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Electrotecnia Teórica
LEEC
Outubro de 2005
-
Índice
2 Guias metálicos....................................................................................................16
2.1 Guias de placas paralelas .............................................................................16
2.1.1 Condições fronteira..............................................................................17
2.1.2 Ondas TEM..........................................................................................17
2.1.3 Ondas TM ............................................................................................18
2.1.4 Ondas TE .............................................................................................19
2.1.5 Frequência de corte ..............................................................................21
2.2 Guias rectangulares......................................................................................22
2.2.1 Condições fronteira..............................................................................22
2.2.2 Método da separação das variáveis......................................................23
2.2.3 Ondas TEM..........................................................................................24
2.2.4 Ondas TM ............................................................................................24
2.2.5 Ondas TE .............................................................................................26
2.2.6 Frequência de corte ..............................................................................28
2.3 Guias circulares............................................................................................28
2.3.1 Condições fronteira..............................................................................31
2.3.2 Equação de onda em coordenadas cilíndricas......................................31
2.3.3 Funções de Bessel ................................................................................33
2.3.4 Ondas TEM..........................................................................................36
2.3.5 Ondas TM ............................................................................................37
2.3.6 Ondas TE .............................................................................................38
2.4 Cavidades rectangulares...............................................................................40
2.4.1 Ondas TM ............................................................................................41
2.4.2 Ondas TE .............................................................................................44
2.5 Cavidades circulares ....................................................................................47
2.5.1 Ondas TM ............................................................................................48
2.5.2 Ondas TE .............................................................................................50
3 Guias dieléctricos.................................................................................................52
3.1 Guias dieléctricos planares ..........................................................................52
3.1.1 Equação de onda em guias dieléctricos planares .................................54
3.1.2 Ondas TM ............................................................................................57
3.1.3 Ondas TE .............................................................................................68
3.2 Guias dieléctricos e reflexão interna total....................................................73
3.2.1 Modos permitidos ................................................................................75
3.2.2 Índice de refracção gradual ..................................................................78
3.3 Guias dieléctricos circulares – Fibras ópticas..............................................79
3.3.1 Equação de onda em guias dieléctricos circulares...............................80
3.3.2 Funções de Bessel modificadas ...........................................................81
3.3.3 Condições fronteira..............................................................................85
3.3.4 Frequência de corte ..............................................................................88
4 Bibliografia ..........................................................................................................91
1 Ondas Guiadas
Considere-se a propagação de ondas deste tipo num guia de onda cilíndrico, isto é,
num guia cuja secção transversal não varia com a distância longitudinal (direcção do
eixo dos z). Apenas serão considerados guias sem perdas, isto é, guias preenchidos
por um material de parâmetros ( ε , µ ), sem perdas, e podendo estar limitados por um
condutor perfeito ( σ = ∞ ).
1
r r
∇ 2xy E 0 + h 2 E 0 = 0
r r
∇ 2xy H 0 + h 2 H 0 = 0
Estas duas equações de onda correspondem a seis equações de onda escalares, uma
para cada componente dos campos:
∂ 2 E x0 ∂ 2 E x0 ∂ 2 H x0 ∂ 2 H x0
+ + h 2 E x0 = 0 + + h 2 H x0 = 0
∂x 2 ∂y 2 ∂x 2 ∂y 2
∂ 2 E y0 ∂ 2 E y0 ∂ 2 H y0 ∂ 2 H y0
+ + h 2 E y0 = 0 e + + h 2 H y0 = 0
∂x 2
∂y 2
∂x 2
∂y 2
∂ E 2 0
∂ E 2 0
∂ H ∂ 2 H z0 2 0
+ z
+ h Ez = 0
2 0z
+ + h 2 H z0 = 0
z
∂x 2
∂y 2
∂x 2
∂y 2
r r
onde E 0 = E x0 xˆ + E y0 yˆ + E z0 zˆ e H 0 = H x0 xˆ + H y0 yˆ + H z0 zˆ . Estas equações de onda não
são independentes e, portanto, não é necessário resolver estas seis equações para
r r
determinar E e H . Efectivamente, os campos eléctrico e magnético de uma onda
r r r r
estão relacionados pelas equações de Maxwell ∇ × E = − jωµH e ∇ × H = jωεE , ou
na forma escalar
∂E z0 ∂H z0
+ γ E y0 = − jωµH x0 + γ H y0 = jωεE x0
∂y ∂y
∂E z0 ∂H z0
− − γ E x0 = − jωµH y0 e − − γ H x0 = jωεE y0
∂x ∂x A
∂E y0 ∂E x0 ∂H y0 ∂H x0
− = − jωµH z0 − = jωεE z0
∂x ∂y ∂x ∂y
Hi = -
1
Hz juszy
5
2
1 ∂H z0 ∂Ez0
H x0 = − γ − j ωε
h 2 ∂x ∂y
1 ∂H z0 ∂E 0
H y0 = − 2 γ + jωε z
h ∂y ∂x
1 ∂E z0 ∂H z0
E x0 = − γ + j ωµ
h 2 ∂x ∂y
1 ∂E z0 ∂H z0
E = − 2 γ
0
− jωµ
∂x
y
h ∂y
3. Obter
r r
E ( x, y, z ) = E 0 ( x, y )e −γz
r r
H ( x, y, z ) = H 0 ( x, y )e −γz
3
É importante referir que, durante a resolução das equações de onda (ponto 1) ou na
determinação das componentes transversais (ponto 2), deverão ser usadas as
condições fronteira apropriadas para a determinação das constantes de integração e
dos valores possíveis para h. Estas condições fronteira dependem da geometria do
guia considerado.
Deve ser também notado que as expressões usadas na determinação das componentes
transversais são válidas apenas se h ≠ 0 . Caso h seja nulo, devem utilizar-se as
r r
equações de Maxwell para se determinar E e H .
Tipos de ondas
h2
γ = h 2 − ω 2 µε = ω µε −1
ω 2 µε
U = -s
res(s -1)
-
4
v
w
=
Est
h
fc =
2π µε
Substituindo esta expressão na equação acima, tem-se
2
fc
γ = ω µε − 1
f ·
Esta última equação permite facilmente concluir que
qu
• f < f c corresponde a γ real, isto é, γ = α . Neste caso, os fasores dos campos F
eléctrico e magnético são dados por
r r
Furamente real
E ( x , y , z ) = E 0 ( x , y ) e −α z
r r
H ( x, y, z ) = H 0 ( x, y ) e −α z
o que significa que a amplitude dos campos decresce exponencialmente com z,
correspondendo a um modo evanescente;
r r imaginario
H ( x , y , z ) = H 0 ( x , y ) e − jβ z
o que representa um modo em propagação.
Isto significa que apenas as ondas com frequência f tal que f > f c se propagam ao
longo do guia, o que facilmente explica a designação “frequência de corte”.
5
esper e
ω
β = βm
f
1 − c
f
2
A
onde β m = ω µε = é a constante de fase de uma onda plana que se
vm
βm 1 − c 1 − c
f f
Duas conclusões interessantes podem ser retiradas desta equação. Em primeiro
lugar, mesmo para um meio não dispersivo (no qual (µ , ε ) não dependem da
frequência), verifica-se que a velocidade de fase depende de f, desde que
f c ≠ 0 . Por outro lado, tem-se que v f ≥ v m . Por exemplo, se o meio tiver
6
2
dω 1 f
vg = = = vm 1 − c
dβ f c f
2
d
β m 1 −
dω f
Desta expressão facilmente se conclui que v g ≤ v m , o que significa que a
( )
r 1 r
H= zˆ × E
η
E = −η (zˆ × H )
r r
( )
r 1 r
H= zˆ × E
r
Z
(
E = − Z zˆ × H
r
) 0(TM)
ou, tendo em atenção as propriedades do produto externo
He
0(TE)
=
--
H x xˆ + H y yˆ + H z zˆ =
1
(− E y xˆ + E x yˆ )
Z
Ez
=
E x xˆ + E y yˆ + E z zˆ = − Z (− H y xˆ + H x yˆ ) ->
7
Ex Ey
Z= =−
Hy Hx
ou ainda
E x0 E y0
Z= = −
H y0 H x0
{ }
r 1 r r
com a definição, o vector médio de Poynting é dado por S med = Re E × H * . Sendo,
2
r r
em geral, E = E x xˆ + E y yˆ + E z zˆ e H = H x xˆ + H y yˆ + H z zˆ , pode ainda escrever-se
r
[
S med = Re {E y H * z − E z H * x }xˆ + Re {E z H * x − E x H * z }yˆ + Re {E x H * y − E y H * x }zˆ .
1
2
]
Assim, como seria de esperar, pode concluir-se que apenas as componentes
transversais dos campos contribuem para a potência média propagada, a qual pode
ainda ser calculada usando
Re {E x H * y − E y H * x }dA
1
2 ∫A
P med =
P med =
1
∫
1
2 A Z
( 2
Re E x + E y
2
)dA = 12 ∫ Re{Z }(H
A
x
2
+ Hy
2
)dA
1 1 1
Re E x0 + E y0 dA = ∫ Re {Z } H x0 + H y0 dA
2 2 2 2
P med = ∫
2 A Z 2A
8
1.5 Energia média armazenada por unidade de comprimento
i
A energia média armazenada por unidade de comprimento do guia pode ser calculada
integrando as densidades médias de energia eléctrica e magnética, we, med e wm , med , ao
onde
we , med =
ε r r
4
(E
E ⋅ E* =
4
ε
x
2 2
+ E y + Ez
2
)
wm , med = H ⋅ H * = (H
µ r r
4
µ
4
x
2 2
+ Hy + Hz
2
).
Num guia sem perdas, define-se a velocidade de transporte de energia, ven , como o
quociente entre a potência média propagada e a energia média armazenada por
unidade de comprimento
P med
ven =
W ' med
No que se segue, as propriedades gerais dos diferentes tipos de onda serão referidas de
forma sumária.
9
1.7 Ondas TEM
1 ∂H z0 ∂Ez0
H x0 = − γ − j ωε
h 2 ∂x ∂y
1 ∂H z0 ∂Ez0
H y0 = − γ + j ωε
h 2 ∂y ∂x
1 ∂E z0 ∂H z0
E = − 2 γ
0
+ jωµ
∂y
x
h ∂x
1 ∂E z0 ∂H z0
E y0 = − γ − j ωµ
h 2 ∂y ∂x
A impedância de onda para ondas TEM tem que ser obtida a partir das equações de
Maxwell
γ E y0 = − jωµH x0 γ H y0 = jωεE x0
− γ E x0 = − jωµH y0 e − γ H x0 = jωεE y0
∂E y0 ∂E x0 ∂H y0 ∂H x0
− =0 − =0
∂x ∂y ∂x ∂y
de onde se conclui que
10
jωµ γ µ
Z TEM = = =
γ jωε ε
ou seja, a impedância de onda é igual impedância intrínseca do meio que preenche o
guia (η = µ ε ).
Das expressões apresentadas pode concluir-se que, apesar de se serem ondas guiadas,
as ondas TEM têm as mesmas características de ondas planas que se propaguem num
meio ilimitado com propriedades iguais à do meio que preenche o guia.
NOTA:
Considere-se um guia formado um dieléctrico limitado por apenas um condutor
externo que encerra completamente o seu interior. Admita-se que existe uma onda
TEM no interior do guia. Como as linhas de campo magnético são fechadas e o
campo magnético no interior do condutor é nulo, pode afirmar-se que estas linhas
formam percursos fechados (obviamente no plano transversal, uma vez que se trata de
uma onda TEM) no interior do guia. Aplicando a lei de Ampére a um desses
percursos tem-se
r
r r ∂E r
∫P H ⋅ dl = I int + ε ∫S ∂t ⋅ dS
onde S é a superfície limitada pelo percurso P e I int é a corrente que passa através de
S. Existindo apenas um condutor exterior, I int =0. Por outro lado, como o campo
eléctrico considerado é transversal, o seu fluxo através da superfície S será também
nulo. Isto significa que o integral de linha do campo magnético terá que ser nulo, o
que só pode acontecer se o campo magnético for nulo. Mas isso implica que também
o campo eléctrico é nulo, e portanto a onda TEM é nula. Conclui-se assim que não
podem existir ondas TEM em guias formadas por apenas um condutor. No entanto,
estas ondas podem existir em guias com mais do que um condutor, tais como linhas
coaxiais ou bifilares, ou de placas paralelas.
11
1.8 Ondas TM
1.9 Ondas TE
∇ 2xy H z0 + h 2 H z0 = 0 ,
12
associada a condições fronteira apropriadas permite determinar H z0 e impor
condições para os valores de h possíveis. As outras componentes são depois
calculadas da seguinte forma
γ ∂H z0
H x0 = −
h 2 ∂x
γ ∂H z0
Hy = − 2
0
h ∂y
jωµ ∂H z0
E =− 2
0
x
h ∂y
jωµ ∂H z0
E = 2
0
y
h ∂x
− 1
f
Tal como acontecia com as ondas TM, a impedância de onda dos modos evanescentes
( f < f c ) é imaginária. Por outro lado, para os modos em propagação obtém-se
do que η . Mais uma vez se pode concluir que para os modos evanescentes não há
propagação de energia ao longo do guia.
13
Z
η
TE
1
TEM
região
evanescente TM
1 2 f
fc
Como já foi referido, para a determinação das ondas electromagnéticas nos guias é
necessário utilizar condições fronteira, as quais dependem da geometria do guia de
onda e também dos materiais que o constituem.
â n 2
As condições fronteira para os campos eléctrico e magnético podem ser escritas como
( ) ( )
r r r r
aˆn × E1 − E2 = 0 aˆn ⋅ B1 − B2 = 0
( ) ( )
r r r r r
aˆn ⋅ D1 − D2 = ρ S aˆn × H1 − H 2 = J S
14
r r r r r
onde D = ε E , B = µ H e ρ s e J s representam as densidades superficiais de corrente
e de carga, respectivamente, na interface. As condições fronteira acima podem
também ser escritas na seguinte forma
Etan contínuo
Bnorm contínuo
Dnorm contínuo se ρ S = 0
r
H tan contínuo se J S = 0
r
É importante referir que tanto ρ s como J s serão não nulos apenas quando um dos
meios for um condutor perfeito!
15
2 Guias metálicos
b
x
W
16
2.1.1 Condições fronteira
em y = 0 e y = b .
dE x0 dH x0
= =0
dy dy
anule junto às placas condutoras, o que implica que E x0 = 0 . Além disso, uma vez que
É interessante referir que a aplicação das outras condições fronteira (as relacionadas
com a componente normal do vector deslocamento eléctrico e tangencial do campo
magnético) permite calcular as distribuições de carga e corrente nas placas
condutoras, o que por sua vez permite chegar às equações que governam a evolução
17
da tensão e da corrente na linha, que não são mais do que as equações estudadas em
linhas de transmissão.
2.1.3 Ondas TM
Neste caso tem-se H z0 = 0 . Além disso, uma vez que ∂ ∂x = 0 , a equação de onda
d 2 E z0
2
+ h 2 E z0 = 0
dy
nπ
h= , n = 1, 2 , L
b
nπ y
E z0 = An sin
b
18
jωε ∂E z0 jωε ∂E z0
H = 2
0
x H =− 2
0
y
h ∂y h ∂x
e
γ ∂E z0 γ ∂E z0
E x0 = − E y0 = − 2
h 2 ∂x h ∂y
resultando
jωεb nπ y
H x0 = An cos
nπ b
H y0 = 0
E x0 = 0
γb nπ y
E y0 = − An cos
nπ b
2
nπ
onde γ = j ω µε −
2
.
b
NOTA:
Se n=0, então h=0, não se podendo aplicar as equações anteriores. Neste caso, a
d 2 E z0
equação diferencial que permite determinar E z0 fica = 0 , sendo a sua solução
dy 2
se trata do modo TEM já estudado! Apesar das equações anteriores terem sido obtidas
admitindo que h ≠ 0 , elas dão resultados correctos mesmo quando h=0. Por essa
razão, é habitual dizer-se que o modo TM0 corresponde ao modo TEM.
2.1.4 Ondas TE
19
H z0 ( y ) = A sin (hy ) + B cos(hy ) .
Ao contrário do que acontecia para as ondas TM, neste caso as condições fronteira
não impõem qualquer restrição sobre a componente H z0 , o que torna necessário a
determinação das outras componentes dos campos para se poder calcular o valor de h
e das constantes de integração. Estas componentes obtêm-se a partir de
γ ∂H z0 γ ∂H z0
H x0 = − H y0 = −
h 2 ∂x h 2 ∂y
e
jωµ ∂H z0 jωµ ∂H z0
Ex = − 2
0
E y0 =
h ∂y h 2 ∂x
resultando
H x0 = 0
γ
H y0 = − [A cos(hy ) − B sin (hy )]
h
jωµ
E x0 = − [A cos(hy ) − B sin (hy )]
h
E y0 = 0
e então
A=0
nπ
sin (hb ) = 0 ⇔ h = , n = 1, 2, 3, L
b
É interessante verificar que h é dado pela mesma expressão que foi obtida para os
modos TM. Usando os resultados anteriores, pode facilmente escrever-se para o modo
TEn
20
nπ y
H z0 = Bn cos
b
γb nπ y
H y0 = Bn sin
nπ b
ωµ b nπ y
E x0 = j Bn sin
nπ b
H x0 = E y0 = 0
2
nπ
onde, novamente, γ = j ω 2 µε − e Bn é a amplitude máxima de H z .
b
NOTA:
Se n=0 então h=0 e as equações anteriores não são válidas. Neste caso, a equação de
d 2 H z0
onda fica 2
= 0 , a qual tem como solução geral H z0 = A + By . Recorrendo às
dy
equações de Maxwell, é possível mostrar que, nesta situação, A = B = 0,
H x0 = constante , E y0 = constante , e que as outras componentes são nulas. Isto
nπ
Para os modos TMn e TEn ( n ≠ 0 ) tem-se h = e então
b
n
fc =
2b µε
21
Para os guias de placas paralelas, o modo com frequência de corte mais baixa,
designado por modo dominante, é o modo TEM.
Na análise dos guias de placas paralelas admitiu-se que as placas tinham uma largura
infinita, o que permitiu desprezar os efeitos de bordas e a variação dos campos na
direcção da largura. Na realidade, os guias têm uma largura finita, e os efeitos de
bordas não são desprezáveis. Estes efeitos vão originar interferência com outros
circuitos e sistemas. Para evitar este problema, é habitual utilizarem-se guias de onda
de secção transversal completamente fechada, como é o caso de guias rectangulares.
y z
x
a
Neste caso, as ondas electromagnéticas no interior do guia deverão ser tais que
obedecem às condições fronteira E tan = H normal = 0 junto às placas condutoras, ou
-
seja,
22
E x0 = E z0 = H y0 = 0 em y = 0 ou y=b
E y0 = E z0 = H x0 = 0 em x = 0 ou x = a
onde ψ (x, y ) é a função que se pretende determinar, e que será igual a E z0 para os
Esta é uma equação em derivadas parciais que pode ser resolvida usando o método da
separação das variáveis. Para isso, admite-se que ψ ( x, y ) é dado pelo produto de
uma função de x por outra função de y, isto é, ψ ( x, y ) = X ( x )Y ( y ) , onde X (x ) e Y ( y )
são funções a determinar. Substituindo esta expressão na equação de onda e dividindo
tudo por ψ (x, y ) leva a
1 d 2 X (x ) 1 d 2Y ( y )
+ + h2 = 0
X ( x ) dx 2 Y ( y ) dy 2
Analisando esta equação, é fácil verificar que a primeira parcela depende apenas da
variável x, enquanto a segunda é só função de y e a terceira é constante. Para que esta
equação seja satisfeita para todos os valores de x e y que nos interessam ( 0 ≤ x ≤ a e
0 ≤ y ≤ b ), é então necessário que as primeiras duas parcelas sejam constantes. Sejam
( )
essas constantes − k x2 e (− k y2 ) , respectivamente. Neste caso, tem-se
1 d 2 X (x )
+ k x2 = 0
X ( x ) dx 2
1 d 2Y ( y )
+ k y2 = 0
( )
Y y dy 2
23
d 2 X (x )
2
+ k x2 X ( x ) = 0
dx
d Y (y)
2
2
+ k y2Y ( y ) = 0
dy
que são equações diferenciais ordinárias lineares de coeficientes constantes e segunda
ordem. A solução geral destas equações é
X (x ) = A sin (k x x ) + B cos(k x x )
Y ( y ) = C sin (k y y ) + D cos(k y y )
Este resultado irá ser usado no estudo dos modos que se propagam neste tipo de guias.
2.2.4 Ondas TM
[ ]
Y ( y ) = C sin (k y y ) + D cos(k y y ) . k x e k y são constantes que satisfazem h 2 = k x2 + k y2 .
24
E z0 ( x = 0, y ) = E z0 ( x = a, y ) = 0
,
E z0 ( x, y = 0 ) = E z0 ( x, y = b ) = 0
e, então
mπ mπx
kx = , m inteiro e X (x ) = A sin
a a
nπ nπy
ky = , n inteiro e Y ( y ) = C sin
b b
25
2 2
mπ nπ
h2 = +
a b
2.2.5 Ondas TE
26
Da condição fronteira E y0 ( x = 0, y ) = E y0 ( x = a, y ) = 0 conclui-se que
tendo-se
nπ nπy
ky = , n inteiro e Y ( y ) = D cos
b b
Tal como acontecia com os modos TM, o valor característico é dado por
27
2 2
mπ nπ
h2 = +
a b
Para estes modos admite-se que ou m ou n sejam nulos. No entanto, para que h ≠ 0 é
necessário que m ou n não sejam simultaneamente nulos!
Supondo que as dimensões do guia rectangular são tais que a > b , e atendendo a que
para os modos TE um dos inteiros m e n (mas não os dois) pode ser nulo, é imediato
concluir que o modo TE com a frequência de corte mais baixa é o modo TE10. A
frequência de corte deste modo é a menor possível nos guias rectangulares, logo o
modo TE10 é o modo dominante nos guias rectangulares.
28
φ
z
Por causa da simetria destes guias, o sistema de coordenadas mais apropriado para os
estudar é o sistema de coordenadas cilíndricas (r , φ , z ) . Os campos
r
E = E r rˆ + Eφ φˆ + E z zˆ e Hˆ = H r rˆ + H φ φˆ + H z zˆ são obtidos a partir das equações de
onda vectoriais
r r
∇ 2 E + ω 2 µεE = 0
r r
∇ 2 H + ω 2 µεH = 0
Neste sistema de coordenadas, o laplaciano vectorial que aparece nas equações
anteriores tem uma expressão complexa, e pode ser calculado a partir de
( ) ( )
r r r
∇ 2V = ∇ ∇ ⋅ V − ∇ × ∇ × V . No entanto, o procedimento a usar para estes guias é o
mesmo que para os guias já estudados (de placas paralelas e rectangulares), e implica
o uso das equações de onda escalares apenas para a determinação das componentes
longitudinais dos campos, sendo as outras componentes obtidas a partir das equações
de Maxwell. Isto simplifica bastante o problema neste caso, pois verifica-se que para
as componentes longitudinais a expressão do laplaciano vectorial é igual à do
laplaciano escalar
1 ∂ ∂ 1 ∂2 ∂2
∇2 = r + 2 2 + 2
r ∂r ∂r r ∂φ ∂z
29
Além disso, se também se admitir que as ondas no interior do guia se propagam com
r r r r
uma constante de propagação γ , isto é, E = E 0 (r , φ ) e −γ z e H = H 0 (r , φ ) e −γ z , pode
então escrever-se
∇ 2rφ E z0 + h 2 E z0 = 0
∇ 2rφ H z0 + h 2 H z0 = 0
onde
h 2 = γ 2 + ω 2 µε
1 ∂ ∂ 1 ∂2
∇ 2rφ = r +
r ∂r ∂r r 2 ∂φ 2
r r
As componentes transversais são obtidas das equações ∇ × E = − jωµH e
r r
∇ × H = jωεE , que neste sistema de coordenadas tomam a forma
1 ∂E z0 1 ∂H z0
+ γEφ0 = − jωµH r0 + γH φ0 = jωεE r0
r ∂φ r ∂φ
∂E z0 ∂H z0
− − γE r0 = − jωµH φ0 e − − γH r0 = jωεEφ0
∂r ∂r
Eφ ∂Eφ0 1 ∂E r0
0
H φ ∂H φ0 1 ∂H r0
0
+ − = − jωµH z0 + − = jωεE z0
r ∂r r ∂φ r ∂r r ∂φ
30
2.3.1 Condições fronteira
Tal como acontecia no caso cartesiano, é necessário garantir que a solução encontrada
satisfaz as condições fronteira adequadas: E tan e Bnorm contínuos, juntamente com
1 ∂ ∂ψ 1 ∂ 2ψ
r + + h 2ψ = 0
r ∂r ∂r r 2 ∂φ 2
Esta é uma equação em derivadas parciais de segunda ordem. Para resolver esta
equação pode aplicar-se novamente o método da separação das variáveis, ou seja,
procurar ψ (r , φ ) tal que ψ (r, φ ) = R(r )Φ(φ ) . Substituindo esta expressão na equação
r d dR(r ) 1 d 2 Φ(φ )
r + + h2r 2 = 0
R(r ) dr dr Φ (φ ) dφ 2
r 2 d 2 R(r ) r dR(r ) 1 d 2 Φ (φ )
⇔ + + h 2 2
r = −
R(r ) dr 2 R(r ) dr Φ (φ ) dφ 2
que os dois membros sejam iguais a uma constante. Seja essa constante kφ2 .
31
Pode então escrever-se
d 2 Φ (φ )
+ kφ2 Φ (φ ) = 0
dφ 2
A solução geral desta equação é
Φ (φ ) = A sin (kφ φ ) + B cos(kφ φ )
o que permite concluir que kφ deverá ser inteiro. Seja kφ = n , n inteiro . Então
Além disso, por conveniente escolha da origem para φ , pode sempre escrever-se
Φ (φ ) = B cos(nφ )
onde B é uma constante.
r 2 d 2 R(r ) r dR(r )
+ + h2r 2 = n2
R(r ) dr 2
R(r ) dr
ou ainda
d 2 R(r ) dR(r )
r2 2
+r + (h 2 r 2 − n 2 )R(r ) = 0
dr dr
Esta equação é conhecida como a equação diferencial de Bessel, e tem como solução
geral
R(r ) = CJ n (hr ) + DN n (hr )
32
2.3.3 Funções de Bessel
onde Γ é a função gama, a qual satisfaz Γ(n + 1) = nΓ(n ) . Para n inteiro e não
negativo, pode ainda escrever-se Γ(n + 1) = n!, o que implica Γ(1) = 0!= 1 . Além disso,
para n inteiro e negativo, Γ(n + 1) toma valores infinitos.
1.2
1
J0 (x)
0.8
0.6
J1 (x)
J2 (x)
0.4 J3 (x)
0.2
-0.2
-0.4
0 2 4 6 8 10 12
33
• Estas funções são alternadas, têm amplitude decrescente e anulam-se em pontos
cada vez mais próximos.
zero J o (x ) J 1 (x ) J 2 (x ) J 3 (x )
1
J ' n (x ) = [J n−1 (x ) − J n+1 (x )]
2
0.6
J1 ' ( x)
0.4
J 2 ' ( x)
0.2
-0.2
-0.4 J 3 ' ( x)
-0.6
J 0 ' ( x)
-0.8
0 2 4 6 8 10 12
34
A localização dos primeiros zeros de J ' n ( x ) para alguns valores de n está indicada na
tabela seguinte.
35
A figura seguinte mostra a dependência de N n com x para alguns valores de n.
N 0 ( x)
0.5 N 2 ( x)
-0.5 N1 ( x ) N 3 ( x)
-1
-1.5
-2
0 2 4 6 8 10 12
Como se pode facilmente verificar, N n ( x ) toma valores infinitos quando x=0. Isto
significa que quando a região de interesse incluir a origem, a solução não pode
envolver N n ( x ) . No caso dos guias de onda circulares considerados, a região de
interesse inclui r=0, logo a solução para R(r ) não pode depender da função N n , mas
R(r ) = CJ n (hr )
Os resultados obtidos podem ser agora utilizados no estudo dos diferentes modos.
36
2.3.5 Ondas TM
Conclui-se então que são precisos 2 índices para indicar qual o modo TM que se está
a considerar:
a. um para indicar o valor de n;
37
b. o outro para indicar a que zero (1o, 2o, etc) de J n (ha ) h corresponde.
Este índice será designado por p.
2.3.6 Ondas TE
38
γ ∂H z0 γ
H =−
0
r = − C n J ' n (hr ) cos(nφ )
h ∂r 2
h
γ ∂H z γ n
0
H φ0 = − 2 = 2 C n J n (hr )sin (nφ )
h r ∂φ h r
jωµ ∂H z0 jωµ n
E r0 = − = 2 C n J n (hr )sin (nφ )
h r ∂φ
2
h r
jωµ ∂H z0 jωµ
Eφ = 2
0
= C n J ' n (hr ) cos(nφ )
h ∂r h
J ' n (ha ) = 0
o que, à semelhança do que acontecia com os modos TM, impõe restrições aos valores
de h possíveis. Para um dado n, ha representa um dos zeros da função J ' n . Assim,
3.8317 7.0156
n=0 → h= ; h= ; L
a a
1.8412 5.3314
n =1 → h = ; h= ; L
a a
M
Também para os modos TE são precisos 2 índices para indicar qual o modo que se
está a considerar:
c. um para indicar o valor de n;
d. o outro, p, para indicar a que zero (1o, 2o, etc) de J ' n (ha ) h
corresponde.
39
Da observação da tabela apresentada com zeros de J ' n para diferentes valores de n
pode concluir-se que o menor zero é 1.8412, para n=1 e p=1. Isto significa que o
modo TE dominante em guias circulares é o modo TE11, tendo a sua frequência de
corte o valor
1.8412
( f c )TE =
01
2π a µε
Como esta frequência de corte tem um valor menor do que a do modo TM01, podemos
também concluir o modo dominante num guia circular é o modo TE11!
y
z
b
d
x
a
A presença das superfícies condutoras nas extremidades (em z=0 e z=d) origina
múltiplas reflexões e leva ao aparecimento de uma onda estacionária. Para se estudar
o campo electromagnético no interior desta cavidade é necessário considerar a
existência de ondas que se propagam segundo +z e –z. Seja então
r r r
E (x, y, z ) = E 0, + (x, y ) e − jβ z + E 0, − (x, y ) e jβ z
r r r
H (x, y , z ) = H 0, + (x, y ) e − jβ z + H 0, − (x, y ) e jβ z
40
r r r
onde β é a constante de fase. As expressões de E 0, + ( x, y ), E 0, − ( x, y ) , H 0, + ( x, y ) e
r
H 0, − (x, y ) dependem do tipo de modo que se está a considerar, de acordo com o
estudado atrás, e satisfazem já as condições fronteira para as superfícies condutoras
colocadas em x=0, x=a, y=0 e y=b. Assim, resta apenas garantir que o campo
electromagnético no interior da cavidade satisfaz também as condições adicionais
associadas à presença das superfícies condutoras nas extremidades. Como já foi
referido, as componentes tangencial do campo eléctrico e normal do campo magnético
deverão também anular-se junto a essas superfícies, isto é, E tan = H normal = 0 em z=0
e z=d.
2.4.1 Ondas TM
r r
As expressões para E 0, + ( x, y ) e H 0, + ( x, y ) são obtidas da expressão geral para os
r
modos TMmn num guia rectangular substituindo γ por jβ , enquanto que E 0, − (x, y ) e
r
H 0, − (x, y ) podem ser obtidos da mesma expressão geral substituindo agora γ por
− jβ . Assim, tem-se
onde m e n são inteiros tais que m ≥ 1 e n ≥ 1 , e E 0+,mn e E 0−,mn são constantes. Esta
expressão pode ser ainda colocada na forma
( ) mπx nπy
E z = E 0+, mn e − jβz + E 0−,mn e jβz sin sin
a b
Do mesmo modo, pode escrever-se para as outras componentes
Ex = −
jβ +
2
( ) mπ
E 0,mn e − jβz − E 0−,mn e jβz
mπx nπy
cos sin
h a a b
Ey = −
jβ +
2
( ) nπ mπx nπy
E 0,mn e − jβz − E 0−,mn e jβz sin cos
h b a b
Hx =
jωε +
2
( ) nπ mπx nπy
E 0, mn e − jβz + E 0−, mn e jβz sin cos
h b a b
41
Hy =−
jωε +
2
( ) mπ mπx nπy
E 0,mn e − jβz + E 0−,mn e jβz cos sin
h a a b
No caso das ondas TM, não existe componente do campo magnético normal às
superfícies condutoras colocadas nas extremidades da cavidade ( H z = 0 ), e como tal
o campo magnético para estas ondas satisfaz naturalmente a condição fronteira. As
componentes do campo eléctrico segundo x e segundo y são tangenciais a essas
superfícies condutoras, devendo então anular-se nessa região. Para isso, é necessário
que E 0+,mn e − jβz − E 0−,mn e jβz = 0 para z=0 e z=d. Da primeira condição resulta
imediatamente que E 0+,mn − E 0−,mn = 0 , isto é, E 0+,mn = E 0−,mn . Seja E 0+,mn = E 0−,mn = E 0 2 .
Por outro lado, da segunda condição tem-se
2
(
E 0 − jβ d
e − e jβ d = 0)
Atendendo a que (e − jβd − e jβd ) 2 = − j sin (βd ) , a condição anterior pode ser escrita
como
sin (βd ) = 0
Para que esta condição seja satisfeita, deverá ter-se βd = pπ , onde p é um número
inteiro. Isto significa que
pπ
β = , p inteiro
d
isto é, a constante de fase para um modo TM no interior do referido guia não pode
tomar qualquer valor, sendo sempre um múltiplo inteiro de π d .
Este resultado poderá parecer estranho, uma vez que já se tinha chegado à conclusão
que num guia de onda a constante de fase ficava definida pela frequência de operação
42
Por outro lado, este resultado implica que seja necessário conhecer-se o valor de p,
para além dos de m e de n, de forma a definir completamente o modo existente no
interior da cavidade. Neste caso, o modo existente será o modo TMmnp, caracterizado
pelas seguintes expressões:
mπ x nπ y pπ z
E z = E 0 sin sin cos
a b d
1 mπ pπ mπ x nπ y pπ z
Ex = − 2
E0 cos sin sin
h a d a b d
1 nπ pπ mπ x nπ y pπ z
Ey = − 2
E0 sin cos sin
h b d a b d
jωε nπ mπ x nπ y pπ z
Hx = 2
E0 sin cos cos
h b a b d
jωε mπ mπ x nπ y pπ z
Hy =− 2
E0 cos sin cos
h a a b d
onde m, n e p são inteiros e h 2 = (mπ a )2 + (nπ b )2 . Como já foi referido, para estes
modos é necessário ter m ≥ 1 e n ≥ 1 , mas p pode tomar o valor 0.
Frequência de ressonância
Para além da estrutura já referida, uma cavidade ressonante inclui também um sistema
responsável pela introdução de energia electromagnética no interior da cavidade.
Quando as ondas que estão a ser acopladas à cavidade possuem uma frequência tal
que o valor da constante de fase satisfaz β = pπ d , as múltiplas reflexões no interior
da cavidade estarão associadas a interferência construtiva. Isto significa que essas
ondas irão adicionar-se, resultando num campo electromagnético de elevada
amplitude. Pelo contrário, se a frequência for tal que a constante de fase não satisfaça
a condição anterior, a sobreposição das ondas electromagnéticas resultantes das
diferentes reflexões irá dar origem a um campo electromagnético nulo. Assim, pode
considerar-se que a cavidade referida funciona como um dispositivo ressonante: só
determinadas frequências são permitidas, e essas são consideravelmente amplificadas.
43
forma ω 2 µε = h 2 − γ 2 = h 2 + β 2 e substituindo aqui as expressões para h e β
ou ainda
2 2 2
1 m n p
f mnp = + +
2 µε a b d
2.4.2 Ondas TE
r r
Tal como no caso das ondas TM, as expressões de E 0, + ( x, y ) e H 0, + ( x, y ) ), e de
r r
E 0, − (x, y ) e H 0, − (x, y ) , para os modos TE de uma cavidade rectangular, são obtidas
da expressão geral para os modos TEmn num guia rectangular, substituindo γ por jβ
e por − jβ , respectivamente. Desta forma obtém-se
(
H z = H 0+,mn e − jβz + H 0−, mn e jβz cos )
mπ x nπ y
cos
a b
Ex =
jωµ
2
( )
nπ mπ x nπ y
H 0+, mn e − jβz + H 0−,mn e jβz cos sin
h b a b
Ey = −
jωµ
2
( )
mπ mπ x nπ y
H 0+,mn e − jβz + H 0−,mn e jβz sin cos
h a a b
Hx =
jβ
2
( )
mπ mπ x nπ y
H 0+,mn e − jβz − H 0−,mn e jβz sin cos
h a a b
Hy =
jβ
2
( )
nπ mπ x nπ y
H 0+,mn e − jβz − H 0−,mn e jβz cos sin
h b a b
44
onde m e n são inteiros (não nulos em simultâneo) e h 2 = (mπ a )2 + (nπ b )2 .
Também para este tipo de ondas é necessário garantir que as componentes do campo
eléctrico tangenciais às superfícies condutoras ( E x e E y ), e as do campo magnético
H 0+,mn e − jβz + H 0−,mn e jβz = 0 para z=0 e z=d. A primeira condição leva a que
condição, tem-se
2j
e (
H 0 jβd
− e − jβ d = 0 )
o que implica que
sin (βd ) = 0
ou ainda, βd = pπ , onde p é um número inteiro. Tal como no caso dos modos TM, a
constante de fase dos modos TE deverá satisfazer
pπ
β = , p inteiro
d
jωµ nπ mπ x nπ y pπ z
Ex = 2
H0 cos sin sin
h b a b d
jωµ mπ mπ x nπ y pπ z
Ey = − 2
H0 sin cos sin
h a a b d
1 mπ pπ mπ x nπ y pπ z
Hx = − 2
H0 sin cos cos
h a d a b d
1 nπ pπ mπ x nπ y pπ z
Hy = − 2
H0 cos sin cos
h b d a b d
Destas expressões é também possível concluir-se que p não pode tomar o valor 0.
Frequência de ressonância
45
A expressão da frequência de ressonância para os modos TEmnp no interior de uma
cavidade rectangular é a mesma que foi obtida para os modos TMmnp:
2 2 2
1 m n p
f mnp = + +
2 µε a b d
1 1 1
TM não não sim f 110 = 2
+ 2
2 µε a b
46
Por outro lado, quando b = d , tem-se f101 = f 110 , o que significa que os modos TM110
e TE101 têm neste caso a mesma frequência de ressonância. Os modos com a mesma
frequência de ressonância são habitualmente designados modos degenerados.
Considere-se uma cavidade circular, constituída por um guia de onda circular de raio
a, e comprimento d, com as extremidades fechadas por duas superfícies condutoras.
a d
Tal como acontece nas cavidades rectangulares, as superfícies condutoras nas duas
extremidades originam múltiplas reflexões e obrigam a considerar a existência de
ondas que se propagam segundo +z e –z. Seja então
r r r
E (r , φ , z ) = E 0, + (r , φ ) e − jβ z + E 0, − (r , φ ) e jβ z
r r r
H (r , φ , z ) = H 0, + (r , φ ) e − jβ z + H 0, − (r , φ ) e jβ z
r r r r
Como as expressões de E 0, + (r , φ ), E 0, − (r , φ ) , H 0, + (r , φ ) e H 0, − (r , φ ) já satisfazem as
condições fronteira para a superfície condutora lateral (em r=a), é apenas necessário
garantir que as componentes tangencial do campo eléctrico e normal do campo
magnético também se anulam junto às restantes superfícies condutoras, isto é,
E tan = H normal = 0 em z=0 e z=d.
47
2.5.1 Ondas TM
r r r r
As expressões para E 0, + (r , φ ) e H 0, + (r , φ ) , e para E 0, − (r , φ ) e H 0, − (r , φ ) , são obtidas
da expressão geral para os modos TMnp num guia circular, substituindo γ por jβ e
− jβ , respectivamente. Obtém-se desta forma
( )
E z = E 0+, np e − jβz + E 0−,np e jβz J n (hr ) cos(nφ )
Er = −
jβ +
h
( )
E 0,np e − jβz − E 0−,np e jβz J ' n (hr ) cos(nφ )
Eφ =
jβ n +
( )
E 0, np e − jβz − E 0−,np e jβz J n (hr ) sin (nφ )
h2r
Hr = −
jωε n
(E +
0 , np )
e − jβz + E 0−,np e jβz J n (hr ) sin (nφ )
h2r
Hφ = −
jωε +
h
( )
E 0, np e − jβz + E 0−, np e jβz J ' n (hr ) cos(nφ )
deverão anular nessa região. Para isso, é necessário que E 0+,np e − jβz − E 0−,np e jβz = 0
para z=0 e z=d. Da primeira condição resulta imediatamente que E 0+,np − E 0−,np = 0 , isto
é, E 0+,np = E 0−,np . Seja E 0+,np = E 0−,np = E 0 2 . Por outro lado, da segunda condição tem-
se
2
e (
E 0 − jβ d
− e jβ d = 0 )
ou ainda
sin (βd ) = 0
48
Substituindo estes resultados nas expressões do campo electromagnético no interior
da cavidade, obtém-se para o modo TMnpq
qπ z
E z = E 0 J n (hr ) cos(nφ ) cos
d
1 qπ qπ z
Er = − E0 J ' n (hr ) cos(nφ ) sin
h d d
n qπ qπ z
Eφ = 2
E0 J n (hr ) sin (nφ ) sin
h r d d
jωε n qπ z
Hr = − E 0 J n (hr ) sin (nφ ) cos
2
h r d
jωε qπ z
Hφ = − E 0 J ' n (hr ) cos(nφ ) cos
h d
Frequência de ressonância
49
2.5.2 Ondas TE
r
Tal como no caso das ondas TM, podem obter-se as expressões para E 0, + (r , φ ) e
r r r
H 0, + (r , φ ) , e para E 0, − (r , φ ) e H 0, − (r , φ ) , dos modos TE numa cavidade circular a
partir da expressão geral para os modos TEnp num guia circular, substituindo γ por
jβ e − jβ , respectivamente. Procedendo desta forma, chega-se a
( )
H z = H 0+,np e − jβz + H 0−,np e jβz J n (hr ) cos(nφ )
Er =
jωµn +
2
(
H 0, np e − jβz + H 0−, np e jβz J n (hr ) sin (nφ ) )
h r
Eφ =
jωµ
h
( )
H 0+,np e − jβz + H 0−,np e jβz J ' n (hr ) cos(nφ )
Hr = −
jβ
h
( )
H 0+,np e − jβz − H 0−,np e jβz J ' n (hr ) cos(nφ )
Hφ = −
jβ n
2
(H +
0 , np )
e − jβz − H 0−, np e jβz J n (hr ) sin (nφ )
h r
onde, mais uma vez, n e p são inteiros tais que n ≥ 0 e p ≥ 1 , e neste caso
h = hTE = ( p − ésimo zero de J ' n ) a .
np
H 0 jβd
2j
e (
− e − jβ d = 0 )
o que é equivalente a
sin (βd ) = 0
Mais uma vez, esta equação implica que βd = qπ , onde q é um número inteiro, isto é
qπ
β = , q inteiro
d
50
Substituindo estes resultados nas expressões do campo electromagnético no interior
da cavidade, obtém-se para o modo TEnpq
qπ z
H z = H 0 J n (hr ) cos(nφ ) sin
d
jωµn qπ z
Er = 2
H 0 J n (hr ) sin (nφ ) sin
h r d
jωµ qπ z
Eφ = H 0 J ' n (hr ) cos(nφ ) sin
h d
1 qπ qπ z
Hr = H 0 J ' n (hr ) cos(nφ ) cos
h d d
n qπ qπ z
Hφ = − 2
H 0 J n (hr ) sin (nφ ) cos
h r d d
A observação destas expressões permite concluir que q não pode tomar o valor 0.
Frequência de ressonância
A frequência de ressonância dos modos TEnpq é obtida da mesma forma que a dos
modos TMnpq, sendo neste caso dada por
2
1 h
2
qπ
ωTE = TE np +
npq
µε d
O menor zero de J ' n tem o valor 1.8412, e corresponde ao primeiro zero da função
J '1 (n=1 e p=1). Como q não pode tomar o valor nulo, então o modo TE dominante
numa cavidade circular será o modo TE111, o qual tem uma frequência de ressonância
dada por
2 2
1 1.8412 π
ωTE = +
010
µε a d
51
3 Guias dieléctricos
O estudo de guias dieléctricos irá começar com os guias dieléctricos planares, os quais
são mais fáceis de analisar por causa da sua geometria simples. Em seguida, usando
os conceitos apresentados para guias planares, serão analisados os princípios de
funcionamento das fibras ópticas.
52
índice de refracção n1 , o qual está rodeado por um outro material dieléctrico de índice
de refracção n 2 ( n1 > n 2 ) que se estende até ao infinito. Para simplificar, admite-se
n2 b
Ez
-
x
4x I
n1
dazW n2
Etan e Hen
Admite-se que os materiais dieléctricos não têm perdas e, além disso, que a largura do
guia é muito maior do que a sua altura, isto é, W >> b , o que permite desprezar os
efeitos de bordas e a variação dos campos segundo a direcção do eixo do x
( ∂ ∂x = 0 ).
Como estes guias não estão limitados por superfícies metálicas, as ondas
electromagnéticas não serão nulas no espaço que rodeia o dieléctrico central, sendo
por isso necessário resolver as equações de onda que permitem determinar as
componentes longitudinais dos campos nos dois meios considerados. Como estas
componentes são paralelas às interfaces existentes, deve também garantir-se que a
continuidade das soluções encontradas seja satisfeita nessas interfaces.
53
d 2 E z0
+ h12 E z0 = 0 2
ω
2
dy
2 0 , onde h1
2
= γ 2
+ n1
d H z + h2 H 0 = 0 c
dy 2 1 z
• para y > b :
d 2 E z0
+ h22 E z0 = 0 2
ω
2
dy
2 0 , onde h2
2
= γ 2
+ n 2
d H z + h2 H 0 = 0 c
dy 2 2 z
Também neste caso é conveniente analisar a forma geral das soluções das equações de
onda que regem o comportamento das componentes longitudinais.
dy 2 b meio 2
h22 , y > ~7
2
54
uma onda electromagnética, é necessário que os campos que constituem essa onda não
variem periodicamente no dieléctrico exterior, mas que as suas amplitudes diminuam
à medida que a distância ao dieléctrico central aumenta. Para que ψ ( y ) exiba esse
comportamento é então necessário que h2 seja imaginário. Seja h2 = jν . Além disso,
no dieléctrico central não se pretende que as amplitudes dos campos variem
exponencialmente, mas sim harmonicamente, o que é possível desde que h1 seja real!
As definições de h1 e h2 = jν ,
2 ω
2
h1 = γ + n1
2
c ,
2
ν 2 = −γ 2 − ω n
c
2
c c
o que significa que a constante de fase de um modo em propagação estará sempre
compreendida entre dois valores:
ω ω
n1 > β > n2
c c
Estes dois valores correspondem às constantes de fase de uma onda plana que se
propague em meios ilimitados de índices de refracção n1 e n2 , respectivamente. Da
equação anterior, é também possível concluir que a existência de um modo em
propagação exige que n1 > n 2 , facto que está relacionado com o fenómeno de
reflexão interna total.
arro
o
/N
B
~e e
55
Usando os resultados anteriores, e tendo em atenção que ψ ( y ) não pode tomar
valores infinitos nas regiões de interesse, pode escrever-se
νy b wouese
De , y<−
2
b
ψ ( y ) = A sin (h1 y ) + B cos(h1 y ), y ≤
2 profragor
Ce −ν y , b
y>
2
bausen
Como esta função representa E z0 (modos TM) ou H z0 (modos TE), deve ainda
garantir-se que ψ ( y ) é uma função contínua em y = ± b 2 . Isso significa que
h1b h1b −ν
b
A sin + B cos = Ce 2
2 2
b
− A sin 1 + B cos 1b = De −ν 2
h b h
2 2
ou seja,
h1b h1b ν 2
b
C = A sin + B cos e
2 2
b
D = − A sin h1b + B cos h1b eν 2
2 2
h1b
b
h1b ν y + 2 b
− A sin + B cos e , y<−
2 2 2
b
ψ ( y ) = A sin (h1 y ) + B cos(h1 y ), y ≤
2
b
h1b h1b −ν y − 2 b
A sin 2 + B cos 2 e , y>
2
A expressão obtida para ψ ( y ) não é muito simples. Por essa razão, é habitual
distinguir os modos dos guias de onda planares de acordo com a paridade da
componente longitudinal dos campos. Assim, os modos pares serão aqueles para os
56
quais a função ψ ( y ) é par, isto é, para os modos pares a componente longitudinal em
b
h1b ν y + 2 b
B cos e , y<−
2 2
b
ψ par ( y ) = B cos(h1 y ), y ≤
2
b
h1b −ν y − 2 b
B cos 2 e , y>
2
b
h1b ν y + 2 b
A sin e , y<−
2 2
b
ψ ímpar ( y ) = A sin (h1 y ), y ≤
2
b
h1b −ν y − 2 b
A sin e , y>
2 2
Os resultados obtidos podem ser agora utilizados no estudo dos diferentes modos.
3.1.2 Ondas TM
jωε ∂E z0
H = 2
0
x
h ∂y
γ ∂E z0
E y0 = −
h 2 ∂y
E x0 = H y0 = 0
ou seja,
57
b
y ≤ : E z0 = B cos(h1 y )
2
jωε 1
H x0 = − B sin (h1 y )
h1
jβ
E y0 = B sin (h1 y )
h1
b
b h b −ν y −
y> : E = B cos 1 e 2
0
z
2 2
b
jωε 2 h b −ν y −
H x0 = B cos 1 e 2
ν 2
b
jβ h1b −ν y − 2
Ey = −
0
B cos e
ν 2
b
b h b ν y+
y<− : E = B cos 1 e 2
0
z
2 2
b
jωε 2 h b ν y+
H x0 = − B cos 1 e 2
ν 2
b
jβ h1b ν y + 2
Ey =
0
B cos e
ν 2
Combinando este resultado com a expressão ν = (ω c )2 (n12 − n22 ) − h12 obtida atrás, é
possível escrever
58
n1
2
ω
2 n
2
h b
n2 1 − 1 − h12 = − h1 cot 1
n2 c n2 2
Esta equação, conhecida como equação característica, pode ser usada para
determinar o valor de h1 para um determinado guia e para uma determinada
frequência. Infelizmente, esta equação é não linear, e a sua resolução não é imediata,
exigindo o uso de métodos numéricos. Para ilustrar este facto, considere-se a equação
50
40
30
20
10
-10
-20
-30
-40
-50
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
59
Sendo conhecido o valor de h1 , pode calcular-se ν a partir de
EXEMPLO
Considere-se um guia dieléctrico planar constituído por um material de índice de
refracção n1 = 2 e altura 2 cm, colocado no ar ( n 2 = 1 ). Este guia opera a 25 GHz.
-
-
- --
4
(500π )2 − h12 = − h1 cot (0.01h1 )
3
1000
·
ha , s
800
600
.
har
400
200
·
hs ,
-200
-400
-600
-800
-1000
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Da observação desta figura pode concluir-se que para este caso existem 3 modos
possíveis, com valores característicos
h1,1 = 305.25
E h1, 2 = 606.22
h1,3 = 871.2
60
ν 1 = 853.98
E ν 2 = 674.51
ν 3 = 251.98
0.8
TMpar,1 conex
0.6
0.4
0.2
-cosa
h1,1 = 305.25 0
ν 1 = 853.98
-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
ne
1
mice
0.8
0.6
TMpar,2 0.4
h1, 2 = 606.22
0.2
ν 2 = 674.51 -0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
0.8
0.6
TMpar,3 0.4
0.2
h1,3 = 871.2 0
ν 3 = 251.98
-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
61
1
0.8
TMpar,1 0.6
f = 8 GHz
0.4
0.2
h1,1 = 264.03 0
-0.2
ν 1 = 120.45 -0.4
-0.6
-0.8
-1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
0.8
TMpar,1 0.6
0.4
f = 25 GHz 0.2
h1,1 = 305.25 0
-0.2
ν 1 = 853.98 -0.4
-0.6
-0.8
-1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
0.8
TMpar,1 0.6
f = 100 GHz
0.4
0.2
h1,1 = 312 0
confinamento f
Resumind macher vot
ν 1 = 3614.16
:
-0.2
-0.4
-0.8
-1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
·f e -
freq de corte
v = 0 c .
Da observação desta figura pode verificar-se que à medida que f diminui, o valor de
ν também diminui, ficando a onda menos confinada ao guia. Para frequências de
operação suficientemente pequenas ν anula-se, ou seja, a onda deixa de ser guiada
pelo guia. A frequência f a que isto acontece é a frequência de corte.
62
Usando as definições de ν e h1 , pode então escrever-se, para a situação de corte
2 2
ω ω
ν = −γ − n2 = 0 ⇔ γ 2 = − n2
2 2
c c
2 2
ω ω ω 2
h = γ + n1 = n12 − n22 ⇔ h1 =
1
2 2
(
n1 − n22 )
c c c
63
1
n −
2
( f c ) TM par = × 15 (GHz )
3
tendo as frequências de corte dos diversos modos TM pares os valores
( f c ) TM par , n=1 = 4.33 GHz
Neste exemplo, f=25 GHz, o que significa que apenas 3 modos TMpar se podem
propagar.
O estudo realizado até agora sobre guias dieléctricos diz respeito apenas a modos TM
pares. O procedimento a usar nos outros modos é análogo.
64
b
b h b ν y+
y<− : E z0 = − A sin 1 e 2
2 2
b
jωε 2 h1b ν y + 2
Hx =0
A sin e
ν 2
b
jβ h1b ν y + 2
Ey = −
0
A sin e
ν 2
2 2
ω ω
onde γ = jβ e β = n1 − h1 =
2
n2 + ν .
2
c c
ε1
c 2
Esta é a equação característica dos modos TM ímpares, e tal como acontecia com
os modos TM pares, requer o uso de métodos numéricos para a sua resolução. Esta
equação permite determinar as frequências de corte dos diversos modos TMímpar, e
também os valores de h1 , h2 e γ para uma dada frequência de operação. Também
neste caso se verifica que os modos permitidos são em número finito, e que o valor
dos parâmetros característicos depende da frequência de operação.
65
Para exemplificar os resultados obtidos, considere-se novamente o exemplo
analisado. A equação característica toma neste caso a forma
25π 2 × 10 4 1
− h12 = h1 tan (0.01 h1 )
3 4
Resolvendo esta equação, obtêm-se os seguintes valores possíveis para h1 (e
correspondentes valores para ν ):
h1,1 = 152.8 ν 1 = 893.9
h1, 2 = 456.8 ν 2 = 783.5
h1,3 = 750.1 ν 3 = 509.7
1000
800
600
400
200
-200
-400
-600
-800
-1000
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
0.8
0.6
TMímpar,1 0.4
f = 8 GHz 0.2
-0.4
ν 1 = 252.5 -0.6
-0.8
-1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
66
1
TMímpar,1 0.8
f = 25 GHz 0.6
0.4
ν 1 = 893.9 -0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
TMímpar,1 0.8
0.6
h1,1 = 156
0.2
ν 1 = 3624.2 -0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
Como seria de esperar, também neste caso se verifica que à medida que f aumenta, a
taxa de decaimento no exterior aumenta, o que significa que a onda está mais
confinada no interior do guia.
Frequência de corte
( f c )TM ímpar =
(n − 1)c , n = 1, 2, K
b n12 − n22
A frequência de corte mais baixa é obtida para n=1, e tem o valor 0! Isto significa que
o modo TMímpar,1 está sempre presente, independentemente da frequência e da largura
b do guia.
67
3.1.3 Ondas TE
Neste caso tem-se E z0 = 0 , e H z0 = ψ par , sendo as componentes não nulas dos campos
2 2
ω ω
onde γ = jβ e β = n1 − h1 =
2
n2 + ν .
2
c c
68
h1b
ν = −h1 cot
2
c 2
Frequência de corte
É interessante verificar que esta expressão é igual à obtida para modos TM pares. O
modo TEpar com frequência de corte mais baixa é o modo TEpar,1, o qual tem uma
c
frequência de corte dada por ( f c )TE par ,1 = .
2b n12 − n22
69
b
y ≤ : H z0 = A sin (h1 y )
2
jβ
H y0 = − A cos(h1 y )
h1
jωµ 0
E x0 = − A cos(h1 y )
h1
b
b h b −ν y −
y> : H z0 = A sin 1 e 2
2 2
b
jβ h1b −ν y − 2
Hy = −
0
A sin e
ν 2
b
jωµ 0 h1b −ν y − 2
Ex = −
0
A sin e
ν 2
b
b h b ν y+
y<− : H z0 = − A sin 1 e 2
2 2
b
jβ h1b ν y + 2
Hy = −
0
A sin e
ν 2
b
jωµ 0 h1b ν y + 2
Ex = −
0
A sin e
ν 2
2 2
ω ω
onde γ = jβ e β = n1 − h1 =
2
n2 + ν .
2
c c
Tal como acontecia com os modos TE pares, para satisfazer todas as condições
fronteira, é necessário garantir que a componente tangencial do campo eléctrico ( E x0 )
seja contínua em y = ± b 2 :
70
2
ω 2
( ) hb
n1 − n2 − h1 = h1 tan 1
2 2
c 2
Frequência de corte
( f c )TE ímpar =
(n − 1)c , n = 1, 2, K
b n12 − n22
71
TEpar, 1 TEpar, 2
1 1
0.8 0.8
0.6 0.6
0.4 0.4
0.2 0.2
0 0
-0.2 -0.2
-0.4 -0.4
-0.6 -0.6
-0.8 -0.8
-1 -1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02 -0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
TEímpar, 1 TEímpar, 2
1 1
0.9 0.8
0.8 0.6
0.7 0.4
0.6 0.2
0.5 0
0.4 -0.2
0.3 -0.4
0.2 -0.6
0.1 -0.8
0 -1
-0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02 -0.02 -0.015 -0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02
2
n h b
TM ν = − 2 h1 cot 1 1
n1 2 n − c
2
PARES fc =
h1b b n12 − n 22
TE ν = −h1 cot
2
2
n h b
TM ν = 2 h1 tan 1
n1 2 fc =
(n − 1)c
ÍMPARES
b n12 − n 22
h b
TE ν = h1 tan 1
2
n = 1, 2, K
72
Funcionamento do guia em “monomodo”
( f c ) par ,1 = c (2b )
n12 − n22 . A espessura do guia e escolher nestas condições deverá
c
b<
2f n12 − n 22
73
ar n2
θ φ
n1 b
θi z
n2
sin (θ i )
sin (θ ) =
n1
A expressão anterior admite que nar ≅ 1 . Ao propagar-se no interior do guia, esta onda
incide na interface entre os dois materiais dieléctricos. O ângulo desta incidência é
φ = 90 0 − θ , e está relacionado com o ângulo θ i por cos(φ ) = sin (θ i ) n1 . O ângulo de
transmissão no meio 2 é novamente calculado usando a lei de Snell, e é dado por
sin (θ t ) = n1 sin (φ ) n2 . Para que esta onda plana seja totalmente reflectida na interface
entre os dois materiais dieléctricos é necessário que n1 > n 2 , e que o ângulo φ seja
menor ou igual do que o ângulo crítico φ c , o qual é dado por
n2
φ c = sin −1
n1
Nestas condições, nada será transmitido para o meio 2, e a onda irá propagar-se ao
longo do guia. Deve no entanto ser referido que isso não significa que os campos
eléctrico e magnético no meio 2 sejam nulos. Na verdade, os fasores dos campos
( )
r r
eléctrico e magnético neste meio são proporcionais a exp − jk 2 ⋅ r , onde o vector de
r r
onda k 2 tem a direcção de propagação da onda e k 2 = ω µ 2 ε 2 = ω n2 c . De acordo
com a definição do ângulo θ t (ângulo que a direcção de propagação faz com a normal
r
à interface), tem-se k 2 = (ω n2 ) c [cos(θ t ) yˆ + sin (θ t )zˆ ] . Na situação de reflexão interna
total, isto é, para φ > φc , verifica-se que sin (θ t ) > 1 e cos(θ t ) = ± 1 − sin 2 (θ t ) torna-
74
se imaginário. É também importante mencionar que para garantir o decaimento
exponencial associado aos campos evanescentes presentes nesta situação, deve ser
escolhido o sinal negativo na expressão de cos(θ t ) , podendo escrever-se
( )
θ A = sin −1 n12 − n22 = sin −1 ( NA)
É importante referir que nem todas as ondas planas que incidem no guia com um
ângulo menor do que o ângulo de aceitação correspondem a ondas que efectivamente
se irão propagar ao longo do guia. Na verdade, o fenómeno de interferência
(construtiva ou destrutiva) entre os diferentes raios sucessivamente reflectidos nas
75
interfaces deverá ser considerado. Considere-se o percurso típico de uma onda plana
neste guia de onda. Na figura seguinte, a direcção de propagação da onda considerada
está representada a preto (traço contínuo), enquanto as frentes de onda
correspondentes aos raios ascendentes estão desenhadas a vermelho (tracejado).
B n2
n1
A
φ
b
z
C
ou seja,
η 2 cos(φ ) − η1 cos(θ t )
ΓTE =
η 2 cos(φ ) + η1 cos(θ t )
η 2 cos(φt ) − η1 cos(φ )
ΓTM =
η 2 cos(φt ) + η1 cos(φ )
Para meios não magnéticos e na situação de reflexão interna total é ainda possível
escrever as expressões anteriores na forma
76
n1 cos(φ ) + j n12 sin 2 (φ ) − n 22
ΓTE =
n1 cos(φ ) − j n12 sin 2 (φ ) − n 22
n 2 sin 2 (φ ) − n 2
δ r , TE = 2 tan −1 1 2
n1 cos(φ )
n n 2 sin 2 (φ ) − n 2
δ r , TM = π + 2 tan 1 1 2
−1 2
n2 cos(φ )
δ C = δ A + δ AB + δ r + δ BC + δ r
( )
Além disso, l AB = l BC sin 90 0 − 2φ = l BC cos(2φ ) = b cos(2φ ) cos(φ ) . Substituindo este
resultado na equação acima, resulta em
77
Esta é uma equação não linear que pode ser resolvida para obter os valores possíveis
para o ângulo φ , e cujas soluções correspondem aos modos possíveis num guia de
onda planar.
O estudo dos guias de onda planares mostrou que os diferentes modos se propagam a
diferentes velocidades. Este fenómeno pode ser facilmente compreendido usando a
óptica geométrica. A figura seguinte mostra o percurso de dois raios num guia de
onda planar constituído por dois materiais dieléctricos de índices de refracção n1
(núcleo) e n2 (bainha).
y
n2
n
n1 n2 n1
n2
Neste caso o índice de refracção do núcleo é constante, o que significa que todos os
raios se propagam à mesma velocidade (a velocidade de propagação é inversamente
proporcional ao índice de refracção). Assim, como os raios que fazem um ângulo
maior com a direcção do eixo dos z percorrem distâncias maiores, demorarão mais
tempo a atravessar um dado comprimento do guia. O facto de os diferentes modos se
propagarem a diferentes velocidades origina problemas, especialmente quando
distâncias longas estão envolvidas. Para solucionar esses problemas, podem ser
utilizados guias de onda com índice de refracção gradual. Nestes guias, o índice de
refracção varia com a posição transversal. Considere-se a situação ilustrada na figura
seguinte.
78
y
n2
n
n1 n2 n1
n2
Uma fibra óptica é um guia dieléctrico circular constituído por um núcleo e uma
bainha com índice de refracção menor do que o do núcleo. Considere-se a fibra óptica
representada na figura seguinte.
a
n1
n2
79
Este guia tem simetria cilíndrica, e deverá ser estudado usando o sistema de
coordenadas cilíndricas.
2 0 , onde h1 = γ + n1
2 2
∇ rφ H z + h1 H z = 0 c
2 0
• para r > a :
∇ r2φ E z0 + h22 E z0 = 0 ω
2
2 0 , onde h2 = γ + n2
2 2
∇ rφ H z + h2 H z = 0 c
2 0
Também neste caso é conveniente analisar a forma geral das soluções das equações de
onda que regem o comportamento das componentes longitudinais.
h12 , r ≤ a
∇ ψ + h ψ = 0 onde h = 2
2
rφ
2 2
h2 , r > a
possível usar esta solução, neste caso será considerado que Φ (φ ) = Ae jnφ , que é, na
verdade, equivalente à expressão anterior mas tem a vantagem de simplificar a análise
seguinte. A função R(r ) é obtida resolvendo a equação diferencial de Bessel:
80
d 2 R(r ) dR(r )
r 2
2
+r + (h 2 r 2 − n 2 )R(r ) = 0
dr dr
d 2 R(r ) dR(r )
r 2
2
+r − (ν 2 r 2 + n 2 )R(r ) = 0
dr dr
Esta equação é conhecida como a equação diferencial de Bessel modificada, e a sua
solução geral envolve as funções de Bessel modificadas de 1ª e 2ª espécies, I n e
K n , respectivamente:
R(r ) = C I n (ν r ) + DK n (ν r )
onde C e D são constantes.
81
12
10
8 I0
I1
6
I2
4 I3
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
x
para o infinito. Este comportamento pode ser facilmente observado na figura anterior.
Isto significa que estas funções não deverão fazer parte da solução geral da equação
diferencial de Bessel quando a região de interesse incluir o infinito.
82
12
10
8 K3
K2
6
K1
K0
4
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
x
Da observação desta figura é imediato concluir que estas funções tomam valores
infinitos quando o seu argumento tender para zero, e como tal não deverão ser
utilizadas quando a região de interesse incluir a origem.
Tal como acontecia com os guias dieléctricos planares, será considerado que uma
onda electromagnética é guiada quando os campos eléctrico e magnético variarem de
forma “harmónica” no núcleo e decrescerem (de forma aproximadamente
exponencial) na bainha. Isto significa que também para estes guias se deverá ter h1
real e h2 = jν . Esta simples conclusão permite afirmar que
2
ω
(
ν = n12 − n22 − h12 . )
c
c c
isto é,
ω ω
n1 > β > n2
c c
83
Estes dois valores correspondem às constantes de fase de uma onda plana que se
propague em meios ilimitados de índices de refracção n1 e n 2 , respectivamente.
Além disso, usando os resultados anteriores, e tendo em atenção que ψ (r , φ ) não pode
tomar valores infinitos nas regiões de interesse ( r ≤ a para o núcleo e r > a para a
bainha), pode finalmente escrever-se
AJ n (h1 r )e jnφ , r≤a
ψ (r , φ ) =
BK n (ν r )e
jnφ
, r>a
Tal como acontecia com os guias estudados até agora, a função ψ (r , φ ) representará a
• bainha:
E z0 = CK n (ν r )e jnφ
H z0 = DK n (ν r )e jnφ
84
onde A, B, C e D são constantes a determinar. É interessante notar que os modos TM
( H z0 = 0 ) são obtidos das expressões anteriores para B=D=0, enquanto que para os
modos TE se deverá ter A=C=0.
• bainha
1 ωε n
H r0 = 2
jβνDK 'n (νr ) + 2 CK n (νr )e jnφ
ν r
1 βn
Hφ0 = 2 − DK n (νr ) + jωε 2νCK 'n (νr ) e jnφ
ν r
1 ωµ n
Er0 = 2 jβνCK 'n (νr ) − 0 DKn (νr )e jnφ
ν r
1 βn
Eφ0 = 2 − CKn (νr ) − jωµ0νDK 'n (νr )e jnφ
ν r
85
E z0 contínuo em r = a
Eφ0 contínuo em r = a
H φ0 contínuo em r = a
H z0 contínuo em r = a
AJ n (h1 a ) = CK n (ν a ) ⇔ AJ n (h1 a ) − CK n (ν a ) = 0
BJ n (h1 a ) − DK n (ν a ) = 0
βn jω ε 1 βn jω ε 2
B J n (h1 a ) − A J ' n (h1 a ) + D 2 K n (ν a ) − C K ' n (ν a ) = 0
2
h a
1 h1 ν a ν
βn jω µ 0 βn jω µ 0
A J n (h1 a ) + B J ' n (h1 a ) + C 2 K n (ν a ) + D K ' n (ν a ) = 0
2
h a
1 h1 ν a ν
Estas quatro equações formam um sistema de quatro equações com quatro incógnitas.
Para que a sua solução não seja trivial, é necessário que o determinante associado seja
igual a zero:
J n (h1 a ) 0 − K n (ν a ) 0
0 J n (h1 a ) 0 − K n (ν a )
jω ε 1 βn jω ε 2 βn
− J ' n (h1 a ) J n (h1 a ) − K ' n (ν a ) K n (ν a ) =0
h1 h12 a ν ν 2a
βn jω µ 0 βn jω µ 0
J n (h1 a ) J ' n (h1 a ) K n (ν a ) K ' n (ν a )
h12 a h1 ν 2a ν
Esta equação é a equação característica geral para estes guias, e pode ser usada para
todos os tipos de modos considerados: TM, TE, EH e HE.
86
Quando n=0 o sistema inicial de equações toma a forma
J 0 (h1 a ) 0 − K 0 (ν a ) 0
0 J 0 (h1 a ) 0 − K 0 (ν a ) A
B
− j ω ε jω ε 2
1
J ' 0 (h1 a ) 0 − K ' 0 (ν a ) 0 =0
h1 ν C
jω µ 0 jω µ 0
0 J ' 0 (h1 a ) 0 K ' 0 (ν a ) D
h1 ν
A observação deste sistema de equações mostra que é possível separar este sistema
em dois independentes, um para as variáveis A e C, e outro para as variáveis B e D.
Isto significa que neste caso (n=0) é possível ter A=C=0 (modos TE) ou B=D=0
(modos TM). Os sistemas associados a cada grupo de constantes são
J 0 (h1 a ) − K 0 (ν a )
ε1 ε2 A = 0
− J ' 0 (h1 a ) − K ' 0 (ν a ) C
h1 ν
e
J 0 (h1a ) − K 0 (ν a )
1 B
1 D = 0
J '0 (h1a ) K '0 (ν a )
h1 ν
Em relação ao primeiro destes dois sistemas, para que a solução não seja trivial, isto é,
para que A ≠ 0 e C ≠ 0 , é necessário que o determinante associado seja nulo, o que
[ ]
resulta na equação n12 J ' 0 (h1 a) h1 J 0 (h1 a) + n22 K ' 0 (h1 a) ν K 0 (h1 a) = 0 . Como neste
Considerando agora o outro sistema de equações, é possível afirmar que soluções não
triviais B ≠ 0 e D ≠ 0 obrigam a que [J ' 0 (h1a) h1 J 0 (h1 a) + K ' 0 (h1a) hν K 0 (h1a)] = 0 .
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modos TE. Usando as relações anteriores, pode escrever-se a equação característica
para os modos TE em guias dieléctricos circulares como
J 1 (h1 a) K (ν a)
+ 1 =0
h1 J 0 (h1 a) ν K 0 (ν a)
As frequências de corte dos diferentes modos podem ser obtidas a partir das equações
características, considerando a condição de corte ν = 0 . No entanto, como já foi
referido, a análise envolvida é complicada, pelo que apenas interessam os seguintes
resultados:
EHnp J n (h1a) = 0
≥2 n12 ha
HEnp 2 + 1 J n−1 (h1a) = 1 J n (h1a)
n2 n −1
É possível mostrar-se que o modo HE11 tem frequência de corte nula, o que significa
que está sempre presente, para qualquer frequência de operação e qualquer diâmetro
do guia. Os modos seguintes são os modos TE01 e TM01, cuja frequência de corte está
associada ao primeiro zero de J 0 (que ocorre aproximadamente em 2.405).
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No estudo de fibras ópticas é conveniente trabalhar com o chamado parâmetro V, o
qual também é conhecido como frequência normalizada. Este parâmetro define-se
como
2
ω a 2
2
(
V = h +ν 1
2 2
) a =
2
n1 − n2
2
( )
c
ou ainda
2π a
V = n12 − n22
λ0
onde λ0 = f c é o comprimento de onda no vazio.
Considere-se agora o corte dos modos TE e TM. Para o corte destes modos tem-se
então h1 a = 2.405 e ν = 0 , o que significa que neste caso V=2.405. Assim, se
V > 2.405 , os modos TE01 e TM01 entram em propagação. Pelo contrário, se
V ≤ 2.405 apenas o modo HE11 se poderá propagar, o que significa que o guia de
onda estará a funcionar em regime monomodo.
( )
operação, é necessário garantir que a ≤ 2.405λ0 2π n12 − n22 . Isto significa que as
fibras que operam em regime monomodo são tipicamente mais finas do que as que
operam em regime multimodo. Por serem mais finas, são também mais frágeis e, além
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disso, mais difíceis de operar, obrigando a cuidados adicionais nas operações de
alinhamento.
Como exemplo, considere-se uma fibra óptica com uma abertura numérica
NA = n12 − n22 = 0.1 que opera a 0.8 µm . Para que a fibra opere em regime
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4 Bibliografia
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