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Sinopse:
Ethan, porém, não está disposto a se dar por vencido e não irá se
render; ele fará de tudo para recuperar sua preciosa garota
americana. A paixão entre eles é avassaladora, mas serão os
segredos que escondem um do outro dolorosos e sérios o
suficiente para acabar com as chances de um relacionamento
real entre eles?
É tudo ou nada.
A tradução em tela foi efetivada pelo grupo CEL de forma a
propiciar ao leitor acesso parcial à obra, incentivando-o à
aquisição da obra literária física ou em formato ebook. O
grupo CEL tem como meta a seleção, tradução e
disponibilização parcial apenas de livros sem previsão de
publicação no Brasil, ausente de qualquer forma de
obtenção de lucro, direto ou indireto.
Agosto/2013
Proibido todo e qualquer uso
comercial
Londres
Deixei Ethan no elevador me implorando para não ir. Foi a coisa mais
difícil que tive que fazer em muito tempo. Mas eu o deixei!
Abri meu coração para Ethan e o tive pisoteado. Ouvi quando ele disse
que me amava e ouvi quando ele disse que estava apenas tentando me
proteger do meu passado. Eu o ouvi alto e claro. Mas isso não mudava o fato
de que eu precisava ficar longe dele.
Tudo o que posso imaginar é a mesma ideia aterradora uma e outra vez.
Ethan sabe!
Mas as coisas nem sempre são o que parecem. Convicções são
formadas sem todas as revelações. Ideias são formadas baseadas na emoção e
não em eventos concretos. Assim era caso comigo e Ethan. Descobri isso
mais tarde, claro, e antes que fosse tarde, quando eu pude me afastar dos
eventos que me moldaram, eu fui capaz de ver as coisas um pouco diferentes.
Com Ethan tudo foi rápido, intenso... Inflamável. Desde o início, ele
me disse coisas. Ele disse que me queria. E sim, ele até disse que me amava.
Ele não tinha problemas em dizer-me o que queria comigo ou como se sentia
sobre mim. E eu não me refiro apenas ao sexo. Isso foi uma grande parte da
nossa conexão, mas não era tudo com Ethan. Ele pode compartilhar seus
sentimentos facilmente. Esse é o seu jeito, não necessariamente o meu.
Às vezes, eu sentia como se Ethan quisesse me consumir. Ele me
oprimia desde o início e definitivamente era um amante exigente, mas uma
coisa era certa, eu queria tudo o que ele me desse.
Descobri isso uma vez que o deixei.
Ethan me deu um pouco de paz e segurança de uma maneira que
realmente nunca senti como uma adulta e, certamente, nunca antes no que
diz respeito a minha sexualidade. É exatamente como ele é e acho que o
entendo agora. Ele não estava exigindo e controlando porque queria me
dominar, ele era assim comigo porque sabia que era o que eu precisava. Ethan
estava tentando me dar algo que eu precisava para fazer com que nós
déssemos certo.
Assim, enquanto aqueles dias sem ele estavam agonizando, a solidão foi
fundamental para mim. Nosso fogo apaixonado tinha queimado de forma
incandescente e nós dois fomos queimados devido ao calor que acendeu e se
alastrou tão facilmente quando estávamos juntos. Sei que o tempo de cura era
necessário para mim, mas isso não fez a dor lancinante machucar menos.
Eu continuava voltando para a mesma ideia que tive quando descobri o
que ele estava fazendo.
Ethan sabe o que me aconteceu e não há nenhuma maneira dele me amar agora.
Um
coração. Tudo o que eu podia fazer era respirar para as portas fechadas do
elevador que a estava levando para longe de mim.
Pense por um momento!
Correr atrás dela não era uma opção, então deixei o saguão e entrei na
sala de descanso. Elaina estava lá tomando café. Ela manteve a cabeça
abaixada e fingiu que eu não estava lá. Mulher inteligente! Espero que aqueles
idiotas no andar façam o mesmo ou eles poderiam precisar encontrar novos
empregos.
Joguei um pouco de gelo em um saco plástico e empurrei minha mão
dentro. Porra, isso ardia!
Havia sangue nas minhas juntas e tenho certeza que na parede ao lado
do elevador. Andei de volta para meu escritório com minha mão no gelo.
Disse à Frances para chamar a manutenção para consertar meu golpe
sangrento na parede.
Frances assentiu sem perder o ritmo e olhou para o saco de gelo no
final do meu braço.
— Você precisa de um raio-X pra isso? — Ela perguntou, sua
expressão como a de uma mãe. Pelo menos como eu imaginava que uma mãe
seria. Mal me lembro da minha, então provavelmente estou apenas
projetando nela.
— Não. — Preciso da minha garota de volta e não da porra de um raio-X!
Fui para meu escritório e tranquei-me nele. Tirei uma garrafa de Van
1
Gogh do frigobar e a rompi. Abrindo a gaveta da minha mesa, atrapalhei-me
com o pacote de Djarum Black2 e o isqueiro que eu gostava de manter lá.
Estive enterrado nos cigarros num ritmo recorde desde aquele encontro com
Brynne.
Tenho que me lembrar de reabastecer.
Agora, tudo o que eu precisava era de um copo de vodka, ou talvez
não. Uma garrafa me faria muito bem. Tomei um gole com minha mão
quebrada e saudei a dor.
Foda-se minha mão! É meu coração que está quebrado.
Olho para a foto dela. Aquela que tirei no trabalho quando ela me
mostrou a pintura de Lady Percival com o livro. Lembrei-me de como eu
tinha usado meu celular para tirar a foto e fiquei agradavelmente surpreso ao
ver o quão boa ela saiu. De fato, tão boa que baixei e mandei meu escritório
imprimir. Não importava que fosse somente a câmera de um telefone celular,
Brynne parecia bela através de qualquer lente. Especialmente as lentes dos
meus olhos. Às vezes, quase doía olhar para ela.
Lembrei-me daquela manhã com ela. Eu podia simplesmente vê-la em
minha imaginação, quão feliz ela estava enquanto batia a foto dela sorrindo
para aquela pintura velha...
♥♥♥♥♥
Parei no estacionamento da Rothvale Gallery e desliguei o motor. Era um
dia sombrio, garoando e fazendo frio, mas não dentro do meu carro. Ter
Brynne sentada ao meu lado, vestida para o trabalho, bonita, sexy, sorrindo
para mim, fazia-me querer voar, mas sabendo o que tínhamos acabado de
compartilhar juntos nesta manhã era como a porra de uma bomba. E eu não
1
Marca de vodka.
2
Cigarros pretos feitos de cravo.
estava falando sobre a porra. Recordando do chuveiro e do que tínhamos
feito lá, iria me manter durante o dia, a duras penas, mas saber que eu a veria
de novo nesta noite, que estaríamos juntos, que ela era minha e que eu
poderia levá-la para cama e mostrar a ela tudo de novo. Foi a conversa que
tínhamos tido também. Eu senti como se ela finalmente tivesse me deixando
entrar um pouco. Que ela se preocupava comigo da mesma forma que eu me
importava com ela. E já era hora de começar a falar sobre nosso futuro. Eu
queria tanto isso com ela.
— Eu já te disse o quanto gosto quando você sorri para mim, Ethan?
— Não. — Respondi, deixando o sorriso cair. — Diga-me.
Ela balança sua cabeça com minhas táticas e olha para a chuva através
da janela. — Eu sempre me sinto especial quando você sorri porque acho que
você não sorri muito em público. Eu descreveria você como reservado.
Então, quando você sorri para mim, eu fico meio que... fascinada.
— Olhe para mim. — Eu a esperei responder, sabendo o que viria.
Essa era outra coisa que ainda tínhamos que discutir, mas que estava clara
como cristal desde o início. Brynne era naturalmente submissa a mim. Ela
aceitou o que eu queria dar a ela, o Dom em mim tinha encontrado a sua
musa, e esse era apenas mais um motivo para que fôssemos perfeitos juntos.
Eu a fascino, hein?
Ela levantou os olhos castanho-esverdeados/cinzentos para mim e
esperei enquanto meu pau se empurrava nas minhas calças. Eu poderia tomá-
la bem aqui no carro e ainda querê-la minutos depois. Ela era muito mais que
um vício.
— Cristo, você fica linda quando você faz isso.
— Faço o que, Ethan?
Coloquei uma mecha de seu cabelo sedoso atrás de sua orelha e sorri
para ela novamente.
— Não importa. Você apenas me faz feliz, é tudo. Amo trazê-la a seu
trabalho depois de ter tido você a noite toda.
Ela corou para mim e eu queria fodê-la novamente.
Não, isso não estava certo. Eu queria fazer amor com ela... lentamente!
Eu podia simplesmente imaginar seu lindo corpo nu estendido para me dar
prazer de todas as maneiras que eu pudesse controlá-lo. Toda minha. Só para
mim. Brynne me fazia sentir tudo...
— Gostaria de entrar e ver no que estou trabalhando? Você tem
tempo?
Levo sua mão aos lábios e inalo o cheiro de sua pele. — Pensei que
nunca perguntaria. Conduza, Professora Bennett.
Ela riu. — Algum dia, talvez. Vou usar uma daquelas togas pretas e
óculos e fazer um coque no meu cabelo. Vou dar palestras sobre técnicas
adequadas de conservação e você poderá sentar-se na parte de trás e me
distrair com comentários inadequados e maliciosos.
— Ahhh, e então você me convocará ao seu escritório para um
castigo? Irá me deter, Professora Bennett? Tenho certeza de que podemos
negociar um acordo para eu gastar energia e sair do meu comportamento
desrespeitoso. — Abaixei minha cabeça em direção ao seu colo.
— Você está louco. — Ela disse, rindo e empurrando-me de volta. —
Vamos entrar.
Corremos juntos pela chuva, meu guarda-chuva protegendo-nos, sua
forma elegante comprimindo-se contra mim, cheirando a flores e sol e
fazendo-me sentir como o homem mais sortudo do planeta.
Ela me apresentou ao velho guarda de segurança, que claramente era
apaixonado por ela, e levou-me para uma grande sala, como um estúdio. As
largas mesas e cavaletes estavam arranjados com uma boa iluminação e muito
espaço aberto. Ela me levou até uma grande pintura a óleo com uma solene
mulher de cabelos escuros, com surpreendentes olhos azuis, segurando um
livro.
— Ethan, por favor, diga olá à Lady Percival. Lady Percival, meu
namorado, Ethan Blackstone. — Ela sorriu para a pintura como se fossem as
melhores amigas. Ofereci um meio sorrido à pintura e disse: — Minha
senhora.
— Ela não é incrível? — Brynne perguntou.
Eu estudo a imagem de forma pragmática. — Bem, ela é uma figura que
prende, certamente. Parece que tem uma história por trás de seus olhos azuis.
— Olho mais de perto para ver o livro que ela segura com a frente visível. As
palavras eram difíceis de ler, mas uma vez que percebi que estavam em
francês ficou um pouco mais fácil.
— Tenho trabalhado em particular na seção com o livro. — Brynne
disse. — Ela sofreu alguns danos causados pelo calor de um incêndio há
algumas décadas atrás e tem sido uma luta para conseguir retirar o verniz
derretido desse livro. É especial, simplesmente sei isso.
Olho de novo e leio a palavra Chrétien. — Está em francês. Aquela é a
indicação Cristão bem ali. — Eu aponto.
Seus olhos ficaram grandes e sua voz animada. — É?
— Sim. E tenho certeza que isso diz Le Conte Du Graal. A Estória do
Graal? — Olhei para Brynne e encolhi os ombros. — O nome da mulher na
pintura é Lady Percival, certo? Não foi Percival, o Cavaleiro, que encontrou o
Santo Graal na lenda do Rei Arthur?
— Bom Deus, Ethan! — Ela agarrou meu braço com excitação. —
Claro! Percival... é a sua história. Você descobriu! Lady Percival está
segurando um livro muito raro. Eu sabia que era algo especial! Uma das
primeiras histórias do Rei Arthur já escritas, até o fim do século XII. Esse
livro é o Chrétien de Troyes’, A Estória de Percival e o Graal. — Ela olhou para
a pintura com o rosto brilhando com felicidade e pura alegria, peguei meu
celular e tirei uma foto dela. Uma magnífica foto do perfil de Brynne sorrindo
para Lady Percival.
— Bem, estou feliz por ter podido ajudá-la, baby.
Ela saltou em mim e beijou-me na boca, seus braços apertados ao meu
redor. Foi a sensação mais incrível do mundo.
— Você ajudou! Você me ajudou muito. Vou ligar para a Sociedade
Mallerton hoje e dizer o que você descobriu. Eles vão se interessar, tenho
certeza. Há o aniversário da exibição no próximo mês... Eu me pergunto se
eles vão querer incluir isso...
Brynne divagava, animadamente contando-me tudo o que eu poderia
querer saber sobre livros raros, pinturas de livros raros, conservação de
pinturas de livros raros. Seu rosto ficou vermelho com a emoção de resolver
um mistério, mas aquele sorriso e beijo valiam seu peso em ouro para mim.
♥♥♥♥♥
...Abri meus olhos e tentei encontrar meu rumo. Minha cabeça parecia
como se tivesse sido esmagada com uma tábua. A garrafa quase vazia de Van
Gogh olhava para mim. Pontas de Djarum estavam salpicadas sobre minha
mesa onde minhas bochechas estavam presas, enchendo meu nariz com
cravo envelhecido e tabaco. Tirei meu rosto de cima da mesa e apoiei a
cabeça nas mãos, apoiadas nos cotovelos firmemente plantados.
A mesma mesa na qual eu a tinha deitado e fodido há algumas horas
atrás. Sim, fodido. Aquilo tinha sido uma trepada pura e sem remorso, e tão
boa que os meus olhos ardiam com a lembrança. A luz do meu celular piscou
loucamente. Eu o virei de cabeça para baixo para não tivesse que olhar. Eu
sabia que nenhuma das chamadas seria dela de qualquer maneira.
Brynne não me ligaria. Disso eu estava certo. A única pergunta era
quanto tempo até que eu tentasse ligar para ela.
Era noite agora. Estava escuro lá fora. Onde ela estava? Estaria ela
terrivelmente magoada e chateada? Chorando? Sendo consolada por seus
amigos? Odiando-me? Sim, provavelmente tudo isso, e eu não podia ir até ela
e consertar as coisas. Ela não quer você.
Então, isso é o que se sente. Estando apaixonado. Era hora de
enfrentar algumas verdades sobre Brynne e o que eu tinha feito a ela. Então,
fiquei na minha sala e enfrentei. Não poderia ir para casa. Havia muito dela lá
e ver suas coisas somente me deixariam completamente louco. Eu ficaria aqui
esta noite e dormiria sobre lençóis que não teriam seu perfume neles. Não a
teria neles. Uma onda de pânico cortou através de mim e tive que me mover.
Levantei minha bunda da cadeira e fiquei de pé. Vi o pedaço de tecido
rosa no chão aos meus pés e eu soube o que era. A calcinha rendada que tirei
dela durante aquela sessão na minha mesa.
Caralho! Lembrei-me de onde eu estava quando aquela mensagem de
seu pai veio. Enterrado dentro dela. Era angustiante tocar em algo que havia
estado contra sua pele. Passei os dedos sobre o tecido e coloquei-a no bolso.
Um chuveiro estava chamando meu nome.
Atravessei a porta dos fundos para a suíte anexa configurada com uma
cama, um banheiro, uma televisão e uma pequena cozinha, tudo top de linha.
O perfeito alojamento temporário de solteiro para o homem profissional
ocupado que trabalhava até tão tarde que não havia sentido em dirigir para
casa.
Ou mais como um local de foda. Aqui é onde eu trazia as mulheres se
quisesse fodê-las. Sempre depois do horário, é claro, e elas nunca ficavam a
noite inteira. Termino meus "encontros" malditamente muito antes do
amanhecer. Tudo isso foi antes de encontrar Brynne. Nunca quis trazê-la
aqui. Ela era diferente desde o início. Especial! Minha bonita garota americana.
Brynne nem sabia sobre essa suíte. Ela teria percebido isso em dois
segundos e me odiaria por trazê-la aqui. Esfreguei meu peito e tentei acalmar
a dor que me queimava. Liguei o chuveiro e tirei a roupa.
Enquanto a água quente derramava sobre mim, inclinei-me contra o
azulejo e enfrentei exatamente onde eu estava. Você não está com ela! Você fez
uma zona de tudo e ela não quer você agora.
Minha Brynne tinha me deixado pela segunda vez. A primeira vez, ela
fez isso furtivamente, no meio da noite, porque estava aterrorizada por um
sonho ruim. Desta vez, ela só se virou e afastou-se de mim sem olhar para
trás. Eu pude ver em seu rosto e não foi medo que a fez sair. Foi absoluta
devastação com a traição ao descobrir que eu havia escondido a verdade dela.
Eu tinha quebrado sua confiança. Apostei muito alto e perdi.
O impulso de puxá-la de volta e fazê-la ficar foi tão grande que soquei a
parede e provavelmente fraturei algo para evitar agarrá-la. Ela me disse para
nunca mais entrar em contato com ela.
Desliguei o chuveiro e saí, os desoladores sons de gotas d'água se
esvaindo faziam meu peito doer mais com o vazio. Puxei uma toalha macia e
empurrei minha cabeça nela. Encarei minha imagem no espelho enquanto
meu rosto era revelado. Nu, molhado e miserável. Sozinho. Percebi outra
verdade quando olhei para minha imagem de idiota filho da puta.
Nunca é um tempo muito longo. Eu poderia ser capaz de dar a ela um
dia ou dois, mas nunca estava irrefutavelmente fora de questão.
O fato dela ainda precisar de proteção contra uma ameaça que poderia
ser perigosa também não havia mudado. Eu não podia permitir que alguma
coisa acontecesse com a mulher que amo. Nunca.
Sorri para o espelho, minha esperteza divertia até a mim mesmo no
meu estado lastimável; pois eu tinha acabado de encontrar um exemplo
perfeito para o uso adequado da palavra nunca.
Dois
uma droga. Eu estava andando por aí e fazendo as coisas, mas nada parecia
certo. Quanto tempo eu ficaria assim? Devia chamá-la? Se eu pensasse muito
sobre a minha situação, pavor começava a insinuar-se, então eu deixei pra lá.
Eu a deixei sozinha. O espaço vazio dentro de mim forçava para alguma
ação, mas eu sabia que era muito cedo para tentar ir até ela. Ela precisava de
um tempo e eu cometi esse erro antes. Pressionar muito rápido e muito forte
com ela. E sou um completo idiota egoísta.
Estacionei na rua perto da casa onde eu tinha crescido. O gramado
muito arrumado, o portão estreito e os arbustos cortados como sempre
tinham estado. Papai nunca sairia daqui. Não da casa onde ele esteve com
minha mãe. Meu pai deu um novo significado ao termo "velho homem
teimoso" e era aqui o lugar onde ele iria morrer algum dia.
Peguei a cerveja gelada do assento e entrei pelo portão. Um gato preto
correu na minha frente e esperou. Não era bem um gatinho, mas também
não totalmente crescido. Um gato adolescente, suponho. Ele se sentou na
frente da porta, virou-se e olhou para mim.
Brilhantes olhos verdes piscavam como se dizendo para apressar minha
bunda demasiadamente lenta e deixá-lo entrar na casa. Quando diabos meu
pai tinha conseguido um gato?
Toquei a campainha e então abri a porta, enfiando a cabeça para dentro.
— Pai? — O gato deslizou para dentro da casa mais rápido que a velocidade
da luz e tudo o que eu podia fazer era olhar. — Você tem um gato agora? —
Chamei e fui para a cozinha. Coloquei a cerveja no freezer e caí pesadamente
no sofá.
Controle remoto apontado, liguei a TV. Campeonato Europeu. Porra,
perfeito. Eu poderia focar no futebol por algumas horas, esperançosamente
beber quatro das seis cervejas e esquecer minha garota por algum tempo. E
chorar com meu Pai.
Inclinei minha cabeça para trás e fechei os olhos. Algo peludo e macio
subiu no meu colo. O gato estava de volta.
— Ahh, bem, você está aqui então, e vejo que conheceu o Fuligem. —
Meu pai caminhava até mim.
— Por que você tem um gato? — Eu não podia esperar por sua
resposta. Nós nunca tivemos gatos quando criança.
Meu pai bufou e sentou-se em sua cadeira. — Eu não tenho. Você
poderia dizer que ele tem a mim.
— Eu posso imaginar. — Acaricio o corpo elegante de Fuligem com
minha mão. — Ele apenas entrou na casa no segundo em que abri a porta da
frente, como se ele fosse o dono do lugar.
— Minha vizinha me pediu para alimentá-lo enquanto ela estava fora
cuidando de sua mãe, que está muito doente. Ela teve que se mudar para a
casa de sua mãe e eu acabei ficando com ele. Temos um entendimento,
imagino.
— Você e a vizinha ou você e o gato?
Meu pai olhou para mim com astúcia, seus olhos se estreitando.
Jonathan Blackstone era muito perspicaz por natureza. Sempre tinha sido. Eu
nunca poderia esconder qualquer coisa dele. Ele sempre soube quando eu
chegava em casa bêbado e quando comecei a fumar ou se eu estava com
problemas quando garoto. Acho que ele era assim por ter sido um pai solteiro
durante a maior parte de nossas vidas. Minha irmã Hannah e eu nunca fomos
negligenciados, apesar da perda da nossa mãe. Os sentidos dele ficaram mais
aguçados e podia farejar problemas como um cão de caça. Ele estava fazendo
isso agora.
— O que diabos aconteceu com você, meu filho?
Brynne aconteceu.
— Tão visível, hein? — O gato começou a ronronar no meu colo.
— Conheço meu próprio filho e sei quando algo está errado com você.
— Meu pai saiu da sala por um minuto. Voltou com duas das cervejas e
entregou-me uma. — Cerveja mexicana? — Ele levantou uma sobrancelha
para mim e eu me perguntava se eu ficava da mesma forma quando fazia isso.
Brynne havia comentado sobre minha sobrancelha arqueando mais de uma
vez.
— Sim. Isso é bom com uma fatia de limão empurrando pela garganta
abaixo. — Tomo um gole e acaricio meu novo amigo negro. — É uma
garota. Brynne. Eu a conheci e apaixonei-me por ela e agora ela me deixou.
— Curto e doce. O que mais havia para dizer ao meu próprio pai? Isso era
tudo que importava, ou tudo em que eu podia pensar. Eu estava sofrendo por
ela e ela havia me deixado.
— Ahhh, bem, isso faz mais sentido. — Meu pai parou por um
momento como se estivesse deixando tudo penetrar em sua mente, tenho
certeza que ele estava surpreso com a revelação. — Meu rapaz, sei que lhe
disse antes, então não é nenhuma novidade, mas você conseguiu a sua boa
aparência da sua mãe, que sua alma descanse em paz. Tudo o que você
conseguiu de mim foi o nome e talvez meu físico. E suas bênçãos no
departamento "Adonis" fez ser muito fácil para você lidar com as mulheres.
— Nunca persegui mulheres, pai.
— Eu não disse que você perseguiu, mas o ponto é que você nunca
teve que fazer isso. Elas perseguiam você. — Ele balançou a cabeça com as
lembranças. — Deus, você tinha as fêmeas clamando por você. Eu tinha
certeza que você ia se enganchar espalhando sua semente e tornar-me um avô
muito antes do que devia. — Ele me deu um olhar que sugeria que tinha
passado muito mais tempo se preocupando com isso do que queria. — Mas
você nunca fez isso… — Papai ficou silencioso e tinha um olhar bastante
triste em seus olhos. Depois da escola, eu fui mandado para a vida militar e
saí de casa. E quase não voltei...
Papai bateu no meu joelho e tomou um gole de sua cerveja.
— Nunca quis ninguém como eu a quero. — Calo minha boca e
começo a sério minha cerveja. Alguém marcou um gol no jogo e eu me forcei
a assistir e acariciar o gato.
Papai foi paciente por um tempo, mas ele fez suas perguntas
eventualmente. — O que você fez para que ela o deixasse?
Doeu só de ouvir a pergunta. — Eu menti. Foi uma mentira por
omissão, mas ainda assim não lhe disse a verdade e ela descobriu. — Tiro o
gato do meu colo cuidadosamente e vou para a cozinha pegar outra cerveja.
Volto com duas.
— Por que você mentiu para ela, filho?
Encontrei os olhos escuros do meu pai e falei algo que nunca havia dito
antes. Algo que nunca havia sido verdadeiro antes. — Porque eu a amo. Eu a
amo e não queria magoá-la trazendo uma lembrança dolorosa do passado.
— Então, você foi e ficou apaixonado. — Ele balançou a cabeça em
conhecimento e olhou para mim. — Bem, você tem todos os sinais. Eu
deveria ter percebido quando você apareceu aqui como se tivesse dormido
debaixo de uma ponte.
— Ela me deixou, papai. — Eu comecei a terceira cerveja e puxei o
gato de volta para meu colo.
— Você já disse isso. — Papai falou secamente e continuou me
olhando como se eu não pudesse ser seu filho de jeito nenhum, mas sim
algum impostor alienígena. — Então, por que você mentiu para a mulher que
ama? Melhor dizer isso, Ethan.
É o meu pai e eu confio minha vida a ele. Tenho certeza de que não há
outra pessoa para a qual eu poderia contar, além de, possivelmente, a minha
irmã. Respiro fundo e digo a ele.
— Conheci o pai de Brynne, Tom Bennett, num torneio de pôquer em
Las Vegas anos atrás. Nós nos demos bem e ele era bom nas cartas. Não tão
bom quanto eu, mas desenvolvemos uma amizade. Ele me contatou
recentemente e pediu-me um favor. Eu não ia fazer isso. Quero dizer, olhe
para o que está na minha mesa no momento com o trabalho. Não posso
fornecer proteção para uma modelo americana/estudante de arte quando
tenho que organizar a segurança VIP para a porra dos Jogos Olímpicos!
O gato se encolheu. Papai simplesmente levantou uma sobrancelha e
ficou confortável em sua cadeira. — Mas você fez o favor. — Ele disse.
— Sim, eu fiz. Dei uma olhada numa foto que ele me enviou e fiquei
curioso. Brynne é modelo em paralelo e ela é... tão bonita. — Eu gostaria de
já ter o seu retrato na minha casa. Mas as condições para a compra eram que
ele ficaria em exposição na Andersen Gallery por seis meses.
Meu pai apenas olhava para mim e esperava.
— Então, cheguei à exposição na galeria e comprei o maldito retrato
depois de tê-lo visto por alguns momentos, como um maldito poeta ou algo
assim! Tão logo eu a conheci, estava pronto para enviar o segurança para
mantê-la segura se fosse necessário. — Balancei a cabeça. — O que no
inferno aconteceu comigo, pai?
— Sua mãe gostava de ler todos os poetas. Keats, Shelley, Byron. —
Ele sorriu levemente. — Isso acontece dessa forma às vezes. Você encontra a
pessoa certa para você e isso é tudo o que há. Os homens se apaixonam pelas
mulheres desde o início dos tempos, filho. Você apenas finalmente chegou ao
topo da fila. — Papai tomou outro gole de sua cerveja. — Por que... Brynne
precisa de proteção?
— Aquele deputado que morreu no acidente de avião tem um
substituto. O nome é o senador Oakley da Califórnia. Bem, o senador tem
um filho, um Lance Oakley, que costumava namorar Brynne. Houve alguns
problemas... e uma fita de sexo... — Paro e percebo o quão horrível isso deve
soar para meu pai. — Mas ela era uma garota muito jovem, apenas 17 anos, e
terrivelmente magoada com a traição. Oakley foi um canalha com ela. Ela vê
uma terapeuta... — Paro querendo saber como meu pai esta levando tudo
isso. Bebo um pouco mais da cerveja antes de dizer a última parte. — O filho
foi enviado para o Iraque e Brynne veio estudar na Universidade de Londres.
Ela estuda arte e restaura pinturas e ela é absolutamente brilhante nisso.
Papai me surpreendeu ao não reagir a toda a feiura do que acabei de
contar. — Estou assumindo que o senador não quer que a publicidade sobre
seu filho mal comportado atinja o noticiário. — Ele parecia irritado. Meu pai
odeia os políticos não importando sua nacionalidade.
— O senador e o poderoso partido que o está apoiando. Algo como
isso poderia fazê-los perder a eleição.
— E sobre o partido opositor? Eles estarão procurando por isso tão
firmemente quanto os caras de Oakley estarão tentando enterrar. — Meu pai
disse.
Balanço a cabeça. — Por que você não trabalha para mim, papai? Você
entende. Você pode ver o cenário completo. Eu preciso de cerca de dez de
você então. — Digo ironicamente.
— Ha! Estou muito feliz em ajudar quando precisar de mim, mas não
estou fazendo isso por dinheiro.
— Sim, estou bem consciente disso. — Eu digo. Tentei convencê-lo a
vir trabalhar para mim por muito tempo e isso era uma espécie de brincadeira
entre nós. Ele nunca aceitaria qualquer dinheiro, entretanto... velho teimoso e
idiota que ele era.
— Aconteceu alguma coisa para indicar que sua Brynne precisasse de
proteção? Parece realmente um pouco alarmista. Por que o pai dela pediu isso
a você?
— O filho do senador ainda está encontrando problemas, pelo que
parece. Ele estava em casa de licença e um de seus companheiros foi morto
numa briga em um bar. Mais barulho que os políticos odeiam por uma razão.
Isso faz com que cavem lugares que não querem que as pessoas conheçam.
Poderia ser apenas um incidente isolado, mas o amigo sabia sobre o vídeo. O
pai de Brynne ficou em alerta total nesse ponto. Em suas palavras "quando as
pessoas que sabem sobre aquele vídeo começam a morrer, então eu preciso proteger minha
filha". — Eu dei de ombros. — Ele me pediu para ajudá-lo. Eu inicialmente
disse que não e ofereci uma referência para outra empresa, mas ele me enviou
uma foto dela em um e-mail.
— E você não poderia dizer não depois de ter visto sua foto. — Papai
formulou isso como uma declaração. Eu sabia então que ele entendia como
eu me sentia sobre Brynne.
— Não. Não poderia. — Balanço a cabeça. — Eu estava hipnotizado.
Eu fui à exposição da galeria e comprei seu retrato. E quando ela entrou na
sala, papai, eu não conseguia tirar meus olhos dela. Ela pretendia andar até o
metrô no escuro, então eu me apresentei e a convenci a deixar-me levá-la em
casa no meu carro. Tentei deixá-la em paz depois disso. Eu realmente
queria...
Ele sorriu de novo. — Você sempre foi um garoto protetor.
— Mas isso se tornou muito mais para mim do que apenas um
trabalho. Eu quero estar com Brynne… — Olhei para meu pai sentado
calmamente e escutando, seu grande corpo ainda em forma para um homem
de 63 anos. Eu sabia que ele entendia. Eu não precisava explicar nada mais
sobre minhas motivações e essa parte era um alívio.
— Mas ela descobriu que seu pai o contratou para protegê-la?
— Sim. Ela ouviu um telefonema em meu escritório. O pai dela
explodiu quando percebeu que estávamos nos vendo e reclamou comigo
sobre isso. — Imaginei que meu pai poderia também saber sobre toda essa
bagunça danada.
— Ela se sentiu traída e exposta, imagino. Se seu passado com o filho
do senador, ou quem quer que seja, é algo que você sabe e não contou a ela
que sabia... — Papai balançou a cabeça. — O que você estava pensando? E
ela deveria ser informada sobre a morte do outro cara, sobre a possibilidade
de uma ameaça contra ela. E que você a ama. E que ainda pretende mantê-la
segura. Uma mulher precisa da verdade, filho. Você terá que contar tudo a ela
se quiser que ela confie em você novamente.
— Eu disse a ela. — Solto um grande suspiro e reclino minha cabeça
no sofá para olhar para o teto. Fuligem se estica e reorganiza-se no meu colo.
— Bem, tente mais, então. Comece com a verdade e vá adiante a partir
daí. Ela vai aceitar você ou não. Mas você não tem que desistir também. Você
pode continuar tentando.
Pego meu celular e coloco uma foto de Brynne olhando para a pintura e
estendo para o meu pai. Ele sorri enquanto observa sua imagem através de
seus óculos. Alguma coisa em seus olhos me diz que ele estava pensando na
minha mãe. Ele entrega o celular de volta depois de um momento.
— Ela é uma garota adorável, Ethan. Espero que tenhamos a
oportunidade de nos conhecer um dia. — Papai me olha diretamente nos
olhos e me diz exatamente como é. Nenhuma simpatia, apenas a verdade
brutal. — Você vai ter que seguir seu coração, filho... ninguém pode fazer
isso por você.
♥♥♥♥♥
Deixei a casa do meu pai no final da tarde, fui para casa e exercitei-me
por três horas na minha academia. Mantive-me naquilo até que eu era nada
além de uma massa trêmula de músculos doloridos e suor mau cheiroso. O
mergulho borbulhante na minha banheira depois disso foi bom, embora. E os
cigarros. Eu fumava muito agora. Não era bom para mim e eu precisava
diminuir. Mas porra, a compulsão era forte. Estar com Brynne havia me
acalmado o suficiente para que eu não ficasse com muita vontade, mas agora
que ela se foi, eu estava encadeando cigarros como o serial killer sobre o qual
brincamos em nossa primeira conversa.
Eu tiro o Djarum do meu lábio e olho pra baixo para as bolhas.
Brynne adorava tomar banhos de banheira. Ela não tinha uma banheira
no seu apartamento e me disse que sentia falta disso. Adorava a ideia dela nua
na minha banheira. Ela nua... Pensar sobre isso era algo que absolutamente
não me fazia nada bem, mas ainda assim, passei muitas horas fazendo isso. E
se eu raciocinasse sobre o porquê, era a base de tudo o que havia acontecido
conosco. Ela nua... Aquela fotografia que Tom Bennett enviou para mim foi a
mesma que comprei na mostra. De uma visão pragmática, era apenas uma
imagem de um belo corpo nu que qualquer um apreciaria, do sexo masculino
ou feminino. Mas, mesmo com o pouco que ele me disse no início,
combinado com a foto dela em toda sua vulnerabilidade, fascínio e beleza
gritante, o pensamento de que ela poderia estar em perigo ou que alguém
propositadamente a machucasse, instigava-me a sair para a rua e colocá-la em
segurança no meu carro. Eu só não poderia afastar-me dela e manter minha
consciência intacta. E uma vez que nos conhecemos, minha mente ficou
louca com fantasias. Tudo o que eu podia ver na minha cabeça enquanto
conversávamos era... ela nua.
Depois de umas horas, meu banho começou a perder seu calor e,
compreensivelmente, o seu apelo. Então eu saí, vesti-me e fui em busca do
livro. Cartas de John Keats para Fanny Brawne.
Algo que meu pai mencionou me lembrou disso. Ele disse que minha
mãe adorava ler os grandes poetas. Eu sabia que Brynne adorava Keats. Eu
tinha encontrado o livro sobre o sofá onde ela obviamente esteve lendo e
perguntei a ela sobre isso. Brynne confessou seu amor por ele e quis saber
porque eu tinha o livro em minha casa. Eu lhe disse que meu pai estava
sempre me dando os livros que as pessoas deixavam para trás em seu táxi. Ele
odiava jogá-los fora, então ele os trazia para casa sempre que conseguia
alguma coisa decente. Quando comprei meu apartamento, ele transportou
algumas caixas de livros para encher as prateleiras. Eu sinceramente disse a
ela que eu nunca tinha lido qualquer coisa de Keats.
Estava lendo agora.
Eu estava descobrindo que Keats possuía jeito com as palavras. Para
um homem que morreu com apenas 25 anos, ele com certeza enviava alguma
emoção em suas cartas para sua namorada quando estavam separados. E eu
podia sentir sua dor como se fosse a minha própria. Era a minha própria.
Decidi escrever uma carta a ela com uma caneta e papel. Encontrei um
agradável papel de carta de algodão no meu escritório e levei o livro comigo.
Simba tremulava suas barbatanas no aquário quando me aproximei,
esperando sempre uma guloseima. Sou um otário com animais pidões, então,
despejo um krill3 congelado e assisto-o devorá-lo.
— Ela ama você, Simba. Talvez se eu dissesse a ela que você está
definhando e sem comer, ela voltaria. — Então, estava falando com peixe
agora. Como diabos eu havia chegado a este ponto humilhante? Ignorei o
desejo por um cigarro, lavei as mãos e sentei-me para escrever.
Brynne,
3
Crustáceo semelhante ao camarão.
Sinto imensamente por ter escondido o meu
conhecimento sobre seu passado e como cheguei a
notar-lhe em segredo, mas você precisa saber algo
porque é a verdade brutal. Eu não tinha intenção de
assumir o trabalho. Pretendia dar a seu pai o nome
de outra agência para proteger você. Porém, assim
que conheci você, não pude fazer isso. Naquela noite
na rua, eu queria contar-lhe que seu pai estava
tentando conseguir proteção para você, mas quando
vi como você me olhou, Brynne, senti algo... uma
conexão com você. As coisas se moveram dentro de
mim e se encaixaram. A peça faltante no meu quebra-
cabeça? Não sei o que era, só sei que aconteceu na
noite em que nos conhecemos. Tentei manter
distância e deixar você escapar de volta para sua
vida, mas eu não pude fazer isso. Estava atraído por
você desde o primeiro momento em que vi seu retrato.
Eu tinha que conhecê-la. E então, estar com você. Ter
você olhando para mim e realmente me vendo. Agora
sei que me apaixonei. Eu me apaixonei por uma
bonita garota americana. Você, Brynne.
Houve muitas vezes que quis dizer como foi que
cheguei a encontrá-la naquela noite na galeria.
Parei a mim mesmo todas as vezes porque estava com
medo de magoá-la. Eu podia ver como você estava
assustada quando acordou com o pesadelo. Eu só
podia adivinhar porque, mas eu faria qualquer coisa
para evitar que você fosse ferida. De alguma forma,
eu sabia que dizer que seu pai havia contratado
segurança para protegê-la de poderosos inimigos
políticos, iria assustá-la muito. Assusta-me pra cacete
pensar que alguém esteja visando causar danos
emocionais ou de qualquer outra forma a você. Sei
que disse que eu estava demitido, mas se acontecer
alguma coisa ou alguém assustar você, quero que me
chame e chegarei até você em um instante. Estou
falando muito sério sobre isso. Ligue para mim.
Você é alguém muito especial, Brynne. Eu sinto
coisas com você... emoções e ideias e sonhos; um
profundo entendimento que me leva a um lugar que
nunca pensei que encontraria com outra pessoa. Mas
tenho demônios também. Morro de medo de enfrentá-
los sem você. Não sei o que estou fazendo a maior
parte do tempo, mas sei como me sinto sobre você. E
mesmo se você me odiar pelo que fiz, eu ainda te amo.
Se você não vier me ver, ainda vou te amar. Ainda te
amo porque você é minha. Minha, Brynne. No meu
coração você é, e ninguém pode tirar isso de mim.
Nem mesmo você.
E.
que não são verdade. Eles dizem a você tantas vezes que você aceita que o
que estão dizendo é a verdade, ao invés de mentiras. Você sofre por isso
como se fosse a verdade. A maior tortura eficaz não é física... é a mental, é
claro. A mente pode imaginar terrores muito mais horríveis do que você
poderia suportar fisicamente, assim como a mente irá desligar aquelas feridas
físicas quando a dor superar o que seu corpo puder suportar.
Os nervos nas minhas costas gritaram como se ácido tivesse vazado sobre a carne
destruída. A dor levou meu fôlego embora e era tão aguda. Gostaria de saber quanto tempo
até eu desmaiar e, se eu desmaiasse, se acordaria novamente nesta vida. Duvidava que
pudesse andar mais que alguns metros. Mal podia enxergar com o sangue nos meus olhos e
golpes na cabeça. Eu morreria aqui neste buraco e provavelmente logo. Esperava que fosse
logo. Meu pai e Hannah não podiam me ver assim. Eu esperava que eles nunca
descobrissem como encontrei meu fim. Eu rezei para que não existisse um vídeo da minha
execução. Por favor, Cristo, nenhum vídeo disso...
Questão de sorte. Não tive nenhuma sorte quando eles emboscaram nossa equipe.
Nenhuma sorte quando minha arma travou. Nenhuma sorte quando não morri tentando
escapar da captura. Estes fodidos aprenderam suas técnicas dos russos. Eles amavam fazer
prisioneiros ocidentais. E das Forças Especiais Britânicas? Eu era a porra de uma joia da
coroa. E totalmente dispensável para meu país. Questão de sorte. Um sacrifício para o bem
maior, para a democracia, para o livre arbítrio.
Foda-se o livre arbítrio. Eu não tinha nenhum.
Meu carrasco neste dia adorava conversar. Ele nunca parava de falar sobre ela. Eu
realmente gostaria que ele fechasse seu buraco imundo. Eles não sabem onde ela está...
eles não sabem como encontrá-la... eles não sabem nem mesmo o nome dela.
Eu continuava dizendo estas verdades para mim mesmo porque era tudo o que tinha a
minha disposição.
O golpe com as costas da mão no meu rosto me despertou. E então outro me acordou
completamente.
— Vamos fazer você assistir quando a pegarmos. Ela vai gritar como a prostituta
que é. Uma prostituta americana que tira fotografias nua. — Ele cuspiu na minha cara e
puxou minha cabeça para trás pelo cabelo. — Suas mulheres são tão repugnantes... elas
merecem tudo o que acontece com elas. Serem usadas como putas sujas. — Ele ri pra mim.
Eu o encaro e memorizo seu rosto. Nunca o esquecerei e, se houver oportunidade, irei
cortar sua língua primeiro, antes de matá-lo. Mesmo que a morte fosse simplesmente uma
imaginação na minha mente. Ele não gostou da minha reação. Por dentro, eu estava
congelado de medo. Como eu poderia impedir que ela fosse tomada? Eu quero implorar,
mas não o faço. Eu só olho e sinto meu coração bater dentro do meu peito, verificando
minha condição de vivo. Por agora.
— Cada guarda vai ter sua vez entre as coxas dela. Então, quando a luxúria
deles afrouxar ela pode assistir quando tomarmos sua cabeça. Você sabe que este será o
jeito que encontrará seu fim, não sabe? — Ele segura meu pescoço pra trás e arrasta seu
dedo pela minha garganta. — Você vai implorar por misericórdia como o porco que você
é… prestes a ser abatido. Você estará orgulhoso então. — Ele riu na minha cara, seus
dentes amarelos piscando sob sua barba. — E então, vamos matar sua prostituta
americana do mesmo jeito...
Eu remexo na minha cama ofegante, minha mão no meu pau e
pingando de suor. Encosto-me à cabeceira da cama e avalio onde estou... e
felizmente onde eu não estava. Você não está mais lá. Foi apenas um sonho.
Isso foi há muito tempo atrás.
Meu pesadelo era do tipo que contém toda a merda de ruim que já
aconteceu com você e agita junto numa mistura terrível dentro da qual você
deve tomar banho. Fecho meus olhos em alívio. Brynne não foi uma parte do
horror do Afeganistão. Ela era do aqui e agora. Brynne viveu em Londres,
trabalhando e estudando para sua pós-graduação. Foi apenas o seu
subconsciente misturando tudo que era ruim. Brynne está segura na cidade.
Ela só não estava mais comigo.
Eu olhei para meu pau, quente e duro e com meu punho envolvo em
torno do eixo. Fecho os olhos e começo a acariciá-lo. Se eu mantivesse os
olhos fechados eu poderia lembrar daquele dia no meu escritório. Eu
precisava da liberação agora mesmo. Precisava gozar para que então eu
pudesse parar os cruéis abalos que me invadiam a partir daquele fodido
pesadelo. O que quer que funcione. Seria uma solução temporária, mas tinha
que ser feita.
Eu lembrei. A primeira vez que ela veio me ver. Ela usava botas
vermelhas e uma saia preta. Eu disse a ela para sentar-se no meu colo e a fiz
gozar com a minha mão na sua boceta. Era tão fodidamente sexy, aparecer no meu
escritório. Ela estava linda desfazendo-se em meus braços, com o que eu fiz
com ela, com o que eu a fiz sentir.
Brynne tentou afastar-se de mim e eu não queria que ela o fizesse.
Lembro-me que ela teve que puxar-se do meu colo. Mas quando ela deslizou
de joelhos e tocou-me através das minhas calças, eu entendi. Ela me disse que
queria me chupar. Eu soube que a amava naquele momento. Eu soube
porque ela é honesta e generosa, sem artifícios. Ela é real e perfeita e minha.
Não mesmo, ela não é. Ela deixou você.
Mantenho meus olhos fechados e relembro a visão de seus lindos lábios
se fechando sobre a cabeça do meu pau e engolindo-me. Quão úmida, quente
e requintada sua boca parecia naquela primeira vez. Quão belo foi o
momento em que ela engoliu e olhou para mim daquela maneira sexy e
misteriosa que ela tem. Nunca sei o que ela está pensando. Ela é uma mulher,
afinal.
Lembro-me de tudo... dos sons que ela fez, seu longo cabelo todo ao
redor do seu rosto, o deslizar escorregadio contra seus lábios quentes, o
aperto no eixo enquanto ela torcia e puxava-me profundamente para dentro
da sua bonita boca.
Lembro-me daquele momento especial com Brynne enquanto eu
empurrava a mim mesmo para um clímax vazio no meu muito patético e
solitário presente. Eu tinha que lembrar ou então não teria gozado. Eu gritei
enquanto a porra disparava pra fora do topo do meu pau em uma corrida
dolorosa por todo o lençol da minha cama, branco brilhante contra o negro.
Deveria ser ela! Eu ofego contra a cabeceira da cama e deixo a liberação se
espalhar por todo o meu corpo, irritado por eu só ter me masturbado com a
imagem dela, como um louco desesperado.
Não poderia me importar menos com a bagunça. Lençóis podiam ser
lavados. Minha mente não.
Lembro-me de cada vez que estive nela.
O vazio me invadindo é algo quase cruel e o clímax definitivamente não
substitui a coisa real. Muito vazio e completamente inútil.
De forma nenhuma, Benny! Ele é bonito demais para recorrer à mão para ter um
orgasmo.
Sim, certo. Levantei-me, tirei os lençóis da cama e dirigi-me para meu
chuveiro. Nada além dela será suficiente.
♥♥♥♥♥
Ela ligou para meu celular naquela tarde. Perdi sua ligação devido a uma
reunião idiota. Eu queria machucar os idiotas que tinham tomado meu
tempo, mas ouvi o correio de voz.
— Ethan, eu... eu recebi sua carta. — Sua voz soava fraca e o desejo de
ir até ela era tão grande que não sei como conseguiria manter-me afastado. —
Obrigada por enviá-la. As flores também são lindas. Eu... eu apenas queria
que você soubesse que conversei com meu pai e ele me disse algumas coisas...
Ela perdeu a compostura depois. Eu podia ouvir os sons de choro
abafado. Eu sabia que ela estava chorando e isso quebrava meu coração. —
Tenho que ir... talvez mais tarde possamos conversar. Ela sussurrou a última
coisa. — Tchau, Ethan. — E então desligou.
Pensei que quebraria o vidro do meu celular ao pressionar os botões de
rediscagem, rezando para que ela atendesse e falasse comigo. Tempo passou
interminavelmente enquanto a chamada era feita. Um, dois, três toques. Meu
coração batia forte e a necessidade de ar aumentava...
— Oi. — Apenas uma pequena palavra. Mas era sua voz e ela estava se
dirigindo a mim. Eu pude ouvir ruídos ao fundo. Como tráfego.
— Brynne... como você está? Você pareceu chateada na sua
mensagem. Eu estava em reunião… — Parei ao perceber que tinha
começado a divagar. Forço minha boca a fechar e desejo desesperadamente
um lindo cigarro preto de cravo.
Ela respira pesado contra o celular. — Ethan, você disse para ligar se
algo estranho acontecesse...
— O que aconteceu? Você está bem? Onde você está agora? — Sinto
meu sangue correr gelado com suas palavras e o som de sua voz. — Você
está na rua?
— Estou correndo no momento. Tive que sair da minha cabeça um
pouco e fiz uma pausa.
— Estou indo até você. Diga-me onde está!
Ela ficou quieta. Eu podia ouvir os carros em movimento em torno
dela e eu odiava ser forçado imaginar onde ela estava no momento. Sozinha
na rua. Vulnerável. Desprotegida.
— Você vai me dizer, por favor? Tenho que ver você... precisamos
conversar. E quero ouvir sobre o que a está preocupando o suficiente para
telefonar-me e deixar aquela mensagem mais cedo. — Mais silêncio. — Baby,
não posso ajudá-la se você não me deixar entrar...
— Você viu aquilo? — Sua voz mudou, tornando-se áspera.
— Vi o quê? — Eu juro que só queria ir até ela e tê-la em meus braços.
Sua pergunta não foi registrada inicialmente. O frio silêncio do outro lado
ajudou-me a descobrir rapidamente, embora.
— Você assistiu aquilo, Ethan? Responda minha pergunta.
— A fita de sexo de você e Oakley?
Ela fez um som de angústia.
— Foda! Não! Brynne... — O fato dela sequer me perguntar uma coisa
dessas irritava-me. — Por que eu faria isso...
— É quase uma fita de sexo! — Ela gritou no meu ouvido. Meu peito
doía como se uma faca tivesse sido empurrada para dentro.
— Bem, foi isso que seu pai me disse que era! — Gritei de volta para
ela, confuso por seu questionamento e completamente perdido nessa porra
de conversa que estávamos tendo. Se eu pudesse falar com ela pessoalmente,
ficar perto dela, fazê-la olhar-me nos olhos e ouvir, eu poderia ter uma
chance. Mas essa discussão quebrada não estava nos levando a lugar algum.
Tentei novamente em um tom mais razoável.
— Brynne, por favor, deixe-me ir onde você está.
Ela estava chorando de novo. Eu podia ouvir seu som suave contra o
som mais fraco do tráfego. Também não gostei que ela estivesse correndo
sozinha. Carros na rua passando por ela em alta velocidade, homens olhando
para ela, indigentes incomodando-a por esmolas…
— Que merda ele te disse, Ethan? O que meu pai disse sobre mim?
— Não quero fazer isso por telefone...
— Fale. Para. Mim. — E depois o silêncio.
Fechei olhos com receio, sabendo que ela não aceitaria qualquer outra
coisa além da verdade brutal, odiando como o inferno por dizer a ela, mas
sabendo que tinha que fazer isso. Como começar? Eu não conhecia nenhuma
outra forma além de apenas pular em pé primeiro. Fiz uma oração silenciosa
a minha mãe pedindo para me dar forças.
— Ele me disse que você e Oakley namoraram na escola. Quando você
tinha 17 anos, Oakley fez um vídeo de sexo sem seu conhecimento e
espalhou-o. Você largou a escola e teve problemas depois. O senador enviou
seu filho para o Iraque e você veio pra cá para estudar e começar de novo.
Agora, o senador está tentando ganhar uma eleição como vice-presidente e
quer ter certeza de que ninguém nunca veja esse vídeo... ou ouça sobre ele.
Seu pai me disse que um dos companheiros de Oakley morreu sob uma
circunstância incomum e ele está preocupado que pessoas ligadas àquele
vídeo possam ser alvo... incluindo você. Isso o preocupou o suficiente para
que me contatasse e pedisse um favor... que eu cuidasse de você e observasse
qualquer um que pudesse se aproximar de você.
O que eu não daria por um cigarro bem agora. O silêncio do outro lado
era doloroso de suportar, mas depois de intermináveis momentos, ouvi o
bem-vindo som dela dizendo palavras que eu queria ouvir. Palavras com as
quais eu poderia trabalhar. Algo que eu compreendia e sobre o qual poderia
fazer alguma coisa. — Isso me assusta.
Alívio tomou conta de mim ao ouvir isso. Não sobre ela estar com
medo, mas que ela soasse como se precisasse de mim. Como se ela fosse me
deixar entrar. — Não vou deixar nada e nem ninguém te machucar, baby.
— Recebi uma mensagem estranha no meu celular dois dias atrás. Um
homem. De algum jornal. Não sabia o que fazer... e então quando recebi sua
carta hoje eu... eu li o que você disse sobre chamá-lo se alguém fizesse alguma
coisa que me incomodasse.
O sentimento de alívio desapareceu instantaneamente. — Chega dessa
merda, Brynne! Onde está você agora? Eu pegar você! — Eu teria
atravessado a porra do celular se as leis da física permitissem isso. Eu
precisava chegar até ela e isso era tudo! Para o inferno com o cruel tagarelar,
eu tinha que ter Brynne ao meu lado em carne e osso, onde eu poderia
colocar minhas mãos nela.
— Eu estou na extremidade sul da Ponte Waterloo.
É claro que você está. Reviro os olhos. Só ouvir a palavra Waterloo me
incomoda. — Eu estou saindo agora. Pode ir até Victoria Embankment4 e
esperar por mim lá? Posso encontrá-la rapidamente dessa forma.
— Ok. Eu vou para a esfinge5. — Ela soava melhor para mim. Com
menos medo e esse sentimento fez maravilhas para o meu nível de stress. Eu
estava indo pegar a minha garota. Ela pode não saber ainda, mas isso era de
fato a realidade do que estava para acontecer.
— Faça isso. Se alguém se aproximar de você apenas mantenha-se em
espaços abertos, onde houver pessoas ao redor. — Eu a mantive na linha
enquanto ela ia a pé para o Obelisco de Cleópatra e eu dirigia como um
demônio e evitava o circuito turístico de Londres.
— Eu estou aqui. — Ela disse.
— Existem outros ao seu redor?
— Sim. Há um grupo passeando a pé e alguns casais e pessoas com
seus cães.
— Ótimo. Estou estacionando agora. Vou te encontrar. —
Terminamos a chamada.
Meu coração batia forte no meu peito enquanto procurava um lugar
para estacionar e começava a caminhar até onde ela estava. Como isso ia
acontecer? Ela resistiria a mim? Não queria cutucar nossas feridas, mas foda-
se se eu ia deixar essa bagunça durar outro dia. Isso terminou agora. Hoje! O
que fosse preciso para corrigir essa zona seria descoberto aqui mesmo, agora
mesmo.
O sol estava começando a desaparecer quando a vi. Seu short de trilha
abraçava seu corpo como uma segunda pele. Ela estava de costas pra mim,
enquanto debruçava-se sobre a amurada para olhar o rio, o vento soprando
seu rabo de cavalo para o lado, uma longa perna dobrada em direção à grade
com as mãos descansando graciosamente na parte superior.
4
Um caminho, um passeio ao longo da margem do Rio Tâmisa em Londres.
5
Há uma estátua de esfinge em Victoria Embankment.
Eu desacelerei porque simplesmente queria mergulhar em sua imagem.
Eu finalmente estava olhando para ela depois de uma semana de inanição.
Bem na minha frente. Brynne.
Eu precisava ter minhas mãos nela. Elas coçavam para abraçá-la
apertado e tocá-la. Mas ela parecia diferente... mais magra. Quanto mais perto
eu chegava, mais visível isso se torna. Cristo, ela parou de comer desde a
semana passada? Ela deve ter perdido quase três quilos. Eu paro e olho, raiva
misturando-se com preocupação, mas com mais compreensão de que essa
merda do seu passado era muito maior do que eu pensava até o momento.
Sorte a nossa, podemos ser fodidos juntos.
Ela se virou e encontrou-me. Nossos olhos se conectaram e alguma
comunicação poderosa fluía através da brisa entre nós. Brynne sabia como eu
me sentia. Ela deveria saber. Eu disse a ela muitas vezes. Entretanto, ela
nunca me disse o que eu disse a ela. Eu ainda estava esperando ouvir aquelas
três palavras dela. Eu te amo.
Ela disse meu nome. Eu li seus lábios. Eu não podia ouvir o som
através do vento, mas vi que ela realmente falou o meu nome. Ela parecia tão
aliviada quanto eu me sentia ao vê-la inteira e apenas a poucos passos um do
outro. E absolutamente linda para mim, como ela sempre foi e sempre tinha
sido.
Mas foi aqui onde eu parei. Se Brynne me quisesse eu precisava que ela
andasse até aqui e me mostrasse como ela se sentia. Isso me mataria se ela
não viesse, mas o conselho do meu pai era verdadeiro. Todos tinham que
seguir seu coração. Eu segui o meu. Agora Brynne necessitava fazer o
mesmo.
Ela desceu da amurada e algo dentro de mim bateu forte quando ela
parou. Quase como se esperasse que eu fizesse um gesto ou fosse buscá-la.
Não, baby. Eu não sorria e nem ela, mas certamente fizemos contato.
Ela estava com um top esportivo turquesa que abraçava seus seios e me
fazia pensar sobre ela nua e debaixo de mim, minhas mãos e boca tomando-a
toda. Eu a queria tanto que doía. Acho que isso é o que apaixonar-se fazia a
uma pessoa... fazer você sofrer de um jeito que existia apenas uma cura.
Brynne era minha cura. Imagens dela e eu fazendo amor passavam pela
minha cabeça enquanto eu a esperava; as cenas dos meus desejos
assombrando incansavelmente com uma ânsia que me queimava de dentro
para fora. Eu queimava por Brynne. O Senhor Keats certamente sabia do que
estava falando em seus poemas.
Estendi minha mão e tranquei meus olhos nos dela, mas meus pés
ficaram plantados. E então eu vi a mudança. Uma centelha em seus olhos
encantadores. Ela entendeu o que eu estava pedindo a ela. Ela conseguiu. E,
novamente, fui lembrado de quão bons éramos juntos, no nível mais
fundamental. Brynne me tinha e só isso fez minha fome por ela ainda mais
forte.
Ela continuou vindo até seu braço levantar. Ainda mais perto até que
nossos dedos se tocaram, os dela pequenos, a mão finamente formada
descansando na minha, muito maior. Meus dedos envolveram seu pulso e sua
palma em um aperto firme e puxei-a o resto do caminho. Direto contra meu
peito, corpo a corpo. Envolvi meus braços em torno dela e enterrei minha
cabeça em seu cabelo. A fragrância que eu conhecia e ansiava estava no meu
nariz e na minha cabeça de novo. Eu a tinha. Eu tinha Brynne novamente.
Afastei-me e tomei seu rosto em minhas mãos. Segurei-a nessa posição
para que eu pudesse realmente olhar para ela. Ela nunca vacilou com os
olhos. Minha garota era corajosa. As vezes era uma droga, mas ela persistia e
não se afastava. Olho para seus lábios e sei que ia beijá-la, querendo ela ou
não. Eu esperava que ela quisesse.
Seus lábios encantadores estavam tão suaves e doces como antes. Até
mais, porque eu estive sem eles por muito tempo. Parecia o paraíso ter minha
boca na dela. Eu meio que me perdi no momento e esqueci que estávamos
em público. Perdido na minha Brynne no instante em que ela correspondeu a
mim.
Ela me beijou de volta e senti-me tão bem quando senti sua língua se
enredando na minha que gemi contra sua boca. Eu sabia o que eu queria
fazer. E minhas exigências eram poucas. Privacidade. Brynne nua. Se as
coisas fossem assim tão simples. Lembrei-me de que estávamos de pé em
meio a uma multidão no Victoria Embankment e infelizmente nem perto de
alguma privacidade.
Parei de beijá-la e rocei seu lábio inferior com meu polegar. — Você
vem comigo. Agora.
Ela assentiu em minhas mãos e eu a beijei uma vez mais. Um beijo de
agradecimento.
Nós não nos falamos enquanto caminhávamos para o Rover. Embora
estivéssemos de mãos dadas. Eu não ia soltá-la até que estivesse para colocá-
la no carro. Uma vez que ela estava no banco de passageiro e de portas
trancadas, virei-me e realmente olhei para ela. Ela parecia meio faminta e isso
me deixou com raiva. Lembrei-me da noite em que nos conhecemos e de
como consegui a barra de proteína com a água para ela.
— Pra onde estamos indo? — Ela perguntou.
— Em primeiro lugar? Conseguir alguma comida para você. — Isso
saiu um pouco mais duro do que eu queria.
Ela assentiu com a cabeça e depois olhou para longe, para fora da
janela.
— Depois de comer, vamos comprar um novo celular e número para
você. Preciso ficar com o seu antigo para que eu possa rastrear quem tentar
entrar em contato com você. Tudo bem?
Ela olhou para o seu colo e assentiu com a cabeça novamente. Quase a
puxo para meus braços e digo que tudo ficará bem, mas contenho-me.
— Então, vou levá-la para casa. Minha... casa.
— Ethan, essa não é uma boa ideia. — Ela sussurra, ainda olhando
para o colo.
— Fodam-se as boas ideias. — Explodo. — Será que você pode pelo
menos olhar para mim? — Ela virou seus olhos para os meus e ardeu em
chamas, um toque de vermelho ao fogo cintilando, tornando-os muito
marrons. Eu queria arrastá-la até mim e sacudi-la, forçá-la a entender que essa
besteira de terminar era uma coisa do passado. Ela estava indo para casa
comigo, ponto final. Viro a chave na ignição.
— O que você quer de mim, Ethan?
— Isso é fácil. — Faço um ruído rude. — Quero voltar a dez dias
atrás. Quero voltar ao meu escritório, fodendo na minha mesa com você ao
meu redor! Quero o seu corpo debaixo do meu, olhando para mim com
alguma expressão diferente daquela que vi quando você me deixou no
elevador! — Descanso minha testa no volante e respiro.
— Tudo bem... Ethan. — Sua voz soa trêmula e mais do que um
pouco derrotada.
— Tudo bem, Ethan? — Eu zombei. — O que isso quer dizer? Tudo
bem, estou voltando para casa com você? Tudo bem quanto a você e eu?
Tudo bem, vou permitir você me proteger? O quê? Preciso mais de você,
Brynne. — Conversava com o para-brisa porque estava com medo de ver seu
rosto. O que aconteceria se eu não pudesse fazê-la entender...
Ela se inclinou em minha direção e colocou a mão na minha perna. —
Ethan, eu... eu preciso... eu preciso da verdade de você. Eu tenho que saber o
que está acontecendo ao meu redor...
Imediatamente cubro sua mão com a minha. — Eu sei, baby. Eu estava
errado por esconder informações de você...
Ela balança a cabeça para mim. — Não, você não sabe. Deixe-me
terminar o que eu estava dizendo. — Ela coloca os dedos nos meus lábios
para me calar. — Você sempre me interrompe.
— Ficarei calado agora. — Agarrei seus dedos com minha outra mão e
os prendi contra meus lábios. Beijo seus dedos e não os deixo ir. Inferno, eu
pegaria quaisquer pequenas oportunidade que eu pudesse ter.
— Sua honestidade e franqueza é uma das coisas que eu amo sobre
você, Ethan. Você sempre me disse o que queria, o que pretendia, como se
sentia. Você sempre foi verdadeiro comigo e isso me fez sentir segura. — Ela
inclinou a cabeça e agitou-a. — Você não tem ideia do quanto precisava disso
de você. Eu não temi o desconhecido porque você foi tão bom em dizer-me
exatamente o que queria que acontecesse conosco. Isso realmente funcionou
para mim. Mas eu confiei em você implicitamente e você estragou essa parte
entre nós por não ser honesto e por não me dizer que foi contratado para me
proteger. O fato de que preciso de proteção fode minha mente, mas você não
acha que eu tenho a porra do direito de saber sobre isso?
Deus, ela era sexy quando estava toda inflamada assim e dizia palavrões.
Dou-lhe um momento de triunfo, porque ela estava completamente certa.
Quando ela puxa seus dedos para longe dos meus lábios, dando-me
permissão para falar, gesticulo com a boca mais do que digo as palavras. —
Sinto tanto! — E eu estava profundamente arrependido. Eu tinha agido
errado. Brynne precisava da verdade nua e crua. Ela tinha suas razões; era
uma exigência para ela e eu estraguei tudo. Espere! Ela acabou de dizer "uma das
coisas que eu amo sobre você"?
— Mas... desde que falei com meu pai e ele me disse coisas que eu não
sabia antes, sei que não é totalmente culpa sua. Papai te colocou numa
posição que você não pediu... e tenho tentado ver isso a partir da sua
perspectiva. Sua carta me ajudou a entender.
— Então você me perdoou e podemos deixar essa bagunça danada pra
trás? — Eu estava esperançoso, mas não completamente seguro. Queria
apenas que ela fosse honesta para que então eu pudesse imaginar pra onde ir
a partir daquele ponto. Eu poderia lidar com chances assim.
— Ethan, há tanto que você não sabe sobre mim. Você realmente não
sabe o que aconteceu comigo, não é?
Brynne me deu um olhar que desmentia sua idade devido à angústia que
havia nele. Queria fazer essa angústia ir embora, se pudesse. Gostaria de
poder dizer a ela que não me importava em saber. Se era horrível e a
machucava contar-me, então ela não tinha que fazer isso. Mas eu sabia que
esse não era o jeito de Brynne. Ela necessitava colocar todas as suas cartas na
mesa a fim de seguir adiante.
— Acho que não. Não sabia que seu passado a tinha marcado tão
profundamente até recentemente. Achei que a estava protegendo de alguma
possível vigilância política e exposição por perdas e ganhos, dependendo de
quem tinha você como alvo. Uma vez que percebi que você tinha demônios,
eu me importava demais, naquela altura, para assustar você ou deixar que
fosse ferida por isso. Só queria protegê-la e manter-nos juntos. — Falei com
o rosto dela bem perto do meu, absorvendo suas moléculas com cada
respiração.
— Eu sei, Ethan. Entendo isso agora. — Ela recuou plenamente em
seu assento. — Mas você ainda não sabe tudo. — Ela olhou pela janela
novamente. — Você não vai gostar de ouvir sobre isso. Você pode não...
querer... ficar junto depois que souber.
— Não diga isso para mim. Sei precisamente o que eu quero. —
Estendi a mão até seu queixo e puxei-o em minha direção. — Vamos
conseguir alguma comida pra você e então poderá me dizer o que precisar,
ok?
Ela assentiu ligeiramente com a cabeça, aquiescendo daquela maneira
que ela dominava... o olhar que estava me dando deixava-me totalmente
louco por ela ao ponto que minha possessividade surpreendeu até a mim
mesmo.
Eu sabia que ela estava sofrendo e com medo, mas também sabia que
ela era dura e que lutaria contra o que a assombrava. Embora isso não
mudasse o que eu sentia. Aos meus olhos, ela era a minha bonita garota
americana e sempre seria.
— Não vou a lugar nenhum, Brynne. Você está presa a mim e é
melhor se acostumar a isso. — Digo. Eu a beijo nos lábios e solto seu queixo.
Ela dá um meio sorriso enquanto dou ré com o carro. — Senti tanto a
sua falta, Ethan.
— Você não tem ideia. — Estendo a mão e toco seu rosto novamente.
Não podia evitar. Tocá-la significava que ela estava realmente aqui comigo.
Sentir sua pele e o calor do seu corpo me dizia que eu não estava sonhando.
— Comida primeiro. Você vai comer alguma coisa substancial e vou observar
e apreciar cada segundo da sua bonita boca enquanto você faz isso. O que lhe
apetece agora?
— Não sei. Pizza? Não estou exatamente vestida para jantar. — Ela
sorri, gesticulando para suas roupas. — Você está de terno.
— Como você está vestida é a menor das minhas preocupações, baby.
— Levo sua mão aos lábios e beijo a pele suave. — Você é linda para mim
com qualquer coisa... ou nada. Especialmente nada. — Tento provocá-la.
Ela corou ligeiramente. Senti o pulsar do meu pau quando vejo sua
reação dela. Eu a queria em casa comigo, muito. Na minha cama onde eu
poderia alcançá-la durante toda a noite e saber que ela estava lá comigo. Não
ia deixá-la ir embora novamente.
Ela uma vez disse que adorava quando eu beijava sua mão. E sei que
não posso evitar. É difícil não tocá-la e beijá-la o tempo todo porque nunca
fui uma pessoa de negar a mim mesmo muita coisa que queria. E eu a quero.
Ela murmurou um silencioso obrigada, mas ainda parece triste. Ela
provavelmente tem receio da nossa conversa, mas sabia que tinha que
acontecer. Para seu próprio bem ela precisava me dizer algo difícil e eu teria
que ouvir. Se isso é o que ela precisava fazer para que pudéssemos seguir em
frente, então eu ouviria o que quer que fosse.
— Pizza então. — Tive que soltar sua mão para poder dirigir, mas eu
poderia controlar. Apenas um pouco. Minha garota estava bem ao meu lado
no meu carro. Eu podia sentir seu cheiro e vê-la e até mesmo tocá-la, se
estendesse a mão; ela estava assim perto de mim. E pela primeira vez em dias,
a constante dor no meu peito tinha ido embora.
Quatro
com a pessoa certa. Para mim, a pessoa certa estava sentada a minha frente e
não faria diferença o local enquanto estivéssemos juntos. Mas Brynne
precisava de comida e eu precisava ouvir sua história, então Bellissima seria
bom como qualquer outro lugar.
Tínhamos uma mesa num canto escuro e privado, uma garrafa de vinho
tinto e uma pizza gigante de linguiça com cogumelo para compartilhar. Tento
não deixá-la desconfortável por olhar demais, mas era difícil pra caramba não
fazer isso, porque meus olhos estavam sedentos por ela. Vorazes.
Faço meu melhor para ser um ouvinte atencioso em vez disso. Do
outro lado, Brynne parecia estar lutando sobre como começar. Sorrio pra ela
e comento sobre quão boa a comida estava. Encontrei-me desejando que ela
comesse um pouco mais, mas mantive minha boca fechada sobre essa
questão. Tenho certeza que não sou um idiota. Cresci com uma irmã mais
velha e as lições que aprendi com Hannah ficaram definitivamente presas a
mim ao longo dos anos. Mulheres não gostam de ser informadas sobre o que
comer ou não. Melhor deixá-la sozinha e esperar o melhor.
Ela parecia muito longe em sua cabeça quando começou a me contar
sobre sua vida, eu não gostava da triste linguagem corporal nem do som
derrotado da sua voz, mas esses pontos eram irrelevantes.
— Meus pais se separaram quando eu tinha 14 anos. Não lidei bem
com isso, eu acho. Era apenas uma criança, então acho que buscava por
algum tipo de comprovação ou talvez fosse para que eles voltassem atrás com
o divórcio. Quem sabe, mas o resultado final? Eu era uma vagabunda na
escola. — Ela levantou seus olhos cinza aço para os meus, determinados a
obter seu ponto de vista. — É verdade, eu era. Eu não fazia grandes escolhas
com os meninos que namorava e não me importava com a minha reputação.
Era mimada e imatura e estupidamente imprudente.
Sério! A primeira surpresa da noite. Não poderia imaginar Brynne assim
e não queria também, mas meu lado pragmático percebia que quase todos
tinham um passado e minha garota não era diferente. Ela pegou sua taça de
vinho e encarou-a como se estivesse relembrando. Eu não disse nada. Só
ouvia e ficava embebido por vê-la tão perto de mim.
— Houve uma notícia que se tornou viral na Califórnia há alguns anos.
Um filho de xerife fez um vídeo de uma menina em uma festa. Ela estava
desmaiada bêbada quando ele e dois de seus amigos a foderam e brincaram
com ela numa mesa de bilhar.
Sinto o cabelo na parte de trás do meu pescoço arrepiar-se. Por favor,
não. — Lembro-me disso. — Digo, forçando-me a ouvir e tentando não
reagir muito. — O xerife tentou suprimir provas contra seu filho, mas elas
vazaram e os filhos da puta foram condenados de qualquer maneira.
— É... naquele caso eles foram. — Ela olhou para sua pizza e depois
voltou-se para mim. — Não no meu, entretanto.
Seus olhos ficaram vidrados e de repente eu também não tinha vontade
de comer.
— Fui a uma festa com minha amiga Jessica e ficamos bêbadas, é claro.
Tão bêbadas que não me lembro de nada que aconteceu até que acordei e os
ouvi rindo e falando sobre mim. — Ela tomou um grande gole de vinho
antes de continuar. — Lance Oakley era... é... um completo idiota, um rico
pervertido. Seu pai era um senador da Califórnia na época. Não sei porque
cheguei a sair com ele. Provavelmente apenas porque ele pediu. Como disse
antes, eu não fazia boas escolhas com meu comportamento. Eu me arriscava.
Isso era o quanto que eu não me importava comigo mesma.
Odeio isso.
— Ele estava na faculdade e eu no último ano do ensino médio. Acho
que se sentia no direito de que eu ficasse ao seu redor sempre que ele estava
em casa, mas não éramos exclusivos de qualquer maneira. Sei que ele me
traía. Acho que esperava que eu definhasse esperando-o voltar da faculdade
pra casa e eu estivesse a sua conveniência. Eu sabia que ele estava com raiva
de mim por ter saído com outro garoto que conheci numa competição, mas
não quão cruel ele seria por causa disso.
— Você fazia atletismo na sua escola? — Pergunto.
— É... corrida. — Ela assentiu e olhou para seu copo de novo. —
Então, acordei em um total nevoeiro e incapaz de mover meus membros.
Achamos que ele pode ter colocado alguma coisa na minha bebida... — Ela
engoliu em seco e continuou corajosamente. — Eles estavam falando sobre
mim, mas não sabia que era sobre mim a princípio. Ou o que tinham feito
comigo. Havia três deles, todos de folga da faculdade pelo feriado de Ação de
Graças. Nem conhecia os outros dois caras, apenas Lance. Eles não eram da
minha escola. — Ela tomou um gole de seu vinho. — Eu pude ouvi-los rir de
alguém. Dizendo como eles enfiaram um taco de sinuca e uma garrafa e... e a
foderam com essas coisas... como se ela fosse uma prostituta que implorasse
por isso.
Brynne fechou seus olhos e respirou fundo. Eu sofria por ela. Queria
matar Oakley e seus amigos e desejava que seu companheiro morto ainda
estivesse vivo para que eu pudesse matá-lo também. Não tinha nenhuma
ideia sobre isto. Eu assumi que fosse apenas uma indiscrição juvenil que
algum idiota decidiu filmar... não um completo ataque sexual contra uma
garota de 17 anos. Estendi a mão e cobri a dela com a minha. Ela parou por
um instante e fechou os olhos com mais força, mas não vacilou. Mais uma
vez, sua coragem me humilhava e esperei que ela dissesse mais.
— Não tinha ideia de que estavam falando sobre mim, porém, eu
estava tão fora do ar. Quando pude mover minhas pernas e braços, lutei para
levantar-me. Eles riram e deixaram-me lá na mesa. Eu sabia que tinha feito
sexo, mas não sabia com quem ou quaisquer detalhes. Sentia-me doente e de
ressaca. Só queria sair daquela casa. Então, peguei minha roupa de volta,
encontrei Jessica e consegui uma carona para casa.
Um rugido espontaneamente saiu da minha garganta. Não pude evitar.
Mesmo que para meus ouvidos, eu soasse como um cão. Brynne me olhou
quase assustada por um segundo e então para minha mão sobre a dela.
Concentrei-me nela e segurei minhas emoções. Perder minha calma não
ajudaria Brynne de jeito algum, então rocei meu polegar lentamente sobre sua
mão, para frente e para trás, esperando como o inferno que ela entendesse o
quanto doía ouvir que tinha sido usada daquela forma. Minha mente estava
titubeando com o que ela tinha compartilhado. Na época do crime, os
autores eram adultos e ela menor. Interessante. E eu não conseguia descobrir
porque Tom Bennett tinha omitido esta informação quando me contratou.
Ele provavelmente apenas estava tentando proteger a reputação de sua única
filha. Não é à toa que ele ficou tão volátil quando descobriu que estávamos
dormindo juntos.
— Eu teria tirado a coisa toda da minha mente se não fosse pelo vídeo.
Não fazia ideia do que tinham feito comigo ou que tinham me filmado. Fui
para a escola na segunda-feira e aquilo era uma grande notícia. Eu era uma
grande notícia. Eles me viram... nua, desmaiada e bêbada, sendo... sendo
usada com... fodida... usada como um objeto...
Lágrimas escorriam por seu rosto, mas ela não perdeu sua compostura.
Continuou falando e eu apenas segurava sua mão.
— Todo mundo sabia que era eu. As pessoas já tinham visto o vídeo
todo o fim de semana e passavam-no ao redor. O vídeo me mostrava
claramente, mas os garotos estavam fora da câmera e o som tinha sido
dublado com uma música em vez do áudio, então não podiam ouvir suas
vozes para identificá-los. — Ela abaixou a voz para um sussurro. — Nine Inch
Nails... I Wanna Fuck You Like an Animal. Eles fizeram isso como um
videoclipe com a letra da música impressa sobre a tela em letras grandes...
Você me deixou violá-la... Você me deixou profaná-la... Você me deixou penetrá-la...
Ela vacilou e meu coração acabou se partindo em dois pelo que ela
tinha sofrido. Eu sabia apenas o quanto queria fazer dar certo entre nós.
Parei-a então. Tinha que fazê-lo. Não podia mais ouvir e conter-me em
público. Precisávamos de privacidade para isso. Eu só queria levá-la para casa
comigo e abraçá-la apertado. O resto poderia ser descoberto mais tarde.
Apertei sua mão para que ela olhasse para mim. Grandes olhos
luminosos, em cores todas misturadas, cheios de lágrimas que eu só queria
lamber para longe, olhando para dentro dos meus. — Deixe-me levá-la para
casa, por favor. — Acenei para fazê-la entender que era o que precisávamos.
— Quero estar sozinho com você agora mesmo, Brynne. Todo o resto não
importa muito.
Ela fez um som que apenas rasgou meu coração em pedaços. Tão
suave, mas ferido e inflamado. Levantei-me da mesa abruptamente, puxando-
a comigo, e Deus abençoe seu coração, ela seguiu sem protestar. Joguei
algumas notas sobre a mesa e levei-a para o carro, afivelando-a em seu
assento.
— Tem certeza que você quer, Ethan? — Ela me perguntou, seus
olhos vermelhos e cheios de lágrimas.
Olho para ela mortificado. — Nunca estive mais seguro de nada. —
Inclinei-me em direção a ela e coloquei minha mão na parte de trás de sua
cabeça para que pudesse controlar o beijo. Beijei-a completamente nos lábios,
pressionando contra seus dentes com minha língua para que ela sua boca para
mim. Brynne precisava saber que eu ainda a queria. Eu sabia que ela estava
lutando contra a ideia de si mesma e meu conhecimento do seu passado. Ela
assumiu que eu não iria desejá-la mais se soubesse dos detalhes.
Minha garota não poderia estar mais errada.
— Todas as suas coisas ainda estão lá, esperando por você. Apenas
sabia disso... — Falo a apenas alguns centímetros de seu rosto, perfurando
seus olhos expressivos. — Não tenho intenções de deixar você ir. — Engulo
em seco. — Se vier comigo, você estará se comprometendo completamente
comigo, Brynne. Não conheço nenhuma outra maneira de estar com você. É
estar totalmente comprometido para mim. E quero que seja para você
também.
— Totalmente comprometida? — Ela levou sua mão ao meu rosto e
manteve-a lá, seu questionamento parecendo tão genuíno.
Viro meus lábios para pressioná-los na palma da sua mão enquanto ela
segurava meu rosto. — Um termo do pôquer. Significa apostar tudo que você
tem nas cartas que está segurando. Você é o que estou segurando.
Ela fechou seus olhos e seus lábios tremeram ligeiramente. — Nem
sequer lhe disse tudo. Há mais. — Ela afastou sua mão.
— Abra seus olhos e olhe para mim. — Eu disse isso suavemente, mas
muito firme.
Ela obedeceu de imediato e tive que abafar um gemido pelo tanto que
seu gesto me estimulava. — Não me importo com o que quer que você não
tenha me dito ou até mesmo com o que você acabou de dizer no restaurante.
— Balanço minha cabeça um pouco para fazê-la entender. — Isso não
mudará como me sinto. Sei que conversaremos um pouco mais e você
poderá me dizer o resto quando for capaz... ou quando precisar. Vou ouvir.
Preciso ouvir tudo de qualquer maneira para que possa ter certeza de que
estará segura. E vou fazer isso, prometo a você, Brynne.
— Oh, Ethan... — Seu lábio inferior tremia enquanto ela olhava para
mim, tão bela em sua tristeza como ela era quando estava feliz.
Eu podia ver que Brynne estava preocupada com muitas coisas...
partilhar seu passado, minha reação ao seu passado, a possível ameaça a sua
segurança em Londres, meus sentimentos... e eu queria tão desesperadamente
apagar essa preocupação de sua expressão, se pudesse. Eu desejava que ela
ficasse livre de seu fardo e apenas vivesse sua vida, espero que comigo em
algum lugar. Nunca quis que uma promessa significasse tanto quanto agora.
Eu iria mantê-la segura, mas também queria ter certeza de que ela entendia o
que aconteceria ao concordar em voltar para casa comigo.
— Mas não fuja mais de mim, Brynne. Se precisar de uma pausa, estará
tudo bem, vou respeitar e dar-lhe algum espaço. Mas tenho que ser capaz de
chegar até você e vê-la e saber que você não irá partir novamente... ou me
deixar de fora. — Roço seus lábios com meu polegar. — Isso é o que preciso
de você, baby. Você pode fazer isso?
Ela começou a respirar mais forte, seu peito movendo seus seios pra
cima e pra baixo naquele top turquesa apertado, seus olhos piscando
enquanto meditava. Eu podia dizer que ela estava com medo, mas Brynne
tinha que aprender a confiar em mim se tivéssemos alguma chance de ficar
juntos. Joguei com a esperança de que ela aceitaria minha oferta. Embora mal
soubesse o que faria se ela não aceitasse. Desmoronaria? Iria me tornar um
verdadeiro perseguidor? Registrar-me em uma psicoterapia?
— Mas... acho tão difícil confiar em uma relação. Você chegou mais
longe do que qualquer um antes. Pela primeira vez, tive que escolher entre
um complexo e assustador relacionamento e estar em segurança sem
complicações... e sozinha.
Eu gemi e agarrei-a um pouco mais apertado.
— Sei que está assustada, mas quero que você nos dê uma chance de
qualquer maneira. Você não está destinada a estar sozinha. Você está
destinada a estar comigo. — Minhas palavras saem um pouco ásperas, mas
era tarde demais para trazê-las de volta.
Brynne me surpreende sorrindo um pouco e balançando a cabeça para
mim. — Você é uma coisa, Ethan Blackstone. Você foi sempre assim?
— Assim como?
— Tão exigente, duro e direto.
Dei de ombros. — Acho que sim. Não sei. Só sei como sou com você.
Quero coisas com você que nunca quis antes. Quero você e isso é tudo o que
sei. Agora mesmo, quero que você volte para casa comigo e que fiquemos
juntos. E vou apenas acreditar na promessa que você fez de não sair ao
primeiro sinal de problemas. Você me dará a oportunidade de consertar as
coisas e não irá me deixar de fora. — Seguro-a pelos ombros com ambas as
mãos. — Posso compreender se você vai me dizer o que precisa de mim.
Quero dar a você tudo o que precisar, Brynne. — Esfrego os polegares na
base de seu pescoço, a pele macia se magnetiza sob meus dedos tão logo
começo a tocá-la. Uma vez que a sentia novamente, não queria desistir dela.
Ela inclina a cabeça para trás e fecha os olhos por um instante,
sucumbindo a nossa atração e dando-me alguma esperança. Ela diz uma
única palavra. Meu nome: — ... Ethan.
— Acho que sei o que é isso também. Você só tem que confiar em
mim para dar isso a você. — Segurei-a um pouco mais apertado. — Escolha-
me. Escolha-nos.
Ela estremece. Vejo isso acontecer e sinto isso também. Ela assente e
balbucia as palavras. — Tudo bem. Eu prometo que não fugirei novamente.
Beijo-a lentamente, minhas mãos movendo-se para cima, para manter
seu rosto seguro. Empurro minha língua entre seus doces lábios e, com o
louvor dos anjos, ela me deixa entrar. Sim. Ela permite minha passagem e
corresponde ao meu beijo, sua língua sedosa e quente deslizando contra a
minha. Sorte grande! Sei que ganhei este round... eu queria bater no feltro6 e
agradeci silenciosamente a minha mãe no céu.
Mantenho-me saqueando a boca de Brynne. Deixo que ela saiba de
tudo naquele beijo, tomando seus lábios, roçando com meus dentes, tentando
alcançar dentro dela. Quão mais profundo que eu puder entrar, mais difícil
será para ela me deixar novamente. É assim que minha mente funciona com
ela. Essa era a estratégia da batalha e eu poderia fazer isso o dia todo. Não
haveria como fugir de mim nunca mais, sem esconder-se. Ela seria minha e
iria me deixar amá-la.
Brynne derreteu sob meus lábios, ficou suave e submissa, encontrando
o lugar que precisava e ficando confortável, assim como eu ao tomar o
controle. Isso funcionava para ambos... muito, muito bem. Recuei e suspirei
profundamente. — Vamos para casa agora.
— O que aconteceu com levar as coisas devagar? — Ela perguntou
baixinho.
6
Referência ao jogo de pôquer, bater as mãos na mesa em comemoração.
— Totalmente comprometidos, baby. — Sussurro. — Não pode ser de
qualquer outra forma conosco. — Se ela pudesse saber os pensamentos que
passaram em minha mente sobre o futuro, ela poderia ter ficado arisca
comigo novamente e eu não podia arriscar isso ainda. Haveria tempo
suficiente para essa discussão posteriormente.
— Temos muito que falar sobre isso ainda. — Ela disse.
— Então, teremos várias conversas. — Junto com outras coisas.
Ela se virou em seu assento e inclinou-se para trás, ficando confortável
e apenas olhando para mim enquanto eu saía do estacionamento. Ela me
observou durante toda a viagem. Gostava de tê-la olhando para mim. Não, eu
amava isso pra caralho! Amava que ela estivesse ao meu lado parecendo que
me queria tanto quanto eu a queria. Também olhei para ela quando conseguia
tirar os olhos da estrada.
— Totalmente comprometidos, hein? Acho que tenho que aprender a
jogar pôquer.
Eu rio. — Oh, estou nessa! De alguma forma, acho que você será um
talento, querida. — Levantei minhas sobrancelhas. — Strip Poker7 primeiro?
— Estava esperando que você trouxesse isso à tona. Bom saber que
não me decepciona. — Ela disse, revirando os olhos.
Eu apenas sorri e imaginei-a tirando as roupas num jogo de pôquer,
porque eu iria ganhar todas as mãos. Muito, muito boas imagens me
conjurando.
Por fim, ela pediu para parar em seu apartamento para que pudesse
pegar suas "pílulas". Eu não tinha certeza se isso significava controle de
natalidade ou pílulas para dormir e eu não tinha a intenção de perguntar. Nós
definitivamente precisávamos de ambas. Então, fiz o que qualquer cara com
um funcionamento cerebral faria. Fui para o seu apartamento. Mais uma vez,
orgulhando-me por não ser um idiota.
7
Apostam-se as roupas do corpo em substituição ao dinheiro.
Esperei enquanto ela arrumava uma mala. Disse a ela para trazer o
suficiente para alguns dias. O que eu realmente queria era que ela ficasse na
minha casa por tempo indeterminado, mas não achei que era adequado
abordar esse assunto no momento... não obstante o meu estado de não idiota.
Memórias inundaram meu cérebro quando entramos. A parede
adjacente à porta da frente estaria para sempre gravada em meu lobo frontal.
A imagem dela naquele curto vestido roxo e de botas estava retida em mim.
Cristo, ela esteve magnífica trabalhando no meu pau contra a parede naquela
noite. Eu amo essa porra de parede. Engraçado. Sorrio para mim mesmo por
minha piada inteligente.
— Do que está rindo agora? — Brynne pergunta enquanto sai de seu
quarto com a mala pronta, parecendo muito melhor do que estava no início
da noite. Sua personalidade resoluta estava de volta.
— Hummm... Estava apenas pensando no quanto amo sua parede. —
Dou a ela meu melhor levantar de sobrancelha e tiro a mala de sua mão.
Os adoráveis lábios de Brynne se separaram em uma expressão de
surpresa que logo se transforma em humor. — Você ainda consegue fazer-
me rir, Ethan, apesar de tudo. Você tem um talento raro para isso.
— Obrigado. Gosto de compartilhar todos os meus talentos com você.
— Digo sugestivamente, colocando meu braço em torno dela enquanto
saímos de seu apartamento. Ela dá uma olhada para a parede enquanto
passamos por ela. — Eu vi isso. — Eu disse.
— Viu o quê? — Ela perguntou inocentemente. Ah, ela tinha uma cara
de jogadora de pôquer8, com certeza. Não podia esperar para começar a jogar
cartas com ela.
— Você olhou para a parede e lembrou-se de transar comigo contra
ela.
Ela deu uma cotovelada de brincadeira em minhas costelas enquanto
andávamos. — Eu não fiz isso! E você transou comigo, não o contrário.
8
No original: poker face. Expressão facial dissimulada, cara de pau.
— Tanto faz. — Faço cócegas e a faço se contorcer contra mim. Sinto-
me bem tendo-a em meus braços novamente. — Só confesse a verdade,
baby, foi uma transa épica que tivemos naquela parede.
♥♥♥♥♥
No momento em que eu tive Brynne detrás das portas fechadas do meu
apartamento, a noite de verão estava totalmente sobre a cidade.
No caminho, acabamos parando de última uma hora para comprar um
novo celular e número para ela. Levou quase uma hora para conseguir
configurar, mas foi necessário. Seu antigo celular agora estava em minha
posse. Quem quer que ligasse procurando por Brynne Bennett naquele
número, teria que lidar comigo.
Talvez hoje à noite eu investigasse a chamada e possivelmente falasse
com Tom Bennett. Não era uma conversa com a qual eu ficasse
entusiasmado, mas também não era uma que gostaria de evitar.
Parabéns, Tom. Estou transando com sua filha novamente. Ah e antes que me
esqueça, você deve saber que sua segurança está completamente em minhas mãos agora. Será
que eu também mencionei que ela é minha? Minha, Tom. Eu mantenho o que é meu muito
perto e muito seguro.
Eu me perguntava como ele receberia a notícia e então percebi que não
me importava muito. Ele foi o único que colocou Brynne no meu caminho.
Ela era a minha prioridade agora. Eu me importava com ela. Só queria
protegê-la e mantê-la fora do perigo. Ele teria que lidar com a situação da
mesma forma que eu.
Andei atrás dela perto da janela, olhando as luzes da cidade. Ela havia
me dito que amava minha vista da primeira vez que a trouxe para casa. E eu
disse a ela que amava a vista dela estando na minha casa e que nada se
comparava a isso. E ainda não, na minha opinião.
Toquei-a com cuidado, minhas mãos em seus ombros, meus lábios em
sua orelha. — O que você está olhando?
Ela viu meu reflexo no vidro, então não ficou surpresa. — A cidade. Eu
amo as luzes à noite.
— Eu amo olhar você olhando para as luzes à noite. — Movo seu
cabelo para o lado e beijo seu pescoço. Ela inclina a cabeça para me dar
acesso quando eu inalo, o cheiro de sua pele drogando-me, deixando-me
totalmente louco por ela. — É tão bom estar com você aqui. — Sussurro.
Durante todo o tempo eu lutei contra meus desejos quando ela estava
perto. Esse foi um problema novo que nunca antes havia enfrentado em um
relacionamento. Eu amava a parte da transa... sou um cara e tenho um pau.
Também nunca tive problemas em encontrar namoradas. Mulheres gostavam
da minha aparência e, como papai dizia, isso tornou as coisas mais fáceis, mas
não necessariamente melhores. Quando as mulheres perseguiam você porque
achava que parecia quente e tinha um pouco de dinheiro, isso rapidamente
reduzia as coisas a uma básica permuta. Algum jantar, um pouco de sexo,
talvez um segundo encontro/sessão de sexo. E então... adeus. O meu limite é
que não gosto de ser usado e durante anos tive mulheres tentando me enrolar
num namoro por sexo.
Brynne provocou uma reação diferente em mim e ela tinha feito isso
desde o primeiro encontro. Ela nunca me perseguiu. Se eu não a tivesse
ouvido me chamar de bonito ao telefone naquela noite na galeria, nunca
saberia que ela tinha sequer me visto. Ela empurrou todos os botões certos e,
pela primeira vez, eu me importava muito mais sobre a mulher do que em ter
sexo com a mulher.
Oh, eu ainda me importava com o sexo, mas era muito diferente agora.
As necessidades dominantes em mim tinham florescido desde que descobri
Brynne, como se ela fosse o catalisador. Na verdade, sabia que ela era. Eu
queria coisas com ela que me assustavam, porque eu não queria... não, não
poderia suportar perdê-la.
O que ela havia compartilhado esta noite assustou-me pra cacete. Isso
também deixou muito claro o seu misterioso comportamento no início. Pelo
menos obtive algumas respostas sobre porque ela continuava fugindo.
— Também estou feliz. — Ela respirou profundamente. — Senti tanto
sua falta, Ethan. — Ela se inclinou contra mim, a curva do seu traseiro vindo
direto contra meus quadris. Com apenas a camada do elastano do seu short
de corrida cobrindo aquela adorável parte dela, meu pau acordou pra cima,
pronto e voluntário para o serviço.
Doce Cristo! Aquilo era tudo que eu precisava para começar. Ela iria
sentir minha ereção em um momento e então o que? Eu não deveria estar
indo pra cima dela agora. Ela ainda estava frágil e precisava terminar sua
história. Se apenas eu pudesse dizer isso ao meu pau. Virei sua cabeça para
encontrar a minha e engoli seus lábios num beijo muito profundo que deixou
toda a lógica ir embora. Mordisquei e chupei seus lábios, tentando puxá-la
para mim. Ela tinha um gosto tão bom. Brynne se derreteu exatamente onde
eu queria e eu sabia que não seria capaz de recuar agora. Estava com muita
necessidade de reivindicar minha mulher novamente.
Apenas um bastardo iria querer levá-la para a cama e deixá-la nua agora.
Portanto, eu era um bastardo sujo.
Eu poderia viver com isso.
Brynne sempre me disse que gostava quando eu era brusco. Ela disse
que se sentia melhor comigo dizendo a ela o que eu queria, porque ela sabia o
que estava por vir. Ela precisava disso de mim. Então, respirei fundo e disse a
ela o que eu queria.
— Quero levar você pra cama agora. Quero você em meus braços e
quero estar... dentro de você. — Alcancei seu rosto e segurei-o com minhas
duas mãos, esperando sua resposta.
Cinco
—V á em frente e escolha a
que você gostar pra hoje. — Disse a ela. Brynne sorriu diante da porta do
meu armário e depois desapareceu dentro dele.
— Bem, amo as roxas, mas acho que hoje vamos com esta. — Ela
anunciou enquanto surgia com uma gravata azul na mão. Ela caminhou até
mim e colocou a seda em volta do meu pescoço. — Ela combina com seus
olhos e eu amo a cor dos seus olhos.
Amo quando você diz a palavra amor em referência a qualquer coisa em relação a
mim.
Observo sua expressão enquanto trabalha em atar minha gravata,
mordendo apenas o canto do seu delicioso lábio inferior em concentração;
amando suas atenções sem amar o fato de que ela obviamente teria praticado
em outra pessoa. Ela tinha ficado em pé na frente de algum outro cara e
amarrado a gravata pra ele. Eu sabia disso. Tentei não imaginar que era de
manhã quando ela se apresentou a este serviço para o filho da puta e que ela
não tinha passado a noite anterior sugando o pau dele. Eu era um bastardo
ciumento agora. Nunca tinha ficado com ciúmes de nenhuma das garotas que
namorei antes, mas então... Brynne não era apenas uma garota para mim.
Brynne era a garota. Minha garota.
— Amo você estar aqui fazendo isso por mim. — Disse a ela.
— Eu também. — Ela sorriu para mim um instante antes de voltar
para a tarefa em suas mãos.
Havia muito mais que eu queria dizer, mas não o fiz. Forçá-la nunca
ajudava e eu aprendi minha lição a este respeito, mas ainda era difícil levar as
coisas devagar. Não queria ir devagar com Brynne. Eu quero rápido e intenso
e todo o tempo. Graças a Deus que eu não disse isso em voz alta.
— O que é que você vai fazer com o seu dia, Srta. Bennett? —
Perguntei.
— Tenho uma reunião no almoço com colegas da universidade.
Mantenha seus dedos cruzados por mim. Tenho que começar a pensar sobre
a obtenção de visto de trabalho e pode haver algo nisso pra mim. Como um
compromisso de conservação em um grande museu de Londres. — Ela
termina minha gravata e a acaricia. — Pronto. Você parece muito vistoso em
sua gravata azul, Sr. Blackstone. — Ela pressiona seus lábios contra os meus
com os olhos fechados.
Beijo-a com apenas um pequeno beijinho nos lábios franzidos. Ela abre
os olhos e estreita-os, parecendo um pouco desapontada. — Estava
esperando algo mais? — Amava provocá-la e fazê-la rir.
Ela enfrentou como se não se importasse. — Eh... — Ela disse com
um encolher de ombros. — Seus beijos são... razoáveis, eu acho. Posso ficar
sem.
Ri da expressão em seu rosto e fiz cócegas na sua lateral. — É uma
coisa boa que você conserve pinturas, minha querida, porque você não pode
mentir merda nenhuma.
Ela gritou com as cócegas e tentou fugir.
Envolvi meus braços em torno dela e puxei-a contra mim. — Não há
escapatória para você. — Murmurei contra seus lábios.
— E se eu não quiser fugir. — Ela perguntou contra mim.
— Isso funciona também. — Respondi com um beijo de verdade. Fui
devagar e minucioso, desfrutando deste momento juntos na manhã antes que
tivéssemos que ir para nossos trabalhos. Ela se derreteu contra mim tão
docemente que tive que lembrar que ambos tínhamos trabalho e que não
havia tempo para levá-la de volta para a cama agora. A parte boa era que ela
estaria aqui no final do dia de novo e eu poderia fazer valer minha muito
vívida imaginação.
Tive que dar beijos de despedida mais algumas vezes antes de irmos por
nossos caminhos separados: esperar os elevadores, garagem para subir no
Rover e deixá-la na Rothvale. Tais são os benefícios de ter alguém com quem
você queria estar tão loucamente em sua vida. Novamente, sou um homem
de muita, muita sorte. Pelo menos sou inteligente o suficiente para perceber
isso.
♥♥♥♥♥
Passei pela entrada da frente hoje, depois de estacionar, porque quis
comprar todos os jornais importantes dos EUA e tê-los vasculhados por
qualquer pequena coisa que fosse. Eles estão abarrotados com difamações
políticas até agora, mas a luta completa entre os futuros candidatos ainda
estava de fora. As eleições presidenciais seriam realizadas no início de
novembro nos EUA, de modo que haveria ainda mais cinco meses de
publicidade. Senti uma pontada de preocupação e praticamente a ignorei.
Não poderia falhar em protegê-la. Eu não permitirei nenhuma falha.
Muriel sorriu para mim quando paguei pelos jornais. Tentei não
estremecer com a visão de seus dentes. — Aqui está você, amor. — Disse ela,
estendendo uma mão manchada com meu troco.
Dei uma olhada para aquela mão suja e decidi que ela precisava do
troco mais do que eu de um contágio.
— Fique com ele. — Olhei em seus estranhamente belos olhos verdes
e assenti uma vez. — Vou comprar todos esses jornais dos EUA
regularmente a partir de agora, se você quiser deixá-los prontos. — Ofereci.
— Oh, você é um querido, você é. Vou tê-los. Bom dia para você,
bonito. — Ela piscou para mim e mostrou um pouco mais daqueles horríveis
dentes. Tentei não olhar muito de perto, mas acho que Muriel poderia
competir comigo na barba por fazer. Coitada!
Quando chego ao meu escritório, comecei a sério com as questões de
inteligência. Ouvi a mensagem do homem que havia ligado para Brynne.
Escutei-a várias vezes. Americano, muito, aliás, não conflituoso, nada em
suas perguntas revelou nenhuma pista sobre o que ele poderia saber. — Ei.
Aqui é Greg Denton do Washington Review. Estou tentando encontrar uma Bennett
Brynne que estudou na Union Bay High School, em São Francisco...
Sua mensagem foi curta e utilitária e ele deixou informações para
retornar a ligação. O histórico mostrava que ele havia ligado apenas uma vez,
então havia uma muito boa chance dele não saber muito ou mesmo se
Brynne era mesmo a pessoa certa com quem ele deveria tentar entrar em
contato.
Coloquei Frances a par, sem dar detalhes específicos, disse-lhe para
pesquisar esse Greg Denton no Washington Review e também para ver o que
mais poderia conseguir dos jornais que comprei nesta manhã.
Estava acabando de me sentar, examinando a gaveta da minha mesa
onde os cigarros ficavam escondidos, quando Neil entrou.
— Você parece um pouco... humano... esta manhã, companheiro. —
Ele se sentou na cadeira e examinou-me, um pequeno sorriso aparecendo em
seu queixo quadrado.
— Não diga. — Eu o adverti.
— Tudo bem. — Ele pegou seu celular e pareceu ocupar-se com ele.
— Eu não vou dizer que sei com quem ficou na noite passada. E eu
definitivamente não vou dizer que vi vocês dois, pela câmera de segurança, se
amassando enquanto esperavam o elevador nesta manhã...
— Cai fora!
Neil riu para mim. — Inferno, o escritório está entusiasmado, cara!
Todos nós podemos respirar de novo sem medo de uma estripação. O chefe
conseguiu sua garota de volta. Louvados sejamos os deuses! — Ele olhou
para cima e levantou as mãos. — Tem sido umas semanas fodidas...
— Eu adoraria ver como o seu traseiro miserável ficaria se Elaina de
repente decidisse que não poderia suportar vê-lo. — Eu o interrompi,
oferecendo um falso sorriso e esperando uma mudança de atitude. — O que
sempre poderia acontecer, você sabe, já que eu sei todos os seus vergonhosos
segredos.
Funcionou como um encanto. Neil perdeu a postura de idiota em cerca
de uns cinco segundos.
— Estamos muito felizes por você, E. — Ele disse em voz baixa. E eu
sei que quis dizer isso.
— Como está indo a investigação militar sobre o Tenente Oakley? —
Perguntei, cedendo e abrindo a gaveta para retirar meu isqueiro e um maço
de Djarums.
— Ele tem feito coisas muito ruins para o povo do Iraque e ficando
impune, mas não tenho certeza por quanto tempo isso ficará enterrado. Acho
que o senador só pode estar aliviado por seu filho estar fora, ficando em
apuros no Iraque, em oposição a qualquer lugar perto de sua campanha
eleitoral.
Grunhi em acordo e aspirei minha primeira doce baforada. Os cravos
davam um baita chute, mas eu estava acostumado. Agora apenas deixei a
nicotina fazer seu trabalho e senti-me culpado por estar colocando-a em meu
corpo. — Então ele é militar de carreira, você acha? — Soltei o ar para longe
de Neil.
Neil balançou sua cabeça. — Não penso assim.
— Por que não?
Neil tinha o mais agudo instinto que já vi em alguém que conheço. Ele
não era apenas um empregado, não há um longo tempo. Neil era muito,
muito mais. Fomos crianças juntos, fomos para a guerra, sobrevivemos
àquele inferno para voltar à Inglaterra, conseguindo crescer no processo e
iniciar um negócio bem sucedido. Confio nele com a minha vida. O que
significava que eu podia confiar nele com Brynne também. Eu estava feliz
por ela ter gostado dele porque tinha a sensação de que ela teria de ser vigiada
eventualmente sempre saísse. Brynne odiaria muito isso. Mas mesmo odiando
tanto o detalhe de segurança, ela não fugiria de Neil. Minha garota era muito
amável para esse tipo de coisa.
Eu não estava me enganando também... amigo ou não, eu estava
realmente feliz que Neil já tivesse uma mulher e se ele estivesse solteiro não
teria sido minha primeira escolha. Ele era um cara de boa aparência.
— Bem, esta é a parte interessante. O Tenente Lance Oakely teve seu
tempo de serviço nas forças armadas ampliado apenas algumas semanas após
o avião cair. Pelo que pude descobrir, os EUA praticamente cessaram a
ampliação do tempo de serviço por volta de um ano atrás e apenas um
punhado está servindo agora dessa forma agora.
— Você está pensando o que eu estou pensando, companheiro?
Neil assentiu novamente. — Tão logo o senador descobriu que era o
próximo candidato a vice-presidente, ele teve seu único filho escalado para
outra temporada no Iraque.
Estalei minha língua. — Parece que o senador conhece seu filho muito
bem e imagina que o mais longe que puder manter seu garoto da campanha,
melhores serão suas chances de ser eleito. — Eu reclinei na cadeira e soltei
uma baforada do meu cravo. — Quem melhor para obter uma ordem de
ampliação de tempo de serviço que alguém que tem conexões políticas. Estou
começando a achar que o senador Oakley espera que seu filho nunca mais
volte do Iraque. Herói de guerra e todas aquelas coisas... parece sensacional
para o patriotismo. — Acenei com minha mão para enfatizar.
— Precisamente onde eu estava indo. — Neil olhou para o cigarro
entre meus dedos. — Pensei que você estivesse parando com isso?
— Eu parei... em casa. — Apaguei cigarro no cinzeiro. — Não vou
fumar perto dela. — E tenho certeza que Neil era experiente o suficiente para
descobrir porque eu não fumaria. Mas essa era uma coisa sobre amigos... você
entendia o outro, não tinha que ficar indefinidamente explicando sobre a
merda dolorosa que desejava poder esquecer, mas sabendo muito bem que
era uma parte sua enterrada até a medula de seus ossos.
♥♥♥♥♥
O celular de Brynne se iluminou e despertou-me para fora do meu
trabalho. Verifiquei o identificador de chamadas. Uma palavra: mamãe.
Bem, isso deveria ser divertido, penso enquanto atendo a ligação. —
Olá.
Houve um momento de silêncio e então uma voz arrogante. — Estou
tentando falar com minha filha e, até onde sei, esse é o número dela, com
quem estou falando?
— Ethan Blackstone, madame.
— Por que você está atendendo ao telefone da minha filha, Sr.
Blackstone?
— Estou vigiando seu número antigo, Senhora...? Desculpe, não sei
seu nome. — Não ia entregar a ela numa bandeja de prata. A mãe de Brynne
teria que me perguntar. Gentilmente. Até agora, eu não estava impressionado.
— Exley. — Ela esperou que dissesse alguma coisa, mas não fiz. Eu
jogo pôquer e sei como esperar. — Por que você está vigiando o telefone
dela?
Não posso deixar de sorrir. Nós dois sabíamos quem havia vencido essa
rodada. — Sim, bem, eu lido com segurança, Sra. Exley. É o meu trabalho. O
pai de Brynne me contratou para ver a sua segurança, uma vez que o senador
Oakley está sendo examinado. Serei direto com você, madame. Sei porque a
segurança dela está em risco e você também sabe. Eu sei tudo. — Agora fiz
uma pausa para dar efeito. — Brynne me contou o que aconteceu com ela
nas mãos do filho do Oakley.
Ouvi uma inspiração acentuada e teria pago dinheiro para ver seu rosto,
mas infelizmente tive que usar minha imaginação. — Você é aquele que
comprou o seu retrato, não? Ela me contou sobre você ter comprado sua
fotografia nua e que a levou para casa depois. Algo que você deve saber sobre
Brynne, Sr. Blackstone, é que ela adora me chocar.
— Ah é? Não sei sobre isso, Sra. Exley. Brynne nunca mencionou você
comigo antes de ontem à noite. Não tenho nada para compará-la.
Ela pareceu ignorar o meu insulto velado e veio para matar. — Então,
você está num relacionamento com minha filha, Sr. Blackstone? Posso ler
entrelinhas e fazer suposições, bem como a próxima pessoa. E Brynne é
minha única filha e ao contrário do que ela disse a você, eu amo a minha filha
e só quero o melhor para ela.
— Ethan, por favor... e sim, eu posso dizer que estou em um
relacionamento com Brynne.
Peguei um novo cigarro e acendi, abrindo meu isqueiro. Sério? Esta
mulher não sabia com quem estava brincando. Poderíamos continuar com
isso durante todo o dia e eu ainda ganharia. — E eu também.
Ela ficou em silêncio por um momento e então perguntou: — Você
também o que, Sr. Blackstone?
— Amo sua filha e só quero o melhor para ela. Vou mantê-la a salvo
de qualquer perigo. Ela é minha responsabilidade agora.
Mais uma vez, eu só podia imaginá-la rolando seus olhos para o que eu
havia acabado de dizer e queria saber como minha garota aturava toda a
desaprovação dessa mulher. Eu percebi também que ela não aceitou minha
oferta de chamar-me pelo meu primeiro nome. Isso me deixou triste por
Brynne. Especialmente porque eu ansiava por minha mãe por toda a minha
vida e aqui estava Brynne com uma mãe censurando cada decisão sua. Eu
preferia ter a memória amorosa de uma mãe que nunca tive a ter que aguentar
essa senhora dragão por toda a vida.
— Bem, então, posso, por favor, ter seu novo número de telefone já
que ela mesma não me deu? — Ela parecia mais como a vítima ferida agora e
preocupada em dispensar-me o mais rapidamente possível.
E eu estava sorrindo agora. Eu amava para cacete uma mão vencedora.
— Oh, por favor, não, Sra. Exley, não se sinta ofendida. Isto tudo aconteceu
muito repentinamente na noite passada. Brynne me disse algo ontem e tomei
a decisão de que ela precisava de um novo número. Simples assim. Ela só não
teve tempo de entrar em contato com você ainda, tenho certeza de que foi
por isso. — Era fácil ser magnânimo quando você segura as melhores cartas.
— Você tomou a decisão, Sr. Blackstone?
— Sim. — Cara, meu cigarro estava com um gosto divino.
— Por que você está tomando essas decisões por Brynne? — Mamãe
tinha garras, ao que parecia.
— Porque, como eu disse antes Sra. Exley, vou mantê-la a salvo de
qualquer um ou qualquer coisa que tente machucá-la. Qualquer um... ou
qualquer coisa. — Inalei um pulmão cheio de cravos e saboreei o gosto.
Ela ficou em silêncio então. Esperei e, eventualmente, ela desistiu. — O
novo número de Brynne, Sr. Blackstone?
— Certamente, Sra. Exley. Olhe só. Vou enviar a você, do meu celular,
uma mensagem com o novo número de Brynne e, dessa forma, você pode ter
o meu também. Se você tiver alguma preocupação sobre essa situação com
Brynne ou qualquer investigação da mídia sobre seu passado, eu gostaria que
você compartilhasse comigo. Por favor, ligue-me a qualquer hora.
Nossa conversa se acalmou muito rapidamente depois disso e eu estava
mais do que um pouco esgotado quando desligamos. Meu Deus, ela era
difícil. Pobre Brynne. Pobre Tom Bennett. Como diabos ele tinha ficado com
ela? Não podia ver como aquele relacionamento alguma vez chegou a decolar
e eu nem sabia como ela se parecia. Aposto que era bonita, porém. Fria, mas
bonita.
Enviei uma mensagem de texto para a mãe de Brynne com o novo
número e uma curta mensagem:
Prazer conversar com você, Sra. E. -EB-
Oh cara. Mamãe já tinha ligado para ela. Eu esperava que não estivesse
com muitos problemas. Mandei uma mensagem de volta com:
Desculpe, baby. Ela ligou para seu celular antigo e não ficou
muito feliz quando eu atendi :/
Achei que uma mentira branca não iria doer no que diz respeito à mãe
da minha namorada. Aquela mulher não era agradável.
Houve uma pausa antes que ela respondesse, mas valeu a pena quando
chegou:
Você causou uma grande impressão nela. Vou contar a você hoje
à noite. Tenho que ir para o almoço agora. Sinto sua falta... baby xxx
♥
eu aguardava e hoje não foi exceção. Tudo estava bem até a mensagem que
veio do seu celular. Agora eu estava simplesmente desesperado para tê-la na
minha vista.
Entrei no estacionamento da Rothvale, estacionei e observei as portas
onde ela deverá sair do edifício, a minha conversa com o meu primo ainda
miudinho para mim, uma vez que tinha falado, e honestamente havia
infectado a minha imaginação com todos os tipos de loucura.
Casamento... sério?! Como cerca de um exclusivo, comprometido
relacionamento começa?
A ideia de me casar com alguém nunca tinha passado na minha cabeça.
Eu apenas nunca tinha visto esse futuro nas minhas cartas. A instituição em si
tinha meu maior respeito, mas com toda a probabilidade de uma pessoa com
meu estilo de vida e bagagem, eu certamente seria uma falha épica como um
marido. Havia tanta merda no meu armário, voltando no tempo, eu mal podia
lembrar de quando eu poderia ter sido normal.
Minha irmã era casada e muito feliz também, com três lindos filhos.
Hannah e Freddy eram um padrão a aspirar, suponho. Minha irmã tinha feito
a rota doméstica e abençoou nosso pai com os netos e basicamente deixado-
me de fora de ter que competir. Quero dizer, Hannah fez isso tão bem que
não havia necessidade de me sentir pressionado.
Decidi ligar para ela enquanto esperava por Brynne. Sorri quando ela
atendeu no segundo toque.
— Como está meu irmãozinho?
— Ficando louco com o trabalho. — Disse a ela.
— Esta não é a única coisa que está deixando você louco, ou assim
ouvi dizer. — Às vezes Hannah poderia ser muito presunçosa e irritante.
— Então, papai foi até você e já tagarelou, não é?
— Ele está mesmo preocupado com você. Ele me disse que nunca
tinha visto você daquele jeito, nem mesmo quando chegou em casa da guerra.
— Hmmm. Eu não devia ter ido até lá e dito tudo aquilo para ele. Sou
um babaca por ter feito isso. Vou compensá-lo de alguma forma. Então,
como estão as coisas com a minha irmã mais velha?
— Boa tentativa, E, mas não estou comprando isso. Meu irmão
finalmente se apaixona por alguém e você acha que eu vou apenas deixar esse
suculento petisco de lado? Por quem você me toma? Nós dois sabemos que o
irmão mais inteligente está aqui.
Suspirei para a minha irmã. — Não discuto com você nesse ponto,
Han.
— Uau. Você realmente mudou, não?
— Sim, acho que mudei. Espero que seja para o bem. E papai pode
parar de se preocupar comigo, estamos juntos de novo, então não sou mais a
criatura miserável e quebrada que ele viu da última vez.
— Você tem lido poesia, Ethan? Você parece diferente.
— Sem comentários. — Digo através de seu sarcasmo. — Ouça,
estava me perguntando se eu poderia levá-la até sua casa para um fim de
semana. Acho que Brynne adoraria Halborough e eu gostaria de levá-la para
fora da cidade por alguns dias. Você e Freddy podem nos receber?
— Por você? Pela oportunidade de conhecer essa americana que
transformou meu distante e desapegado irmão em um sentimental, doente de
amor e bebedor de cervejas mexicanas? Sem problemas.
Eu ri. — Bom. Deixe-me saber as datas, Han. Quero que todos vocês a
conheçam e sua linda casa seria o lugar perfeito para isso. E eu sinto falta das
crianças.
— Eles sentem falta do tio Ethan. Tudo bem... vou verificar a agenda e
informar você sobre quando. Está começando a ficar mais ocupada com os
Jogos chegando.
— Você nem tem que me dizer isso. Toda a cidade está louca e nós
estamos apenas em junho!
Desligamos e olhei para fora pela janela, esperando Brynne. Tirei seu
antigo celular do bolso e visualizei a mensagem de texto que havia arruinado
meu dia outrora pacífico. Algum cara chamado Alex Craven do Museu Victoria
& Albert, que eu iria adoraria transformar em um eunuco:
Brynne, adorável vê-la novamente hoje. Brilhante no Mallerton
também. Adoraria muito levá-la para jantar e discutir mais sobre
como poderemos colocá-la na equipe. Não sabia que você era modelo,
mas agora que vi suas fotos, preciso saber mais! -Alex
Tenho certeza que cortei o lado da minha língua por ranger meus
dentes. O impulso de responder de volta era algo que eu queria tanto fazer
que podia sentir o gosto junto ao sabor de sangue na minha boca... junto com
as linhas:
Cai fora, seu idiota desprezível. Ela já foi tomada e o homem
dela cortará suas bolas se você sequer pensar nela nua. — Ethan com
uma faca grande.
9
No original, Ethan usa a palavra cock (pau) e ao invés de cook (cozinhar).
10
No original, continua a brincadeira de Ethan, dizendo cocking (foder, ter relações sexuais) e não cooking (cozinhar).
— Ahhh, bem, sinto o mesmo sobre ele. — Hesito antes de falar sobre
a sua mãe, mas percebi que deveria. — Não acho que sua mãe ficou muito
impressionada comigo hoje, entretanto. Desculpe sobre isso. Achei melhor
apresentar-me e dizer a ela o que eu estava fazendo na sua vida...
provavelmente eu poderia ter dito de forma mais diplomática.
Ela balançou a cabeça. — Está tudo bem. Ela disse, na verdade, que
está feliz por você estar olhando por mim e que parecia determinado a
garantir que nada aconteça...
Peguei a vacilação em sua voz e queria nada mais do que tranquilizá-la,
mas esperei que ela terminasse.
— Ela acha que você está obcecado por mim, entretanto. — Brynne
brinca com sua galinha.
Eu dou de ombros. — Não me contive com ela, isso é verdade. Eu
disse a sua mãe o que sinto por você.
Ela sorriu para mim. — Ela me disse isso também. Muito corajoso da
sua parte, Ethan.
— Dizer a verdade não é corajoso, é o esperado. — Balancei a cabeça.
— É importante para mim que seus pais saibam que não estou só fornecendo
segurança para sua filha. — Alcancei sua mão com a minha. — É importante
que você saiba disso também, Brynne, porque você é muito mais para mim.
Ela colocou sua mão na minha e eu a agarrei, fechando meus olhos
assim como meus dedos ao redor dos ossos delicados de sua mão. A mesma
adorável mão que tinha feito meu jantar hoje à noite e amarrou minha gravata
esta manhã. A mesma mão que tocaria meu corpo quando eu a levasse para a
cama e a deitasse em um curto espaço de tempo a partir de agora.
— Você também, Ethan.
Senti aquela possessividade vindo sobre mim novamente. Juro que
funcionava como um interruptor. Num minuto eu estava tolerando bem
nossa situação, ou pensava que estava, e então algo era falado ou aludido e eu
— preciso fodê-la agora — desabava.
Suas palavras eram tudo o que eu precisava ouvir. Levantei-me da
cadeira e levei-a comigo, levantando-a nos braços e sentindo aquelas longas
pernas envolvendo-se ao redor da minha cintura para que eu pudesse carregá-
la para fora da sala de jantar e dentro do quarto.
Ela segurou os lados do meu rosto e beijou-me loucamente por todo o
caminho que a carreguei. Eu não estava reclamando. Adoro quando ela era
toda sensual. E Brynne poderia ser assim.
Obrigado. Porra.
Tirei sua blusa e calças, não esperando pelas preliminares de desnudá-la,
tinha a necessidade de ver seu corpo antes que eu perdesse totalmente o
controle. Ela estava com um sutiã violeta e uma tanga preta. Gemi por cima
dela. — O que você está tentando fazer, mulher, me matar?
Ela sorriu e balançou a cabeça lentamente pra frente e pra trás. —
Nunca. — Ela sussurrou.
Inclinei-me para baixo e beijei-a lenta e docemente por aquela resposta,
mas meu coração estava batendo forte e rápido. Deus, amava como ela era
comigo, tão suave e sedutora, aceitando-me.
Eu amava muitas coisas sobre ela.
Virei-a de bruços, desenganchei seu bonito sutiã e afastei a tanga. Fiquei
apenas apreciando a visão e suspirei, arrastando minhas mãos por suas costas,
quadris, pelas bochechas da sua linda bunda e depois voltando novamente.
Uma vez que ela estava nua, acalmei-me um pouco e desacelerei.
Permaneci com minhas roupas e estendi-me a seu lado. Ela virou seu rosto
para o meu e apenas olhamos um para o outro. Estendi a mão para o grampo
no seu cabelo e tirei-o, espalhando seus cabelos nas costas e ombros. Brynne
tinha cabelos longos e sedosos. Eu gostava de tocá-lo e arrastar meus dedos
por ele. Adorava quando ele chicoteia no meu peito quando ela estava em
cima de mim trabalhando no meu pau. Gostava de agarrar um punhado
enorme dele e controlá-la com isso enquanto a fodia até um orgasmo
devastador e ela gritava meu nome.
Mas não fiz nada disso hoje à noite. Ao invés, trabalhei nela lenta e
cuidadosamente, entrando em todos os lugares que tinha que estar com
minha língua e meus dedos, fazendo-a gozar e gozar novamente antes de me
despir e ter meu pau dentro dela.
Nós nos encaixávamos maravilhosamente bem juntos. Sexo com ela me
esmagava até os meus mais profundos níveis de complexidade; mesmo se
Brynne não estivesse consciente, eu estava. Nem mesmo sabia o que dizia a
ela durante o calor do sexo. Dizia todos os tipos de coisas porque sabia que
ela gostava da minha boca suja. Ela me disse isso. E isso era uma coisa
malditamente boa também porque eu não podia evitar. O filtro entre meu
cérebro e minha boca é bastante inexistente.
Ainda não sabia o que tinha dito a ela depois do explosivo orgasmo que
havia me drenado tanto que comecei a derivar ao largo do sono ainda
enterrado dentro dela, esperando que ela me deixasse ficar lá por um tempo.
Mas eu soube quando ela disse: — Eu te amo também.
Meus olhos se abriram e encarei a escuridão e segurei-a. Repassei o som
daquelas palavras mais e mais e mais outra vez.
Caralho. Eles vão fazer isso. Meu coração começou a bombear quando o medo, como
eu nunca tinha conhecido, fez correr uma carga de adrenalina nas veias por todo meu corpo.
Estava esperando isso acontecer. No fundo, sabia que iria, mas para salvar minha
sanidade, empurrei pra longe. Negação funcionava por um tempo, mas o tempo para isso
havia expirado.
— Você está pronto? — Ele me perguntou. A criatura que fez a pergunta era a
que eu ia estripar e deixar vazando lentamente. Aquele que havia falado sobre ELA.
Aquele que zombava o tempo todo sobre machucá-la.
Foda, NÃOOOOO!
Balancei a cabeça enquanto ele avançava para mim, sua cara muito perto, a fumaça
do seu cravo enrolado à mão rodando e atormentando, deixando minha boca cheia d'água.
Engraçado como eu podia almejar um cigarro num momento como este, mas eu fiz. Eu
teria puxado a porra da coisa da boca dele e enfiado na minha, se eu pudesse.
Meus braços estavam seguros por trás por outro cara e meu nariz preso. Tentei
segurar minha respiração e sair desse jeito, mas meu corpo me traiu. No segundo em que
engoli em seco um fôlego, ele derramou algo vil na minha garganta. Tentei evitar que o
elixir descesse, mas mais uma vez meu corpo assumiu uma função básica para manter-me
respirando. Que irônico. Eles estavam me drogando para me executar... então eu não
lutaria contra o processo... então eles poderiam filmar minha morte e mostrá-la ao redor do
mundo.
Não. Não! NÃO!
Lutei com tudo o que possuía, mas ele apenas riu dos meus esforços. Senti lágrimas
se espremerem dos meus olhos, mas tinha certeza que não estava chorando. Nunca chorei.
Ele gritou alto a ordem e então eu vi. A câmera. Um subordinado a configurava
num tripé enquanto eu olhava e deixava as lágrimas rolarem para fora enquanto o ópio
começava o seu domínio sobre mim.
Eu estava na verdade chorando, eu percebi.
Mas não pelas razões que eles pensavam. Chorei por meu pai e minha irmã. Por
minha garota. Eles teriam que ver esta... coisa... ser feita comigo. O mundo inteiro iria
assistir. Ela veria.
— Apresente-se! — Ele ordenou.
Balanço a cabeça e gesticulei para a câmera. — Sem vídeo! Sem VÍDEO, seu filho
da puta! SEM PORRA DE VIDEO...
O soco na minha boca foi tão brutal que me calou pela força do golpe. Ele gritou
outra ordem ao cara com a câmera de vídeo que direcionava a lente para minhas placas de
identificação e leu em hesitante inglês: — Blackstone, E. SAS. Capitão. Dois nove um
cinco zero um.
Ele começou de novo comigo, desta vez puxou um khukri11 da bainha. A lâmina
era curvada e finamente afiada. Mesmo na minha capacidade enfraquecida para reagir ao
que estava por vir, devido às drogas, eu podia ver que a ferramenta estava bem preparada
para o trabalho que estava prestes a fazer.
11
Um tipo de faca ou adaga de origem nepalesa.
Pensei na minha mãe. Eu a quis por toda a minha vida e agora mais do que nunca.
Eu não era corajoso. Estava com medo de morrer. O que aconteceria com Brynne? Quem a
protegeria uma vez que eu me fosse?
Oh, Deus...
— Sem vídeo. Sem vídeo. Sem vídeo. Sem vídeo. — Era tudo que eu conseguia
dizer. E se o som não fosse mais uma expressão capaz de sair através da minha boca,
então seria a última coisa em minha mente juntamente com: — Eu sinto muito, papai.
Hannah. Brynne... Sinto muito, pra caralho...
— Ethan! Baby, acorde. Você está tendo um sonho. — A mais doce
voz encontra meus ouvidos e as mais suaves mãos me tocam.
Eu me mexo ofegante, a consciência voltando a mim e deixando-me em
um estado de hipervigilância. Suas mãos se afastaram enquanto eu batia na
cabeceira da cama e sugava o oxigênio. Pobre Brynne, seus olhos arregalados,
parecendo horrorizada enquanto ela se sentava na cama comigo.
— Ah, porra! — Ofeguei, aceitando a realidade de onde eu estava.
Respire, filho da puta!
Eu tinha feito isso muitas vezes. Estava só na minha cabeça. Não era
real. Mas aqui estava eu sentado, perdendo a merda do controle
majestosamente na frente da minha garota. Tinha que ser assustador para ela
e eu me arrependia disso profundamente. Senti como se estivesse doente.
Ela estendeu a mão novamente, o toque fresco de sua mão no meu
peito aterrando em mim, trazendo-me de volta para o aqui e agora. Brynne
estava bem aqui, perto de mim na cama, não naquele fodido sonho
novamente. Eu continuava levando-a para dentro dos meus pesadelos. Por
que inferno eu estava fazendo isso?
Ela chegou mais perto e apertei sua mão no meu peito, precisando de
seu toque como uma tábua de salvação.
— O que foi aquilo, Ethan? Você estava gritando coisas e debatendo-
se por todo lugar na cama. Eu não conseguia acordá-lo...
— O que eu disse? — Eu a cortei.
— Ethan... — Ela disse suavemente, alcançando meu rosto, seus dedos
acariciando meu queixo.
— O que eu disse? — Gritei, agarrando sua mão e levando-a para
longe do meu corpo, sentindo ânsia de vômito só com o pensamento do que
poderia ter saído da minha boca. Ela recuou e meu coração quebrou por
assustá-la, mas eu tinha que saber. Olhei para ela no escuro e tentei levar
oxigênio suficiente para encher meus pulmões. Um exercício quase inútil,
porém. Não havia ar suficiente em toda Londres para me satisfazer agora.
— Você estava dizendo sem vídeo mais e mais. O que significa isso,
Ethan?
O lençol havia caído até sua cintura, expondo seus lindos seios nus ao
brilho da lua que espreitava através das claraboias. Eu vi cautela em seus
olhos quando ela puxou sua mão fora do meu controle e odiei isso. Deixei-a
ir.
— Sinto muito. Eu... eu tenho sonhos, às vezes. Desculpe por gritar
com você. — Cambaleei para fora da cama e fui para o banheiro. Pairei sobre
a pia e deixei a água fluir sobre minha cabeça, lavei minha boca e bebi da
torneira. Cacete, eu precisava me recompor, isso não estava certo. Eu tinha
que ser forte por ela. Todo aquele material era história antiga e enterrada no
inferno do meu passado. Ele não era bem-vindo no meu presente e, certo
como o inferno, não no meu futuro com Brynne.
Os braços dela me envolveram por trás. Eu podia senti-la nua contra
minhas costas e isso acordou meu pau para cima. Ela pressionou seus lábios
nas minhas cicatrizes e beijou. — Fale comigo. Diga-me o que era aquilo lá
atrás. — Sua voz suave carregava a força da determinação de aço, mas não
havia nenhuma maneira que eu pudesse levá-la para aquela bagunça
torturante.
De jeito nenhum ela iria pra lá comigo. Não seu eu inocente.
— Não. Eu não quero. — Olhei para o espelho sobre a pia e me vi,
água pingando do meu cabelo, os braços de Brynne me envolvendo pelos
lados para descansar as mãos no meu peito, onde meu coração estava
batendo impiedosamente de um imenso pesadelo, fodido de todas as formas.
Ainda assim, ela estava me segurando, segurando meu coração em suas
bonitas mãos. Ela me seguiu até aqui para me confortar.
— Que vídeo, Ethan? Você ficava gritando sobre um vídeo.
— Não vou falar sobre isso! — Fechei meus olhos ao som da minha
voz contra a dela, odiando a raiva, odiando que Brynne tivesse que me ver
assim.
— Foi por minha causa? O vídeo sobre mim? — Ela tirou suas mãos e
afastou de mim. — Você disse que nunca o viu. — Eu podia ouvir a dor em
sua voz e imaginar onde sua mente estava indo com esse cenário. Ela não
podia estar mais longe da realidade.
Eu perdi o controle então, total e completamente, medo que ela não
confiasse em mim, aterrorizado se ela me deixaria de novo. Virei-me e puxei-
a duramente contra mim. — Não, querida. Não é isso. Por favor. Não é isso.
Sou eu... do passado... um momento ruim para mim na guerra.
— Você não vai dizer, entretanto. Porque você não pode dizer o que
aconteceu com você... suas cicatrizes. Ethan?
Ela tentou se afastar, colocar distância entre nós, mas o inferno se eu
permitirei isso. — Não, Brynne, eu preciso de você. Não se afaste de mim.
— Não estou...
Cortei suas palavras com minha boca esmagando contra a dela,
possuindo-a com minha língua tão profundamente que tudo que ela poderia
fazer era aceitar. Carreguei-a e tropecei com ela para a cama. Eu tinha que
estar dentro dela, em todos os sentidos. Eu precisava da confirmação de que
ela estava aqui, de que eu estava vivo, de que estava a salvo em meus
cuidados, que eu estava vivo... que ela estava segura... que eu estava vivo...
— Querida, você é tão bonita e boa para mim. Você é a porra de um
tudo para mim, ok? Diga-me que você me quer. — Eu estava balbuciando
enquanto empurrava suas pernas com meus joelhos e colocava dois dedos
dentro do seu calor molhado. Comecei a acariciá-la, trabalhando toda aquela
porra de antes ao redor e sobre seu clitóris, como ela gostava.
— Eu quero você, Ethan. — Ela respondeu ofegante, seu sexo se
aquecendo para mim, pronto para me tomar dentro de si. Deus, lutei contra o
fio da navalha do controle quando ela ficou toda submissa comigo... o
máximo do tesão, mesmo quando ela era realmente a primeira com a qual eu
funcionava assim.
— Diga-me que você me deixará ter você toda. Cada parte. Eu quero
tudo, Brynne!
— Eu vou deixar. — Ela gritou. — Estou bem aqui.
Lancei-me em sua boca novamente, profunda e completamente, com
minha língua, meus dedos se movendo dentro de sua vagina, fazendo-a ficar
ainda mais molhada. — Sua boca é minha quando você envolve esses lábios
framboesa ao redor do meu pau e me chupa.
Ela se moveu debaixo de mim. Arrastei-me para longe de seus lábios
para agarrar-me a um mamilo. Mordi o suficiente para obter o gemido dela,
então suguei profundamente para deixá-lo inchado, antes de fazer o mesmo
com a outra mama. — Seus peitos bonitos pertencem a mim também.
Quando eu os mordo e chupo e faço você ficar louca.
— Oh, Deus...
Movi-me para baixo em seu corpo, meus dedos ainda nela, deslizando
ao longo de seu cerne, levando-a mais perto de seu clímax. — Esta boceta
doce como mel é sempre minha quando eu preenchê-la completamente com
meu pau e explodir uma carga de porra nela. — Sussurrei mais conversa suja
e tive certeza de que isso a deixava mais quente.
Ela se contorceu e rolou sua cabeça, eu adorava estar deixando-a
selvagem.
Tremulei minha língua sobre seu clitóris e até mesmo coloquei meus
dentes nele, beliscando sua carne até que a ouvi gritar e então mudei para um
toque calmante, até mesmo gentil, suave, conduzindo-a mais e mais.
— Preciso de mais! Foda-me, Ethan!
Oh sim, ela estava mais quente.
Santo inferno, eu finalmente tinha a minha garota bem onde a queria.
Fiquei louco com seu gosto por toda a minha língua, o meu gosto, seu cheiro,
seu calor, encharcada, exalando sexo!
— Posso dar-lhe mais, baby. Eu quero dar-lhe mais. — Tirei meus
dedos da sua boceta, deslizando-os de volta em seu outro buraco e circulando
sua abertura com o meu encharcado dedo indicador. Ela ofegou parou.
Levantei minha cabeça e me movi para cima em seu corpo, um braço
apoiando-me, a outra mão livre para explorar. Escorreguei apenas meu dedo
para dentro e encontrei seu olhar. Ela parecia selvagem, seus olhos
queimando. — Eu quero aqui dentro, Brynne. Você me deixará foder sua
linda bunda? — Falei isso contra seus lábios trêmulos e mordi seu lábio
inferior, meu dedo ainda provocando sua entrada, esperando sua resposta.
— Sim! — Saiu em um sussurro áspero, mas definitivamente
concordando.
Afastei-me virei-a de bruços. Segurei seus quadris para cima e separei
suas pernas para que eu pudesse chegar até ela de joelhos. Ela estava
deslumbrante. Totalmente aberta para mim, antecipando e aceitando e
perfeitamente além de qualquer expectativa.
Com minha mão no meu eixo, deslizei a cabeça em torno do seu sexo
encharcado, trabalhando sobre seu clitóris de novo e de novo, deixando-a
perto de gozar e meu pau bem lubrificado.
— Mmm hmm... — Eu gemi, centralizando a cabeça contra seu buraco
apertado. — Você é algo perfeito pra caralho... — Empurrei e penetrei
apenas a ponta do meu pau, tentando abri-la um pouco e pensando que eu
poderia facilmente perder o controle, ejaculação mesmo antes de conseguir
entrar nela.
Ela ficou tensa e arqueou com a minha invasão, então aliviei
imediatamente, colocando a palma da minha mão na parte baixa de suas
costas para firmá-la. — Calma... relaxe para mim, baby. — Ela se acalmou e
respirou pesado, esperando por mim, submetendo-se aos meus desejos, tão
perfeitamente "tomável" e gloriosamente apertada, com seu músculo
agarrando ao redor da cabeça do meu pau pronto para explodir. Não queria
machucá-la, mas meu Deus, que tesão espetacular era estar pairando sobre
ela, como eu estava, prestes a reclamar aquele último lugar onde eu poderia
fundir-me com ela.
Ela estremeceu debaixo de mim. — Você está prestes a me fazer gozar,
baby. Eu quero tanto, mas você primeiro. Vou fazer você se sentir tão bem!
— Ethan, por favor, faça-me gozar! — Ela se contorceu contra a
ponta do meu pau, pronta para me tomar até o fim. Percebi que ela iria me
permitir entrar mesmo que fosse doloroso, porque ela era uma amante tão
generosa.
Santos me ajudem!
Levou tudo o que eu tinha para não afundar naquela parte esticada e
misteriosa dela que eu ainda tinha que reclamar. Eu queria. Eu precisava. Mas
eu queria e precisava estimá-la ainda mais. Sabia que iria machucá-la e ela não
estava nem perto de pronta. Nós teríamos que trabalhar pra isso... algo mais
para frente. Como qualquer coisa nova que fizemos juntos. Eu estava fora da
minha mente de merda agora e este não era o momento para forçá-la a um
anal comigo pela primeira vez.
— Brynne... Eu te amo tanto. — Sussurrei contra suas costas,
encaixando meu pau para baixo para encontrar sua boceta. A carne estava tão
quente que queimou quando nos tocamos. Ouvi meu próprio grito quando
bati dentro dela e comecei a foder. Minhas mãos em seus quadris agarrando
apertado, batendo-a de volta com força sobre meu eixo, de novo e de novo,
uma e outra vez, os sons dos nossos corpos batendo em meio a grunhidos de
puro prazer assumiram a partir daí.
Ficamos nisso por um longo tempo. Eu precisava que aquele sonho
aterrorizador saísse do meu sistema e a foda era uma maneira para eu
conseguir que isso acontecesse. Se você pode foder, então você está vivo... a
lógica brutal era bastante difícil de contestar lá.
Foi uma transa muito dura também, até mesmo para nós. E Brynne
poderia tomá-la duro de mim. Ela já tinha antes e tomaria de novo, porque eu
nunca a deixaria ir. Nunca. Eu não podia imaginar fazer as coisas que tinha
acabado de fazer com ela a mais ninguém. Sabia que não seria capaz de fazer.
Compreendi mais tarde no escuro, após a louca viagem de sexo que eu
a arrastei e depois ela caiu em um sono profundo ao meu lado. Ela gozou
tantas vezes que apenas desmaiou de exaustão uma vez que eu finalmente
consegui fazer-me parar. Ela nunca me pediu para parar, contudo. Minha
garota se dava a mim e não pressionava por respostas. E eu estava feliz,
porque não queria falar sobre qualquer coisa ainda. Minhas entranhas eram
em um ponto muito sensível depois do meu pesadelo.
Queria acender um cigarro, mas neguei a mim mesmo. Parecia errado
em relação a ela. Era errado submetê-la ao meu fumo insalubre e eu não iria
mais fazer isso em torno dela.
Observei-a dormir após aquela sessão, sua respiração metódica, seus
longos cílios descansando em cima das maçãs do seu rosto, seu cabelo
rodopiando descontroladamente sobre o travesseiro... completamente
tiravam meu fôlego. Sabia que pelo menos havia encontrado o meu anjo e eu
iria me agarrar a ela com tudo que tinha.
Não uma rendição, mas um sonho...
Ela me salvou da absoluta loucura do meu tormento. Ela me fez querer
coisas que nunca quis antes. Eu mataria se precisasse, a fim de mantê-la
segura. Se algo acontecesse com ela, isso me mataria.
Eventualmente, fui capaz de dormir de novo e só porque ela estava ali
comigo.
Nove
Pergunta ignorante.
A cafeteria que ela indicou era uma não mais de um quarteirão do meu
apartamento. Nós até já tínhamos ido lá juntos em algumas manhãs, quando
ela passava a noite comigo. Brynne tinha estado perto de casa o tempo todo!
Enviei uma mensagem de volta:
Não saia daí! Indo pegar você!
Leva pelo menos 10 minutos para navegar pelas ruas de volta ao meu
bairro. Eu estava com raiva de mim mesmo... por diversas razões, mas
principalmente por dormir enquanto ela acordava e saía sem meu
conhecimento. Estava com tanta pressa atrás dela que tinha passado direto
por ela na cafeteria, e isso era apenas inaceitável. Eu estava vacilando.
Decidi colocar as razões do meu sono profundo de lado por enquanto.
Pesadelo do inferno e resultando numa maratona de transa, talvez?
Oh, sabia que isso seria pinçado novamente numa conversa, em algum
momento, provavelmente em breve, porque Brynne me perguntaria, mas
neste instante eu estava muito rude para enfrentar o que estava borbulhando
no meu subconsciente. Negação parecia muito mais atraente.
Que porra!!
Caralho, ela não estava na loja, como eu lhe disse para estar, mas na
calçada segurando dois cafés! E não estava sozinha também. Um cara estava
em cima dela, conversando com ela, quem diabos sabe quem ele era. Alguém
que ela conhecia? Ou alguém sondando-a sabe-se lá Deus por qual propósito?
Ela seria tão espancada por essa façanha quando eu estivesse sozinha com
ela.
Tive que estacionar do lado oposto da rua e depois atravessar. Ela me
viu chegando e disse algo a sua companhia, que olhou para mim. Seus olhos
brilharam um pouco e ele se aproximou mais dela.
Porra de movimento errado, idiota.
— Ethan. — Ela disse sorrindo, como se este fosse um modo
perfeitamente aceitável de começar o dia.
Oh, minha querida, nós precisamos muito ter uma conversa sobre algumas coisas.
— Brynne. — Digo firmemente, puxando-a para mim pela cintura e
dando um olhar muito bom no seu amigo, que parecia estar em seu jeito alegre
como a dez minutos atrás. O cara era um pouco ousado demais para meu
gosto, ali de pé, como se tivesse o direito de estar falando com ela, como se
tivesse feito isso antes e tivesse uma história com ela. Merda! Ele a conhecia.
Esse homem conhecia Brynne.
— Ethan, este é Paul Langley, hãm... um amigo do departamento de
arte. Ele ensina... Eu estava de saída e lá estava Paul entrando.
Ela estava nervosa. Brynne parecia desconfortável e se eu era bom em
algo, era em ler as pessoas. Podia sentir o cheiro do desconforto saindo dela.
Agora, o cara era uma história diferente. Ele parecia muito presunçoso e um
pouco se achando no direito também, que foi como eu percebi isso.
Brynne parecia travada e disse. — Paul, este é Ethan... Blackstone, meu
namorado. — Ela me entregou um dos cafés. — Peguei um misto pra você.
— Ela olhou para mim e tomou um gole do seu copo. Sim. Ela estava
desconfortável.
O idiota estendeu sua mão e ofereceu em primeiro lugar.
Odeio você.
Eu tinha um braço em torno de Brynne e outra mão ocupada com o
café que ela tinha acabado de me entregar. Eu tinha que deixá-la ir para
cumprimentá-lo. Odiei-o em seu terno liso, de corte profissional e limpo e
sob todos os aspectos caro. Liberei minha mão da cintura de Brynne e aceitei
seu aperto. Apertei firme e tentei não pensar sobre quão extremamente
terrível era minha parecia, exatamente como eu tinha acabado de sair da
cama.
— Um prazer. — Disse Langley, sem sinceridade.
Retribuí o breve aceno de cabeça. Era o melhor que eu podia fazer e
realmente não dava a mínima se estava sendo rude ou não. Ele era um cara
no lugar errado na hora errada para alguma vez chegar a ser amigo meu. Eu o
detestei à primeira vista.
Os olhos dele moveram-se rapidamente sobre mim. Decidi que seria
aquele a terminar seu aperto de mão primeiro. Ou o concurso de mijo, como
parecia.
Afastei minha mão e apertei meus lábios no cabelo de Brynne, mas
mantive meus olhos nele ele enquanto falei. — Acordei e você tinha ido. —
Arrastei meu braço de volta ao seu redor.
Ela ri nervosamente. — Senti vontade de um mocha12 de chocolate
branco esta manhã.
— Vejo que você ainda precisa do seu café da manhã. Algumas coisas
nunca mudam, hein Brynne querida? — Langley sorri conspiratório para
Brynne e nesse instante eu soube. Ele tinha fodido com ela. Ou tentou o seu
melhor para conseguir. Eles tiveram algum tipo de história e eu só podia ver
o pano vermelho do ciúme sendo balançado na frente dos meus olhos. Santo
maldito inferno, emoções violentas estavam passando através de mim naquele
instante. Eu queria mostrar a Langley o caminho pra baixo até a calçada com
meu punho, mas eu precisava afastá-la dele mais ainda.
— Hora de ir, baby. — Anuncio, pressionando minha mão em suas
costas.
Brynne enrijeceu por um instante, mas depois cedeu. — Foi muito bom
ver você de novo, Paul. Cuide-se.
— O mesmo em relação a você, querida. Tenho seu novo número e
você tem o meu, então sabe onde me encontrar, tudo bem? — O bastardo
olhou para mim e não havia dúvidas do desafio em seu olhar. Ele pensou que
eu era algum estúpido e estava jogando um desafio para mim que se Brynne
precisasse de resgate, ela teria apenas que chamar e o chamasse e o Príncipe
Encantado viria para ela.
12
Uma variedade de café com leite, no caso com adição de chocolate branco.
Seu. Sodomita. Imbecil. Patético.
Brynne acenou e sorriu para ele. — Adeus, Paul.
Sim, cai fora... Paul.
Era tão evidente que o Amante Paul não queria deixá-la. Ele queria
beijá-la ou abraçá-la em algum show de despedida afetuosa, mas tinha cérebro
suficiente para não tentar. Eu não disse que ele era estúpido, apenas meu
inimigo.
— Ligo para você. Quero ouvir tudo sobre Mallerton. — Ele fez um
gesto com a mão na orelha. — Tchau, querida. — Ele me deu uma olhada e
eu lhe devolvi outra. Realmente esperava que ele pudesse ler mentes, porque
eu tinha tanta pena de dizer o que ele realmente precisava ouvir.
Seu punheteiro, saco de merda inútil! Você absolutamente NÃO telefonará para ela
pra falar sobre o Mallerton. Você não olhará para ela e você não pensará sobre ela
também! Entendeu?! Minha garota NÃO é sua querida agora, nem nunca será no
futuro. Saia da minha frente antes que eu seja forçado a fazer algo que irá colocar-me em
um monte de merda de problemas com a MINHA garota.
Começamos a atravessar a rua, meu coração batendo, a raiva só saindo
de mim, quando ela abriu a boca.
— Que diabos foi tudo aquilo lá atrás, Ethan? Você foi incrivelmente
rude.
— Continue andando. Vamos discutir isso em casa. — Consigo ranger
enquanto atravessamos.
Ela me olhou como se tivesse crescido uma segunda cabeça em mim e
parou na calçada. — Eu lhe fiz uma pergunta. Não fale comigo como se eu
fosse uma criança em apuros!
— Entre no carro. — Respondi, tentando evitar pegá-la e colocá-la no
assento, o que estava perigosamente perto de acontecer, mesmo que ela não
soubesse ainda.
— Desculpe, mas isso é besteira. Vou voltar andando! — Ela se
debateu para longe de mim.
Eu queria explodir, eu estava tão irritado. Agarrei sua mão para evitar
que ela fosse embora. — Não, você não vai voltar andando, Brynne. Entre
no carro agora. Vou levá-la para casa. — Falei baixo e direto no seu rosto
onde eu podia ver seus olhos raivosos piscando para mim. Ela era tão
deslumbrante quando estava irritada. Ela me fez querer arrastá-la para minha
cama e fazer coisas muito travessas com seu corpo por cerca de um dia e
meio.
— Não serei mandada por você. Por que está agindo assim?
Fechei meus olhos e pedi por paciência. — Não estou agindo de forma
alguma. — As pessoas estavam olhando para nós. Poderiam provavelmente
ouvir nossa conversa também. Maldição! — Você poderia por favor entrar no
carro, Brynne? — Forcei um sorriso falso.
— Você está sendo tão idiota, Ethan. Ainda tenho uma vida. Vou
correr de manhã e posso parar na cafeteria se eu quiser.
— Sem mim ou Neil você não vai. Agora ponha sua doce bunda yankee
nessa porra de carro!
Ela me encarou por um momento e balançou a cabeça, seus olhos
lançando punhais para mim. Seu queixo levantou-se imperiosamente antes
que pisasse no Rover e entrasse. Ignorei seu comportamento, pensando que
eu estava sendo bastante magnânimo diante das circunstâncias. Enviei uma
mensagem a Neil para avisá-lo que eu a tinha e a fiz esperar comigo enquanto
fazia isso. Ela estava trancada dentro do carro e não poderia ir a qualquer
lugar, no momento pelo menos.
Olhei para ela. Ela olhou para mim. Ela estava com raiva de mim. Eu
estava além de furioso com ela.
— Nunca mais faça isso de novo. — Disse a ela em termos
inequívocos.
— O que, andar? Comprar um café? — Ela fez beicinho e olhou para
fora da janela. Seu telefone se iluminou e tocou. Ela olhou para mim
enquanto atendia. — Sim, estou bem, Paul. Peço desculpas pelo que quer que
tenha havido, mas não se preocupe. Apenas uma pequena rusga de amantes.
— Ela realmente sorriu para mim enquanto dizia àquele filho da puta inflado
que eu estava tendo um dia ruim.
Eu queria arrancar o telefone de suas mãos e jogá-lo pela janela e eu
provavelmente teria feito isso se ela não tivesse desligado e colocado-o
dentro do bolso. — Você sabe o que eu quis dizer, Brynne, e faça a porra de
zombar de mim com ele!
— Você me envergonhou lá atrás, Ethan! Paul pensa que você...
— Não dou a primeira transa de uma rainha virgem para o que esse
filho da puta pensa. O que ele é para você, afinal?
— Ele é um cara legal e um amigo. — Ela não estava me olhando nos
olhos quando disse isso e eu soube. Oh porra, eu sabia!
— Você o deixou te foder, Brynne? Ele conheceu essa sua bunda que
foi feita apenas para transar? Ele teve suas mãos em cima de você, seu pênis
dentro de você? Hmmmm? Eu realmente quero saber. Conte-me sobre você
e o cara legal do Paul.
— Você está sendo tão babaca agora. — Ela cruzou seus braços sob os
seios e olhou para o para-brisa. — Não vou te dizer nada.
— Você o fodeu!?
Ela mudou de posição no banco e deu-me um olhar que fez uma dor
atirar pra cima do meu pau. — Quem você fodeu antes de voltar suas vistas
sobre mim, Ethan? Quem era a garota de sorte? Sei que não poderia ter
passado mais do que uma semana quando tivemos nossa primeira vez! — Ela
começou a agitar suas mãos em gestos. — Disse o cara acha que uma semana
é muito tempo para ficar sem um pouco de sexo!
Bem, merda!
Não era um pensamento agradável, porque ela estava certa. Eu odiava
admitir, mas não podia dizer a ela o nome da última que tinha sido capaz de
me fazer ficar de pé. Pamela? Penelope? Algo com um P... Ivan saberia, ele
tinha uma longa lista de amigas e apresentou-nos. Fiz uma careta ao perceber
que realmente não conseguia me lembrar, e o fato de quem quer que tenha
sido ela não a fez, ou sua transa, mais memorável do que a letra do seu nome.
Paul começava com um P também, pensei. Estava certo que nunca
esqueceria seu nome, porém.
— Tendo problemas em lembrar-se do nome dela? — Brynne
perguntou.
Sim.
— De que cor era seu cabelo, hmmm?
Loiro morango ao natural. Daquilo eu me lembrava muito.
— Você ia transar com ela de novo, Ethan, se não tivesse me
conhecido? — Ela continuou provocando.
Não respondi. Liguei o carro e fui para o tráfego, apenas querendo
chegar em casa e talvez de volta para onde estávamos apenas algumas horas
atrás. Odiava discutir com ela.
— Por que você escapou? — Consegui finalmente. — Depois da noite
passada, você apenas me abandonou nesta manhã?
— Eu não abandonei você, Ethan. Levantei-me, utilizei sua esteira,
tomei um banho e queria um café mocha. Vamos à loja o tempo todo e eu
sabia que você estava cansado da... hum... última noite.
Então, ela estava pensando sobre a noite passada também. Ainda não
sabia se isso era em minha vantagem ou não, mas esperava que sim. Entrei na
garagem do meu prédio e estacionei o Rover. Olhei pra ela sibilando de raiva
no assento.
Brynne não tinha terminando de me mastigar, aparentemente. — É algo
que faço quase todas as manhãs. Não estava chovendo e o dia estava perfeito
para uma curta caminhada até a esquina. — Ela levantou as mãos novamente.
— Tive minha corrida na esteira e queria um mocha de chocolate branco. Isso
é algum crime? Não é como se eu explodisse dentro da Torre de Londres e
roubasse as joias da coroa ou algo assim.
Revirei os olhos. — Baby, você tem alguma ideia de como foi para mim
esta manhã descobrir que você tinha ido? Nenhuma mensagem de texto,
nenhum bilhete, sem nada!
Ela jogou a cabeça para trás na cadeira e olhou para cima. — Deus me
ajude! Deixei-lhe um bilhete! Eu deixei. Coloquei em meu travesseiro, então
você veria. Ele dizia: Fui pegar café no Java. Volto em breve. Eu usei o seu ginásio e
tomei um banho antes de ir. Isso não diz o que eu estava fazendo? Nada
encoberto acontecendo, só tendo uma manhã normal, Ethan!
Não o tipo de normal com o qual quero acordar nunca mais, muito obrigado!
— Não recebi o maldito bilhete! Liguei para você e caiu no correio de
voz! Por que você não atendeu se você estava apenas na fila para o café? —
Eu saí e escancarei a porta. Eu a queria de volta ao apartamento, em
particular. Estas brigas em público são uma droga.
Ela balançou a cabeça para mim e saiu do carro. — Estava conversando
com minha tia Marie.
Apunhalei o botão de chamada do elevador. — A essa hora da manhã?
— Eu a conduzi ao elevador e apoiei-a num canto, meus braços prendendo
os dela onde eu poderia ter um pouco mais influência sobre ela. Ela era
imprevisível no momento. O barulho das portas fechando-nos em
privacidade foi o som mais bem-vindo que ouvi nos últimos minutos.
— Tia Marie acorda bem cedo e ela sabe que eu saio para correr de
manhã. — Brynne olhou para minha boca, seus olhos se movendo
rapidamente enquanto ela me lia. Queria saber o que ela estava pensando. O
que estava em seu coração. Empurrei-me para bem perto de seu corpo, mas
não a toquei. Só queria absorver o fato de que a tinha de volta em um só
pedaço.
— Não faça isso de novo, Brynne. Estou falando sério. Aqueles
tempos de sair por conta própria acabaram.
As portas do elevador abriram e ela se abaixou ao meu redor para sair.
Eu a segui pelo corredor e abri a porta da frente do meu apartamento. Assim
que entramos ela me deixou ver isso. Seus olhos queimavam e brilhavam. Ela
estava muito, muito zangada e totalmente linda, de uma forma que deixava-
me duro como pedra. — Então não tenho permissão até para ir ao Java e
tomar um café? — Ela exigiu.
— Não exatamente. Você não está autorizada a ir sozinha e
especialmente sem dizer a ninguém! — Balancei minha cabeça, exasperado
com o que ela tinha feito, joguei minhas chaves e esfreguei minha cabeça. —
Por que porra esse conceito é tão difícil de compreender?
Ela me olhou estranhamente como se estivesse tentando me entender.
— Por que realmente você está tão irritado, Ethan? Ir à cafeteria à luz do dia
com as pessoas ao redor não poderia ter sido tão arriscado. — Ela cruzou os
braços sob os seios novamente.
— Até onde eu sabia, você tinha terminado comigo novamente e ido
embora para sua casa! — A verdade é má às vezes. Acabei de dizer isso em voz alta?
— Ethan! Eu não teria feito isso. — Ela olhou para mim. — Por que
você acha que eu faria?
— Porque você fez isso antes! — Gritei. Ali estava a maldita verdade
novamente, insinuando seu caminho dentro dos lugares e tendo um dia cheio com minhas
inseguranças.
— Foda-se! — Ela sibilou, o cabelo voando quando ela se virou e
fugiu para o quarto, batendo a porta quando entrou.
Porra do inferno, ela precisava muito de uma boa trepada. Eu poderia
pensar em algumas coisas que a calasse. Você pensaria que depois da noite
passada ela ira acordar suave e complacente como um gatinho sonolento.
Não tive tanta sorte. Eu tinha um gato louco e selvagem cuspindo em minhas
mãos.
Percebi que tinha deixado o café que ela havia comprado no porta-
bebidas no meu carro. Foda-se o café, eu precisava de uma garrafa de Van
Gogh e de cerca de uma dúzia de cigarros.
Também precisava de um banho e deixar algumas coisas perfeitamente
claras para minha fêmea totalmente frustrante. Cristo, ela era terrível quando
ficava assim, mas um banho primeiro e então talvez eu pudesse fazê-la sentar
e tentar algum raciocínio lógico.
Fui para o banheiro pelo caminho de trás ao invés de através do quarto
porque imaginei-a vestindo-se para o trabalho lá e imaginei que um pouco de
privacidade seria apreciada, considerando que ela tinha acabado de dizer-me
para cair fora. Abandonei meus sapatos e camisa e pisei dentro.
E tive que procurar por meus globos oculares que saltaram da minha
cabeça e rolaram pelo chão. Brynne estava ali seminua numa lingerie sexy pra
caralho fazendo sua maquiagem, cabelo ou algo assim.
Ela se virou e deu-me um olhar que dizia muito sobre quão zangada
ainda estava. — Encontrei o bilhete que deixei para você. — Ela pegou um
pedaço de papel da penteadeira. — Estava debaixo dos lençóis pra onde você
o empurrou. — Ela sorriu deixando o papel e então virou-se para o espelho,
exibindo seu lindo traseiro em alguma decadente e negra calcinha de renda
que me deixou certo que meus nervos ópticos foram baleados.
Pensei em sua bunda e na noite passada. O que tínhamos feito e o que
não tínhamos feito...
Os olhos dela pegaram os meus no espelho pouco antes que ela olhasse
para baixo, seu peito corando rosado acima das curvas dos seios naquele sutiã
de renda preta do qual eu estava insanamente ciumento.
Essa é minha garota.
Ela estava se lembrando também. Algumas coisas entre nós podiam
estar fodidas agora, mas no departamento do sexo, estávamos sólidos.
— Não estamos nem perto de ter terminado de discutir como a
segurança funciona no que diz respeito a você. — Piso atrás dela, levando
minha mão até seu cabelo e pegando um punhado. Ela respirou fundo e seus
olhos brilharam para os meus no espelho. — E neste instante você está com
muitos problemas. — Puxei sua cabeça para o lado e descobri seu pescoço
para que pudesse chegar a ele.
— Ahhhh... — Ela respirou mais pesado. — O que você está fazendo?
Desci em seu pescoço e arrastei meus lábios para a curva elegante,
beliscando com meus dentes. Mordi apenas o suficiente para fazê-la emitir
alguns sons. Ela cheirava tão bem, seu cheiro me intoxicando até o ponto que
eu não ira manter o controle por muito tempo.
— Não eu. Você vai ser a única a dizer. Vai me dizer o que fazer, baby.
O que vou fazer com você primeiro? — Mantive uma mão em seu cabelo e
levei a outra para seu estômago plano, espalmando-a, pressionando forte
enquanto abaixava sob a renda fina.
Ela se contorceu, mas segurei-a apertado, meu dedo médio deslizando
bem entre suas dobras e sobre seu clitóris. — Isso? — Movi meu dedo para
frente e para trás, lubrificando-a, deixando-a boa e molhada para mim, mas
não penetrando. Ela teria que trabalhar para isso.
— Oh, Deus... — Ela gemeu.
E puxei seu cabelo um pouco. — Resposta errada, minha bela. Você
não me disse o que estou fazendo com você ainda. Agora diga "Ethan, eu
quero que você..." — Tirei minha mão do meio de suas pernas e levei o dedo
que estava deslizando em torno de sua boceta a minha boca. Chupei-o,
limpando com abundância de exibição. — Mmmmm, como mel temperado.
— Mordisquei seu pescoço novamente.
Ela estava frustrada, quente e necessitada e eu estava apreciando
castigá-la pelo que tinha feito. Ela se recostou em mim e contorceu as
bochechas da sua bunda contra meu pau. Puxei meus quadris para trás e ri
baixo ao som de seus protestos quando fiz isso.
— Ethan...
Puxei seu cabelo novamente. — Uma coisinha tão desafiadora hoje.
Ainda estou esperando, baby. Diga-me o que quer de mim. — Levei minha
mão livre para baixo até sua bunda e agarrei as bochechas bruscamente. —
Você começou este pequeno jogo e sabe disso, então me diga o que vou fazer
com você. — Ela ofegou quando cavei meus dedos e tentou impulsionar-se
contra meu pau novamente. — Não. Você não vai conseguir isso até pedir
gentilmente. — Retirei minha mão e levei de volta para baixo dando uma
palmada em sua bunda. Ela gritou e enrijeceu-se na ponta dos pés, arqueando
como a bela deusa que era.
— Ethan, eu quero que você... — Ela suavizou e tentou virar sua
cabeça no meu peito.
— Mmmmm, então você gosta de levar tapas nessa bunda
maravilhosa, não é? Devo dar-lhe outro? — Sussurrei contra sua orelha. —
Você merecia uma pequena surra, baby. Você sabe que merece e você ainda
não fez como eu pedi, sua impertinente. Diga-me o que vou fazer com você
contra a pia.
Ela gritou um som adorável e submisso que fez meu coração bater forte
e meu pau prestes a explodir.
— Diga-me! — Bati na sua bunda novamente, segurando minha
respiração enquanto esperava sua resposta.
— Ahhh! — Ela se levantou em um arco elegante e abriu a boca em
um suspiro. Eu sabia que tinha ganhado, sabia que ela iria me dizer e a
emoção quando ela disse as palavras foi como nada que eu já tinha
conhecido. — Ethan, você vai me foder contra a pia!
— Incline-se sobre ela e segure na beirada. — Ordenei, afastando-me
dela esperando que obedecesse. Ela tremeu um pouco, mas ficou na posição
exatamente como eu lhe disse, parecendo tão sexy que era quase impossível
não envolver meu cérebro em torno da ideia desta foda a que estávamos nos
entregando, mas cara, parecia bom demais para parar.
Enfiei meus dedos sob o elástico daquela calcinha de renda preta e
rasguei-a para baixo, separando suas pernas enquanto a tirava. Eu podia sentir
o cheiro temperado da sua excitação, sua necessidade de mim, por aquilo que
somente eu poderia dar a ela. Abaixei a cintura das minhas calças e tomei
meu pau na mão. Deslizei-o sobre sua fenda molhada e esfreguei direto em
seu clitóris, mas ainda sem penetração. — É isso o que você está querendo,
meu amor?
Brynne contorceu sua boceta sobre a cabeça do meu pau e tentou
descer sobre ele. Dei-lhe pontos pelo esforço, mas eu era o único dando as
ordens e precisava mais dela ainda. Minha garota tinha um pouco mais de
trabalho a fazer antes de chegar a sua recompensa.
Voltei para seu cabelo e tomei outro punhado, esticando seu pescoço
para trás elegantemente. — Responda a pergunta, baby. — Disse
suavemente. Sua bonita garganta se movendo sob sua deglutição enquanto
nos olhávamos no espelho. O cabelo sendo puxado era um gatilho pra ela.
Nunca puxei com força suficiente para machucar, apenas para manobrar seu
corpo e dominá-la durante o sexo. Isso a deixava selvagem e se ela não
tivesse começado com isso, eu nunca teria feito. Era tudo sobre agradar
minha garota.
— Sim, eu quero seu pau, Ethan. Quero que você me foda com ele e
me faça gozar! Por favor! — Ela estava tremendo contra meu corpo,
absolutamente fervendo com o calor.
Eu ri e lambi seu pescoço esticado para mim. — Boa menina. E qual é
a verdade, baby? — Esfreguei um pouco mais sobre seu clitóris muito
sensível e esperei, amando o sabor de sua pele e o cheiro de excitação saindo
dela.
— A verdade é que... Eu sou sua, Ethan! Agora, por favor! — Ela
implorou, enchendo meu coração ao ponto de estourar ao som daquelas
palavras.
Perfeição absoluta. — Sim, você é! E almejo isso, baby. Agradar você, me
agrada. — Posicionei a ponta e me empalei nela tanto quanto pude ir. Nós
dois gritamos quando nossos corpos se conectam.
Continuei segurando aquele cabelo sedoso enquanto fodia dentro dela
para que eu pudesse ver seus olhos encantadores através do espelho. Esse é
meu lance. Não sei porque, mas com Brynne preciso de seus olhos enquanto
fodemos. Quero olhar para eles e ver cada sensação, cada impulso e retirada
de nossos sexos moendo e agarrando, levando-nos adiante até o final, até nos
perdermos em um sentimento que só pode chegar entre nós dois juntos.
Há uma verdade ao olhar para os olhos de seu amante quando você
goza e afogar-me nos olhos de Brynne quando isso acontecia era uma coisa
que conectava tão poderosamente, vinculava-me a ela de um jeito que
significava algo importante e real. A intensidade do que estava acontecendo
entre nós realmente me assustava. Isso me deixava muito vulnerável, mas já
era tarde demais agora. Eu já tinha caído.
Seus músculos internos puxavam ao meu redor enquanto ela contraia
no orgasmo, gritando meu nome e estremecendo. Continuei bombeando no
seu interior, sentindo cada apertar e agarrar de sua boceta enquanto eu a
alimentava com meu pau. Era tão bom senti-la convulsionando em torno do
meu eixo que isso fez meus olhos arderem.
O corpo de Brynne foi feito para o ato sexual, mas era ela que
importava. Era ela que eu amava. No segundo antes de atingir o clímax,
empurrei dentro dela tão profundo e tão longe quanto eu podia, colocando
meus dentes em seu ombro. Ela gritou e eu registrei o som, mas não pude
saber se era de dor ou prazer. Não quis machucá-la, mas estava quase fora de
controle naquele instante, apenas querendo agarrá-la, mantê-la comigo,
enchê-la com a minha porra, para fazê-la minha.
Conforme o material derramava de dentro mim e até ela, eu disse.
— Eu... amo... você...
Olhei em seus olhos, no espelho, quando disse isso.
♥♥♥♥♥
Não chegaríamos ao trabalho na hora. Não importa. Algumas coisas
eram mais importantes. Estávamos ambos abalados pelo sexo e mal
conseguimos ficar em pé depois, então peguei-a e levei-a ao chuveiro comigo.
Lavei-a toda e deixei-a me lavar. Não nos falamos. Apenas nos olhamos e
tocamos e beijamos e pensamos. Após o banho, envolvi-a numa toalha e
levei-a de volta para cama; só então, com ela estendida ao meu lado toda
macia e satisfeita, que falamos sobre as coisas.
— Não é seguro para você sair sozinha. Você não pode mais. Não
sabemos os motivos e não vou arriscá-la. — Falei suavemente, mas firme,
não estava negociando neste ponto e isso precisava ser dito. — É isso.
— Sério? É tão ruim assim? — Ela parecia surpresa e então aquele
olhar temeroso que tinha visto antes apareceu em seu rosto.
— Não se sabe o que está acontecendo no campo de Oakley ou de seu
oponente. Temos de assumir que Oakley tem seu olho em você, Brynne. Ele
conhece onde você esteve estes anos, onde você trabalha, onde você mora e
provavelmente seus amigos também. Preciso ter uma conversa com Gabrielle
e Clarkson em breve. Eles devem ser informados na eventualidade de serem
abordados por causa da ligação com você. Seus amigos sabem tudo, certo?
Ela assentiu tristemente. — Simplesmente não consigo ver porque as
pessoas iriam querer me machucar. Não fiz nada e certamente não quero
trazer o passado de volta. Só quero esquecer o que isso alguma vez
aconteceu! Como isso é minha culpa?
Beijei sua testa e esfreguei seu queixo com o polegar. — Nada é culpa
sua. Estamos apenas sendo cuidadosos com você. Muito... muito...
cuidadosos. — Disse, beijando-a nos lábios três vezes seguidas.
— Não quero nada do senador Oakley. — Ela sussurrou.
— Isso é porque você não é oportunista. A maioria das pessoas o
exploraria por dinheiro para manter-se quieta. Você não fez isso e eles estão
observando para ver o que você poderia fazer. E estou certo de que estão
observando para ver se os inimigos de Oakley tentam chegar até você. E
sinceramente, os inimigos políticos dele são os que mais me preocupam. O
vídeo e o conhecimento de Oakley sobre ele fazem com que ele seja culpado,
no final das contas. Seu filho adulto e amigos cometeram um crime e ele
encobriu isso. Os adversários de Oakley iriam achar estas informações um
verdadeiro tesouro político. Sem mencionar a notícia realmente sórdida para
vender muitos jornais.
— Oh, Deus... — Ela rolou de lado para ficar de costas, lançando o
braço por cima de seus olhos.
— Ei. — Puxei-a de volta para me enfrentar. — Nada disso, ok? Vou
ter certeza de que eles a deixem em paz por uma série de razões. É o meu
trabalho por um lado e você é a minha garota por outro. — Abracei-a forte.
— Isso não mudou para você, não é? — Não a deixei ir porque precisava da
reafirmação. Eu tinha que saber. — Ontem à noite foi... fodido demais...
— Meus sentimentos não mudaram. — Ela interrompeu. — Ainda sou
sua garota, Ethan. Ontem à noite não mudou nada comigo. Você tem seu
lugar escuro e eu tenho o meu. Eu entendo.
Eu a rolei para as coberta beijei-a lenta e completamente, deixando-a
saber o quanto precisava ouvir aquelas palavras dela. Ainda assim, eu queria
mais dela. Sempre mais. Como eu poderia ter o suficiente quando ela era tão
doce e bonita e adorável?
— Sinto muito por esta manhã. — Ela disse, traçando meu lábio
inferior com o dedo. — Eu prometi que não o deixaria daquele jeito de novo
e eu quis dizer isso. Estou triste por você ter pensado que eu faria isso
também. Você me assustou quando acordou de seu pesadelo, Ethan. Odiei
vê-lo sofrendo daquele jeito.
Beijo seu dedo. — Minha parte egoísta estava tão feliz por você estar
aqui. Ver você foi um alívio, não posso nem mesmo expressar as emoções
que passaram por mim quando vi você segura ao meu lado. Mas a outra parte
de mim odiou o que você testemunhou. — Balancei a cabeça. — Odiei você
ter me visto daquele jeito, Brynne.
— Você já me viu depois de um pesadelo e isso não mudou a forma
como se sente. — Ela disse.
— Não, não mudou.
— Então, como isso pode ser diferente para mim, Ethan? E você não
vai compartilhar comigo... você não vai me deixar entrar. — Ela parecia
ferida novamente.
— Eu... eu não sei... vou tentar, ok? Não tenho falado muito com
ninguém sobre o que aconteceu. Não sei se posso... e sei que não quero
sujeitá-la àquele lugar escuro. É um lugar aonde não quero que você vá,
Brynne.
— Oh, baby. — Ela arrastou seus dedos sobre minhas têmporas e
olhou em meus olhos. — Mas eu iria até lá por você. — Ela me examinou.
— Quero ser importante o suficiente para que me diga seus segredos e você
tem que me deixar entrar também. Sou uma boa ouvinte. O que era aquele
sonho?
Queria tentar ser normal por ela, só não sabia se podia. Acho que era
algo que teria que enfrentar se quisesse ficar com ela. Brynne era teimosa e
uma parte de mim sabia que ela não iria apenas deixar isso para lá porque eu
disse que não queria falar sobre isso.
— Você é importante o suficiente, Brynne. Você é tudo que importa.
Segui a linha de seus cabelos com o dedo e beijei-a novamente,
varrendo profundamente com minha língua, saboreando seu gosto doce e
amando sua suave aceitação. Mas eventualmente o beijo teria que acabar e
ainda haveria meu monstro para enfrentar.
Puxei um pouco de coragem de algum lugar e respirei fundo, rolando
para longe em minhas costas e olhando para a claraboia. O dia havia se
tornado tão cinzento quanto meu humor e parecia que a chuva era iminente.
Bem em sintonia com onde estava minha cabeça... toda embaçada. Brynne
ficou de lado, esperando que eu dissesse alguma coisa.
— Desculpe-me por ontem à noite e como fiquei com você depois.
Fui arrogante e foi demais. — Falei mais suave. — Perdoa-me?
— Claro que sim, Ethan. Mas quero entender o porquê. — Ela
estendeu a mão e colocou-a sobre meu coração, deixando-a lá.
— Esse pesadelo foi de um tempo quando eu estava nas Forças
Especiais. Minha equipe foi emboscada, a maioria morta. Eu era o oficial
sênior e minha arma travou. Fui levado... Os afegãos me detiveram em
interrogatório por 22 dias.
Ela respirou fundo. — Foi assim que você conseguiu as cicatrizes em
suas costas? Eles fizeram isso com você? — Sua voz era suave, mas eu podia
ouvir a preocupação em suas palavras.
— Sim. Eles retalharam minhas costas com surras de corda... e outras
coisas.
Ela me agarrou um pouco mais apertado e engoli em seco, sentindo
minha ansiedade crescendo, mas continuei, sentindo-me mal por enganá-la,
mas incapaz de explicar corretamente que minhas piores cicatrizes não eram
as que estavam nas minhas costas.
— Sonhei com algo que... que aconteceu... e foi num momento que eu
pensei que seria... — Parei. Minha respiração estava ficando tão forte que não
podia dizer mais nada. Simplesmente não podia. Não para ela.
— Seu coração está disparado. — Ela colocou seus lábios sobre o
lugar onde aquele músculo batia bombeado meu sangue e beijou. Coloquei
minha mão na parte de trás de sua cabeça e segurei-a lá, esfregando seu
cabelo de novo e de novo. — Está tudo bem, Ethan, você não precisa dizer
mais até que sinta que pode. Estarei aqui. — Sua voz tinha aquele tom triste
novamente. — Não quero você sofrendo por minha causa.
Acariciei sua bochecha com as costas dos meus dedos. — Você é real?
— Sussurrei.
Ela brilhou para mim e acenou com a cabeça.
— Quando acordei esta manhã e você tinha ido, pensei que poderia ter
me deixado por causa daquela situação fodida da noite anterior e eu a tivesse
perdido. Brynne... não posso ficar sem você agora. Você sabe disso, não é?
Apenas não posso fazer isso. — Coloquei os dedos sobre a marca vermelha
no seu ombro onde a mordi quando estava no meio daquele orgasmo
vulcânico contra a pia.
— Eu a marquei. Sinto muito sobre isso também. — Corri minha
língua sobre a marca.
Ela estremeceu contra minha boca. — Ouça. — Ela tomou posse do
meu rosto e segurou-me. — Eu te amo e quero estar você. Sei que não digo
isso o tempo todo, mas não significa que eu sinta menos. Ethan, se eu não
quisesse estar com você ou se não pudesse estar com você, eu não estaria... e
você sabe disso.
Exalei com um alívio tão grande que levei uns minutos para encontrar
minha voz. — Diga isso de novo.
— Eu te amo, Ethan Blackstone.
Dez
estava atrasado. Não sei por que me preocupo em tentar ser pontual com
meu primo, pois ele certamente não se preocupava. Verifiquei meu relógio e
olhei ao redor da sala. Anteriormente um clube de cavalheiros no século
passado, o local foi reanimado com linho branco, muito vidro e madeiras
claras, não parecendo nada com o território exclusivamente masculino para
londrinos há cem anos atrás.
Bem, Ivan teria certamente se ambientado. Meu primo era um nobre do
reino, mesmo que ele detestasse ser lembrado disso, e certamente não agia
com um. Nenhum de nós pode evitar como nascemos e Ivan não podia
controlar o fato de que seu pai tinha sido o Barão Rothvale anterior mais do
que eu podia controlar que meu pai dirigisse um táxi de Londres. Tínhamos
conexões muito mais profundas do que o dinheiro poderia nos levar de
qualquer maneira.
Quem eu estava enganando? Ivan poderia pular de um penhasco se
quisesse, eu tinha duas belas mulheres à mesa parecendo felizes e lindas a
minha frente... minha garota e sua melhor amiga.
— Parece que as compras combinam com vocês, senhoras. — Servi a
ambas o Riesling13 que havia pedido.
13
Vinho.
Brynne e Gabrielle sorriram e olharam uma para a outra
conspiradoramente, obviamente compartilhando segredos do sexo feminino
de um mistério que eu só podia imaginar. Elas estavam fazendo uma
excursão de compra de vestidos quando recebi um sms de Brynne
perguntando o que eu ia fazer no almoço. Uma vez que estavam apenas a
alguns quarteirões de Gladstone, eu disse a elas para se juntarem ao meu
encontro de almoço com Ivan. Queria apresentá-lo a Brynne de qualquer
maneira, esperando que ele pudesse exercer alguma influência por ela na
National Gallery. Inferno, não sou orgulhoso demais para pedir um favor. Não
que ele fosse se importar. O homem estava no comitê consultivo de um dos
mais prestigiados museus de arte do mundo e não poderia se importar menos
com isso se tentasse. Na verdade, tenho certeza que Ivan renunciaria se
pudesse se livrar disto.
— Combinam, Ethan. Brynne comprou o mais fabuloso vestido vintage
para a festa Mallerton. Apenas espere. — Gabrielle me avisou.
Fiz uma cara. — Então você está dizendo que ela estará ainda mais
encantadora que o normal. — Olhei para Brynne corando e depois de volta
para Gabrielle. — Apenas o que eu preciso... mais admiradores correndo
atrás dela. Pensei que poderia contar com você, Gabrielle, por um pouco de
ajuda aqui. — Implorei. — Por que você não a levou a um lugar que vende
roupões de banho pouco atraentes em vez disso? — Minhas palavras eram de
brincadeira, mas por dentro eu estava mortalmente sério. Eu odiava quando
os homens olhavam para Brynne como se estivessem imaginando-a nua.
Gabrielle deu de ombros. — Tia Marie nos transformou em
compradoras. Aquela mulher tem loucas habilidades únicas e raras. Uma
belezinha vintage escondida em um canto tranquilo de Knightsbridge14. Eu sei
que eu vou voltar. — Ela sorriu para mim. — Você precisa da competição de
qualquer forma, Ethan, isso é bom para você. — Ela tomou um gole do seu
vinho e voltou sua atenção para verificar mensagens em seu celular.
14
Um bairro de Londres, onde fica a famosa loja Harrods.
— Não é verdade. Estou lutando o suficiente do jeito que está, muito
obrigado! — Peguei a mão de Brynne e beijei-a. — Estou feliz por você ter
vindo para o almoço.
Ela apenas sorriu e não disse nada daquele seu jeito misterioso.
Desejava que estivéssemos sozinhos.
Gabrielle era uma amiga dedicada pelo que pude notar e ferozmente
protetora de Brynne. Tivemos um entendimento de que isso era viável desde
que me visse como amigo e não inimigo... passei no teste até agora. Era
bonita também, do seu próprio jeito, apenas não como a minha saborosa
fêmea. Era atraente com seu longo e brilhante cabelo castanho com apenas a
leve sugestão de vermelho escuro, combinando com seus olhos muito verdes.
Bonita figura, mesmo que ela não seja meu tipo, ainda tinha olhos e não
estava morto.
A cor de seus olhos me fazia lembrar dos olhos de Ivan. O mesmo
verde. Fiquei imaginando o que ele pensaria dela quando a visse, mulherengo
como ele era. Aposto que ele gostaria muito dela. Tive que segurar uma
risada. Gabrielle provavelmente diria na cara dele para cair fora e ele lamberia
seus lábios e pediria a ela para se juntar a ele sem problemas. Seria um
tumulto a se observar, se ao menos ele tivesse a sua bunda aqui.
A companheira de quarto de Brynne era outra americana vivendo em
Londres, estudando arte na universidade e tentando a vida... longe de casa.
Seu pai era um cidadão britânico, porém. Do Serviço de Polícia
Metropolitana de Londres... um tal de Robert Hargreave, Inspetor Chefe,
New Scotland Yard. Eu o investiguei e, pelo que constava, ele parecia sólido,
um respeitado detetive. Suponho que também deveria arranjar um encontro
com ele em algum momento. Embora as coisas tenham estado muito
tranquilas no front do senador Oakley. Não ter notícia era uma boa notícia...
Eu esperava.
— Qual a cor do seu surpreendente vestido que vai me deixar louco de
ciúmes quando os homens babarem em cima de você ao usá-lo? — Perguntei
a Brynne.
— É azul claro. — Ela sorriu novamente. — Tia Marie nos encontrou
lá e nos divertimos muito com ela. Ela realmente tem olho para a moda.
— Você deveria tê-la trazido junto com você para almoçar.
— Eu teria adorado que ela tivesse vindo conosco, mas ela foi para um
almoço das senhoras do seu clube do livro. Ela pediu para dizer-lhe o quanto
está ansiosa para conhecê-lo. — Brynne corou de novo, como se a ideia do
nosso pessoal se reunir deixasse-a tímida.
Ela tinha uma timidez que era encantadora em público, mas não
transitava para o quarto comigo. Não. Minha garota não era tímida comigo
desse jeito e isso era muito bom. Pensei em quantas horas a mais até a noite,
quando poderia tê-la de volta em meu quarto e ela poderia me mostrar um
pouco mais do seu lado não-tímido.
Estávamos queimando os lençóis ultimamente... e as paredes do
chuveiro... a minha mesa do meu escritório... o tapete em frente à lareira... a
espreguiçadeira da varanda e até mesmo o ginásio. Mexi-me na cadeira e
lembrei-me dos exercícios da manhã com grande carinho. Quem diria quão
divertida uma bancada de musculação poderia ser com Brynne nua e
deslizando para cima e para baixo em...
— Você vai adorar tia Marie, Ethan. — Gabrielle disse distraidamente,
ainda verificando suas mensagens e interrompendo meus devaneios eróticos.
Precisava reorganizar meu pau, mas forcei um sorriso para ambas em vez
disso.
Ainda tinha que conhecer a adorada tia Marie e seria muito em breve.
Nós tínhamos decidido que era hora de colocar a família junto em um jantar
na minha casa. Meu pai, a tia de Brynne, Gabrielle, Clarkson, Neil e Elaina
compunham a curta lista. Discutimos e sentimos que era hora de colocar
todos a bordo com o que estava acontecendo conosco e com as possíveis
ameaças a Brynne. Todo o mundo era responsável o suficiente e eles
precisavam saber o que estava em jogo. Brynne era muito importante para
tomar riscos neste ponto e todos envolvidos já conheciam seu passado de
qualquer maneira.
— Bem, não posso esperar para conhecê-la. Parece que ela adora você.
— chequei meu relógio novamente. — Não posso acreditar em Ivan, apenas
não aparecer assim. Muito rude.
— Por que não liga para ele? — Brynne sugeriu.
— Isso seria um total desperdício do meu tempo. Ele nunca atende o
celular. Duvido que ele sequer ligue a maldita coisa. — Respondi secamente.
— Oh, cara! — Gabrielle ergue os olhos das mensagens. — Terei que
ir até a universidade. Problemas com uma pintura. Um acidente envolvendo
solvente sendo jogado numa raridade... veja isso, Brynne, Abigail Wainwright.
— Gabrielle parecia absolutamente chocada, levantou-se abruptamente e
recolheu suas sacolas. — Não é uma boa combinação.
— Não, não é bom mesmo. — Brynne disse, balançando a cabeça. —
O solvente irá comer através da tela se não for neutralizado...
Tentei acompanhar a conversa das nerds de arte mas não era fácil para
mim. Não acho que eu tenha um osso artístico em meu corpo. Posso
apreciar, embora. O retrato de Brynne era o epítome da arte em minha
opinião.
— Você quer uma carona de volta? Neil irá levá-la lá se quiser. —
Ofereci.
— Não, está tudo bem. Vou pegar um táxi... será mais rápido. Preciso
ir agora, mas obrigada. Vejo você na sua casa amanhã à noite, Ethan.
Aproveitem o seu almoço, vocês dois.
— Deixe-me saber como resolveu isso depois. — Disse Brynne a ela.
— Se alguém pode consertar essa bagunça, é você, Gaby!
Gabrielle abraçou Brynne, acenou e saiu, sua forma curvilínea alta
atraindo muitos olhares apreciativos dos homens enquanto saía do Gladstone.
Sorri para Brynne e tomei suas mãos. — Então, depois de tudo, eu te
tenho toda para mim para o almoço. — Sussurrei o resto. — Que pena
estarmos em público.
— Eu sei. Nunca chegamos a fazer isso. — Ela apertou minhas mãos
um pouco. — Você tem tido tanto trabalho ultimamente e só posso imaginar
com as Olimpíadas. Deus, isso é enorme, Ethan. Todas aquelas pessoas. —
Ela sorriu. — William e Kate!
Balancei a cabeça. — Sim. Eles estarão lá para os eventos. O príncipe
Harry também. Ele é boa diversão.
— Você o conhece? — Ela perguntou, incrédula.
Balancei a cabeça novamente. — Posso tentar apresentá-los, se você
quiser... desde que você não tenha uma queda por príncipes com cabelo
ruivo.
— Nunca. — Ela me disse com olhos sedutores. — Eu gosto
particularmente de caras de segurança com cabelo escuro.
Quem ligou o forno? Eu realmente olhei ao redor da sala procurando
uma saída. Se houvesse uma porta marcada "privado", juro que a teria atrás
dela e nua em dois segundos.
— Você é tão cruel, Miss Bennett.
Ela parecia muito satisfeita consigo mesma sentada lá na minha frente
no restaurante. Tão satisfeita de fato, que me fez pensar com carinho na surra
que tinha dado nela sobre a pia. Deus, ela era uma coisa sexy, inclinada,
deixando-me louco...
— Então, de volta ao seu trabalho. Você está fazendo a segurança VIP
para a porcaria dos Jogos Olímpicos, Ethan! — Seu entusiasmo me tirou da
minha cabeça. Provavelmente uma coisa muito boa agora.
— Bem, não estou reclamando, é bom para os negócios, mas eu faria
sem o stress. Só quero tudo dando certo. Sem bandos de loucos com um
machado quebrando coisas por sua causa de merda, sem bombas ou
constrangimentos e eu poderei respirar. Clientes felizes mantidos seguros e eu
ficarei feliz. — Peguei meu vinho. — Vamos pedir, não acho que Ivan vá
aparecer... sempre malditamente atrasado para tudo! — Resmunguei, abrindo
meu menu.
Brynne me disse o que queria no caso do garçom aparecer e pediu
licença para ir ao banheiro. Observei-a afastar-se e os olhares que ela recebeu
de outros também. Suspirei. Por mais que Brynne fosse reservada, ela ainda
tinha aquela coisa que fazia com que as pessoas a notassem. Algo que eu
poderia ter ficado sem com certeza, mas entendo que era parte do acordo
com ela. Homens sempre olhariam para ela. E iriam querê-la. E tentariam levá-la
embora.
Trabalho estava ficando totalmente louco para mim e quanto mais
ocupado eu ficava, mais estendido ficava meu foco sobre o trabalho em mãos
e menos capaz de cuidar da segurança dela. As duas últimas semanas tinham
sido boas para Brynne e eu e nosso relacionamento, mas não sem
preocupações. A preocupação nunca iria embora. Eu estava no negócio de
segurança tempo suficiente para saber que quando as coisas parecem mais
tranquilas não é o momento para baixar a guarda. Ela ainda era muito
vulnerável e o pensamento me deixava louco.
— Desculpe, E. Perdi a noção do tempo. — Ivan interrompeu,
sentando-se na minha frente.
— Legal da sua parte aparecer. Para o compromisso que você marcou,
devo acrescentar. E não se sente aí. Brynne está comigo. — Apontei para a
cadeira ao lado. — Ela voltará em instantes.
Ivan mudou-se para a cadeira ao lado. — Algo apareceu e fiquei
agarrado.
— Sim. — Bufei. — Seu pau foi atacado de surpresa. Com quem
estava na cama neste tempo?
— Idiota! Não era isso! Malditos repórteres me perseguindo... digo que
preciso de algo mais substancial que isso. — Ele olhou para o vinho e fez
sinal para um garçom, o olhar vazio de dor mostrando-se por apenas um
instante antes que ele o mascarasse longe de olhares indiscretos.
Deixei-o. Meu primo tinha seus defeitos, mas, então, todo mundo tem.
Isso não queria dizer que ele merecia a sorte que tinha conseguido ter
também. Sim, Ivan era tão fodido quanto o resto de nós.
Brynne voltou à mesa alguns momentos depois, sua expressão ilegível,
mas se eu podia adivinhar, diria que ela tinha algo em sua mente. Eu me
perguntava o que era.
Levantei-me e alcancei sua mão, chutando a perna da cadeira de Ivan
no processo para que ele ficasse em pé. Ele saltou pra cima e arregalou os
olhos quando a viu. Gostaria de ter chutado sua perna, ao invés de apenas a
perna da cadeira.
— Brynne, meu primo, Ivan Everley. Ivan, Brynne Bennett, minha
muito bonita e, eu poderia acrescentar, muito tomada, namorada.
— Enchanté15, Brynne. — Ele pegou sua mão e deu um beijo que mal
passou como neutro em meu livro, mas então, eu esperava algo diferente
dele?
Pergunta retórica estúpida.
Ela sorriu lindamente como sempre, cumprimentando Ivan
educadamente enquanto eu a fazia sentar-se e depois a mim mesmo. Ivan
ficou parado lá como um idiota.
— Você pode se sentar agora, primo. E colocar sua língua de volta na
boca. — Eu disse.
— Bem, Brynne, eu estava preparado para perguntar-lhe como
conseguiu fisgar Ethan, mas agora que finalmente te conheci, acho que é
melhor perguntar a ele. — Ivan fez um show ao olhar para mim. — Como
diabos você capturou uma criatura tão requintada como esta, E? Quero dizer,
apenas olhe para ela! E você? Bem, você é tão maçante e grosseiro o tempo
todo. — Ele se concentrou novamente em Brynne. — Minha querida, o que
você vê nele? — Ele fez uma cara de falso interesse e descansou seu queixo
sobre a mão apoiada em um cotovelo.
— Deus, você é mesmo um idiota, Ivan!
Brynne riu e fez um comentário sobre quão determinado eu tinha sido
para fazê-la ter um encontro comigo. — Ele foi muito persistente, Ivan.
15
Encantado.
Ethan nunca desistiu de mim e eu finalmente saí para aquele encontro. — Ela
tomou um gole de vinho e piscou para mim. — Vocês dois são tão
diferentes. Vocês sempre foram próximos? — Brynne perguntou.
— Sim. — Nós dois respondemos ao mesmo tempo. Ivan encontrou
meus olhos e tivemos aquela comunicação por um instante, mas então
desligamos rapidamente no instante seguinte. Aquela conversa era para outro
momento. Isso era social.
— Perto para matá-lo! — Sorri para Brynne. — Não, sério, eu o
mantenho vivo e tolero seus muitos aborrecimentos e Ivan é devidamente
agradecido, não é certo, Ivan?
— Eu suponho... é melhor do que me querer-me morto. — Ele
respondeu.
Brynne riu. — Quem quer você morto, Ivan?
— Várias pessoas! — Ivan e eu falamos novamente ao mesmo tempo.
Nós dois rimos para uma confusa Brynne e então o garçom apareceu
para fazer seu trabalho, então, havia alguns minutos para que eu fosse capaz
de explicar sobre meu muito eclético primo.
— Hmmmm, onde começar? — Parei para fazer efeito. — Nossas
mães eram irmãs e estivemos próximos desde... sempre. Sem a conexão de
sangue, entretanto, duvido que tivéssemos nos conhecido alguma vez. Ivan é
aristocrata, você sabe. Por hereditariedade e aos olhos da Federação Mundial
de Arco e Fecha. — Ivan franziu o cenho pra mim. — Brynne, você está
olhando para Lord Rothvale, XII Barão ou alguma podridão, ou Lord Ivan
como ele é chamado entre seus compatriotas desportivos. — Gesticulei com
um floreio. — Em carne e osso.
Foi a vez de Brynne parecer chocada. — Rothvale... como a galeria onde
conservo pinturas?
— Bem, sim. Foi nomeada pelo meu tatatataravô, mas não tenho
nenhuma ligação com a Rothvale Gallery. — Disse Ivan.
— Mas você tem na National. — Lembrei a ele.
Brynne me olhou incrédula e depois voltou-se para Ivan. — Você está
no conselho de administração da National Gallery, Ivan?
Ele soltou um grande suspiro. — Bem, sim, minha cara, mas não por
escolha. Herdei a nomeação e não posso livrar-me dela. Meu conhecimento é
muito fraco e tenho medo. Não sou como você, uma especialista em
restauração de pinturas como E me disse.
— Amo o que faço. Estou trabalhando no mais adorável Mallerton
agora mesmo. — Brynne olhou para mim e buscou minha mão. — Ethan me
ajudou a resolver o mistério do título do livro que a mulher na pintura está
segurando.
— Ela é realmente brilhante, Ivan. — Concordei, roçando meu polegar
sobre a mão que eu não queria deixar. — Apenas traduzi um pouco de
francês para ela.
Ivan soou divertido. — Uau... vocês dois estão realmente juntos nisso.
Devo deixá-los para seu almoço em privado, onde você pode traduzir mais
francês para ela?
Brynne arrebatou sua mão para longe. Eu encarei Ivan.
Ivan respondeu com um sorriso. — Eu poderia ter um trabalho para
alguém, na verdade. Talvez uma equipe inteira. — Ele deu de ombros. —
Minha propriedade na Irlanda, Donadea, tem quartos e salas cheios de pinturas
do século XIX. Uma porrada de Mallerton também. — Ivan parecia tímido. —
Pardon meu francês, mas preciso deles catalogados. Acho que eles não foram
tocados em um século. — Ele sacudiu a cabeça e levantou as mãos. — Nem
mesmo sei o que tem lá, só que há uma tonelada deles e que precisam de
atenção profissional. Está na minha lista de coisas para fazer. — Ivan
inclinou a cabeça para Brynne e ofereceu um olhar muito mais sedutor do
que deveria ter sido para ser oferecido a minha namorada. — Interessada?
Não, ela definitivamente não está interessada em ir para sua propriedade irlandesa e
catalogar suas pinturas enquanto você tenta trapacear uma maneira de levá-la para cama
com você!
— Sim! — Brynne disse.
— Ugh. — Gemi. — Só se eu for junto como acompanhante e minha
pauta está bastante cheia até depois de agosto. — Dei-lhe um olhar para que
ele soubesse que Brynne não iria sozinha para sua propriedade na Irlanda
nem sobre o meu corpo morto e em decomposição.
— O quê? Você não confia em mim, E? Seu próprio sangue, também.
— Ele balançou a cabeça. — Tão triste.
— Com ela? De jeito nenhum! — Peguei a mão de Brynne de novo, o
desejo de tocá-la ultrapassando o fato de que eu era um bastardo ciumento
com qualquer um que tentava flertar com ela, até mesmo meu primo.
— Você sabe, eu deveria apresentá-lo à Gabrielle. Minha companheira
de quarto... ela está fazendo sua dissertação sobre Mallerton. Ela é a única para
o seu trabalho, Ivan. Gaby estava aqui há pouco e teve que sair. É uma pena
vocês dois não terem se encontrado. — Brynne sorriu docemente,
obviamente satisfeita com sua sugestão. Ela puxou sua minha mão da minha
com um afago e depois um olhar de censura.
— Sim. — Eu disse de repente interessado. — Gabrielle seria perfeita
para o trabalho, Ivan. — As faíscas entre os dois seriam um show que eu não
gostaria de perder. E inferno, foi ideia de Brynne, então eu estava
completamente OK com isso. Qualquer coisa para distraí-lo de Brynne
funcionaria para mim. — Vou apresentá-lo a ela na festa da Mallerton. Tente
não falar muito e você vai ficar bem. — Patrocinei. — Só mostre a ela as
pinturas.
Ele me ignorou e preferiu se concentrar na minha encantadora
namorada. — Oh, obrigado, Brynne. Adoraria conhecer sua amiga e tê-la
enfrentando o trabalho. Você não tem ideia. É o proverbial "macaco nas
minhas costas"16 que precisava estar a caminho há décadas atrás...
Ha! Espere até dar uma olhada em Gabrielle e você estará desejando aquele
macaquinho arranhando suas costas!
16
Um ditado que significa ter um problema sério que não vai embora (monkey on my back).
O almoço chegou a esse ponto e chegamos até ele. Ivan tagarelando
como Brynne sobre besteiras e depois comigo mim sobre seus problemas de
segurança; antes que eu percebesse que era hora de voltar.
Deixei Brynne com Ivan enquanto fui pegar o carro para parar na
frente. Ivan piscou para mim e garantiu que manteria um olho sobre ela pra
mim. Agradeci a ele por ter pago nosso almoço e dei-lhe um olhar de
advertência que não deixava dúvidas sobre o quanto eu precisava de sua
ajuda. Eu sabia que meu primo estava apenas brincando comigo. O pobre
homem provavelmente estava em choque por ver-me desse jeito por causa de
uma garota e tenho certeza que ele teria muito a dizer sobre ela numa
conversa particular. Adorável.
Entreguei o bilhete ao manobrista e verifiquei a área. Era hábito, apenas
algo que eu fazia quando estava fora. Um cara em uma jaqueta marrom
inclinou-se contra o prédio em espera. Ele tinha aquele olhar faminto e uma
câmera em torno de seu pescoço. Eu o vinculei imediatamente como
paparazzi. Eles vivem para fotos de celebridades indo e vindo de
estabelecimentos como Gladstone, onde qualquer um poderia aparecer a
qualquer momento.
O manobrista entregou meu carro e entrei para esperar. Sintonizei na
música e coloquei Butterfly de Crazy Town. Música perfeita, pensei, batendo
meu polegar na direção enquanto Brynne e Ivan tomavam seu maldito doce
tempo ficando de fora.
Eu não estava feliz sobre para onde eu estava levando Brynne também.
Sessão de fotos. Se havia uma coisa que eu pudesse mudar sobre minha
garota, seria isso. Eu absolutamente detestava e desprezava que ela ficasse
nua para a câmera e que outros homens vissem seu corpo. Era uma coisa de
beleza, verdade, mas eu só não queria que ninguém mais visse o que era meu.
Meus pensamentos foram interrompidos pela porta de carro quando
Ivan abriu para Brynne, beijando-a em ambas as faces e fazendo um grande
show de despedida.
Ao mesmo tempo, a porra do fotógrafo começou a tirar fotos! Eles
pareciam celebridades, mesmo que não fossem, e Ivan tecnicamente era.
Cristo todo poderoso!
Brynne parecia deslumbrante na rua falando com meu primo. Como eu
poderia sobreviver a isso, pensei. O desejo de fumar um cigarro quase me
deixou ofegante, mas meu vício teria que esperar por um momento.
— Adeus, Ivan! Foi tão agradável conhecê-lo hoje e será maravilhoso
vê-lo de novo em breve na festa Mallerton. — Brynne entrou no seu assento e
sorriu para ele.
— Foi um prazer conhecê-la também, Brynne Bennett. — Ivan sorriu
e curvou-se para falar comigo. — Cuide desta linda garota para mim, ok? Sem
trancos e birras, ok, E? Você pode fazê-lo. — Ele estava rindo enquanto
fechava a porta.
— Bem, isso foi divertido. — Disse sarcasticamente enquanto me
afastava do meio-fio.
— Eu gosto muito do seu primo, Ethan. Ele é uma figura, com
certeza. Estou feliz por tê-lo apresentado. Não posso acreditar que você sabia
que ele estava no conselho de administração da National Gallery e não me
disse! — Ela me deu um pequeno soco no ombro, que achei incrivelmente
quente.
— Bem, desculpe, sei que ele não dá a mínima sobre arte, ele apenas
está no conselho. — Lembrando do meu juramento de dizer tudo a ela,
continuei. — Contei a ele sobre você um tempo atrás. Queria saber se
poderia haver alguma coisa para você na National. Quero que você consiga o
visto de trabalho também. — Olhei para ela no outro assento, tão bonita e
brilhante, e soube que eu faria qualquer coisa para mantê-la na Inglaterra
comigo. Mesmo o que Ivan sugeriu em tom de brincadeira ao telefone?
— Oh, Ethan. — Ela tocou na minha perna. — Isso é muito doce da
sua parte, mas vou conseguir uma entrevista eu mesma. É algo realmente
importante para mim. Quero merecer por mim mesma, não com você
conseguido um favor de seu primo. Não importa quão bem relacionado ele
seja... e galanteador. Jesus, aquele homem é um paquerador!
— Não me lembre. Houve algumas vezes que quis estrangulá-lo
durante o almoço.
— Mas é tudo apenas uma encenação, Ethan. Você deve saber isso
sobre ele. Ele te respeita e posso ver a relação que vocês dois têm. Quase
como irmãos.
— Sim... bem lá no fundo de Ivan. Ele só levou alguns duros golpes
recentemente que o deixaram cansado. Não temos todos.
— Não temos todos. — Disse ela.
Peguei sua mão e segurei-a no meu colo em uma espécie de resposta.
Não sabia o que dizer em resposta a isso e sabia que não tínhamos muito a
dirigir.
Queria muito que a viagem pudesse ter tomado um tempo maior,
embora. Quanto mais perto chegávamos destino dela, meu humor se tornava
pior. No momento que cheguei ao estúdio onde ela trabalharia hoje e
estacionei a droga do carro, eu estava com bastante raiva. Senti a
irracionalidade varrer através do meu corpo e tive que combatê-la fortemente.
Meu Mr. Hyde interior estava tendo um dia cheio com meu Dr. Jekyll interior.
Como chutar a nobre bunda do bom doutor para o meio-fio e dar socos
inesperados com satisfação.
— O que você está fotografando hoje? — Exigi. E por favor diga que há
alguma roupa envolvida.
— Ethan. — Ela alertou. — Já passamos por isso antes. Você não
pode entrar e precisa parar de se preocupar. Somos só eu e o fotógrafo e
algum tempo por trás da lente da câmera. Somos todos profissionais fazendo
nosso trabalho. — Ela fez uma pausa. — Há alguma lingerie envolvida...
— Qual fotógrafo? — Perguntei.
— Marco Carvaletti. Você o conheceu antes.
— Ah, lembro-me do suave Italiano Senhor Carvaletti que gosta de
beijar você, muito bem minha querida.
— Você pode parar de ser um idiota agora, Ethan. — Ela me disse isso
em termos inequívocos. — Este é o meu trabalho, assim como você tem o
seu.
Olhei para ela no assento e quis dizer que não poderia ir pra lá e tirar a
roupa. Eu queria nos fundos da sala e assistir tudo que Carvaletti faria, cada
movimento, cada sugestão que dirigiria a ela. Queria estar lá no caso dele
tentar tocá-la ou olhar muito de perto. Queria virar o carro e levá-la para casa.
Queria fodê-la contra a parede no momento que entrássemos. Queria ouvi-la
ofegar meu nome enquanto estivesse gozando. Queria que me sentisse dentro
dela... para saber que era eu ali e ninguém mais. Eu queria demais.
E não poderia ter qualquer dessas coisas. Nada.
Tinha que dar um beijo de despedida e voltar para meu trabalho. Tinha
que dizer a ela para enviar uma mensagem de texto a Neil quando fosse a
hora de pegá-la porque eu tinha uma reunião à tarde e não poderia buscá-la.
Tinha que observá-la se afastando e esperar até que a porta se fechasse atrás
dela e estivesse dentro do prédio. Tinha que ir embora e deixar minha garota
dentro daquele prédio.
Eu tinha que fazer tudo.
E odiava cada maldito segundo disso.
♥♥♥♥♥
Eu não estava muito com o humor melhor na hora que pude sair do
escritório. Liguei para Brynne e caiu no correio de voz. Deixei uma
mensagem e disse a ela que levaria o jantar, pois sabia o quão cansada ela fica
depois de uma sessão de fotos. Não pense sobre a porra da sessão de fotos.
Não estava preocupado por ela não ter atendido, pois sabia que ela
estava em casa. Neil sempre registra comigo quando a deixa. Estava
esperando que pudéssemos ficar na minha casa hoje à noite, mas Brynne não
estava indo para lá. Perguntei e ela recusou. Ela disse que precisava de sua
própria cama hoje à noite, além dela ficar na minha casa amanhã para o jantar
de família que havíamos planejado. Tentei fazê-la ficar comigo todas as
noites, mas ela ainda era evasiva sobre abandonar sua independência. Brynne
ficava irritada comigo se eu interferisse demais ou tentasse influenciar suas
escolhas.
Esqueça a modelagem nua. Você está pensando sobre isso de novo, idiota.
Porra, relacionamentos são um monte de merda de trabalho... como
durante todo o maldito tempo.
Então, sendo o brilhante sodomita que eu era, poderia pesar minhas
opções... minha casa sem Brynne contra o pacote de ofertas de Brynne e seu
pequeno apartamento com menos privacidade, se Gabrielle estivesse ao
redor.
Decisão fácil. Brynne vencia toda vez.
Inferno, ainda estava fantasiando sobre outra transa contra a parede e
perguntava-me se poderia surpreendê-la com uma se a barra estivesse limpa
quando chegasse lá.
Onde pegar comida? Nós gostamos muito de coisas diferentes. Eu teria
trazido lasanha do Bellissima, mas imediatamente lembrei-me de Carvaletti ser
italiano e joguei essa ideia direto para o inferno. Aquele desgraçado a viu nua hoje.
Brynne amava comida mexicana, mas era muito melhor quando ela
fazia as coisas a partir do zero do que qualquer restaurante da cidade. Eu
realmente amava as influências sul-americanas no que ela gostava de fazer.
Decidi por indiana e fiz um pedido para frango na manteiga, cordeiro com
curry e salada veggie. Estava saindo do restaurante com a comida quando
enviei um texto rápido:
Quase lá, baby. Consegui para nós frango indiano e cordeiro.
Ethan, você pode recebê-la? Estou até meus cotovelos aqui. — Brynne
gesticulou da cozinha para sua frenética preparação de última hora para o
jantar.
— Deixa comigo. — Joguei-lhe um beijo no ar e disse: — Hora do
show, sim?
Ela assentiu com a cabeça, parecendo linda como sempre em sua longa
saia preta e top roxo. A cor era adorável nela e já que eu sabia que era sua
favorita, eu tinha que acreditar na minha sorte quando na primeira vez enviei-
lhe as flores roxas.
Totalmente comprometidos, baby.
Abri a porta para uma encantadora mulher e não tive outras
expectativas além de que fosse a tia-avó de Brynne. Irmã de sua avó, por
parte da mãe. Mas a pessoa sorrindo da soleira da minha porta estava tão
longe de uma avó quanto você poderia conseguir. Com sua pele sem rugas e
cabelo vermelho escuro, ela parecia jovem e elegante e bastante... quente para
uma mulher que não poderia estar acima dos 55.
— Você deve ser o Ethan de quem eu estou ouvindo tanto. — Ela
disse em uma língua nativa.
— E você deve ser a tia de Brynne, Marie? Hesitei no caso de estar
errado, mas realmente, as mulheres de sua família são deslumbrantes.
Imaginei novamente o que tipo de beleza que a mãe de Brynne deve ser.
Ela ri encantadoramente. — Você parece um pouco inseguro.
Eu a fiz entrar e fechei a porta. — Nem um pouco. Estava esperando a
tia-avó dela, veja você, não sua irmã mais velha. Ela tem as mãos cheias na
cozinha e enviou-me para cumprimentá-la. — Estendi minha mão. — Ethan
Blackstone. É um grande prazer, tia Marie. Ouço Brynne cantar seus elogios
o tempo todo e estava louco para conhecê-la.
Oh, por favor, me chame de Marie. — Disse ela, pegando minha mão.
— Que encantador é você, Ethan. Irmã dela, hmmmm?
Eu ri e encolhi os ombros. — Muito lisonjeiro? Não penso assim, e
bem-vinda, Marie. Aprecio que tenha tido tempo para juntar-se a nós esta
noite.
— Obrigada pelo convite para sua adorável casa. Não consigo ver
minha sobrinha frequentemente o suficiente, então, isso é bônus. E seu
comentário foi adorável, mesmo que muito lisonjeiro. Você tem o meu voto,
Ethan. — Ela piscou para mim e acho que apaixonei-me por ela ali mesmo.
Brynne saiu da cozinha e abraçou sua tia. Peguei um sorriso muito feliz
de Brynne sobre o ombro de Marie. Ficou claro que quaisquer que fossem os
problemas que tivesse com sua mãe, ela não os tinha com Marie isso me fez
muito feliz. Todo mundo precisa de alguém que lhe dê amor incondicional.
Elas foram para a cozinha e fui pegar bebidas antes que a campainha
tocasse de novo. Sorri para mim mesmo sobre o que papai pensaria de Marie
quando desse uma olhada nela. Sabia que ela era uma viúva sem filhos, mas
com a sua beleza, tinha que haver uma longa fila de homens clamando por
seu tempo. Eu não podia esperar para saber da estória com Brynne.
Clarkson e Gabrielle chegaram em seguida e uma vez que eles já
estavam bem com Marie, tudo que eu tinha a fazer era servir as bebidas e
passá-las ao redor. Clarkson e eu tivemos um tipo de trégua fácil, nas mesmas
linhas que minha relação com Gabrielle. Nós todos nos preocupávamos com
Brynne e queríamos que ela fosse feliz. Não ficava empolgado com ele
tirando suas fotos, mas nós poderíamos ser amigos, já que ele era gay. Sério,
sei que é assunto meu, mas e se ele fosse hetero e tirasse fotos de Brynne
nua? Ele não estaria na minha casa agora.
Uma vez que Neil e Elaina apareceram, me senti um pouco mais à
vontade em minha própria casa.
Clarkson foi ajudar Brynne e Marie na cozinha, enquanto Gabrielle e
Elaina pareciam se dar bem falando sobre livros... algo na moda sobre um
bilionário muito jovem e sua obsessão por uma mulher ainda mais jovem... e
sexo. Montes de cenas eróticas de sexo no livro, aparentemente em cada
página.
Neil e eu olhamos com simpatia um para outro e não tínhamos
absolutamente nada a acrescentar à conversa. Quero dizer, quem lê essa
porcaria? Quem tem tempo? Até mesmo, por que ler sobre sexo em um livro
quando você pode fazê-lo ao invés? Não entendo isso. E bilionário em seus
vinte? Mentalmente balancei a cabeça e fingi me importar. Sou um bastardo.
Olhei para meu relógio e como se tivesse sido um chamamento, a
campainha tocou. Meu pai, finalmente. Dei um pulo para fora do meu
assento para abrir a porta. Pobre Neil, parecia desejava poder vir comigo.
— Papai. Eu estava ficando preocupado. Entre e venha conhecer
minha garota.
— Filho. — Ele bateu nas minhas costas em nossa saudação padrão e
sorriu. — Você parece mais feliz do que da última vez que eu pus meus olhos
em você. Hannah me contou que irá até Somerset visitá-la. Levando Brynne
junto.
— Sim. Quero que todos se conheçam. Falando em conhecer, vamos,
papai, ela está aqui. — Levei-o até a cozinha e fui recebido pelo brilho mais
radiante no rosto de Brynne enquanto ela dava uma olhada no meu pai. Isso
faz o meu coração saltar. Isso era uma coisa importante. Conhecer a família e
ter impressões. Querer que eles se dessem bem, de repente era muito
importante para mim.
— Agora, esta deve ser a adorável Brynne e sua... irmã mais velha? —
Meu pai disse para Brynne e Marie.
— Ei! Você roubou a minha fala, papai!
— Ele está certo. — Marie disse. — Seu filho falou o mesmo quando
cheguei.
— Tal pai, tal filho. — Disse papai, sorrindo alegremente entre
Brynne, Marie e Clarkson.
— Meu pai, Jonathan Blackstone. — Sai do meu estupor para fazer as
apresentações e esfreguei lentamente as costas de Brynne para cima e pra
baixo. Eu me perguntava como ela estava tomando tudo isso. Chegamos tão
longe, tão rápido. Isso era mais do que apenas um pouco louco. Mas, como
eu disse antes, não havia como mudar nosso caminho agora. Estávamos
correndo montanha abaixo e não havia parada para nada. Ela se inclinou
contra mim e eu dei-lhe um pequeno aperto.
Meu pai pegou a mão de Brynne e beijou-a, assim como ele tinha
saudado as mulheres por toda a minha vida. Ele disse a ela quão era adorável
era finalmente conhecer a mulher que havia me capturado e como ela era
bonita. Ela corou e apresentou Marie e Clarkson. Porra, se o velho
paquerador não beijou a mão de Marie também! Balancei a cabeça, sabendo
que ele ia fazer a ronda em cada mulher aqui esta noite. Se elas tivessem uma
mão, ele teria lábios sobre ela. Ah e sim, ele pensou que Marie era quente.
Coisa fácil de detectar e eu tinha certeza.
— Não vou beijar sua mão, entretanto. — Meu pai disse a Clarkson
quando apertaram as mãos.
— Se você realmente quiser, você pode. — Clarkson ofereceu, no
último quebra-gelo.
— Obrigado por isso, companheiro. Acho que você o atordoou e
deixou-o sem palavras. — Disse a Clarkson.
Brynne olhou para mim e depois para papai. — Agora sei onde Ethan
aprendeu a fazer aquela coisa de beijar a mão que tanto amo, Sr. Blackstone.
Posso ver que ele foi treinado por um mestre. — Ela disse a ele com um
sorriso bonito. Um sorriso com o poder de acender uma sala.
— Por favor, me chame de Jonathan e fique comigo um pouco mais,
minha cara, enquanto tomo um pouco mais de liberdade. — Meu pai se
inclinou e beijou-a na bochecha! Ela ficou mais corada e um pouco tímida,
mas ainda assim parecia feliz. Continuei acariciando suas costas e realmente
esperava que tudo isso não fosse... demais.
— Calma aí, velho. — Eu disse balançando a cabeça. — Minha garota.
Minha. — Puxei-a ainda mais perto de mim até que ela chiou.
— Eu acho que eles sabem isso, Ethan. — Ela disse, pressionando a
mão no meu peito.
— Tudo bem, desde que ninguém se esqueça.
— Meio impossível que isso aconteça, baby.
Ela me chamou de baby! Está tudo bem agora, pensei, feliz por eu poder
rir de mim mesmo, quanto todos nós estávamos pra baixo devido ao
propósito da nossa reunião de hoje à noite.
♥♥♥♥♥
— Frango Marsala... mmmm. Brynne querida, o que é isso aqui? —
Papai perguntou entre mordidas. — É realmente maravilhoso.
— Usei um vinho de chocolate para refogar o frango.
— Interessante. Adoro o que faz com o gosto. — Papai piscou para
Brynne. — Então você é uma gourmet?
— Obrigada, mas não uma gourmet realmente. Aprecio isso e aprendi
a cozinhar para meu pai, quando meus pais se separaram. Tenho esses
maravilhosos livros de receitas da Rhonda Plumhoff no meu e-Reader. Ela
conecta suas receitas a livros populares. Ela é famosa de onde eu venho.
Simplesmente amo suas receitas.
Ele inclinou a cabeça para mim. — Filho inteligente o que eu criei.
— Não sou um idiota, papai, e ela pode cozinhar, mas eu não tinha
ideia sobre isso no começo. Sua primeira refeição comigo foi uma barra
energética, então imagine minha surpresa quando ela começou arremessando
panelas e agitando facas afiadas na minha cozinha. Só fiquei pra trás e saí fora
do caminho!
— Mais uma vez, você sempre foi um rapaz rápido. — Papai disse
com uma piscadela.
Todos riram e pareciam muito à vontade uns com os outros, o que me
ajudou, mas ainda estava nervoso sobre o que precisava contar a eles. Não
quanto à parte da segurança, que eu sabia como fazer e muito bem também;
era compartilhar a informação com Brynne presente que me confundia. Não
queria defini-la como um trabalho de segurança quando ela era muito mais
pra mim. Também não queria que ela ficasse toda enroscada no drama da
situação e ficasse chateada e, por sua vez, que perturbasse nosso
relacionamento novamente. Eu era protetor de nós dois. Eu era protetor
dela. Sim, eu era, sem desculpas para o fato, nem meus sentimentos
mudariam nesse sentido. Não podia suportar machucá-la mais com essa
confusão sórdida e não deixaria ninguém fazê-lo também.
Então, fizemos um acordo. Eu informaria Clarkson e Gabrielle juntos
em meu escritório, enquanto Brynne desempenhava a anfitriã com os outros,
e depois alternaria com Marie e meu pai. Dessa maneira, Brynne não teria que
estar lá sentindo-se desconfortável assistindo o PowerPoint que eu tinha feito
com linhas do tempo e fotos para que todos soubessem rostos e nomes. Era
importante que as pessoas mais próximas de Brynne conhecessem todos os
detalhes de quem, o que, onde e possíveis motivações do que poderia vir.
Você não poderia ter quaisquer motivações políticas maiores que uma eleição
presidencial nos EUA. E o lado querendo explorar Brynne trabalharia tão
duro quanto o lado que queria que sua existência ficasse desconhecida. Eu
não sabia de outra forma de protegê-la e tirar as informações das pessoas que
importavam. Elaina e Neil já estavam a par e Brynne disse que estava
confortável com eles e meu pai sabendo. Os outros já conheciam sua história,
claro.
Tivemos uma sessão agendada com a Dra. Roswell para examinar
algumas coisas como um casal. Concordei com isso quando ela me pediu.
Brynne ainda tinha essa ideia na cabeça de que eu não podia realmente amá-la
o suficiente para esquecer onde ela tinha estado com aqueles caras no vídeo.
Como se aquele tempo a tivesse carimbado e marcado para sempre como
uma prostituta de 17 anos. Ficava muito triste por ela se culpar. Isso era
definitivamente um problema para ela, não para mim, mas fazê-la acreditar
que eu não a amava menos por causa daquilo que ela tinha suportado, era o
obstáculo real. Tínhamos nossas coisas para lidar e não tínhamos nem sequer
arranhado a superfície dos meus demônios. E por mais de uma vez, eu me
perguntava se precisava falar com alguém sobre meus pedaços. O
pensamento de outro pesadelo me assustava como o inferno. Mais ainda se
Brynne me visse daquele jeito de novo.
Eu a observei atentamente por toda a noite. Por fora, ela parecia linda e
encantadora, mas por dentro eu imaginava que estava lutando enquanto a
noite avançava. No minuto em que terminei com papai e Marie fui direto
para encontrá-la na cozinha, onde ela estava deixando o café e a sobremesa
prontos para nossos convidados. Ela manteve a cabeça baixa, embora
soubesse que eu estava lá. Enrolei meus braços ao seu redor, por trás, e
encostei meu queixo no topo de sua cabeça. Ela estava suave contra mim e
seu cabelo tinha cheiro de flores.
— O que temos aqui, minha querida?
— Brownies com sorvete de baunilha. A melhor sobremesa no planeta.
— Sua voz era plana.
— Parece decadente. Quase tão delicioso quanto você hoje à noite.
Ela fez um som e então ficou em silêncio. Eu a vi enxugando seus
olhos e então eu soube. Virei-a e tomei seu rosto em minhas mãos. Odiava
quando ela chorava. Nem tanto as lágrimas, mas a tristeza por trás delas. —
Seu pai... — Ela não podia terminar, mas tinha dito o suficiente. Puxei-a
contra meu peito e arrastei-a ainda mais para a cozinha para que as pessoas
não pudessem nos ver e apenas segurei-a por uns minutos.
— Você está preocupada com o que ele pensa?
Ela assentiu com a cabeça contra mim.
— Ele adora você, assim como todos os outros. Meu pai não é um
sujeito crítico. Não é o seu jeito. Ele apenas fica feliz em me ver feliz. E ele
sabe que o que me faz feliz é você. — Coloquei minhas mãos em cada lado
de seu rosto novamente. — Você me faz feliz, baby.
Ela olhou para mim através dos olhos tristes e bonitos que brilharam e
se iluminaram quando ela compreendeu minhas palavras. — Eu te amo. —
Ela sussurrou.
— Vê? — Apontei meu peito com um dedo. — Cara muito feliz.
Ela me beijou nos lábios e fez meu coração baquear forte.
— Sobremesa... — Ela disse, apontando para o balcão. — O sorvete
vai derreter.
Foi uma coisa boa ela ter se lembrado, porque eu com certeza não teria.
— Deixe-me ajudá-la com isso. — Eu disse. — O quanto mais cedo atendê-
los, mais cedo eles podem ir para casa, não? — Comecei a pegar pratos de
sobremesa e levá-los para as pessoas. Se nada mais, sou um homem de ação.
♥♥♥♥♥
Acordei com um monte de barulho e movimento agitado ao meu lado.
Brynne estava tendo um sonho. Não um pesadelo, mas um sonho. Pelo
menos parecia com isso para mim. Ela estava se contorcendo por todo lugar,
abrindo e fechando suas pernas. Agarrando na sua camiseta e arqueando seu
corpo. Ela devia estar tendo um sonho bom pra caralho. E era melhor ser
comigo que ela estava fodendo no seu sonho!
— Baby. — Coloquei a mão no seu ombro e sacudi um pouco. —
Você está sonhando... não se assuste. Sou apenas eu.
— Seus olhos se abriram e ela se sentou imediatamente, olhando ao
redor do quarto até que seu olhar se fixou em mim. Deus, ela estava
loucamente linda com seu cabelo todo para baixo em seus ombros e com seu
peito arfando. — Ethan? — Ela estendeu a mão.
— Estou bem aqui, baby. — Peguei sua mão entre as minhas. — Você
estava sonhando?
— É... foi estranho. — Ela deixou a cama e foi para o banheiro. Ouvi
a água correndo e um copo sendo colocado no balcão. Esperei na cama por
ela voltar, o que ela fez depois de uns minutos.
Cara. Ela. Voltou.
Ela rebolou pra fora completamente nua com um olhar que eu já tinha
visto antes. Um olhar que dizia "Eu quero sexo e quero AGORA".
— Brynne? O que está acontecendo?
— Eu acho que você sabe. — Ela disse com uma voz sensual
enquanto subia em mim e olhava para baixo, seu cabelo caindo para frente
como uma deusa do prazer com a intenção de me assolar.
Ah, foda, sim!
Minhas mãos subiram para seus seios sem pensar. Deus! Coloquei toda
a carne macia em minhas mãos e atrai em direção a minha boca. Ela arqueou
e começou a moer sobre meu pau que agora estava tão desperto como meu
cérebro. Esqueci-me sobre ela estar menstruada, pois ela com certeza não
estava agindo como se ela estivesse assim.
Coloquei minha boca sobre seu mamilo e chupei profundamente. Eu
amava o gosto de sua pele e poderia brincar por muito tempo antes que
estivesse pronto para desistir de seus lindos peitos. Peguei o outro mamilo e
mordi um pouco, querendo levá-la para aquela borda onde um pouco de dor
fazia o prazer tão melhor. Ela gritou e empurrou com mais força contra a
minha boca.
Senti sua mão deslizar na boxer que eu usava para dormir e enrolar-se
ao redor do meu pau.
— Eu quero isso, Ethan.
Ela pulou fora dos meus quadris e seu mamilo saiu da minha boca com
um som de pop. Não tive tempo para protestar contra a perda antes que ela
começasse a trabalhar na remoção daquele short irritante e colocasse seus
lábios para baixo em da cabeça do meu pau. — Ahhh, Deus! — Joguei minha
cabeça para trás e deixei-a trabalhar em mim. Isso era bom pra caralho, tanto
que minhas bolas doíam. Ela era muito boa nisso. Peguei um punhado do seu
cabelo e segurei sua cabeça enquanto ela me chupava à beira do orgasmo. Eu
queria tanto poder gozar dentro dela em vez de na sua boca. Eu preferia estar
profundamente dentro nela quando gozasse, com os meus olhos focados nos
dela.
Bem, minha garota tinha mais surpresas guardadas para mim, porque
ela disse: — Quero você dentro de mim quando gozar.
Como no inferno que ela acabou de fazer isso?
— Está tudo bem? — Consegui suspirar enquanto ela se movia para
alavancar-se.
— Umm hmm. — Ela gemeu, empurrando-se de joelhos para
escarranchar em mim e engolir meu pau até minhas bolas.
Não sei como ele não a machucava. Talvez machucasse, mas não era eu
a fazê-lo, era ela tomando o que mais que obviamente queria. Se você insiste!
— Ohhhh, caraaaaaaaalho! — Gritei, agarrando seus quadris e
ajudando-a.
Brynne ficou selvagem, montando-me com força, esfregando seu sexo
onde fazia a ela o seu maior bem. O ritmo forte das marteladas explodiu
entre nós e eu sabia que seria enorme o que estava vindo. Senti começar a
apertar, mas precisava desesperadamente trazê-la comigo. Não havia
nenhuma maneira que eu gozasse sem ela pelo menos se juntar à diversão. Eu
não funcionava assim.
Senti seu núcleo interior me apertando com força e quente enquanto ela
trabalhava para cima e para baixo. Serpenteei uma mão entre suas pernas para
alcançar onde nossos corpos se uniam e encontrei seu clitóris todo molhado e
escorregadio. Eu preferia que fosse minha língua, mas fiz com meus dedos e
comecei a acariciar.
— Estou gozando... — Ela ofegou.
Ela disse isso assim como antes, tão suave e delicada. Aquelas duas
palavras! Deixou-me enlouquecido ouvir isso dela novamente. Deixou-me
assim porque era eu fazendo-a voar além e ela desistiu de tudo por mim no
instante em que isso aconteceu.
Suas palavras suaves também fizeram-me desmoronar sobre a borda.
— Sim você está, baby. Goze. Agora. Vem toda em mim!
Observei-a gozar e seguir meu comando como um especialista. Ela
apertou e gritou e agarrou e estremeceu.
— Ohhhhhh, Ethaaaaan! Sim. Sim. Sim!
Gozando ao meu comando. Essa era a minha garota, que gozava
quando eu dizia a ela. Eu era um bastardo de muita, muita sorte.
Eu amo cada parte de observá-la. De sentir seu prazer. E quando me
senti começando a explodir, bati forte contra nela uma última vez, enfiando
nela tanto quanto eu poderia e deixando ir.
A inundação quente de esperma jorrava para fora e dentro das
profundezas dela. Senti cada surto de rajadas afiadas e cavalguei a onda de
prazer na porra de um transe, mal consciente de onde minhas mãos estavam
agarrando ou do que meu corpo estava fazendo. Tive que olhar para seus
belos olhos, entretanto.
Algum tempo depois... não tinha ideia de quanto, ela se mexeu no meu
peito e ergueu a cabeça. Seus olhos brilhavam no escuro e ela sorriu para
mim.
— O que foi isso?
— O meio realmente impressionante de uma noite de transa? — Ela
brincou.
Eu ri. — O meio fodidamente incrível de uma noite de transa.
Beijei seus lábios e segurei sua cabeça até que eu estivesse pronto para
deixá-la ir. Sou possessivo dessa forma depois que fazemos sexo. Não gosto
de sair imediatamente e já que ela estava em cima de mim, não tinha que me
preocupar em esmagá-la e poderia ficar um pouco mais.
Empurrei profundamente de novo e a fiz gemer um som luxurioso
contra meus lábios.
— Você quer mais? — Ela perguntou com uma voz misturada com
satisfação e surpresa.
— Só se você quiser. — Eu disse. — Nunca vou te rejeitar e eu gosto
quando você salta em mim, mas pensei que você estivesse menstruada...
— Não. Não é assim para mim por causa dos comprimidos que tomo.
É quase nada, um dia talvez, se tanto... às vezes eu nem mesmo fico... — Ela
começou a beijar meu peito roçando um mamilo com os dentes.
Cristo, isso é tão bom. Suas atenções me sacodem de volta com um
desejo saudável pela segunda rodada.
— Acho que você vai me matar, mulher... de uma maneira muito boa.
— Consigo dizer, mas foi a última coisa que algum de nós falou por um
tempo. Minha Medusa tinha acabado de se transformar em Afrodite
adorando no altar de Eros. Minha sorte aparentemente não conhecia limites.
♥♥♥♥♥
— Os jornais norte-americanos! — Frances disse, colocando a pilha na
minha mesa. — Há um artigo interessante no Los Angeles Times sobre os
membros do Congresso com filhos em serviço militar ativo. Adivinha quem
entrevistaram?
— Ele deve ser um dos poucos. Oakley extrairá disso o máximo que
puder. Obrigado por estes. — Toquei na pilha de papéis. — E a outra coisa?
Frances parecia muito satisfeita consigo mesma. — Vou pegar quando
sair para almoçar. O Sr. Morris disse que está lindamente restaurado depois
de tantos anos no cofre.
— Obrigado por ver isso para mim. — Frances era uma joia de uma
assistente. Ela dirigia meu escritório como um navio firme. Eu podia
organizar a segurança, mas esta mulher mantinha meus negócios organizados
e eu não subestimava seu valor nem por um instante.
— Ela vai adorar. — Frances hesitou na porta. — E você ainda quer
que eu limpe sua agenda para segunda-feira?
— Sim, por favor. A coisa Mallertone será esta noite e então sairemos de
manhã para Somerset. Voltaremos dirigindo na segunda-feira à noite.
— Vou ver isso. Não deve haver problema.
Peguei o Los Angeles Times enquanto Frances saia e procurei o artigo do
senador. Queria ficar doente. A serpente escorregadia deixou de mencionar
como seu precioso filho tinha sido escalado recentemente, mas isso não foi
surpresa. Gostaria de saber o que o filho realmente pensava do pai. Eu só
podia imaginar a disfunção naquela família e isso não era nada agradável.
Coloquei o jornal de volta na pilha e quando fiz isso o movimento fez
algo aparecer por baixo. Um envelope. A coisa tinha sido colocada entre a
pilha de jornais. Isso, por si, já era estranho, mas as palavras no envelope...
PARA SUA CONSIDERAÇÃO... e tinha meu nome por baixo, isso fez meu
coração disparar.
— Frances, quem lhe entregou os jornais dos EUA esta manhã? —
Berrei ao interfone.
— Muriel os têm prontos toda manhã. Ela os arruma de lado como
vem fazendo todo o mês passado. Eles estavam lá esperando por mim. —
Ela hesitou. — Está tudo certo?
— Sim. Obrigado.
Meu coração ainda estava batendo forte enquanto eu encarava o
envelope na minha mesa. Eu queria olhar? Peguei a aba do envelope e
desenrolei a corda vermelha. Coloquei minha mão dentro e tirei as fotos.
Fotografias em preto e branco 8x10 de Ivan e Brynne conversando no
Gladstone. Ele a beijando nas bochechas enquanto eu a esperava dentro do
carro. Ivan se inclinando para falar comigo e acenando. Ivan na rua depois
que se afastou. Ivan esperando na rua pela chegada do seu próprio carro.
Aquele fotógrafo que vi do lado de fora do restaurante estava lá
especificamente para Ivan? Ele recebeu ameaças de morte antes... e agora
tínhamos fotos dele e Brynne e eu juntos? Não era uma conexão boa para ela.
Ivan tinha sua própria tempestade de merda de problemas e eu estava certo
como o inferno de que não precisava da complicação adicional de quem quer
que estivesse assediando Ivan arrastasse minha Brynne nessa confusão toda.
Porra!
Virei as imagens uma a uma. Nada. Até a última.
Nunca tente assassinar um homem que está cometendo suicídio.
Eu já tinha visto esse tipo de coisa na minha carreira. Isso tinha de ser
levado a sério, claro, mas na maioria das vezes era algum grupo extremista
que tinha alguma queixa contra alguém notável que percebiam tê-los
ofendido pessoalmente com intenção cruel. Figuras do esporte sofriam
especialmente este tipo de porcaria. Ivan tinha ofendido uma tonelada de
pessoas em seu tempo e tinha as medalhas de ouro para provar isso. O ex-
arqueiro Olímpico, agora aposentado do esporte, ainda era o menino de ouro
da Grã-Bretanha elogiado e perseguido pela mídia. O fato dele ser minha
família de sangue teria lhe valido a proteção independentemente, mas ele
certamente me mantinha ocupado.
Estas fotos foram tiradas há duas semanas. Aquele fotógrafo estava lá
especificamente para Ivan ou apenas vendeu as fotos que havia tirado de Ivan
Everley, arqueiro Olímpico, porque tinha tido sorte em obtê-las e poderia
conseguir algumas libras pela venda? Paparazzi passam o tempo em lugares
que têm, por hábito, um monte de celebridades trafegando, por isso era difícil
dizer se as fotos tinham sido premeditadas ou mero acaso.
E se você fosse um lunático com a intenção de matar alguém famoso,
por que diabos se preocuparia em informar sua equipe de segurança privada
que estava planejando fazê-lo? Não fazia o menor sentido. Por que enviá-las
para mim? Quem quer que tenha conseguido as fotos obviamente queria que
eu as visse. Eles tinham tido o trabalho de plantá-las em uma pilha de jornais
que eu regularmente pedia do jornaleiro.
Muriel.
Faço uma nota mental para falar com Muriel quando sair. Sairia cedo de
qualquer maneira por causa da coisa no Mallerton hoje à noite, então, eu
deveria ser capaz de pegá-la antes que ela encerrasse as vendas da noite.
Abri a gaveta da mesa e tirei cigarros e meu isqueiro. Vi o antigo celular
de Brynne e puxei-o para fora também. Não havia muita coisa nele pelas
últimas duas semanas já que todos os seus contatos estavam em seu novo
número agora. O cara do Washington Review nunca ligou de volta,
provavelmente ele a imaginou uma vagabunda, o que funcionava
perfeitamente a favor de Brynne. Eu o coloquei para carregar, então, estaria
pronto para ir comigo esta noite e para o fim de semana.
Acendi meu primeiro Djarum do dia. A inalação foi perfeita. Sinto como
se estivesse me saindo muito bem com a diminuição. Brynne ajudou a me
motivar, mas quando as coisas estão duras conosco, tinha que fumar. Talvez
eu devesse tentar a coisa do adesivo de nicotina.
Resolvi aproveitar meu único cigarro e pensei sobre a próxima semana.
Nossa primeira viagem juntos. Consegui arranjar três dias para que pudesse
levar minha garota para a costa de Somerset para ficar na casa de campo da
minha irmã. O local também funcionava como uma pousada de alta
qualidade e eu estava bem ciente do fato de que nunca perguntei a minha
irmã se poderia levar um convidado comigo em qualquer outra ocasião que já
tinha ido lá.
Brynne era diferente por muitos motivos e se eu ainda não estava
pronto para confessar esses sentimentos publicamente, eu os reconhecia pelo
que eram. Eu queria falar com ela sobre a direção que estávamos seguindo e
perguntar o que ela queria. A única razão pela qual não tinha feito isso ainda,
era porque sua potencial resposta me deixava nervoso pra caralho. E se ela
não quisesse o que eu queria? E se eu fosse apenas seu primeiro
relacionamento real que ela pudesse fazer sondagem? E se ela conhecesse
outra pessoa no futuro?
Minha lista poderia continuar e continuar. Eu só tinha que ficar me
lembrando que Brynne era uma pessoa muito honesta e quando ela me disse
como se sentia sobre mim, então era a verdade. Minha garota não era
mentirosa. Ela disse a você que te ama.
O plano era sair de manhã cedo após a noite de gala para evitar o
tráfego e eu não podia esperar para chegar com Brynne lá. Queria um tempo
romântico longe com minha garota e também precisava sair da cidade para o
ar fresco do interior. Eu amo Londres, mas mesmo assim, o desejo de ter um
tempo afastado da aglomeração urbana, a fim de manter a minha sanidade
mental, aparecia regularmente.
Uma ligação apareceu então, tirando-me do meu momento devaneio e
trazendo-me de volta para a muito exigente e muito urgente situação atual das
minhas responsabilidades de trabalho. O dia voou e antes que eu soubesse,
era hora de entrar em movimento.
Liguei para Brynne quando estava saindo do escritório para dizer a ela
que estava a caminho e esperava obter um rápido resumo de tudo o que
precisava ser feito antes da coisa de hoje à noite e da nossa iminente viagem.
Mas obtive o correio de voz em seu lugar. Então, enviei-lhe uma curta
mensagem:
Estou a caminho de casa. Necessita de algo?
Ah, porra, não! Isto não estava aconteceu agora. Pressionei aceitar
contra meu melhor julgamento, mas fui obrigado a olhar. O profissional em
mim tinha que ver exatamente o que era. Reconheci a música no momento
em que começou a tocar. Closer de Nine Inch Nails. Aquela que foi utilizada no
vídeo sexo com Brynne. Deixei tocar porque tive que fazer isso, mas senti-me
mal durante a música inteira. E era apenas o vídeo da música oficial e não o
de Brynne.
Obrigado. Santa. Merda.
Imagens de um macaco numa cruz, uma cabeça de porco girando em
algo, Trent Reznor18 numa máscara de couro balançando de grilhões, usando
algum de fetiche ball-gag19 e um diagrama médico do sexo feminino...
Prendi a respiração no momento em que terminou e apenas olhei para a
tela. ArmyOps? Quem diabos estava enviando esta merda? Oakley? Minhas
informações sobre ele eram tão seguras quanto eu poderia obter. Lance
Oakley estava no Iraque e não iria a lugar algum tão cedo, a menos que fosse
num saco para corpos de volta para São Francisco, se eu tivesse essa sorte.
Poderia acontecer, eu ponderei.
A mensagem de texto chegou um momento depois:
Brynne, ajude-me; parti minhas entranhas. Brynne, ajude-me;
não tenho alma para vender. Brynne, ajude-me a fugir de mim
mesmo. Brynne, ajude-me a demolir minha razão. Brynne, ajude-me
a ser outra pessoa. Brynne, AJUDE-ME!
17
Aplicativo utilizado para reprodução de músicas por meio de streaming (fluxo contínuo) em computadores e
dispositivos móveis. Esse serviço, até o momento, encontra-se bloqueado no Brasil devido à legislação relativa a
direitos autorais e audiovisuais.
18
Músico americano fundador da banda Nine Inch Nails.
19
Tipo de mordaça com uma bola normalmente amarrada com correia de couro.
A resposta foi imediata:
Não você, Blackstone. Eu quero Brynne. Apague seu cigarro, volte
para dentro e dê a ela a minha mensagem.
Continua em
Eyes Wide Open,
Blackstone Affair #03…