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DE SISTEMAS ELÉTRICOS
Postado em 16:31h em Artigos, Aterramento por Victor Luiz Merlin 3 Comentários
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Um sistema de aterramento elétrico projetado e montado corretamente é um dos requisitos
fundamentais para o bom funcionamento de um sistema elétrico, principalmente no que diz respeito
a confiabilidade e segurança.
Fazer com que a resistência de terra tenha valores os mínimos possíveis, para escoar as
correntes de falta a terra.
Fazer com que os potenciais produzidos pela passagem da corrente de falta, fiquem dentro
dos limites de segurança, evitando danos a pessoas e animais.
Tornar os equipamentos de proteção mais sensíveis, fazendo com que as correntes de fuga a
terra sejam isoladas rapidamente.
Permitir um escoamento seguro das correntes de descarga atmosférica.
Eliminar as cargas estáticas geradas nas carcaças dos equipamentos.
Para iniciarmos o estudo de elaboração do projeto de um sistema de aterramento necessitamos
conhecer a resistividade do solo, bem como suas características principais no que diz respeito ao tipo
ou tipos de solo, sua estratificação em camadas, teor de umidade, temperatura etc.
A resistividade do solo varia significativamente com a elevação da umidade. A quantidade maior de
água faz com que os sais presentes no solo, se dissolvam, formando um meio eletrolítico favorável à
passagem de corrente iônica.
A partir destas considerações já podemos concluir que os aterramentos melhoram suas características
nos períodos de chuva e pioram nos períodos de seca.
No que diz respeito ao tipo de solo e à sua estratificação, sabemos que na sua grande maioria os
solos não são homogêneos, mas sim formados por diversas camadas de resistividade e profundidade
diferentes. Essas camadas, devido à formação geológica, são normalmente horizontais e paralelas à
superfície do solo. Esta variação da resistividade nas diversas camadas do solo provoca variação na
dispersão da corrente de defeito ou de descarga, e deve ser levada em consideração no projeto do
sistema de aterramento.
LIGAÇÃO À TERRA DE EQUIPAMENTOS E PARTES
METÁLICAS
Ao ocorrer um curto circuito ou fuga de corrente para a terra, espera-se que a corrente seja elevada o
suficiente para que a proteção atue, eliminando o defeito o mais rápido possível. Enquanto a
proteção não atua, a corrente de defeito escoa para o solo, e gera potenciais distintos nas massas
metálicas e superfícies do solo.
Para termos um sistema seguro e eficiente, devemos aterrar todas as partes metálicas sujeitas a um
eventual contato com as partes energizadas, para que em caso de algum defeito, o sistema estabeleça
um curto circuito fase terra, elevando a corrente a valores tais que provocarão a atuação da proteção,
desenergizando o sistema.
Devemos portanto efetuar a ligação dos equipamentos elétricos a um aterramento o melhor possível,
dentro das condições do solo, de modo que a proteção seja sensibilizada o mais rápido possível, e os
potenciais de toque e passo fiquem abaixo dos limites críticos de fibrilação ventricular do coração
humano. O sistema de aterramento basicamente pode ser feito através de uma simples haste, de
diversas hastes interligadas (alinhadas, em triângulo, em círculo etc.), com placas de material
condutor, fios ou cabos estendidos ou de outras formas previstas em norma. A escolha do sistema de
aterramento depende do tamanho, tensão, importância e características do sistema. O sistema mais
eficiente é quando o aterramento é realizado através de uma malha de terra.
Para efetuar o projeto do sistema de aterramento deve-se conhecer a resistividade aparente que o
solo apresenta. O levantamento destes valores de resistividade é feito através de medições em
campo, utilizando métodos de prospecção geoelétrico. Os métodos mais conhecidos são método de
Wenner, método de Lee e método de Schlumberger – Palmer. Em nossos estudos optaremos pelo
método de Wenner.
MÉTODO DE WENNER
Este método utiliza um Megger (Terrômetro / Telurímetro) para medir os valores de resistência
necessários para o cálculo de resistividade do solo. Este instrumento possuí dois terminais de
corrente e dois de potencial. As medidas são realizadas fazendo circular, por meio da fonte interna
do aparelho, uma corrente elétrica entre as duas hastes externas que estão conectadas aos terminais
de corrente C1 e C2. O aparelho indica na leitura o valor da resistência elétrica medido entre as
hastes ligadas aos terminais de potencial P1 e P2. A resistência medida pode ser expressa pela
fórmula abaixo:
Este método considera que praticamente 58% da distribuição de corrente que passa entre as hastes
externas ocorre a uma profundidade igual ao espaçamento entre as hastes. A corrente na verdade
atinge uma profundidade maior, porém neste caso sua dispersão é muito grande, e seu efeito pode ser
desconsiderado. Portanto podemos considerar para este método que o valor da resistência medida é
relativa a profundidade “a” do solo.
Para se efetuar uma medição correta deve-se tomar alguns cuidados, conforme abaixo:
Resistividade do Solo
Para a > 20p esta fórmula pode ser reduzida a:
Fórmula de Palmer
O número de direções em que as medidas deverão ser realizadas depende da importância e das
dimensões do sistema de aterramento, e das variações dos valores encontrados durante as medições.
Para cada ponto do aterramento, ou posição do aparelho, recomenda-se efetuar medidas em três
direções, com ângulo de 60° entre si. No caso de subestações deve-se efetuar medidas em vários
pontos, cobrindo toda a área da malha pretendida.
Após a medição, devemos juntar os dados em uma tabela, e avaliar quais deverão ser considerados e
quais deverão ser desprezados. Essa avaliação deverá ser realizada da seguinte forma:
a) Calcular a média aritmética dos valores de resistividade calculados para cada espaçamento;
b) Com base nessas médias calcular a diferença entre cada valor de resistividade e a média de seu
espaçamento;
c) Desprezar todos os valores de resistividade que tenham desvio maior que 50% em relação a
média. Todos os valores com desvio abaixo de 50% serão aceitos;
d) Caso seja observado um elevado número de desvios acima de 50%, recomenda-se realizar novas
medidas no local. Se a ocorrência dos desvios persistir, deveremos considerar esta região
independente para efeito de modelagem;
e) Com os dados já analisados, calcula-se novamente a média aritmética das resistividades
remanescentes;
f) Com as resistividades médias para cada espaçamento, tem-se os valores definitivos para traçar a
curva ρ x a , necessária ao procedimento das aplicações dos métodos de estratificação do solo.
ESTRATIFICAÇÃO DO SOLO
Os solos em função de sua própria formação geológica, podem ser representados através de um
modelo formado por camadas horizontais estratificadas.
A resistividade de cada camada, bem como a sua profundidade podem ser determinadas através de
diversos métodos de estratificação do solo, conforme abaixo:
Com base no processo de medição de resistividade do solo estabelecido pelo Método de Wenner,
podemos chegar a expressão que relaciona a resistividade do solo para uma distância “a” entre os
eletrodos com a resistividade do solo da primeira camada, conforme abaixo :
Tendo em vista a pequena variação de valores do coeficiente de reflexão K, é possível traçar uma
família de curvas teóricas em função de valores das relações ρ(a)/ρ1 e h/a. Apresentamos as curvas
traçadas para K variando na faixa negativa, isto é, curva ρ(a) x a descendente e para K variando na
faixa positiva, com curva ρ(a) x a ascendente.
Com base nas curvas e equações, podemos agora estabelecer um procedimento de calculo para
definir a estratificação do solo em duas camadas :
Onde:
Nos sistemas de aterramento raramente uma única haste é o suficiente para chegarmos ao valor da
resistência desejada. Analisando a fórmula acima, verificamos que as alternativas para melhorarmos
este valor de resistência são aumentarmos o diâmetro da haste (limitações técnicas, e baixa relação
custo-benefício), colocarmos mais hastes em paralelo, aumentarmos o comprimento da haste,
reduzirmos a resistividade aparente do solo utilizando tratamento químico.
Além da resistência de terra dada pela fórmula acima, temos outros elementos que compõe o valor
final da resistência do sistema de aterramento, conforme abaixo :
INSTALAÇÕES DE HASTES EM PARALELO
A instalação de hastes em paralelo, reduzem significativamente o valor final da resistência de
aterramento. Esta redução não segue simplesmente a lei de resistências em paralelo, em função da
interferência que ocorre entre as zonas equipotenciais de cada haste, conforme abaixo.
Esta zona de interferência entre as linhas equipotenciais causa uma área de bloqueio do fluxo da
corrente de cada haste, resultando uma maior resistência de terra individual. Como a área de
dispersão efetiva da corrente de cada haste torna-se menor, a resistência de cada haste dentro do
conjunto aumenta. Isto faz com que ao instalarmos duas hastes em paralelo o resultado final seja um
valor de resistência menor que aquele para uma haste, porém maior que o valor da resistência para
uma haste dividido por dois.
Verifica-se que se aumentarmos o espaçamento entre as hastes essa interferência diminui, porém um
aumento muito grande torna-se economicamente inviável. Utiliza-se normalmente um espaçamento
por volta do comprimento da haste, sendo assim é comum que esse espaçamento seja em torno de
três metros.
Para chegarmos ao valor da resistência de terra de um sistema com várias hastes, necessitamos a
partir do valor calculado para uma haste, chegar ao valor da resistência equivalente para o conjunto
das hastes, que é dado pela formula a seguir:
Rh = Resistência apresentada pela haste “h” inserida no conjunto considerando as interferências das
outras hastes
n = Número de hastes paralelas
Rhh = Resistência individual de cada haste sem a presença de outras hastes(fórmula anterior)
Rhm = Acréscimo de resistência na haste “h” devido à interferência mútua da haste “m”
Fazendo o cálculo para todas as hastes do conjunto (Rh) tem-se os valores da resistência de cada
haste:
INSTALAÇÃO DE HASTES PROFUNDAS
Neste tipo de montagem, procura-se diminuir o valor da resistência de terra, com o aumento do
comprimento L da haste. O aumento do comprimento da haste faz com que na instalação do sistema
apareçam outros fatores que ajudam a melhorar ainda mais a qualidade do aterramento. Estes fatores
são :
BATE ESTACA – onde as hastes são emendáveis, possuindo rosca nos extremos, e são cravados
uma a uma no solo por bate estacas. Dependendo do terreno é possível, por este processo, chegar a
18 metros de profundidade.
MOTO PERFURATRIZ – neste caso é cavado um buraco, onde é introduzido uma única haste
soldada a um fio longo que a interliga com o sistema a ser aterrado. Recomenda-se também
introduzir no buraco, juntamente com a haste limalha de cobre. Esta limalha ao penetrar no solo,
facilita a dispersão da corrente, obtendo uma menor resistência elétrica do sistema. Por este processo
consegue-se, dependendo das características do solo, chegar até 60 metros de profundidade.
TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO
O tratamento do solo com algum tipo de produto químico, tem a finalidade de diminuir a resistência
de aterramento de uma malha, com a alteração da resistividade do solo. Este tipo de procedimento
não deve ser realizado de maneira indiscriminada, mas deve somente ser aplicado em sistemas onde
não se atingiu o valor da resistência desejada, e não é possível alterar o seu local de instalação e
alteração das características da malha de terra através do aumento do número de cabos, hastes etc.
não é possível mais ser feito, é inviável economicamente ou não atinge resultados satisfatórios.
O produto a ser utilizado neste tipo de tratamento deve atender a algumas recomendações
importantes, como a de não causar danos à natureza, não ser tóxico, além de ser quimicamente
estável, possuir baixa resistividade elétrica, não causar corrosão nos elementos do aterramento, não
ser consumido com a chuva, porém ter a capacidade de reter umidade.
Apresentamos dois produtos que podem ser utilizados para este tipo de tratamento:
Tendo em vista que a função principal do tratamento químico é reter a água para diminuir a
resistência da terra, épocas de secas podem alterar significativamente a atuação do tratamento.
Nestas épocas recomenda-se molhar a terra que contém a malha.
RESISTIVIDADE APARENTE
A resistência final de uma malha de terra depende da geometria desta malha e da resistividade do
solo vista pela mesma em função de sua integração com o este solo, considerando a profundidade
atingida pelo escoamento das correntes elétricas. Se colocarmos um sistema de aterramento com a
mesma geometria em solos com camadas diferentes, teremos valores de resistência de terra distintos.
Para podermos calcular a resistividade do solo considerando a sua integração com a malha,
necessitamos definir resistividade aparente.
FÓRMULA DE HUMMEL
Fazer com que os potenciais que surjam na superfície quando da ocorrência do máximo
defeito à terra, sejam inferiores aos máximos potenciais de passo e toque que uma pessoa
pode suportar sem a ocorrência de fibrilação ventricular:
O condutor da malha deverá suportar os esforços mecânicos e térmicos a que estarão
sujeitos ao longo de sua vida, em função das altas correntes de defeito que circularão por
esta malha;
A resistência de terra da malha deverá ser compatível com o sistema de proteção permitindo
que o relé de neutro atue com segurança em caso de defeitos para a terra;
O processo de calculo da malha é basicamente um processo iterativo, partindo-se para efeito de
calculo de uma malha inicial, e verificando se os potenciais na superfície estão dentro dos limites de
segurança. Caso isto de confirme parte-se para o detalhamento da malha, ou caso contrario,
modifica-se o projeto inicial até se estabelecer as condições exigidas.
Antes de iniciarmos o processo de calculo, deveremos ter em mãos uma série de dados e definições
conforme abaixo:
Obter o valor da corrente máxima de curto circuito entre fase e terra no local do aterramento
(Imáxima = 3 I0).
Deve-se verificar o percentual correto da corrente de curto cicuito máxima que realmente
escoa pela malha.
Deve-se observar os diversos caminhos pelos quais a corrente de seqüência zero pode
circular.
Tempo de defeito para a máxima corrente de curto cicuito fase terra, equivalente ao tempo
de atuação do sistema de proteção.
Definição da área da malha pretendida.
Definição do máximo valor de resistência de terra de modo a ser compatível com a
sensibilidade do sistema de proteção.
A partir destes dados podemos iniciar nosso processo de calculo, seguindo um roteiro conforme
abaixo:
ESTRATIFICAÇÃO DO SOLO
Com base nas medições realizados no local, montamos um modelo de solo estratificado.
RESISTIVIDADE APARENTE
Com base na estratificação do solo, e nas características da malha que estamos dimensionando,
determinamos o valor da resistividade aparente do solo, conforme metodologia já estudada.
Quanto ao dimensionamento térmico, utiliza-se a fórmula de Onderdonk, válida somente para cabos
de cobre, que considera o calor produzido pela corrente de curto circuito totalmente restrito ao
condutor.
Apresentamos abaixo uma tabela simplificada nos dando a bitola do condutor em função do tempo
de defeito e do tipo de emenda, para cada unidade da corrente de defeito.
CAPACIDADE DO CONDUTOR DE COBRE EM (mm2/kA)
TEMPO DE DEFEITO (s) 0,5 1 4 30
Iremos considerar sempre em nossas formulas que a malha é formada por quadrados, isto é, ea ≈ eb.
A partir das dimensões da malha determinamos os números de condutores paralelos ao longo dos
lados da malha :
O comprimento total dos condutores que formam a malha é dado pela expressão :
Caso se opte por introduzir hastes de terra na malha, deve-se acrescentar seus comprimentos na
determinação do comprimento total de condutores na malha :
Escolhe-se o número inteiro, adequado ao resultado do cálculo acima.
O comprimento total dos condutores que formar a malha é dado pela expressão:
Caso se opte por introduzir hastes de terra na malha, deve-se acrescentar seus comprimentos na
determinação do comprimento total de condutores na malha:
RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO DA MALHA
A resistência de aterramento da malha pode ser calculada aproximadamente pela fórmula de Sverak,
conforme abaixo :
Ltotal = Comprimento total dos cabos e hastes que formam a malha, em metros.
O valor de resistência obtido com a fórmula deverá ser menor do que a máxima resistência limite da
sensibilidade do relé de neutro.
POTENCIAL DA MALHA
O potencial da malha é definido como o potencial de toque máximo, encontrado dentro de uma
submalha da malha de terra, quando do máximo defeito fase-terra. Numa malha de terra, a corrente
de defeito escoa preferencialmente pelas bordas da malha. Isto se dá, devido à interação entre os
condutores no interior da malha que forçam o escoamento da corrente pelas bordas da malha. Assim,
o potencial de malha máximo se encontra nos cantos da malha e pode ser calculado pela expressão:
Km é o coeficiente de malha que considera a influência da profundidade da malha, diâmetro do
condutor e espaçamento entre os condutores, conforme a expressão abaixo:
N = √Na Nb = a malha retangular é transformada numa malha quadrada com N condutores paralelos
em cada lado.
Kii = 1 = para malha com hastes cravadas ao longo do perímetro, ou nos cantos da malha ou ambos.
Kii = = para malha sem hastes ou com poucas não localizadas nos cantos ou periferia
Kp = Coeficiente que introduz no cálculo a maior diferença de potencial entre dois pontos
distanciados de 1 m. Este coeficiente relaciona todos os parâmetros da malha que induzem tensões
na superfície da terra.
N = maior valor entre Na e Nb , isto nos dará o maior valor de Kp
e = menor valor
Também neste caso, se tivermos hastes instaladas na periferia e nos cantos, deveremos considerar o
comprimento total somando ao comprimento dos cabos o comprimento das hastes com 15% de
acréscimo.
Este valor deverá ser comparado â tensão de passo máxima que o organismo humano deve suportar.
e ≥ 2,5m (Espaçamento)
MELHORIA DA MALHA
Após o seu dimensionamento, poderemos usar algumas alternativas para melhorar ainda mais a
qualidade da malha de terra :
– Fazer espaçamentos menores na periferia da malha;
– Arredondar os cantos da malha para diminuir os efeitos das pontas;
– Rebaixar os cantos;
– Colocar hastes na periferia;
– Colocar hastes na conexão do cabo de ligação do equipamento com a malha;
– Fazer submalhas no ponto de aterramento de bancos de capacitores e chaves de aterramento; se
não for possível usar malha de equalização somente neste local.
– Colocar um condutor em anel a 1,5m da malha e a 1,5m de profundidade.
– Caso a malha estiver em situação muito crítica, ou além do seu limite de segurança, pode-se usa
uma malha de equalização, que mantém o mesmo nível de potencial na superfície do solo. É uma
verdadeira blindagem elétrica.
As correntes de curto circuito fase terra, geram componentes de seqüência zero, que em sua maioria
retornam ao sistema pela terra. Esta corrente é limitada pela resistência de aterramento do sistema.
No instante do curto circuito a densidade de corrente no solo junto à haste é máxima. Com o
afastamento, as linhas de corrente se espraiam diminuindo a densidade de corrente. Após uma
determinada distância, o espraiamento das linhas de corrente é máximo, e a densidade de corrente
praticamente nula. Portanto, a região do solo para o afastamento considerado, fica com resistência
elétrica praticamente nula.
Concluímos portanto que a resistência de terra da haste em que está sendo feita a medição
corresponde somente ao solo onde as linhas de corrente convergem.
MÉTODO DE MEDIÇÃO VOLT- AMPERÍMETRO
Este é um método clássico, utilizando-se conforme esquema abaixo, um amperímetro, um voltímetro
e uma fonte de corrente da ordem de alguns ampères (gerador portátil, transformador).
A = Sitema de aterramento principal
B = Haste auxiliar para possibilitar o retorno da corrente elétrica I
P = Haste de potencial, que se desloca desde A até B
x = Distância da haste “P” em relação ao aterramento principal A
A curva é levantada deslocando-se a haste “P” entre as hastes “A e B”. A corrente que circula pelo
circuito é constante, pois a mudança da haste “P” não altera a distribuição de corrente. Para cada
posição da haste é lido o valor de tensão no voltímetro e calculado o valor da resistência elétrica.
Deslocando-se a haste “P” em todo o percurso entre A e B, tem-se a curva de resistência de terra em
relação ao aterramento principal. Na região do patamar, tem-se o valor de RA , que é o valor da
resistência de terra do sistema de aterramento principal. No ponto B, tem-se o valor da resistência de
terra acumulada do aterramento principal e da haste auxiliar, isto é, RA + RB.
Como o objetivo da medição é obter o valor da resistência de terra do sistema de aterramento, deve-
se deslocar a haste “P” até atingir a região do patamar. Neste ponto a resistência de terra R A é dada
pela expressão abaixo:
O aparelho injeta no solo, pelo terminal de corrente C1, uma corrente elétrica I. Esta corrente retorna
ao aparelho pelo terminal de corrente C2, através da haste auxiliar B. Esta circulação de corrente
gera potenciais na superfície do solo. O potencial correspondente ao ponto “p” é processado
internamente pelo aparelho, que indicará o valor correspondente da resistência neste ponto.
Não devem ser feitas medições sob condições atmosféricas adversas, tendo-se em vista a
possibilidade de ocorrência de raios.
Não tocar na haste e na fiação.
Não deixar que animais ou pessoas estranhas se aproximem do local.
Utilizar calçados e luvas de isolação para executar as medições.
O terra a ser medido deve estar desconectado do sistema elétrico.