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Sonetos
Sonetos
Fino artista chinês, enamorado, Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Nele pusera o coração doentio Sentia um não sei quê com aquele chim
Em rubras flores de um sutil lavrado, De olhos cortados à feição de amêndoa.
Na tinta ardente, de um calor sombrio. Publicado no livro Sonetos e poemas (1886).
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1.2. Vaso Grego
Era o poeta de Teos que a suspendia Ignota voz, qual se da antiga lira
Então e, ora repleta ora esvazada, Fosse a encantada música das cordas,
A taça amiga aos dedos seus tinia Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.
Toda de roxas pétalas colmada.
Alberto de Oliveira
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1.3. Fogo-Fátuo
Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma Esta melancolia sem remédio,
A esta tortura de homem e de artista: Saudade sem razão, louca esperança
Desdém pelo que encerra a minha palma, Ardendo em choros e findando em tédio;
E ambição pelo mais que não exista;
Esta ansiedade absurda, esta corrida
Esta febre, que o espírito me encalma Para fugir o que o meu sonho alcança,