um Éster do Ácido Cinâmico ligado lhe uma consistência normal e facilitam a sua
os sertanejos untam o cabelo para acabar com a
a um álcool resinoso, o Resinotanol. movimentação, ao mesmo tempo que excitam
caspa, calvície e o crespidão do cabelo.
f - Aloinósidos - Encontra-se em pequenas quan-
08 -Toxidade por via reflexa as contrações intestinais.
Não deve ser usados internamente em crianças.
tidades e teria ação semelhante a Aloína. Em certos casos atuam como antidiarreicos, de-
Contra indicado nos períodos menstruais pois
g - Aloetina - matéria corante. 11 - Histórico vido à sua natureza coloidal, pois impedem a
aumenta o fluxo (provoca congestionamento
ação das substâncias irritantes sobre a mucosa
h - Aloe-glicoproteína - pesquisas recentes no nos órgãos pélvicos), nos estados hemorroidais, O aloe já era usado no antigo Egito servindo
intestinal, talvez até das bactérias.
Japão isolaram glicoproteína responsável hemorragias uterinas, na predisposição ao abor- para fins medicinais e religiosos, bem como para
pela ação anti-inflamatória. to e nas nefrites. a conservação dos cadáveres mumificados. Vá- Externamente usam-se sob a forma de cata-
rios escritores gregos do século primeiro tais plasmas, por conservarem durante mais tempo
i - Essência - de composição desconhecida e cer- Doses excessivas podem provocar nefrites.
como Plínio e Dioscórides, referem que os mé- o calor úmido sobre certas zonas do corpo que
tamente variável com o tipo de aloés, encon- Advertência - a Organização Mundial da Saúde dicos Árabes o haviam introduzido e utilizavam suportam inflamações de origem bacteriana ou
tra-se em quantidades muito pequenas. não recomenda o uso interno por mais de sete muito nos países que beiram o Mediterrâneo. reumatismal, provocando aí uma congestão san-
j - Mucilagem - localizada nas folhas e pela hi- dias, pela presença de derivados antraquinônico guínea benéfica.
O pó das folhas do aloés era misturado com mir-
drólise origina Glicose, Manose, e ainda, cer- responsável pela suas propriedades laxantes se
ra no tempo de Jesus e Nicodemos levou 30 kg Utilizam-se muitas vezes em farmácia. Têm a
ca de 2,37% de Ácido urônico. a dose é elevada pode causar dores abdominais .
desta mistura para embalsamar o corpo de Jesus vantagem de diminuir a atividade irritante de
após a Crucificação. (João 19:39) certos fármacos e de lhes corrigir o gosto, par-
07 - Propriedades terapêuticas ticularmente a sensação de acidez, motivo por
09 - Cultivo
• Laxativo que se empregam associados.
• Drástico - provoca contrações enérgicas do
Terrestre, medra de preferência em lugares se- 12 - Ações farmacológicas das mucila- Usam-se como estabilizadores na preparação de
cos. gens.
intestino com fortes evacuações de fezes. emulsões, pomadas, pastas etc.; em bacterio-
• Estomáquico As substâncias mucilaginosas, incluindo as go- logia, nos meio de cultura; na análise química,
• Emanagogo mas, pectinas e até os amidos, que formam com a como coloides protetores.
• Anti-helmíntico água soluções viscosas, utiliza-se na terapêutica

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

7
A indústria alimentar emprega-se no fabrico de Assinalam-se algumas incompatibilidades, na dos graxos (palmítico, araquídico, linoleico e
geleias, de doces diversos, etc. Nas outras indús- preparação de medicamentos, com substâncias oleico), carbohidratos (amido, sacarose, glucose
trias têm muitas vezes aplicações análogas às das que precipitam as mucilagens das suas soluções: e frutose); e substancias aromática (principal-
gomas. álcool, taninos, sais de ferro, etc.. mente acetato de isopentenil).
BANANA
USOS Propriedades terapêuticas
Anti-inflamatória, laxativa, diurética, fonte rica
FORMAS em potássio, estimulante dos músculos intesti-
APLICAÇÕES DE USO COMO PREPARAR DOSES nais, vasoconstrictora, cicatrizante, anti-ulcero-
gênico e redutor de colesterol.
Queimaduras pelo sol, Emplastro Passar a folha pelo calor do fogo. Repetir a operação
fogo e radiações Retirar a cutícula, e colocar na zona quando for necessário.
afetada. Toxidade
Desconhecida
Panarício, tumores Emplastro O mesmo do anterior. Repetir quando for
e golpes necessário.
MODO DE USAR:
Caspa, dermatites se- Massagem Retirar a cutícula, esfregar no couro Fazer esta operação em
borreicas na Cabeça cabeludo. Deixar 15 minutos ao sol, dias alternados.
depois enxaguar. Corte com sangramento
Usar o leite do caule que devido a presença de
Retitis, tenesmo, he- Supositório Corta-se a cutícula da folha. Com a Aplicar 1 supositório tanino é usado para estancar o sangramento
morroida, constipação polpa corta-se em forma de suposi- cada 8 horas.
tório. Coloca-se no congelador para Queimaduras e ou escaras de decúbito
que fique duro. Depois de lavar a região afetada com água e sa-
Nome científico
Musa paradisíaca, L. bão de coco, colocar uma banana de vez (incha-
bronquites Maceração Polpa de folha de babosa... 10 gra- Tomar uma colher de
da) amassada sobre o local e colocar uma gaze
mas, retalhe, lave 9 vezes, adicione sopa pela manhã em
10 gramas de açúcar mascavo, deixe jejum. Parte empregada: esterilizada; se for necessário, fazer o curativo
macerar por 8 a 10 hs. Polpa, caule, casca, seiva e folhas. cada 12 horas.

Nota – Ao cortar a folha sai um liquido amarelo que é a Aloína que é nefrotóxico para uso interno por isso que é lavado 9 x. Composição química
Polissacarídeos, proteínas, taninos, aminas se-
rotonina, tiramina, noradrenalina, dopamina,
ácidos orgânicos (oxálico, málico e cítrico), áci-

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

8
04 - Ocorrência Geográfica: da edição (1959). Para modernizar a metodo- 08 - Farmacologia
Árvore originária do Brasil. A espécie S. coria- logia desta Farmacopeia, Ardisson et al. (2002)
Atividade antimicrobiana
ceum é mais comum no nordeste. A espécie S. usaram a técnica descrita na Farmacopéia Bra-
adstringens vegeta nos cerrados do Brasil cen- sileira 4a Edição (1996) para Hamamelis, pela O extrato bruto da casca seca (1,6 mg) de S.
BARBATIMÃO tral, principalmente Minas Gerais e Goiás. Ou-
tras espécies são encontradas desde o sul do Para
qual fenóis totais são dosados na presença de
ácido fosfotúngstico e carbonato de sódio em
adstringens feito com acetona-água (70:30) co-
locado em disco sobre placas de Staphylococ-
até o Rio de Janeiro. uma absorbância de 715 mm, em comparação cus aureus e Pseudomonas aeruginosa inibiu o
com o padrão de pirogalol. Observam-se varia- crescimento com halos de 18 e 13 mm respecti-
05 - Parte Empregada: ções de valores na literatura provavelmente de- vamente, mas o crescimento de Escherichia coli
Casca, folha e raiz. correntes de diferenças no índice de umidade, (ATCC 25922) não foi inibido em condições se-
fatores edáficos, época da colheita e armazena- melhantes (Bersani-Amado et al. 1996).
mento da droga. A melhor época para a colheita
06 - Composição Química:
da casca e das folhas é respectivamente o outono
Principais componentes químicos 9 - Toxicologia
e o inverno (Toledo et al. 1998a).
O extrato bruto hidro alcoólico da casca de S.
Catequinas e proantocianidinas dimerizadas: adstringens foi submetido a um ‘screening’ far-
Catequinas e bis-catequinas são os principais 7 - Propriedades Terapêuticas: macológico utilizando-se camundongos albinos
constituintes do extrato hidro-acetônico da casca Adstringente -Anti-hemorrágico; Antidiarreico; suíços. Os testes mostraram que na dose de até
seca. Os monômeros incluem galocatequina, epi- Antimicrobiana; Cicatrizante; Fungicida; Anti- 90 mg/kg não foram observadas alterações nos
galocatequina, 4-O-metil-galo-catequina e éste- biótico; Antileucorreico animais. Doses de 100 a 200 mg/kg, administra-
01 - Nome Científico: res de epigalocatequina. Na complexa mistura de das a camundongos por injeção, foi constatada
Stryphnodendron coriaceum, Benth. dímeros encontram-se várias formas epímeras e o
Usos medicinais deambulação lenta, piloereção, taquicardia dis-
5-desoxi-análogo de galocatequina, robinetinidol creta e excitabilidade. Com 400 mg/kg, houve
02 - Nome Popular: (Mello et al. 1993, 1996a, 1996b, 1999). Usos apoiados em dados clínicos regurgitações, além das reações observadas com
Barbatimão, Babatenon, Barba-de-timão, Casca O uso do extrato aquoso da casca para promo- as duas doses anteriores, ocorrendo morte após
A diferença na composição química entre S.
da virgindade, Casca da mocidade, Chorãozi- ver a cicatrização de escaras de decúbito ou úl- 48 horas da administração. Com a dose de 800
adstringens e S. polyphyllum (a última usada na
nho roxo, Ibatimõ (árvore que aperta). ceras isquêmicas é apoiado por estudos da es- mg/kg, houve piloereção após 10 min da admi-
adulteração da primeira ou mesmo como legíti-
pécie próxima, S. polyphyllum (S. polyphytum) nistração, seguida de contrações sucessivas, ta-
mo substituto), baseia-se em uma maior ocor-
03 - Hábito: rência de ésteres de ácido gálico na segunda es- que foi eficaz neste sentido em ensaios clínicos quicardia intensa, espasmos da glote e óbito (Di-
Árvore de tamanho médio, tortuosa, inerme e pécie, o que confere um teor mais alto de fenóis (Oliveira et al. 1999). Jorge Neto et al. (1996) re- mech et al 1998).
com casca rugosa. Folíolos coriáceos e com au- e possivelmente uma atividade biológica maior lataram o uso da casca do barbatimão no trata-
sência de pelos. Flores vermelhas ou esbranqui- (Santos et al. 2002). mento de úlcera varicosa. 10 - Formas de dosagem
çadas em espigas cilíndricas. Vagens achatadas Para tratamento de escaras ou outras lesões na
curvas e alongadas. O teor de taninos não deve ser menor que 20%
de acordo com a Farmacopéia Brasileira, segun- pele: Existem duas formulações que foram de-

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

senvolvidas originalmente com Stryphnoden- 12 - Cultivo: em todo o Brasil; ao aumento da pecuária (se- ração de suas cascas, que além das ações medi-
dron polyphyllum (S. polyphytum) (Oliveira et Árvore se adapta a diversos ambientes, desde mentes são tóxicas ao gado); o plantio de soja cinais, são utilizadas nas indústrias de curtir
al. 1999), uma para “spray”, aplicável a lesões que os solos úmidos e férteis da mata atlântica até na região do cerrado, como também pela explo- couros.
atingiram o tecido subcutâneo, em casos avança- as áreas secas e pedregosas da caatinga. Produz
dos atingindo a musculatura ou mesmo o tecido muitas sementes e estas possuem boa germina-
ósseo e articular, e outra em forma de uma po- ção em viveiro. O desenvolvimento das mudas é
mada aplicável em lesões da derme e epiderme. lento, levando até dois anos para alcançar 2,5 m. USOS
O “spray” consiste de uma solução aquosa do FORMAS
13 - Observações: APLICAÇÕES COMO PREPARAR DOSES
extrato seco de uma tintura preparada da cas- DE USO
ca moída (200g) por maceração a temperatura O gênero Stryphnodendron é de origem brasi-
ambiente, em etanol–água (2:1, volume final de leira e, devido a isso, possui várias espécies que Feridas, talhos e golpes Cozimento Cozinhar 100 grs. da casca em 1 Usar quando for
1L) por 15 dias. A solução “spray” contém 3% apresentam propriedades semelhantes e que são litro d’água e lavar a parte afetada. necessário.
ou 6% de fenóis totais, 10% de glicerol e 0,2% de denominadas popularmente pelo nome de bar-
Corrimentos e feridas Cozimento Cozinhar 200 grs. de casca em 1 Usar à noite por 4 dias
nipagin. A pomada é preparada com carbowax, batimão. Existem outras árvores de gêneros bo-
no colo do útero litro d’água, deixar amornar, colocar seguidos, alternar com
propileno glicol, água e o pó da casca de barba- tânicos diferentes, que pela riqueza de taninos
na ducha e fazer lavado interno. 3 dias usando um pro
timão. em suas cascas apresentam propriedades medi-
biótico. Repetir 3 a 4
cinais semelhantes e o povo chama também de vezes e fazer o controle
barbatimão, daí a dificuldade na identificação. médico
11 - Toxicidade:
As favas (vagens) são consideradas tóxicas ao Nota: É muito importante basear-se na pesquisa de
campo e fazer a classificação botânica com a exsicata. Sangramento Cozimento Cozinhar 10 grs. de casca para 1 Usar quando for
gado, devido a presença de saponinas que po- das gengivas xícara d’água e fazer gargarejo. necessário
dem causar fotos sensibilização e em casos seve-
ros, até a morte. 14 - Folclore Sangramento do útero Cozimento Cozinhar 3 grs. de casca para uma Tomar uma xícara 2 a
A casca de barbatimão tem sua fama desde os e hemoptises xícara d’água. 3 vezes ao dia. Fazer
Os taninos, em geral, ligam-se às enzimas di- controle medico
gestivas destruindo-as e dificultando a digestão tempos remotos da colonização, pelo uso fami-
(Ex. indigestão causada por frutos verdes). Atra- liar que dela as prostitutas tem feito para reparar
palham também a absorção de alguns alimentos “a relaxação” dos órgãos genitais. Daí surgiu o
Nota - Depois de lavar as feridas com o cozimento, fazer o pó da casca, torrar e colocar no ferimento.
a nível de intestino, daí a importância de usar os nome de casca da virgindade ou da mocidade.
A cicatrização é imediata.
preparados fora do período das refeições.
15 - Ecologia Precauções de uso
O uso prolongado de plantas ricas em tanino pode Esta planta encontra-se em processo de extinção
causar distúrbios por má absorção alimentar. Efeitos Adversos Poderá ocorrer reação alérgica em pessoas com histórico de alergias a outras espécies
devido ao desmatamento predatório que ocorre
vegetais.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

9
03 - Hábito: Hidrocarboneto diterpênico: α-canforeno. Foster 1996).
Erva perene, cespitosa, formando touceiras Álcoois alifáticos: n-hexacosanol, metil-hepte- O efeito do óleo constituído de ácidos voláteis,
compactas e robusta de até 3 m de altura, com nol, n-triacontanol (Leung e Foster 1996). Oc- álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, terpenos, ses-
rizoma semi-subterrâneo. tacosanol, dotriacontanol (Matouscheck e Stahl- quiterpenos, etc. predominando:
CAPIM SANTO Biskup 1991). -Alfa-citral-(geranial) e beta citral - (neral), es-
04 - Ocorrência geográfica:
Álcoois terpênicos: geraniol, nerol, linalol e tes dois componentes isoladamente tem ação
Provavelmente originária da Índia. Aclimatou-
farnesol (Furia e Bellanca 1975, Leung e Foster bactericida para GRAN + e GRAN
se nos trópicos de todo o mundo. Aponta-se o
1996); α-terpineol e citronelol são registrados - Mirceno - não tem ação bactericida em isola-
seu cultivo na índia Continental, , Java, Formosa,
por Leung e Foster (1996). do, mas atua como catalizador na presença de
Birmânia, Filipinas, Singapura, Maurícia, Ugan-
da, Flórida, Bermudas, Haiti, México, Guatema- Cetona alifática: metil-heptenona (Furia e alfa e ou beta citral.
la, Guianas, Equador, Brasil e, provavelmente Bellanco 1975, Leung e Foster 1996). A composição química do óleo essencial varia
em outras regiões. Triterpenóides: cimbopogonol e cimbopogona muito dependendo da composição do solo e da
(Hanson et al. 1976). micro ecologia onde é cultivada.
No Brasil vai do Rio Grande do Sul ao Pará, pas-
sando por São Paulo, Santa Catarina, Maranhão, Fenilpropanóides: ácidos clorogênico, p-cumá- Uma substância que não é tanino, nem alcaloi-
Bahia, Mato Grosso. rico e caféico. de ou glicosídeo, um pouco amargo, foi isolado
e tem um valor correspondente a 1 grama para
6.2 - Análise química 440 unidades de insulina (oral) e 880 unidades/
05 - Parte empregada:
A folha fresca de C. citratus contém um míni- insulina (subcutânea).
Raiz e folhas.
mo de 0,2% de óleo essencial chegando a 0,64%
em condições ideais, com não menos que 10% 6.3 - Usos medicinais
01 - Nomes científicos 06 - Composição Química:
Cymbopogon citratus (D. C.) Stapf, Andropogon de mirceno e 65% de citral (geranial e neral). C. Usos apoiados em dados clínicos
citratus (D. C.), segundo Baker. - Andropogon 6.1 - Componentes químicos principais flexuosus cultivado no estado do Ceará, produz Atividade sobre o sistema gastrointestinal. O uso
schoenanthus L., segundo Bojer . um maior rendimento de óleo por hectare plan- de infusões ou decoto como digestivo e anties-
Aldeídos: geranial e neral (trans.- e cis-citral) os tado.. Na cromatografia líquida de alta eficiência
principais constituintes do óleo essencial. Con- pasmódico é o mais citado na literatura popular
de C. citratus identificam-se ácidos clorogênico
02 - Nomes popular têm também citronelol, n-decanal, isovaleralde- (Albornoz 1993, Carriconde et al. 1996, di Stasi
e caféico e o 7-O-glicosídeo da luteolina com pi- et al. 1989) sendo apoiado pelo estudo de Car-
Capim Santo, capim de cheiro, capim marinho ído e furfural (Furia e Bellanca 1975). cos relativamente salientes em extratos aquosos ballo (1995).
(Pará), capim limão, capim cidreira, jaçape, ca-
Hidrocarbonetos monoterpenos: mirceno, (decocção e infusão), hidro alcoólico e etanó-
pim cheiroso, chá de estrada, erva cidreira. Atividade sedativa
presente em folhas frescas de C. citratus. Leung lico (Ferreira et al. 1999, Matouscheck e Stahl-

e Foster (1996) também registram a presença de Biskup 1991). Deve-se mencionar que C. flexu- Estudos preliminares relatados por Carriconde
dipenteno. osus contém até 20% de metileugenol (Leung e et al. (1996) dão suporte ao uso da planta, quan-

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

do coletada fresca em dia de sol , como sedativo Atividade hipotensora: Um estudo direcionado Estudos com decoto e infusões das folhas não uso do chá.
(às vezes apresentado como calmante). à comprovação do efeito hipotensor registrado revelaram efeitos tóxicos em ratos após trata- Gravidez: efeitos teratogênicos
Atividades bronco-pulmonares: Usos descritos na medicina popular (Martins et al. 2000), mos- mento agudo ou sub-crônico (Carlini et al. 1986,
tra que, se este efeito existe, é discreto. Carbajal Formigoni et al. 1986, Leite et al. 1986). Cáceres Segundo Ungsurungsie e colaboradores (1982),
em farmacopeias e sistemas tradicionais de me- os decoto ou infusos das folhas não apresenta-
dicina que têm apoio experimental: et al. (1989) (1996) também relata que decoto ou infusos das
folhas não apresentaram alterações sanguíneas, ram efeitos embriotóxicas, embora Segal e Mi-
Atividade analgésica: O efeito analgésico cita- Atividade antimicrobiana: Os usos populares lo-Goldzweig (1985) tenham relatado o efeito
como Carminativo (Carriconde et al. 1996) e tissulares, mutagênicas ou embriotóxicas.
do para o decoto das folhas frescas (Albornoz teratogênico do citral em embriões de galinha.
1993, Blumenthal 1998, Cáceres 1996, Carlini no tratamento de doenças da pele (Blumenthal Tratamentos agudo e subagudo com infusos de
1998) têm base científica em parte associada C. citratus em voluntários sadios foram moni- Mães que amamentam: Panizza (1997) reco-
et al. 1986, Carriconde et al. 1996, di Stasi et al. menda o chá de C. citratus como um estimulan-
1989) tem o apoio experimental em camundon- com a atividade antimicrobiana da planta (Cá- torados através de questionários de auto ava-
ceres 1996). Esta atividade abrange bactérias que liação de sinais físicos e psicológicos, exames te de lactação.
gos e ratos a partir dos trabalhos de Lorenzetti
et al. (1991) e de Viana et al. (2000). A infusão causam perturbações intestinais, como Escheri- bioquímicos, registros eletroencefalo-gráficos e
das folhas secas, ou semi-secas (provavelmente chia coli, (Ogunlana et al. 1987) e fungos causa- eletrocardiográficos, não sendo observados efei-
já sem mirceno) não apresentou atividade far- dores de infecções dermatófitas (Onawunmi et tos tóxicos evidentes que desaconselhassem o
macológica (Carlini et al. 1986, Formigoni et al. al. 1984, Onawunmi e Ogunlana 1986). Carmo
1986, Leite et al. 1986). e colaboradores (1998) verificaram que os óleos
essenciais desta planta inibem o crescimento de
USOS
Lorenzetti et al. (1991) confirmaram o efeito 90% das cepas de Cândida albicans, enquanto FORMAS
APLICAÇÕES COMO PREPARAR DOSES
analgésico periférico do mirceno na hiperalgesia que os extratos não apresentam nenhuma ativi- DE USO
induzida por prostaglandina na pata de camun- dade. Cimanga et al. (2002) demonstraram que
dongos. Segundo esses autores, esse efeito daria Diarreia Chá 15 grs. para 500 ml de água tomar 1 xícara 2 a 3 vezes ao dia
a atividade de C. citratus na inibição do cresci-
suporte à atividade analgésica do capim-limão mento de uma série de bactérias dos gêneros Ba- Dor de estômago Chá 15 grs. para 500 ml de água tomar 1 xícara 2 a 3 vezes ao dia
descrito na literatura popular (Albornoz 1993, cillus, Citrobacter, Escherichia, Klebsiella, Pro-
Cáceres 1996, Carriconde et al. 1996). teus, Pseudomonas, Staphylococcus, Salmonella Dor de barriga Chá 15 grs. para 500 ml de água tomar 1 xícara 2 a 3 vezes ao dia
Atividade antifebril: O combate à febre com e Shigella se deve à alta concentração de mono-
Cymbopogon citratus é bem registrado na lite- terpenos como o neral (> 20%). Problemas renais Chá 15 grs. para 500 ml de água tomar 1 xícara 2 a 3 vezes ao dia
ratura popular (Costa 1978, Germosén-Robine- e Calmante
Atividade diurética: O uso de C. citratus como
au 1996, Panizza 1997, Simões et al. 1986). diurético tem suporte no trabalho de Carbajal et
Atividade antiespasmódica: Possivelmente re- al. (1989).
lacionada com a ação digestiva (Cáceres 1996, Usos descritos em medicina popular não apoia-
Carriconde et al. 1996), esta atividade foi de- dos em evidência experimental ou clínica.
monstrada por Ferreira et al. (1983) e por Lo-
renzetti et al. (1991). 6.4 - Contraindicações

36 37
PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

10
3 - Hábito: a - Folha O óleo também foi testado “in vitro” contra
Grande erva aromática, rizomatosa, com folhas Óleo essencial: d-Canfora; d-Canfeno, Ester dermatófitas isolados de pacientes com der-
longas e largas, glabras e brilhantes. Suas flores Cinâmico, 1,8-Cineol, g-Terpineno, 4-Terpine- matomicoses, e resultou em inibição em 80%
róseas e brancas estão dispostas em belas in- ol, r-Cimeno, a-Pineno e b-Pineno. – Taninos dos dermatófitas testados e produziu zonas
COLONIA florescências semipendentes, com odor suave e
agradável. Frutos são cápsulas globosas conten-
Compostos Fenólicos. Alcaloides. de inibição com mais de 10 mm de diâmetro.

b- Sementes: - Espasmo lítico: A planta produz bloqueio


do as sementes, são encontrados com certa difi- neuromuscular e inibição da atividade da
culdade em algumas áreas do Nordeste. Flavonoides - Cardamonin. musculatura lisa provavelmente por diminui-
ção do influxo de íons Ca++ durante a contra-
4 - Ocorrência Geográfica: ção.
Planta originária da Ásia, provavelmente da Chi- 8. Propriedades Terapêuticas:
- Anti-úlceras: Atividade anti-edema ocorre
na e Japão. Cultivada e subespontânea no Brasil Calmante, Diurético, Anti-hipertensivo, Antis- provavelmente pelo bloqueio na liberação de
como ornamental. séptico externo, Estomáquico, Tônico intestinal, mediadores da inflamação ou de suas ações.
Anti-úlceras, calmante. Ocorre também inibição da secreção gástrica.
5 - Cultivo:
- Anti-hipertensivo: O extrato tem ativa e sig-
Cultivada como planta ornamental formando
grandes touceiras pelo crescimento de perfilhos. 9. Ações Farmacológicas: nificativa atividade na baixa da PA com baixa
Facilmente multiplicada por rizomas. Plantar rápida e recuperação lenta. Foi encontrada
- Calmante: Esta espécie produz depressão do resposta cronotrópica e inotrópica negativa
em canteiros de areia e transplantar as mudas
SNC, o óleo essencial quando testado em ca- em átrio isolado de rato e depressão dos bati-
pequenas para canteiros preparados com terra e
mundongos potencializou o tempo de sono mentos cardíacos .
adubo orgânico. Deve-se desbastá-las a cada seis
1 - Nomes Científicos: induzido pelo Pentobarbital em 15 e 50% na
meses. - Diurético: Uma fraca diurese foi demonstra-
Alpinia speciosa Shum. Alpinia zerumbet dose de 5 e 10mg/kg s.c. e antagonizou con-
(Pers.) Burtt & R.M. Smith Syn. vulsões induzidas pelo Cardiazol em 80 e da em testes com indivíduos sadios, porém
Alpinia nutans Roscol. 6 - Parte Empregada 60% respectivamente. Em doses semelhantes nenhuma modificação ocorreu nos parâ-
Alpinia cernua Naves. o óleo também bloqueou significativamente metros da função renal e de eletrólitos (Na+
Folha, flores, raiz,
Languas speciosa Merr. as contrações induzidas pelo ácido acético, o urinário e do plasma, K+, Ca+, Ácido úrico,
Zerumbet speciosum Wendl. que sugere uma propriedade analgésica peri- Fosfato, Ureia, Creatinina) o que exclui um
7 - Composição Química: férica do óleo. efeito tubular renal ou glomerular do extrato.
A diurese foi acompanhada de um rebaixa-
2 - Nomes Populares: Raiz: - Óleo essencial. - Flavonoides: Izalpinin, - Antisséptico: Avaliação do óleo essencial de mento nos valores médios da pressão sanguí-
Colônia, Jardineira, Pacová, Vindi-caá, Helicon- Kumatakenin, Pinocembrin (referem-se ao gê- A. speciosa conferiu a este atividade antibac- nea sistólica e diastólica. Em outro teste com
dia (Sul). nero Alpinia). teriana “in vitro” sobre Pseudomonas aerugi- animais nem o extrato nem o chá modifica-
nosa, Streptococcus aureus, S. pneumoniae, ram a diurese.
Streptococcus pyogenes e Neisseria gonohrae.

38 39
PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

11
10 - Toxicidade: 11 - Modo de usar: 3 - Hábito:
Injeção i.p. do Ext. Hidro alcoólico nas doses de Hipertensão - Chá - 01 folha picada em 01 litro Erva suculenta, perene, glabra, 1 - 1,5m de altura.
100 a 1400 mg/Kg produziu em camundongos: d’água fervendo. - Usar durante o dia.
contorções, excitação psicomotora, hipocinesis 4. Ocorrência geográfica:
e pruridos. A DL50 do Ext. Hidro alcoólico foi
Dor de cabeça - Folha - Aquecer a folha e colo-
car sobre a testa. - Usar sempre que necessário.
CORAMA BRANCA É incerta a pátria da Coirama, segundo Urban;
de 0.760 +/- 0.126g/Kg via i.p. e 10.0 +/- 2.5g/ uns pensam que seja originária das Molucas ou
Kg via oral. Toxicidade subaguda por injeções da Ilha Maurícia e outros acreditam ser do con-
diárias durante 30 dias causou incremento na Nota: O chá deve ficar com coloração amarela e tinente africano. O certo é que se acha aclima-
transaminase e lactato desidrogenase, outros pa- não rósea. Depois de preparado, o chá, deve ficar tada em todos os países tropicais como se fosse
râmetros não modificaram. Análise histopatoló- na geladeira e renovado a cada dia. endemicamente cosmopolita, sobretudo no lito-
gica do fígado, baço, vísceras, pulmões e coração ral dos continentes e da ilhas. Comum em todo
Nota: Pesquisas na Fio Cruz na década de 90 o Brasil.
dos animais não mostrou alterações.
não confirmaram a ação hipotensora na região
Sudeste. 05 - Parte empregada:
Folhas

06 -Composição química:
a - altas doses de cálcio e cloreto;
b - ácido succínico málico, cítrico, lático e
malato de cálcio;
c - glicosídeos A e B (quercetim 3 - diarabinoside)
1 - Nomes científicos:
e C (Kampferol - 3 - glicoside),
Kalanchoe brasiliensis, Camb.
d - componente alelopático coumarico, ferúlico
Kalanchoe pinnata Pers ou Kalanchoe pinnata
e cinâmico e ácido caféico;
Pers, Briophyllum pinnatum Kurz., B. Calycinum
e - ácido p. hidroxy-benzóico;
salisb, Cotyledon pinnatum Lam.
f - briofilina - ação bactericida contra S. aureus,
bacillus subtilis, E. coli, Pseudomonas
2 - Nomes populares: ferruginosas. Contra gram + em geral;
Folha da Costa; Folha da Fortuna; Folha de Pi- g - tanino;
rarucu (Pará); Roda da Fortuna (Minas Gerais); h - mucilagem - concentração de 4-10 mg/ml;
Saião; Corona; Coirama; Orelha de Monge; Dia- i - esteroides - concentração de 4-10 mg/ml;
binho (Óbidos); Erva da Costa; Malva Santa. j - aminoácidos - glicina, ácido glicínico,
alanina, arginina;

40 41
PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

l - histidina - aminoácido essencial para planta que tem o caule verde claro e a folha mais USOS
crianças e prematuros; carnosa, esta é a espécie brasileira, Kalanchoe
APLICAÇÕES FORMAS DE USO COMO PREPARAR DOSES
brasilienses Camb. Com propriedades seme-
07 - Propriedades terapêuticas: lhantes a K. pinnata. Aqui em Pernambuco é a
• Analgésica mais usada. Inflamações do rosto, Aplicação da folha Passar a folha pelo calor Usar quando for
para infecção de dente e do fogo e untar com óleo necessário
• Bactericida
nevralgias de coco
• Emenagoga 12 - Folclore:
• Emoliente Esta notável vitalidade da planta, ainda mes- Dor de cabeça Aplicação da folha Aquecer a folha e aplicar Usar quando for
• Peitoral mo fora do alcance do solo e da umidade, deu na região da dor necessário
• Anti-inflamatória origem no Brasil como alhures, a superstições
• Antiflogística ingênuas e interessantes, tais como a de que a Furúnculo, frieiras picadas Aplicar folha espre- Sumo da folha Usar quando for
maior ou menor vitalidade da folha corresponde de insetos, bolhas, úlcera mida no local necessário
08 - Toxicidade: a maior ou menor felicidade da pessoa que hou- ou cortes
Não se conhece princípio venenoso. ver colhido; no Panamá os apaixonados usam
colocar uma folha nas janelas das namoradas e Catarro Xarope 3 - 4 folhas médias p/1 Adultos: 1 colher de
Não há prova definitiva de ação tóxica, mas em
se ela brotar em todas as crenas a fidelidade não litro d’água sopa 3x ao dia.
Queensland se suspeita de envenenar o gado em
Crianças: 1 colher de
algumas ocasiões. Testes de laboratórios em ani- pode ser posta em dúvida.
chá 3x ao dia.
mais não foi nada confirmado.
13 -Ações Farmacológicas: Uretrites Decocção 1 folha média para 1 xícara Tomar 2x ao dia por
09 - Contraindicações Gestantes: Os glicosídeos flavonoides são utilizados como: de água sete dias.
Alérgicos, doentes cardíacos, renais e hepático e - Antipirético ;
outros pacientes com doenças crônicas - Anti-inflamatório; Úlcera e gastrite Sumo da folha Sumo de 1 folha média Tomar em jejum 3 x ao
- Diurético; para 1 copo de água alcali- dia.
- Combate à fragilidade capilar. na e 1 colher de sopa de
10 - Cultivo: mel de abelha
Vegeta perfeitamente à sombra e suporta longo
tempo a falta de água sendo reconhecida como No do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Fi-
uma das plantas mais resistentes, pois suas fo- lho, na Universidade Federal do Rio de Janeiro Nota: Para xaropes usar rapadura de cana ou açúcar mascavo.
lhas cortadas sobre o solo ou pregada nas pare- pesquisadores (Bartira Rossi Bergmann) usa-
des das habitações brotam facilmente. Exemplo ram o extrato vegetal da Kalanchoe pinnata em
em botânica da multiplicação vivípara. casos de leishmaniose tegumentar, ou cutânea
(que afeta a pele e as mucosas, destruindo-as e
causando deformidade), o extrato da planta for-
11 - Observações:
taleceu a ação do sistema imune e cura a defor-
Corona cris ou Coroma branca seria aquela
midade.

42 43
PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

12
em anéis de brácteas secas. Cada rizoma mede Composição química Interação de drogas
até 10 cm e quando cortados mostram uma su- Em sua composição química está registrada a Desconhecido
perfície de cor vermelha alaranjada. Tem cheiro presença de até 3,5 % de óleo essencial rico em
forte agradável e sabor aromático e picante. sesquiterpenos oxigenados e, entre seus compo- Contraindicações
CURCUMA Distribuição geográfica
nentes fixos, de uma substância corante averme-
lhada, a curcumina, que é seu principal consti-
Contraindicado nos casos de presença de pedras
na vesícula biliar obstruindo o colédoco e nos
Nativo do sul Ásia extensivamente cultivado em tuinte ativo. casos de ulcera gástrica e hiperacidez.
toda a Índia e sul da China, Taiwan, Japão, Bur- Os resultados do estudo fitoquímico registram
ma, Indonésia e quase toda a África. a presença do óleo essencial (1,3 a 5,5 %) de cor Ações farmacológicas
amarelo-laranja, sabor picante e odor caracterís- Ensaios farmacológicos revelaram uma ação co-
Parte utilizada tico, rico em cetonas sesquiterpênicas monocí- lerética, isto é, estimulante da secreção da bílis, o
Rizoma clicas (59 %), entre as quais predominam as tur- que justifica seu uso como medicamento para os
meronas e o zingibereno. casos de prisão de ventre habitual e para auxiliar
Propriedades terapêuticas Entre seus constituintes fixos, os principais são
a digestão e melhorar o apetite;
Hepatoprotetora, os curcuminóides, dos quais a curcumina, de co- Pesquisas recentes tem mostrado que a curcu-
Anti-hiperlipidêmica loração amarela, é a principal. mina foi capaz de melhorar a cognição e o hu-
Anti-inflamatória, mor em pessoas idosas (68-80 anos)quando
Nome cientifico Imunoestimulante, Ocorre ainda peptídio turmerina, forte agente
recebiram curcumina que e o principio ativo
Cúrcuma longa L. Sinonímia C. doméstica Antioxidante, antioxidante, além de polissacarídios de notável
mais estudado do açafrão isto demonstra uma
Valeton e C. aromática Salisbury. Colerética, atividade imunoestimulante.
ação neuroprotetora promovendo neuro gene-
Aperitivo, ses e neuroplasticidade como também melhora
Nomes populares Anti-histamínica, o funcionamento do sistema neuro transmisor.
Açafrão, açafrão-da-Índia, açafroa, gengibre Antimicrobiana contra bactérias Gran-positivas Toxicidade
e Gram-negativas, Antitumoral, Por via intraperitoneal no rato, o DL50 do ex- Os extratos de curcumina analisados apresenta-
amarelo, mangarataia, batata amarela, gengibre
Antimutagenica trato aquoso do rizoma é de 430mg/kg. O rizo- ram, atividade anti-PAF, ação hipoglicemiante e
dourada, cúrcuma e outros...
ma seco tem ação anti-implantativa no útero da atividade antioxidante e antiinflamatória análo-
rata, por via intraperitoneal. O contato dérmico ga a da fenil-butazona.
Habitat APROVADA PELA COMISSÃO E
do pó do rizoma, em casos reiterados pode in- O óleo essencial apresentou também, atividade
Planta herbácea anual, aromática de folhas
duzir reações alérgicas. anti-histamínica e, antimicrobiana contra bacté-
grandes, longamente pecioladas, invaginantes e Para:
oblonga-lanceoladas. Flores amareladas, peque- 1 - Problemas digestivos estomacais e intestinais rias Gran-positivas e Gram-negativas e, alguns
nas, dispostas em espigas compridas. As raízes e da vesicula biliar Uso durante a gravidez e lactação fungos patogênicos e germes envolvidos em co-
terminam em um rizoma elíptico, de onde par- 2 - Tonico e estomáquico Não é recomendado na gravidez. Não se conhe- lecistites.
tem vários rizomas menores, todos marcados 3 - Estimulante da menstruação e analgésico. ce restrições na lactação.
O extrato aquoso inibiu a neurotoxina do vene-

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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no da Naja siamensis em ensaios com animais de 04 - Ocorrência geográfica: Iridóides: geniposídeo (Pascual et al. 2001).
laboratório diminuindo o efeito hemorrágico do Ocorre em todo o litoral brasileiro e mesmo da
veneno da jararaca (Bothrops jararaca), e o efei- América sul-tropical nas caatingas próximas 07 - Propriedades terapêutica:
to letal do veneno de cascavel (Crotalus durissus do rio Itapicuru no Amazonas, nas Guianas, no Antiespasmódica; Estomáquica;
terrificus).
ERVA CIDREIRA Peru, no Golfo do México, em Cuba e Porto Rico. Emenagoga; Peitoral; Sudorífica;
Em outras experiências pôde ser demonstrada Sonífera; Estimulante; Aperitivo;
a atividade citotóxica para células de linfomas, 05 - Parte empregada:
reduzindo o tumor. Folhas, caule e raiz. 08 - Usos medicinais
Usos descritos em farmacopeias e sistemas tra-
06 - Componentes químicos principais dicionais de medicina que têm apoio experi-
Observações mental.
Embora sem justificativa cientifica, é comum no Terpenos: L. alba é uma espécie caracterizada
nordeste do Brasil a prática caseira de usar pe- por uma grande diversidade fotoquímica e mor- -Atividades bronco-pulmonares
daços de açafroa para pintar um círculo ao redor fológica. Zoghbi e colaboradores (1998) verifica- A atividade contra infecções respiratórias, ca-
dos olhos, ou na garganta, na crença de preve- ram que os óleos essenciais das plantas coletadas racterizada pelo uso popular contra doenças
nir a conjuntivite e dor de garganta que podem em três diferentes municípios do Estado do Pará bronco-pulmonares (Cáceres et al. 1991), em
ocorrer nas crianças acometidas de sarampo. podem ser divididas em três grupos: o primeiro, parte é explicada pelo efeito descongestionan-
01 - Nome científico tipo A, coletado em Santa Maria, é caracteriza- te dos monoterpenos presentes no óleo essen-
Lippia alba (Mill) M. E. Brown - Lippia citrata do por 1,8-cineol (34,9%), limoneno (18,4%), cial (propriedade reconhecida em 1,8-cineol e
Usos da planta Cham. carvona (8,6%) e sabineno (8,2%); o segundo, cânfora, encontrados em algumas variedades
tipo B, coletado em Belterra, é caracterizado por de Lippia alba). No entanto o efeito principal
Seu uso é milenar na medicina tradicional da limoneno (32,1%), carvona (31,8%), e Mirceno
Índia e da China. No Brasil estes rizomas vêm
02 - Nomes populares: deve estar também associado à atividade anti-
Chá de Tabuleiro (Ceará), Erva Cidreira, Falsa (11,0%); o terceiro, tipo C, coletado em Chaves, bacteriana que foi demonstrada in vitro contra
sendo utilizados como tempero de alimentos. é dominado por neral (13,7%), geranial (22,5%),
Melissa, Erva Cidreira Brava, Erva Cidreira do Sta-phylococcus aureus e Streptococcus pneu-
Tanto na medicina popular como na fitoterapia germacreno-D (25,4%) e β−cariofileno (10,2%).
Campo (Marajó), Salva do Brasil, Salva-limão, moniae (Cáceres et al. 1991) e contra outros
científica, é usada por suas propriedades hepato-
Alecrim do Campo, Salva Brava (RS), Cidrila, microrganismos, em parte devido à presença de
protera, anti-hiperlipidêmica e antiinflamatória, Fenilpropanóide: verbascosídeo (Ferreira et al.
Orégano e Salvia nos países latino-americanos e Fenilpropanóides como verbascosídeo (Didry et
todas reconhecidas internacionalmente 2001)
Menta Americana (Cuba). al. 1999). A atividade antifúngica de L. alba pode
explicar vários dos seus usos populares, inclusi-
03 - Hábito: Flavonoides: Campestrini et al. (2000) e Santos ve estes (Holetz et al. 2002).
Arbusto de mais ou menos 2 e 3 metros, de cau- et al. (1998), atribuem aos flavonoides presentes
le e ramos primários alongados, emitindo raízes nos extratos de Lippia alba, a atividade depres- -Doenças da pele e mucosas
em contato com o solo. sora central, sem entretanto, apresentar as suas O uso da planta em doenças da pele e mucosas,
estruturas.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

inclusive do fluxo vaginal, pode ser associado à (1990) não demonstraram um efeito abortivo para USOS
ação antibacteriana do extrato e à do óleo essen- os decoto das folhas em ratas Wistar grávidas.
cial contra fungos como Trichophyton menta- APLICAÇÕES FORMAS DE USO COMO PREPARAR DOSES
grophytes, Cândida albicans e Neurospora crassa Reações adversas
(Cáceres et al. 1987, Holetz et al. 2002). Ratos tratados por via oral com extrato de L. alba Resfriado Infusão no álcool 100 grs. de folhas para esfregar no peito
durante 60 dias, em doses 25 vezes maiores que ½ litro de álcool
-Ação sedativa a usada popularmente, não acusaram alterações
O uso popular como sedativo brando pode es- sérias que evidenciassem toxicidade (Carricon- Febre Decocção 30 grs. de folhas em ½ tomar quando
tar relacionado tanto ao citral no óleo essen- de et al. 1996). litro de água. necessário
cial (Furtado et al. 2000), quanto ao infuso ou
destilado das folhas frescas (Klueger et al. 1996, 10 - Formas de dosagem Dor de Barriga Infusão 13,5 a 22,5 grs. de folhas tomar quando
Rakoloarison et al. 2000) ou ainda à presen- em 1 xícara de água necessário
ça de verbascosídeo, extraído de folhas frescas Para tratamento interno
(Ferreira et al. 2001). Vários autores atribuem Uma infusão de 10 a 15 grs. de folhas frescas é Diarreia Infusão 13,5 a 22,5grs de folhas tomar quando
a atividade sedativa a componentes do extrato preparada em meio litro de água fervente, dei- em 1 xícara de água necessário
hidroetanólico, por exemplo, flavonoides não xando-se extrair durante 5-10 min. Toma-se em
identificados (Campestrini et al. 2000, Santos et três porções durante o dia ou em maior núme- Pós parto: para ajudar Infusão 30 grs. de folhas em 1 tomar quando
al. 1998, Zetola et al. 2002). ro de vezes, caso seja necessário (Martins et al. a saída da placenta xícara de água necessário
2000, Matos 1998). Albornoz (1993) e Carricon-
Atividade antinociceptiva. de et al. (1996) especificam uma dose e um regi- Anemia Infusão 25 grs. de folhas para 1 tomar 2 vezes ao
Esta atividade de Lippia alba pode ser relaciona- me para cada uso medicinal, normalmente em xícara de água. dia.
da em parte com o óleo essencial, e especifica- termos de xícaras de 150 ml de infusão (ocasio-
mente com a presença de β-Mirceno para o qual nalmente decoto ou maceração) de folhas fres-
esta atividade foi demonstrada em estudos so- cas e sumidades floridas.
NOTA: Segundo Chernoviz a dosagem é a mesma da Salvia officinalia 5 grs./litro nas infusões
bre Cymbopogon citratus (Ferreira 1984) e pos-
teriormente confirmada por Rao et al. (1990), 11 - Toxicidade Observação: Em São Paulo e no Sul em geral chamam nosso capim-santo de erva cidreira, por isso
Lorenzetti et al. (1991) e em parte com compo- Não encontramos em nossa bibliografia nenhu- quando se lê livros ou revistas do Sul é importante ter claro que apesar de terem propriedades tera-
nentes polares não voláteis (Costa et al. 1989, Di ma ação tóxica e/ou efeitos colaterais. pêuticas semelhantes, não são a mesma planta. A composição química, segundo estudos realizados
Stasi et al. 1986).68 Monografias de plantas me- até agora, é diferente.
dicinais brasileiras e aclimatadas. 12 - Cultivo
Cresce em lugares arenosos e inundados das
09 - Precauções margens dos rios e lagoas.
Estudos preliminares realizados por Brito et al.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

14
HORTELÃ GRAÚDA
3. Hábito:
Erva perene, altamente aromática e de cheiro
forte e forte sabor.
8. Toxicidade:
Desconhecemos ações tóxicas dessa planta.

9. Cultivo:
da em torno das casas para evitar a chegada de
ratos. A planta espanta os ratos pelo seu cheiro
forte, mas não mata os mesmos.

4. Ocorrência geográfica: Não existe literatura. Nossa observação é que é 11. Ações farmacológicas:
As propriedades medicinais e a ação antibacte-
MALVA Planta aromática nativa da Ásia sul oriental e
cultivada em jardins e pátios como medicinal e
uma planta que cresce bem em terrenos arenosos,
ensolarados ou não, e com água suficiente. Embo- riana do C. aromáticus Benth (Labiácea) contra
condimento. Cultiva-se também em Porto Rico, ra suporte períodos de seca, só vimos florescer na Pneumococcus e Stafilococcus 209P pode ser
nas Ilhas Virgens, Jamaica, San Domingos, Haiti, região de Brejo de Camocim de São Félix. devido não só aos dois componentes principais
Cuba, desde Anguila até Trinidad, nas Antilhas do extrato (Codeína e Carvacrol) mas também
Menores e Venezuela. 10. Observações: a outros compostos no extrato, como por exem-
Nos bairros pobres do Recife e Olinda é planta- plo: flavonas, ácidos aromáticos, tanino, etc.
5. Parte empregada:
Folhas e raízes. USOS
APLICAÇÕES FORMAS DE USO COMO PREPARAR DOSES
6. Composição química: Dor de ouvido Sumo Fazer o sumo e embeber no Usar quando for neces-
- Cânfora algodão e colocar no ouvido, é o sário
- Carvacrol: óleo volátil 0,055% (folhas) cheiro e não o sumo que atua.
- Limoneno (traços)
- Glicosídeos: Beta-sistosterol - beta-D - glicosídeo Catarro Vapor Colocar 5 a 8 folhas num prato Criança: 1 colher
- Tanino e colocar um pouco de açúcar pequena 3x ao dia.
- Oxalato de cálcio preto por cima. E levar ao vapor Adulto: 1 colher de sopa
da panela. 3x ao dia.
01. Nomes científicos: - Flavonoides: as flavonas salvigenina, 6-meto-
Coleus amboinicus Lour, Coleus aromáticus xigenkwanina, quercetina, crisaeriol, lutedeina e
Inflamação dos olhos Sumo Preparar sumo na hora Colocar 2gotas 2x ao dia
Benth, C. carnosus Harsk, C. suganda Blanco, apigenina. A flavonona erioductol e o flavonol
Plectranthus amboinicus Launert, P. aromáticus taxifolina foram isolados.
Cólicas Sumo com Sumo de 2 a 3 folhas com açúcar Tomar quando for
Roxb. intestinais açúcar preto preto. necessário.
7. Propriedades terapêuticas:
02. Nomes populares: • Antiespasmódico; • Analgésico; Dor de cabeça Aplicar folhas 4 a 5 folhas amarradas com um Usar quando for neces-
Hortelã da folha grossa, hortelã da folha graúda, • Emenagoga; • Antilítico; amarradas pano. sário.
hortelã da Bahia, malva do reino, malva de chei- • Catártico; • Estimulante;
• Estomáquico; • Vulnerário; • Peitoral. Inflamação no colo Cozimento Um maço de folhas (200grs.) em Fazer lavado com ducha 1
ro, malvarisco no Ceará.
do útero 1 litro de água. vez ao dia por 5 a 6 dias.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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04 - Ocorrência Geográfica: • Bactericida mentas rasteiras, com flores dispostas em verti-
Acredita-se que a hortelã é originária do Orien- • Analgésico cilos, escalonados na axila das folhas pecioladas.
te, sendo introduzida na Europa, via Norte da • Antiespasmódico Na prática, todas as mentas têm virtudes medi-
África, há vários séculos. • Carminativo cinais semelhantes. as quais se devem essencial-
HORTELÃ MIÚDA • Tônico
• Vermífugo ou vermicida
mente ao álcool extraído da essência, o mentol,
05 - Parte Empregada: que parece ter sido obtido pela primeira vez na
Folhas e flores. • Antiasmático. Holanda nos finais do século XVIII. O mentol
é um ótimo estimulante estomáquico, um antis-
06 - Composição Química: 08 - Toxicidade séptico e um analgésico; porém, em doses ele-
Dose elevada age sobre o bulbo raquidiano po- vadas ataca o sistema nervoso, pois pode causar
- Óleo poco (Óleo volátil) - (0-85%) compos- dendo levar à morte. Dose letal de Mentol: 1000 a morte ao agir sobre o bulbo raquidiano. No
to de glucose, ácido succínico, metil pentose, mg/kg. de peso corporal. óleo essencial de Mentha x Villosa é encontrado
betaine, colina, linalol e parafina hidrocarbo- comumente os seguintes compostos químicos:
no dotriacontane.
09 - Cultivo óxido de piperitenona, germacreno D, α-pine-
- Óleo volátil, amarelo pálido com forte cheiro Terrenos arenosos e bem irrigados. no, sabineno, β-pineno, βmirceno, limoneno,
de menta, (0-8%). Constituído por: acetato eucaliptol, borneol, β-bourboneno, β-elemeno,
de linalol e linalol livre tem sido encontrado o 10 - Observações α-gurjuneno, 1,8-cineole, cariofileno, carvona,
L. Carvan e limoneno. Por outro lado, Reitse- dihidrocarvona, dihidrocarvil acetato, neodihi-
ma é de opinião que o principal constituinte A palavra “menta” deriva de Mintha, nome de
drocarveol, E-β-farnesene, E-calameno, γ-muu-
do óleo volátil seja o Mentofurano. uma ninfa que a deusa grega Perséfone, por ciú-
roleno, Z-β-ocimeno, Z-muurola, α-cadinol; α-
mes, transformou em planta. Outrora, os Chine-
- Aquaticol - C30 H54 03 mp 273º de cons- bisabolol (Matos et al., 1999; Teles et al., 2013).
01 - Nomes científicos: ses faziam a apologia das propriedades calman-
Mentha aquática L, var. crispa Benth. tituição indeterminada e insignificante. Esta tes e antiespasmódicas das mentas. Hipócrates O uso tão difundido desta espécie na medicina
composição seria para a Menta aquática L. considerava-as afrodisíacas e Plínio apreciava a popular incentivou estudos farmacológicos de
como não temos conhecimento de pesquisas seu óleo essencial e de seu marcador químico
02 - Nomes populares: sua ação analgésica. Atualmente, a menta é, além
sobre a variedade crispa aqui no Brasil suge- da verbena e da tília, um dos chás mais aprecia- (o óxido de piperitenona). Este composto apre-
Hortelã miúda, hortelã de cheiro, hortelã de
rimos nossos cientistas que se interessem por dos para terminar uma refeição. sentou ação antinociceptiva em camundongos
tempero, hortelã cheiroso ou da horta.
esta planta que é muito usada aqui no Nor- (Sousa et al., 2009), efeitos cardiovasculares be-
O gênero “Mentha” é um dos mais complexos do
deste, como amebicida com bons resultados néficos como: atividade hipotensora, vasodilata-
03 - Hábito: clínicos. reino vegetal devido aos inúmeros híbridos resul-
Erva rasteira formando touceiras, cujos ramos dora de músculos lisos e bradicardia (Guedes et
tantes do cruzamento espontâneo das espécies,
elevam-se a mais ou menos 24cm. Folhas chei- al., 2004; Lahlou et al., 2001), efeitos analgésicos
os quais podem sumariamente distinguir-se do
rosas, crespa e quase redonda. 07 - Propriedades Terapêuticas: em roedores (Almeida et al., 1996) e relaxantes
seguinte modo: as mentas em espiga, com flores
• Digestivo dos músculos intestinais de porcos (Sousa et al.,
dispostas numa espiga terminal não folhosa, e as
• Estimulante 1997), atividade antimicrobiana e antifúngica

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

16 03 - Hábito:
(Arruda et al., 2006). A Mentha x Villosa é o tipo tou atividades antiparasitárias na amebíase, na
comprovadamente antiparasitária em virtude giardíase, na esquistossomose, na tricomoníase Árvore regular, até 10m de altura, revestida por
da presença do óxido de piperitenona em seu urogenital, e ainda efeito leishmanicida (Mello casca vermelha pardacenta.
óleo essencial (Matos, 1998; Matos et al., 1999; et al.,1985; Borba et al., 1990; Melo et al., 1992;
Lorenzi e Matos, 2008). Em alguns estudos esta Santana et al.,1992; Hiruma, 1993; Teixeira et IMBURANA DE 04 - Ocorrência Geográfica:
planta rica em óxido de piperitenona apresen- al.,1996; Matos et al., 1999. Embora característica das caatingas da Bahia e
CHEIRO Piauí, a sua distribuição geográfica, estende-se
USOS desde o Maranhão até o Mato Grosso e à Repú-
blica Argentina, passando pelo Ceará, Pernam-
FORMAS COMO PREPARAR buco e Espírito Santo.
APLICAÇÕES DOSES
DE USO
Dor de barriga Chá Adultos: 1 ou 2 ramos (5 grs. ) para Tomar uma xícara morna 05 - Parte Emprega:
500ml de agua.Deixar em agua fervi- quando sentir dor 2 a 4 Casca e sementes.
da e coberta por 10 minutos vezes por dia
Crianças metade da dose
Digestivo Chá Adultos: 1 ou 2 ramos (5 grs. ) para Tomar uma xícara morna
06 - Composição Química:
500ml de agua, Deixar em agua fervi- 2 a 4 vezes por dia Cumarina (anidro fenol)
da e coberta por 10 minutos Goma de cor vermelha-cereja
Crianças metade da dose Óleos voláteis (Stearopteno)
Para circulação Chá Adultos: 1 ou 2 ramos (5 grs. para Tomar uma xícara morna
500ml de agua Deixar em agua fervi- 2 a 4 vezes por dia 07 - Propriedades Terapêuticas:
da e coberta por 10 minutos • Peitoral
Crianças metade da dose • Aromático
Gases Chá Adultos: 1 ou 2 ramos (5 grs.) para Tomar uma xícara morna
• Antigripal
500ml de agua, Deixar em agua fervi- 2 a 4 vezes por dia
• Antiasmático
da e coberta por 10 minutos 01 - Nomes Científicos:
Crianças metade da dose • Antitussígena
Torresea cearensis A. Smith
Vômitos Chá Adultos: 1 ou 2 ramos (5 grs. para Tomar uma xícara morna • Estomáquica
Amburana claudii Schw. e Taub.
500ml de agua, Deixar em agua fervi- 2 a 4 vezes por dia • Antiespasmódica
Amburana cearensis A. Smith
da e coberta por 10 minutos • Emenagoga
Crianças metade da dose
1 colher de sopa do sumo das folhas Tomar uma vez ao dia em 02 - Nomes Populares:
Cumaru do Ceará, Imburana de Cheiro (PE),
08 - Toxicidade:
Ameba ou giárdia Sumo junto com uma colher de sopa de mel. jejum O ácido anídrico de Cumarina, que é encontra-
Crianças meia dose. Cumaré, Cumbarú das caatingas, Umburana e
do em muitas leguminosas é substância tóxica
Amburana.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

quando usado em grandes doses paralisando o


coração e deprimindo o centro respiratório. USOS
NOTA: Não confundir com a imburana ou
cumaru de cheiro do Acre (Torresia acreana Du- APLICAÇÕES FORMAS DE USO COMO PREPARAR DOSES
09 - Observações: cke) que apesar de ser da mesma família e divisão
Existem muitas espécies da família das legumi- é uma outra espécie de árvore frondosa que atin- Tosse, bronquite, Cozimento 30grs. de entrecasca de Tomar uma colher
nosas, ambas árvores grandes da Amazônica: ge até 30m de altura, frequente nas florestas pri- asma imburana de cheiro em de sopa 3 vezes ao
Coumarouna polyphylla Ducke e C. speciosa mitivas não inundadas, do Acre, principalmente 800ml. de água. Ferver, dia.
Dicke, chamadas de cumaru. O Cumaru verda- no seringal Iracema, à margem do rio Acre. coar e fazer o xarope.
deiro é a Coumarouna odorata Aublet ou Dip-
teryx odorata Willd, da mesma família e divisão Dores Reumáticas Banhos 50grs. de entrecasca de Dar banhos nas
e é desta espécie que se obtinha a famosa “fava AÇÕES DA CUMARINA imburana de cheiro, 1 partes afetadas,
Tonka” ou fava de cumaru objeto de importante A ação farmacológica da Cumarina e seus deri- litro d’água. Cozinhar e quando for neces-
comércio em meados do século XIX. vados hererosídicos são variados e diversificados. coar. sário

Os aborígenes Caraíbas, aproveitavam para fazer O esculosídeo está dotado de comprovada ação Dificuldade na Infusão Pisar 9 sementes de Im- Tomar 2 a 3 vezes
colares e braceletes, é bem reputada como an- vitamínica P: aumenta a resistência e diminui a digestão burana de Cheiro, ao dia.
tiespasmódica, diaforética e cardíaca, sendo que permeabilidade e fragilidade capilar.
250ml de água fervida
alguns a consideram Emenagoga; tais virtudes Alguns furocumarínicoa entre os quais o ber- quente e abafar.
medicinais resultam de presença da CUMARI- gapteno e o psoralene possuem uma reconhecida
NA. O que tornou a fava de cumaru famosa foi ação fotossensibilizante usado no tratamento do Dores de barriga Infusão Pisar 9 sementes de Im- Tomar 2 a 3 vezes
seu aroma usado para perfumar o rapé, os ci- vitiligo, estimulando a pigmentação cutânea. burana de Cheiro, ao dia.
garros e charutos, assim como alguns whiskys e Os piranocumarínios são dotados de uma acen- 250ml de água fervida
chocolates, tendo largo emprego na indústria da tuada ação espasmo lítica sobre a musculatura quente e abafar.
perfumaria e dos sabonetes finos, bem como na lisa do útero, das vias biliares, das vias respirató-
arte culinária, como substituto da Baunilha na rias e vaso dilatadora em especial das coronárias.
aromatização de doces, sendo que da semente se Nota – O chá fervendo da entrecasca pode-se tomar como gemada, assim: bate-se uma gema de ovo
obtém 25% de óleo (óleo de cumaru) o qual é Devido aos numerosos derivados da Cumarina (capoeira) com mel de abelha ou açúcar preto. Tomar uma vez ao dia. É um bom fortificante.
vale a pena ressaltar o dicumarol pela sua im-
aromático e tônico para o couro cabeludo. Des-
portante ação fisiológica, pela sua ação hipo-pro-
de a descoberta por Parkins de um similar sin-
trombínica, que se dá em competição com a vita-
tético à base de aldeído salicílico, a “fava Tonka” mina K através do confronto da enzima hepática
perdeu seu valor comercial. que participa na síntese da protrombina.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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03 - Hábito l - Tanino condensado (ipecacuanhina) se depositam os detritos vegetais em franca de-
Arbusto baixo ou erva rastejante com folhas Alcaloides: composição.
opostas, ovais, lanceoladas, flor branca, fruto Emetina Necessita sombra, proteção contra o vento, alta
oval, negro; raiz fibrosa com sulcos circulares Cefelina umidade (mínimo de 200 cm de índice pluvio-
IPECACUANHA aproximados.

Psicotrina
O-metil psicotrina
métrico distribuído durante o ano), solo profun-
do, rico em húmus, potássio e bem drenado.
04 - Ocorrência Geográfica Emetamina
Proto-emetina ou
Ocorria em diversos Estados do Brasil, especial-
mente no Pará, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Alcalóide-a 10 - Histórico
Bahia, Espírito Santo e Pernambuco. Isto ocorria Esta planta brasileira, a mais conhecida em todo
no início do século, hoje, quando a floresta está 07 - Propriedades Terapêuticas mundo médico está do domínio também das
sendo destruída, nós acreditamos que o quadro Expectorante; lendas. Dizem que um cão, chamado “Guará”
da existência da Ipeca tem mudado muito. Emético, (doses elevadas); pelos selvagens do Brasil, de tempos em tempos
Tônico; cavava a terra e mastigava uma raiz e que vomi-
tava, e ficava depois forte; notou um pajé que o
Febrífugo;
05 - Parte empregada: Amebicida; animal fazia isto quando tinha por algum tempo
Raiz Anti-desintérico; bebido as águas impuras dos pântanos: e que o
Vermífugo; pajé imitou o Guará, ficando então livre da sua
01 - Nomes Científicos 06 - Composição Química Amebicida desinteria amebiana que o perseguia e que fla-
Cephaelis ipecacuanha Rich.; Calliococa ipeca- a - Amido; gelava sua tribo, vítima também das febres e de
cuanha Brot; Cephaelis emética Pers.; Evea ipe- b - Açúcares outras moléstias.
08 - Toxicidade
cacuanha Standley, Ipecacuanha officinalis Arr. c - Corpos gordos Se for usado por períodos prolongados ou se Suas virtudes foram conhecidas na Europa ou
Câm.; Psychotria emética Vell.; P. ipecacuanha d - Essências a dose exceder a 1 gr. por efeito cumulativo da pelo menos na França, no século XVII depois
Mull. Arg.; Uragoga ipecacuanha Baill e - Resinas emetina. Pode causar o miosites na área injeta- que o ervanário Greinier, voltando do Brasil,
Cephaelis ipecacuanha Rich. f - Colina da, diarreia e vômitos, sintomas neuromuscular, levou uma porção de raízes, cujas propriedades
g - Saponósidos pressão arterial baixa, falta de ar e palpitação; fez conhecida do médico holandês Helvetius
02 - Nomes Populares h - Ipecósido (Iridóides cristalino) hematúria (sangue na urina) e falta de circula- com quem se associara para produzir curas ma-
Ipecacuanha, cagosanga, cipó emético, Ipeca, I. i - Complexo glicoproteico alergisante que ção do sangue. ravilhosas. Helvécios recebeu do rei Luiz XIV da
cinzenta, I. de Cuiabá, I. do Rio, I. Oficinal, I. por hidrólise origina diversos aminoácidos França, 1000 Luíses de ouro, além do título ho-
preta, Ipecacuanha anelado, I legítima, I. Verda- essenciais e oses.
09 - Cultivo norífico pelo descobrimento do remédio capaz
deira, Papaconha, Pepacuem, Picacuanha, Poaia, j - Ácidos ipecacuânico, arcórbico, quelidônico, de curar a disenteria amebiana, tão espalhada na
Prefere os solos sílico-humíferos, vegetando,
P. Cinzenta, P. das boticas, P. de Mato Grosso, P. málico e cítrico. Europa nessa época, além do privilégio de ex-
entretanto, mais ou menos bem nos sílico-argi-
do Brasil, P. do Mato, P. legítima, P. verdadeira, plorar o comércio da Poaia (Ipeca) comprados
lo-humíferos e até nas gretas das rochas, onde
Raiz emética, R. preta. no Brasil.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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11 - Outras Ipecas Apoia da praia ou purga do campo (Hybanthus A abóbora é uma planta da qual se pode utili-
Usam-se no Brasil as raízes de diversas plantas poaia) contém alcaloides (emetina), mas apre- zar tudo: polpa, folhas, flores e sementes.
de propriedades vomitivas conhecidas por ipe- senta propriedades vomitivas que se deve a um
ca, ipecacuanha e poaias. Foram identificadas princípio desconhecido. A polpa é rica em Vitamina A, indispensável
em particular entre as Rubiáceas, mas mencio-
na-se algumas Violáceas Poligaláceas, Malpighi-
Muitas pessoas comercializam a raiz da vassou- JERIMUM para a vista, pele e mucosa, evita diarreias e é ne-
cessária para o crescimento, especialmente das
áceas, Meliáceas, Vitáceas, Caprifoliáceas e As-
clepiadáceas.
rinha de botão (Borreira verticillata Meyer) pela
ipeca, só que não apresenta alcaloides (Emetina) ABÓBORA crianças.
embora tenha ações semelhantes. O valor nutritivo da polpa é acrescentado quan-
Aqui no Nordeste a poaia do campo ou ipecacu-
A Ipecacuanha branca ou poaia (Hybanthus ipe- do usada com leite orgânico e ou de cabra, com
anha branca (Pio Bras.) que é da mesma família
cacuanha) em vez de Emetina apresenta a INU- cereais, outras verduras e manteiga. De fato,
que a verdadeira (Rubiásis B. A. Gomes) contém
LINA e A. Salicílico, pertence a família das Vio- para o melhor aproveitamento da Vitamina A é
em suas raízes a Emetina em quantidade variá-
láceas, e apresenta propriedades semelhantes. necessário adicionar gordura ou óleo ao prepa-
veis e daí a ação medicinal semelhante.
ro da abóbora e cozinha com a panela tampada
para evitar a perda da vitamina.

USOS Nota: leite orgânico é de vacas que só comem


FORMAS capim e é fervido a 100 graus centigrado não a
APLICAÇÕES DE USO COMO PREPARAR DOSES 150 graus como na pasteurização.

Diarreia Infusão 6grs de raiz em 200ml de água ferven- Tomar uma xícara cada 8 horas. No
do. Crianças: metade da dose. máximo por 10 dias. Composição de 100 gramas da polpa
- Proteína 0,6 grs.
Ameba Infusão Adultos: 6grs. de raiz em 200ml de Tomar uma xícara cada 8 horas por - Hidratos 7,6 grs.
histolitica água fervendo. 10 dias ½ hora antes das refeições - Cálcio 19 mg
- Fósforo 22 mg
Expectorante Xarope 16grs. de raiz 600 ml de água. Ferver, Adultos: 1 colher de sopa 3 vezes ao 1-Nome Científico - Vitamina A 920 mcg
coar e fazer o xarope com açúcar dia. Crianças: 1 colher de chá 3 vezes
mascavo. ao dia.
Cucurbita máxima, C. pepo - Vitamina C 15 mg

Dentição Infusão 3 grs. de raiz, 100 ml de água fervida Tomar ½ xícara cada 12 horas. As abóboras eram conhecidas na América (Nor- As folhas, brotos e pontas (cambuquiras) podem
te e Sul) como alimento, utensílios, receptáculos, ser aproveitadas como qualquer verdura, são
antes que os europeus chegassem. Em escava- mais ricas em proteína e complexo B que a polpa
NOTA: Não se deve usar por mais de 10 dias seguidos e deve-se esperar 1 mês para repetir a dose.
ções arqueológicas no México foram encontra- do jerimum.
das cabeças e abóboras datando 7.000 a 5.500
anos antes de Cristo.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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Composição de 100 gramas de folhas e brotos: Elas são ricas em metioninas, triptofano um 03 - Hábito
- Proteína 4,2 grs. aminoácido indispensável na produção da sero- Árvore de porte médio, alta de 10 ou mais me-
- Hidratos 34 grs. tonina. tros, de tronco reto ou tortuoso, armado de for-
- Cálcio 127 mg tes espinhos.
- Vitamina C - 58 mg
- Ferro - 5,8 mg
Propriedades Terapêuticas JUAZEIRO
A abóbora é laxante e diurética, como é alca- 04 - Ocorrência Geográfica
- Vitamina A - 815 mg linizante é boa para os que sofrem de artrites, Cresce nos campos abertos ou nas caatingas dos
- Vitamina B1 - 0,14 mg infecções e coadjuvante na cura do Câncer de sertões do Polígono das Secas (do Piauí ao norte
- Niacina 1,8 mg próstata. de Minas Gerais).
- Vitamina B2 - 0,14 mg
- Fósforo 96 mg As folhas e flores se usam em fricções contra
05 - Parte empregada
a erisipela. As sementes cruas possuem o óleo
Folhas, frutos, casca e raiz.
Os brotos e folhas são usados para saladas co- cucurbito, eficaz contra a solitária e as lombrigas

zidas, nas sopas, refogados ou em omeletes. As (Ascaris).
folhas da abóbora se preparam “à milanesa”, em- 06 - Composição química
bora seu conteúdo proteico e de vitaminas seja Tratamento contra a solitária: Materiais resinosas;
ao das folhas. Crianças 40 gramas, adultos 60-80 gramas de Mucilagens;
sementes cruas pisadas e misturadas com leite Esteroides;
Composição de 100 gramas de semente: orgânico, ou decoto - toma-se em jejum, alguns
- Proteína 30 grs. autores recomendam 2 horas após a ingestão da Em 100 gramas do fruto
- Fósforo 1.064 mg semente, um laxante ou clister com água sem sal. Vitamina B1...0,04mg
- Ferro 9,9 mg Vitamina B2...0,04mg
O suco das flores serve para dor de ouvido. Zizyphus joazeiro Mart.
- Niacina 2,9 mg Niacina.............0,5mg
Vitamina C.......33mg
Retinol..............30mg
01 - Nomes Populares
Juá, juá-espinho, juá-fruta, laranjeira do vaquei- Na casca do juazeiro além da saponina se encon-
ro, enjoa. tram matérias resinosas e pépticas.

02 - Nomes Científicos Não encontramos pesquisas químicas sobre esta
Zizyphus joazeiro Mart; Z. gardneri Reiss. planta, sugerimos aos pesquisadores nordes-
tinos que não se esqueçam desta planta muito
usada em épocas de seca pelos sertanejos, não
só como remédios, mas também como alimento.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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07 - Propriedades terapêuticas esverdeadas, oscilando em convite amável de nos lugares onde a água é pesada, salobra.
• Febrífugo descanso ao viajor fatigado que percorre as es- De fato, elas guardam uma propriedade saponá-
• Estomacal tradas cascalhentas das caatingas em tempo de cea que em qualquer água espumam abundan-
• Expectorante seca. temente, retirando das mãos as gorduras e o sujo
• Tônico capilar
• Dentifrício.
Se nas épocas de secas as Acauãs vem cantar, nas nelas contidos e também dos tecidos. Na própria LIMÃO
tardes iluminadas, nas frondes de juazeiros, os água do mar ela espuma.
sertanejos alegram-se infantilmente, porque é o O chá das raspas é aplicado, com vantagens, nas
08 - Toxicidade inverno que se está anunciando através das no- contusões, nas pancadas e nos ferimentos, ser-
Em doses elevadas produz vômitos, cólicas e for- tas metálicas dos pássaros pressagiosos. vindo também para lavagem de feridas e, em
te irritação do tubo gastrointestinal.
Os Carijós (Fulni-ô) de Águas Belas - PE, cha- compressas aliviam machucaduras.
O uso interno prolongado pode trazer riscos de- mam Loquei-a ao juazeiro, e na área onde eles O xarope feito das raspas e folhas é uma boa pa-
vido a ação hemolítica das saponinas. realizam o Ouricuri, existe um juazeiro sagrado naceia porque dizem ser poderosos nas bronqui-
para eles, que é tabu para as mulheres da tribo; tes, gripes acompanhadas de tosse e até na tuber-
nem uma, ainda mesmo menina, se atreve a pas-
09 - Cultivo culose, porque facilita a expectoração e alivia a
sar por baixo de seus majestosos braços, nem angústia que ela produz.
Prefere os solos aluviais argilosos, mas cresce
mesmo chegar perto. Ouricuri é a reunião anu-
por toda parte, inclusive nos tabuleiros mais Um pouco de raspa em um copo com água, dei-
al dos Fulni-ô, naturalmente é uma assembleia
áridos e pedregosos, onde adquire feição quase xando-se macerar para ser tomada antes das re-
onde eles discutem os interesses da tribo e con-
arbustiva. feições, combate as gastrites e melhora a colite.
sultam seus maiores falecidos para lhes ouvirem
Em tintura, ou mesmo seca, a raspa, reduzida a
os conselhos.
10 - História ou folclore pó, substitui os dentifrícios.
O juazeiro é a árvore bendita das caatingas. Em O gado tem avidez pelas folhas se frutos do ju-
plena seca , quando a vegetação fica sem folhas, azeiro. Nas épocas calamitosas o sertanejo corta
lembrando braços nus a pedir misericórdia; galhos das árvores amiga para refrigerar as cria- Nota - cuidado com o uso prolongado, pois é Citrus limon (L). Burm. F.
quando tudo nas caatingas é triste e desola- ções, que engordam. muito abrasivo e retira o esmalte dos dentes.
dor, com o sol ferrado-de-vez crestando o solo; Os ruminantes comem os frutos do juazeiro Texto extraído do livro: “Curiosidades de nossa
quando a face da terra ondula, soltando, em es- Nome Poupular
com tanta avidez que muitas vezes adoecem se- flora “de Getúlio Cézar - Recife - 1956.
tado de vapor, as últimas reservas de água das Limão
riamente: ficam timpânicos, com tenesmo, por-
derradeiras chuvas, os juazeiros tornam-se pon- que não podem evacuar a grande quantidade de
tos de referência, são uma atração dentro da tris- sementes dos frutos ingeridos que não sofreram Sinonímia
teza doentia dos campos silenciosos, porque são ruminação. Citrus médica L. var. limonum (Risso) Wight et
sempre verdes, em um desafio vivaz, emprestan- Amott.limon.
As raspas das cascas do juazeiro tem várias apli-
do à paisagem desértica o atrativo de suas folhas
cações, a principal é a de substituírem o sabão

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

Hábito: Limonóides triterpenos modificados. anti-reumática e remineralizante. A propagação é feita por mudas obtidas através
Arbusto ou arvoreta aromática, de casca acin- Em 100 gramas de polpa do fruto contém: O ácido ascórbico potencializa a ação de outros de estaquia e borbulia. É importantíssimo ad-
zentada, armada de espinhos. Folhas alternas, 36 calorias; Água 91,0 gr; Proteína 0,5 gr flavonoides e apresenta atividade tônoca, antiin- quirir mudas selecionadas, fiscalizadas e de ori-
translúcidos-glandulares, unifoliadas, de pecío- Gordura 2,4 gr; Carboidratos 5,0 gr fecciosa e antiescorbútica. gem conhecida para impedir a proliferação de
los não alados. Flores solitárias ou aos pares, axi- Fibra 0,3 gr; Cinzas 0,2 gr; Ca 13 mg; P 11 mg doenças e garanti a qualidade dos frutos.
lares, brancas internamente e lavadas de púrpura A hesperidina é o flavonóide dominante dos cí-
Fe 0,1 mg; Na 2 mg; K 83 mg; tricos e tem atividade antiviral.
no exterior, muito cheirosas. Baga elipsoide, ten- Caroteno 10 microgr; Tianina 0,03 mg Toxidade:
dendo para ovóide, frequentemente mamilada, Riboflavina 0,02 mg; Niacina 0,2 mg De acordo com pesquisas feitas no Canadá, os Desconhecida.
de polpa abundante, suculenta e ácida. Sementes Ácidos orgânicos (cítricos e málico) limonóides têm atividade antitumoral.
ovais e pontiagudas. (8) e Vitaminas C 43 mg. Efeitos Colaterais:
Cultivo O sumo e as cascas dos frutos cítricos contém
Parte empregada Farmacologia Experimental O clima e o solo influenciam muito na composi- furano-cumarinas que em contato com a pele,
Suco e óleo da casca das folhas e do fruto. Estudos antibacterianos demonstram que o suco podem causar lesões de cor escura devido a fo-
ção dos frutos, principalmente quando o teor de
do fruto é ativo contra E. coli, E. aerogenes, P. minerais e Vitamina C, que aumenta em regiões totoxidade destas substâncis (Naganuma et. Al.,
Propriedades Terapêuticas aeruginosa e S. aureus. Como antifúngico é ativo de maior luminosidade e temperaturas próxi- 1985 Nigget al., 1993).
Adstringente, antiescorbútico, antiuricêmico, contra C. albicans e vários dermatófitos, mesmo mas dos 30ºC.
anti-reumático, antitérmico, antioxidante, ape- usando o suco neutralizado a pH7. O extrato hi- Biodiversidade do Limões:
ritivo, aromático, carminativo, bactericida, diu- As temperaturas ideais para o cultivo dos Citros Existem diversas espécies de limões, como tam-
droalcoólico do fruto tem ação hipotensora mo-
rético, estomacal e refrescante. ficam entre 23 e 32ºC. Temperaturas muito bai- bém variedades. Por exemplo, a espécie C.au-
derada, sem afetar a frequência cardíaca, como
xas ou elevadas fazem com que a planta entre rantifolia Swing, que engloba as variedades áci-
também tem ação diurética. As partes aéreas
em dormência, retardando o crescimento. Não
Composição Química tem ação diurética e não hipotérmica. O suco das ou falsos limões, como o galego e o tahiti,
suportam o frio intenso. A quantidade de chu- variedades doces ou sem ácidos como a lima-
óleo essencial (0,2 a 0,6 %) na casca, folhas e flor fresco e desidratado promove cicatrização de le-
va ideal durante o ano é de 900 a 1500 mm/ano. da-pérsia e a lima-de-umbigo. Árvore de até 4
constituído por monoterpenos, entre eles, o mais sões experimentais em ratas.
Pouca água leva à queda de frutos e o excesso metros de altura, com ramos curtos e espinho
ou menos limoneno, o neral e o geraniale, cuja O limoneno, principal componente do óleo es- favorece o aparecimento de doenças. curtos e agudos (sem espinhos na variedade
mistura se conhece como citral, cujos isômeros sencial, tem propriedades expectorantes. Alguns
cis e trans seriam os responsáveis pelo cheiro ca- São exigentes em fertilidades do solo, para ga- tahiti). O limão-cravo ou rosa é considerado por
do flavonoides exercem uma ação de Vitamina P,
racterístico. rantir uma boa produção. É boa prática colocar alguns como variedade desta espécie (autera) ou
o que lhe dá uma característica venotônica e va-
adubo orgânico, fosfato e calcário no plantio da por outros como hibrídode C.aurantifolia ou C.
Pectina: no pericárpio. so-protetora, controlando a permeabilidade ca-
muda, fazendo uma nova adubação a cada ciclo reticulata.
pilar na microcirculação e aumento da resistên-
Flavonóides: (=citroflavonóides) Heterosídeos de produção. Os solos levemente arenosos são
cia. Aqui, uma dica para os hipertensos usarem Na indústria: A indústria farmacêutica utiliza
de flavononas (hesperidosídeo, naringosídeo, os preferidos, pois facilitam o desenvolvimento
o suco de limão para evitar o derrame cerebral. como fonte de flavonoides (diosmina e rutina),
eriodictiosídeo entre outros) e heterosídeo de das raízes.
A pectina do fruto é hemostática (para o sangra- utilizada no tratamento de insuficiência veno-
flavonas (diosmina, rutoídeo entre outros).
mento), protetora da mucosa gastrointestinal, sa crônica, funcional e orgânica dos membros

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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inferiores. A essência do limão é retirada das produção de energia. escorbuto.
cascas, folhas e flores, usadas para aromatizar Muitas doenças degenerativas e distúrbios me- • Os frutos cítricos são ácidos e não combinas
medicamentos, alimentos e bebidas diversas, na tabólicos estão ligados à ineficiência do “ciclo da com açúcar
pastelaria e na confeitaria. A perfumaria e cos- espiração”, em produzir energia para a célula rea- • Conservar a essência do abrigo do ar e da luz
mética absorvem quantidades importantes. O
ácido cítrico pode ser extraído industrialmente
lizar suas funções. Os ácidos orgânicos possuem • O suco serve para polir bronze e objetos me-
tálicos.
MANDACARÚ /
uma ação excitante sobre a respiração celular. Por
do limão e de outras espécies cítricas. isso, a ingestão de doses regulares desteS compos-
Indicação Terapêutica
CARDEIRO
tos presentes nos frutos cítricos auxiliam a regu-
História: larização desta importante função metabólica, Azia e colírio: suco de meia banda de limão, 2
Existem relatos de cultivo do limão e laranja em contribuindo para o estabelecimento do equilí- dedos de água fresca misturar e colocar algumas
antigas civilizações na Babilônia, China e Pales- brio da célula e do organismo como um todo. gotas nos olhos ou tomar quando tiver azia.
tina. No Brasil, seu cultivo iniciou-se com a co- Escorbuto, Disenteria e diarreia, Reumatismo
lonização portuguesa e as espécies se adaptaram agudo e Resfriado: Tomar o suco de 1 a 3 limões
facilmente ao nosso clima.
Aromaterapia: diário sem açúcar, q.f.n.
O óleo essencial purificado é usado na aroma-
Hoje, o limão é uma fruta cultivada, mas era terapia como febrífugo, estomáquico, digestivo,
desconhecida na Grécia e Roma Antiga. (2) antiespasmódico, sedativo e cardiotônico. Outras Indicações
Antitérmico, Diurético, Gases, Refrigerantes
Naturismo: A ação sinérgica das vitaminas, fibras
, sais minerais, ácidos orgânicos, óleo essencial e Como Alimento
heterósidos conferem aos frutos cítricos “usos Para melhora a imunidade: Muito valor dos frutos
extremamente variados, sendo impossível fazer cítricos está relacionado à riqueza e, Vitamina C
uma lista exaustiva em todos os domínios tera- sais minerais e Vitaminas A, B1, B2 e B5. A asso-
pêuticos, tanto por via externa (tópica) como ciação do complexo vitamínico C com as demais
por via interna (sistêmica) vitaminas e substâncias nutritivas torna o limão
um dos melhores alimentos para reforçar a imu-
No naturismo, o limão é um fruto ácido que apre-
nidade e a resistência do organismo às doenças. 1 - Nomes Científicos
senta uma leve reação alcalina no sangue, explica-
da pela presença de ácido cítrico e o ácido málico. Cereus jamacaru, DC. ; C. geometricans, Mart. ;
Os ácidos orgânicos ainda conferem uma ação Dicas C. triangulares, Vellozo.
levemente laxativa e diurética que é potenciada É importante ressaltar, que a Vitaina C dos fru-
com uma terapia dietética naturalista. tos está na forma de complexos com outros 2 - Nomes Populares
compostos (ácidos ascórbico, penta-hidroxi-fla- Mandacaru, Cardeiro, Jamacaru, (Yamatarú =
Maior importância tem o fato destes ácidos se- vonol), tornando mais eficiente a sua ação no
rem intermediários do “ciclo da respiração ce- árvore de espinho que se come), mandacaru de
organismo do que a Vitamina C sintética que só boi.
lular”, que é o motor da célula responsável pelo tem o ácido ascórbico. Por isso, não combate o

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

3. Hábito 10. Ações Farmacológicas Em outra pesquisa, Oliveira e Machado (2003) Durante o calor intenso, com o sol a pino, as
Atinge, em média, 5 a 6 metros, podendo atin- Cactina - princípio ativo tirado das flores e dos relataram que o extrato hidro alcoólico do cau- flores das cactáceas, especialmente as do Cereus
gir até 10 a 12 metros. Porção não ramificada do gomos do Cactus grandiflorus, planta da Amé- le de C. jamacaru tem propriedade de inibir o se conservam fechadas e só se abrem ao cair da
caule com extensão variada. rica tropical. Tem sido empregada contra as crescimento tumoral em camundongos com tarde ou ao amanhecer, com um cheiro caracte-
palpitações do coração. Ela aumenta a força das sarcoma linhagem 180, um tipo de câncer peri- rístico de baunilha. A floração começa logo com
4 - Ocorrência Geográfica contrações musculares do coração, assim como toneal. Em um estudo realizado por Bruton et as primeiras chuvas.
Em toda a região xerófila há poucos trechos a tensão arterial; também atua sobre o sistema al. (2006), tendo como organismo-teste camun- Do caule de Cereus jamacaru cortado em fatias
onde elas não vegetem. O C. jamacaru é uma es- nervoso e principalmente sobre a substância dongos, foi verificado que a tiramina presente transversais, faz-se um doce saboroso e de aspec-
pécie presente nos estados da Bahia, Piauí, Per- cinzenta da medula, da qual aumenta excitabili- no cladódio de mandacaru age modificando o to interessante pelo formato estrelado que apre-
nambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, dade reflexa; neste ponto atua quase como a es- acúmulo e a liberação do neurotransmissor no- senta. Muito empregado, também, nas fazendas,
Alagoas e Sergipe triquinina. A cactina não se acumula como a di- repinefrina nas terminações nervosas, demons- para cercas vivas. Cultivado como ornamental
gital e não produz desarranjos gástricos; é pouco trando assim potencial para a amenização do em parques e jardins, no Brasil e no estrangeiro.
5 - Parte Empregada tóxica. Parece certo que esta planta possa prestar mal de Parkinson e ação cardiotônica (atividade
Flores, caules, frutos e raízes. grandes serviços à cardiologia, mas é necessário simpatomimética). Já Vatta et al. (2011), em um
insistir em comprovações científicas suficientes . estudo com carneiros, verificaram que a inges- 12. Histórico
tão do caule in natura de C. jamacaru possui “Se o admirável capricho da natureza se mani-
6. Composição Química O desafio para nós, brasileiros, é saber se nossa
espécie também tem estas propriedades, de que ação anti-helmíntica. festa em alguma planta do Brasil, é por certo
O caule e flores contém o alcaloide cactina, com
nos fala Barriga, na Colômbia e Morton , nos Es- neste cardo ou figueira silvestre. Pois diferem
ação cardiotônica semelhante ao digitalis. Considerando que existem poucos estudos la-
tados Unidos. tanto entre si, conforme a diversidade do solo
boratoriais que confirmem os relatos feitos pela
onde nascem, que mal se poderiam classificar
7 - Propriedades Terapêuticas Alguns trabalhos científicos sobre a ação medi- cultura popular em relação à ação medicinal do
na mesma espécie, se não se visse que convêm
Peitoral; Emoliente; Antiescorbútico; cinal desta planta foram encontrados na literatu- C. jamacaru, faz-se necessário um estudo apro- pela flor e pelo fruto, como pelas qualidades in-
Anti-ulcerogênico; Cardiotônico; Antifebril; ra, dentre eles está o realizado por Messias et al. fundado sobre as reais propriedades medicinais ternas... Primeiro eleva-se um tronco da terra,
Refrigerante; Resolutiva; Diurético (2010),que verificaram que o caule de mandaca- desta cactácea. de forma ora triangular, ora quadricular, único,
ru possui atividades antimicrobiana e vasodila- grosso, semeado de eriçados espinhos. Logo, nos
8. Toxicidade tadora em roedores. 11. Observações meses de verão, lhes sucedem frutos rubros, de
Não se conhece toxicidade na literatura consul- Andrade et al. (2006), em avaliações laborato- “A cactácea tem pouca utilidade e proveito, mas forma e tamanho de um ovo de ganso, e mui-
tada. riais realizadas com mamíferos, mencionam que quando necessário é boa forragem para o gado, tas sementes negras e pequenas estão imersas
o caule in natura deste cacto demonstrou ter depois de eliminar seus espinhos manualmente na branquíssima e suculenta polpa desses fru-
9. Cultivo: propriedades anti-inflamatória e anticonceptiva. ou por meio do fogo. Os frutos maduros, de cor tos, contida dentro. Além de serem muito pro-
As cactácea tem elevada preponderância na Relatam ainda que a ação da tiramina encontra- encarnada dos Cereus são bem raros, porque curadas pelos alterados do calor, por causa da
composição da caatinga. Cresce em solo argilo- da no caule e raízes tem ação cicatrizante e anti- sofrem perseguição por parte dos colibris; são deleitosa fragrância e do suco agridoce, quando
so mais ou menos piçarrento; podendo crescer fúngica em pele de roedores. característicos, doces e de bom paladar e são en- frescos indicados sobretudo aos febricitantes e
também em terrenos arenosos. contrados a venda nas feiras do sertão. aos biliosos, porque estimulam o paladar com a

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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sua agradável acidez e acalmam a sede; enfim, álcool etílico como produto principal, e muitos 02 - Nomes populares
refazem admiravelmente o coração e o estôma- outros componentes secundários, como aldeí- Maracujá, Maracujá peroba, maracujá comum,
go. O suco extraído desta planta cura as febres dos, metanol, álcoois superiores, ácidos e éste- maracujá de ponche, maracujá doce, maracujá
provenientes da bile (O suco da raiz é contra o res, que contribuem para a qualidade organo- de comer, maracujá mirim, maracujá redondo,
veneno das cobras, e dizem os sertanejos, que a
raiz deve ser tirada a parte donde nasce o sol.
léptica na produção de vinhos e cachaças. Ainda
nesta região, o fruto e o cladódio também são
MARACUJÁ maracujá preto, maracujá roxo.

Também empregam o cozimento da raiz, nas matéria-prima para a produção de cosméticos,


irritações intestinais. Os matutos, nas Alagoas, como xampus, condicionadores, sabões, cremes, 03 - Hábitos
empregam a raiz do mandacaru com proveito, loções, máscaras e géis, a composição obtida a Planta trepadeira de produção anual, folhas tri
nos enfermos acometidos de cólera. partir das sementes de mandacaru assemelha- lobadas.
O fruto do mandacaru mostra grande potencial se à encontrada no óleo de soja, razão pela qual
este autor sugere potencial uso em comum entre
para aproveitamento industrial, por apresen- 04 - Ocorrência geográfica
tar teores elevados de sólidos totais e açúcares as duas plantas, ou a substituição do óleo de soja
Planta natural do Brasil, e hoje cultivada em
totais, constituintes importantes em processos pelo óleo de sementes de C. jamacaru, visto que
todo mundo tropical.
biotecnológicos, como, por exemplo, em fer- a extração de óleo das sementes é um processo

mentação alcoólica, esta fermentação prove- mais acessível economicamente do que a extra-
ção de óleo da leguminosa. 05 - Parte empregada
niente do suco do fruto de mandacaru produz Folhas, Fruto, Raiz e Sementes.

USOS 06 - Composição química do fruto


Alcaloides indólicos,
FORMAS Harmana,
APLICAÇÕES COMO PREPARAR DOSES
DE USO Passiflorine,
Flavonoides
Diurético Cozimento 200grs. de caule de Cardeiro para Tomar 2 a 3 copos por dia,
Amil pectina.
1000 ml de água. Ferva, coe e ado- durante, no máximo, uma

ce, com açúcar mascavo semana.
Vitaminas:
Cistite Cozimento 200gr de caule de Cardeiro para Tomar 2 a 3 copos por dia, 01 - Nome científico B1 - 0,03mg;
1000 ml de água. Ferva, coe e ado- durante, no máximo, uma Passiflora edulis Sims. B2 - 0,13mg;
ce, com açúcar mascavo semana. C - 30,0mg;
Há uma variedade ou espécie distinta de casca Niacina - 1,5mg;
Ferimento Chá 200gr de caule de Cardeiro para Lavar o ferimento 2 vezes Retinol - 70,0mmg;
sempre amarela. (Passiflora edulis flavicarpa)
1000 ml de água. por dia. Proteínas - 2,2grs.;
Abafe por 15 minutos. talvez de natureza híbrida e a de casca vermelha
(Passiflora edulis f. edulis). Lipídios - 0,7grs.;

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

Glicídios - 21,2grs.; 08 - Toxicidade 10 - Observações Somente poucas espécies de origem Asiática,


Cálcio - 13,0mg; A Maracujina usada em ratos, em pequenas do- Segundo Pio Corrêa, existem 70 espécies de ma- Australiana e Polinésia. A maioria delas cresce
Fósforo - 17,0mg; ses é sedativa e em grandes doses é letal. As raí- racujá do gênero Passiflora, sem contar com as em regiões de florestas e também algumas na
Ferro - 1,6mg; zes da P. quadrangularis L., (maracujá-açú) são variedades como na Passiflora edulis com mais costa do Pacífico na América Central. A espécie
. venenosas e tem um princípio ativo a Passiflo- de 4. De todas elas as mais divulgadas na litera- economicamente mais importante é a Passiflora
NOTA: Segundo estudos de Lutomski, J. e colabo- rine, que em pequenas doses é anti-helmíntico, tura, são: Maracujá-peroba e sinonímia (P. edu- edulis nativa do Brasil.
radores na Polônia, comprovaram que na P. edulis porém, em grandes doses é vomitivo, produz lis Sims); Maracujá-grande (P. alata Dryand);
flavicarpa (de casca amarela) tem 6 vezes mais al- convulsões, paralisia e morte. Maracujá-açú (P. quadrangulares L.). 11 - Ação Farmacológica
caloides, particularmente a Harmina e 3,5 menos A presença de alcaloides nas folhas, do tipo Har-
carotenoides que a fruta de casca vermelha. Trabalhos recentes de Barros H. M. e Leite J. R. Segundo Collins Guide to Tropical Plants, Wi-
mana (Passiflorine) determina ação inibidora da
do Deptº de Psicologia da Escola Paulista de Me- lhem Lotschert and Gerhard Beese, Existem 400
Mono Amino Oxidase (MAO) e daí, sua ação se-
dicina, comprovam a ação tóxica de extratos de espécies, a maioria originária dos trópicos do
Composição química das sementes dativa sobre o Sistema Nervoso Central.
Passiflora edulis sobre o fígado de ratos e pos- “Novo Mundo.”
A semente apresenta um óleo constituído por
sível pancreatites aguda por toxicidade em hu-
ácido graxos ácido esteárico, palmítico, araquí-
manos.
dico, oleico, linoleico e linolênico,
Além de Cálcio 80, Ferro 18 e
Fósforo 640mg/100grs.
O maracujá-açú (P. quadrangularis L.) apresen-
ta nas folhas, na pele e sementes imaturas, ácido
USOS
hidrociánico. APLICAÇÕES FORMAS E USO COMO PREPARAR DOSES
Composição química das folhas Nervos Cozimento 4 a 6 grs. de folhas para Tomar 1 xícara 2 vezes ao dia
A raiz é venenosa, fortemente emética e narcó-
Princípios amargos 1 xícara d’água (250ml)
tica pela presença da Passiflorine (alcaloide). O
Alcaloide
fruto comido em grandes quantidades dá sono e
Maracujina; Tosse Lambedor 4 a 6 grs. de folhas para Tomar 1 xícara 2 vezes ao dia
dificuldade na digestão. 1 xícara d’água (250ml)
Tanino,
Resina.
A raiz e os ramos apresentam pequenas quanti- Ansiolítico e Cozimento 4 a 6 grs. de folhas para Tomar 1 xícara 2 vezes ao dia
APROVADO PELA COMISSÃO E: sonífero 1 xícara d’água (250ml)
dades de substâncias ciano genéticas.
Sistema nervoso (ansiolítico) e insônia Hipertensão Cozimento 4 a 6 grs. de folhas para Tomar 1 xícara 2 vezes ao dia
07 - Propriedades terapêuticas arterial. 1 xícara d’água (250ml)
Sedativo, 09 - Cultivo
Ansiolítico, Os solos mais indicados são os areno-argilosos
Hipnótico, Nota: As folhas devem ser colhidas depois das floração
ou mesmo argilosos, ricos em matéria orgânica,
Sonífero e de pH entre 5 e 6, bem drenados.
Anti-helmíntica.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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03 - Hábito Saponinas, flavonoides, ácidos cítricos, tartárico pacientes com disfunção hepática ou renal e pes-
Herbácea, de altura variável, chegando a 1,5m. e succínico, nas partes aéreas. soas debilitadas em geral. (Martindale, 1982).
A planta toda é menos tóxica que o Ascaridol,
04 - Ocorrência geográfica Hererosídeos triterpênico, na raiz. mas de qualquer forma não é recomendada para
MASTRUZ Esta planta é tida como originária da América,
NOTA: No Codex francês, a essência oficial se
crianças abaixo de 2 anos e deve-se respeitar a
dosagem 4 a 8grs. de pó de semente e 20grs. de
porém, segundo Humboldt era ela cultivada pe-
los habitantes pré-históricos das Ilhas Canárias, obtém por destilação a vapor de água da inflo- folhas para 500ml de água, usar no máximo 7
que a usavam para embalsamento dos cadáveres. rescência e partes frutíferas e deve conter um dias e repetir só depois de 3 a 4 semanas.
Muitos autores dão ao México como sendo sua mínimo de 60% e um máximo de 80% de As-
pátria; porém é certo que é uma planta cosmo- caridol. 09 - Cultivo:
polita aparecendo espontânea em muitas regiões Vegeta em lugares férteis e em torno das habita-
do Globo. No Brasil é uma das plantas mais vul- Vitaminas: Caroteno - 3,578mg% - Riboflavina ções, nas hortas, jardins e roças e em altitudes de
gares em todo o território. - 0,297mg% - Ácido Ascórbico - 99,2mg%. no máximo 2900 metros.
Sais Minerais: Cálcio - 342, 3mg - Ferro - 8,63mg
05 - Parte empregada 10 - Colheita
Folha e Semente. 07 - Propriedades terapêuticas É importante saber quando coletar esta planta,
Vermífugo; pois sua maior eficácia como vermífugo é de-
Peitoral; pois da frutificação, pois são suas sementes que
06 - Composição química
Vulnerário; tem maior concentração de Ascaridol, inclusive
A planta inteira é rica em óleo essencial, cha-
Estomáquico; nos Estados Unidos seu nome é “Sementes para
mado essência de quenopódio. As folhas e as
Colagogo; vermes” (Wormseed). Aqui no Nordeste, o povo
inflorescências contêm 0,35%, os frutos 0,6% a
01 - Nomes científicos 3%. Os constituintes principais são monoterpe-
Emenagoga; usa a planta toda depois de frutificar, e pesquisas
Chenopodium ambrosioides L., Chenopodium Abortivo. comprovam que é nesse momento que as folhas
nos:
anthelminticum L., Chenopodium ambrosioi- contém a maior concentração de Ascaridol.
des var. anthelminticum. Gray - Ascaridol (peróxido terpênicos, que representa 08 - Toxicidade
42 a 90% da essência). O Ascaridol é muito tóxico e produz irritação da OBSERVAÇÕES: É importante ressaltar que
02 - Nomes populares pele e mucosas, vômitos, vertigens, zumbidos, existem duas maneiras de fazer a leitura sobre o
Ascaridol glicol, aritasona, beta-pineno, limone-
Mastruz, Mastruço, Erva de Santa Maria, Men- dores de cabeça, lesões renais e hepáticos, surdez uso de plantas medicinais na literatura interna-
no, mirceno, cimeno, felandreno, alcânfora, al-
truz, Mentrusto, Erva das Lombrigas, Menstru- temporária, e até mesmo colapso circulatório; já cional. O primeiro é saber distinguir na leitura
fa-terpineno, alfa-terpineol associados a peque-
ço, Erva mata pulga, Chá da Espanha, chá dos foram relatadas mortes provocadas por ingestão se a informação é de origem etnobotônica ou
nas quantidades de alcanos, salicilato de metila,
Jesuítas, Chá do México, Cravinho do Mato, em grandes doses desse óleo (Martindale, 1982). etnofarmacológica, aí ela será da maneira como
ácido butírico, sulfato de magnésio e fosfato de
Erva Ambrosia, Erva de Bicho, Erva Vomiquei- Por outro lado, é contraindicado para gestantes os povos primitivos usavam e ainda continuam
magnésio.
ra, Lombrigueira, Erva Formigueira, Quenopó- porque é abortivo, para crianças, pessoas idosas, usando.
dio, Ambrósia-do-méxico.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

No nosso trabalho com o povo a gente faz essa


Nota - As pessoas que quiserem trabalhar com
Da eficácia econômica à eficácia tera- cosas medicinales... relata: “A Fundação Rock-
leitura. No segundo tipo de leitura, já é reelabo- pêutica feller usou o paico (Mastruz) na sua campanha
plantas medicinais, quer sejam cientistas, pes-
rada através de homens de ciência, farmacólo- quisadores dos diferentes ramos afins, devem contras parasitoses intestinais com grande êxi-
gos, químicos, médicos etc... aqui é importante O povo reclama muito que os médicos prescre- to, Pardal (1937), cita algumas estatísticas desta
ter uma cosmovisão o mais ampla possível, uns
notar que as informações são diferentes e inclu- princípio básicos sobre antropologia cultural, vem vermífugos e as crianças não eliminam os campanha e indica que em a Sumatra se obteve
sive contraditórias em relação ao primeiro tipo um mínimo de conhecimento sobre Filosofia e vermes... um êxito 93,5%. Enquanto que nossos Aimarás
de leitura. Não vamos julgar aqui quem tem a ramos afins para perceber que existem dois ti- (índios) que são os conhecedores do mastruz
O povo gasta, a farmácia fatura, o laboratório
verdade, mas colocaremos aqui uma receita po- pos de conhecimento o dedutivo e o indutivo. por centenas de ano, as autoridades sanitárias
mais ainda e o verme continua bem obrigado...
pular que o Prof. Matos do Ceará divulgou num Uma humildade capaz de reconhecer, no povo distribuem remédios para combater os vermes
de seus cursos: iletrado, uma forma de saber e uma criativida- No livro dos Drs. De Losa e Palomares da Bolí- com resultados pouco satisfatórios.
de para reler o saber popular à luz da ciência via; De Los arboles, frutos, plantas, aves y de otras
“Para desvermizar uma pessoa adulta, ou jo- moderna.
vem com 40 kg ou mais, é usada uma mistura
feita com duas colheres das de sopa com óleo
de mamona e uma colher das de sobremesa de Da prática popular (observação empírica) à
USOS
semente de mastruço, preparada da seguinte prática científica (terapêutica moderna). Gos- APLICAÇÕES FORMAS E USO COMO PREPARAR DOSES
forma: as sementes de mamona são tostadas ao taríamos de fazer uma observação com relação
fogo brando (nesta etapa o calor inativa a Rici- Vermes – Lombriga Cozimento 2 colheres de sopa de óleo de Tomar pela manhã
ao uso do mastruz que foi proscritos em muitos
Ascaris–Ancilóstomo mamona de 1 colher de sobre- em jejum.
na, que é o princípio proteico tóxico da mamona países e substituídos por outros medicamentos mesa de sementes de mastruz.
(Ricinus communis L.). A seguir são trituradas sintéticos e menos tóxicos (sic). É preciso escla-
com bastante água e fervidas por algum tempo recer que o óleo extraído da planta contém 70 Dor de Estômago 12 grs. de folhas para 250ml de Tomar quando
Infusão
(a Ricinina, alcaloide muito tóxico, fica na água), a 80% de Ascaridol e é esta substância isolada água fervendo necessário.
deixadas esfriar, após o que o óleo sobrenadante que é tóxica e todas as pesquisas confirmam isto,
é recolhido. Depois disso, as sementes de mas- mas o fito complexo além do Ascaridol contém Baque Machucadura Compressão Pisar um maço de folhas Aplicar 2 x ao dia.
truz são trituradas juntamente com o óleo de outras substâncias como o cimeno, terpineno, das folhas
mamona nas quantidades indicadas acima (o ácido butírico, salicilato de metila, sulfato de
óleo de mamona, nesta etapa, extrai o princípio magnésio, fosfato de magnésio, Triterpenóides
ativo das sementes a frio. A extração a quente, penta cíclico, a uréase, cálcio, ferro, caroteno, ri-
que ocorreria se a mistura fosse feita na etapa de boflavina e ácido ascórbico que se conhece até
fervura, destruiria o princípio ativo que é termo agora. Não existem pesquisas científicas para
lábil). comprovar ações sinérgicas ou antagônicas en-
tre estas substâncias. Eis aí um desafio para os
que buscam a verdade.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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punarnavina; outros presentes na planta como Ocorrencia geografica
a vacinina, berberina e hipoxantina-9-L-ara- No Brasil Phyllantus amarus é mais comum no
binofuranoside; rotenóides boerhavinonas A1, NE, P.urinaria na região norte e P. niruri no sul.
B1, C2 e D; boerhavina; amido, matéria sacari- Na africa, Asia, America é naturalizada nos tro-
PEGA-PINTO na, substância gordurosa, substâncias pécticas
e gomosas; lignanas liriodendrina e siringaresi-
QUEBRA-PEDRA picos do velho mundo

nol-mono-beta-D-glicosídeo; sais inorgânicos e Parte empregada:


nitratos. Presença de tanino, considerável quan- A planta toda.
tidade de nitrato de potássio, triacontanol hen-
triacontano; beta-sitosterol; ácido ursólico e bo-
Propriedades terapeuticas :
erhávico; esteróides e hidrocarbonetos de cadeia
Antiespasmódica, relaxante da musculatura dos
longa; flavonoides 5,7-dihidroxi-3,4-dimetoxi
ureteres, levemente diuretica, viricida para he-
-6,8-dimetil-flavona e dihidro-isofurenoxanti-
patite B, elimina acido urico, antitermica, cola-
na; frutose; sucrose; glicose e beta-ecdysone.
goga, estomacal, hipoglicemiante.
Propriedades terapêuticas: Composiçao quimica
Diurético, apresenta atividade adapto gênica e • Taninos :
Nomes científicos moduladora do sistema imune, antinômico, he-
Boerhavia hirusuta, Willd; B. diffusa, L. • Galotaninos,amarina,filantusina D, gerani-
patoprotetor, desobstruente nos ingurgitamen- na,corilagina, elaecarpusina
tos hepáticos; anti-inflamatório e antitumoral Flavonoides:
Parte empregada nos casos de hipertrofia da próstata; colagogo e
Raiz, flor e folha. Nomes cientificos : • Rutina, quercetina-3-0-glicoside.
peitoral. Ligninas:
Phyllantus amarus Schum Et Thorn
P. niruri.L - P. urinaria L • Filantina(0,8%,extremadamente amarga) e
Composição química Toxidade: P. niruri ssp.Lathiroydes (HBK) hipofilantina
Substância pulverulenta da raiz fresca conten- Altas doses provocam vômitos devido ao alca- Esteroides:
do alcalóides isoquinoléinicos, em especial a loide tóxico punarhavina. • Estigmasterol e Beta-sitesterolvitexina-
Nomes populares :
2-0-ramnosideo
USOS Quebra- pedra, erva pombina.
Terpenoides:
APLICAÇÕES COMO PREPARAR DOSES • Glochidoma, glochidiol (nas especies P.
Cozimento: 8 a 10grs. de raiz para
Habito
Infecção urinária (cistites) Tomar 2 a 4 xícaras por dia niruri e P. urinata)
300 ml de água Pequenas hervas erectas anuais, de folhas mui-
Flavonas:
Cozimento: 8 a 10grs. de raiz para das,muito comum nos paises de clima tropical.
Retenção urinária Tomar 1 xícara 2 a 3 vezes ao dia • Vitexina-2-0-ramnosideo e isso vitexsina.
200 ml de água Crescem espontaneamente após o periodo das
• Flavonas
Albuminúria e ácido úrico Cozimento: 8 a 10grs. das folhas Tomar 1 xícara 2 vezes ao dia chuvas nos campos e terrenos desocupados.
para 200 ml de água
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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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• Orientina, vitexsina 2-0-ramonosideo e fla- Observações 03 - Hábito:
vonol quercitina O tratamento da hepatite B com quebra-pedra Árvore que chega atingir 15 metros de altura, es-
so pode ser feito pelos servicios de saude, gra- galhada e com espinhos.
Nota: Estudos feitos na universidade de Rio Grande tuitamnete porque este uso esta patenteado por
do Sul através de cromatografia de camada fina en-
tre as duas especies, a P. niruri do sul e centro sul e
uma empresa norteamericana. Não devemos
aceitar pagar know how, esta planta é nossa e a
QUIXABA 04 - Ocorrência geográfica:
a P.amarus do nordeste, atraves de quatro marcado-
É encontrada no sertão da Bahia, Alagoas, Sergi-
pesquisa inicial foi feita aqui. pe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte,
res: quercetina, rutina, isoquercetin e o acido cafeico
Gente !! biopirateado. Ceará e Piauí.
comprovaram as diferenças fitoquimicas.

Cultivo: USOS 05 - Parte empregada:


Encontra-se geralmente nas proximidades de Folhas, Frutos e Entrecasca.
muros ou entre pedras, propagando-se por se- Usa-se a planta toda triturado na forma de cozi-
mentes. mento com 30 a 40 gr da planta fresca ou 10 a 20 06 - Composição química:
Já existem algunos estudos sobre e cultivo e gr da planta seca em um litro de agua,fervendo- Tanino e Esteroides, presença do ácido básico,
coleta desta planta, germinação das sementes, se por 10 minutos. ácido triterpênico na casca da quixaba é o res-
pragas, capacidade de rebrota, proporção de ponsável pela atividade hipoglicemiante em ra-
materia fresca/seca, e insetos visitantes. Estudos A planta seca triturada e peneirada pode ser tos, normais e ratos albinos. Os ratos diabéticos
apresentados no XVI Simposium de Plantas me- guardada em frascos bem fechado por um pe- tratado com extrato etanoico da quixaba, de-
dicinais do Brasil - Recife, ano 2000. riode de ate tres meses, para a preparação dia- mostram sensível decréscimo na taxa de trigli-
ria do cozimento de uma colher de sopa em 200 cerídeos, ureia e colesterol sanguíneo em relação
ml de água para ser tomada duas vezes no mes-
Toxicidade: ao grupo controle com um efeito máximo alcan-
mo dia. Toma-se em todos os casos menos no çado no 12º dia de tratamento (almeida,1982,
A planta e usada na Polinesia como veneno para
tratamento da hepatite o cozimento na dose de Gondin & Araújo Filho 1994)
os peixes. Segundo Hoehne é usada pelas mu- Bumelia sertorum Mart.
duas a tres xicaras ao dia, intercalando-se uma
lheres para abortar. Não encontramos estudos
semana de repouso após cada tres semanas de Em estudos clínicos se verificou considerável
sobre DL50. 01 - Nomes populares:
tratamento. diminuição da glicemia em pacientes com dia-
Quixaba, Quixabeira, Rompe-gibão, Txilecatatôa betes tipo II exceto aqueles que já tinham usado
Ações farmacológicas Nota - para o tratamento da hepatite B o pó ou (Nome dado pelos Cornijós de Águas Belas ), insulina em mais de uma vez.
A droga contém taninos e lignina, é antiviral e extrato da planta deve ser usado dentro de cap- sacutiaba.
antimicrobiana. A atividade anti-inflamatória foi detectada a
sulas especialmente preparadas para absorção
A planta toda contém um principio ativo inibi- partir do método de indução de inflamação por
enterica, pois principios antivirais perdem efeito 02 - Nomes científicos:
dor do DNA-polimerasa viral carragenina e os resultados foram comparados
no estomago. Bumelia sertorum Mart.
com a fenilbutazona, droga usada como referên-

cia.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

07 - Propriedades terapêutica: das quixabeiras frondosas, elegantes e serviçais. Das sementes a frio, por pressão, se extrai 40% No sertão ela é um remédio pronto, seguro, sem-
Antidiabética e Anti-inflamatória. de óleo fino, cheiroso e, talvez, comestível. pre à mão do sertanejo confiado que, através do
A despeito de serem sempre avistadas nas cur- folclore a homenageia em versos:

vas dos caminhos, dominando as ilhas e seios de A casca tem aplicação na medicina doméstica. Quixabeira é mato bom,
08 - Toxicidade: riachos, os estudiosos da flora pouco se tem pre- Em chá ou tintura, é empregada para diabetes,
Pesquisas na U.F.PB. revelam que a casca de qui- Engorda bode e oveia.
ocupado com a quixabeira obsequiosa, quer pela fazendo, em poucos dias, desaparecer o açú- E o cabra que toma peia,
xaba quando usadas em forma de tintura, por via sombra fresca que oferece, quer pelo alimento car da urina... Parece também que é um tônico
oral na dosagem de 500 mg/kg de peso pode apre- se tomar chá de entrecasco
contido nos seus frutos e os remédios das folhas poderoso, grande reparador das forças, porque Dêsse mato abençoado,
sentar leve depressão e diminuição dos movimen- e casca do caule. a pessoa que dela faz uso se sente remoçar e se
tos espontâneos. Por via intraperitoneal 40 mg/ Engorda e fica corado,
torna corada e forte. Fica o home do Iogá,
kgf de peso produz média depressão, diminui- Quando a quixabeira flora, enche o espaço de Para casos de quedas, ferimentos, traumatismo,
ção dos movimentos espontâneos e insuficiência um perfume suave, doce e agradável, atraindo Sem se preciso tomá
etc. a casca da quixabeira é providencial, opera Nem um remédio de frasco
respiratória. (pesquisa feita em camundongos). abelhas de várias espécies... milagres.
Toxicidade aguda de estratos vegetais em camun-
O seu fruto é um drupa de cor preta com uma (Extraído do livro: Curiosidades de nossa flora de Getúlio
dongos por diferentes vias de administração.
única semente, fazendo lembrar a azeitona, até Cezar.)
pelo tamanho. É gostoso, adocicado, mas deixa
Advertência: Como pode provocar hipoglice-
ficar preso, no céu da boca e nos dentes, um leite
mia, quando usado oralmente como cicatrizante
grosso, pegajoso, como o da Massaranduba... A
e anti-inflamatório, controlar a taxa de glicemia
sanguínea para que esta não decresça a níveis
madeira também, quando ferida, deixa, pelo ta-
lho, extravasar um leite idêntico ao contido nos
USOS
abaixo do normal FORMAS E USO
frutos... APLICAÇÕES COMO PREPARAR DOSES

09 - Cultivo: Os caprinos e ovinos tem avidez pelo fruto; o Quedas e Infusão na agua 50 grs. de casca para 250ml de Tomar 2 vezes ao dia.
Vegeta em abundância nos lugares secos e aca- bode, que se alimenta das folhas e frutos da qui- Ferimentos fria água fervendo.
tingados. xabeira, é luzidio, gordo, bonito e de carne gos-
Diabetes mellitus Tintura 200 grs. de casca para 1 litro Tomar 20 ml 2 vezes ao dia.
tosa, como se diz no sertão.
de álcool de cereais 60º
10 - Curiosidades: A sua madeira presta-se para diversas obras de
A quixabeira é um vegetal da Caatinga alta, do marcenaria, sendo ótima para ser torneada. Os
sertão. Ocorre até onde o xiquexique principia a sertanejos, das suas hastes mais finas, fazem NOTA: As dosagens aqui indicadas são empíricas.
rarear pela aproximação da caatinga baixa. guiadas, porque vergam mas não quebram.
É encontrada em massa nas ilhas, nome que os É riquíssima a sua casca em tanino.
sertanejos dão às várzeas frescas que demoram
nas vizinhanças de riachos efêmeros... Esses lu- As galinhas aproveitam as sementes, comendo
gares, as ilhas, pode-se dizer que são os habitares -as com avidez.

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04 - Ocorrência geográfica: Cálcio - 17 - 75 mg sob a forma de tanatos insolúveis, mas os medi-
Oriundo da Ásia Ocidental, espontânea desde o Fósforo - 43 - 318 mg camentos, preparados com as cascas, geralmente
Sul do Cáucaso até o Punjabi. Ferro - 1,4 - 4,6 mg cozimentos, suportam-se com dificuldades, pro-
Sódio - 4,35 mg vocam cólicas, vômitos, diarreias, e outras per-
ROMÃ 05 - Parte empregada: Potássio - 604 - 1.895 mg
β - Caroteno 0 - 183 mg
turbações. Dose: 1,3 a 1,7 grs.

Raiz, casca, caule, folha, flor e semente.
Tiamina 0,17 - 0,38mg 10 - Cultivo:
Riboflavina 0,05 - 0,45 mg Precisa de muito sol, desenvolvendo-se em qual-
06 - Composição química:
Niacina - 1,4 - 5,0 mg quer tipo de solo, inclusive nos ligeiramente al-
Na casca da raiz e do caule. calinos.
• Tanino hidrolisável 20 a 22 % 08 - Propriedades terapêuticas:
• Alcaloides piridinicos em porcentagens avariá- Adstringente, 11 - Histórico:
veis de 0,3 a 0,9%; Peletierina (punicina), isope- Antidiarreico, Arbusto da Ásia Ocidental, espontâneo desde o
letierina, 2-piperidil-2-propanona, DL-peletie- Vermífugo, Sul do Cáucaso até ao Punjabi, a romãzeira foi,
rina, N-metil-isopeletierina, pseudo-peletierina; Tenífugo, desde longa data, difundida pelo homem na Ásia
Ácidos gálico e elágico; resina; amido e cinzas. Bactericida, Oriental e na Ásia Menor e, mais tarde, nos paí-
Refrescante, ses mediterrâneos. Disseminada pelos pássaros,
Nas folhas: 2-propenil, α - piperideina. Ácidos Oftálmico. encontra-se, por vezes, longe das culturas na Eu-
Ursólico e Betúlico. ropa Meridional. A sua história é semelhante à
09 - Toxidade: da figueira: foram descobertas romãs em túmu-
Punica granatum L. No fruto: Aminoácidos essenciais Valina e Me- As folhas e frutos deram teste hemolítico posi- los egípcios que datam de 2500 a. c. Os Árabes,
tionina em altas concentrações; Nas cascas, fo- tivo. A toxicidade do alcaloide peletierina que que apreciavam muito a romã, introduziram e
01 - Nomes populares: lhas e casca do fruto foram encontrados cinco atua de modo semelhante a conicina e nicotina, cultivaram intensivamente esta árvore no Sul
Romãzeira, Romã, Romeira, Granada, Romeira- tri terpenos. sobre o sistema nervoso central, paralisam os da Espanha; testemunhando tal fato, a cidade de
da-granada. nervos motores e provocam a morte por asfixia Granada (romã, em espanhol) ostenta desde o
07 - Composição química de 100 gramas do (ação curarizaste). século VIII o nome do fruto.
02 - Nome científico: fruto:
Por este motivo, a peletierina é usada sob uma À romãzeira e ao seu fruto está ligado um gran-
Punica granatum L. Calorias - 356 - 368 cals.
forma insolúvel, de tanato, não absorvida pelo de número de símbolos, tradições e costumes.
Proteínas - 2,8 – 7,3 grs.
homem, mas capas de paralisar a massa muscu-
03 - Hábito: Gorduras - 0,5 - 3,8 grs.
lar dos vermes que o parasitam. Mas a sua beleza, o sabor peculiar, o fato de ser,
Arbusto de 2 a 5 metros. Ereto muito ramoso. Carboidratos - 88,5 - 92,7grs talvez, a mais antiga das frutas conhecidas - figu-
Fibra - 1,1 - 23,2 grs. A casca in natura seria a forma excelente de ad- rou nas colunas do templo de Salomão - fazem
Cinzas - 1,8 - 3,5 grs. ministração, pois os alcaloides encontram-se da romã algo exótico, com um quê de mistério

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em cada bago. A Romã era considerada um ex- ao tanino contido na casca, na flor e no fruto. 03 - Hábito:
celente fruto para fecundidade. Há 4000 anos, os Subarbusto herbáceo, perene, aromático, culti-
Egípcios conheciam já o efeito vermífugo da sua O sumo da romã tinha múltiplas utilizações,
vado.
raiz. Cerca de 1807, na Europa, a casca da raiz consoante o estado de maturação; o sumo dos

frutos acres era receitado como febrífugo e anti
estava na moda para combater a tênia. A análise
revelou que os princípios ativos contidos na cas- vomitivo, e o dos frutos doces, como calmante SETE DORES 04 - Ocorrência geográfica:
para a tosse. A verdadeira granadina, que é um Espécie originária da África tropical, Índia e
ca são alcaloides anti-helmínticos muito eficazes Ceilão; encontrada desde o Rio Grande do Sul
contra as tênias, devendo, no entanto, ser admi- xarope concentrado de sumo de romã, é eviden-
temente muito diferente da opção fabricada ar- até o Amazonas.
nistrados sob vigilância A medicina antiga apro-
veitava também a sua ação adstringente devido tificialmente.
05 - Parte empregada:
Folha

USOS 06 - Composição química:


Diterpenos como - barbatesina, barbatol, cario-
APLICAÇÕES FORMAS E USO COMO PREPARAR DOSES cal e barbatusol Óleo essencial - aromadendre-
no
Conjuntivites Sumo Tomar 1 bago e espremer dire- Fazer isso 2 a 3 vezes ao dia
tamente no olho 07 - Propriedades terapêuticas:
Tonico amargo,
Infecção na Cozimento Tomar 40 a 60grs. de casca do Gargarejar 2 a 4 vezes ao dia. Colagogo,
garganta ou caule ou do fruto, cozinhar,
Analgésico,
rouquidão coar e fazer gargarejo. Coleus barbatus, Benth
Anti-dispeptico e
Feridas na boca Cozimento Tomar 40 a 60grs. de casca do Bochechar 2 a 4 vezes ao dia. Eupéptico.
01 - Nomes populares:
ou sangramento caule ou do fruto, cozinhar
Sete-dores - (PE), Hortelã-do-Juazeiro, Tapete-
das gengivas num copo d’água (250 ml) 08 - Toxicidade:
de-Oxalá - (BH), Boldo, Falso-boldo, Folha-de
Não se conhece nenhum estudo sobre a toxici-
-Oxalá, Boldo Nacional, Malva Santa (CE), Hor-
dade desta planta, o que se sabe é que em doses
telã homem.
concentradas causa irritação gástrica; quando

usada em forma de chá.
02 - Nomes científicos:
Coleus Barbatus Benth (CF); Coleus forskohlii, Prefere solos humosos e com boa irrigação. Fa-
Briq; Plectranthus barbatus Andr. cilmente multiplicado por estaquia.

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10 - Observações:
Existem no Brasil, na África e na Índia diversas
11 - Folclore:
Esta planta (a folha) é utilizada em rituais afro
BIBLIOGRAFIA
variedades do Coleus barbatus Benth., inclusi- -brasileiros e inclusive foi trazida para o Brasil
ve na Índia o nome é Coleus forskohlii Briq, e pelos escravos. Gostaríamos de fazer um apelo
que apesar de serem da mesma espécie, mas a para as pessoas que conhecerem mais detalhes
morfologia e os princípios ativos são outros, daí do uso desta planta nos rituais, que tenham a 1. AFZAL,M. ALI,M. HASSAN,R.A.H. 8. FAN,Y. LI,M. YANG,W. Protective effect
a importância que se deve dar ao estudo etnofar- gentileza de nos enviar. Identification of some prostanoids in Aloe of extracts from Aloe vera var. chinensis
macológica para que possamos ser mais eficazes vera extracts. Planta Medica 57(1): 38- 40, (Haw) Berg. on experimental hepatic
1991. lesions and primary clinical study of aloe
em nosso trabalho com a prescrição das plantas 12 - Atividades Farmacológicas dos
medicinais. 2. BRASIL Farmacopéia Brasileira. Ed.3.: injection in patients with hepatitis. China
Diterpenos: Journal of chinese Materia Medica 14 (12):
Muitos compostos diterpenóides apresentam 805-808. Organização Andrei Edit. S.A. São
Tem muita gente séria por aí que em vez de ir às Paulo, 1977. 42-44,59, 1989.
atividades farmacológica importantes como
comunidades urbanas ou rurais conversar com por exemplo: antibiótica (antibacteriana, anti- 9. MATOS,F.J.Abreu Plantas Medicinais.
3. BURGER,A., WACHTER,H. Hunnius’
os mais antigos, vai a uma biblioteca. Não somos fúngica, antimicrobiana, antisséptica, antiviral), IOCE. Vol.2: 17-18. Fortaleza, 1989.
Pharmazeutisches Wörterbuch. W. de
contra o estudo científico, só que o método utili- antitumoral (antiblástica, anticâncer, anticarcio- Gruyter Verlag, 7. Aufl.: 51,52. Berlin / New 10. MUTSCHLER, E. Arzneimittelwirkungen.
zado foi incorreto. Nós somos treinados desde o nogenica, citotóxica, expectorante, hipotensiva, York, 1993. Wissensch. Verlagsg., 5.Aufl.: 505. Stuttgart,
primário à partir das ideias (epistemologia dedu- inseticida, organoléptica purgativa, tóxica e vita-
4. CORREIA, P. M. Dicionário das plantas 1986.
tiva) e não somos orientados a pensar a vida, ob- mina. ( L.T.F. da PB. )
servar (epistemologia indutiva) e daí o pouco es- úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. 11. SCHMIDT,J.M. GREENSPOON,J.S.
pírito científico de nossos universitários, que vai Imprensa Nacional, Vol. 1.: 227,228. Rio de Aloe vera dermal wound gel is associated
gestando o atraso científico-tecnológico do país. Janeiro, 1926. with a delay in wound healing. Abst. and
5. COSTA, F.A. Farmacognosia. Fundação Gynecology 78(1): 115- 117, 1991.
Calouste Gulbenkian, Vol. 2.: 274-286. 12. SCHNEIDER,G. Pharmazeutische Biologie.
USOS Lisboa, 1977. Wissenschaftsverl. 2.Aufl.: 190-196. Frank-
furt,1985.
6. DAVIS,R.H. LEITNER,M.G. RUSSO,J.M.
APLICAÇÕES FORMAS E USO COMO PREPARAR DOSES
Wound healing: Oral and topical activity 13. SOUSA,M.P. Matos,M.E.O. Matos,F.J.de A.
Dispepsia, Azia Chá 4 a 6grs. de folhas verdes ou Tomar quando for of Aloe vera. J. of the Amer. Pediatric med. Constituintes Químicos Ativos de Plantas
e mal estar no a metade de folhas secas para necessário até 3 vezes ao ass. 79(11): 559- 562, 1989. Medicinais Brasileiras. Edições UFC, 155-
estômago uma xícara de água fervendo. dia. De preferência após as
7. DAVIS,R.H. PARKER,W.L. 162. Fortaleza, 1991.
refeições.
MURDOCH,D.P. Aloe vera as 14. SUMANO-LOPEZ,H. OCAMPO-
a biologically active vehicle for CAMBERROS,L. AURO-DE-OCAMPO,A.
NOTA: Não recomendamos o uso de açúcar, pois o próprio açúcar branco, muitas vezes, é causador de azia. hydrocortisone acetate. J.of the am. ped. Comparative evaluation of a mixture of
Além do mais, o princípio amargo é que vai ajudar na digestão.
med. ass. 81(1):1-9, 1991. propolis and Aloe vera with commercial

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

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Ação do Extrato Aquoso de Kalanchoe
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Atividade Imunomoduladora de Plantas
poral por acréscimo do anabolismo protéico.
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Adipógeno: Propicia a acumulação de gordura
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e, consequentemente o aumento do tecido adi-
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poso. Analgésico: Calmante da dor
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Kalanchoe pinnata in Hydroponic Culture. Screening in mice of some medicinal plants cia líquida ou gasosa, propiciando assim a sua pode ser local ou geral; neste caso, a conscienên-
Biologicheskii Zhurnal Armenii 43(7): 584- used for analgetic purposes in the state eliminação. cia enfraquece, podendo mesmo ser anulado.
587, 1990. of São Paulo (Brazil): Part II. Journal of Adstringente: Contrai os tecidos, os capilares, Anorexigénio: Que reduz o apetite.
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of Middle America. 258- 259. Charles C. 84. CRAVEIRO, A.A. et all. Óleos essencias mucosas. As plantas adstringentes são frequen- Antálgico: Combate a dor, quer ao nível do ór-
Thomaz Publisher. Springfields,USA, 1981. de Plantas Nordeste. Edições UFC: 106. temente anti-hemorrágivas e podem provocar gão dorido, quer do sistema nervoso central.
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Alérgeno ou Alergénio: Susceptível de provo- Antidiabético: V. Hipoglicemiante.
pinnata (Saião) sobre o Parasita Leishmania Uruguay. Flavour and Fragrance Journal
5(2): 106-108, 1990. car reações alérgicas Antidiarreico: Combate a diarreia devido a
I. Estudo “in vitro”. XII. Simpósio de Plantas
Medicinais do Brasil, Curitiba, 1992. Amargo: Estimula o apetite e ativa as funções uma ação adstringente, absorvente, desinfetante
gástricas. As chamadas plantas amargas também ou moderadora do trânsito intestinal.

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PLANTAS MEDICINAIS PLANTAS MEDICINAIS

Antiescorbútico: Combate o escorbuto por Anti-séptico: Destrói ls germes ou inibe o seu Cardiotónico: Reforça, retarda e regulariza os são úteis em caso de edema, outros a da uréia
meio de vitaminas, especialmente a vitamina C. desenvolvimento, pelo que evita o contágio; seve batimentos do coração. e outros ainda podem simplesmente aumentar,
para desinfetar as feridas e certos órgãos. O Eu- durante algumas horas, o volume de urina.
Antiespasmódico: Descontrai certos músculos calipto e o pinheiro, por exemplo, são anti-sépti- Carminativo: Favorece a expulsão de gases do
doridos. Ao atuar sobre o influxo nervoso que cos das vias respiratórias. tubo digestivo. As plantas carminativas são tam- Drástico: Provoca contrações enérgicas do in-
comanda o ritmo da contração muscular, acal- bém geralmente aromáticas e estimulantes. testino, com forte evacuação de fezes.
ma espasmos e convulsões. Anti-sudorífico: Diminui a secreção do suor.
Cicatrizante: V. Vulnerário. Emenagogo: Facilita ou aumenta o fluxo mens-
Antiflogístico: Reduz as inflamações, opondo- Antitérmico: V. Febrifugo. trual.
se às reações naturais do organismo. Colagogo: Contrai a vesículo biliar, estimulan-
Antitússico: V. Béquico. do a evacuação da bílis do canal colédcoco para Emético: Provoca vômitos, possibilitando o es-
Antigaláctico ou Antilactogogo: Reduz a secre- o intestino. vaziamento do estômago em determinados ca-
ção do leite. Antiulceroso: Melhora e estado das úlceras di- sos de envenenamento.
gestivas, quer baixando o teor de acidez, quer Colerético: Estimula a secreção da bílis do fíga-
Antigotoso: Combate a gota, impedindo a for- protegendo a mucosa. do, facilitando assim a digestão dos corpos gor- Emoliente: Exerce um efeito calmante sobre a
mação de ácido úrico o baixando o seu teor de dos. pele e mucosas inflamadas.
sanguíneo. Antivomitivo: Combate as náuseas de origem
nervosa ou espasmódica. Cordial: Ativa a circulação do sangue e estimula Esternutatório: Provoca espirros.
Anti-hemorrágico: impede a hemorragia, faci- as funções digestivas.
litando a contração dos capilares sanguíneos ou Aperitivo: Contém princípios amargos que es- Estimulante: excita a atividade nervosa e vascu-
favorecendo a coagulação do sangue. timulam o apetite e preparam as operações di- Depurativa: Purifica o sangue, facilitando a eli- lar. Há estimulantes específicos de certos órgãos,
gestivas. minação dos resíduos mediante uma ação diuré- como, por exemplo, do tubo digestivo ou do co-
Anti-infeccioso: V. Anti-séptico. tica, laxativa ou sudorífica. ração.
Aromático: Contém óleos essenciais muito odo-
Anti-Inflamatório: V. Antiflogistico. ríferos. Os aromáticos são tônicos, estimulantes Desodorizante: Encobre ou remove os cheiros Estomáquico: V. Digestivo
e algumas vezes também estomáquicos. desagradáveis.
Antilitiásico: Impede a formação de cálculos Eupéptico: V. Digestivo
nas vias biliares ou urinárias ou facilita a sua dis- Bactericida: V. Anti-séptico. Detersivo: Limpa as feridas e as úlceras, facili-
solução. tando assim a sua cicatrização. Eupneico: Regulariza a respiração e desobstrui
Balsâmico: Contém bálsamos que suavizam as as vias respiratórias.
Antinauseoso: V. Antivomitivo. mucosas respiratórias. Diaforético: V. Sudorífico
Expectorante: Facilita a expulsão das secreções
Antinevrálgico: Combate as dores produzidas Béquico: Acalma a tosse e as irritações da farin- Digestivo: Auxilia a digestão, facilitando a ativi- brônquicas e faríngeas.
no trajeto dos nervos sensitivos. Existem anti- ge. dade do estômago.
nevrálgicos específicos, como por exemplo: a Febrífugo: Combate a febre ou evita os seus
essência de cravinho, que em aplicação externa, Calicida: Em aplicação externa, amolece e facili- Diurético: Favorece a depuração do sangue, acessos.
alivia as dores de dentes. ta a extirpação dos calos. eliminando as toxinas que este contém. Alguns
diuréticos aumentam a excreção dos cloretos e Fluidificante: Torna as secreções brônquica me-
Antipirético: V. Febrífugo. Calmante: V. Sedativa. nos espessas e, portanto, mais fáceis de expelir.

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Alguns fluidificantes têm uma ação depurativa Laxante: Facilita a evacuação das fezes, quer mento de sais minerais e oligoelementos, re- lante sobre o organismo, diminuindo a fadiga.
do sangue. aumentando o seu volume, quer estimulando o constituir o equilíbrio mineral do organismo.
movimento peristáltico do intestino. Tranquilizante: V. Sedativo.
Galactatogo: Facilita ou ativa a secreção do leite Resolutivo: Facilita a resolução das tumefacções
durante a lactação. Lenimento: V. Emoliente. e inflamações, possibilitando que os tecidos do Vasoconstritor: Provoca a contração do calibre
organiso regressem ao se estado normal. dos vasos sanguíneos
Hemolífico: Destrói os glóbulos vermelhos, Lenitivo: V. Emoliente.
provocando por vezes icterícia e anemia. Revulsivo: em uso externo, provoca verme- Vasodilatador: Dilata os vasos sanguíneos, pro-
Mucilaginoso: Contém glúcidos que intumes- lhidão da pele acompanhada de calor. Em uso vocando a turgescência dos tecidos irrigados.
Hemostático: Faz parar as hemorragias, quer cem com a água, formando uma solução viscosa, interno, contribui para o descongestionamento
por uma reação vasoconstritora, quer por meio a mucilagem. Vermífugo ou vermicida: Expulsa os vermes do
dos órgãos. intestino. Utilizando-se diferentes espécies de
de fatores coagulantes (vitaminas K e P).
Narcótico: Provoca um sono pesado e artificial Rubefaciente: Produz a irritação e vermelhidão plantas, consoante o tipo de verme que é neces-
Hepático: Auxilia as funções digestivas do fíga- que frequentemente é acompanhado de um en- da pele. sário combater (áscaris, oxiúros ou tênia).
do e da vesícula biliar, especialmente a secreção torpecimento da sensibilidade.
e a evacuação da bílis. Sedativo: Acalma e regulariza a atividade ner- Vesicante: V. Rubefaciente.
Oftálmico: Utilizado para tratar algumas afec- vosa.
Hipertensor: Provoca a elevação da pressão ções dos olhos e das pálpebras. Vomitivo: V. Emético.
sanguínea nas artérias, frequentemente devido a Sonífero: V. Hipnótico Vulnerário: Contribui para a cicatrização das
um efeito estimulante. Parasiticida: Que destrói parasitas (insetos, áca-
ros, vermes) Sudorífero: Estimula a transpiração feridas, bem como para o tratamento das con-
Hipnótico: Causa sono, quer por ação direta so- tusões.
bre a hipotálomo, quer por uma ação sedante Peitoral: Exerce uma ação benéfica no aparelho Tonicardíaco: V. Cardiotônico.
geral do organismo. respiratório. As plantas béquicas e expectorantes
são peitorais. Tónico: Exerce uma ação tonificante e estimu-
Hipocolesterolmiante: Baixa o teor de coleste-
rol no sangue, reduzindo os perigos da arterios- Purgante: Laxante forte que acelera o peristal-
clerose. tismo e irrita a mucosa intestinal.

Hipoglicemiante: Faz baixar o teor de glicose Refrescante: Acalma a sede e baixa a temperatu-
no sangue. ra do corpo. As plantas ácidas, que têm proprie-
dades antiflogísticas, são também refrescantes.
Hipotensor: Provoca um abaixamento da pres-
são arterial. Relaxante muscular ou miorrelaxante: Des-
contrai os músculos, acalmando as contrações
Insecticida: Mata determinados insetos. Geral- por ação revulsiva e antiespasmódica.
mente, os componentes ativos estão contidas em
óleos voláteis. Remineralizante: Que permite, pelo forneci-

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