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Resumo
Material para o módulo: Deformações.
1 Notação
Notação encontrada neste material. Em alguns livros esta pode ser apresentada de modo diferente. Embora
com excessões, reserva-se letras gregas para escalares, letras latinas minúsculas para vetores e letras latinas
maiúsculas para tensores de ordem superior.
1. vetor posição:
x x0
p= y , p0 = y0
z z0
2. vetor deslocamento:
u (x, y, z, t)
d= v (x, y, z, t)
w (x, y, z, t)
Q : QQT = I
R : RRT = I
Esta matriz pode ser decomposta em três rotações simples em torno de cada eixo, como, por exemplo:
Q = Qx Qy Qz
1 0 0 cosθy 0 senθy cosθz −senθz 0
= 0 cosθx −senθx 0 1 0 senθz cosθz 0
0 senθx cosθx −senθy 0 cosθy 0 0 1
4. deformação infinitesimal:
∂u 1 ∂u ∂v 1 ∂u ∂w
∂x 2 ∂y + ∂x 2 ∂z + ∂x
T
∇d + (∇d)
1
∂u ∂v
∂v 1 ∂v
ε= = + + ∂w
2 2 ∂y ∂x ∂y 2 ∂z ∂y
1 ∂u ∂w 1 ∂v ∂w ∂w
2 ∂z + ∂x 2 ∂z + ∂y ∂z
1 ∂di ∂dj
εij = +
2 ∂pj ∂pi
não se usa letras diferentes para as cisalhantes, e se mantém o 1/2.
1
5. deformação finita (de Green):
1 T
1
T
E= (∇p) (∇p) − 1 = (∇d + I) (∇d + I) − 1
2 2
3
!
1 ∂di ∂dj X ∂dk ∂dk
Eij = + +
2 ∂pj ∂pi ∂pj ∂pi
k=1
6. deformações principais:
ελ = Xλ
(ε − λI) X = 0
det (ε − λI) = 0
onde X são autovetores (direções principais) e λ são autovalores (deformações principais) do tensor defor-
mação ε.
ε1 0 0
ε = 0 ε2 0 , ε 1 ≥ ε2 ≥ ε3
0 0 ε3
2 Módulo: Deformação
2.1 Cinemática:
Posição: o vetor posição localiza um ponto material em relação a uma referência. Em uma descrição de um
movimento, este vetor é uma função do tempo.
x (t) x0
p= y (t) , p0 = y0
z (t) z0
Destaca-se neste caso a representação do deslocamento (e qualquer outra variável da mecânica) como uma
função contínua do espaço e do tempo implica na Mecânica do Contínuo. O corpo é considerado um meio
contínuo no espaço e tempo, onde há material em qualquer coordenada. As propriedades materiais variam
continuamente. Apesar desta hipótese ser obviamente furada, a possibilidade de tomar limites (que possibilita
utilizar o poder do Cálculo) a justificam.
Apresenta-se aqui vários exemplos de deslocamentos:
u (t)
• translação unidimensional: d = 0
0
u (t)
• translação geral: d = v (t)
w (t)
2
α (t) x
• dilatação uniforme: d = α (t) y
α (t) z
α (t) x
• extensão (ou contração) pura em x: d= 0
0
γ (t) y
• distorção pura no plano xy: d = 0
0
Introduz-se neste ponto a simplificação da Estática. A dependência do tempo é ignorada e o sistema é descrito
apenas pela posição inicial e final. Implicações: desrespeita o princípio da conservação de energia, e torna difícil
qualquer análise dinâmica. Simplifica bastante as equações. Serve para fenômenos que ocorrem muito lentamente
ou para sistemas após o amortecimento ter dissipado toda energia cinética. Pode servir para sistemas dinâmicos
através do uso de coeficientes de segurança.
Outros exemplos de deslocamento, já dentro da estática:
αx
• extensão simples em x: d = βy
βz
0
• distorção pura no plano xy: d = γx
0
x cosθz − y senθz − x0
• rotação pura em torno de z: d = x senθz + y cosθz − y0 = Qp0 − p0
0
Pode-se relacionar com os diferenciais totais do cálculo. Exemplo: para a extensão pura, o deslocamento é dado
por d = {αx, 0, 0} e o gradiente é dado por
1+α 0 0
F= 0 1 0
0 0 1
e podemos calcular o que ocorre com vários elementos de linha:
3
Figura 1: deformação
Normalmente se prefere escrever a deformação em termos de deslocamentos, ao invés de posição final. Subs-
tuindo p = d + p0 na relação anterior, chega-se a
T
F = ∇pT
T
T
= ∇ (d + p0 )
T
= ∇dT − I .
4
usando a propriedade de que ∇p0 = I. O tensor de Green em termos de deslocamentos é dado por
1 T T
E = ∇dT + ∇dT + ∇dT ∇dT
2 !
3
1 ∂di ∂dj X ∂dk ∂dk
Eij = + +
2 ∂p0j ∂p0i ∂p0j ∂p0i
k=1
Um problema que aparece neste tópico é que os conceitos de cálculo vetorial (operadores de gradiente e diver-
gente) estão sendo vistos simultaneamente com a disciplina de Matemática Aplicada e não são ainda familiares
aos alunos.
5
O tensor infinitesimal pode ser uma aproximação muito boa na maior parte das situações de engenharia
mecânica, mas sempre deve-ser ressaltar que vale apenas para pequenas deformações. Um exemplo claro das
limitações aparece na rotação pura, por exemplo em torno de z.
x cosθz − y senθz − x0
d= x senθz + y cosθz − y0
0
d = Qp0 − p0 ⇒
∇d = Q−I
e o infinitesimal fica
1 T
ε = ∇d + (∇d)
2
1
Q − I + QT − I
=
2
cosθz − 1 0 0
ε = 0 cosθz − 1 0
0 0 cosθz − 1
ou seja, aponta erroneamente uma contração nos três eixos. A ordem de grandeza do erro pode facilmente chegar
próxima às deformações usuais em engenharia. Por exemplo, se o ângulo θz for próximo a 1◦ , que resulta em
cos 1◦ − 1 = 1, 52 × 10−4 . Ou seja, em um movimento de corpo rígido sem deformação, o tensor infinitesimal
erroneamente aponta uma deformação compressiva enorme.
A partir daqui, nesta disciplina usa-se somente o tensor infinitesimal, embora deve se ressaltar a possibilidade
de erros. A configuração inicial e final se confundem, e não haverá mais uma diferenciação entre elas, isto é, não
há porque diferenciar p e p0 .
Interpretação geométrica do tensor infinitesimal:
As componentes normais são extensões (distorções lineares) enquanto que as componentes tangenciais são
distorções angulares.
6
u (t) 0 0 0
• translação unidimensional: d = 0 ⇒ε= 0 0 0
0 0 0 0
u (t) 0 0 0
• translação geral: d = v (t) ⇒ε= 0 0 0
w (t) 0 0 0
α (t) x α (t) 0 0
• dilatação uniforme: d = α (t) y ⇒ε= 0 α (t) 0
α (t) z 0 0 α (t)
α (t) x α (t) 0 0
• extensão (ou contração) pura em x: d = 0 ⇒ε= 0 0 0
0 0 0 0
1
γ (t) y 0 2 γ (t) 0
• distorção pura no plano xy: d = 0 ⇒ ε = 21 γ (t) 0 0
0 0 0 0
αx α 0 0
• extensão (ou contração) simples em x: d = βy ⇒ε= 0 β 0
βz 0 0 β
0 21 γ 0
0
• distorção pura no plano xy: d = γx ⇒ ε = 12 γ 0 0
0 0 0 0
αx senωt α 0 0
• vibração extensional pura: d = 0 ⇒ ε = 0 0 0 senωt
0 0 0 0
• posição e deslocamentos: p0 = QT p d0 = QT d
• deformação: ε0 = QεQT
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Pode explicar a aparição da distorção e das extensões imaginando-se um quadrado rotacionado de 30◦ desenhado
na parede de um cubo se extendendo. Este quadrado distorce, como pode-se ver na figura 3 .
εX = λX
εX − λIX = 0
(ε − λI) X = 0
⇒
det (ε − λI) = 0
de onde se calculam os valores de λ para que ε − λI seja singular. Para isto se resolve as raízes do polinômio que
resulta do determinante. Estas raízes são sempre reais (pois a deformação é simétrica), mas podem ser repetidas.
Exemplo:
αx + βy 2
d= γy
γy
α βy 0
ε= βy γ γ/2
0 γ/2 0
em x = 0 e y = 0 os autovalores e autovetores são; em x = 0 e y = 1 são.
Por sua vez, o círculo de Mohr é um dispositivo gráfico para a solução de autovalores e autovetores para
casos bidimensionais.
8
onde
1
εs = tr (ε) I
3
εd = ε − εs
ou por extenso:
εxx +εyy +εzz
3 0 0
εxx +εyy +εzz
εs = 0 3 0
εxx +εyy +εzz
0 0 3
2εxx −εyy −εzz
3 εxy εxz
−εxx +2εyy −εzz
εd = εxy 3 εyz .
−εxx −εyy +2εzz
εxz εyz 3
Como exemplos, a dilatação pura só tem a parte volumétrica, a distorção pura só tem a parte desviadora e a
extensão simples fica:
α 0 0
ε = 0 β 0 ⇒
0 0 β
1 0 0
α + 2β
εs = 0 1 0
3
0 0 1
2α−2β
3 0 0
−α+β
εd = 0 3 0
−α+β
0 0 3