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VASOS DE PRESSÃO – PARTE

Prof. Christiano Meirelles


CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DEFINIÇÃO
 Vasos de pressão são todos os reservatórios, de
qualquer tipo, dimensões ou finalidades, não
sujeitos à chama, fundamentais nos processos
industriais que contenham fluidos e sejam
projetados para resistir com segurança a pressões
internas diferentes da pressão atmosférica, ou
submetidos à pressão externa, cumprindo assim a
função básica de armazenamento.
DEFINIÇÃO
 Vasos de pressão são equipamentos usados para
armazenar ar comprimido e gases tais como:
amônia, gás sulfídrico, hidrogênio, oxigênio, entre
outros.

 Eles estão presentes em nosso dia-a-dia em várias


atividades, como em postos de gasolina,
consultórios dentários e no setor petroquímico.
Uma petroquímica pode chegar a ter dois mil vasos
de pressão.

 Como o risco de explosão desse equipamento é


alto, existe uma norma, a NR 13, que regulamenta
desde o treinamento do trabalhador até a
manutenção e a inspeção freqüente dos vasos.

 Como exemplos de tipos de vasos podemos citar o


vaso compressor e o vaso tanque.
UTILIZAÇÃO
 Em refinarias de petróleo, Usinas de Açúcar e
Etanol, Indústrias Químicas e Petroquímicas os
vasos de pressão constituem um conjunto
importante de equipamentos que abrangem os
mais variados usos. O projeto e a construção de
vasos de pressão envolve uma série de cuidados
especiais e exige o conhecimento de normas e
materiais adequados para cada tipo de aplicação,
pois as falhas em vasos de pressão podem
acarretar consequencias catastróficas até mesmo
com perda de vidas, sendo considerados os Vasos
de Pressão equipamentos de grande
periculosidade.
VASOS DE PRESSÃO
 Vasos de Pressão e Reservatórios de Ar
comprimido se enquadram na norma NR-13 e
ASME VIII
BOILERS
 De passagem: A água é aquecida ao passar por
uma serpentina aquecida a gás ou elétricamente.

De Acumulo: A água é mantida aquecida no


interior do boiler utilizando como combustível
gás ou eletricidade
DOCUMENTAÇÃO
 A documentação que deve acompanhar os vasos
de pressão durante toda a sua vida útil. Esta
documentação compõe o histórico do vaso de
pressão, cobrindo tanto o período anterior à
operação (projeto, fabricação e montagem), quanto
o período em serviço (ocorrências operacionais,
inspeção e manutenção). Este conjunto de
informações é necessário para a determinação os
limites operacionais e a vida residual dos vasos de
pressão.
INSTALAÇÃO DO VASO DE PRESSÃO
 Atenção especial às necessidades de se ter à vista
os medidores de temperatura, pressão e nível para
facilitar a rápida verificação, sendo também
necessária a presença de rotas de fuga, iluminação
e ventilação adequadas, para que haja segurança
para os operadores no campo.
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE VASO DE PRESSÃO

A segurança na operação dos vasos de pressão


é focado no uso de procedimentos escritos e
na qualificação dos operadores.

O objetivo é garantir que qualquer reparo ou serviço que


venha a ser realizado tenha a sua qualidade garantida.
Para tal, é necessário que seja implementado um
“Projeto de Intervenção, reparo e parada”, que deve
contemplar todos os procedimentos normativos para a
execução do serviço.
INSPEÇÃO DE SEGURANÇA NOS VASOS DE
PRESSÃO

 Define que os vasos de pressão devem sofrer


inspeções de segurança inicial, periódicas e
extraordinárias. As periódicas têm seu intervalo
máximo, definidos em função do risco de falha com
base no produto “PV” e da classificação do fluído.
Esta forma de classificar o risco leva em
consideração somente os aspectos relacionados
com a conseqüência de uma falha estrutural, o que
torna a matriz da NR-13 “estática”, isto é, os
equipamentos apresentarão o mesmo risco durante
toda a vida.
INSPEÇÃO DE SEGURANÇA NOS
VASOS DE PRESSÃO
 Análise

 A NR-13 estabelece para os vasos de pressão uma


classificação que define os intervalos máximos entre
inspeções,se for realizada uma inspeção de melhor ou pior
qualidade nos períodos determinados pela NR-13, não há um
mecanismo na Norma que permite estabelecer diretamente
se o risco após a inspeção está ou não adequado para o vaso
operar pelo tempo de campanha previsto.

 API 581 Inspeção baseada em risco

 INI Inspeção não intrusiva


ENQUADRAMENTO DOS VASOS DE PRESSÃO

• O que a NR-13 considera


como Vaso de Pressão?

• Como enquadrá-los?
- Grupo potencial de risco
- Classe do fluido
ENQUADRAMENTO
 Um vaso que opera com vapor a 2 kgf/cm2 de pessão e possui um volume
de 2 m3

 Vamos verificar se ele é um vaso de pressão através do produto P x V > 8


onde:
 - P = KPA sendo que 1 kgf/cm2 = 98,066 KPA
 - V = m3
 Agora vamos verificar o GRUPO POTENCIAL DE RISCO
 1 Kgf/cm2 = 0,098 MPA

 Então temos 2 Kgf/cm2 de vapor, que é equivalente a 0,196 MPA

 P (0,196) x V (2 m3) = 0,392


ENQUADRAMENTO DOS VASOS DE PRESSÃO
CLASSIFICAÇÃO DO FLUIDO DOS VASOS DE PRESSÃO

1- PARA EFEITO DESTA NR OS VASOS DE PRESSÃO SÃO CLASSIFICADOS EM CATEGORIAS


SEGUNDO O TIPO DE FLUIDO E O POTENCIAL DE RISCO.

1.1 Os fluidos contidos nos vasos de pressão são classificados conforme descrito a seguir:
CLASSE “A”:
- Fluidos inflamáveis - combustível com temperatura superior ou igual a 200ºC;
- Fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20 ppm;
- Hidrogênio;
- Acetileno.

CLASSE "B”:
- Fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200°C;
- Fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 ppm.

CLASSE “C”:
- Vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.

CLASSE “D":
- Água ou outros fluidos não enquadrados nas classes “A”, “B” ou "C", com temperatura
superior a 50°C.
Enquadramento do Vaso de Pressão
CONTROLE DE QUALIDADE
DOCUMENTAÇÃO

 Todo vaso de pressão deve possuir, no estabelecimento


onde estiver instalado, a seguinte documentação
devidamente atualizada:

 a) Prontuário do Vaso de Pressão;


 b) Registro de Segurança;

 c) Projeto de Instalação;

 d) Projetos de Alteração ou Reparo;

 e) Manual de Operação;

 f) Certificado de Treinamento dos Operadores;

 g) Relatórios de Inspeção.
PRONTUÁRIO
 a) Prontuário do Vaso de Pressão, a ser fornecido pelo
fabricante, contendo as seguintes informações:

 - código de projeto e ano de edição;


 - especificação dos materiais;
 - procedimentos utilizados na fabricação, montagem e
inspeção final e determinação da PMTA;
 - conjunto de desenhos e demais dados necessários para
o monitoramento da sua vida útil;
 - características funcionais;
 - dados dos dispositivos do segurança;
 - ano de fabricação;
 - categoria do vaso.
REGISTRO DE SEGURANÇA
 a) todas as ocorrências importantes capazes de
influir nas condições de segurança dos vasos;

 b) as ocorrências de inspeção de segurança.


PROJETO DE INTERVENÇÃO
 O "Projeto de Intervenção" deve conter pelo menos
a planta baixa do estabelecimento, com o
posicionamento e a categoria de cada vaso e das
instalações de segurança.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
 a) dispor de pelo menos duas saldas amplas, permanentemente
desobstruídas e dispostas em direções distintas;

 b) dispor de acesso fácil e seguro para as atividades de


manutenção, operação e inspeção, sendo que, para guarda-corpos
vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de
pessoas;

 c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não


possam ser bloqueadas;

 d) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;

 e) possuir sistema de iluminação de emergência.


PROJETO DE
INTERVENÇÃO (
INSTALAÇÃO)
 13.7.4 - Constitui risco grave e iminente o não atendimento às
seguintes alíneas:
 - "a", "c", "e" para vasos instalados em ambientes confinados;
 - “a” para vasos instalados em ambientes abertos;
 - "e” para vasos instalados em ambientes abertos e que
operem à noite.
PROJETO DE INSTALAÇÃO
 Quando o estabelecimento não puder atender o
disposto no item anterior, deve ser elaborado
“Projeto Alternativo de Instalação” com medidas
complementares de segurança que permitam a
atenuação dos riscos.
MANUAL DE OPERAÇÃO
 Todo vaso de pressão enquadrado nas categorias
“I” e “II” deve possuir Manual de Operação de fácil
acesso aos operadores.

 a) procedimentos de partidas e paradas;

 b) procedimentos e parâmetros operacionais de


rotina;

 e) procedimentos para situações de emergência;

 d) procedimentos gerais de segurança, saúde e de


preservação do meio ambiente.
CONTROLE DE QUALIDADE
Adicionalmente ao planejamento e o sistema da
qualidade, as tarefas de controle de qualidade
devem ser executadas nas seguintes etapas:
 Testes do Material;
 Testes de Qualificação de procedimento e
operadores;
 Testes da Ancoragem;
 Inspeção durante a aplicação;
 Inspeção do material aplicado, antes e após
secagem;
 Testes dos corpos de prova testemunhas da
aplicação.
PRINCIPAIS PROPRIEDADES E
ENSAIOS
PROJETOS DE ALTERAÇÃO E REPARO
 “Projetos de Alteração ou Reparo” devem ser
concebidos previamente nas seguintes situações:

 a) sempre que as condições de projeto forem


modificadas;
 b) sempre que forem realizados reparos que possam
comprometer a segurança.

 Reparos ou alterações que envolvam as especialidades


de eletrecidade, eletrônicas ou química deverão ser
concebidos e assinados por profissionais legalmente
habilitados.
CERTIFICADO DE TREINAMENTO
 A operação de unidades que possuam vasos de pressão de categoria
"I" ou “II” deve ser efetuada por profissional com “Treinamento de
Segurança na Operação de Unidades de Processo", sendo que o não
atendimento a esta exigência caracteriza condição de risco grave e
iminente.
 Todo profissional com "Treinamento de Segurança na Operação de
Unidades de Processo", deve cumprir estágio prático,
supervisionado, na operação de vasos de pressão com as seguintes
durações mínimas:

 a) 300 (trezentas) horas para vasos de categorias “I" ou "II";


 b) 100 (cem) horas para vasos de categorias "III", "IV" ou "V"
RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
 a) identificação do vaso de pressão;
 b) fluidos de serviços e categoria do vaso de pressão;
 c) tipo do vaso de pressão;
 d) data de inicio e término da inspeção;
 e) tipo de inspeção executada;
 f) descrição dos exames e testes executados;
 g) resultado das inspeções e intervenções executadas;
 h) conclusões;
 i) recomendações e providências necessárias;
 j) data prevista para a próxima inspeção;
 k) nome legível, assinatura e número do registro no conselho
profissional do "Profissional Habilitado", nome legível e assinatura
de técnicos que participaram da inspeção.
PLACA DE IDENTIFICAÇÃO
DEGRADAÇÃO DE REFRATÁRIO
Nas imagens podemos ver o ataque da fase líquida em
processo de clinquerização ao tijolo instalado na zona de
transição inferior de um forno de cimento. A fase líquida
destruiu boa parte do tijolo SI-AL, mas não atacou o
espinelizado, como podemos ver nas fotos.

Na região foi montado 2 tipos de tijolo.


Foram 4 anéis de Sílico-Aluminoso.
30-35% SiO2
38-43% Al2O3
1% Fe2O3
27% SiC
No restante foi montado tijolo Básico espinelizado.
90% MgO
10% espinela

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