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GRAVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE REDES DE BRAGG DE PERÍODO LONGO


(LPG) EM FIBRAS ÓPTICAS

Article · August 2007

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Ricardo Marques Ribeiro


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GRAVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE REDES DE BRAGG DE PERÍODO
LONGO (LPG) EM FIBRAS ÓPTICAS

Victor V. Gomes
Universidade Católica de Petrópolis
Departamento de Telecomunicações
victorvigo@gmail.com

Maria Cristina Quesnel


Universidade Católica de Petrópolis
cristina.quesnel@gmail.com

Ricardo M. Ribeiro
Universidade Federal Fluminense – Centro Tecnológico
rmr@pq.cnpq.br

RESUMO
Este artigo descreve a gravação e a caracterização de redes de Bragg de
período longo, LPG (Long Period Grating), em fibras ópticas e sua utilização
como um filtro rejeita banda. A pesquisa esta sendo realizada com o objetivo de
utilizar este filtro como um dos componentes para Amplificação Ramam. As
gravações das redes de Bragg são realizadas no Laboratório de telecomunicações
da UCP, sendo geradas a partir de uma maquina de emenda de fibras ópticas,
convenientemente adaptada, com irradiação ponto-a-ponto de arco-elétrico e
com periodicidade em torno de 500µm. Estas redes de Bragg são caracterizadas
no LaCOp/TET/UFF irradiando-se no local onde estão as LPGs luz de amplo
espectro e analisando na outra extremidade o espectro de transmissão com o
auxilio de um analisador de espectro, OSA (Optical Spectrum Analizer), tendo
como objetivo otimizar os parâmetros de gravação das LPGs, assim como ajustar
a periodicidade espacial para que a mesma exiba a filtragem espectral de
interesse.

Palavras-chave: Fibras ópticas, Redes de Bragg, Redes de período longo,


Amplificadores Raman, Filtros

1. INTRODUÇÃO
Apesar do "estouro da bolha" em 2001, as Comunicações Ópticas continuam
a avançar como redes de transporte, redes de acesso (FTTH – Fiber to the
Home) e na fusão com outras tecnologias.

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Filtros eletrônicos em baixas freqüências são bem conhecidos podendo ser
de natureza passiva ou ativa. Filtros eletrônicos passivos podem ser construídos,
por exemplo, como uma combinação adequada de componentes RLC discretos.
Filtros eletrônicos ativos podem, por exemplo, ser construídos a partir de
amplificadores operacionais.
Na faixa de microondas, tais filtros, podem, por exemplo, ser construídos a
partir de segmentos de linhas de transmissão ou guias de onda modificados ou
não.
No espectro óptico, os chamados filtros ópticos atuam diretamente na
portadora (luz) e a sua construção guarda alguma semelhança com os filtros na
faixa de microondas, mas são completamente diferentes dos filtros em eletrônica
de baixa freqüência.
Os filtros ópticos podem ser construídos diretamente numa fibra óptica, ou
melhor dizendo, num pequeno segmento desta.
Este artigo trata destes filtros voltados a amplificação Raman que é
considerada uma tecnologia avançada, aplicada aos sistemas de longa distância
e alta capacidade (DWDM - Dense Wavelength Division Multiplexing). Exibe
algumas vantagens frente ao uso dos tradicionais amplificadores a fibra dopada
com érbio (EDFA – Erbium Doped Fiber Amplifier). Entretanto, amplificadores
Raman requerem o desenvolvimento de componentes que muitas vezes devem
ser específicos para certo projeto de enlace.

2. FIBRAS ÓPTICAS
Fibra óptica é um guia de onda cilíndrico, usualmente de sílica, que conduz
luz no espectro do visível ao infravermelho. Uma fibra óptica é composta por um
núcleo de sílica envolto por uma casca de mesmo material. Para que a fibra se
torne um meio confinado e a luz se propague pelo núcleo com pequena perda de
intensidade, sua casca possui um índice de refração menor que seu núcleo
garantindo assim a propagação da luz inserida.
Para ajudar a manter suas características físicas e ópticas a fibra possui
ainda um revestimento externo, podendo ser de polímero, que a protege de
choques mecânicos “Figura 1”.

Figura 1 – Estrutura de uma fibra óptica.

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De acordo com o número de modos de propagantes e o seu índice de
refração no núcleo as fibras são classificadas como “Figura 2”.

Figura 2 – Tipos de fibra óptica (HALLIDAY et al.,1997).

Quanto ao perfil do índice de refração, enquanto uma fibra de índice


degrau possui apenas um tipo de material compondo o núcleo de forma a ter um
índice de refração constante ao longo de sua seção reta, a fibra de índice gradual
tem seu núcleo composto por materiais de diversos índices de refração que
diminuem gradualmente a partir do eixo central da fibra em direção a interface
núcleo-casca (SILVA JÚNIOR, 1990).
Fibras multimodo permitem a propagação de vários modos, o que faz com
que os raios de luz percorram por diversos caminhos o interior da fibra enquanto
as fibras monomodo transmitem apenas um modo de propagação com diâmetro
de seu núcleo inferior ao da fibra multimodo.

2.1 Propagação em fibras ópticas


A propagação da luz em fibras ópticas se da devido as variações de campos
eletromagnéticos “Modos” que seguem a teoria eletromagnética e são expressos
pelas equações de Maxwell.

3. REDES DE BRAGG
As redes de Bragg (FBG - Fiber Bragg grating) são formadas pela exposição
do núcleo da fibra a um padrão de interferência ótico intenso (HILL e MELTZ,
1997).

Figura 3 – Redes de Bragg.

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As redes de Bragg apresentam como característica principal a reflexão de
parte da potência ótica propagando-se pela fibra. Essa reflexão é baseada na
difração do feixe luminoso pela estrutura de modulação do índice de refração,
acoplando uma parte do espectro em um modo de núcleo contra-propagante
(HILL & MELTZ, 1997).

Figura 4 – Redes de Bragg com reflexão.

As redes de Bragg podem também não refletir parte da potência. Redes que
possuem essa característica são redes com periodicidade maior conhecidas como
Redes de Bragg de Período Longo (LPG – Long Period Grating).
As redes de período longo são dispositivos intrínsecos à fibra ótica que têm
sua operação fundamentada no acoplamento entre o modo propagante de núcleo
e modos co-propagantes de casca. Os comprimentos de onda de ressonância das
LPG são dados pela condição de casamento de fase (VENGSARKAR et al. 1996).

Figura 5 – Redes de Bragg de período Longo.

Redes LPG podem também ser construídas com luz ultravioleta desde que a
gravação seja feita com periodicidade correta.
Alternativamente, a gravação das LPGs também tem sido feita com o uso de
arco-elétrico que atravessa o diâmetro da fibra, apesar de exibir algumas
limitações, o custo é de baixo.

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4. APLICAÇÃO DE REDES DE BRAGG DE PERÍODO LONGO
Redes de Bragg são extremamente úteis em diversas aplicações onde se
requer filtragem espectral nas telecomunicações e em sensoriamento. Redes
LPGs por serem do tipo rejeita banda, são particularmente úteis para filtrar
seletivamente comprimentos de onda indesejáveis que surgem nos
amplificadores ópticos Raman que operam, por exemplo, na faixa de 1550 nm.

5. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Para a gravação das redes de Bragg de período longo nas fibras ópticas
optou-se pela gravação através de arco-elétrico e para isto, utiliza-se uma
maquina de emenda de fibras, antiga, convenientemente adaptada.
A maquina utilizada é de fabricação da SIEVERTS ERICSSON e tipo FSU 830,
“Figura 6”.

Figura 6 – Máquina de emenda em fibra óptica.

Para adequação as necessidades do projeto, colocou-se na extremidade um


transladador de forma a garantir uma maior exatidão para a periodicidade de
gravação. No lado oposto ao transladador implantou-se uma roldana, que é
utilizada para minimizar as forças mecânicas existentes quando se insere um
peso na fibra para exercer uma força longitudinal e facilitar o deslocamento da
fibra no decorrer das gravações.
Após as modificações a máquina de emenda de fibras se encontra na
seguinte forma, “Figura 7” e “Figura 8”.

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Figura 7 – Visão frontal.

Figura 8 – Visão superior.

As redes de período longo são gravadas irradiando-se o arco-elétrico no


núcleo da fibra e variando a periodicidade.
Nesta pesquisa as redes estão sendo gravadas com uma periodicidade de
500µm e variando o número de irradiações periódicas.

6. RESULTADOS OBTIDOS
A caracterização óptica das LPGs é realizada nas dependências do
LaCOp/TET/UFF e consiste basicamente em injetar luz de espectro largo na fibra
onde a LPG foi gravada e medir o espectro de transmissão com o uso de um
analisador de espectro óptico (OSA - Optical Spectrum Analizer).
Atualmente o resultado mais expressivo obtido foi através de uma rede com
6 gravações em fibra monomodo (SM – Single Mode) com periodicidade de
500µm.
Para esta caracterização utilizou-se um OSA entre 700nm e 1700nm e a
“Figura 9” mostra o espectro superior correspondente à luz irradiada sem a fibra
e o espectro inferior após a luz irradiada na fibra óptica sem as redes de Bragg.

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Figura 9 – Espectro após luz irradiada na fibra óptica sem LPGs.

Na “Figura 10” o espectro superior é resultado da luz irradiada sem fibra


óptica e o espectro inferior mostra o espectro após luz irradiada na fibra óptica
com seis gravações espaçadas de 500µm do tipo LPGs.
Analisando-se o espectro após as redes de Bragg obteve-se seguinte
resultado, “Figura 10”.

Figura 10 – Espectro após a luz irradiada na fibra óptica com LPGs.

A “Figura 11” mostra o espectro normalizado, obtido subtraindo o espectro


da luz irradiada sem a fibra óptica e o espectro após a luz irradiada na fibra
óptica com LPGs.

Figura 11 – Espectro normalizado.

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7. ANALISE DOS RESULTADOS
Os resultados obtidos até o momento são satisfatórios, pois para as
primeiras caracterizações obteve-se uma estrutura espectral característica,
centrada em cerca de 1116 nm para uma rede fisicamente pequena.

8. CONCLUSÃO
Conclui-se que as redes de Bragg gravadas através de arco-elétrico é uma
alternativa viável e com custo de gravação reduzido.
Os parâmetros para as gravações estão sendo adequados de modo que o
espectro de transmissão fique em 1550nm.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros
HALLIDAY D., RESNICK R., KRANE K. S. Physics. Estados Unidos, Ed. John
Wiley&Sons Inc., 1997, v. 2.

SILVA JÚNIOR, D. N. Fibras Ópticas. Érica Editora LTDA, 1990.

Artigos
HILL K. O. and MELTZ G. Fiber Bragg Grating Technology Fundamentals
and Overview. Journal of Lightwave Technology, 1997.

VENGSARKAR, A. M., LEMAIRE, P. J., JUDKINS, J. B., BHATIA, V., ERDOGAN, T.,
SIPE, J.E. Long-Period Fiber Gratings as Band-Rejection Filters. Journal of
Lightwave Technology, 1996.

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