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ESPECIALIZAÇÃO EM

ENGENHARIA DE

Aterramento SEGURANÇA NO
TRABALHO
PROF. ANDERSON
SOARES ANDRÉ

PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 1

Aterramento
Para que um sistema de energia elétrica opere corretamente, com uma
adequada continuidade de serviço, com um desempenho seguro do
sistema de proteção e para garantir os limites de segurança pessoal, é
fundamental que o quesito aterramento receba um cuidado especial
(Kindermann).

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O que é um sistema de aterramento?


O aterramento é a ligação intencional de um equipamento ou
sistema elétrico à terra, por motivo de proteção ou por exigência de
funcionamento dos mesmos.
Algumas vezes é definido como “a arte de se fazer a conexão com
toda a terra, tornando-a um ponto de referência”.
Esta conexão visa propiciar um meio favorável e seguro para o
escoamento de correntes elétricas perigosas e/ou indesejadas, como
no caso de descargas atmosféricas ou faltas elétricas.

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Obter resistência de aterramento mais baixa
possível, para correntes de falta à terra.

Manter os potenciais produzidos pelas correntes


de falta dentro de limites de segurança.
Principais Fazer com que equipamentos de segurança sejam
Objetivos sensibilizados mais rapidamente as falhas à terra.

Proporcionar um caminho de escoamento para a


terra de descargas atmosféricas.

Usar a terra como retorno de corrente do sistema


MRT.

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É um tema tão importante que é citado inúmeras vezes na


NR 10

10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas


Aterramento x unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus
estabelecimentos com as especificações do sistema de
NR 10 aterramento e demais equipamentos e dispositivos de
proteção.

10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser


executado conforme regulamentação estabelecida pelos
órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às
Normas Internacionais vigentes.

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Resistividade do Solo
É influenciada por:
◦ Tipo de solo.
◦ Mistura de diversos tipos de solo.
◦ Solos constituídos por camadas estratificadas com profundidades
e materiais diferentes.
◦ Teor de umidade.
◦ Compactação e pressão.
◦ Composição química e concentração dos sais dissolvidos na água
retida.

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Tipo de Solo Resistividade (.m)

Terra de jardim com 50% de 5 a 100


umidade

Terra de jardim com 20% de 140


umidade

Argila com 20% de umidade 330


Resistividade
Argila seca 1.500 a 5.000

Areia molhada 1.300


do Solo
VA RI A ÇÃ O COM O TI PO
Areia seca 3.000 a 8.000 DE SOLO

Granito 1.500 a 10.000

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Índice de Resistividade de solo


Umidade (%) arenoso (.m)
0,0 10.000.000
Resistividade
5,0 430
do Solo
10,0 185 A INFLUÊNCIA DA UMIDADE

15,0 105
20,0 63
30,0 42

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Resistividade do Solo
A Influência da Umidade

Umidade Percentual do Solo Arenoso

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Resistividade do Solo
Influência da Temperatura
◦ Genericamente, o desempenho de um determinado solo submetido à
variação de temperatura pode ser expresso com a ajuda de gráficos.

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Resistividade do Solo
Evaporação

Congelamento

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Resistividade do Solo
Influência da Estratificação
◦ Os solos não são homogêneos,
mas formados por diversas
camadas de resistividades e
profundidades diferentes.

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Resistividade do Solo
Como resultado da variação da resistividade das camadas do solo, tem-se a variação da
dispersão da corrente.

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Ligação à Terra
Quando uma falta a terra ocorre, deseja-se que a corrente resultante seja alta para
que a proteção seja sensibilizada o mais rápido possível.
Durante o tempo em que a proteção ainda hão atuou, a corrente de defeito que
escoa pelo solo, gera potenciais distintos nas massas metálicas e superfície do solo.
Por isso, procura-se efetuar uma adequada conexão dos equipamentos elétricos à
terra, para se ter um melhor aterramento dentro das condições do solo, de modo
que a proteção seja sensibilizada e os potenciais de toque e passo fiquem abaixo
dos limites críticos.

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Haste simples cravada no solo.

Hastes alinhadas.

Hastes em triângulo.

Sistemas de
Hastes em quadrado.
Aterramento
Hastes em círculo.

Placas de material condutor enterradas no solo.

Fios ou cabos enterrados no solo, em configurações como: estendido em


vala comum, em cruz, em estrela e quadriculado formando uma malha.

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Características das Hastes de Aterramento

Ser bom condutor de eletricidade.


Ser praticamente inerte às ações dos ácidos e sais dissolvidos no solo.
Sofre a menor ação possível da corrosão galvânica.
Apresentar resistência mecânica compatível com a cravação e movimentação do solo.

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Copperweld: barra de aço de secção


circular em que o cobre é fundido
sobre a mesma.

Principais Tipos Encamisado por Extrusão: barra de


de Hastes aço revestida por um tubo de cobre
Cobreadas através do processo de extrusão.

Cadweld: o cobre é depositado


eletroliticamente sobre uma alma de
aço.
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Necessidade de Aterramento
Em termos de segurança, devem ser aterradas todas as partes metálicas que possam
eventualmente ter contato com partes energizadas. Assim, um contato acidental de uma parte
energizada com a massa metálica aterrada estabelecerá um curto-circuito, provocando a
atuação da proteção e interrompendo a ligação do circuito energizado com a massa.

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Quais as etapas de projeto?
Definir o local de aterramento.
Providenciar várias medições no local.
Fazer a estratificação do solo nas suas respectivas camadas.
Definir o tipo de sistema de aterramento desejado.
Calcular a resistividade aparente do solo para o respectivo sistema
de aterramento.
Dimensionar o sistema de aterramento, levando em conta a
sensibilidade dos relés e os limites de segurança pessoal.

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Localização do Sistema de Aterramento

A localização do sistema de aterramento depende da posição


estratégica ocupada pelos equipamentos elétricos importantes do
sistema elétrico em questão. Cita-se, por exemplo, a localização
otimizada de uma subestação, que deve ser definida levando em
consideração os seguintes itens:
◦ Centro geométrico de cargas.
◦ Local com terreno disponível;
◦ Terreno acessível economicamente.
◦ Local seguro às inundações.
◦ Não comprometer a segurança da população.

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Definido o local da instalação do sistema de aterramento, efetua-


se levantamento através de medições.

Um solo apresenta resistividade que depende do tamanho do


sistema de aterramento. A dispersão de correntes elétricas atinge
camadas profundas com o aumento da área envolvida pelo
Medições no aterramento.

Local Para se efetuar o projeto do sistema de aterramento deve-se


conhecer a resistividade aparente que o solo apresenta para o
especial aterramento pretendido.

O levantamento dos valores da resistividade é feito através de


medições em campo, utilizando-se métodos de prospecção
geoelétricos, dentre os quais, o mais conhecido e utilizado é o
Método de Wenner

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Medição pelo Método de Wenner
Por ser o tipo mais usual, o método de Wenner será estudado.
Uma corrente injetada na 1ª haste e coletada na 4ª haste, ao circular pelo solo,
produz um potencial entre as hastes 2 e 3.

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Medição pelo Método de Wenner


Para obter a resistividade deve-se medir:
◦ a  Distância entre as hastes.
◦ p  Profundidade das hastes.
◦ R  Resistência Medida.

4. .a.R

2.a 2.a
1 
a   2. p   2.a    2. p 
2 2 2 2

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Medição pelo Método de Wenner


A equação anterior é conhecida como Fórmula de Palmer, e é usada
no Método de Wenner.
Recomenda-se que o afastamento seja, pelo menos, 10 vezes maior
que o diâmetro da haste.
Neste caso a fórmula pode ser simplificada para:

  2. .a.R

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Cuidados Durante a Medição
As hastes devem estar alinhadas.
As hastes devem ser igualmente espaçadas.
As hastes devem estar cravadas no solo a uma mesma profundidade (20cm~30cm).
O aparelho deve estar simetricamente posicionado entre as hastes.
As hastes devem estar bem limpas.
As condições de umidade do solo devem ser anotadas.
Não devem ser feitas medições sob condições atmosféricas adversas.
Não deixar que animais ou pessoas estranhas se aproximem do local.
Utilizar calçados e luvas de isolação.

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Direções a Serem Medidas


O número de direções em que as medidas deverão ser levantadas
depende:
◦ Da importância do local do aterramento.
◦ Da dimensão do sistema de aterramento.
◦ Da variação acentuada nos valores medidos para os respectivos
espaçamentos .
Para um único ponto de aterramento, isto é, para cada posição do
aparelho,devem ser efetuadas medidas em três direções, com
ângulo de 60° entre si.

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Estratificação do Solo
Existem diversos métodos de extratificação:
◦ Métodos de Estratificação de Duas Camadas.
◦ Método de Pirson.
◦ Método Gráfico.

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Principais Sistemas de Aterramento

Será apresentado um resumo dos principais sistemas de


aterramento de configuração mais simples, como hastes, fios e
malhas.
O escoamento da corrente elétrica emanada ou absorvida pelo
sistema de aterramento, se dá através de uma resistividade aparente
que o solo apresenta para este aterramento em especial. Portanto,
serão analisados, inicialmente, os sistemas de aterramento em
relação a uma resistividade aparente.

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Sistema de Aterramento com Uma Haste

Uma haste cravada verticalmente no solo é um dos sistemas mais simples.

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Sistema de Aterramento com Uma Haste

Uma haste cravada verticalmente em um solo homogêneo, tem uma resistência elétrica que
pode ser determinada pela fórmula:

  4.L 
R .ln  
2. .L  d 

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Aperfeiçoamento de Sistema de Aterramento com Haste

Muitas vezes uma única haste não fornece a resistência desejada. A redução da resistência pode
ser obtida por:
◦ Aumento do diâmetro da haste.
◦ Hastes em paralelo.
◦ Aumento do comprimento da haste.
◦ Redução da resistividade do solo por tratamento químico.

  4.L 
R .ln  
2. .L  d 

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Aumento do Diâmetro da Haste

O aumento do diâmetro da haste propicia uma pequena redução da


resistência.
Esta redução apresenta um ponto de saturação e não representa
uma boa solução quanto a relação custo/benefício.

 .a  4.L 
R .ln  
2. .L  d 

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Interligação de Hastes em Paralelo


A interligação de hastes em paralelo diminui sensivelmente o valor da resistência do
aterramento.

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Interligação de Hastes em Paralelo
O cálculo da resistência das hastes paralelas não segue a lei do
paralelismo de resistências elétricas, devido às interferências nas
zonas de atuação.

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Interligação de Hastes em Paralelo


A zona de interferência causa uma área de bloqueio do fluxo de corrente de
cada haste.
O aumento do espaçamento entre as hastes faz com que a interferência seja
diminuída. Teoricamente, para um espaçamento infinito, a interferência seria
nula, porém, uma aumento muito grande espaçamento é economicamente
inviável.

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Interligação de Hastes em Paralelo


Resistência Equivalente de Hastes Paralelas.

n
 .a  (b  L) 2  ehm 2 
Rh  Rhh  
m 1, m  h
Rhm Rhm  .ln  hm
2. .L  ehm 2  (bhm  L) 2 

Rh = Resistência da haste h,
n = número de hastes,
Rhh = Resistência individual de cada haste sem a presença das outras,
Rhm= Acréscimo de resistência na haste h devido a interferência mútua
da haste m.
ehm=espaçamento entre as hastes (m)
bhm  L2  ehm
2
L = comprimento da haste.

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Interligação de Hastes em Paralelo

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Interligação de Hastes em Paralelo


Num sistema de aterramento prático emprega-se hastes iguais para facilitar o
cálculo.
Determinada a resistência individual de cada haste, a resistência equivalente das
hastes será a resultante do paralelismo.

1 1 1 1
   ... 
Re q R1 R 2 Rn

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Interligação de Hastes em Paralelo


Importante lembrar que trata-se de um sistema simples e eficiente, muito empregado em
sistema de distribuição de energia elétrica, no aterramento de equipamentos isolados.
Dentro da área urbana, efetua-se o aterramento ao longo do meio fio da calçada, o que é
econômico e não prejudica o trânsito.

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Interligação de Hastes - Triângulo
Sistema constituído por hastes cravadas nos vértices de um triângulo eqüilátero.

Re q  K .R1haste

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Interligação de Hastes – Quadrado Vazio

Sistema formado por hastes dispostas na forma de um quadrado vazio. A hastes


devem ser colocadas de forma simétrica.
Também pode ser dimensionada com a ajuda de ábacos.

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Interligação de Hastes – Quadrado Cheio

Também pode ser dimensionada com a ajuda de


ábacos.
e

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Interligação de Hastes em Circunferência

Também pode ser dimensionada com a ajuda de


ábacos.

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Hastes Profundas
O objetivo principal é aumentar o comprimento da haste, o que faz com que o valor da
resistência decaia praticamente na razão inversa de L.

  4.L 
R .ln  
2. .L  d 

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Hastes Profundas
Na utilização de hastes profundas, vários fatores ajudam na melhoria
da qualidade do aterramento:
◦ Aumento no comprimento da haste.
◦ Condição de água presente estável ao longo do tempo.
◦ Condição de temperatura constante e estável ao longo do tempo.
◦ Produção de gradientes de potencial maiores no fundo do solo, tornando os
potenciais de passo na superfície praticamente desprezíveis.

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Hastes Profundas
Assim, devido às considerações anteriores, obtém-se um
aterramento de boa qualidade, com o valor de resistência estável ao
longo do tempo.
A dispersão de corrente se dá nas condições mais favoráveis,
procurando regiões mais profundas de menor resistividade, o que
atenua consideravelmente os gradientes de potencial na superfície
do solo.

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Hastes Profundas
Dependendo do terreno, pode-se atingir até 18m.

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Haste Profunda

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Hastes Profundas
Moto-Perfuratriz
◦ Como a dispersão da corrente em uma haste profunda se dá praticamente na
camada de menor resistividade, muitas vezes, ao invés de cravar hastes
emendáveis, cava-se um buraco no solo onde introduz-se uma única haste
soldada a um fio longo

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Hastes Profundas
Moto-Perfuratriz
◦ Recomenda-se introduzir limalha de cobre no buraco, o que aumenta consideravelmente o efeito de
atuação da haste.
◦ Mesmo com este processo, caso não se obtenham bons resultados, pode-se apelar para a malha de
terra ou hastes profundas em paralelo.

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Condutores Enrolados em Forma de Anel

Sistema usado aproveitando o buraco feito para colocação de postes.

  4.r 2 
Ranel  .ln  
 2 .r  d . p 

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Condutores Enterrados horizontalmente

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Condutores Enterrados horizontalmente

Além do condutor simples estendido horizontalmente, também configurações em que os


condutores são dispostos na forma de Y, cruz, estrela, etc.

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Tratamento Químico do Solo


Todo sistema de aterramento depende da sua integração com o solo.
Se o sistema já estiver fisicamente definido e instalado, a única
maneira de mudar sua resistência é alterar as características do solo.
Para isto, utiliza-se o tratamento químico do solo sempre que:
◦ Existe um aterramento com resistência fora da desejada e não se pode alterá-
lo.
◦ Não existe outra alternativa possível, dentro das condições do sistema.

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Boa Higroscopia.

Não ser corrosivo.

Características Baixa resistividade elétrica.


do Tratamento
Químico Quimicamente estável no solo.

Não ser tóxico.

Não causar dano à natureza.

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Tipos de Tratamento de Solo


Existem diversos produtos utilizados para o tratamento do solo. Dentre os mais comuns pode-se
citar:
◦ Bentonita.
◦ Earthron.
◦ Gel.

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Bentonita
Material argiloso que tem como principais propriedades:
◦ Absorver facilmente a água.
◦ Reter a umidade.
◦ Conduzir eletricidade com facilidade.
◦ Não ser corrosiva.
◦ É pouco utilizada atualmente.

Nome genérico da argila composta predominantemente pelo argilomineral montmorilonita


(55-70%), do grupo das esmectitas, independentemente de sua origem ou ocorrência.
As esmectitas possuem como características principais o alto poder de inchamento,
até 20 vezes seu volume inicial.

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Earthron
Material líquido de lignosulfato (componente da polpa de madeira)
mais um agente geleificador e sais inorgânicos. Suas principais
propriedades são:
◦ Não solúvel em água.
◦ Não corrosivo, devido ao gel que anula a ação do ácido da madeira.
◦ Efeito de longa duração.
◦ Fácil aplicação.
◦ Quimicamente estável.
◦ Retém umidade.

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GEL
É constituído de uma mistura de diversos sais que, em presença da
água, formam o agente ativo do tratamento. Suas principais
propriedades são:
◦ Quimicamente estável.
◦ Higroscópico.
◦ Não solúvel em água.
◦ Não corrosivo.
◦ Não é atacado pelo ácidos contidos no solo.
◦ Seu efeito é de longa duração.

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GEL
Podemos encontrar no mercado diversos tipos de gel produtos para o tratamento, porém, o
Erico tem se destacado.
É um dos mais modernos. Suas principais características são:
◦ Ph alcalino (não corrosivo).
◦ Baixa resistividade elétrica.
◦ Não é tóxico.
◦ Não é solúvel em água

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Comparação da Variação da Resistência de Terra em
Solos Tratado e Não Tratado

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Variação da Resistência - Solo Tratado

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Aplicação do Tratamento Químico


São apresentadas duas formas de aplicação do tratamento químico no solo:
◦ Tratamento tipo trincheira (rosquinha).
◦ Tratamento com gel.

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Tratamento Tipo Trincheira

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Tratamento Químico com Gel

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Considerações Finais Sobre Tratamento


Químico

Após a execução do tratamento, deve-se fazer o acompanhamento


do mesmo com medições periódicas.
Deve-se sempre tentar evitar a utilização do tratamento químico,
dando-se preferência a um sistema de aterramento eficiente.
A ação do tratamento deve-se ao fato de o produto manter a água
retida no solo. Portanto, nas regiões de períodos de seca bem
definidos, pode-se molhar a terra do sistema de aterramento.

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Malha de Aterramento

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Malha de Aterramento
Do ponto de vista da segurança da instalação uma malha de terra
deve:
◦ apresentar potenciais na superfície , quando da ocorrência do máximo
defeito previsto, inferiores aos máximos potenciais que uma pessoa pode
suportar.
◦ O condutor da malha deve suportar os esforços mecânicos e térmicos a
que é submetido.
◦ O valor da resistência de terra da malha deve ser compatível para
sensibilizar as proteções.

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O Condutor da Malha
Deve suportar os esforços mecânicos e térmicos a que é exposto.
Deve suportar os esforços de compressão e cisalhamento a que é sujeito.
O dimensionamento térmico é feito pela fórmula de Onderdonk.

1   m  a 
I  226, 53.Scobre . .ln   1
tdefeito  234   a 

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Conexões do Condutor da Malha
Conexão cavilhada com juntas de Bronze: Conexão por aperto
(m=250°C).
Solda convencional feita com eletrodo revestido, utilizando máquina
de solda a arco elétrico (m=450°C).
Brasagem utilizando liga FOSCOPER (liga de cobre e fósforo) com a
ajuda de maçarico (m=550°C).
Solda exotérmica, cuja conexão é feita pela fusão obtida pela ignição
e combustão dos ingredientes no cadinho (m=850°C).

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Resistência de Aterramento da Malha

A resistência de aterramento da malha pode ser pela fórmula de


Sverak.
a

b eb

ea

1   m  a 
I  226, 53.Scobre . .ln   1
tdefeito  234   a 
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Melhoria da Malha de Aterramento


Fazer espaçamentos menores na periferia da malha.
Arredondamento dos cantos da malha.
Rebaixamento dos cantos.
Colocar hastes pela periferia.
Colocar hastes na conexão do cabo de ligação do equipamento com
a malha.
Fazer submalhas no ponto de aterramento em equipamentos
críticos.

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Medida de Resistência de Terra
Veremos como medir a resistência de terra de um sistema de
aterramento já pronto.
Esta medida indica o valor da resistência de terra do sistema no
momento da medição. Como o valor da resistência de terra varia ao
longo do ano, deve-se programar medições ao longo do tempo para
manter um histórico do perfil do seu comportamento.

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Medida de Resistência de Terra

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Alicate

75 PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ

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Correntes de Curto-Circuito
Quando ocorre um curto-circuito que envolve a terra, parte da corrente retorna pela
terra. Tal corrente é limitada pela resistência de aterramento do sistema.

PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 76

Distribuição de Corrente Pelo Solo


A densidade de corrente no solo junto à haste é máxima. Com o afastamento, as linhas
de corrente se espraiam diminuindo a densidade de corrente.

Após uma certa distância, o espraiamento é grande o suficiente para tornar a densidade
de corrente praticamente nula. Portanto, a região do solo mais afastada fica com
resistência praticamente nula.

PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 77

Distribuição de Corrente Pelo Solo


Na região de maior afastamento, o espraiamento das linhas de corrente ocupa
uma área muito grande. Portanto a resistência de terra da haste corresponde
somente à região do solo onde as linhas de corrente convergem.

A resistência de terra do aterramento, após um certo afastamento fica


constante, independente da distância.

PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 78

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Método Volt-Amperímetro
Utiliza a curva resistência de terra versus distância.

Deve-se injetarano
Geralmente, solo umade
resistência corrente adequada,
aterramento de ordem
da haste de
B é alta,
eampéres, de mododea tornar
limita a corrente desprezíveis
medição. as interferências
Deve-se então colocar neste
de outras
local correntes
uma solução de de terra.
água e sal.

PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 79

Medição Utilizando Aparelho Megger

PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 80

Segurança Durante as Medições


Não realizar medidas sob condições atmosféricas adversas.
Não tocar nas hastes e na fiação.
Não deixar que animais ou pessoas estranhas se aproximem do local.
Utilizar calçados e luvas de isolação.
O terra a ser medido deve estar desconectado do sistema elétrico.

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27
Terrômetros Comerciais

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Corrosão do Sistema de Aterramento


Corrosão é uma palavra originada do latim “corrodere”, que significa destruição gradativa.
Especificamente, o significado do termo corrosão de metais, está associada à degradação de
suas propriedades devido à ação do meio.
Todo metal tende a sofrer um certo grau de corrosão, que é o processo natural da volta do metal
ao seu estado primitivo.

PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 83

Corrosão do Sistema de Aterramento


A corrosão do sistema de aterramento se dá por vários motivos,
dentre os quais os mais importantes são:
◦ Heterogeneidade dos materiais que formam o sistema de aterramento.
◦ Heterogeneidade dos solos abrangidos pelo sistema de aterramento.
◦ Heterogeneidade do tipo de solo e concentração dos sais, e da umidade no
sistema de aterramento.
◦ Heterogeneidade das temperaturas no sistema de aterramento.
◦ Aeração diferencial.
◦ Ação das correntes elétricas impostas.

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28
Heterogeneidade dos Materiais

Será gerada uma corrente galvânica (fluxo de elétrons)!


Como conseqüência, o cabo de descida, que está enterrado,
sofrerá corrosão, pois íons Fe+ irão para o solo, deixando
perfurações no cabo.

PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 85

Heterogeneidade dos Materiais


Outro exemplo é o caso do desfolhamento de parte de parte da
cobertura de cobre
da haste.
A camada de cobre e área
exposta formam uma pilha
eletroquímica.
Haverá fluxo de elétrons do
cobre para o ferro.

PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 86

Heterogeneidade dos Solos Abrangidos

Ocorre em sistemas que abrangem um grande área no solo.


Sendo o solo heterogêneo, existem diferentes concentrações e distribuições de
sais, umidade, temperatura, o que forma zonas anódicas e catódicas.

No aterramento profundo a haste transpõe


várias camadas, sendo portanto exposto
a corrosão em vários locais.
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29
Heterogeneidade do Tipo e Concentração dos Sais, e da Umidade
do Sistema de Aterramento

Apesar do solo ser o mesmo, a diferença de concentração, tipo de


sais, e de umidade, produz zonas anódicas e catódicas.

O material do sistema de aterramento


que estiver na região de menor
resistividade (zona anódica), será corroído.
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Heterogeneidade da Temperatura do Solo

Quando um sistema de aterramento encontra-se em regiões de


temperaturas distintas, têm a ação termogalvânica.

A região quente agirá como ânodo, e será


corroída. A região fria é protegida.

PROF. ANDERSON SOARES ANDRÉ 89

Aeração Diferencial
Um solo com com aeração diferente,
forma eletrólitos diferentes, criando
regiões anódicas e catódicas.
A pilha por aeração diferencial é
gerada pela diferença da
concentração de oxigênio.

Fenômeno relevante somente em solos


muito porosos.
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30
Ação de Correntes Dispersas no Solo
No solo há correntes circulando provenientes de diversas fontes. Os pontos em que as corrente
entram no condutor, formam regiões anódicas, que sofrerão corrosão.

Com relação à corrosão, as correntes


contínuas são muito mais atuantes que as
correntes alternada.
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Proteção Contra Corrosão


A corrosão está sempre presente, mas algumas técnicas podem ser empregadas para
diminuir sua ação:
◦ Construir todo o sistema de aterramento de um único material.
◦ Isolar do eletrólito o material diferente do sistema de aterramento.
◦ Usar ânodo de sacrifício para se obter proteção catódica.
◦ Usar corrente impressa ou forçada.

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Proteção Por Isolação de Um Componente

Para haver corrosão é necessário que existam eletrodos, eletrólito e um caminho de condução.
Na falta de um deles, a ação da corrosão cessa.

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Proteção Por Ânodo de Sacrifício
Para que o metal do sistema de aterramento fique protegido, basta liga-lo a um outro metal que
tenha um potencial menor na escala de eletronegatividade.
Os materiais que melhor cumprem tal tarefa são as ligas de Zinco e Magnésio.
Os ânodos de sacrifício devem ter grande área para proteger adequadamente.

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Proteção Por Ânodo de Sacrifício


A proteção catódica muitas vezes é feita com enchimento.

Ter grande volume para maior vida útil.


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Proteção Por Corrente Impressa


Não é possível fazer proteção catódica com ânodo de sacrifício em
solos de resistividade elevada

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Religamento e Corrosão
O religador, usado na proteção do sistema de distribuição, de um modo geral prejudica o
sistema de aterramento.
As tentativas de religamento produzem interrupções de inrush que aceleram o processo de
corrosão.

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Ligação Equipotencial
Ao tratar da ligação equipotencial principal, a NBR5410 especifica que as tubulações como as de
água, gás e esgoto, quando metálicas, estejam nela incluídas.
Esta ligação visa evitar que faltas de origem externa permitam o aparecimento de diferenças de
potencial perigosas entre estes elementos.

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Ligação Equipotencial
Um dúvida freqüente trata da tubulação de gás, que deve respeitar
as seguintes recomendações:
◦ A mudança de materiais, nas conexões, na deve ser feita sobre a parede para
evitar corrosão.
◦ Para tubulações de aço ou cobre, as conexões devem ser feitas por cintas ou
presilhas (soldagem ou brasagem).
◦ No caso do alumínio, pode ser utilizada braçadeira com parafusos.

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Ligação Equipotencial
Na tubulação de gás é interessante isolar a rede da construção da rede pública, através de
braçadeira isolante.

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Ligação Equipotencial
É Expressamente proibido utilizar as canalizações de água, gás,
esgoto e outros serviços como eletrodo de aterramento.

Em construções muito altas deve-se fazer uma ligação a cada 20


metros.

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Equipotencial x NR 10
Importância
10.3.5 Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser projetados dispositivos de
seccionamento que incorporem recursos fixos de equipotencialização e aterramento do circuito
seccionado.

GLOSSÁRIO
3. Aterramento Elétrico Temporário: ligação elétrica efetiva confiável e adequada intencional à
terra, destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a intervenção
na instalação elétrica.

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Conclusão
Os sistemas de aterramento são imprescindível ao bom
funcionamento dos sistemas elétricos. E talvez possam ser divididos
em dois grandes: os sistemas simples e os complexos.
Cada caso deve ser estudado para que se possa escolher o
sistema ideal para a aplicação.
Os sistema, depois de instalado deve ser acompanhado com
certa frequência e ser submetido à manutenção sempre que
necessário.

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FIM

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