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3. Para haver valorização do capital comercial é necessário haver mudança na sua forma de valor?

E
quanto ao capital financeiro? Resposta:

De acordo com Karl Marx, a valorização do capital comercial ocorre através de mudanças na
forma de valor dos produtos. Marx argumentava que a mercadoria tem um valor de uso, que
é sua utilidade na satisfação de necessidades, e um valor de troca, que é determinado pelo
tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la. No capital comercial, a valorização
ocorre quando a mercadoria é vendida por um preço superior ao seu valor de produção,
permitindo que o capitalista obtenha lucro.

Já em relação ao capital financeiro, Marx argumentava que a valorização ocorre


principalmente através da extração de mais-valia dos trabalhadores na produção de
mercadorias. Ele via o capital financeiro como um derivado do capital industrial, no qual o
capital é investido em ações, títulos e outros instrumentos financeiros para obter lucro
através da exploração do trabalho alheio.

No entanto, vale ressaltar que as ideias de Marx foram desenvolvidas no século XIX e o
mundo financeiro e econômico sofreu mudanças significativas desde então. Diversas formas
de capitalismo e sistemas econômicos diferentes surgiram desde a época de Marx, e as
discussões sobre a valorização do capital continuam até hoje entre diferentes escolas de
pensamento econômico.

4. Como e onde é produzido o valor de uso das mercadorias? Produção ou circulação?

Resposta:

Segundo Karl Marx, o valor de uso das mercadorias é produzido na esfera da produção, não na
circulação. O valor de uso de uma mercadoria é determinado pelo trabalho necessário para produzi-la
e pela utilidade que ela possui para satisfazer necessidades humanas.

Marx argumentava que a produção de valor de uso ocorre através do processo de trabalho, no qual os
trabalhadores utilizam sua força de trabalho para transformar matérias-primas em produtos acabados.
O valor de uso é resultado do trabalho concreto incorporado na mercadoria, ou seja, o trabalho
específico necessário para produzi-la.
Por outro lado, Marx distinguia o valor de uso do valor de troca das mercadorias. Enquanto o valor de
uso está relacionado à sua utilidade, o valor de troca é determinado pelo tempo de trabalho
socialmente necessário para produzir a mercadoria. A circulação das mercadorias, por meio das trocas
comerciais, apenas realiza a transferência de valor de uma mercadoria para outra, mas não cria valor
de uso em si.

Dessa forma, Marx enfatizava a importância da produção na criação do valor de uso das mercadorias,
destacando o papel do trabalho como fonte fundamental de valor na sociedade capitalista.

6. Comente a afirmativa: o capital mercantil participa do lucro sem participar da

produção. Resposta:

A afirmativa de que o capital mercantil participa do lucro sem participar da produção é consistente
com a teoria de Karl Marx. Marx distingue o capital industrial (ou capital produtivo) do capital
mercantil.

O capital industrial é aquele investido na produção de mercadorias, envolvendo a compra de meios de


produção (como máquinas e matérias-primas) e a contratação de trabalhadores para realizar o
trabalho necessário. Nesse processo, o capital industrial busca extrair mais-valia dos trabalhadores, ou
seja, obter lucro através da exploração do trabalho excedente.

Já o capital mercantil refere-se aos recursos investidos na compra e venda de mercadorias, sem
participar diretamente da produção. O capital mercantil busca obter lucro por meio de transações
comerciais, comprando mercadorias a um preço e vendendo-as a um preço mais alto, aproveitando
diferenças nos preços de mercado.

Na visão de Marx, o capital mercantil não cria valor por si só, mas se apropria de uma parte do valor
criado no processo de produção. Ele participa do lucro ao comprar mercadorias a um preço inferior ao
qual as vende, aproveitando-se da diferença entre os preços de compra e venda. Assim, o capital
mercantil obtém uma parte do lucro sem estar diretamente envolvido na produção de valor.

No entanto, é importante destacar que Marx considerava a produção como a fonte primordial de valor
e lucro no sistema capitalista, e via a atuação do capital mercantil como uma forma secundária de
participação no lucro.

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