O que complexos tem haver como soma dos inversos dos

quadrados
Cleuber Silva 1

Começamos então por um resultado que irá nortear toda essa escrita:

1. E XPANSÃO N ECESSÁRIA
Proposição 1. Para n inteiro temos:
à ! à ! à !
n n n
sin (nβ) = sin β cosn−1 β − sin3 β cosn−3 β + sin5 β cosn−5 β + ...
1 3 5
Prova 1. De fato, via Binômio de Newton temos:
à !
n n
n
(cos β + i sin β) = cos (nβ) + i sin (nβ) = i k cosn−k β sink β
X
k=0 k
Observando as partes reais e imaginárias temos que:
à ! à ! à !
n n n n−2 n
cos (nβ) = cos β − 2
sin β cos β+ sin4 β cosn−4 β + ...
0 2 5
e
à ! à ! à !
n n−1 n n−3 n
sin (nβ) = sin β cos β− 3
sin β cos β+ sin5 β cosn−5 β + ...
1 3 5
Façamos a troca n → 2n + 1 na equação do sin nβ temos que:
à ! à ! à !
2n + 1 2n 2n + 1 3 2n−2 2n + 1
sin β cos β − sin β cos β+ sin5 β cos2n−4 β + ...+
¡ ¢
sin (2n + 1)β =
1 3 5
+(−1)n sin2n+1 β

Reescrevendo a expressão acima temos:

à ! à ! à !
2n + 1 n 2n + 1 n−1 2n + 1
2
sin β(cos β) − 3 2
sin β(cos β) sin5 β(cos2 β)n−2 + ...
¡ ¢
sin (2n + 1)β = +
1 3 5
Que é equivalente a:
à ! à ! à !
2n + 1 n 2n + 1 n−1 2n + 1
2
sin β(1 − sin β) − 3 2
sin β(1 − sin β) sin5 β(1 − sin2 β)n−2 + ..
¡ ¢
sin (2n + 1)β = +
1 3 5

Podemos definir sin (β) = x e portanto:

à ! à ! à !
2n + 1 2n + 1 2n + 1
x(1 − x 2 )n − x 3 (1 − x 2 )n−1 + x 5 (1 − x 2 )n−2 + ... + (−1)n x 2n+1
¡ ¢
(1) sin (2n + 1)β =
1 3 5
Ao mesmo tempo observando a expressão 1 colocando x 2n+1 em evidência:
1
Cleuber
1
2 Colégio Motivo

"Ã ! Ã ! Ã ! #
2n + 1 2n + 1 2n + 1
sin (2n + 1)β = x 2n+1 cot g 2n (β) − cot g 2n−2 (β) + cot g 2n−4 (β) + ... + (−1)n
1 3 5
kπ kπ
µ ¶
Portanto, para β = para k = 0, 1, ..., n temos que cot g é raiz da equação 1 e portanto não é
2nµ +1 ¶ 2n + 1
kπ
difícil de ver que cot g 2 é raiz da equação:
2n + 1
à ! à ! à !
2n + 1 n 2n + 1 n−1 2n + 1 n−2
z − z + z + ... + (−1)n , d ond e z = cot g 2 (β)
1 3 5
Portanto usando Viéte temos:

n ¶ ¡2n+1¢
kπ n(2n − 1)
µ
2 3
X
cot g = ¡2n+1 ¢= (2)
k=0 2n + 1 3
1
Somando n ambos os lados na equação 2 temos que:
n µ
kπ
¶
n(2n − 1) 2n(n + 1)
2
X
cot g +n = +n =
k=0 2n + 1 3 3
Portanto:
n µ
kπ
¶
2n(n + 1)
2
X
cossec =
k=0 2n + 1 3

2. I NVERSOS DOS QUADRADOS

Considere a figura:

F IGURA 1. Caption

Observando a área da figura:

(3) A DC A < A AC E < A AC

— E < A AF E
Ou seja,

sin (β) cos (β) sin (β) β tan β

¡ ¢
(4) < < <
2 2 2 2
Colégio Motivo 3

Portanto temos:

1 kπ
(5) cot g (β) < < cossec(β), d ond e β =
β 2n + 1
Elevando ao quadrado:
1
(6) cot g 2 (β) < < cossec 2 (β)
β2
Aplicando a soma ambos os lados:

n µ
kπ
¶ n µ 2n + 1 ¶2 n µ
kπ
¶
2 2
X X X
(7) cot g < < cossec
k=1 2n + 1 k=1 kπ k=1 2n + 1
Que é equivalente a:

n(2n − 1) n µ 1 ¶2 2n(n + 1)
2
X
(8) < (2n + 1) <
3 k=1 kπ 3
Ou seja:

π2 2n 2 − n n µ 1 ¶2
X π2 2n 2 + 2n
(9) < <
3 4n 2 + 4n + 1 k=1 k 3 4n 2 + 4n + 1
Aplicando o limite:

π2 2n 2 − n Xn µ 1 ¶2 π2 2n 2 + 2n
(10) lim < lim < lim
n→∞ 3 4n 2 + 4n + 1 n→∞ 3 4n 2 + 4n + 1
k=1 k
n→∞

Note que:
1
π2 2n 2 − n π2 2 − n π2
lim = lim =
n→∞ 3 4n 2 + 4n + 1 n→∞ 3 4 + 4 + 1 6
n n2
e

π2 2n 2 + 2n π2
lim =
n→∞ 3 4n 2 + 4n + 1 6
Segue por confronto que:

X∞ 1 π2
2
=
k=1 k 6