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Crenças negativas:

Responsabilidade: defeituosa
Sou feio (fraco, desequilibrado).
Já havia escrito outras vezes como me sinto em relação ao meu corpo e como
isso começou quando eu ainda estava no ensino médio. Na verdade, bem antes disso.
Lembro que uma vez, a diretora de uma escola estava cobrindo a falta de um
professor, na 6ª série. Ela virou para mim e falou para eu sentar direito. Eu já estava
sentado “direito”, aí ela respondeu: “ahhh, você é deficiente, né?”. A única coisa que
consegui falar foi “não”. Até ali eu não sabia o que tinha no tórax e o que era o pectus.
Tenho até um pouco de vergonha sobre um sentimento bem adormecido, mas sem
colocar culpa: que minha mãe poderia ter visto isso durante meu crescimento e
procurado algum tipo de ajuda médica.
Como no final das outras vezes, tendo a concluir que qualquer fracasso
romântico ou coisa do tipo tem como ponto principal minha aparência. Mesmo agora
tendo noção de que a atração tem diferentes fontes e que a minha falta de me colocar
numa posição fora da zona de conforto também contribui bastante sobre minha
situação passada e atual. Eu sei muito bem que não existe relacionamento mágico.
Pontuar todas as vezes que me senti mal por conta do corpo. Resgatar os porquês.
Não consegui lembrar de outras vezes (especificamente) em que me senti
assim. Mas a maioria das situações (se não todas) posteriores, foi uma auto-agressão,
onde eu já partia do ponto

Ser mais agressivo

Não sou suficientemente bom.

Responsabilidade: ação
Deveria ter feito alguma coisa.
No passado, com a Karol. Eu poderia ter feito algo diferente e isso ter mudado
o passado, ou esse presente. Há uns bons anos, um amigo (Yarin) me chamou para sair
depois do trabalho, pois lá encontraria com outra amiga nossa (Ana) e uma menina
que ele queria ficar (Karol). Acabou que ele não conseguiu ficar com ela e essa nossa
amiga (Ana), disse para esse amigo (Yarin) que amiga dela (Karol) estava Interessada
em mim. Complicado? Um pouco.
Nesse tempo eu já gostava da Letícia. Posso dizer que esse foi o primeiro
“período” que gostei dela. Por isso, inicialmente eu estava querendo manter esse
sentimento, mesmo que impossível (mais ainda que hoje). E também eu tinha um
sentimento de incredulidade sobre ela (Karol) querer alguma coisa comigo. Ela era
bem atraente. Achava que era somente meu amigo querendo me dar “um empurrão”.
Mas de fato, após umas semanas de mensagens repassadas dessa nossa amiga para
mim, fui convencido que existia de fato alguém que demonstrou interesse em mim.
Antes eu falei que queria manter o sentimento impossível com a Letícia, mas ao
mesmo tempo sabia/tinha noção que deveria sufocar e matar esse mesmo
sentimento. Então, decidi que tinha que tentar fazer isso com a Karol.
Ao mesmo tempo que eu tinha essas “informações privilegiadas” que a Karol
tinha algum interesse em mim, isso não era demonstrado nas conversas (WhatsApp) e
também aconteceu mais de uma vez (umas 3-4) de furar um encontro. Baseado nesses
dois últimos, eu não conseguia entender como ela estaria interessada e não
demonstrava “vontade” para manter uma conversa pelo WhatsApp ou não furar os
encontros. Em um desses encontros, cheguei no local marcado, mandei mensagens e
não consegui encontrar e falar com ela. Descobri 4-5 horas depois que ela tinha
resolvido ir para outro lugar com nossa amiga (Ana). Depois de várias tentativas de
encontros, conversas, fui ficando bem chateado e já estava desacreditado de insistir
nessa história. Acabei por bloquear ela no WhatsApp e voltar à mesmice de antes.
Honestamente, não tentei me sabotar para voltar a esse estado. Realmente tentei pela
primeira vez “resolver” o problema. Meses depois, estava com meus amigos na orla do
lago, em Brazlândia, e eles me avisaram que ela (Karol) estava vindo junto com nossa
amiga (Ana) em nossa direção. Acabou que passaram só há uns metros, mas nos
vimos. Após alguns minutos, passaram novamente pela gente. Eu tive a sensação que
ainda estava com parte da história aberta e que deveria ter um fechamento. Por isso,
resolvi desbloquear ela do WhatsApp.
Conversamos rapidamente e segundo ela, não entendia o porquê de eu ter
bloqueado ela. Tentei explicar, mas ela só se defendia com frases contrárias. Após uns
minutos, ela e a Ana vieram para nos encontrar. Conversamos rapidamente, pois elas
estavam indo para outro lugar. Meus amigos me disseram depois que eu fui a única
pessoa que a Karol abraçou e demorou mais segundos cumprimentando, então, era de
certa forma um bom sinal.
Dessa vez, eu insisti mais nas conversas no WhatsApp e até relevei furos
futuros. O aniversário dela é poucos dias depois do meu, então resolvi comprar um
batom e um blush, naquela loja Quem Disse Berenice. Esse encontro não foi um
encontro, já que quando cheguei no local (hamburgueria), ela estava com uma prima.
Não fiquei só focado na Karol, conversei com a prima dela também: fiz isso para
conhecer a menina e também para não ser mal educado e só conversar com a Karol
(seria bizarro se fizesse isso). Acabou de nem deu para conversar muita coisa. Logo
depois de comer ela disse que tinha que ir embora. Antes de ir, dei os parabéns e
entreguei o presente. Eu já estava ficando chateado de novo, mas meus amigos me
disseram que eu deveria continuar insistindo, até um dia onde estávamos juntos (meus
amigos) e ela mandou uma mensagem perguntando onde eu estava. Fui encontrar
com ela, junto com meus amigos, pois ela também estava em grupo (com outras
amigas e a minha amiga, Ana). Ela estava bem bonita e usando a maquiagem que tinha
dado de presente. Em resumo, eu não consegui ficar sozinho com ela para poder
conversar e beijá-la. Além dos outros desconhecidos no lugar, também existia as
outras pessoas que eram os nossos dois grupos, então eu estava me sentindo
envergonhado de tentar qualquer coisa por conta do público e pressionado (por mim
mesmo, não por meus amigos) para ficar com a menina. Eu tentei por algumas vezes
chamar ela para outro canto do lugar, mas em todas as vezes, ela não quis. Estava
começando a me sentir como antes, nesse paradoxo onde ela queria estar comigo e
não demonstrava. Lá para o fim do rolê, ela saiu para o banheiro, e essa minha amiga
Ana, me falou “uai, por que você só não vira e beija ela”, eu respondi que “não estava
sentido que ela estava a fim” já que tinha recusado as saídas que falei antes e que em
alguns momentos da conversa preferia cantar a música que estava tocando a me
responder. Acabou que me decidi a não insistir mais. Avisei meus amigos que já queria
ir embora (eles só estavam lá me esperando e querendo dar apoio). Esperei ela voltar
para me despedir.
Como disse no primeiro parágrafo, talvez eu desse ter feito coisas diferentes
que (novamente) talvez mudaria meu futuro e meu presente. Talvez, eu deveria ter
feito o que minha amiga me disse que eu deveria fazer, ou talvez eu tenha agido certo.
A verdade é que fiz o que achava que deveria, com o conhecimento que tinha no
tempo. Sim, talvez deveria ter agido de outra forma, eu não sei. Pensar nos “ses” não
ajuda em nada, já fiz muito disso no passado.

Segurança/Vulnerabilidade:
É perigoso sentir.
Desde muitos anos, eu tento não me sentir atraído romanticamente por
ninguém. Por medo de rejeição, ser traído pelas minhas próprias expectativas irreais.
Mesmo atualmente, eu me sinto compelido a tentar não sentir nada a mais por
alguém para que não sofra. Então criei uma casca, para me “defender” disso, mesmo
tendo total noção que faz mais mal que bem.
Meu pensamento atual é que tenho que desenvolver autocompaixão e autoestima e
ao mesmo tempo não deixar outros pontos parados na minha vida. Ex: estudo, tentar
conhecer pessoas novas (nem que seja só uma pequena conversa na livraria),
internalizar minhas qualidades.
Eu ainda não estou tão bem nesse plano, e na maioria das vezes arranjo desculpas
para me manter na zona de conforto, mesmo que esse conforto seja sofrimento, já
que o sofrimento “velho e conhecido” é melhor que um novo.
Descobri recentemente (com as sessões de terapia) que tenho essa dependência
emocional com a minha amiga (Letícia). Ainda estou aprendendo a conhecer essa
dependência e lidar para acabar com ela, transformando em outra coisa. Sei que não
existem estalos mágicos que resolvem os problemas, por isso, não é algo resolvido de
forma instantânea.
E só voltando a um assunto discutido antes, minha cirurgia do pectus está próxima
(acredito) e como disse antes, será ao mesmo tempo uma cirurgia física e mental (no
modo como eu me vejo/me observo). Não tenho pretensões que essa cirurgia será a
grande salvadora dos meus problemas, mas tenho compreensão que ajudará bastante,
com um pouco de mais autoconfiança.

Controle/Opções:
Não posso conseguir o que eu quero.
Esse é um sentimento bem recorrente até onde me lembro e recai em dois campos:
estudo (carreira) e relacionamento amoroso.
Tenho compreensão que manter o estudo para concursos é como academia, é
necessário manter foco e resiliência para não desistir. Quanto ao relacionamento
amoroso, é necessário eliminar o que não é possível e tentar me manter direcionado
ao autodesenvolvimento.

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