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SALINÓPOLIS
2022
RUANNE MATOS DE SOUZA
SALINÓPOLIS
2022
RUANNE MATOS DE SOUZA
Banca Examinadora:
Agradeço,
Primeiramente, aos meus pais, Rute e Roger, que foram os maiores incentivadores da
minha busca por conhecimento e que sempre batalharam para oferecer a mim e ao meu irmão
a melhor educação possível. Além disso, nunca mediram esforços para me fazer crescer como
ser humano e me ensinar o que há de mais justo e correto no mundo. Vocês são minha maior
fonte de inspiração e minha maior motivação para ir em busca dos meus sonhos e objetivos de
vida.
A toda minha família – tias, tios, avós, primas e primos - a qual julgo ser a melhor que
alguém um dia poderia ter, pois eles apoiaram e continuam apoiando cada decisão que eu tomo
na vida, além de sempre demonstrar grande afeto, zelo, orgulho e cuidado em relação à minha
pessoa. Vocês são parte essencial sobre quem eu sou e sobre o quanto desejo melhorar a cada
dia.
Aos meus amigos de Belém os quais cativei ao longo da vida e que sempre estiveram
presentes em momentos especiais para mim e comemoraram cada nova conquista.
À Luana Uchôa e Rodrigo Bulhões os quais se tornaram minha segunda família e
fizeram com que essa caminhada se tornasse um pouco menos árdua. Obrigada pela amizade,
pelo cuidado e companheirismo de sempre.
Ao meu companheiro de vida, Edson Maia, por não medir esforços para me apoiar,
incentivar, ensinar e me fazer feliz todos os dias. Obrigada por ser meu ombro amigo em
momentos de decepção, meu abrigo quando tudo em volta parece não conspirar a favor e meu
amor de uma vida inteira.
Aos meus orientadores Angela Santa Brígida e Anderson Oliveira por aceitar embarcar
comigo nessa etapa tão importante da minha vida acadêmica. Além dos colaboradores Cledson,
Victor e Ivenson por me auxiliar ao longo da iniciação científica. Obrigada por orientar meus
passos e contribuir para meu crescimento intelectual.
Por fim, agradeço aos docentes, técnicos e a todo o grupo de funcionários presentes no
campus Salinópolis por fazer parte dessa etapa única em minha vida.
RESUMO
A indústria petrolífera frequentemente investe bilhões na inspeção de dutos que
transportam óleo e gás. O principal problema enfrentado está na destruição da infraestrutura,
majoritariamente constituída por aço, ocasionada pela corrosão. Desse modo, há uma constante
busca por uma maneira de realizar a identificação de regiões as quais estão propensas a sofrer
com o processo corrosivo de forma otimizada e em tempo real, para que os gastos sejam
reduzidos e os dutos sejam preservados por mais tempo, visto que eles operam por longos
períodos. Com o intuito de mitigar tal problemática, sensores de fibra óptica são comumente
utilizados para inspeção dessas estruturas, já que são imunes a interferências eletromagnéticas,
operam de forma eficaz em ambientes adversos e com características corrosivas, além de serem
compactos e oferecer dados em tempo real. Os sensores com grades de Bragg (FGB) estão
ganhando cada vez mais notoriedade pelas suas diversas vantagens em relação aos sensores
convencionais, como baixo custo, fácil operacionalidade, além da capacidade de multiplexação.
Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo demonstrar a eficácia da utilização de sensores
FGB quanto a identificação do grau de corrosão em dutos, tendo como parâmetro principal a
deformação circunferencial da tubulação, gerada devido à forte atuação da pressão o que
acarreta a deformação axial do sensor.
Figura 1- Diagrama do projeto e princípio de medição do sensor FBG baseado em calibre ... 15
Figura 2 - Diagrama esquemático de um bastidor FBG sensor de tensão ................................ 18
Figura 3 - Diagrama esquemático do sistema de medição ....................................................... 18
Figura 4 - Diagrama esquemático ............................................................................................. 19
Figura 5 - Princípio de funcionamento da fibra com grade de Bragg ...................................... 23
Figura 6 - Aplicações da Rede de Bragg em Fibra. (a) Sensor de temperatura. (b) Sensor de
pressão. (c) Sensor químico ...................................................................................................... 24
Figura 7 - Conceito geral de interrogação ................................................................................ 25
Figura 8 - Comparação da espessura da parede entre os dutos de PVC (a) e aço (b) ao variar a
pressão ...................................................................................................................................... 40
Figura 9 - Comparação da espessura da parede entre os dutos de PVC (a) e aço (b) em relação
à deformação circunferencial.................................................................................................... 41
Figura 10 - Comparação da aplicação de pressão nos dutos de PVC (a) e aço (b) em relação ao
comprimento de onda de Bragg ................................................................................................ 41
Figura 11 - Comparação da variação de espessura dos dutos de PVC (a) e aço (b) em relação ao
comprimento de onda de Bragg ................................................................................................ 42
SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................................... 5
ABSTRACT................................................................................................................... 6
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO .................................................................................. 9
CAPÍTULO 2: ESTADO DA ARTE......................................................................... 12
2.1 Aplicação dos sensores FGB na indústria de petróleo e gás .................................. 12
2.2 Sensores FGB aplicados à detecção de corrosão em dutos .................................... 15
CAPÍTULO 3: ASPECTOS TEÓRICOS ................................................................. 20
3.1 Fibras ópticas .......................................................................................................... 20
3.1.1 Fibras com Grades de Bragg – FGB ............................................................... 21
3.1.2 Técnicas de interrogação ................................................................................ 25
3.2 Aspectos gerais em corrosão .................................................................................. 26
3.2.1 Natureza química do produto da corrosão ...................................................... 27
3.2.2 Tipos de corrosão ............................................................................................ 27
3.3 Corrosão em estruturas e dutos ............................................................................... 29
3.3.1 Corrosão em gasodutos ................................................................................... 32
3.3.2 Corrosão em oleodutos e dutos de derivados ................................................. 34
3.4 Tipos de aço utilizados na indústria petrolífera ...................................................... 34
CAPÍTULO 4: METODOLOGIA ............................................................................ 37
CAPÍTULO 5: RESULTADOS ................................................................................. 40
CAPÍTULO 6: CONCLUSÃO .................................................................................. 43
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 44
9
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de E&P de Petróleo – UFPA
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
Sabe-se que os sensores de fibra óptica têm sido amplamente empregados na indústria
de petróleo e gás em poços e reservatórios há quase 30 anos (BALDWIN, 2017). Para tais
aplicações seu uso como um mecanismo de transmissão de dados traz vários benefícios
adicionais. Em primeiro lugar, a eficiência da transmissão é tal que o interrogador pode ser
localizado a várias dezenas de quilômetros de distância do fundo do poço (HORST et al., 2015).
Em segundo lugar, as informações são codificadas no comprimento de onda da luz que não é
afetado pela atenuação de características dentro da fibra, o que significa que sua qualidade e
precisão são mantidas mesmo com comprimentos de transmissão tão extensos. Por fim, os
dados são imunes à influência eletromagnética de máquinas elétricas frequentemente
encontradas nos ambientes de poços de petróleo, submarinos e de superfície (STAVELEY et
al., 2017).
Para um melhor entendimento do contexto exposto, faz-se necessário um breve
levantamento histórico acerca da evolução das fibras com grades de Bragg - FGB aplicadas a
segmentos da indústria de óleo e gás, dando a devida atenção à sua utilização na detecção de
corrosão em dutos.
Sensores de fibra óptica tem contribuído em diversas aplicações desde a década de 1980,
contudo sua presença na indústria do petróleo teve visibilidade em meados de 1990, onde
centrou-se, principalmente, no monitoramento de poços (BALDWIN, 2018).
Nesse sentido, sensores FGB foram utilizados para monitorar a resposta dinâmica de
uma plataforma offshore. O parâmetro utilizado para tal análise foi a variação da deformação a
qual foi aplicada em testes de carregamento estático e dinâmico. O aparato experimental
empregado foi uma mesa de agitação sísmica subaquática a qual forneceu as excitações
apropriadas. Com isso, os cálculos realizados promulgaram que a frequência máxima de
trabalho do sensor atendeu ao requisito de medição de deformação dinâmica. Nesse sentido, os
resultados obtidos indicaram que a deformação máxima medida pelo sensor de deformação está
em concordância com o extensômetro elétrico comumente empregado e este demonstra
vantagem especial referente à imunidade a interferências eletromagnéticas (SUN et al., 2007).
Nos estudos de Ficocelli et al. (2015), sensores ATS, baseados em FGB, forneceram
uma solução para medições livres de erros em aplicações de recuperação térmica EOR
(Enhanced Oil Recovery) ricas em hidrogênio. Essa detecção patenteada aproveita as vantagens
inerentes de modulação de frequência, operando de forma eficaz e sem erros em ambientes
hostis de poços.
que o sensor oferece uma excelente precisão e estabilidade para o método proposto. O esquema
pode ser visualizado na figura 1.
Figura 1- Diagrama do projeto e princípio de medição do sensor FBG baseado em calibre
Para isso, a tecnologia de sensoriamento óptico é considerada uma das mais importantes
e promissoras para essas aplicações, visto que, possui baixo custo e alta eficiência como
principais características, ou seja, seu desenvolvimento e aplicação em diferentes áreas permite
maior confiabilidade, visando uma maior aplicação dessa tecnologia no futuro.
Em Pacheco e Bruno (2013), um sensor de força sem contato, utilizando grades de
Bragg, foi proposto sendo anexado a um pequeno ímã. Este aparato foi capaz de medir a força
entre o ímã e qualquer material ferromagnético posicionado a uma distância ínfima do sensor.
À medida que há o desgaste do material devido a corrosão é gerado um aumento da distância
entre o ímã e a superfície corroída, diminuindo, assim, a força magnética, estando o sensor
posicionado a uma distância de afastamento constante. Com isso, ocorrerá a diminuição da
tensão na fibra, alterando o comprimento de onda de Bragg refletido. O estudo mostrou, nesse
contexto, que é possível monitorar a corrosão interna de dutos sem que o sensor esteja
necessariamente aderido à estrutura. Além disso, curvas de calibração as quais relacionam a
força com a distância do sensor em relação ao material ferromagnético foram adquiridas através
de modelos de elementos finitos.
Ocasionalmente, sensores com grades de Bragg e medidores de deformação são
utilizados para monitorar a resposta dinâmica em dutos submarinos diante de diversas
condições de carregamento dinâmico e da frequência máxima de trabalho. O trabalho de Zhou
e Sun (2014) centrou-se no estudo das características dinâmicas de sensores FGB em um duto
submarino, além de uma análise experimental em laboratório. De acordo com os resultados
obtidos, concluiu-se que o sensor FGB possui superioridade aos extensômetros comumente
utilizados, além de suprir a demanda de medição dinâmica de deformações.
Um novo método foi desenvolvido para monitorar a corrosão em dutos, este é baseado
na abordagem do problema de forma indireta. Tratando-se da análise da deformação
circunferencial oriunda do afilamento da parede interna dos dutos, ocasionada sob influência
da pressão interna, além do processo corrosivo. O estudo indica que o método é eficaz como
uma nova forma de monitoramento e gerenciamento em tempo real, além de poder ser
empregado por toda a vida útil da estrutura. Ademais, a simulação numérica confirmou toda a
parte prática demonstrando que o método é altamente viável (SUN et al., 2015).
Ao longo da sua atividade tanto óleo, gás, assim como outras substâncias são conduzidas
nos dutos por meio de alta pressão. Dessa forma, o tubo irá se expandir, causando uma
Um mecanismo de monitoramento de corrosão foi criado por Vahdati et al. (2018) para
detecção de perda de material em dutos de óleo e gás. Esse processo foi mensurado utilizando-
se a força oriunda de ímãs permanentes juntamente com a FGB. O modo de operação do sistema
sensor foi relacionado à mudança na espessura das tubulações, ocasionada geralmente por
corrosão ou erosão.
Assim como já analisado em outros artigos, este estudo também aborda a medição
indireta da corrosão com base na deformação circunferencial do duto ocasionando uma
deformação axial na fibra. Para isso, a análise numérica foi realizada usando SAP2000, neste
sentido, os resultados demonstram que o deslocamento do comprimento de onda de Bragg
possui uma relação linear com a espessura e a pressão internas da estrutura (REN et al.).
O funcionamento das fibras ópticas é precedido pelo fenômeno da reflexão total da luz,
que pode ser definido pela passagem desta de um meio mais denso para um menos denso. Elas
são produzidas, basicamente, com um material dielétrico (isolante) em uma estrutura cilíndrica,
transparente, flexível e que pode atingir milhares de quilômetros. Tal aparato é composto por
uma parte central, o núcleo – onde o índice de refração encontra-se em níveis mais altos -, e
outra que contorna essa região, a casca (TRONCO; AVILA, 2021).
Além disso, quase que a totalidade das fibras é encapsulada em material plástico
elástico, que traz segurança em relação à abrasão e garante que haja dureza em sua estrutura,
mecanismo o qual isola-a mecanicamente de ínfimas irregularidades geométricas, distorções ou
rugosidades das superfícies adjacentes. Sua estrutura define, basicamente, a capacidade de
transmitir dados e influência na resposta a variações ambientais (KEISER, 2014).
A propagação da luz através da fibra dá-se por meio de um conjunto de ondas
eletromagnéticas, os modos do guia de ondas, também conhecidos como modos ligados ou
confinados. Cada um desses modos trata-se de um modelo de distribuições de campos elétricos
e magnéticos, que se reproduzem periodicamente ao longo da fibra (KEISER, 2014).
Com isso, são definidos dois tipos de perfis de índice de refração nas fibras ópticas:
índice degrau e índice gradual. Nas fibras com índice degrau, o índice de refração do núcleo é
constante ao longo de toda a sua extensão, já nas de índice gradual esse índice de refração sofre
variações ao longo do diâmetro do núcleo (KEISER, 2014).
Há, basicamente, duas categorias de fibras ópticas: monomodo e multimodo. Tal divisão
descreve a forma como a luz se propaga no interior do núcleo.
Desde meados de 1995, quando teve origem a primeira Fibra com Grade de Bragg
comercial, sua utilidade para diversas aplicações foi ampliada. O princípio de produção de uma
FBG é expor a fibra a uma máscara de fase para gerar um padrão de interferência em seu núcleo,
o qual irá induzir uma mudança permanente nas características físicas da matriz de sílica. Esta
alteração consiste em uma mudança espacial periódica do índice de refração do núcleo que cria
uma estrutura ressonante (SIGNORINI et al., 2017).
Além disso, elas são gravadas diretamente no núcleo de uma fibra monomodo, por meio
da modulação periódica do seu índice de refração. Suas principais formas de gravação são pelo
método de máscara de fase e pelo método holográfico (MARQUES, 2015), ambas ocorrem pela
utilização de radiação ultravioleta, possuem em torno de 1 a 10 mm de comprimento e são
consideradas de fácil fabricação e baixo custo (ARANTES, 2018).
A grade de Bragg é projetada para refletir um comprimento de onda específico, desse
modo, parte da luz que incide na fibra óptica reflete e o restante continua seu trajeto sem sofrer
qualquer interferência. Logo, entende-se que a grade de Bragg atua como um filtro rejeita faixa,
permitindo passar apenas os comprimentos de onda os quais não estão em ressonância com a
grade, e o comprimento de onda de Bragg reflete construtivamente à medida que passa por cada
microestrutura, formando um pico de reflexão (MARQUES, 2015).
Sabe-se que os sensores de fibra óptica dispõe-se em três configurações de
sensoriamento distintas: ponto único, múltiplos pontos ou contínua. Na disposição contínua,
apenas parte da fibra atua como um elemento sensor. As configurações restantes atuam na
medição de pontos discretos ao longo do comprimento da fibra, podendo ser em um único ponto
ou múltiplos. Tais aparatos garantem uma medição bem mais abrangente do que a configuração
já mencionada, ademais promovem precisão e resolução espacial bem melhores e maiores
(ARANTES, 2018).
O princípio o qual descreve o funcionamento da grade de Bragg com a finalidade de
sensoriamento de grandezas físicas relaciona-se ao fato do comprimento de onda de Bragg
sofrer alteração devido a mudanças do período da grade, geradas pela temperatura ou pela
deformação da fibra (MARQUES, 2015). O requisito necessário para o comprimento de onda
de Bragg é dado pela equação 1:
𝜆𝐵 = 2𝑛𝑒𝑓 Λ (1)
Onde 𝜆𝐵 é o comprimento de onda central da luz de entrada a ser refletida; nef é o índice
de refração efetivo do núcleo no comprimento de onda a ser refletido e ∧ é o período da variação
no índice de refração da grade (MARQUES, 2015).
A deformação da fibra oriunda da alteração da pressão ou da temperatura, por exemplo,
muda o período da grade, modificando, desse modo, o comprimento de onda central da luz
refletida. Esse deslocamento garante o sensoriamento do fenômeno físico que o incitou
(MARQUES, 2015). O qual é dado pela equação 2:
Δ𝜆𝐵
= (1 + 𝑝𝑒 )Δ𝜖 + (𝛼𝑛 + 𝛼Λ )Δ𝑇 (2)
𝜆𝐵
O fato de a FGB utilizar o comprimento de onda como grandeza necessária para realizar
a aferição isso a torna extremamente atraente para fins de sensoriamento. Logo, as variações na
intensidade da luz não causam interferência quanto à precisão das medições (MARQUES,
2015).
Tal comportamento é expresso pela figura 5, onde os parâmetros se alteram em
concordância com os estímulos recebidos, dando origem a uma variação do comprimento de
onda (ARANTES, 2018).
Figura 5 - Princípio de funcionamento da fibra com grade de Bragg
onde a fibra irá detectar tensão em decorrência da pressão do fluido deflexionando a membrana
(Figura 6 (b)). Inclusive, há a possibilidade de produzir um sensor químico fazendo o
revestimento da FGB com um polímero que incha, produzindo tensão, ao encontrar-se com uma
certa substância química (Figura 6 (c)) (ARANTES, 2018).
Figura 6 - Aplicações da Rede de Bragg em Fibra. (a) Sensor de temperatura. (b) Sensor de pressão. (c) Sensor
químico
superfície o qual avalia a luz que é transmitida para a fibra. Contudo, há uma grande limitação
quanto ao uso das FGB’s, ocasionada pela sensibilidade cruzada entre pressão e temperatura.
À medida que uma FGB é iluminada com uma fonte de luz banda larga, uma assinatura
espectral de retorno é alcançada, tendo um formato aproximadamente gaussiano situado no
comprimento de onda de Bragg. Quando surgem alterações no espaçamento da grade perante a
ação de algum fenômeno físico que está sendo medido, esta assinatura reposiciona-se no eixo
espectral. Destarte, a definição do comprimento de onda central possibilita quantificar uma
certa medida. Para tal, sistemas de interrogação são construídos para que, quando utilizados,
garantam que o comprimento de onda de Bragg seja descoberto de maneira eficiente e com
baixo custo (MARQUES, 2015). Um conceito geral de interrogação é demonstrado na figura
7.
Diante do exposto, uma fonte de banda larga é direcionada para a FGB por meio de um
circulador. Ela, então, recebe influência oriunda do ambiente e reflete a onda no comprimento
de Bragg. A onda refletida regressa ao circulador o qual direciona a mesma para detecção e
processamento que gera uma resposta de saída em função do comprimento de onda de Bragg
(MARQUES, 2015).
A medição do comprimento de onda de Bragg pode ser realizada por meio de um
Analisador de Espectro Óptico (OSA), através do cálculo do centróide de massa do espectro,
pelo emprego de redes gêmeas - uma delas sendo a referência -, por filtro óptico sintonizável e
eletronicamente sintonizável, ou por meio de interrogadores comerciais de FGB. Diante disso,
uma fibra pode abarcar mais de uma FGB espaçadamente dispostas, com distintos
comprimentos de onda de Bragg entre elas. Nessa situação específica é plausível a monitoração
de vários pontos distintos do sistema pelo fenômeno da multiplexação (MARQUES, 2015).
De maneira geral, os processos corrosivos podem ser divididos em dois grandes grupos,
os quais representam quase a totalidade dos casos de corrosão nos materiais existentes na
natureza (SOUSA et al., 2017). Para tipificar a corrosão nos metais é necessário ter
conhecimento acerca dos seus respectivos meios corrosivos circundantes. Os mecanismos de
corrosão se dão através de reações químicas ou eletroquímicas, estes podem ser determinados
da seguinte maneira (NASCIMENTO, 2013):
• Corrosão eletroquímica: estes são os mais recorrentes na natureza e ocorrem,
necessariamente, na presença de água líquida; sob temperaturas abaixo do ponto de orvalho,
além de dar-se devido a formação de uma pilha ou célula de corrosão, havendo o tráfego de
elétrons ao longo da superfície. São também conhecidos como corrosão em meio aquoso ou
corrosão úmida (SOUSA et al., 2017).
• Corrosão química: estes são menos recorrentes na natureza e têm sua origem
advinda da industrialização, envolvendo operações em altas temperaturas. Também podem ser
denominados como corrosão em meio não-aquoso ou corrosão seca. Os processos corrosivos,
basicamente, são originados pela ausência de água líquida; ocorrem sob altas temperaturas,
sempre acima do ponto de orvalho; se dão devido a interação direta entre o metal e o meio
corrosivo (SOUSA et al., 2017).
Alguns fatores são imprescindíveis para que ocorram os tipos de corrosão, como:
reações químicas e eletroquímicas, variação de pH – quanto menor o pH maior será a
concentração de hidrogênio no meio -, movimento relativo entre o meio corrosivo e o material,
impurezas no metal, além do teor de oxigênio presente no meio circundante (NASCIMENTO,
2013).
Aqui, são apresentados os principais agentes corrosivos que são recorrentes na indústria
do petróleo. São eles:
• Ácido sulfídrico
O ácido sulfídrico (H2S) é considerado por seu relativo potencial corrosivo em metais e
ligas metálicas, recorrente em dutos, sob tensão esses materiais podem sofrer corrosão,
principalmente em aços de alta resistência em com dureza Rockwell C. Já os aços carbono com
dureza inferior não são tão propensos a sofrer corrosão sob tensão pela atuação do ácido
sulfídrico, contudo são susceptíveis à corrosão por pites na presença de cloreto (SOUSA et al.,
2017).
Esse ácido é corrosivo apenas quando dissolvido em água. Como demonstrado pela
equação 4, de maneira simplificada:
𝐻2 𝑂
𝐹𝑒 + 𝐻2 𝑆 → 𝐹𝑒𝑆 + 𝐻2 𝑆 (4)
• Ácido clorídrico
corrosão sob tensão acontece onde há, simultaneamente, tensão e um meio circundante que seja
corrosivo, não sendo estes parâmetros relevantes quando ocorrem de forma isolada. Ambas as
corrosões abrangem a dissolução anódica como um meio para a propagação de fissuras
(SOUSA et al., 2017).
É possível ocorrer ao mesmo tempo a corrosão por sulfeto e por cloreto. Esse processo
acarreta na formação de produtos de sulfeto de ferro, envolvendo tanto o H2S quanto o HCl. O
cloreto de ferro é formado pela interação entre o filme líquido fino na superfície metálica, que
contém ácido clorídrico, e o gás ácido presente no ambiente, que reage com o sulfeto de
hidrogênio formando o cloreto de ferro. E, então, este reage com o cloreto de ferro dando origem
ao sulfeto de ferro mais o ácido clorídrico (SOUSA et al., 2017). Como mostradas nas reações
abaixo:
• Dióxido de carbono
É recorrente que o dióxido de carbono seja produzido junto com gás e óleo. Ele dissolve-
se em água com o intuito de produzir ácido carbônico, provocando a diminuição do pH. A
corrosão devido ao CO2 também pode ser oriunda da injeção desse gás no reservatório de
petróleo como um método de recuperação, que pode levar ao desgaste metálico dos
equipamentos tanto do poço, quanto da superfície. Um atributo desse tipo de corrosão é a
formação de pites, já explicados anteriormente, recorrentes em poços profundos e estreitos,
além da ocorrência de corrosão generalizada em áreas afetadas pelo calor, como soldas. Por
fim, o fluxo multifásico também pode ser considerado por corroborar para o surgimento de
corrosão por CO2 em tubulações de aço (SOUSA et al., 2017).
• Oxigênio
esta não se consolida sob critérios técnicos, mas sim sob jargões do cotidiano. Inclusive,
levando-se em consideração o processo a que o gás está sendo sujeitado, os particulados
atuantes no gás natural são nomeados como pó preto ou black powder, independente da origem
do material particulado o qual pode ter composições inteiramente distintas um do outro
(SILVA, 2011).
Para que a corrosão em oleodutos aconteça deve haver a presença de água livre, ou seja,
água líquida como uma fase diferente no fluido transportado e a velocidade de desgaste estará
sujeita à concentração de água produzida, da sua composição química, além das características
operacionais do duto. Os fatores principais que influenciam para a progressão da corrosão são:
fator pH, alcalinidade, ácidos orgânicos, sólidos suspensos, íons cloreto, bactérias e gases
dissolvidos (sulfeto de hidrogênio, oxigênio e dióxido de carbono) (SILVA, 2011).
Já quanto aos parâmetros operacionais temos: velocidade de fluxo, regime de
escoamento, pressão e temperatura. Ademais, a ocorrência de oxigênio modifica
expressivamente a corrosividade do ambiente nos sistemas de produção (SILVA, 2011).
Na indústria de óleo e gás os aços são diferenciados de acordo com sua aplicação, sendo:
para transporte de fluidos e/ou para revestimento de poços de extração (LOPES et al., 2017).
Os aços que são usados em tubulações para transporte de óleo e gás são especificados
de acordo com a Norma API 5L. Eles são aços alta resistência baixa liga (ARBL), os quais
possuem composição análoga ao aço carbono com a adição de elementos de liga em quantidades
razoáveis, como Nióbio (Nb), Titânio (Ti) e Vanádio (V), que não devem ultrapassar a
quantidade de 0,015%, além de outros metais como Cromo (Cr), Níquel (Ni), Molibdênio (Mo),
Cobre (Cu), Nitrogênio (N), Boro (B) e Zircônio (Zr) (ISO 3183:2012) (LOPES et al., 2017).
CAPÍTULO 4: METODOLOGIA
A redução da espessura da parede dos dutos é o processo mais tangível quando se trata
do fenômeno da corrosão. Desse modo, a variação da deformação circunferencial é capaz de
induzir alterações no diâmetro da parede interna de forma direta (REN et al., 2016). No Capítulo
4 serão abordadas as equações, tratadas no programa MATLAB, referentes à utilização de
sensores com grades de Bragg para identificação de desgaste na parede dos dutos, além dos
parâmetros utilizados para simular um duto de aço e um de PVC, observando, assim, seus
comportamentos.
A corrosão uniforme é um tipo de morfologia muito comum, principalmente quando se
trata de dutos de O&G, esta é mensurada de acordo com a profundidade média que atinge o
material (REN et al., 2016). Tal fenômeno se dá por meio de uma infinidade de fatores, tanto
naturais, quanto artificiais inesperados. Pelo ambiente adverso em que os dutos se encontram a
corrosão tende a iniciar em regiões de fraqueza da estrutura, como em dobras de aço inoxidável
por exemplo, e, com isso, é gerado um afinamento da parede (REN et al., 2014). Um método
eficaz de realizar a identificação e a medição do processo de corrosão encontra-se na utilização
de um sensor sensível à deformação baseado em grades de Bragg (REN et al., 2016).
Em regra, a corrosão de dutos é admitida como um processo de mudança gradual, onde
a variação da deformação circunferencial pode ser empregada para aferir a regressão lenta da
espessura da parede da tubulação a longo prazo. Contudo, esse não é o único ponto importante
referente à avaliação e ao acompanhamento da deformação do arco, visto que a resposta
dinâmica a essa mudança motivada por ocorrências circunstanciais de emergência atua como
um indicador de diminuição inesperada da pressão (REN et al., 2014).
Levando isso como referência, tenta-se projetar um aparato de medição de deformação
circunferencial o qual necessita atender às seguintes demandas: em primeiro lugar, o parâmetro
medido por esse sensor deve indicar a deformação circunferencial geral na mesma seção
transversal, com o intuito de aferir a corrosão da tubulação. Em segundo lugar, o sensor deve
estimar a resposta dinâmica e o sistema de obtenção de dados em uma taxa de amostragem
satisfatória. E, em terceiro lugar, o sensor necessita ser fixado à superfície externa do duto de
maneira firme e confiável de modo a cumprir com a inspeção a longo prazo (REN et al., 2014).
𝜎𝑦 − 𝜐𝜎𝑧
𝜀𝑦 = (7)
𝐸
𝑃𝑅
𝜀𝑦 = (9)
ℎ𝐸
𝜀𝐹 = 𝐾𝜀 (10)
Δ𝜆𝐵
𝜀𝐹 = (11)
1,2
1
Δ𝜆𝐵 = 𝛾 (12)
𝑡
1,2𝐾𝑑𝑃
γ = (13)
2𝐸
CAPÍTULO 5: RESULTADOS
Este capítulo descreve e analisa os resultados obtidos por meio do programa MATLAB
com os parâmetros definidos para dois materiais distintos, aço e PVC. Nesse sentido, as
equações tiveram os valores adaptados para cada material e, assim, pôde-se avaliar se os
comportamentos encontrados estão de acordo com o esperado.
Os gráficos abaixo, referentes aos testes conduzidos por simulação, comprovam a visão
de que as respostas oriundas do sensor com grades de Bragg refletem de forma eficaz e direta
o grau de corrosão de dutos.
Os gráficos exemplificam que o sensor o qual envolve a tubulação tem sensibilidade à
deformação, com isso, notou-se que a pressão é proporcional à deformação circunferencial do
arco, ou seja, quanto mais ela atua no duto, maior é a corroboração para o consequente
afinamento da estrutura.
Figura 8 - Comparação da espessura da parede entre os dutos de PVC (a) e aço (b) ao variar a pressão
(a) (b)
Figura 9 - Comparação da espessura da parede entre os dutos de PVC (a) e aço (b) em relação à deformação
circunferencial
Figura 10 - Comparação da aplicação de pressão nos dutos de PVC (a) e aço (b) em relação ao comprimento de
onda de Bragg
resposta direta quando a parede interna da tubulação é corroída, ou seja, sofre uma alteração
em sua espessura, tal comportamento pode ser evidenciados pelos seguintes gráficos.
Figura 11 - Comparação da variação de espessura dos dutos de PVC (a) e aço (b) em relação ao comprimento de
onda de Bragg
CAPÍTULO 6: CONCLUSÃO
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