Você está na página 1de 7

Elementos de Matemática Discreta

http://emd.pt.to

Luı́s Sequeira

23 de Outubro de 2008

Previously, on EMD 2
Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Notações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Conjuntos parcialmente ordenados; diagramas de Hasse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Diagramas de Hasse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Relação de ordem total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
minimais, etc.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

Mais ordem 9
Sups e infs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Notações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Reticulices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Um reticulado muito especial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

1
Previously, on EMD 2

Ordem

Definição. Uma relação R em A diz-se anti-simétrica se

∀x, y ∈ A (x R y ∧ y R x ⇒ x = y)

Definição. Uma relação R diz-se de ordem parcial se é

• reflexiva

• anti-simétrica

• transitiva

Exemplo
A relação ⊆ no conjunto
P({ 1, 2, 3 }) =
{ ∅, { 1 }, { 2 }, { 3 }, { 1, 2 }, { 1, 3 }, { 2, 3 }, { 1, 2, 3 } }
é uma relação de ordem parcial.

EMD – 3

Em qualquer conjunto cujos elementos são conjuntos, a relação ⊆ é uma relação de ordem parcial.
EMD – note 1 of slide 3

Notações

Para representar relações de ordem parcial, em vez de letras (e. g., R), usamos geralmente ≤ (ou ⊆, ⊑, ,4,
etc.).

x ≥ y é sinónimo de y ≤ x
x < y abrevia x ≤ y ∧ x 6= y
EMD – 4

2
Conjuntos parcialmente ordenados; diagramas de Hasse

Definição. Chamamos conjunto parcialmente ordenado a um par (P, ≤) em que P é um conjunto e ≤ é uma
relação de ordem parcial em P .

Um c. p. o. é muitas vezes representado por um diagrama de Hasse.

Exemplo
Consideremos no conjunto A = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 } a seguinte relação binária: x  y ⇔ x divide y .
 é uma relação de ordem parcial.

4 6

2 3 5

1
EMD – 5

(*)

Coloquialmente, usamos frequentemente a designaç ão “c.p.o.” como abreviatura de “conjunto parcialmente
ordenado”.
EMD – note 1 of slide 5

Um conjunto parcialmente ordenado finito (e suficientemente pequeno...) é muitas vezes representado por um
diagrama de Hasse: nestes diagramas, um elemento a é “menor ou igual” a b se e somente se existe no
diagrama um “caminho ascendente” de a para b.
EMD – note 2 of slide 5

Diagramas de Hasse

Exemplo

{ 1, 2, 3 }

{ 1, 2 } { 1, 3 } { 2, 3 }

{1} {2} {3}

Um diagrama de Hasse do c.p.o. (P({ 1, 2, 3 }), ⊆): ∅


EMD – 6

3
Relação de ordem total

Definição. Sejam P um conjunto e ≤ uma relação de ordem parcial em P .

• Dois elementos x, y ∈ P dizem-se comparáveis se x ≤ y ou y ≤ x.

• A relação ≤ diz-se uma relação de ordem total se quaisquer dois elementos de P são comparáveis.

• Se ≤ é uma relação de ordem total em P , dizemos que (P, ≤) é um conjunto totalmente ordenado.

EMD – 7

minimais, etc.

Definição. Seja (P, ≤) um c.p.o. e seja x ∈ P .

• x diz-se um elemento minimal se ∄y ∈ P, y < x

• x diz-se um elemento maximal se ∄y ∈ P, x < y

• x diz-se um elemento mı́nimo se ∀y ∈ P, x ≤ y

• x diz-se um elemento máximo se ∀y ∈ P, x ≥ y

Exemplo

4 6 Elementos minimais: 1
Elementos maximais: 4, 5, 6
2 3 5 Elemento mı́nimo: 1
Elemento máximo: não existe!
1

EMD – 8

Um elemento mı́nimo (resp., máximo) é sempre minimal (resp., maximal).


Num c.p.o., não pode haver mais do que um elemento mı́nimo: pois, admitindo que a, b ∈ P são ambos
elementos mı́nimos, concluı́mos, pela definição de mı́nimo, que a ≤ b e também que b ≤ a; pela propriedade
anti-simétrica, só pode então ser a = b. De modo análogo se conclui que não pode haver mais que um
elemento máximo.
EMD – note 1 of slide 8

4
Mais ordem 9

Sups e infs

Definição. Seja (P, ≤) um c.p.o. e A ⊆ P . Um elemento x ∈ P diz-se um

• majorante de A se x é maior ou igual a todos os elementos de A: ∀a ∈ A, a ≤ x

• minorante de A se x é menor ou igual a todos os elementos de A: ∀a ∈ A, x ≤ a

Definição. Seja (P, ≤) um c.p.o. e A ⊆ P . Um elemento x ∈ P diz-se

• o supremo de A se x é o menor majorante de A

• o ı́nfimo de A se x é o maior minorante de A

EMD – 10

Notações
W
• Supremo de A: sup A ou A
V
• Ínfimo de A: inf A ou A

Em particular, quando A = { x, y } tem dois elementos, escrevemos

• x ∨ y em vez de sup{ x, y }

• x ∧ y em vez de inf{ x, y }

EMD – 11

x ∨ y pode ler-se “x sup y ” e x ∧ y pode ler-se “x inf y ”.


EMD – note 1 of slide 11

5
Exemplos

Seja (P, ≤) o c.p.o. descrito pelo diagrama de Hasse

A = { 2, 3 }, B = { 4, 5, 6 }, C = { 2, 6 }
4 6

2 3 5

W
VA = 2 ∨ 3 = 6
A=2∧3=1
W
V B...NÃO EXISTE
B=1
W
VC = 2 ∨ 6 = 6
C =2∧6=2
EMD – 12

Reticulices

Definição. Um c.p.o. (P, ≤) diz-se um reticulado se e só se quaisquer x, y ∈ P admitem em P supremo e


ı́nfimo, x ∨ y e x ∧ y .

Exemplos

4 6 { 1, 2, 3 } 1

2 3 5 { 1, 2 } { 1, 3 }{ 2, 3 } b

1 {1} {2} {3} a

NÃO é um reticulado
∅ 0
É um reticulado É um reticulado

EMD – 13

Um reticulado muito especial

Para qualquer conjunto A, o c.p.o. (P(A), ⊆) é sempre um reticulado.


W V
• Dados X, Y ∈ P(A), X Y = X ∪ Y e X Y = X ∩ Y .

• Este reticulado é sempre distributivo: X ∨ (Y ∧ Z) = (X ∨ Y ) ∧ (X ∨ Z)


X ∧ (Y ∨ Z) = (X ∧ Y ) ∨ (X ∧ Z) (*)

• Cada X ∈ P(A) admite um complementar X ′ = A − X : X ∨ X ′ = A e X ∧ X ′ = ∅. (**)

EMD – 14

6
(*)

Ao contrário do que possa à primeira vista parecer, um reticulado não tem de ser distributivo. Por exemplo, no
reticulado
1

a b

0 c

tem-se
a ∨ (b ∧ c) = a 6= 1 = (a ∨ b) ∧ (a ∨ c)
Por outro lado, se num reticulado se verifica a lei distributiva

x ∨ (y ∧ z) = (x ∨ y) ∧ (x ∨ z)

então é possı́vel provar (mas não o faremos neste curso) que também é válida a “outra” lei distributiva

x ∧ (y ∨ z) = (x ∧ y) ∨ (x ∧ z)

(e vice-versa).
Um reticulado onde é válida qualquer uma das leis distributivas (e, portanto, também a outra!) chama-se um
reticulado distributivo (o que haveria de ser? :-)).
EMD – note 1 of slide 14

(**)

Num reticulado, é costume representar o elemento mı́nimo por 0 e o elemento máximo por 1. Um complementar
x′ de um elemento x é caracterizado por x ∨ x′ = 1 e x ∧ x′ = 0.
Um reticulado distributivo com elemento mı́nimo e elemento máximo e no qual todos os elementos têm um
complementar chama-se um reticulado de Boole (lembram-se dele?).
EMD – note 2 of slide 14

Você também pode gostar