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ANÁLISE DA PLUVIOMETRIA
A distribuição espacial dos totais anuais de A variabilidade com que os totais anuais de
chuva pode ser observada nas Figuras 6 e 7 que chuva se sucedem retratam o ritmo climático
retratam as isoietas anuais. Vê-se que os dois que está intimamente relacionado aos mecanis-
municípios estudados, Porto Seguro e Santa mos da circulação atmosférica regional. Embora
Cruz Cabrália, inserem-se na faixa de isoieta não sejam registrados valores tão baixos como
superior a 1.400mm, sendo então classificados em outras regiões do estado da Bahia, pode-se
com o grau úmido (Quadro 3), tendo Porto Se- notar a alternância de anos secos e chuvosos
guro o registro de 1.767mm de total médio anual (desvios em relação à média), observando-se,
de pluviosidade. Os valores máximos e míni- contudo, que a ocorrência de uns é tão freqüente
mos, tanto de Porto Seguro como das outras lo- quanto as dos outros, numa proporção de 50%
calidades analisadas, revelam o grau de variabi- de cada. Em Caravelas, cuja série histórica de
lidade desse padrão anual. Como a média cons- dados é mais extensa e completa (1961-90), re-
titui uma abstração, sendo importante para a de- gistram-se 15 anos chuvosos, 1 ano normal e 14
finição de modelos, apresenta-se nas Figuras 8 a anos secos. Nenhum ano foi registrado com seca
11 a variação anual da pluviosidade para todas severa em quaisquer das estações (desvio nega-
as estações meteorológicas analisadas. tivo >50%).
Toda a região do extremo sul da Bahia apre- Esses fatos refletem a atuação das frentes
senta-se com o grau úmido, com grau baixo de frias que durante todo o ano afetam essa região
risco de seca (CEI, 1991). do estado da Bahia, mais do que qualquer outra.
A compreensão do ritmo climático se com- como todo o litoral da Bahia ao norte dessa re-
pleta com a análise do regime pluvial, ou seja, gião. Em Caravelas e Guaratinga, com índice de
da distribuição mensal das chuvas. Embora a umidade inferior a 1.400mm anuais, o período
região extremo sul da Bahia tenha uma distri- mais chuvoso é de outubro a fevereiro, como no
buição regular de chuvas durante o ano, dois interior da Bahia. O que individualiza essa área
períodos se destacam, definindo um limite zonal é o fato de registrar índices regulares de pluvio-
bem marcante. Em Canavieiras e Porto Seguro, sidade não só na primavera-verão, mas também
com índice de umidade superior a 1.400mm, o no outono-inverno, quando se revela um máxi-
trimestre mais chuvoso é abril, maio e junho, mo de chuvas secundário.
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Localização Alt. Entidade
Estação / Posto Município Lat. Long. (m) Série Mantenedora
S WGrw
Canavieiras (1) Canavieiras 15°40' 38°57' 3,87 1975-90 INMET
Porto Seguro (2) Porto Seguro 16°27' 39°04' 4,00 1966-87 SUDENE
Caravelas (1) Caravelas 17°44' 39°15' 2,88 1961-90 INMET
Guaratinga (1) Guaratinga 16°44' 39°44' 323,75 1974-90 INMET
(1) Estação meteorológica.
(2) Posto pluviométrico.
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1400
1300
1200
00
15
40º 39º 30'
00
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12
15 0
14
13
0
Fonte: Emb asa & Hyd ro s. D iag nóstico ambienta l e plan o d e p re servaç ão das bac ias
Limites municipais
d o s r i o s B u r a n h é m e d o s M a n g u e s . S a l v a d o r, 1 9 9 7 .
Isoietas
Figura 7 Isoietas.
16
Estação Grau Índice Pluviosidade Anual Trimestre Ris- Entidade
Meteorológi- de de (mm) mais cos de Série Mantenedora
ca
Umidade Umidade Média Máx. Mín. Chuvoso Seca
Canavieiras 1.806 2.263 1.218,9 abril Baixo 1975-90 INMET
Úmido > 1.400mm (1980) (1979) maio
Porto Seguro 1.767 2.307 1.005 junho Baixo 1966-87 SUDENE (1)
(1976) (1982)
Caravelas 1.388 1.850 850,3 out-nov-dez Baixo 1961-90 INMET
Úmido < 1.400mm (1990) (1963)
Guaratinga 1.247 1.535 719,3 dez-jan-fev Baixo 1974-90 INMET
(1978) (1988)
Dados: DNMET. Normais climatológicas. Brasília, 1992 (1961-90).
(1) Posto pluviométrico extinto em 1989.
Organização: Marilene Aouad.
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P (mm) 2300
2200
2100
2000
1900
1800
Média 1700
1.806 mm 1600
1500
1400
1300
1200
1100
1000
900
800
700
600
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300
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1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
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1986
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1989
1990
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P 2400
(mm) 2300
2200
2100
2000
1900
1800
1700
1600
1500
1400
1300
1200
Média 1100
1.766,9 mm 1000
Ausência de Dados
Ausência de Dados
Ausência de Dados
Ausência de Dados
Ausência de Dados
900
800
700
600
500
400
300
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100
0
1966
1967
1968
1969
1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
19
P (mm) 2300
2200
2100
2000
1900
1800
1700
1600
1500
1400
Média
1.388 mm 1300
1200
1100
1000
900
800
700
600
500
400
300
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100
0
1961
1962
1963
1964
1965
1966
1967
1968
1969
1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
Dados: INMET (1961-1990). Elaboração: Marilene Aouad.
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P (mm) 2300
2200
2100
2000
1900
1800
1700
1600
1500
1400
1300
Média 1200
1.247 mm 1100
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
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Nas Figuras 12 a 15 observa-se a distribui- com o inverno (junho, julho, agosto) mais seco.
ção mensal das chuvas, notando-se que o padrão Esses dados podem ser notados no Quadro 4,
de Porto Seguro (Figura 12) e de Canavieiras que representa os índices médios de pluviosida-
(Figura 13) é um, não se registrando mês seco, de mensal, assim como o percentual de partici-
enquanto já se nota uma redução da pluviosida- pação de cada mês no total anual de chuvas.
de em alguns meses em Caravelas e Guaratinga, Assim como ocorre com os totais anuais de
sobretudo no mês de agosto. Em Caravelas, lito- chuva, os valores mensais também estão sub-
ral, a freqüência de chuvas é mais alta, não se metidos a alta variabilidade na sua ocorrência,
definindo propriamente um período seco, o que fato este retratado no Quadro 5, que registra os
não ocorre com Guaratinga, cujo regime de chu- valores mensais extremos, máximos e mínimos
vas se aproxima do regime do interior da Bahia ocorridos no período analisado em cada estação.
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