Quando se fala em medicina humanizada, o questionamento que fica é: Qual o limite da
relação emocional do médico com o paciente? Durante os mais de seis anos de
graduação, os estudantes de medicinas são ensinados a seguir um protocolo onde não devem ter qualquer tipo de relação pessoal com o paciente, estabelecendo, assim, uma barreira, que faz com que o indivíduo muitas vezes não se sinta ouvido. Sob esse viés, o constante aumento de jovens a procura de uma carreira que forneça status e uma boa renda financeira, é, também, um dos fatores que dificulta a humanização na área da saúde. Isso porque, ao praticarem medicina, deixam de lado o conforto do paciente, que deveria ser o foco, e esperam somente pelo retorno financeiro. Enquanto, no ponto de vista do paciente, o que ele, certamente, busca num atendimento é amparo e um bom acolhimento, desde o momento em que chega ao hospital até depois que sai do consultório. Diante disso, numa análise realizada pela Doctoralia, plataforma de agendamento de consultas online, notou-se que, no Brasil, 63% dos usuários priorizam atendimento humanizado. Tal taxa confirma a necessidade de ampliação nesse tipo de serviço. Ademais, Gilbert Dimenstein afirmou, em sua obra “Cidadão de Papel”, que a legislação é ineficaz, pois, embora, aparenta ser completa na teoria, muitas vezes não se concretiza na prática. De maneira análoga, é evidente que o projeto de humanização não se passa apenas de projeto, pois ainda nos dias de hoje a medicina humanizada não consegue acompanhar a demanda. Assim, cabe ao Ministério da Saúde, por meio de verbas governamentais, aplique na prática a proposta de humanização, com fiscalizações mais rígidas a respeito da PNH (Política Nacional de Humanização), que deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e programas do SUS. Além da incorporação, feita pelo MEC, de um novo protocolo ensinado nas faculdades de medicina, para que os futuros médicos possuam um olhar mais humanizado. Com todas essas medidas postas em prática, os cidadãos brasileiros serão capazes de possuir melhor atendimento médico.