Roteiro e Fotos da Experimentação Cênica

PRIMEIRA CENA

FOTOS: DANI CASCAES

Atuante, de costas para o público, começa a cantar Vendedor de Caranguejo.

Ao virar-se para o mesmo acelera o andamento da música, enquanto cata
caranguejo pra jogar no caçuá. Ao contar sua história em outro trecho da mesma
música, desacelera o andamento novamente.
 A próxima cena é a que foi inspirada na sugestão do professor Paulo
Santana de “trazer para o corpo” o caranguejo norteador de toda a
SEGUNDA dramaturgia. E foi surgindo das mãos do catador de caranguejo da cena
anterior e tomando conta de seu corpo e fazendo que se metamorfoseasse
CENA no crustáceo a exemplo do personagem de Franz Kafka. E nesse momento
a música assume papel decisivo na mensagem textual, ressonando “Posso
sair daqui/ Pra me organizar/ Posso sair daqui/ Pra desorganizar/ Da lama
ao caos/ Do caos à lama/ Um homem roubado nunca se engana. Numa
postura política de provocar o espectador a refletir sobre o que é o trabalho
e como são as relações de trabalho em uma sociedade como a nossa.

FOTOS: DANI CASCAES

CENAS 3 E 4 Na cena 3, o “caranguejo” da cena anterior, ao
ouvir a música Senhora da Berlinda retorna à
forma humana e acompanha de joelhos a
passagem da Santa. Já a cena 4 começa com a
personagem vendo seu amado em meio à multidão
que vai se dissipando e ouvindo a música O Meu
Amor, vai entrelaçando suas mãos às dele.

FOTOS: DANI CASCAES

 CENA 5

Ao perceber o movimento constante

das mãos, a personagem questiona:
Para que servem as mãos? E inicia a
recitar um trecho do
Monólogo das Mãos, indicando seu
primeiro contato com o fazer teatral.

FOTOS: DANI CASCAES

 CENA 6 - FINAL
Após ouvir o som do medidor cardíaco indicando o fim da vida e a música Naquela Mesa,
personagem relata a morte do pai e desenvolve uma ação que indica uma tentativa de suicídio,
mas logo é substituída pela continuidade da ação final da cena 5 e do texto: Monólogo das
Mãos que encerra o “espetáculo ficcional” para em seguida recomeçar a música do início do
espetáculo, aludindo aí ao desejo de ingressar no Teatro como trabalho profissional.

FOTOS: DANI CASCAES