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Computador faz diagnóstico de câncer

melhor que patologistas


Redação do Diário da Saúde

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Pesquisadores desenvolveram um programa que avalia a malignidade de um


câncer estudando a composição das fitas de DNA nos núcleos celulares.
[Imagem: Yngve Vogt]

É grave ou não?

O número de prognósticos de câncer incorretos poderá ser reduzido pela metade


usando uma técnica de análise dos exames feita por computador.

Hoje, um número grande demais pacientes com câncer recebe tratamento


desnecessário, ou não recebe o tratamento adequado, porque "os patologistas
simplesmente não sabem o suficiente para avaliar corretamente" os prognósticos
da doença.

Esta é a declaração contundente de Havard Danielsen e Fritz Albregtsen, da


Universidade de Oslo, na Noruega.

Segundo eles, a certeza do prognóstico emitido pelos patologistas é de apenas 60%


- pouco mais preciso do que atirar uma moeda para cima, que dá uma média de
50% para cada lado.

Erros pela metade

Na tentativa de minimizar essa deficiência, os dois pesquisadores passaram 20 anos


desenvolvendo um método totalmente automatizado para analisar as imagens
laboratoriais e emitir um prognóstico com mais precisão.
A avaliação da técnica computadorizada indicou que o programa pode determinar
a gravidade de um prognóstico de câncer com 80% de certeza.

Embora esteja ainda distante dos desejáveis 100%, isto significa que o número de
erros poderá ser reduzido pela metade.

Segundo os dois pesquisadores, dentro de alguns anos o método poderá ser


utilizado em hospitais, inicialmente com pacientes com câncer de ovário, do
intestino ou da próstata.

Eles agora estão trabalhando para incluir dados de outros tipos de câncer.

Fraquezas da patologia

Os prognósticos do câncer - a avaliação da gravidade da doença e de como ela


tende a se comportar - são feitas hoje estudando amostras de biópsias em um
microscópio.

Foi esta análise que os dois médicos descobriram que pode ser feita com precisão
muito maior pelo computador do que aquela que é realizada hoje pelo técnicos.

"A patologia é uma parte cientificamente vulnerável da medicina. Quando os


patologistas examinam uma seção [de tecido] eles precisam comparar os resultados
com a sua própria memória. Os resultados podem variar de patologista para
patologista. E os resultados também podem variar para o mesmo patologista entre
segunda e sexta-feira," disse o Dr. Havard Danielsen.

"Embora os patologistas possam diagnosticar o câncer com 100 por cento de


certeza, a avaliação da gravidade do câncer, e quão longe ele já avançou, é muito
incerto. Não há respostas absolutas 'sim' ou 'não'. A resposta determina se o
paciente recebe o tratamento A ou B. Os patologistas discordam porque os
métodos não são bons o suficiente. Suas análises são baseadas em seu melhor
julgamento," complementa o pesquisador.

Os dois cientistas destacam que o método não irá substituir os patologistas, mas
será uma ferramenta que ajudá-los.

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