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Experimento mental junta teoria científica e questões mais amplas sobre como a vida
altera um planeta, para postular quatro estágios para descrever o passado e possível
futuro da Terra.
[Imagem: Michael Osadciw/Universidade de Rochester]
Gaia consciente
Está na hora de dar um upgrade na hipótese Gaia, indo um passo além e arguindo
consciência para um planeta repleto de vida.
Esta é a ideia apresentada agora por Adam Frank (Universidade de Rochester), David
Grinspoon e Sara Walker (Universidade do Estado do Arizona).
Mas o que o trio está propondo agora vai além: Se a atividade coletiva da vida -
conhecida como biosfera - pode mudar o mundo, será que a atividade coletiva da
cognição e a ação baseada nessa cognição também podem mudar um planeta? Uma vez
que a biosfera evoluiu, a Terra ganhou vida própria; se um planeta com vida tem vida
própria, ele também pode ter mente própria?
Cada camada dos sistemas planetários acoplados constitui sua própria rede de interações
químicas e físicas.
[Imagem: Adam Frank et al. - 10.1017/S147355042100029X]
Homem a serviço do planeta
Por exemplo, a maior parte do nosso uso de energia envolve o consumo de combustíveis
fósseis, que degradam os oceanos e a atmosfera da Terra. A tecnologia e a energia que
consumimos para sobreviver estão afetando o planeta, o que, por sua vez, pode ameaçar
nossa espécie.
Seria razoável então que, para sobreviver como espécie, precisamos trabalhar
coletivamente no melhor interesse do planeta. "Mas ainda não temos a capacidade de
responder comunitariamente pelos melhores interesses do planeta. Há inteligência na
Terra, mas não há inteligência planetária," disse Frank.
A esperança está no "ainda" expresso por Frank: Pode ser que estejamos em um
processo evolutivo, e apenas "ainda" não tenhamos chegado lá. E, agora que sabemos
que a evolução biológica não é aleatória como os cientistas pensavam, e dada a
capacidade do homem de tomar ações pensadas, talvez possamos acelerar isto.
Quatro domínios possíveis da inteligência planetária.
[Imagem: Adam Frank et al. - 10.1017/S147355042100029X]
Por sua própria natureza, um sistema complexo tem propriedades inteiramente novas,
que emergem quando peças individuais estão interagindo. É difícil discernir a
personalidade de um ser humano, por exemplo, examinando apenas os neurônios em seu
cérebro.
Isso significa que é difícil prever exatamente quais propriedades podem emergir quando
indivíduos formam uma inteligência planetária. No entanto, um sistema complexo,
como uma inteligência planetária, terá, segundo os pesquisadores, duas características
definidoras: Ela terá um comportamento emergente e precisará ser autossustentável.
"A biosfera descobriu como hospedar a vida por si mesma bilhões de anos atrás criando
sistemas para movimentar nitrogênio e transportar carbono," disse Frank. "Agora temos
que descobrir como ter o mesmo tipo de características de automanutenção com a
tecnosfera."
Bibliografia: