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GENERALIDADES SOBRE ATERRAMENTO

DE SISTEMAS ELÉTRICOS
Postado em 16:31h em Artigos, Aterramento por Victor Luiz Merlin 3 Comentários  
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Um sistema de aterramento elétrico projetado e montado corretamente é um dos requisitos
fundamentais para o bom funcionamento de um sistema elétrico, principalmente no que diz respeito
a confiabilidade e segurança.

Esse sistema tem a função principal de:

 Fazer com que a resistência de terra tenha valores os mínimos possíveis, para escoar as
correntes de falta a terra.
 Fazer com que os potenciais produzidos pela passagem da corrente de falta, fiquem dentro
dos limites de segurança, evitando danos a pessoas e animais.
 Tornar os equipamentos de proteção mais sensíveis, fazendo com que as correntes de fuga a
terra sejam isoladas rapidamente.
 Permitir um escoamento seguro das correntes de descarga atmosférica.
 Eliminar as cargas estáticas geradas nas carcaças dos equipamentos.
Para iniciarmos o estudo de elaboração do projeto de um sistema de aterramento necessitamos
conhecer a resistividade do solo, bem como suas características principais no que diz respeito ao tipo
ou tipos de solo, sua estratificação em camadas, teor de umidade, temperatura etc.
A resistividade do solo varia significativamente com a elevação da umidade. A quantidade maior de
água faz com que os sais presentes no solo, se dissolvam, formando um meio eletrolítico favorável à
passagem de corrente iônica.

A partir destas considerações já podemos concluir que os aterramentos melhoram suas características
nos períodos de chuva e pioram nos períodos de seca.

A temperatura também influencia na variação de resistividade do solo. Verifica-se no que se refere


somente a temperatura que o valor da resistividade não varia muito entre as temperaturas de 10 a
60°C, porém aumenta seu valor significativamente quando esta temperatura chega próximo a 100°C,
onde o estado de vaporização deixa o solo mais seco, com formação de bolhas internas, dificultando
a condução de corrente. Essa resistividade aumenta também bruscamente e de maneira significativa
quando a temperatura fica abaixo de zero, tendo em vista que com o gelo ocorre uma mudança
brusca no estado de ligação entre os grânulos que formam a concentração eletrolítica, tornado o solo
mais seco.

No que diz respeito ao tipo de solo e à sua estratificação, sabemos que na sua grande maioria os
solos não são homogêneos, mas sim formados por diversas camadas de resistividade e profundidade
diferentes. Essas camadas, devido à formação geológica, são normalmente horizontais e paralelas à
superfície do solo. Esta variação da resistividade nas diversas camadas do solo provoca variação na
dispersão da corrente de defeito ou de descarga, e deve ser levada em consideração no projeto do
sistema de aterramento.
LIGAÇÃO À TERRA DE EQUIPAMENTOS E PARTES
METÁLICAS
Ao ocorrer um curto circuito ou fuga de corrente para a terra, espera-se que a corrente seja elevada o
suficiente para que a proteção atue, eliminando o defeito o mais rápido possível. Enquanto a
proteção não atua, a corrente de defeito escoa para o solo, e gera potenciais distintos nas massas
metálicas e superfícies do solo.
Para termos um sistema seguro e eficiente, devemos aterrar todas as partes metálicas sujeitas a um
eventual contato com as partes energizadas, para que em caso de algum defeito, o sistema estabeleça
um curto circuito fase terra, elevando a corrente a valores tais que provocarão a atuação da proteção,
desenergizando o sistema.
Devemos portanto efetuar a ligação dos equipamentos elétricos a um aterramento o melhor possível,
dentro das condições do solo, de modo que a proteção seja sensibilizada o mais rápido possível, e os
potenciais de toque e passo fiquem abaixo dos limites críticos de fibrilação ventricular do coração
humano. O sistema de aterramento basicamente pode ser feito através de uma simples haste, de
diversas hastes interligadas (alinhadas, em triângulo, em círculo etc.), com placas de material
condutor, fios ou cabos estendidos ou de outras formas previstas em norma. A escolha do sistema de
aterramento depende do tamanho, tensão, importância e características do sistema. O sistema mais
eficiente é quando o aterramento é realizado através de uma malha de terra.

O projeto de um sistema de aterramento deve seguir basicamente as seguintes etapas:

a) Definir o local de aterramento


b) Realizar várias medições da resistividade do solo no local previsto
c) A partir dessas medições realizar a estratificação do solo com suas respectivas camadas
d) Definir o tipo de sistema de aterramento necessário
e) Calcular a resistividade aparente do solo
f) Dimensionar o sistema de aterramento, levando em consideração a sensibilidade dos relés, e os
limites de segurança pessoal, isto é, da fibrilação ventricular do coração.
MEDIÇÃO DA RESISTIVIDADE DO SOLO
O ponto inicial do nosso processo é a definição do local onde será feito o sistema de aterramento.
Esta definição deve ser analisada cuidadosamente caso a caso, levando-se em consideração as
características do sistema elétrico que será aterrado, a disponibilidade de local, as características
econômicas do projeto, a segurança das pessoas, a possibilidade de inundação do terreno e as
medidas preliminares realizadas no local.

O solo apresenta resistividade que depende do tamanho do sistema de aterramento. A dispersão da


corrente elétrica atinge camadas profundas com o aumento da área envolvida pelo aterramento.

Para efetuar o projeto do sistema de aterramento deve-se conhecer a resistividade aparente que o
solo apresenta. O levantamento destes valores de resistividade é feito através de medições em
campo, utilizando métodos de prospecção geoelétrico. Os métodos mais conhecidos são método de
Wenner, método de Lee e método de Schlumberger – Palmer. Em nossos estudos optaremos pelo
método de Wenner.
MÉTODO DE WENNER
Este método utiliza um Megger (Terrômetro / Telurímetro) para medir os valores de resistência
necessários para o cálculo de resistividade do solo. Este instrumento possuí dois terminais de
corrente e dois de potencial. As medidas são realizadas fazendo circular, por meio da fonte interna
do aparelho, uma corrente elétrica entre as duas hastes externas que estão conectadas aos terminais
de corrente C1 e C2. O aparelho indica na leitura o valor da resistência elétrica medido entre as
hastes ligadas aos terminais de potencial P1 e P2. A resistência medida pode ser expressa pela
fórmula abaixo:

R = Leitura da resistência em Ω no Megger para uma profundidade “a”

a = Espaçamento das hastes cravadas no solo

p = Profundidade das hastes cravadas no solo


 

Este método considera que praticamente 58% da distribuição de corrente que passa entre as hastes
externas ocorre a uma profundidade igual ao espaçamento entre as hastes. A corrente na verdade
atinge uma profundidade maior, porém neste caso sua dispersão é muito grande, e seu efeito pode ser
desconsiderado. Portanto podemos considerar para este método que o valor da resistência medida é
relativa a profundidade “a” do solo.
 

Para se efetuar uma medição correta deve-se tomar alguns cuidados, conforme abaixo:

 As hastes deverão ter aproximadamente 50 cm de comprimento com diâmetro entre 10 e 15


mm
 Durante a medição as hastes deverão estar sempre alinhadas, igualmente espaçadas ,
cravadas a uma mesma profundidade (20 a 30 cm) e bem limpas, isentas de óxidos ou
gorduras
 O aparelho e a carga da bateria deverão estar em boas condições, e durante a medição ele
deverá estar posicionado simetricamente entre as hastes
 As condições do solo deverão ser levadas em consideração (seco ou úmido)
 Por questões de segurança não devem ser realizadas medições em dias que houver riscos de
descargas atmosféricas, não deixar que pessoas estranhas ou animais se aproximem do local
e utilizar calçados e luvas de isolação para executar as medições.
Para uma medição correta da resistividade do solo, devemos em cada direção considerada efetuar
diversas medições, sendo recomendado para “a” os seguintes espaçamentos 1 ; 2 ; 4 ; 6 ; 8 ; 16 e 32,
onde teremos a leitura dos diverso valores de resistência em ohms e poderemos então calcular os
valores de resistividade em ohms metro de acordo com a fórmula abaixo:

Resistividade do Solo
Para a > 20p esta fórmula pode ser reduzida a:

Fórmula de Palmer
O número de direções em que as medidas deverão ser realizadas depende da importância e das
dimensões do sistema de aterramento, e das variações dos valores encontrados durante as medições.
Para cada ponto do aterramento, ou posição do aparelho, recomenda-se efetuar medidas em três
direções, com ângulo de 60° entre si. No caso de subestações deve-se efetuar medidas em vários
pontos, cobrindo toda a área da malha pretendida.

Após a medição, devemos juntar os dados em uma tabela, e avaliar quais deverão ser considerados e
quais deverão ser desprezados. Essa avaliação deverá ser realizada da seguinte forma:

a) Calcular a média aritmética dos valores de resistividade calculados para cada espaçamento;
b) Com base nessas médias calcular a diferença entre cada valor de resistividade e a média de seu
espaçamento;
c) Desprezar todos os valores de resistividade que tenham desvio maior que 50% em relação a
média. Todos os valores com desvio abaixo de 50% serão aceitos;
d) Caso seja observado um elevado número de desvios acima de 50%, recomenda-se realizar novas
medidas no local. Se a ocorrência dos desvios persistir, deveremos considerar esta região
independente para efeito de modelagem;
e) Com os dados já analisados, calcula-se novamente a média aritmética das resistividades
remanescentes;
f) Com as resistividades médias para cada espaçamento, tem-se os valores definitivos para traçar a
curva ρ x a , necessária ao procedimento das aplicações dos métodos de estratificação do solo.
 

ESTRATIFICAÇÃO DO SOLO
Os solos em função de sua própria formação geológica, podem ser representados através de um
modelo formado por camadas horizontais estratificadas.
A resistividade de cada camada, bem como a sua profundidade podem ser determinadas através de
diversos métodos de estratificação do solo, conforme abaixo:

 Método de estratificação de duas camadas


o Utilizando curvas
o Utilizando técnicas de otimização
o Utilizando simplificações
 Método de Pirson para estratificação do solo em várias camadas
 Método Gráfico de Yokogawa para estratificação do solo em várias camadas
Para efeito de nossos estudos aplicaremos o Método de estratificação do solo em duas camadas,
utilizando curvas. Os demais métodos seguem mais ou menos a mesma linha de raciocínio, e
poderão ser utilizados conforme as necessidades ou conveniências.
 

MÉTODO DE DUAS CAMADAS UTILIZANDO CURVAS


 

Com base no processo de medição de resistividade do solo estabelecido pelo Método de Wenner,
podemos chegar a expressão que relaciona a resistividade do solo para uma distância “a” entre os
eletrodos com a resistividade do solo da primeira camada, conforme abaixo :

ρ(a) = Resistividade para eletrodos a  uma distância “a”


ρ1 = Resistividade da primeira camada

h = Profundidade da primeira camada

a = Distância entre os eletrodos

K = Coeficiente de reflexão definido por:

ρ2 = Resistividade da segunda camada

Analisando a expressão verificamos que a variação do coeficiente de reflexão é limitado entre -1 e


+1.

Tendo em vista a pequena variação de valores do coeficiente de reflexão K, é possível traçar uma
família de curvas teóricas em função de valores das relações ρ(a)/ρ1 e h/a. Apresentamos as curvas
traçadas para K variando na faixa negativa, isto é, curva ρ(a) x a descendente e para K variando na
faixa positiva, com curva ρ(a) x a ascendente.

Com base nas curvas e equações, podemos agora estabelecer um procedimento de calculo para
definir a estratificação do solo em duas camadas :

1) Traçar a curva ρ(a) x a com os dados obtidos pelo método de Wenner.


2) Prolongar a curva traçada até cortar o eixo das ordenadas. Neste ponto é lido diretamente o valor
de ρ1, resistividade da primeira camada. Para facilitar este processo, devemos efetuar várias medidas
pelo Método de Wenner para pequenos espaçamentos.
3) Um valor de espaçamento “a1” é escolhido arbitrariamente, e levado na curva para obter-se o
correspondente valor de ρ(a1).
4) Pelas características da curva traçada conforme item “1”, determinamos o sinal de K. Para curva
descendente K será negativo, e calcularemos ρ(a1)/ρ1 . Para curva ascendente K será positivo, e
calcularemos ρ1 /ρ(a1).
5) Com os valores calculados acima, entramos nas curvas teóricas correspondentes e encontramos
vários valores de h/a para os diversos valores de K. Estes vários valores encontrados são colocados
em uma tabela específica.
6) Na seqüência multiplica-se cada valor de h/a encontrado pelo valor de “a1”, resultando vários
valores de “h” para cada K correspondente.
7) Traçamos agora uma curva K x h dos vários valores obtidos.
8) Um segundo valor de espaçamento a2 diferente de a1 é novamente escolhido, e todo o processo é
repetido, resultando numa nova curva K x h.
9) Traçamos a nova curva no mesmo gráfico da curva anterior.
10) A intersecção das duas curvas K x h num dado ponto resultará nos valores reais de K e h,
definindo desta forma a estratificação.
SISTEMAS DE ATERRAMENTO
 

UMA HASTE VERTICAL


Uma haste cravada verticalmente em um solo homogêneo, tem uma resistência elétrica que pode ser
determinada pela fórmula:

Onde:

ρa = Resistividade aparente do sono [Ω.m]

L = Comprimento da haste [m]

d = Diâmetro do círculo equivalente à área da secção transversal da haste [m]

Nos sistemas de aterramento raramente uma única haste é o suficiente para chegarmos ao valor da
resistência desejada. Analisando a fórmula acima, verificamos que as alternativas para melhorarmos
este valor de resistência são aumentarmos o diâmetro da haste (limitações técnicas, e baixa relação
custo-benefício), colocarmos mais hastes em paralelo, aumentarmos o comprimento da haste,
reduzirmos a resistividade aparente do solo utilizando tratamento químico.

Além da resistência de terra dada pela fórmula acima, temos outros elementos que compõe o valor
final da resistência do sistema de aterramento, conforme abaixo :

 resistência da conexão do cabo de aterramento ao equipamento a ser aterrado


 impedância do cabo entre o equipamento e o sistema de aterramento
 resistência da conexão do cabo ao sistema de aterramento
 resistência do material que forma o sistema de aterramento
 resistência de contato desse material com a terra
 resistência de terra do sistema de aterramento
Dos itens relacionados acima a resistência de terra possuí o maior valor, assumindo maior
importância, já que depende de fatores como a resistividade do solo, condições climáticas etc. dos
quais não temos muitas vezes o controle. Os demais itens atingem valores menores e são mais fáceis
de serem controlados.

 
INSTALAÇÕES DE HASTES EM PARALELO
A instalação de hastes em paralelo, reduzem significativamente o valor final da resistência de
aterramento. Esta redução não segue simplesmente a lei de resistências em paralelo, em função da
interferência que ocorre entre as zonas equipotenciais de cada haste, conforme abaixo.
Esta zona de interferência entre as linhas equipotenciais causa uma área de bloqueio do fluxo da
corrente de cada haste, resultando uma maior resistência de terra individual. Como a área de
dispersão efetiva da corrente de cada haste torna-se menor, a resistência de cada haste dentro do
conjunto aumenta. Isto faz com que ao instalarmos duas hastes em paralelo o resultado final seja um
valor de resistência menor que aquele para uma haste, porém maior que o valor da resistência para
uma haste dividido por dois.

Verifica-se que se aumentarmos o espaçamento entre as hastes essa interferência diminui, porém um
aumento muito grande torna-se economicamente inviável. Utiliza-se normalmente um espaçamento
por volta do comprimento da haste, sendo assim é comum que esse espaçamento seja em torno de
três metros.

Para chegarmos ao valor da resistência de terra de um sistema com várias hastes, necessitamos a
partir do valor calculado para uma haste, chegar ao valor da resistência equivalente para o conjunto
das hastes, que é dado pela formula a seguir:

Rh = Resistência apresentada pela haste “h” inserida no conjunto considerando as interferências das
outras hastes
n = Número de hastes paralelas

Rhh = Resistência individual de cada haste sem a presença de outras hastes(fórmula anterior)
Rhm = Acréscimo de resistência na haste “h” devido à interferência mútua da haste “m”

ehm = Espaçamento entre a haste “h” e a haste “m” em metros


L = Comprimento da haste em metros

bhm = √(L² + e²hm )


Nos sistemas normais de aterramento empregam-se hastes iguais, o que facilita o cálculo da
resistência equivalente.

Fazendo o cálculo para todas as hastes do conjunto (Rh) tem-se os valores da resistência de cada
haste:

Determinada a resistência individual de cada haste dentro do conjunto, já considerados os


acréscimos ocasionados pelas interferências, a resistência equivalente das hastes interligadas será a
resultante do paralelismo destas.

Tendo o valor da resistência equivalente do conjunto podemos calcular o índice de aproveitamento


ou índice de redução (K), que é definido com a relação entre essa resistência (Req) e a resistência
individual de cada haste sem a presença de outras hastes.
Essa expressão indica que a resistência equivalente do conjunto de hastes em paralelo é K vezes o
valor da resistência, caso o sistema fosse montado com apenas uma haste isolada. Para facilitar os
processos de calculo os valores de K são tabelados, ou obtidos de curvas.

 
INSTALAÇÃO DE HASTES PROFUNDAS
Neste tipo de montagem, procura-se diminuir o valor da resistência de terra, com o aumento do
comprimento L da haste. O aumento do comprimento da haste faz com que na instalação do sistema
apareçam outros fatores que ajudam a melhorar ainda mais a qualidade do aterramento. Estes fatores
são :

 Aumento do comprimento da haste


 Menor resistividade do solo nas camadas mais profundas
 Condição de água presente e estável ao longo do tempo
 Condição de temperatura constante e estável ao longo do tempo
 Produção de gradientes de potencial maiores no fundo do solo, tornado os potenciais de
passo na superfície praticamente desprezíveis
A execução deste sistema pode ser feita de duas maneiras:

BATE ESTACA – onde as hastes são emendáveis, possuindo rosca nos extremos, e são cravados
uma a uma no solo por bate estacas. Dependendo do terreno é possível, por este processo, chegar a
18 metros de profundidade.
MOTO PERFURATRIZ – neste caso é cavado um buraco, onde é introduzido uma única haste
soldada a um fio longo que a interliga com o sistema a ser aterrado. Recomenda-se também
introduzir no buraco, juntamente com a haste limalha de cobre. Esta limalha ao penetrar no solo,
facilita a dispersão da corrente, obtendo uma menor resistência elétrica do sistema. Por este processo
consegue-se, dependendo das características do solo, chegar até 60 metros de profundidade.
 
TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO
O tratamento do solo com algum tipo de produto químico, tem a finalidade de diminuir a resistência
de aterramento de uma malha, com a alteração da resistividade do solo. Este tipo de procedimento
não deve ser realizado de maneira indiscriminada, mas deve somente ser aplicado em sistemas onde
não se atingiu o valor da resistência desejada, e não é possível alterar o seu local de instalação e
alteração das características da malha de terra através do aumento do número de cabos, hastes etc.
não é possível mais ser feito, é inviável economicamente ou não atinge resultados satisfatórios.

O produto a ser utilizado neste tipo de tratamento deve atender a algumas recomendações
importantes, como a de não causar danos à natureza, não ser tóxico, além de ser quimicamente
estável, possuir baixa resistividade elétrica, não causar corrosão nos elementos do aterramento, não
ser consumido com a chuva, porém ter a capacidade de reter umidade.

Apresentamos dois produtos que podem ser utilizados para este tipo de tratamento:

EARTHRON – que é um produto líquido de lignosulfato (principal componente da polpa da


madeira) mais um agente geleificador e sais inorgânicos. Tem como principais características não ser
solúvel em água, não ser corrosivo, ser quimicamente estável, reter umidade, ter longo período de
atuação no solo, e ser de fácil aplicação.
GEL – é uma mistura de diversos sais, que em presença de água formam o agente ativo do
tratamento. Este é um produto quimicamente estável, não é solúvel em água, é higroscópico, é não
corrosivo, possuí longo período de atuação no solo, e não é atacado pelos ácidos contidos no solo.
A relação entre a resistência do solo medida antes do tratamento químico e o valor obtido após este
tratamento é chamada de coeficiente de redução. Este valor pode ser previsto para o Gel,
considerando a faixa provável, determinada pelo gráfico a seguir.
A resistência de terra varia com o tempo, influenciada pelas características climáticas e do solo da
região. Este tipo de tratamento químico tem uma vida útil determinada, devendo portanto ser
realizado um acompanhamento freqüente da variação desta resistência, e ser realizado novo
tratamento tão logo se constate esta necessidade (vida útil conforme o produto varia de 2 a 5 anos).

Tendo em vista que a função principal do tratamento químico é reter a água para diminuir a
resistência da terra, épocas de secas podem alterar significativamente a atuação do tratamento.
Nestas épocas recomenda-se molhar a terra que contém a malha.

Em terrenos extremamente secos, pode-se concretar o aterramento. O concreto tem a propriedade de


manter a umidade, e sua resistividade está entre 30 e 90 Wm.
 

RESISTIVIDADE APARENTE
A resistência final de uma malha de terra depende da geometria desta malha e da resistividade do
solo vista pela mesma em função de sua integração com o este solo, considerando a profundidade
atingida pelo escoamento das correntes elétricas. Se colocarmos um sistema de aterramento com a
mesma geometria em solos com camadas diferentes, teremos valores de resistência de terra distintos.

A passagem da corrente elétrica do sistema de aterramento para o solo depende da composição do


solo com suas diversas camadas, da geometria do sistema de aterramento e do tamanho deste
sistema.

Para podermos calcular a resistividade do solo considerando a sua integração com a malha,
necessitamos definir resistividade aparente.

Resistividade aparente é o valor de resistividade considerando como se o solo fosse homogêneo, e


que produz como resultado um valor de resistência de terra igual ao do sistema de aterramento real
com várias camadas.
A resistividade aparente de uma haste cravada verticalmente em um solo com várias camadas é dada
pela fórmula conhecida como fórmula de Hummel.

FÓRMULA  DE  HUMMEL

Vemos portanto que o calculo da resistividade aparente de um sistema de aterramento é efetuado


considerando o nível de penetração da corrente de escoamento num solo de duas camadas. Logo,
caso tenhamos um solo com muitas camadas, este deve ser reduzido pelo método apropriado a um
solo de duas camadas.

A resistividade aparente é calculada como o produto do fator N pela resistividade da primeira


camada para solos de duas camadas ou pela resistividade equivalente para solo de varias camadas.
Este fator N é tirado da curva desenvolvida por Endrenyi, onde (α) coeficiente de penetração é o
eixo das abcissas e (β) coeficiente de divergência é a curva correspondente.

ddeq (1) = Espessura da primeira camada equivalente


ρn+1(2) = Resistividade da última camada
ρeq(1) = Resistividade da primeira camada equivalente
r = Raio do anel equivalente do sistema de aterramento considerado para hastes alinhadas e

igualmente espaçadas que pode ser definido por: ou também por :

n = Número de hastes cravadas verticalmente no solo


e = Espaçamento entre as hastes
A = Área abrangida no aterramento
D = Maior dimensão do aterramento. (Em uma malha retangular a maior dimensão é a diagonal)
A partir dos valores de (α) e (β) definidos acima, podemos encontrar no gráfico de Endrenyi o valor
de N.

DIMENSIONAMENTO COMPLETO DE UMA MALHA DE


ATERRAMENTO
O dimensionamento correto de uma malha de aterramento deve atender principalmente os seguintes
requisitos:

 Fazer com que os potenciais que surjam na superfície quando da ocorrência do máximo
defeito à terra, sejam inferiores aos máximos potenciais de passo e toque que uma pessoa
pode suportar sem a ocorrência de fibrilação ventricular:
 O condutor da malha deverá suportar os esforços mecânicos e térmicos a que estarão
sujeitos ao longo de sua vida, em função das altas correntes de defeito que circularão por
esta malha;
 A resistência de terra da malha deverá ser compatível com o sistema de proteção permitindo
que o relé de neutro atue com segurança em caso de defeitos para a terra;
O processo de calculo da malha é basicamente um processo iterativo, partindo-se para efeito de
calculo de uma malha inicial, e verificando se os potenciais na superfície estão dentro dos limites de
segurança. Caso isto de confirme parte-se para o detalhamento da malha, ou caso contrario,
modifica-se o projeto inicial até se estabelecer as condições exigidas.

Antes de iniciarmos o processo de calculo, deveremos ter em mãos uma série de dados e definições
conforme abaixo:

 Fazer no local onde será executada a malha de aterramento as medições de resistividade do


solo pelo método de Wenner, para podermos obter posteriormente a estratificação do solo.
 Definir a resistividade superficial do solo. É comum se utilizar pedra brita na superfície
sobre a malha de terra, formando uma camada mais isolante, que contribui para a segurança
humana. Nestes casos, utilizamos o valor da resistividade da brita molhada (ρs = 3000
Ω.m), e fazemos as devidas correções para o restantes dos cálculos onde isto vier a
influenciar.
Caso não se utilize brita, utiliza-se como resistividade superficial o valor da resistividade da primeira
camada obtida da estratificação.

 Obter o valor da corrente máxima de curto circuito entre fase e terra no local do aterramento
(Imáxima = 3 I0).
 Deve-se verificar o percentual correto da corrente de curto cicuito máxima que realmente
escoa pela malha.
 Deve-se observar os diversos caminhos pelos quais a corrente de seqüência zero pode
circular.
 Tempo de defeito para a máxima corrente de curto cicuito fase terra, equivalente ao tempo
de atuação do sistema de proteção.
 Definição da área da malha pretendida.
 Definição do máximo valor de resistência de terra de modo a ser compatível com a
sensibilidade do sistema de proteção.
A partir destes dados podemos iniciar nosso processo de calculo, seguindo um roteiro conforme
abaixo:
ESTRATIFICAÇÃO DO SOLO
Com base nas medições realizados no local, montamos um modelo de solo estratificado.
 

RESISTIVIDADE APARENTE
Com base na estratificação do solo, e nas características da malha que estamos dimensionando,
determinamos o valor da resistividade aparente do solo, conforme metodologia já estudada.
 

DIMENSIONAMENTO DO CONDUTOR DA MALHA DE


ATERRAMENTO
Este condutor é dimensionado considerando os esforços mecânicos e térmicos que ele pode suportar.

Quanto ao dimensionamento mecânico, na pratica, utiliza-se no mínimo o condutor 35 mm² , que


suporta os esforços mecânicos de movimentação do solo e dos veículos que transportam os
equipamentos durante a montagem da subestação.

Quanto ao dimensionamento térmico, utiliza-se a fórmula de Onderdonk, válida somente para cabos
de cobre, que considera o calor produzido pela corrente de curto circuito totalmente restrito ao

condutor.

Scobre =  Seção do condutor de cobre da malha de terra em mm²


I = Corrente de defeito em ampères, através do condutor

tdefeito = Duração do defeito, em segundos


θa = Temperatura ambiente em ºC
θm = Temperatura máxima em ºC que é determinada em função do tipo de conexão utilizada

Para dimensionamento do cabo da malha, leva-se em consideração que a corrente de defeito é


dividida no ponto de ligação com o cabo de descida, em duas partes iguais, escoando metade para
cada lado. Para efeito de dimensionamento considera-se um acréscimo de 10%, isto é, dimensiona-se
os cabos para no mínimo 60% da corrente máxima de curto circuito.
Para o caso do cabo de ligação considera-se que por ele passa a corrente máxima de curto circuito, e
que a conexão é feita de junta cavilhada, sendo portanto a temperatura máxima considerada igual a
250°C.

Apresentamos abaixo uma tabela simplificada nos dando a bitola do condutor em função do tempo
de defeito e do tipo de emenda, para cada unidade da corrente de defeito.
CAPACIDADE DO CONDUTOR DE COBRE EM (mm2/kA)
TEMPO DE DEFEITO (s)               0,5                     1                  4                     30

SOLDA EXOTÉRMICA                   2,44                  3,45             6,84             18,74

SOLDA CONVENCIONAL              3,20                  4,51             9,07            24,83

JUNTA CAVILHADA                       4,05                  5,78            11,50            31,52


 

POTENCIAIS MÁXIMOS A SEREM VERIFICADOS


A malha de aterramento só poderá ser aceita se na superfície do solo sobre a malha, quando da
ocorrência do maior defeito fase terra, os potenciais de toque e de passo forem menores que os
máximos permitidos. Estes máximos permitidos são calculados pelas formulas abaixo, e são tais que
ao produzirem correntes no ser humanos, estas correntes não produzam fibrilação ventricular do
coração.

O potencial de toque máximo é dado pela expressão abaixo:

O potencial de passo máximo é dado pela expressão:

t = Tempo de duração do choque(s)

ρs = Resistividade superficial


Caso a superfície sobre a malha seja revestida de brita, os valores acima deverão ser corrigidos
segundo as fórmulas abaixo:
hs = Espessura da brita (m)
K = 

ρa = Resistividade aparente da malha, sem considerar a brita


ρs = ρbrita = Resistividade da brita = 3000 Ωm
Assim as expressões corrigidas ficarão da seguinte forma:

MALHA DE ATERRAMENTO INICIAL


O processo de dimensionamento da malha é um processo iterativo, onde partimos de um projeto
inicial, com dimensões da malha, espaçamentos e colocação de hastes de terra pré definidas. Com
isto, calculamos os potenciais que surgem na superfície da malha, bem como a resistência de
aterramento resultante, comparamos com os valores ideais, fazemos os ajustes necessários. Um
espaçamento típico adotado está entre 5 e 10% do comprimento total de cada lado da malha.

Iremos considerar sempre em nossas formulas que a malha é formada por quadrados, isto é, ea ≈ eb.
A partir das dimensões da malha determinamos os números de condutores paralelos ao longo dos
lados da malha :

Escolhe-se o número inteiro, adequado ao resultado do cálculo acima.

O comprimento total dos condutores que formam a malha é dado pela expressão :

Caso se opte por introduzir hastes de terra na malha, deve-se acrescentar seus comprimentos na
determinação do comprimento total de condutores na malha :
Escolhe-se o número inteiro, adequado ao resultado do cálculo acima.

O comprimento total dos condutores que formar a malha é dado pela expressão:

Caso se opte por introduzir hastes de terra na malha, deve-se acrescentar seus comprimentos na
determinação do comprimento total de condutores na malha:

 
RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO DA MALHA
A resistência de aterramento da malha pode ser calculada aproximadamente pela fórmula de Sverak,
conforme abaixo :

Amalha = a.b = área ocupada pela malha em m²


h = Profundidade da malha em metros, deve variar entre 0,25 e 2,5 m.

Ltotal = Comprimento total dos cabos e hastes que formam a malha, em metros.
O valor de resistência obtido com a fórmula deverá ser menor do que a máxima resistência limite da
sensibilidade do relé de neutro.

 
POTENCIAL DA MALHA
O potencial da malha é definido como o potencial de toque máximo, encontrado dentro de uma
submalha da malha de terra, quando do máximo defeito fase-terra. Numa malha de terra, a corrente
de defeito escoa preferencialmente pelas bordas da malha. Isto se dá, devido à interação entre os
condutores no interior da malha que forçam o escoamento da corrente pelas bordas da malha. Assim,
o potencial de malha máximo se encontra nos cantos da malha e pode ser calculado pela expressão:
Km é o coeficiente de malha que considera a influência da profundidade da malha, diâmetro do
condutor e espaçamento entre os condutores, conforme a expressão abaixo:

h = Profundidade da malha [m]

e = Espaçamento entre condutores paralelos ao longo do lado da malha [m]

d = Diâmetro do condutor da malha[m]

N = √Na Nb = a malha retangular é transformada numa malha quadrada com N condutores paralelos
em cada lado.
Kii = 1 = para malha com hastes cravadas ao longo do perímetro, ou nos cantos da malha ou ambos.
Kii =   = para malha sem hastes ou com poucas não localizadas nos cantos ou periferia

Kh = Correção de profundidade Kh =   ,   ho = 1 metro


Onde Ki é definido como o coeficiente de irregularidade, que corresponde aos efeitos da não
uniformidade de distribuição da corrente pela malha definido por Ki = 0,656 + 0,172N

ρa = Resistividade aparente vista pela malha


Imalha = Parcela da corrente máxima de falta que realmente escoa da malha para a terra
Ltotal = Comprimento total dos condutores da malha.
No caso de malhas onde são colocadas hastes nos cantos e/ou na periferia, as correntes têm maior
dificuldade de escoar mais profundamente no solo, devendo-se fazer uma correção no comprimento
total da malha, considerando-se 15% a mais no comprimento das hastes.
POTENCIAL DE PASSO DA MALHA
É o maior potencial de passo que surge na superfície da malha, quando do máximo defeito fase-terra.
O potencial máximo ocorre na periferia da malha, e é calculado por :

Kp = Coeficiente que introduz no cálculo a maior diferença de potencial entre dois pontos
distanciados de 1 m. Este coeficiente relaciona todos os parâmetros da malha que induzem tensões
na superfície da terra.
N = maior valor entre Na e Nb , isto nos dará o maior valor de Kp
e = menor valor

Também neste caso, se tivermos hastes instaladas na periferia e nos cantos, deveremos considerar o
comprimento total somando ao comprimento dos cabos o comprimento das hastes com 15% de
acréscimo.

Este valor deverá ser comparado â tensão de passo máxima que o organismo humano deve suportar.

LIMITAÇÕES DAS EQUAÇÕES DE Vmalha = e VρsM 


As expressões acima devem obedecer a algumas limitações quanto a determinação de alguns dados,
para termos um projeto seguro

N ≤ 25 (Número de condutores paralelo de cada lado)

d < 0,25h (Diâmetro do condutor

0,25m ≤ h ≤ 2,5m (Profundidade)

e ≥ 2,5m (Espaçamento)

POTENCIAL DE TOQUE MÁXIMO DA MALHA


Todos os equipamentos terão suas partes metálicas ligadas à malha de terra da subestação. Por
questões de segurança o potencial gerado pela maior corrente de curto circuito monofásica à terra, ao
limite de tensão de toque para não causar fibrilação. Para satisfazer aos requisitos de segurança
devemos ter :

Vtoque máximo da malha = Rmalha . Imalha ≤ Vtoque máximo


Caso esta consideração não venha a ser atendida, deveremos refazer os cálculos de potencial de
passo e de toque, revendo os valores arbitrados para a malha. Em função do grau de risco, da
localização e das características da malha, esta deverá ser cercada por muro ou cerca metálica. Caso
venha a ser optado por cerca metálica, deverá ser calculado o potencial de toque desta cerca, e
verificado os limites de segurança.
 

MELHORIA DA MALHA
Após o seu dimensionamento, poderemos usar algumas alternativas para melhorar ainda mais a
qualidade da malha de terra :
– Fazer espaçamentos menores na periferia da malha;
– Arredondar os cantos da malha para diminuir os efeitos das pontas;
– Rebaixar os cantos;
– Colocar hastes na periferia;
– Colocar hastes na conexão do cabo de ligação do equipamento com a malha;
– Fazer submalhas no ponto de aterramento de bancos de capacitores e chaves de aterramento; se
não for possível usar malha de equalização somente neste local.
– Colocar um condutor em anel a 1,5m da malha e a 1,5m de profundidade.
– Caso a malha estiver em situação muito crítica, ou além do seu limite de segurança, pode-se usa
uma malha de equalização, que mantém o mesmo nível de potencial na superfície do solo. É uma
verdadeira blindagem elétrica.
 

MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIA DE TERRA


Esta medição é relativamente simples, e tem a intenção de obter o valor da resistência de terra de um
sistema existente, no momento da medição. Este valor varia ao longo do ano, e deve-se portanto
programar medições periódicas, inclusive nas épocas de chuva e seca, para termos um histórico das
variações durante o ano.

As correntes de curto circuito fase terra, geram componentes de seqüência zero, que em sua maioria
retornam ao sistema pela terra. Esta corrente é limitada pela resistência de aterramento do sistema.

No instante do curto circuito a densidade de corrente no solo junto à haste é máxima. Com o
afastamento, as linhas de corrente se espraiam diminuindo a densidade de corrente. Após uma
determinada distância, o espraiamento das linhas de corrente é máximo, e a densidade de corrente
praticamente nula. Portanto, a região do solo para o afastamento considerado, fica com resistência
elétrica praticamente nula.

Concluímos portanto que a resistência de terra da haste em que está sendo feita a medição
corresponde somente ao solo onde as linhas de corrente convergem.

 
MÉTODO DE MEDIÇÃO VOLT- AMPERÍMETRO
Este é um método clássico, utilizando-se conforme esquema abaixo, um amperímetro, um voltímetro
e uma fonte de corrente da ordem de alguns ampères (gerador portátil, transformador).
A = Sitema de aterramento principal
B = Haste auxiliar para possibilitar o retorno da corrente elétrica I
P = Haste de potencial, que se desloca desde A até B
x = Distância da haste “P” em relação ao aterramento principal A
A curva é levantada deslocando-se a haste “P” entre as hastes “A e B”. A corrente que circula pelo
circuito é constante, pois a mudança da haste “P” não altera a distribuição de corrente. Para cada
posição da haste é lido o valor de tensão no voltímetro e calculado o valor da resistência elétrica.

Deslocando-se a haste “P” em todo o percurso entre A e B, tem-se a curva de resistência de terra em
relação ao aterramento principal. Na região do patamar, tem-se o valor de  RA , que é o valor da
resistência de terra do sistema de aterramento principal. No ponto B, tem-se o valor da resistência de
terra acumulada do aterramento principal e da haste auxiliar, isto é, RA + RB.
Como o objetivo da medição é obter o valor da resistência de terra do sistema de aterramento, deve-
se deslocar a haste “P” até atingir a região do patamar. Neste ponto a resistência de terra R A é dada
pela expressão abaixo:

MEDIÇÃO USANDO MEGGER (TERRÔMETRO OU


TELURÍMETRO)
A medição de aterramento utilizando-se aparelho apropriado é realizada conforme esquema abaixo :
Os terminais C1 e P1 devem ser conectados.

O aparelho injeta no solo, pelo terminal de corrente C1, uma corrente elétrica I. Esta corrente retorna
ao aparelho pelo terminal de corrente C2, através da haste auxiliar B. Esta circulação de corrente
gera potenciais na superfície do solo. O potencial correspondente ao ponto “p” é processado
internamente pelo aparelho, que indicará o valor correspondente da resistência neste ponto.

 Durante a medição deve-se observar os seguintes procedimentos :


 Alinhamento do sistema de aterramento principal com as hastes de potencial e auxiliar.
 A distância entre o sistema de aterramento principal e a haste auxiliar deve ser
suficientemente grande, para que a haste de potencial atinja a região plana do patamar.
 O aparelho deve ficar o mais próximo possível do sistema de aterramento principal.
 As hastes de potencial e auxiliar devem estar bem limpas, principalmente isentas de óxidos
e gorduras, para possibilitar um bom contato com o solo.
 Calibrar o aparelho, isto é, ajustar o potenciômetro e o multiplicador do MEGGER, até que
seja indicado o valor zero.
 As hastes usadas devem ser do tipo Copperweld, com 1,2m de comprimento e diâmetro de
16 mm.
 Cravar as hastes no mínimo 70 cm do solo.
 O cabo de ligação deve ser de cobre com bitola mínima de 2,5mm2.
 As medições devem ser feitas em dias em que o solo esteja seco, para se obter o maior valor
de resistência de terra deste aterramento.
 Se não for o caso acima, devem-se anotar as condições do solo.
 Se houver oscilações da leitura, durante a medição, significa existência de interferência.
Deve-se, deslocar as hastes de potencial e auxiliar para outra direção, de modo a contornar o
problema.
 Verificar o estado do aparelho.
 Verificar a carga da bateria.
Para efetuarmos a medição da resistência de terra, levando em consideração a segurança humana,
deve-se observar os seguintes itens:

 Não devem ser feitas medições sob condições atmosféricas adversas, tendo-se em vista a
possibilidade de ocorrência de raios.
 Não tocar na haste e na fiação.
 Não deixar que animais ou pessoas estranhas se aproximem do local.
 Utilizar calçados e luvas de isolação para executar as medições.
 O terra a ser medido deve estar desconectado do sistema elétrico.

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