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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

ENGENHARIA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

DOCENTE: EDINALDO TEIXEIRA

DISPLINA: FISICA III

JANYNNA THAIANE DA SILVA FARIAS

CAMPOS ELÉTRICOS

SALINÓPOLIS
2021
Uma forma de explicar a força eletroestática entre duas cargas é supor que toda
carga produz um campo elétrico no espaço que a cerca. A força eletroestática que age
sobre uma das cargas é atribuída ao campo elétrico produzida pela outra carga na
posição da primeira.

1. CAMPO ELÉTRICO

O campo elétrico é um campo vetorial, constituído por uma distribuição de vetores,


uma para cada ponto de uma região em torno de um objeto eletricamente carregado,
como o bastão de vidro.

Figura 1: (a) Uma carga positiva q 0 colocada no ponto P nas proximidades de um objeto
carregado. Uma força eletrostática ⃗
F age sobre a carga q 0. (b) Campo elétrico ⃗
E no ponto P
produzido por um objeto carregado. Ele é representado por um vetor cuja origem está em P .

Em princípio definimos campo elétrico em um ponto nas proximidades de um


objeto carregado, como P da figura na forma: colocamos no ponto P uma carga positiva
q 0, chamada carga de prova, medimos a força eletroestática ⃗
F que age sobre a carga q 0 e
definimos o campo elétrico ⃗
E produzido pelo objeto através da equação:


F

E=
q0

A unidade de campo elétrico no SI é newton por coulomb (N/C).

2. LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO


O campo elétrico é uma propriedade física do espaço ao redor de cargas elétricas.
Uma forma de representá-lo é a partir da técnica de "linhas de força" inventada por
Michael Faraday (1791 - 1867) para estudar o campo magnético.

As linhas de força, também chamadas de linhas de fluxo consistem em linhas


imaginárias, são formas gráficas de visualização do campo elétrico que indicam o
sentido da força elétrica sobre uma "carga de prova" q ¿ colocada num campo elétrico.
Em qualquer ponto do espaço, essas linhas de campo elétrico possuem orientações
tangentes que apontam a direção e o sentido do campo. Quanto mais próximo essas
linhas do campo, maior a intensidade, bem como mais distantes, menor a
intensidade. As linhas de campo elétrico começam em cargas negativas e terminam em
cargas negativas.

O módulo do campo elétrico é diretamente proporcional a densidade de linhas de


campo por unidade de área, medida em um plano perpendicular as linhas. Assim o
campo elétrico possui valores elevados onde as linhas estão próximas e valores
pequenos onde as linhas estão afastadas.

Figura 2: As linhas de campo elétrico se afastam de cargas positivas e se aproximam de cargas


negativas.

As linhas de força são sempre abertas, ou seja, não se fecham sobre si. Elas sempre
“saem” das cargas positivas e “entram” nas cargas de sinal negativo. As linhas de
força nunca podem começar e terminar na mesma carga elétrica. Se o campo elétrico
local for nulo, não haverá linhas de força na região.

A figura abaixo mostra linhas de campo para duas cargas positivas iguais, ou seja,
de mesmo valor absoluto e sinais opostos, conhecida como dipolo elétrico. Duas ou
mais linhas de força não se cruzam, uma vez que elas já representam a soma vetorial
dos campos elétricos naquele ponto do espaço.

Figura 3: Linhas de campo para duas cargas pontuais positivas iguais. As cargas se repelem.
(As linhas terminam em cargas negativas distante).

3. CAMPO ELÉTRICO PRODUZIDO POR UMA CARGA PONTUAL

Para determinar o campo elétrico produzido a uma distância r de uma partícula de


carga q (também chamada de carga pontual), colocamos uma carga de prova q 0 nesse
ponto. De acordo com a lei de Coulomb, o módulo da força eletrostática que age sobre a
carga de prova é dado por:

⃗ 1 q q0 ^
F= r
4 π ε0 r2

O sentido de ⃗
F são para longe da carga pontual se a carga q for e na direção da

F
partícula se a carga q for negativa. De acordo com a equação ⃗
E = , o módulo do vetor
q0
campo elétrico criado pela partícula na posição da carga de prova é dado por:


F 1 q q0

E= = r^
q0 4 π ε 0 r 2

O sentido de ⃗
E é o mesmo que o da força que age sobre a carga de prova: para longe
da carga pontual, se q for positiva, e na direção da carga pontual, se q for negativa.
Assim, se conhecemos a posição de uma partícula carregada, a equação pode ser usada
para calcular o campo em qualquer ponto do espaço, podendo determinar a orientação
do vetor campo elétrico em pontos próximos da partícula simplesmente observando o
sinal da carga q .

Para calcularmos o campo elétrico total produzido por duas ou mais partículas
pontuais. De acordo com a soma vetorial do princípio da superposição, quando
colocamos uma carga de prova positiva q 0 nas proximidades de n cargas pontuais
q 1 , q 2 , … , q n, a força total ⃗
F 0 a que a carga de prova é submetida é dada por:


F 0= ⃗
F 01 + ⃗
F 02+ …+ ⃗
F0 n


F
Para calcular o campo elétrico, basta aplicar a ⃗
E= , a cada uma das forças:
q0


F0 ⃗F ⃗
F ⃗
F

E= = 01 + 02 + …+ i + …+ ⃗
F0n
q 0 q 0 q0 q0

¿⃗
E1 + ⃗
E2 +…+ ⃗
E i+ …+ ⃗
En

Onde ⃗
Ei é o campo elétrico que seria criado somente pela carga pontual i .

4. O CAMPO ELÉTRICO PRODUZIDO POR UM DIPOLO ELÉTRICO


Figura 4: Campo elétrico de um dipolo elétrico.

Considere o dipolo elétrico, formado por duas partículas carregadas, sendo uma
delas positiva de carga +q e a outra negativa de carga −q , separadas por uma distância
d . Pelo princípio da superposição, o campo elétrico total em um ponto P no eixo do
dipolo que liga as duas partículas, a uma distância z do seu centro dipolo, conforme a
figura é dado por:

E=E+¿−E −¿ ¿ ¿

q
E=
q
4 π ε 0 r +¿ −2 ¿
4 π ε 0 r−¿ ¿ 2

q q
E= 2
− 2
1 1
4 π ε 0 (z− d ) 4 π ε 0 (z + d)
2 2

(( )
q 1 1
E= −
) ( )
2 2 2
4 π ε0 z d d
1− 1+
2z 2z

q 2d/z
E=

( ( ))
2 2 2
4 π ε0 z d
1−
2z

q d
E=
4 π ε 0 z3
( ( ))
2 2
d
1−
2z

Para P distante do dipolo, i.e. para z ≫ d , podemos desprezar o termo d /2 z entre


parênteses, e obtemos:

qd
E= 3
2 π ε0 z

p
E=
2 π ε 0 z3
Onde p=qd grandeza conhecida como momento dipolar elétrico é o momento de
dipolo. Pode-se mostrar que, ao longo do eixo perpendicular ao do dipolo, o campo
também varia com a distância ao cubo, e, portanto, isso vale para qualquer ponto
distante do dipolo.

5. O CAMPO ELÉTRICO PRODUZIDO POR UMA LINHA DE CARGA

Distribuições contínuas de cargas que envolvem muitas cargas próximas,


distribuídas a longo de uma linha, superfície ou volume.

Figura 5: Anel de cargas positivas distribuídas uniformemente. Um elemento de carga tem


comprimento ds . Esse elemento cria um campo elétrico d ⃗ E no ponto P . A componente de d ⃗
E
paralela ao eixo central do anel é dE cos θ .

Considere um anel carregado conforme a figura. A carga dq contida em um


elemento de comprimento infinitesimal ds é dada por:

dq=λds

Essa carga diferencial pode ser tratada como uma carga pontual e gera um campo
infinitesimal dE , que tem distância r do elemento. Assim temos:

dq λds
dE= 2
= 2
2 π ε0 r 2 π ε0 r
Como todos os elementos de carga têm a mesma carga e estão à mesma distância
do ponto P , o módulo do campo elétrico produzido por todos os elementos de carga é
dado pela equação:

λds
dE=
2 π ε 0 (z ¿ ¿ 2+ R )¿
2

A figura mostra que todos os campos elétricos elementares d ⃗


E fazem um ângulo
θ com o eixo central (o eixo z) e, portanto, têm uma componente paralela e uma
componente perpendicular ao eixo z.

Figura 6: Os campos elétricos criados no ponto P por um elemento de carga e o elemento de


carga diametralmente oposto. As componentes perpendiculares ao eixo z se cancelam; as
componentes paralelas ao eixo z se somam

Cada elemento de carga do anel produz um campo elementar d ⃗


E no ponto P que
tem o modulo que já foi dado na equação acima, as componentes dos campos d ⃗
E
paralelas ao centro são iguais, já as perpendiculares têm o mesmo modulo, mas a
direção é diferente, logo a soma delas é nula, assim as componentes perpendiculares se
cancelam, restando apenas as componentes paralelas. Então modulo da componente
paralela é dE cos θ , assim temos:

z z
cos θ=¿ = ¿
r 1
(z + R )
2 2 2

Multiplicando as equações,

dE cos θ=¿ 3
ds ¿
4 π ε0 ( z + R )
2 2 2

O campo elétrico total é dado somando, como temos que somar um número
muito grande de elementos, escrevemos uma integral se estende a todo o anel, de um
ponto de partida (que vamos chamar de s=0 até um ponto s=2 πR que corresponde ao
mesmo ponto depois que todo o anel foi percorrido. Apenas a variável s muda de
elemento para elemento. Por simetria, o campo deve apontar na direção z, pois
contribuições na direção radial se cancelam em pares simetricamente opostos. Temos
então:

E=∫ dE cos θ

2 πR

E= 3 ∫ ds
0
4 π ε0 ( z + R )
2 2 2

zλ(2 πR)
E= 3

4 π ε0 ( z + R )
2 2 2

Podemos expressá-la em termos da carga total do anel usando a relação


λ=q /2 πR , assim:

zq
E= 3
4 π ε0 ( z + R )
2 2 2

Uma outra forma de escrever esse resultado é:

q z q
E= = cos θ
4 π ε0 r r 4 π ε 0 r2
2

que será útil quando considerarmos uma casca esférica. Note que quando R → 0 ou
z → ∞ , temos:

qz q
E≈ =
4 π ε0 z 4 π ε0 z 2
3
como esperado para uma carga pontual.

6. CAMPO ELÉTRICO PRODUZIDO POR UM DISCO CARREGADO

Figura 7: Um disco de raio R com uma distribuição uniforme de carga positiva. O anel
mostrado na figura tem raio r , largura radial dr e cria um campo elétrico d ⃗
E no ponto P ,
situado no eixo central do disco.

Considere agora um disco carregado conforme a Figura 7. Neste caso podemos


considerar um anel de raio (variável) r e espessura dr como um elemento infinitesimal
do disco. Como acabamos de descobrir o campo gerado por um anel, temos:

zdq
dE= 3
4 π ε0 ( z + r )
2 2 2

A carga dq contida em um elemento de área infinitesimal dA=( 2 πr ) dr é dada


por:

dq=σdA=σ (2 πr ) dr

Substituindo as equações e simplificando, temos:

E=∫ dE

R −3
σz
4 ε 0∫
E= ( z 2+ r 2 ) 2 ( 2 r ) dr
0
Para resolver a integral, basta colocá-la na forma ∫ X m dX , como 2 2
X =( z +r ),
m=−3 /2e dX =2 r. Usando a relação obtemos:

m +1
X
∫ X m dX= m+ 1

[ ]
−1 R

σz ( z +r )
2 2 2
E=
4ε0 −1
2 0

E=
σ
2ε0 ( z
1− 2 2
√z +R )
Note que quando R → ∞, temos que o campo de uma placa infinita é constante:

σ
E=
2ε0

7. UMA CARGA PONTUALEM UM CAMPO ELÉTRICO

Na presença de um campo magnético externo ⃗


E , uma partícula de carga q é
submetida a uma força eletrostática ⃗
F dada por:


F =q ⃗
E

em que q é a carga da partícula (incluindo o sinal) e ⃗


E é o campo elétrico produzido
pelas outras cargas na posição da partícula.

A força eletrostática ⃗
F que age sobre uma partícula carregada submetida a um
campo elétrico ⃗
E tem o mesmo sentido que ⃗
E , se a carga q da partícula for positiva e o
sentido oposto, se a carga q for negativa.

8. UM DIPOLO EM UM CAMPO ELÉTRICO

Uma molécula de água (H2O) se comporta como um dipolo elétrico. Na figura, os


pontos representam o núcleo de oxigênio (com oito prótons) e os dois núcleos de
hidrogênio (com um próton cada um).
Figura 8: Uma molécula de H2O, mostrando os três núcleos (representados por pontos) e as
regiões ocupadas pelos elétrons. O momento dipolar elétrico ⃗p aponta do lado do oxigênio
(negativo) para o lado do hidrogênio (positivo) da molécula.

Quando um dipolo elétrico de momento dipolar ⃗p , com um vetor que aponta da


carga negativa para a carga positiva do dipolo. Na molécula de água, os dois átomos de
hidrogênio e o átomo de oxigênio não estão alinhados, mas formam um ângulo de
aproximadamente 105°.

Suponha dipolo é submetido a um campo elétrico externo uniforme ⃗


E , e que o
dipolo é uma estrutura rígida formada por duas cargas de sinais opostos, de valor
absoluto q , separadas por uma distância d . O momento dipolar ⃗p faz um ângulo θ com o
campo ⃗
E.

As duas extremidades do dipolo estão sujeitas a forças eletrostáticas. Como o


campo elétrico é uniforme, as forças têm sentidos opostos e o mesmo módulo. Logo o
campo é uniforme, a força total a que está submetido o dipolo é nula e o centro da
massa do dipolo não se move. as forças que agem sobre as extremidades do dipolo
produzem um torque τ⃗ em relação ao centro de massa. Assim, escrevemos o modulo do
torque total como:

τ =Fx sin θ+ F (d−x )

τ =F d sin θ

Podemos também escrever o módulo de τ⃗ em termos dos módulos do campo


elétrico ⃗
E e do momento dipolar p=qd , que nos dá:
τ = pE sinθ

Generalizando,

τ⃗ =⃗p × ⃗
E

O torque aplicado ao dipolo tende a fazer girar o vetor ⃗p, portanto o dipolo na
direção do campo ⃗
E , diminuindo o valor de θ, logo, a rotação é no sentido horário,
acrescentando um sinal negativo ao módulo do torque.

τ =− pE sin θ

8.1. ENERGIA POTENCIAL DE UM DIPOLO ELÉTRICO

A energia potencial pode ser associada de sua orientação, de um dipolo, em relação


a um campo elétrico uniforme. A energia potencial do dipolo é mínima quando o
momento ⃗p está alinhado com o campo ⃗
E , neste caso:

τ⃗ =⃗p × ⃗
E =0

A energia potencial é maior para todas as outras orientações. O dipolo é como


um pêndulo, para o qual a energia potencial é mínima em uma orientação específica.
Para fazer com que o dipolo assuma qualquer outra orientação, é preciso usar um agente
externo.

Energia potencial de um dipolo na presença de um campo elétrico, as equações


se tornam mais simples quando definimos que a energia potencial é nula quando o
ângulo θ é 90°. podemos calcular a energia potencial U do dipolo para qualquer outro
valor de θ usando a seguinte equação (∆U =−W ) e calculando o trabalho W executado
pelo campo sobre o dipolo quando gira da posição de 90° para a posição θ.
Relacionamos as equações (W =∫ τ dθ) e ¿, para mostrar que a energia potencial U para
um ângulo θ qualquer é dada por:

θ
U =−W =− ∫ τ dθ
90°
θ
U =−∫ − pE sin θ dθ
90 °

U =−pE cos θ

Generalizando,

U =−⃗p ∙ ⃗
E

Essa energia é definida como nula (U =0), quando ⃗p é perpendicular a ⃗


E.
energia potencial do dipolo é mínima (U =− pE) para θ=0, onde ⃗p e ⃗
E estão alinhados
e apontam no mesmo sentido. A energia potencial é máxima (U =pE) para θ=180° ,
situação em que ⃗p e ⃗
E estão alinhados e apontam em sentidos opostos.
9. REFERENCIAS
 HALLIDAY, D.; RESNICK, R; WALKER, J. Fundamentos da Física:
Eletromagnetismo. Volume 3. 8.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

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