Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ENGENHARIA DE
Aterramento SEGURANÇA NO
TRABALHO
PROF. ANDERSON
SOARES ANDRÉ
Aterramento
Para que um sistema de energia elétrica opere corretamente, com uma
adequada continuidade de serviço, com um desempenho seguro do
sistema de proteção e para garantir os limites de segurança pessoal, é
fundamental que o quesito aterramento receba um cuidado especial
(Kindermann).
1
Obter resistência de aterramento mais baixa
possível, para correntes de falta à terra.
Resistividade do Solo
É influenciada por:
◦ Tipo de solo.
◦ Mistura de diversos tipos de solo.
◦ Solos constituídos por camadas estratificadas com profundidades
e materiais diferentes.
◦ Teor de umidade.
◦ Compactação e pressão.
◦ Composição química e concentração dos sais dissolvidos na água
retida.
2
Tipo de Solo Resistividade (.m)
15,0 105
20,0 63
30,0 42
Resistividade do Solo
A Influência da Umidade
3
Resistividade do Solo
Influência da Temperatura
◦ Genericamente, o desempenho de um determinado solo submetido à
variação de temperatura pode ser expresso com a ajuda de gráficos.
Resistividade do Solo
Evaporação
Congelamento
Resistividade do Solo
Influência da Estratificação
◦ Os solos não são homogêneos,
mas formados por diversas
camadas de resistividades e
profundidades diferentes.
4
Resistividade do Solo
Como resultado da variação da resistividade das camadas do solo, tem-se a variação da
dispersão da corrente.
Ligação à Terra
Quando uma falta a terra ocorre, deseja-se que a corrente resultante seja alta para
que a proteção seja sensibilizada o mais rápido possível.
Durante o tempo em que a proteção ainda hão atuou, a corrente de defeito que
escoa pelo solo, gera potenciais distintos nas massas metálicas e superfície do solo.
Por isso, procura-se efetuar uma adequada conexão dos equipamentos elétricos à
terra, para se ter um melhor aterramento dentro das condições do solo, de modo
que a proteção seja sensibilizada e os potenciais de toque e passo fiquem abaixo
dos limites críticos.
Hastes alinhadas.
Hastes em triângulo.
Sistemas de
Hastes em quadrado.
Aterramento
Hastes em círculo.
5
Características das Hastes de Aterramento
Necessidade de Aterramento
Em termos de segurança, devem ser aterradas todas as partes metálicas que possam
eventualmente ter contato com partes energizadas. Assim, um contato acidental de uma parte
energizada com a massa metálica aterrada estabelecerá um curto-circuito, provocando a
atuação da proteção e interrompendo a ligação do circuito energizado com a massa.
6
Quais as etapas de projeto?
Definir o local de aterramento.
Providenciar várias medições no local.
Fazer a estratificação do solo nas suas respectivas camadas.
Definir o tipo de sistema de aterramento desejado.
Calcular a resistividade aparente do solo para o respectivo sistema
de aterramento.
Dimensionar o sistema de aterramento, levando em conta a
sensibilidade dos relés e os limites de segurança pessoal.
7
Medição pelo Método de Wenner
Por ser o tipo mais usual, o método de Wenner será estudado.
Uma corrente injetada na 1ª haste e coletada na 4ª haste, ao circular pelo solo,
produz um potencial entre as hastes 2 e 3.
4. .a.R
2.a 2.a
1
a 2. p 2.a 2. p
2 2 2 2
2. .a.R
8
Cuidados Durante a Medição
As hastes devem estar alinhadas.
As hastes devem ser igualmente espaçadas.
As hastes devem estar cravadas no solo a uma mesma profundidade (20cm~30cm).
O aparelho deve estar simetricamente posicionado entre as hastes.
As hastes devem estar bem limpas.
As condições de umidade do solo devem ser anotadas.
Não devem ser feitas medições sob condições atmosféricas adversas.
Não deixar que animais ou pessoas estranhas se aproximem do local.
Utilizar calçados e luvas de isolação.
Estratificação do Solo
Existem diversos métodos de extratificação:
◦ Métodos de Estratificação de Duas Camadas.
◦ Método de Pirson.
◦ Método Gráfico.
9
Principais Sistemas de Aterramento
Uma haste cravada verticalmente em um solo homogêneo, tem uma resistência elétrica que
pode ser determinada pela fórmula:
4.L
R .ln
2. .L d
10
Aperfeiçoamento de Sistema de Aterramento com Haste
Muitas vezes uma única haste não fornece a resistência desejada. A redução da resistência pode
ser obtida por:
◦ Aumento do diâmetro da haste.
◦ Hastes em paralelo.
◦ Aumento do comprimento da haste.
◦ Redução da resistividade do solo por tratamento químico.
4.L
R .ln
2. .L d
.a 4.L
R .ln
2. .L d
11
Interligação de Hastes em Paralelo
O cálculo da resistência das hastes paralelas não segue a lei do
paralelismo de resistências elétricas, devido às interferências nas
zonas de atuação.
n
.a (b L) 2 ehm 2
Rh Rhh
m 1, m h
Rhm Rhm .ln hm
2. .L ehm 2 (bhm L) 2
Rh = Resistência da haste h,
n = número de hastes,
Rhh = Resistência individual de cada haste sem a presença das outras,
Rhm= Acréscimo de resistência na haste h devido a interferência mútua
da haste m.
ehm=espaçamento entre as hastes (m)
bhm L2 ehm
2
L = comprimento da haste.
12
Interligação de Hastes em Paralelo
1 1 1 1
...
Re q R1 R 2 Rn
13
Interligação de Hastes - Triângulo
Sistema constituído por hastes cravadas nos vértices de um triângulo eqüilátero.
Re q K .R1haste
14
Interligação de Hastes em Circunferência
Hastes Profundas
O objetivo principal é aumentar o comprimento da haste, o que faz com que o valor da
resistência decaia praticamente na razão inversa de L.
4.L
R .ln
2. .L d
Hastes Profundas
Na utilização de hastes profundas, vários fatores ajudam na melhoria
da qualidade do aterramento:
◦ Aumento no comprimento da haste.
◦ Condição de água presente estável ao longo do tempo.
◦ Condição de temperatura constante e estável ao longo do tempo.
◦ Produção de gradientes de potencial maiores no fundo do solo, tornando os
potenciais de passo na superfície praticamente desprezíveis.
15
Hastes Profundas
Assim, devido às considerações anteriores, obtém-se um
aterramento de boa qualidade, com o valor de resistência estável ao
longo do tempo.
A dispersão de corrente se dá nas condições mais favoráveis,
procurando regiões mais profundas de menor resistividade, o que
atenua consideravelmente os gradientes de potencial na superfície
do solo.
Hastes Profundas
Dependendo do terreno, pode-se atingir até 18m.
Haste Profunda
16
Hastes Profundas
Moto-Perfuratriz
◦ Como a dispersão da corrente em uma haste profunda se dá praticamente na
camada de menor resistividade, muitas vezes, ao invés de cravar hastes
emendáveis, cava-se um buraco no solo onde introduz-se uma única haste
soldada a um fio longo
Hastes Profundas
Moto-Perfuratriz
◦ Recomenda-se introduzir limalha de cobre no buraco, o que aumenta consideravelmente o efeito de
atuação da haste.
◦ Mesmo com este processo, caso não se obtenham bons resultados, pode-se apelar para a malha de
terra ou hastes profundas em paralelo.
4.r 2
Ranel .ln
2 .r d . p
17
Condutores Enterrados horizontalmente
18
Boa Higroscopia.
Bentonita
Material argiloso que tem como principais propriedades:
◦ Absorver facilmente a água.
◦ Reter a umidade.
◦ Conduzir eletricidade com facilidade.
◦ Não ser corrosiva.
◦ É pouco utilizada atualmente.
19
Earthron
Material líquido de lignosulfato (componente da polpa de madeira)
mais um agente geleificador e sais inorgânicos. Suas principais
propriedades são:
◦ Não solúvel em água.
◦ Não corrosivo, devido ao gel que anula a ação do ácido da madeira.
◦ Efeito de longa duração.
◦ Fácil aplicação.
◦ Quimicamente estável.
◦ Retém umidade.
GEL
É constituído de uma mistura de diversos sais que, em presença da
água, formam o agente ativo do tratamento. Suas principais
propriedades são:
◦ Quimicamente estável.
◦ Higroscópico.
◦ Não solúvel em água.
◦ Não corrosivo.
◦ Não é atacado pelo ácidos contidos no solo.
◦ Seu efeito é de longa duração.
GEL
Podemos encontrar no mercado diversos tipos de gel produtos para o tratamento, porém, o
Erico tem se destacado.
É um dos mais modernos. Suas principais características são:
◦ Ph alcalino (não corrosivo).
◦ Baixa resistividade elétrica.
◦ Não é tóxico.
◦ Não é solúvel em água
20
Comparação da Variação da Resistência de Terra em
Solos Tratado e Não Tratado
21
Tratamento Tipo Trincheira
22
Malha de Aterramento
Malha de Aterramento
Do ponto de vista da segurança da instalação uma malha de terra
deve:
◦ apresentar potenciais na superfície , quando da ocorrência do máximo
defeito previsto, inferiores aos máximos potenciais que uma pessoa pode
suportar.
◦ O condutor da malha deve suportar os esforços mecânicos e térmicos a
que é submetido.
◦ O valor da resistência de terra da malha deve ser compatível para
sensibilizar as proteções.
O Condutor da Malha
Deve suportar os esforços mecânicos e térmicos a que é exposto.
Deve suportar os esforços de compressão e cisalhamento a que é sujeito.
O dimensionamento térmico é feito pela fórmula de Onderdonk.
1 m a
I 226, 53.Scobre . .ln 1
tdefeito 234 a
23
Conexões do Condutor da Malha
Conexão cavilhada com juntas de Bronze: Conexão por aperto
(m=250°C).
Solda convencional feita com eletrodo revestido, utilizando máquina
de solda a arco elétrico (m=450°C).
Brasagem utilizando liga FOSCOPER (liga de cobre e fósforo) com a
ajuda de maçarico (m=550°C).
Solda exotérmica, cuja conexão é feita pela fusão obtida pela ignição
e combustão dos ingredientes no cadinho (m=850°C).
b eb
ea
1 m a
I 226, 53.Scobre . .ln 1
tdefeito 234 a
PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 71
24
Medida de Resistência de Terra
Veremos como medir a resistência de terra de um sistema de
aterramento já pronto.
Esta medida indica o valor da resistência de terra do sistema no
momento da medição. Como o valor da resistência de terra varia ao
longo do ano, deve-se programar medições ao longo do tempo para
manter um histórico do perfil do seu comportamento.
Alicate
25
Correntes de Curto-Circuito
Quando ocorre um curto-circuito que envolve a terra, parte da corrente retorna pela
terra. Tal corrente é limitada pela resistência de aterramento do sistema.
Após uma certa distância, o espraiamento é grande o suficiente para tornar a densidade
de corrente praticamente nula. Portanto, a região do solo mais afastada fica com
resistência praticamente nula.
26
Método Volt-Amperímetro
Utiliza a curva resistência de terra versus distância.
Deve-se injetarano
Geralmente, solo umade
resistência corrente adequada,
aterramento de ordem
da haste de
B é alta,
eampéres, de mododea tornar
limita a corrente desprezíveis
medição. as interferências
Deve-se então colocar neste
de outras
local correntes
uma solução de de terra.
água e sal.
27
Terrômetros Comerciais
28
Heterogeneidade dos Materiais
29
Heterogeneidade do Tipo e Concentração dos Sais, e da Umidade
do Sistema de Aterramento
Aeração Diferencial
Um solo com com aeração diferente,
forma eletrólitos diferentes, criando
regiões anódicas e catódicas.
A pilha por aeração diferencial é
gerada pela diferença da
concentração de oxigênio.
30
Ação de Correntes Dispersas no Solo
No solo há correntes circulando provenientes de diversas fontes. Os pontos em que as corrente
entram no condutor, formam regiões anódicas, que sofrerão corrosão.
Para haver corrosão é necessário que existam eletrodos, eletrólito e um caminho de condução.
Na falta de um deles, a ação da corrosão cessa.
31
Proteção Por Ânodo de Sacrifício
Para que o metal do sistema de aterramento fique protegido, basta liga-lo a um outro metal que
tenha um potencial menor na escala de eletronegatividade.
Os materiais que melhor cumprem tal tarefa são as ligas de Zinco e Magnésio.
Os ânodos de sacrifício devem ter grande área para proteger adequadamente.
32
Religamento e Corrosão
O religador, usado na proteção do sistema de distribuição, de um modo geral prejudica o
sistema de aterramento.
As tentativas de religamento produzem interrupções de inrush que aceleram o processo de
corrosão.
Ligação Equipotencial
Ao tratar da ligação equipotencial principal, a NBR5410 especifica que as tubulações como as de
água, gás e esgoto, quando metálicas, estejam nela incluídas.
Esta ligação visa evitar que faltas de origem externa permitam o aparecimento de diferenças de
potencial perigosas entre estes elementos.
Ligação Equipotencial
Um dúvida freqüente trata da tubulação de gás, que deve respeitar
as seguintes recomendações:
◦ A mudança de materiais, nas conexões, na deve ser feita sobre a parede para
evitar corrosão.
◦ Para tubulações de aço ou cobre, as conexões devem ser feitas por cintas ou
presilhas (soldagem ou brasagem).
◦ No caso do alumínio, pode ser utilizada braçadeira com parafusos.
33
Ligação Equipotencial
Na tubulação de gás é interessante isolar a rede da construção da rede pública, através de
braçadeira isolante.
Ligação Equipotencial
É Expressamente proibido utilizar as canalizações de água, gás,
esgoto e outros serviços como eletrodo de aterramento.
Equipotencial x NR 10
Importância
10.3.5 Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser projetados dispositivos de
seccionamento que incorporem recursos fixos de equipotencialização e aterramento do circuito
seccionado.
GLOSSÁRIO
3. Aterramento Elétrico Temporário: ligação elétrica efetiva confiável e adequada intencional à
terra, destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a intervenção
na instalação elétrica.
34
Conclusão
Os sistemas de aterramento são imprescindível ao bom
funcionamento dos sistemas elétricos. E talvez possam ser divididos
em dois grandes: os sistemas simples e os complexos.
Cada caso deve ser estudado para que se possa escolher o
sistema ideal para a aplicação.
Os sistema, depois de instalado deve ser acompanhado com
certa frequência e ser submetido à manutenção sempre que
necessário.
FIM
35