Você está na página 1de 5

Nome: João Pedro Matos Química Bacharelado

Resenha do artigo “Avaliação do ciclo de vida no Brasil: uma


investigação nas principais bases científicas nacionais”

Este artigo foi publico em junho de 2013, e suas discussões são baseadas
nos dados recolhidos durante a produção do mesmo. Tendo em vista o aumento
de publicações em periódicos, revistas e artigos sobre o tema ACV nos dias de
hoje, há a necessidade uma nova análise com os dados atuais. Entretanto,
foquemos a resenha com a discussão apresentada.

A maneira com que nos relacionamos com o ambiente mudou. O modo


de operação das industrias tem um foco relativamente mais verde, em
comparação do que já vimos durante a história. Os vieses de produção começam
a entrar em discussão quando tratamos a questão de escassez de recursos
naturais, concluindo de diversas maneiras que necessitamos de uma nova
abordagem para a produção em massa. Os danos ambientais se tornam cada
vez mais preocupantes e quando temos uma rede industrial complexa,
reconfigurar essa estrutura também se torna algo complexo, e com isso, nasce
o conceito de Avaliação do Ciclo de Vida do produto.

Uma nova abordagem que permite a estimativa dos impactos ambientais


resultantes de todas as fases do ciclo de vida do produto, que também incluindo
impactos não considerados em análises mais tradicionais. Tendo como a sigla
ACV, esta nova visão de produção revela a imagem verdadeira de um processo
e quais os pontos que podem ser mudados.

A ACV é padronizada pela International Organization for Standardization


(ISO), que elaborou a ISO 14040 que dita os impactos e entradas de um produto
ao longo do seu ciclo de vida. A metodologia é separada em fases como a
definição de objetivo e escopo, análise de inventário, avaliação de impactos e
interpretação de resultados. Em 2002 foi fundada a Associação Brasileira de
Ciclo de Vida, ABCV, que começou a ganhar espaço nos eventos e sendo
abordado a temática diretamente e indiretamente nos trabalhos científicos. O
brasil é um país que obtém um vasto ramo industrial e agrícola, sendo possível
aplicar a ACV de diversas formas e potencializar o pensamento verde desses
pequenos e grandes produtores.

O objetivo do trabalho teve como foco investigar o progresso dos estudos


sobre avaliação do ciclo de vida desenvolvidos no Brasil a partir de uma pesquisa
nas principais bases de dados nacionais de acesso livre onde o tema ACV
pudesse ser divulgado. Foi-se considerado os de dados para pesquisa os
periódicos oficiais da Associação Brasileira de Engenharia de Produção,
ABEPRO. A base de dados SciELO Brasil e Revista Produção Online. A
pesquisa encontrou 80 artigos que mencionavam ACV, sendo 63 do ENEGEP,
12 da SciELO Brasil, 5 da Revista Produção Online. Os resultados da pesquisa
foram separados em três categorias para a análise, sendo eles: instituições de
pesquisa e base de dados; áreas de atuação; metodologia empregada na
aplicação da ACV. Para melhor entendimento, citarei apenas os dois primeiros.

Instituição de pesquisa e base de dados


Dentre os 80 artigos selecionados, foram identificadas 41 universidades e
instituições de pesquisa e 9 empresas que realizaram a pesquisa de ACV. Há
também, a participação de 107 instituições, sendo estas 96 universidades e 11
autores vinculados a empresas, ou instituições estrangeiras.

As universidades que possuíam maior número de publicações

1. USP, Universidade de São Paulo com 11 artigos;


2. UFSC, Universidade Federal de Santa Catarina com 7 artigos;
3. Unisinos, Universidade do Vale do Rio dos Sinos com 6 artigos;
4. UFRGS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e UFF,
Universidade Federal Fluminense, com 5 publicações;
5. pela UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, FURB,
Universidade Regional de Blumenau, Univali, Universidade do
Vale do Itajaí, e UFPB, Universidade Federal da Paraíba com 4
artigos cada uma;
6. UFSCar, Universidade Federal de São Carlos, a Unimep,
Universidade Metodista de Piracicaba, a Unicamp, Universidade
Estadual de Campinas, E a UFMG, Universidade Federal de Minas
Gerais com 3 artigos cada.

Podemos constatar que há um maior número de publicações na região


Sudeste e Sul, devido ao número total das participações das universidades.

A região Sudeste apresenta a maior quantidade de produção cientifica


com essa temática, com frequência de 46 participações de suas universidades
no total de 96. Esse dado está relacionado com os programas de pós-graduação
da USP, UFRJ, UFF e Unimep. Seguido pela região Sul, com 40, destacam-se
na região Sul os trabalhos da UFSC, representada pelo Grupo de Pesquisas em
Avaliação do Ciclo de Vida da UFSC. A região Norte, que responde por 2% das
publicações Universidade Federal do Pará (UFPA), com 100% das participações
de sua região, equivalente à participação em dois trabalhos diferentes. No
Nordeste, que responde por 8% das publicações, destaca-se a UFPB com 50%,
equivalente a 4 participações em trabalhos diferentes.

Constata-se que, em relação à divulgação de trabalhos, o ENEGEP é de


fato o principal evento de Engenharia de Produção do Brasil. Esse evento foi o
meio que mais divulgou trabalhos sobre ACV dentre todas as bases,
concentrando 63 dos 80 artigos selecionados pela pesquisa, seguido pela
SciELO Brasil, com 12 artigos e, por último, a Revista Produção Online, com 5
artigos
Áreas de atuação

Das 80 publicações encontradas, excluindo-se as 17 que aplicaram a


metodologia de ACV a um estudo de caso, as demais concentram seus temas na
utilização da ACV em sua área de atuação como ferramenta de gestão ambiental. E
outros mais específicos, como os relacionados ao conceito de emissão zero, produção
mais limpa, logística reversa, sustentabilidade ambiental das atividades e sistemas de
informação.

Portanto a ACV é uma abordagem com grande potencial de aplicação na


avaliação de impactos ambientais. Durante a análise das 80 pesquisas, o trabalho
concluiu que apenas 21% dos artigos aplicaram efetivamente a metodologia da ACV.
Além disso, podemos considerar também que as áreas de aplicação da metodologia
identificadas foram a agricultura, a agroindústria, a logística, usinas de cana-de-açúcar
e etanol, as indústrias de eletrodomésticos, materiais odontológicos, farmacêutica, têxtil,
de siderurgia, de refinaria de petróleo, de plástico, de cimento, de cerâmica e químicas.
A ACV possui seus prós e contras. Um exemplo, identificado seria etapa de avaliação
de impactos ambientais, a qual é muito complexa e abrangente e que, numa situação
real, envolve significativos estudos de equipes interdisciplinares e que representam
todos os interesses sociais envolvidos na questão.

Você também pode gostar