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Teoria Sociológica I - resumos, comentários e anotações de aula

Profª Jacqueline Sinhoretto

Aula 3 - Recepção/Interpretação de Émile Durkheim - Serge Paugam, Jeffrey Alexander e


Maria Stela Grossi Porto

Texto 1: Serge Paugam - Durkheim e o vínculo aos grupos: uma teoria social inacabada
Durkheim, tese da diversidade dos vínculos sociais, vida moral, homem solidário, um
indivíduo ao mesmo tempo autônomo e ligado à sociedade, regras morais, reciprocidade,
mantê-la: tal é a função do Estado; representação organicista da solidariedade, teoria social
do vínculo, abordagem não normativa; “como pode ocorrer que, ao mesmo tempo em que
se torna mais autônomo, o indivíduo dependa cada vez mais da sociedade?”; Durkheim, As
Regras do Método Sociológico, Estudos de Sociologia, A Educação Moral, O Suicídio,
Lições de Sociologia: Física dos Costumes e do Direito, uma problemática comum,
premissas de uma teoria social do vínculo, definição da moral*, tudo o que é fonte de
solidariedade, tudo o que força o homem a contar com outrem, é tanto mais sólida quanto
mais numerosos e mais fortes são esses laços, a sociedade é a condição necessária da
moral: o homem somente é um ser moral, porque vive em sociedade*, é o vínculo dos
homens à sociedade que funda a moral, estado de dependência do indivíduo, vida social,
vida moral, uma pluralidade de vínculos à sociedade, de regras morais; Lições de
Sociologia, regras da moral universal, dois grupos: relações de cada um consigo mesmo,
relações que sustentamos com os outros, regras da moral individual, função de fixar na
consciência do indivíduo as bases fundamentais, deveres gerais independentes de qualquer
agrupamento social, esfera mais geral de toda a ética, três grandes tipos de moral: moral
doméstica, moral profissional e moral cívica*, deveres domésticos e cívicos dizem respeito a
priori a todos os membros de uma sociedade, deveres profissionais variam, há tantos
órgãos quanto profissões, polimorfismo moral, a moral profissional será tanto mais
desenvolvida em seu funcionamento quanto mais consistentes e mais bem organizados são
os próprios grupos, profissões fortemente enquadradas por regras morais, uma unidade e
uma regulamentação, profissões econômicas, falta de organização reflete a ausência de
moral profissional, esfera da atividade coletiva que está de fora da moral, crise da qual
sofrem as sociedades europeias, ausência de uma regulamentação moral, Da Divisão do
Trabalho, formas anormais, crises industriais ou comerciais, falências; quando a divisão do
trabalho é levada demasiado longe, ela é fonte de desintegração*, grande indústria, uma
regulamentação é necessária: o mercado pode regular a si mesmo, mas a harmonia não se
reestabelece, senão após rupturas e distúrbios, legislação, relações entre o capital e o
trabalho, déficit de regulamentação, Da Divisão do Trabalho, mundialização da economia,
fusão dos mercados econômicos, risco de crise generalizada, falta de regulamentação moral
das profissões econômicas, O Suicídio, aumento da frequência do suicídio nos períodos de
crises industriais ou financeiras, fator explicativo, o estado de crise e de perturbação da
ordem coletiva que é provocado por tais fenômenos, o caráter amoral da vida econômica
constitui um real perigo público* (atualidade de Durkheim no tocante ao debate sobre os
direitos humanos), nas Lições de Sociologia, Durkheim se lança em uma análise social-
histórica das corporações, necessidade de uma regulamentação da vida econômica, regime
corporativo indispensável*, razões morais, conhecimento das disfunções econômicas de sua
época e de seus efeitos sociais, papel fundamental de um tipo de laço social particular, laço
de participação orgânica, final do século XVIII, regulamentação das corporações, Antigo
Regime, Durkheim se dedica a demonstrar que teria sido mais sensato reformar do que as
destruir, tendência de querer crescer monopólios, argumento ao mesmo tempo histórico e
sociológico, respondem a alguma necessidade durável, desaparecimento violento, no fim do
último século, não estão mais em harmonia com as novas condições sociais, “cada
corporação deve se tornar o foco de uma vida moral sui generis”: este vínculo a alguma
coisa que ultrapassa o indivíduo, aos interesses do grupo ao qual ele pertence, é a própria
fonte de toda atividade moral, restaurar esta função moral das corporações, reformas
necessárias, Durkheim, um sistema de reagrupamento nacional das indústrias por grandes
categorias, conselho de administração eleito, funções que poderiam ser confiadas em um
futuro próximo às corporações: a organização na qual Durkheim pensa no final do século
XIX foi em grande parte construída no curso do século XX, países europeus, corpos
profissionais, convenções coletivas, o que Durkheim reivindica tem semelhança com a
“sociedade salarial”, caráter obrigatório da corporação: substituição do distrito territorial pela
corporação profissional como sendo a unidade política do país, Da Divisão do Trabalho, tese
de que é provável que a corporação se torne uma das bases essenciais de nossa
organização política, Durkheim passou da prescrição normativa à tentativa de demonstração
sociológica, argumentação frágil, os agrupamentos territoriais se apagam pouco a pouco,
enfraquecimento espontâneo da velha estrutura social; Para Durkheim, as corporações vem
substituir esta velha estrutura social e se tornarem a instância intermediária privilegiada
entre os indivíduos e o Estado, não substituíram de forma alguma os agrupamentos
territoriais resistiram à fluidez das sociedades modernas*, ancoradouro identitário,
sociedade de hoje, formas múltiplas e complementares de vínculos, a quais grupos os
indivíduos são vinculados, a fim de satisfazer suas funções vitais e, assim, manifestar sua
integração, se existem vários tipos de grupos, eles podem ser hierarquizados? Nos textos
de Durkheim é frequente a questão da sociedade em geral como se fosse apenas uma, em
A Educação Moral há uma análise da multiplicidade de pertencimentos, três tipos de
pertencimento: a família, a pátria e a humanidade*; fases diferentes de nossa existência
moral, o homem somente é completo caso se submeta a essa tripla ação, corporação ou o
grupamento profissional como uma das soluções às ameaças do mundo do trabalho; cinco
grupos: a família, a corporação, a associação política, a pátria e a humanidade; Durkheim
constata que na França, diferentemente da Alemanha, nosso temperamento nacional sofre
de um enfraquecimento do espírito de associação não existem corpos intermediários
consistentes entre o indivíduo e o Estado; a corporação é um grupo em devir (?)*, preciso
reconstruir, ressuscitar o espírito de associação, a escola deve preencher esta missão,
Durkheim sobre a hierarquia desses grupos sociais, a família, a pátria e a humanidade; Se a
criança é socializada por sua família, ela o é também pela escola; uma educação pública, o
Estado deve ter um primado sobre a família; humanidade não remete a uma sociedade
constituída; termo demasiado abstrato, no alto da hierarquia dos grupos de pertencimento à
pátria, patriotismo*: ideias e sentimentos que vinculam o indivíduo a um Estado determinado
que lhe faça sentir a necessidade da regra, hierarquia, cada sociedade, por seu sistema
normativo, dá-lhe uma versão; papel desempenhado por esses corpos intermediários que
são as associações, a resposta que Durkheim dá sobre este ponto é mais normativa do que
sociológica; hierarquia entre os diferentes tipos de laços, coerente com sua representação
do Estado; “laço de cidadania”, “moral cívica”; Durkheim, teoria social do vínculo,
representação da sociedade francesa, reformas, a sociologia deve ser útil à sociedade, um
quadro excessivamente normativo*, ancoragem na realidade da França; Durkheim não tira
benefício da comparação das sociedades, perspectiva comparativa, julgamentos de valor
sobre a hierarquia dos vínculos, sociólogo de hoje, vínculo dos indivíduos aos grupos,
pluralidade das formas históricas e antropológicas, definir os diferentes tipos de laços
sociais, quatro tipos; laço de filiação, laço de participação eletiva, laço de participação
orgânica, laço de cidadania*; dimensões de proteção e de reconhecimento, suportes que o
indivíduo pode mobilizar, interação social que estimula o indivíduo, valorização defronte
outro, “contar com”, proteção, “contar para”, reconhecimento; força de um laço, vínculo ao
sistema social; laço no sentido durkheimiano de vínculo à sociedade; levar em conta o
sistema normativo que o funda, laço de filiação, normas que enquadram esse laço em uma
dada sociedade, laço de participação eletiva, reagrupamento por afinidade, incitamento
normativo, laço de participação orgânica, vida profissional, sociedade salarial, laço de
cidadania, direitos civis, políticos, econômicos e sociais, sociedades democráticas, esta
tipologia permite analisar como os laços sociais são entrecruzados de modo normativo em
cada sociedade*, regulação da vida social, conceitos de integração e de regulação, o
primeiro remete à integração dos indivíduos à sociedade, o segundo, à integração da
sociedade, entrecruzamento normativo desses laços sociais, integração da sociedade,
regulação social global, coerência normativa, para fazer sociedade é importante que certas
representações sejam compartilhadas pelo maior número possível, devem exercer uma
autoridade sobre os indivíduos, de modo automático, respeito uma “economia moral dos
laços sociais”*, coerência da ordem normativa, integração social, tipo de configuração de
vínculo, história, raízes antropológicas, desafio, passar de uma tipologia dos laços sociais a
uma tipologia das configurações de vínculo, quatro tipos de laços, uma função de integração
e/ou uma função de regulação, laço integrador, laço regulador, concepção normativa,
valores e princípios de educação moral; quatro tipos de regimes de vínculos*: familialista,
voluntarista, organicista, universalista;
1) configuração de tipo familialista, laço de filiação, moral doméstica;
2) configuração de tipo voluntarista, laço de participação eletiva, moral associativa;
3) configuração de tipo organicista, laço de participação orgânica, moral profissional;
4) configuração de tipo universalista, laço de cidadania, moral cívica;
Fatores mais associados a esses quatro tipos de configurações, o nível de desenvolvimento
econômico, a relação às desigualdades, o sistema de proteção social e o civismo, nível de
desenvolvimento econômico, definição da sociedade industrial, consequências dessa
racionalização da produção, relação às desigualdades, regimes de vínculo, indignação
moral particular, sensibilidade social, sistema de proteção social, critério de
“desmercantilização”, segurança de subsistência, civismo*, grau de engajamento dos
indivíduos a serviço da coletividade, uma dimensão do capital social*; configuração de tipo
familialista, laço de filiação, zonas rurais, fechadas sobre si mesmas, uma base familialista a
um capitalismo de pequenos empreendedores, sobrevivência de tradições, desigualdades
sociais “naturalizadas”, os pobres aceitam a sua condição como sendo um destino, aquele
de sua família, sistema de proteção lacunar, natureza clientelista, civismo fraco, mercado de
trabalho, corpo político corrompido, benefício de interesses individuais, enraizamento da
vida social em um sistema coercitivo, regime familialista, solidariedade, economia informal;
configuração de tipo voluntarista, laço de participação eletiva, nada deve poder entravar a
liberdade de associação, afinidade, princípio da liberdade de empresa, regras do mercado,
desejo de enriquecimento individual, condições necessárias para o desenvolvimento
capitalista, pobreza como um efeito social inevitável, racionalização, mito do self made man,
sistema de proteção social fraco, civismo forte, um sistema de pertencimento comunitário,
aspirações coletivas de cidadania; configuração de tipo organicista, o laço de participação
orgânica governa, por sua força reguladora, todos os outros laços, na solidariedade orgânica
a realização da sociedade industrial, complementaridade das funções, regime organicista,
intensificação das trocas no mundo do trabalho, relação específica dos indivíduos ao
Estado, vínculo quase-obrigatório a um corpo intermediário, interdependências assentadas
sobre o princípio de complementaridade, Estado centralizado, “corporativismo de Estado”,
desigualdades aparecem como constitutivas da vida social, no sentido das lutas pela
classificação, prestígio, dominação, se torna necessário um trabalho estatal de
coordenação, sistema de proteção, subsistemas, lógica de distinção estatutária e de
reivindicação categorial, Estado, função classificatória: civismo menos desenvolvido,
interesses particulares; configuração de tipo universalista, laço de cidadania, princípio da
igualdade, direitos, alto nível de desenvolvimento econômico, regras do mercado, socializá-
las, interesse geral, pertencimento a uma vasta comunidade de cidadãos, Estado,
representar o conjunto dos indivíduos, consentimento, viver próximo ao outro sem
manifestar uma eventual superioridade de tal ou qual estatuto, vontade de emancipação
individual, respeito às instituições, sistema de proteção social avançado, civismo forte,
condição salarial, análise comparativa das sociedades modernas, extensão e avanço do
quadro analítico de Durkheim, o vínculo à sociedade é, para Durkheim, a fonte da moral*,
sociedade industrial, laço de participação orgânica dominante, moral doméstica, laço de
filiação, moral cívica, laço de cidadania, O Suicídio, Educação Moral, Durkheim sustenta a
tese da diversidade dos laços sociais que constituem muitas fontes variadas da moral; O
homem solidário de Durkheim, autônomo e ligado a outros e à sociedade, representação
organicista da solidariedade, teoria social do vínculo, herdeira do núcleo conceitual deixado
pelo fundador da sociologia francesa, aquisições da sociologia comparativa;

Texto 2: Jeffrey Alexander - A tomada do palco: performances sociais de Mao Tsé-Tung a


Martin Luther King, e a Black Lives Matter hoje
Sociólogos da cultura, teoria da performance social*, obra tardia de Durkheim, teoria do
drama, esclarecer a arte do protesto, desafio de forjar novos roteiros orientados à ação
lideranças fortes, com talento dramatúgico e de direção, acesso aos meios de produção
simbólica, influência, movimento negro pelo fim da violência policial, meios digitais de
produção simbólica*, para tomar o poder, é preciso, primeiro, ocupar a cena social, produzir
dramas sociais, e transmiti-los com êxito ao público, sustentar performances, processos de
Moscou projetados por Stalin na década de 1930, comícios nazistas de Nuremberg em
1933, na medida em que os regimes políticos, permitam que o poder seja desafiado com
alguma facilidade, mais difícil será monopolizar o cenário social; performances começando
do zero, mediação de condições extra-performáticas, recursos interpretativos, materiais e
demográficos; o movimento afro-americano por direitos civis constituiu um drama social com
décadas de duração, sofrimento social, tensão social; Martin Luther King, líder político, um
excelente dramaturgo, monopolizou a cena pública, táticas não violentas, respostas
violentas, moldar a resistência pública, dramas de sacrifício e redenção*, foram espalhados
pelas telas de TV e manchetes de jornais americanos. Os brancos do Norte identificaram-se
com o sacrifício do movimento e experimentaram uma catarse quando as massas negras
triunfaram; teoria da performance social, Durkheim, fase tardia*, virada, estética de Clifford
Geertz, teoria do drama de Victor Turner, performance, Schechner, modelo
macrossociológico da performance social, a “pragmática cultural”, situações empíricas,
campanhas presidenciais, Primavera Árabe, Guerra do Iraque, como a teoria da
performance social pode esclarecer a arte do protesto, revolução comunista da China,
movimento americano por direitos civis, protestos atuais; Movimentos sociais revolucionários
anunciam inevitabilidade, a história é bem diferente, engenhos dramatúrgicos, Lenin,
ideologia no centro da mobilização revolucionária, Gramsci sabia que a revolução na Rússia
tivera sucesso devido ao poder dramatúrgico do partido bolchevique; Revolutionary
Discourse in Mao’s Republic, David Apter e Tony Saich, interpretação geertziana,
densamente semiótica, o organizador revolucionário como um contador de histórias,
tirar o peso da narrativa dos ombros do indivíduo, a história passa a pertencer à comunidade
discursiva, Mao Tsé-Tung, “mitos, histórias, textos e ditames”*, visão de uma “república
utópica”, desafios performativos que precisam ser enfrentados em tempo real, representar
ideias e conseguir um público que acredite nelas*, Apter e Saich, “é preciso que as pessoas
queiram ouvir”, o processo dramatúrgico de gerar uma percepção de fusão contínua entre
público, atores e roteiro** precisa ser concebido, o processo de comunicação requer
atenção, narrativa de Mao nas cavernas de Yan’an, onde o movimento comunista chinês se
escondeu Guomindang, 1937-38; Mao faz-se parte integrante do processo, um homem do
povo e um intelectual, [Mao] preparou-se cuidadosamente para projetar apenas a imagem
que queria o discurso, por si só, seria suficiente para unificar uma comunidade fragmentada,
que fator possibilitou o desenvolvimento do processo de revivificação ideológica? Gestos e
movimentos improvisados, adereços e encenações, comunidade discursiva, saber como se
realiza, na prática, a fusão entre orador e audiência, como uma performance contingente e
instável passa a ser considerada, um ritual absorvedor, iterativo e unificador, autenticidade
não é uma coisa previamente existente, é sim algo concedido por uma plateia motivada,
criar vínculo entre orador e audiências é o objetivo das performances*, a intrincada textura
da performance social; pesquisas acadêmicas sobre a revolução chinesa, estudos sobre a
performance, definindo o espaço entre significante e significado, Elizabeth Perry, Anyuan*,
como os revolucionários lograram introduzir mensagens e métodos a serem compreendidos
por público, “posicionamento cultural”, “depende tanto das habilidades do mensageiro
quanto do conteúdo e da sintaxe da própria mensagem”, cidade mineira do sul China,
Anyuan, Mao Tsé-Tung visitou Anyuan, “causou impacto profundo nos trabalhadores”, a
indumentária de Mao destoava totalmente de sua pauta revolucionária, túnica mandarim
azul*, a linguagem usada pelo personagem de Mao era muito mais adequada, ao fim de
uma semana de imersão, ele havia reestruturado a roupa de seu personagem para
encaixar-se melhor na cena local: Mao enviou Li Lisan, seu jovem protegido comunista, a
Anyuan para começar a organizar um movimento sindical, Li via as coisas de outro modo,
“estilo extravagante” – “o prendedor de metal brilhante (adquirido na França) que ostentava
em seu peito”, boatos, invulnerável às espadas e às balas, acessórios tinham uma função
performativa, “Li Lisan estimulava a crença de que desfrutava da proteção mágica, os
comunistas tinham algo completamente diferente da pedagogia tradicional –fosse da
literatura confucionista (wen) ou das artes marciais (wu), arma mais poderosa de
propaganda no movimento comunista, trupes de teatro, era o Teatro Vermelho* que
abrandava os temores do povo, ganhar a confiança, Yung-fa Chen, o campesinato chinês
era um público difícil de dobrar, passividade, conservadores, Feiyu Sun, campanha
“Expressar a amargura”*, “visitar famílias pobres, investigar seus sofrimentos”, PCC, “técnica
de experiência”, violência simbólica estava envolvida, violência física não estava descartada,
uma narrativa pessoal de seu sofrimento como camponeses pobres, essas visitas tratavam
de ideologia, de exercícios pedagógicos, visando à reestruturação da cognição, ensinar aos
camponeses como refletir sobre suas condições e identidade, ideologia política do PCC,
induzir a experiência do “expressar a amargura”, ou Suku*, compartilhar uma história
pessoal, propósito de inspirar nos ouvintes o ódio de classe, campanha por reforma agrária,
esforço organizacional, dramatizações produziam catarse política em escala massiva,
pretensões performativas, êxito dramático do Suku, estrutura dramatúrgica, ferramenta
organizativa, maoismo, Revolução Cultural, campanha “recordar a amargura”, A amargura
passada tornou-se rituais e performances, logrou incorporar-se às instituições da cultura
popular chinesa, representações da velha sociedade foram dissociadas das “realidades
objetivas”, seu Partido Comunista forjou uma arte revolucionária de protesto, drama
revolucionário, poder estético e moral*, a violência simbólica “agrega valor” ao potencial
dramático dos roteiros ideológicos, protestos de origem popular não dispõem dessa
vantagem performativa, movimento afro-americano por direitos civis, Guerra Civil, os negros
do sul permaneceram enclausurados em um sistema de castas, 1950 e 1960, movimento
por direitos civis, remover as barreiras que impediam o acesso dos negros ao poder estatal,
a luta não poderia ser violenta, só poderia recorrer à persuasão, dramas simbólicos voltados
ao público dos brancos do norte*, alguns brancos sulistas tinham os olhos abertos, mas a
grande maioria estava indiferente, públicos modernos são dispersos, Martin Luther King, as
táticas não-violentas foram concebidas para persuadir os brancos do sul, apelando a seu
espírito cristão e democrático, outro mestre da arte do protesto civil, Mahatma Gandhi,
Satyagraha –“insistência na verdade”, o racismo da maioria dos brancos do Sul, estava por
demais arraigado para que fossem sensíveis a uma Satyagraha afro-americana, era a
Satyagraha dos brancos do norte que King tinha em mente, de Frederick Douglas a W.E.B.
Dubois, abertura para o dramático, capacidade de comandar a cena pública, percepção
intuitiva da consciência coletiva americana, tanto branca como negra, linguagem cultural,
atos de fala, roteiros estratégicos, linguagens culturais arraigadas, temas religiosos,
cristianismo profético, durante os três primeiros séculos da experiência americana, no
entanto, o racismo impediu os brancos de identificarem sua própria narrativa de
emancipação com a luta dos negros pela liberdade, surgimento de performers*, NAACP,
potencial para tal identificação mútua, Martin Luther King definiu os brancos sulistas como o
público alvo declarado dos protestos por direitos civis, na prática figuras míticas em uma
peça de moralidade, esses dramas subverteram os poderes brancos sulistas, provocando-
os a desempenhar o papel antidemocrático, Rosa Parks* recusou-se a mudar para a parte
traseira do ônibus, em Montgomery, Alabama, em dezembro de 1955, boicote não-violento
ao ônibus de Montgomery, doze longos meses, performances, ensaios, atores civis,
recursos materiais: transporte, fiança para prisão e representação legal*, drama social exigia
também um protagonista heróico, identificação emocional e inspiração moral, não só
localmente, nacionalmente, para os cidadãos do norte, através de repórteres brancos,
fortemente impactados, pauta civil-religiosa, declaração de King de que “uma das glórias da
América” era “o direito de protestar por direitos”, a revista Time colocou King em sua capa,
“aquele que muitos negros – e, não fosse por sua cor, muitos brancos – gostariam de ser”,
décadas de duração, vitória do bem civil sobre o mal anti-civil*, Freedom Rides, atos de
protesto contra a brutalidade criminosa, policiais brancos atacaram adolescentes estudantes
negros, drama que indignou como nunca antes a visão cívica nortista, crise moral,
consciência coletiva (correntes sociais)*, Birmingham e Selma, lideranças brancas nessas
cidades eram particularmente propensas a explosões racistas, controlados artisticamente no
desenrolar dos atos, o efeito dramático depende da suspensão voluntária do ceticismo,
brancos sulistas ignoraram os protestos por direitos civis, considerando-os incidentes
fabricados, mas o público branco do norte os via como genuínos, drama dos direitos civis,
noticiários televisivos, empatia, poder simbólico, King sabia, tem efeitos reais, em 1964 e
1965, o Congresso, atuando na esteira do assassinato de JFK, abolição das leis de
segregação, movimento por direitos civis, imaginário coletivo global, uma iteração
sequencial da performance social utópica que arraigou-se profundamente na cultura, na
sociedade civil global, ideal utópico da solidariedade cívica, a insatisfação com as formas
existentes de organização social é crônica, Polônia; Filipinas; Hong Kong, movimentos
conseguiram tomar o poder estatal; todos geraram um poder simbólico extraordinário,
audiência ampliada de “toda a humanidade”;
Movimento Black Lives Matter*, experiências-modelo, protestos afro-americanos posteriores
sentiram-se compelidos a tomar como base, as atuações são como atos de fala
pragmáticos, exigem que cada um dos outros elementos da performance, seja posto em
ação, condições da população negra pobre das periferias das cidades do início do século
21, novos roteiros informar cenas dramáticas, capazes de atrair, motivar e, mesmo
congregar grupos sociais, lideranças fortes, com talento dramatúrgico, acesso aos meios de
produção simbólica; influência ante os poderes relevantes, movimento negro pelo fim da
violência policial, 2012, sequência iterativa, vitória do movimento por direitos civis decisiva,
mas parcial, tais grupos, é verdade, permaneceram submetidos a um estigma racial
generalizado, mas sua liberdade de movimento expandiu-se muito, gueto, uma subclasse
racial, mescla de uma classe dominada e do resquício de uma raça ainda desprezada,
barreira cultural em torno desse grupo periférico; Jovens negros, encarcerados, educação e
talentos profissionais, vínculos e alcance institucionais, tais recursos dificilmente estariam
disponíveis para a nova subclasse racial, capacidade de mobilizar protesto social em favor
da subclasse, inspirar a crítica social generalizada, a esfera civil nos Estados Unidos segue
sendo potencialmente capacitadora, arranjos sociais apropriados, movimento social com
grande capacidade performativa, novas redes de significado entre os grupos raciais
marginalizados e os grupos centrais, 2012, disparos de policiais contra homens negros
raramente ga nharam visibilidade pública, tecnologias de internet, slogans, símbolos*,
manifestações coreografadas, contrastavam a inocência negra com a brutalidade policial,
um novo catalisador do imaginário social, símbolos, hashtags, cantos, metáforas e imagens,
valores*, breves períodos de atenção, as vidas das pessoas negras pobres começaram a ter
importância, os assassinatos perpretados por policiais ganharam a primeira página dos
jornais e viraram ponto de ignição político, New York Times, rapidez com que atua o
movimento, transformaram cada assassinato praticado pela polícia em um referendo
nacional sobre o valor das vidas das pessoas negras, referendos simbólicos, 2015, após
três anos de mobilização social, mudança na opinião pública, afirmam que o racismo é um
problema sério e que é preciso fazer mais para alcançar a igualdade racial”, performances
de protesto, telas de TV e de computadores; Certamente, as manifestações eram sinceras;
Seu realismo, contudo, foi coreografado, efeito performativo, assassinato do estudante
secundário, Trayvon Martin*, fevereiro de 2012, indignação contra o racismo e a
irresponsabilidade civil, aquela que acabou sendo uma nação amplamente solidária aos
protestos, limites da ética interracial, Obama -Se eu tivesse um filho, ele se pareceria com
Trayvon, cidadãos e cidadãs que ele representava como Presidente dos Estados Unidos,
Zimmerman foi acusado de assassinato, quinze meses depois, absolvição; Eric Garner*,
havia morrido, quando um agente branco da polícia de Nova York o submeteu por 20
segundos a uma gravata mortal, encenaram pessoas mortas; manifestantes deitaram-se no
meio de ruas movimentadas e gritavam as últimas palavras de Garner: “I can’t breathe!”*,
2014, um policial branco atirou em outro jovem negro, Michael Brown, “I don’t have a gun,
stop shooting!”, preces seculares “tornaram-se grito nacional de mobilização”, gestos
evocativos, reconhecidos como recriação ritual, braços acima da cabeça, palavras
dramáticas e movimentos coreografados foram transmitidos ao vivo pelas redes sociais e,
sendo reportados nas grandes redes de notícias, seus slogans e gestos transformaram-se
em totens e foram disseminados por ícones afro-americanos, Jarret Jack, armador do
Brooklyn Nets, quanto mais atenção e consciência pudermos trazer para ela, melhor, é uma
questão de cidadania; potencial de conectar-se com um público ainda mais amplo, qualquer
pessoa que tenha algum tipo de visibilidade pública deve se manifestar e fazer alguma
coisa”, atos simbólicos ritualizados produziram uma efervescência coletiva*; Hands Up,
Don’t Shoot!, “I can’t breathe!”; Black Lives Matter – o hashtag, a organização e o amplo
movimento epônimos, criado no dia em que libertaram George Zimmerman, teleSUR,
coalizão nacional, “recriar uma plataforma política negra nos Estados Unidos”, tradição
consagrada dos direitos civis afro americanos, uma plataforma para falar publicamente
sobre repressão, resiliência e destino, Patrisse Cullors, criou o hashtag, #BlackLivesMatter a
partir de uma postagem, Alicia Garza, ainda me espanto com o pouco valor atribuído às
vidas das pessoas negras, nossas vidas importam, Opal Tometi, uma rede social no
Facebook e no Twitter, utilizar a hashtag para “conectarem-se entre si”, as três mulheres*
“começaram a pensar em transformar a frase em um movimento”, Garza, Cullors, e Tometi,
dramaturgas invisíveis, performances de ampla visibilidade, papel de produtora e diretora
organizadora, menor unidade em torno da qual você constrói sua equipe, formar novas
lideranças, construir e lançar campanhas, DeRay Mckesson, Johnetta Elzie, registros de
Elzie em tempo real dos confrontos, fotografou, Mckesson, também, “tuitava” em tempo real,
Elzie e Mckesson tornaram-se “as figuras mais conhecidas no movimento em Ferguson”,
visibilidade pública, passaram a aparecer regularmente na TV e no rádio, New York Times
Magazine, um tom entusiástico, até adulatório, Mckesson, posteriormente, lançou-se
candidato a prefeito de Baltimore, BLM, conectividade online, expertise em software somada
à ira e à determinação, processo performativo, abismo de um lado, roteiros e atores, e de
outro, o público, dificuldades culturais e pragmáticas para o êxito dramático, não uma
performance, mas várias, vinculadas a um mesmo tema, 1) postagens mobilizadoras
mobilizadas dentre um público escalonado, Mckesson, “Quando eu ‘tuíto’ estou,
basicamente, pregando aos convertidos”, receptores de suas mensagens se tornaram
atores nos protestos de rua, impactos, público de uma camada mais afastada, queremos
que as pessoas se sintam tão desconfortáveis quanto nos sentimos quando ouvimos sobre
Mike, sobre Eric Garner, sua ambição comunicativa, consistia em criar performances
dramáticas que provocam empatia pelo sofrimento* uma catexia emocional que ampliaria a
identificação cultural, experiência simbólica indireta, segundo ato; 2) jornalistas interpretando
os protestos e produzindo narrativas, a performance da subclasse racial como uma nova
questão negra, circuito performativo, a nova questão negra tinha de ser reconhecida por
grupos brancos influentes, análise de 40,8 milhões de tweets relacionados ao movimento,
Freelon et al., rede das comunicações digitais do BLM, duplo movimento, a rede digital era
frouxa, “extremamente difusa, evidentemente propícia à ampla distribuição e circulação da
informação”, identidade substantiva de seus nós, núcleos, veículos da mídia dominante*, o
que se produz e distribui, a notícia, visando sua ampla disseminação”, performances,
reenvio massivo dos tweets entre ativistas, jornalistas interessados, centenas de milhares de
expectadores externos, potencialmente atentos, dupla estrutura performativa; “Se o objetivo
do Black Lives Matter era [...] convencer mais americanos da existência da violência
policial”, afirmou o New York Times, “então teve êxito”, BLM fragmentou-se em mais de 30
grupos ativistas, a atenção voltou-se para distúrbios mais focados, campanhas políticas,
[Bernie] Sanders e Martin O’Malley, tomaram o microfone, exigindo que o candidato
estendesse suas demandas, para um enfoque também racial, ativistas negros estão
literalmente roubando a cena, a candidatura democrata havia “recalibrado suas mensagens
e tom” (Sérgio Camargo)**, O’Malley desculpou-se por falar “todas as vidas são
importantes”, Hillary Clinton, “Mães do Movimento”, impacto dessa tática performativa,
autenticidade, novas táticas turbulentas do BLM, direcionadas aos candidatos republicanos,
destacar o que os ativistas consideravam a branquidade insensível do movimento
conservador, caráter anti social, “que passa dos limites”, a capacidade performativa do BLM
permaneceu restrita em comparação com seu predecessor, roteiro do BLM, alcance
persuasivo da indignação, tom secular do BLM, impediu qualquer vínculo com a religião civil
americana, ausência de personagens míticos*, questões coletivas, discursos online e
imagens digitais não são suficientes, DeRay Mckesson, única persona distinguível,
Mckesson inscreveu-se no radar americano, mas não penetrou em seu núcleo sagrado,
tornar-se uma representação coletiva do sofrimento e da esperança das pessoas negras,
drama de protesto, movimentos sociais tornam-se materialmente fortes porque triunfam,
performances sociais, é preciso, primeiro, conquistar o imaginário coletivo* (interacionismo,
teoria crítica), movimento comunista chinês, contradições de classe, tom de um drama de
vida, Mao, persona mítica, Martin Luther King, uma narrativa redentora que comprometeu o
público, Black Lives Matter, meios digitais de produção simbólica, slogans e gestos
persuasivos;

Texto 3: Maria Stela Grossi Porto - Crenças, valores e representações sociais da violência
Noção de representações sociais, fenômeno da violência contemporânea, conteúdo das
representações sociais, questão das crenças e dos valores, explicação sociológica, lugar da
subjetividade na teoria e sua relação com o requisito da objetividade, como trabalhar a
categoria valor sem recorrer ao normativo, valores são a matéria-prima do fazer sociológico,
trilha weberiana, fato de o empiricamente dado estar em permanente relação com “idéias”
de valor, a “noção” de representações sociais pode ser um caminho fértil para a apreensão
de crenças e valores*, condição de princípios orientadores da conduta, apropriação desta
noção, no trabalho de pesquisa, viabilidade de se avançar no conhecimento de um dado
fenômeno, através da análise de Representações Sociais, instrumento metodológico,
explicações culturais, demandam métodos que privilegiem a interpretação, reconstrução
imaginária, Alexander, Durkheim, Representações Coletivas, Psicologia Social*, Moscovici,
Representações Sociais, Jodelet, necessidade que os indivíduos ressentem de se situarem
no mundo, explicar esse mundo e se explicarem dentro dele, fato de as representações
sociais serem a forma como os indivíduos concretizam tal necessidade, representações
sociais e conhecimento, sentido prático de criar a realidade da qual fala e à qual se refere,
apropriação utilitarista: representações sociais, trabalha-se a noção como um todo e sempre
no plural, assumindo as representações sociais enquanto blocos de sentido articulados*,
sintonizados ou em oposição e em competição a outros blocos de sentido, compondo uma
teia ou rede de significações que permite ao analista avançar no conhecimento da
sociedade por ele analisada, fenômeno da violência, análise das representações,
importância teórico-metodológica do conceito como estratégia de conhecimento do social,
conhecimento via representações sociais, poderia ser dito de segundo grau, chega-se a ele
interrogando a realidade através do que se pensa sobre ela, interroga(m)-se o(s)
imaginário(s), o objeto do conhecimento como distinto do objeto real, o problema social, não
sendo necessariamente um problema sociológico, precisa ser construído como tal, violência,
fenômeno empírico, pressupostos, de caráter metodológico, Representações Sociais: a)
condicionadas pelo tipo de inserção social; b) expressam visões de mundo; c) participam da
constituição desses mesmos fenômenos; d) máximas orientadoras de conduta; e) conexão
de sentido (solidariedade) entre os fenômenos e suas representações sociais**; conexões
entre representações sociais e a relação indivíduo/sociedade, representações sociais
dependentes das inserções sociais dos indivíduos, conflito inconciliável, simbiose total,
indivíduo e sociedade configuram uma relação de mútua dependência, indivíduo em sua
condição de agente ou ator, Durkheim, “o verdadeiro inventor do conceito”, distinção entre
representações individuais vinculadas à experiência individual, são mais variáveis e
incomunicáveis: representações coletivas, produto da consciência coletiva, mais impessoais
e resistentes à mudança, relativamente imutáveis, o conceito é, senão universal, ao menos
universalizável, a sociedade pensa as coisas de sua experiência própria, para Durkheim, há
homogeneidade nas representações coletivas, sem serem eternas são permanentes*,
Regras do Método Sociológico, Durkheim nunca chegou a uma perspectiva satisfatória e
coerente sobre a relação entre estrutura social e ação social, entre as forças materiais e
culturais, entre morfologia social e representações sociais, considerar a função
metodológica das representações sociais, “a vida social é toda ela feita de representações”,
idéia que fazemos das práticas coletivas, solidariedade existente entre o fenômeno e sua
representação, leitura metodológica da utilização da noção de representações sociais, fato
do condicionamento social dos atores, grupo como uma categoria plural, dificuldades,
insistência na homogeneidade de conteúdo das representações, a quase obsessão com a
qual Durkheim reifica o social em decorreria da percepção da prevalência do individualismo
nas sociedades modernas, Durkheim não resolve a tensão indivíduo/sociedade através da
morte do sujeito, busca redefini-lo de modo a poder incorporá-lo* à sua sociologia:
individualismo moral*, reconhecimento da autonomia do indivíduo, resultado da vida social
que antecede o indivíduo, Alexander, idéia de que as “maneiras de ser” não passam de
“maneiras de fazer consolidadas”, incluem “tipos de condutas e de pensamento, maneiras
de agir, de pensar, de sentir, representações e ações”, inflexão teórica, vida interior e
subjetiva dos atores e das sociedades, Representações Sociais, informada por crenças,
valores*, Representações Coletivas, tendência, nas sociedades modernas ao
desaparecimento de pontos fixos de referência, representações sociais distintas podem
surgir e pretender hegemonia, se: a) a diferenciação social* progride e os conteúdos da
consciência coletiva se enfraquecem; b) a crescente autonomia individual permite ao ator
social incorporar sua experiência individual ao agir; ambigüidades de Durkheim, a
explicação sociológica é, para ele, irredutível ao ator social em sua subjetividade, sujeitos
agonizantes, mas não ausentes, recusa a submergir ao peso das estruturas, idéia
weberiana da pluralidade valorativa, Representações para Weber**, elaboração de um único
indivíduo, originárias de instituições, valores que consumimos e que dão sentido ao
cotidiano, formações coletivas que fazem parte do pensamento, representações na mente
de pessoas reais orientam suas ações, as representações, de que fala Weber, constituem-
se em valores, costumes ou normas jurídicas que o ator precisa levar em consideração –
ainda que para transgredi-las*; da perspectiva weberiana, funcionam como situação,
condição, ambiente, para as ações sociais, um dado que o sujeito precisa levar em
consideração, relatividade dos conteúdos valorativos que demandam do ator escolha e
seleção, violência como representação de uma ordem, de um valor, no mercado dos bens
materiais e simbólicos, buscar os sentidos orientadores das condutas, investigar quais
valores, crenças e sentidos estão em busca de hegemonia no contexto social, cultura da
virilidade, ditado popular “homem que é homem não leva desaforo pra casa”, compreensão
das idéias de valor que perpassam o ambiente no qual os atores interagem; relação dos
fenômenos culturais com idéias de valor, significação cultural, conhecimento da realidade
cultural, pontos de vista particulares, “objetividade do conhecimento* - fato de o
empiricamente dado estar constantemente orientado por idéias de valor”; abordagem
metodológica centrada na análise das representações sociais cujos conteúdos nada mais
são do que idéias de valor que uma determinada cultura elabora sobre os fenômenos da
vida social*, presença de práticas violentas como uma forma freqüente de estruturação de
relações sociais, certa relatividade do conceito, multiplicidade de valores orientadores de
conduta, representações, campo social no qual são construídas, questão da inserção social
dos atores, representações sociais são passíveis de distinções, em função de múltiplos
pertencimentos, interpretações, a perspectiva analítica centrada nas Representações
Sociais permite captar os sentidos que os atores atribuem às suas representações e às suas
práticas, sem secundarizar o sistema no qual esses atores agem, subjetividade e
objetividade como componentes fundamentais, relações objetividade/subjetividade enquanto
componentes que participam da definição do fenômeno, é possível supor que existam, por
um lado, contextos (objetivos) mais ou menos favoráveis ao desenvolvimento da violência, e
que por outro, o que é representado como violência “participa” igualmente da realidade da
violência, definir algo ou alguém como violento implica captar as relações entre objetividade
e subjetividade da violência, necessariamente abrir mão de julgamentos normativos ou
valorativos, pretensão à legitimidade não é necessariamente sinônimo de legitimidade,
distinção weberiana entre o político e o cientista, para a análise sociológica, torna-se
relevante para os propósitos explicativos refletir sobre a ordem empiricamente vigente,
reveladora de contextos societários e dos valores neles predominantes, oposição entre a
relatividade de que seus conteúdos se revestem e a pretensão a uma definição abrangente
e universal, ênfase posta na cultura e nas especificidades próprias a toda e qualquer
sociedade, relatividade valorativa, distintas representações, objeto de análise, definição da
violência: não há uma definição em abstrato que se “aplique” a qualquer sociedade,
considerar que o limite para o relativismo seria a integridade, física e moral da pessoa,
ambigüidades, cabem interpretações sobre o que seja, integridade, relação
objetivo/subjetivo, deve-se falar de violência sempre que o outro é desconsiderado como
sujeito e, tratado como objeto*, Wieviorka, a violência jamais é redutível à imagem da pura
objetividade, por outro lado, a violência não pode ser redutível aos afetos, impasses que
ameaçam a apreensão da violência, a saber, o universalismo e o relativismo, o que se
assume como real é produto de processos, individuais e coletivos, representações sociais,
fato de estas expressarem visões de mundo, atribuindo sentido aos fenômenos, relações
entre representações sociais e a compreensão do mundo por parte dos agentes sociais:
Michaud, solidariedade entre evento e representação*, representações sociais podem
justificar e orientar políticas públicas, medo e a sensação de insegurança são muito maior
nos condomínios fechados, sensação de insegurança “cria” uma demanda por aumento de
segurança, aliada a outras representações, induz à utilização do já referido aparato de
segurança, defesa de interesses particulares, aumento de repressão, como saída para
conter a destruição, descrédito, mote para alavancar a indústria bélica, a representação
acerca de um fenômeno é parte constitutiva desse mesmo fenômeno, “criando-o”, em certo
sentido*, definição do “suspeito”, representações sociais contribuem práticas violentas, por
que a sociedade produz certas representações sobre um fenômeno, a violência são os fatos
da violência, mas são também as representações sociais dessa violência, é pertinente
buscar as relações entre o fenômeno e suas representações, por assumi-las como um dado
de realidade, a pesquisa centrada na análise de representações sociais busca ressaltar a
contribuição substantiva que crenças, valores e ideologias, aportam ao conhecimento do
social, o fato de uma dada sociedade se pensar, ou não, em termos da categoria violência
depende dos valores aí vigentes, interdependência entre variáveis de natureza objetiva e
subjetiva, importância das representações sociais, centrar o foco da compreensão nos
indivíduos em contextos específicos, ação social e representação social são fenômenos
solidários.
Aula em vídeo (comentários): Émile Durkheim e desdobramentos teóricos do enfoque de
sua obra, usos contemporâneos, influências durkheimianas; elaboração de uma teoria da
subjetividade, entre o que é a vida íntima do indivíduo e a vida coletiva nas esferas públicas;
historicidade dos vínculos entre os grupos, ideia de “esferas” (Weber); percepção de que a
sociedade moderna industrial é composta de diferentes agrupamentos com indivíduos
dotados de níveis múltiplos de pertencimento; vínculos familiares, associativos, nacionais,
humanos; relações com sociedade com princípios de organização muito diversos, coerência
normativa global; individualismo como forma de existência da sociedade moderna; indivíduo
como forma de existência da sociedade industrial em si, o individualismo é um fato social; o
processo de individualização não é opcional, Foucault demonstra sua relação com saberes
e seus efeitos sobre os corpos dos indivíduos, punição de pequenos desvios, correção
orientada por uma representação pública do indivíduo ideal; intermédio entre o indivíduo
como ser autônomo e a sociedade como fenômeno coletivo; diálogo com os contratualistas,
origem do Estado e a ordem legal; imposição do Estado sobre os indivíduos, o advento do
Estado produz consequências morais sobre o indivíduo; a individualidade de cada se impõe
sobre os outros; Estado como base das liberdades individuais; a ideia de construção social
do eu surge só no final do século XX; na virada do século está sendo pensado o espaço
entre o indivíduo e a sociedade; consequências morais da ideia de individualidade,
privacidade, autonomia; estruturas sociais que permitem e obrigam os sujeitos a agirem
como indivíduos; espaço de criação de subjetividade onde se manifestam os fatos sociais
(entre o indivíduo e a sociedade); a solidariedade social em sentido durkheimiano se dá
entre a vida privada e a vida coletiva; âmbito dos regimes representacionais; crítica da ideia
de escolha racional (há racionalidade, mas a adesão à vida social e a formação da
subjetividade estão relacionadas a fenômenos subjetivos);
Três textos diversos fazendo leituras sobre essa discussão envolvendo a construção moral
da subjetividade*; adesão aos grupos políticos, há aspectos racionais, mas para Durkheim
sempre há também influência da participação em uma vida moral; imposições coercitivas
sobre os indivíduos; Alexander e as correntes sociais, trabalhando através de rituais e
performance, movimentos sociais e o convencimento emocional, ideia de sofrimento
compartilhado; impactar e convencer, produzir pertencimento; discussão sobre o aumento
ou diminuição de índices de apoio ao governo de acordo com classes sociais, influência do
auxílio emergencial (anacrônico); como se dá a adesão política a um governante, pesos
econômicos e culturais (um tema durkheimiano); Esther Solano (racionalidade) e Luís Felipe
Miguel (irracionalidade); a vida moral nunca é só sugestão, é impositiva, a natureza dos
vínculos define o teor simbólico das relações; a necessidade de seleção ao estabelecer
vínculos exige responsabilidade (educação moral), atenção; a adesão a ideias depende dos
vínculos que estabelecemos, pois os mesmos são coercitivos; relação entre saber e poder,
um tema durkheimiano tornado foucaultiano; confiabilidade da informação; vida reflexiva,
racional; adesão pública a determinadas ideias, depende do teor de nossos vínculos
culturais, políticos, econômicos; constituição da solidariedade orgânica como um fato
impositivo na formação de nossa consciência coletiva*; recuperar a dimensão ritualística da
vida social; relação entre o sagrado, a autoridade e o ritual;* compreender como as
representações sociais que constituem nossa consciência coletiva são criadas e
atualizadas, tornando-se sempre presentes (se reapresentando continuamente); conforme
ampliamos nossos horizontes mudamos de opinião, mas as representações sociais se
atualizam, se mantém presentes e não mudam facilmente, por serem coercitivas; valores
impositivos que circulam na vida social, somos classificados de acordo com os regimes de
representação que nos atravessam; enquadramento social dos indivíduos de acordo com os
princípios organizadores que os classificam, exemplo do racismo e os estereótipos; estudo
sobre os linchamentos (de bruxas; Silvia Federici, associação da violência contra criança
com bruxaria); uso instrumental da violência frente a representações do crime e da violência;
texto da Stela, representações como as formas pelas quais percebemos a realidade social,
há representações sociais a priori que usamos para interagir; resgate da discussão
durkheimiana pelo interacionismo simbólico; teoria das representações sociais, sendo
trabalhadas junto às teorias sobre ideologia, operação no âmbito da comoção pessoal,
motivação, porosidade e encarnação das idéias; agimos ou pensamos através de categorias
que não criamos, introjeção; criação do desejo através do estabelecimento de vínculos;
interiorização da exterioridade (Bourdieu e a incorporação das estruturas sociais enquanto
habitus); há padrões de sentimentos na vida social; fato social como forma de pensar, agir e
sentir (estrutura de sentimentos em Williams, formas de subjetivação da ideologia, das
representações sociais*); um sentimento cria uma ação com determinado teor, sentido;
sobre a irracionalidade de uma mulher que opta por ter filhos e se casar em uma sociedade
machista*; há valores morais que produzem sentimentos, levando a tomadas de decisão
autodestrutivas; a construção da subjetividade é um processo social, a exterioridade é
interiorizada, e a interioridade é exteriorizada (Bourdieu); vínculos entre saber e poder,
sujeito como resultado do exercício de poder e da introjeção das categorias de saber
(Foucault); formação da subjetividade a partir da relação entre o sagrado, a autoridade e o
ritual (Durkheim)*; ritual como elemento performativo e dinâmico, oposição entre estrutura e
dinâmica em Durkheim; ritual ligando elementos estruturais da consciência coletiva ao
indivíduo; ritual presencia e constrói a “carne” da estrutura, o ritual vincula a autoridade à
consciência coletiva e à consciência individual; Alexander e a percepção profícua sobre a
obra de Durkheim; observação de rituais em trabalho de campo; rituais pontam a vida social,
dimensão performativa se confunde com o próprio sujeito, indumentária, vestimenta e as
túnicas de Mao-Tsé Tung; efeitos de representação e sua relação com o discurso; discurso
é o que se fala mas também como se fala; cristalização de locais de fala*, ancoragem
derivada da percepção social do poder; indivíduos usam elementos performativos para
inspirar confiabilidade; discursos do Lula (talento comunicativo, autenticidade, carisma);
rituais religiosos, falas particulares em contexto ritual; mudança de estatuto a partir de
efeitos de fala; estudo sobre rituais judiciários; ideia de protagonismo das partes na
produção da decisão, descentralização da figura do juiz (vestes, comparação com Mao)*,
representações em torno de hierarquias morais; PCC e a mimetização dos mecanismos de
justiça estatal*; efeitos da noção de crime, de punição; ideia de que uma punição é
necessária (presente nos rituais do PCC, nem antes nem além do Estado); admissão da
pena de morte (além do direito do Estado); relação entre representação e código (Hall)*;
análise de rituais performativos; abordagem policial na segurança pública (performance e
cena ritual)*; naturalização da diferença de tratamento, descrições parciais; preparo para ler,
reconhecer e analisar a performance, o interacionismo simbólico reconstrói a teoria
durkheimiana, no sentido de demonstrar a centralidade do simbólico na constituição da vida
social; teorias de ordem e anomia, vínculo com a dimensão ritual da obra de Durkheim;
recuperação da leitura conservadora de Durkheim via Parsons, escolas de lei e ordem da
criminologia; criação de programas de ação e policiamento, como o Estado moderno se
torna um Estado penal; vínculo entre ritual, autoridade e anomia; visão de uma criminologia
crítica possível a partir de Durkheim*, recuperação da ideia de que a sociedade industrial
produz anomia, não produz o reconhecimento necessário para todos os indivíduos,
descompasso entre a expectativa de reconhecimento e a reciprocidade obtida nos vínculos
de solidariedade (reconhecimento material e simbólico); sujeitos que rompem a ordem,
desafio à autoridade; comportamento fora de padrão; prática de pequenas incivilidades; a
ausência de reconhecimento também é representada o tempo todo, vestes simples,
pauperização e humilhação social; descriminação e a performance da humilhação*; leitura
conservadora, anomia não como resultado da disfuncionalidade derivada do capitalismo;
anomia descolada do processo de produção da desigualdade, resultado da falta de
aderência às ideias de autoridade, o crime viria do enfraquecimento das normas, reação
social ao crime como um ritual de reforço da ordem; ao apontar algo como errado
demonstramos que a regra ainda é válida para nós mesmos, para existir a regra precisa ser
performada na realidade constantemente; os direitos humanos precisam ser performados na
prática para existir; George Kelling e a teoria das janelas quebradas* (quando há delitos é
necessária a reposição da lei, consertos rápidos evitam a representação da desordem);
panóptico e a quadriculação do espaço, presença da viatura, da câmera, do uniforme; ideia
de que os espaços públicos devem ser preservados em ordem; quartos de hospital,
vigilância constante, códigos de uso dos espaços; teoria de reforço da autoridade, disciplina
e reprodução da autoridade; as próprias vítimas de violência são janelas quebradas, vítimas
que não se sentem reparadas pela comunidade insistem em exibir suas cicatrizes e
rancores, função simbólica de janela quebrada; reforço de campanhas pelo
compartilhamento do sofrimento; instrumentos de enfraquecimento da autoridade;
punitivismo como teoria criminológica, cuidar das vítimas reduz os efeitos simbólicos da
violência; controle da performance pública da vítima como meio de minimizar sentimentos
de insegurança social; aplicações da teoria de Durkheim, vertentes ideológicas possíveis;
reparação, conservação, progresso, etc.; o sentido político da leitura feita sobre Durkheim
depende da forma de elaboração das categorias teóricas utilizadas; modos como as
categorias são apropriadas e ressignificadas para justificar diferentes projetos derivados
desse corpo teórico; modos como recebemos uma interpretação também faz parte dos
processo performativos pelos quais atribuímos confiabilidade;
Interpretação rousseauniana sobre o Estado mal e o indivíduo bom, influência sobre
Durkheim, através do socialismo francês; entre o normativo e o sociológico; oposição entre
poder cívico e poder militar;

Texto 1
- Percepção de fusão contínua entre público, atores e roteiro;
- Quando a divisão do trabalho é levada demasiado longe, ela é fonte de
desintegração, importância dos regimes corporativos e sua relação com o Estado
(um corporativismo de Estado)**
- Educação Moral há uma análise da multiplicidade de pertencimentos, três tipos de
pertencimento: a família, a pátria e a humanidade;
- Patriotismo;
- Quatro tipos; laço de filiação, laço de participação eletiva, laço de participação
orgânica, laço de cidadania; analisar como os laços sociais são entrecruzados de
modo normativo em cada sociedade; civismo como dimensão do capital social;
- O vínculo à sociedade é, para Durkheim, a fonte da moral;

Texto 2
- Teoria da performance social (Durkheim fase tardia), acesso aos meios de produção
simbólica; estudo da construção moral de subjetividade; movimentos sociais;
- Moldagem da opinião pública, dramas de sacrifício e redenção (MLK);
- “Mitos, histórias, textos e ditames”, Mao-Tsé Tung, representar ideias e conseguir um
público que acredite nelas;
- Percepção de fusão contínua entre público, atores e roteiro;
- Criar vínculo entre orador e audiências é o objetivo das performances;
-
- Importância do simbólico, meio de conquistar o imaginário coletivo (corrente social),
Vestimentas (Mao), mobilidade e espaço (Rosa Parks), falas e gestos (BLM);
- O texto passa a impressão de inocência nos movimentos sociais contemporâneos,
mas ativistas negros estão literalmente roubando a cena, a candidatura democrata
havia “recalibrado suas mensagens e tom” (exoneração de Sérgio Camargo face a
comentários pejorativos sobre a morte de Moise Kabagambe, Lula x Bolsonaro);***
- Texto um pouco idealista, em torno da capacidade discursiva dos líderes, soma de
pequenas performances em lugar da centralização em torno de uma figura;
- Elizabeth Perry, Anyuan, cidade mineira do sul China, a indumentária de Mao-Tsé
destoava de sua pauta revolucionária, túnica mandarim azul (paralelo com os rituais
judiciários);***
- O campesinato chinês era um público difícil, campanha “Expressar a amargura”,
visitar famílias pobres, visitas tratavam de ideologia, exercícios pedagógicos, visando
à reestruturação da cognição, ensinar aos camponeses como refletir sobre suas
condições e identidade, experiência do “expressar a amargura”, ou Suku*, inspirar
nos ouvintes o ódio de classe;
- Rosa Parks e o boicote aos ônibus de Montgomery em 1955**; simbolismo do
transporte público em relação a movimentos sociais; exemplo dos protestos do 3,30
em 2013;
- Vitória do bem civil sobre o mal anti-civil, consciência coletiva (correntes sociais)*,
Birmingham e Selma, maior propensão a explosões racistas;
- Trayvon Martin, Eric Garner*, encenaram pessoas mortas; manifestantes deitaram-se
no meio de ruas movimentadas e gritavam as últimas palavras de Garner: “I can’t
breathe!”, Michael Brown, “I don’t have a gun, stop shooting!”, preces seculares
“tornaram-se grito nacional de mobilização”, gestos reconhecidos como recriação
ritual, braços acima da cabeça, slogans e gestos transformaram-se em totens, atos
simbólicos ritualizados produziram uma efervescência coletiva;
- Ausência de personagens míticos, discursos online e imagens digitais não são
suficientes, é preciso, primeiro, conquistar o imaginário coletivo (interacionismo,
teoria crítica);**
- O texto passa a impressão de inocência nos movimentos sociais contemporâneos,
mas ativistas negros estão literalmente roubando a cena, a candidatura democrata
havia “recalibrado suas mensagens e tom” (exoneração de Sérgio Camargo);***

Texto 3
- A “noção” de representações sociais pode ser um caminho fértil para a apreensão de
crenças e valores,
- Psicologia Social, Moscovici, Representações Sociais,
- Representações sociais enquanto blocos de sentido articulados
- Representações Sociais: a) condicionadas pelo tipo de inserção social; b) expressam
visões de mundo; c) participam da constituição desses mesmos fenômenos; d)
máximas orientadoras de conduta; e) conexão de sentido (solidariedade) entre os
fenômenos e suas representações sociais;***
- Para Durkheim, há homogeneidade nas representações coletivas, sem serem
eternas são permanentes, “a vida social é toda ela feita de representações”,
- Durkheim não resolve a tensão indivíduo/sociedade através da morte do sujeito,
busca redefini-lo de modo a poder incorporá-lo;
- Representações Sociais, informada por crenças, valores, diferenciação social;
- Representações para Weber, valores que consumimos e dão sentido ao cotidiano,
formações coletivas que fazem parte do pensamento, representações na mente de
pessoas reais orientam suas ações, que o ator precisa levar em consideração –
ainda que para transgredi-las;***
- “Objetividade do conhecimento - fato de o empiricamente dado estar constantemente
orientado por idéias de valor”; representações sociais cujos conteúdos nada mais
são do que idéias de valor que uma determinada cultura elabora sobre os fenômenos
da vida social;
- Deve-se falar de violência sempre que o outro é desconsiderado como sujeito e,
tratado como objeto;
- Michaud, solidariedade entre evento e representação;
- A representação acerca de um fenômeno é parte constitutiva desse mesmo
fenômeno, “criando-o”, em certo sentido;

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