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Questão 3 - EXTRA

Marx diferencia o conceito de trabalho do conceito de força de trabalho.


Discuta os dois conceitos e indique qual a importância de tal distinção
para a construção de sua teoria acerca da natureza do excedente no
capitalismo?

Enquanto a força de trabalho representa a potência, o quanto pode ser empregado


para a transformação de alguma coisa em algo útil, o trabalho é a efetiva aplicação
dessa potência no processo produtivo, ou seja, na transformação.

No capítulo IV, Marx discute a transformação do dinheiro em capital. Essa


transformação se dá no objetivo do emprego do dinheiro, que é a valorização infinita
de si mesmo. Esse processo denominado pelo autor de D - M - D’, no qual o
capitalista “libera dinheiro só com a astuciosa intenção de apoderar-se dele
novamente” em quantidade maior, fica evidente a diferença entre o dinheiro aplicado
no começo e o montante final no circuito, D - D’. Essa diferença é bastante
importante para entender de onde vem a mais-valia, representada pela diferença
entre o valor da força de trabalho excedente empreendida na produção e o valor da
mercadoria vendida.

Diferentemente disso, o processo de circulação simples, M - D - M, que é apenas a


busca pela satisfação das necessidades, troca de valores de uso por dinheiro para
poderem trocar por outros valores de uso, não há excedente. Os trabalhadores
aplicam sua força de trabalho para poder comprar outros produtos, outros valores
de uso.

Dessa forma, a força de trabalho é aplicada por Marx nesse modelo de circulação
(D - M - D) de mercadorias como sendo uma daquelas a serem utilizadas para que o
capitalista amplie o seu capital. Esse excedente se dá exclusivamente pelo emprego
de trabalho vivo na produção. Desse modo, a natureza do excedente no capitalismo,
no meu entendimento, se dá através da força de trabalho, representando um fator
fundamental para a valorização do capital na circulação.

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