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3 MÉTODOS PARA DETERMINAR A TENSÃO SUPERFICIAL


Neste capítulo será dada ênfase a quatro métodos para determinação da tensão
superficial de líquidos: Método da Gota Cadente, Método da Ascensão Capilar, Método da
Lâmina de Wilhelmy e o Método da Pressão da Bolha. O principio de funcionamento desses
métodos é simples, mas com eles é possível obter resultados com precisão satisfatória.

3.1 MÉTODO DA GOTA CADENTE


-se na
pesagem de gotas que tenham caído de um tubo capilar de raio conhecido. Contudo, é
necessário que o tubo capilar esteja na posição vertical, para que a gravidade possa agir na
coluna líquida contida no interior do tubo, de modo a fazer o líquido descer, formando uma
gota logo abaixo do tubo, conforme mostra a Figura 07.

Figura 07: Mostra uma gota suspensa por um tubo capilar de raio r.

Fonte: Imagem construída por Tiago de Oliveira Reis, 2013.

Ao deixar a coluna líquida descer pelo tubo, uma gota começa a se formar, e vai
aumentando de volume, até que o peso máximo seja atingido. Neste momento há um
equilíbrio entre as forças de adesão (entre as moléculas do líquido e as do material formador
do tubo capilar), as forças de coesão (entre as moléculas do líquido), com a força
gravitacional exercida pela Terra sobre a gota (LUZ; LIMA, 2007). Conforme pode ser visto
na Figura 07 a gota pendente sob o tubo capilar desprende-se numa região de raio reduzido. A
lei de Tate relaciona o peso da gota, P, e o raio do tubo capilar, r, com a tensão superficial do
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líquido que está sendo estudado, conforme a Equação (08) (ADAMSON; GAST, 1997), e
também leva em conta um fator de correção f, já que a gota não desprende-se imediatamente
na base do tubo capilar.

(08)

onde P é o peso da gota, r é o raio do tubo capilar, é a tensão superficial e f é um fator de


correção.
Usando um recipiente coletam-se várias gotas e com o auxílio de uma balança
determina-se a massa do líquido colhido. A massa média para uma gota é obtida fazendo a
média aritmética da massa total recolhida no recipiente. Com os valores da massa média para
uma gota, a aceleração gravitacional local e o valor do raio do tubo capilar torna-se possível
determinar a tensão superficial do líquido em estudo pela Equação (09) (LUZ; LIMA, 2007),
consequencia da lei de Tate (BEHRING et al., 2004).

(09)

onde é a tensão superficial do líquido, é a massa média para uma gota, g é o módulo da
aceleração gravitacional, é o raio do tubo capilar e é o fator de correção, inversamente
proporcional a f.
O raio do tubo capilar, , é o raio da região molhada pelo líquido na base do tubo
capilar. Assim, para tubos formados de materiais liofóbicos, o raio a ser considerado é o mais
interno, enquanto para tubos de materiais liofílicos o raio a ser considerado é o raio externo,
como mostra a Figura 08 (LUZ; LIMA, 2007).
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Figura 08: Ilustração de um tubo capilar mostrado em corte perpendicular. O raio interno está ilustrado pela seta
de cor preta e o raio externo está ilustrado pela seta vermelha. O raio externo é igual ao raio interno somado a
espessura da parede do tubo capilar.

Fonte: Imagem construída por Tiago de Oliveira Reis, 2013.

No momento do desprendimento da gota há também gotículas satélites que devem


ser consideradas. A Equação (10) apresenta um fator de correção, , que corrige a presença
das gotículas satélites e também o fato da gota não ser perfeitamente esférica, melhorando os
valores das medidas da tensão superficial (LUZ; LIMA, 2007). Este fator de correção foi
determinado inicialmente por Harkins e Brown, e posteriormente foi determinada uma
equação para encontrar o fator de correção (LUZ; LIMA, 2007 apud SHAW, 1975). A
Equação (10) apresenta uma relação matemática para o fator de correção.

(10)

Os coeficientes possuem os seguintes valores: a = 0,0665262; b = -0,3715385; c =


0,6170409; d = -0,1155491; e = 0,0677903.
A Equação (11) fornece o valor para F da Equação (10).

(11)

onde é o volume da gota e é o raio interno ou externo, dependendo do substrato.

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