Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Curso de Pedagogia
Pará de Minas - MG
2015
Pâmela Cristina de Lima Souza
Pará de Minas - MG
2015
Pâmela Cristina de Lima Souza
___________________________________________________
Orientadora: Prof.ª Me. Tânia Aparecida Ferreira Hanke
___________________________________________________
Examinador:
____________________________________________________
Examinador:
Dedico este trabalho a todos que
contribuíram de alguma forma para a
minha formação acadêmica.
AGRADECIMENTO
This work portrays the importance of educational resources for meaningful learning
of mathematics in elementary school, especially in the teaching of geometry.
Through qualitative research literature sources, seeks to show how the use of games
like Tangram can facilitate the understanding of mathematical concepts, excite the
taste for mathematics and encourage teachers in the search for methodologies that
require thought, research and organization of knowledge, because many children
enter elementary school II with difficulties in understanding mathematical concepts
and rejection Geometry. The teacher has to innovate their practices, continue their
studies, choose different strategies and activities to stimulate the development of
students. Because he has the power to transform mathematics in a fascinating
discipline or not, the challenges are many and the motivation is critical to the quality
of teaching and learning. Can be one way to change the mathematical methodology
the use of playfulness, games, jokes and concrete materials to meet, expand and
implement the geometric knowledge.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 12
4 TANGRAM .......................................................................................... 29
4.1 O jogo ................................................................................................. 29
4.2 Um breve histórico ........................................................................... 30
4.3 Aplicações com o Tangram ............................................................. 31
4.3.1 Conhecendo o Tangram ..................................................................... 31
4.3.2 Construindo o Quebra-Cabeça ........................................................... 31
4.3.3 Brincando com as peças do Tangram ................................................ 35
4.3.4 Explorando triângulos e quadriláteros ................................................ 36
4.3.5 Construindo o conceito de perímetro .................................................. 39
4.3.6 Construindo o conceito de área .......................................................... 40
REFERÊNCIAS .................................................................................. 48
12
1 INTRODUÇÃO
e Aritmética, incialmente era visto como um ensino preparatório, de uso prático, com
definições, axiomas e postulados.
Batista (2013) resume que durante toda essa época, o ensino da Geometria
foi marcado pela abstração, memorização e reprodução do raciocínio transmitido
pelo professor.
do ensino geométrico seria na 1ª. série de maneira intuitiva, mas com 3ª. e 4ª. séries
de maneira dedutiva. O terceiro congresso, em 1959, no Rio de Janeiro, trouxe o
início da Geometria na 2ª. série de forma intuitiva e à 4ª. série de maneira dedutiva,
muito relacionado com a Álgebra. Já o quarto e o quinto Congressos (1961 e 1996),
em Belém e em São Paulo, impulsionaram outros grupos a tratar do assunto através
de exemplos de trabalho. Além disso, cursos de aperfeiçoamento foram criados com
o intuito de formar professores baseados nessa Matemática Moderna.
Após as mudanças no ensino como por exemplo, a autonomia dada ao
professor em definir seu programa de acordo com sua turma, uma nova geometria
com foco em transformações, e os livros didáticos renovados pelo modernismo
contribuíram para um afastamento da Geometria, pois os professores inseguros,
sem conhecimento suficiente optavam por deixá-la de lado.
Tudo isso contribuiu para o fraco desempenho dos alunos. Outro fator
contribuinte é o despreparo de muitos professores, que por não apresentarem bom
desempenho criam medos que são repassados para os alunos, criando um ciclo
vicioso.
De acordo com Dana (1994) “a geometria muitas vezes é negligenciada até o
fim do ano, quando então, às pressas, introduzem-se algumas figuras e termos e
fazem-se alguns exercícios” (DANA, 1994, p.141).
Isso decorre do fato de que muitos professores também aprenderam assim,
com poucas aulas, pouco conteúdo nos livros didáticos e pouca cobrança nos
exames, pois há uma “geometria maçante, sem importância, irrelevante e
inadequada” (DANA, 1994, p.141).
O currículo também não beneficiou a Geometria. Muitas vezes, é ignorada,
pouco citada “as recomendações tendem a ser breves e desprovidas de uma
discussão cuidadosa” (USISKIN, 1994, p. 27).
Segundo Balomenos, Mundy e Dick (1994), outra consequência é que a
Geometria se relaciona com os Cálculos e a Álgebra, e seu ensino deficiente gera
dificuldades nesses dois contextos, “pois seu estudo propiciará a prontidão para o
cálculo e desenvolverá a visualização espacial”. (BALOMENOS, MUNDY e DICK,
1994, p.240) Por isso, justifica o porquê de se estudar Geometria, com seu ensino
igualado aos Cálculos e a Álgebra, pois todos se relacionam.
Diante disso, é preciso refletir o que ensinar e como ensinar a Geometria,
para que tanto o professor quanto ao aluno ampliem o repertório de experiências
geométricas, gerando como consequência o interesse e o conhecimento, que
resultará em um melhor preparo do professor.
20
Os PCNs1 (1997), por sua vez, tendem a auxiliar o trabalho dos professores,
1
Referências para os Ensinos Fundamental e Médio de todo o país. O objetivo é garantir a todas as
crianças e jovens brasileiros, mesmo em locais com condições socioeconômicas desfavoráveis, o
direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da
cidadania. Não possuem caráter de obrigatoriedade e, portanto, pressupõe-se que serão adaptados
às peculiaridades locais.
22
Segundo Linda Deguire (1994), uma das causas para se ensinar Geometria é
devido à possibilidade de resolver problemas, pois através deles é possível
desenvolver um conteúdo com reflexão e significado.
bem esquematizados, com foco em objetivos que o aluno viverá experiências que
melhorarão o desempenho escolar, com ensino significativo. Assim, ele estará
preparado para enfrentar futuras situações com segurança.
Hoje, a procura por aulas mais agradáveis e estimulantes são cada vez mais
frequentes. Os professores estão frequentemente à procura de novos materiais que
ajudem a sanar as dificuldades dos alunos.
Para Monteiro (2013) ao propor atividades dinâmicas, prazerosas e divertidas
é possível prender a atenção e o interesse dos alunos. Essa motivação favorece o
desenvolvimento da aprendizagem, pois estimulam o raciocínio e dão condições
para que as habilidades se desenvolvam e a compreensão do conteúdo se efetive.
De acordo com Gilberto Januário (2008), o uso de materiais manipuláveis
utilizados em situações didáticas auxilia o trabalho pedagógico do professor e leva o
aluno a descobertas sobre o conteúdo, através da manipulação e compreensão dos
materiais que aproxima a prática da teoria. “Por meio de experiências,
desempenham o papel de mediadores na construção e/ou reconstrução de
significados matemáticos”. (JANUÁRIO, 2008, p.21)
Para Leite (2008), o material manipulável é um instrumento mediador
importante para o professor, pois quando o aluno observa, manipula e analisa, ele
26
[...] uma aula onde os alunos dispõem de materiais para manipular, terá
maiores chances de sucesso, tendo em vista as reais possibilidades dos
alunos desenvolverem ações que lhes propiciem a construção de um saber
consistente e significativo. (SARMENTO, 2010, p.2)
estiverem num nível mais alto que o aluno, este não será capaz de acompanhar os
processos de pensamento que estarão sendo empregados”. (CROWLEY, 1994, p.5)
O modelo Van Hiele apresenta também cinco fases de aprendizado. A
primeira fase é chamada de “interrogação”, onde o professor e o aluno fazem
indagações sobre o objeto de estudo, a fim de fornecer informações para o professor
sobre o conhecimento que os alunos detêm, e também para indagar as crianças
sobre o conteúdo a ser aprendido.
A segunda fase é a “orientação dirigida”, onde os alunos se desenvolvem
através de atividades elaboradas pelo professor, que indague e estimule os alunos
para seu desenvolvimento.
Na terceira fase, chamada de “explicação”, os alunos interagem entre si e
com o professor na busca de propriedades e relações das atividades fornecidas pelo
professor.
A quarta fase é a “orientação livre”, que através de atividades mais
complexas, com diferentes maneiras de serem resolvidas, os alunos ficam livres
para construir suas hipóteses para resolução dos problemas.
A última fase é a “integração”, onde os alunos revisam e sintetizam o que
aprenderam.
Enfim, através de diferenciadas aulas utilizadas pelo professor, com uso de
metodologias que utilizem diversos recursos e estratégias como jogos, brincadeiras,
materiais concretos, ou de situações baseadas na resolução de problemas, e que
sempre respeitem o nível de desenvolvimento e o ritmo aprendizagem de cada
aluno, é possível fazer com que o pensamento geométrico se desenvolva.
29
4 TANGRAM
4.1 O jogo
A seguir será exposta uma sequência didática que envolve o Tangram e que
pode ser utilizada com alunos a partir do 1º. ano no Ensino Fundamental nas aulas
de Matemática.
É essencial fazer uso da interdisciplinaridade para ampliar as possibilidades
de aflorar o conhecimento de toda a turma. Além disso, é fundamental observar o
conhecimento prévio dos alunos em relação ao Tangram e suas peças para a
elaboração do trabalho pedagógico, além de saber escolher a linguagem e as
estratégias adequadas para cada idade.
o Dobre a ‘ponta’ azul (vértice C) até encostar na ‘ponta’ vermelha (vértice A).
Abra e risque a linha (diagonal) com um lápis.
o Dobre a ‘ponta’ amarela (vértice D) até encostar na ‘ponta’ verde (vértice B).
Mas, marque somente da ‘ponta’ vermelha (vértice A) até a linha feita
anteriormente (o ponto médio M na diagonal). Abra e risque essa marca.
o Dobre a ‘ponta’ amarela (vértice D) até encostar na ‘ponta’ verde (vértice B).
Mas, marque somente da ‘ponta’ vermelha (vértice A) até a linha que formou
um triângulo menor m (o ponto médio na diagonal menor). Abra e risque essa
marca.
Observação: Proponha grupos de quatro alunos para que cada grupo possua mais
de um conjunto de Tangram. Além disso, a interação e o confronto de ideias
estimulam a construção de hipóteses e a formulação de ideias.
O Tangram possui dois tipos de conjuntos de polígonos: os triângulos e os
quadriláteros. Como visto anteriormente, é possível substituir várias figuras através
de triângulos, inclusive quadriláteros. Mas, o contrário não acontece. Por isso:
o Peça aos alunos que separem os triângulos das outras peças e questione aos
alunos as diferenças. A principal diferença é que o quadrado e o
paralelogramo possuem quatro lados, por isso nunca formariam uma figura de
três lados. Questione: Somente com quadrados ou paralelogramos você
consegue formar triângulos? Justifique sua resposta.
38
Figura 12 - Quadriláteros
CRUZADINHA:
1 – Olá! Sou uma figura geométrica com os quatro lados da mesma medida.
39
2 – Tudo Bem! Sou uma figura geométrica de três lados. Cuidado! Tenho parentes
parecidos comigo, alguns são o dobro do meu tamanho e outros possuem a
metade do meu tamanho.
3 – Oi! Sou uma figura geométrica com dois pares de lados iguais. Cuidado! Nem
todos os lados são iguais!
4 – Tudo Bom! Sou uma figura geométrica que junto com outra figura idêntica formo
a metade no Tangram. Tenho três lados.
5 – Alô! Sou uma figura geométrica composta por três lados, possuo uma figura
idêntica no Tangram, mas todos os meus parentes são maiores do que eu.
Figura 13 - Cruzadinha
Etapas:
o Em dupla, proponha uma figura para que as crianças a sobreponha sobre
uma folha, delineando o seu contorno.
Observação: Para alunos que já tiveram contato com régua, pode-se optar por
utilizá-la para medir o perímetro das figuras.
5 APLICAÇÃO DE ATIVIDADES
Certo dia um chinês recebeu um espelho de seu mestre para registrar sua
jornada em uma viagem...
Mas ele, o deixou cair no chão e o espelho se partiu em sete partes (5
triângulos sendo eles 2 grandes 2 pequenos e 1 médio; e um quadrado e
um paralelogramo)...
E como uma solução para ilustrar toda sua viagem para o mestre ele
resolveu criar com as sete partes várias figuras que encontrou pelo
caminho, como por exemplo...
“Conta-se outra lenda que certo dia um rei lançou um DESAFIO de que quem
conseguisse montar um espelho poderia se casar com o príncipe ou a princesa.
Então, vamos ver quem consegue montar um quadrado utilizando as sete peças
sem colocar uma em cima da outra.”
Para isso, foi entregue a cada grupo um conjunto de peças do Tangram para
que juntos montassem o quebra-cabeça.
Em aproximadamente quinze minutos todos os trios já haviam formado o
Tangram.
Após a realização dessa atividade, foi perguntado a cada trio o que eles
puderam perceber. Todos os grupos relataram que para formar um Tangram é
necessário dezesseis triângulos pequenos e que para montar o quadrado, o
paralelogramo e o triângulo médio eles precisaram de apenas dois triângulos.
46
Uma aluna teve uma resposta conclusiva que foi compartilhada para o
restante do grupo: “Mesmo não sendo iguais, o quadrado, o paralelogramo e o
triângulo médio só cabem dois triângulos pequenos.” (Fala da aluna de sete anos do
2º ano).
Por fim, um último DESAFIO foi lançado: Vamos ver quem consegue montar
um triângulo utilizando somente duas peças do Tangram, um triângulo utilizando três
peças e um triângulo utilizando quatro peças. Para isso, foi recolhido o pacote de
triângulos pequenos e entregue outra folha para que registrassem a atividade.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FIORENTINI, Dario; MIORIM, Maria Ângela. Uma reflexão sobre o uso de materiais
concretos e jogos no Ensino da Matemática. Boletim da SBEM. SBM: São Paulo,
ano 4, n. 7, 1990.
50
OLIVEIRA, Liliane Lelis de; VELASCO, Angela Dias. O ensino de geometria nas
escolas de nível médio da rede pública da cidade de Guaratinguetá. Curitiba,
2007.
SANTANA, Danielly Fraga et al. Construindo figuras com o Tangram nos anos
iniciais. Instituto Federal do Espírito Santo. 2012
SMOLE, kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez. Materiais manipulativos para o ensino
de figuras planas. v.4, São Paulo: Mathema, 2013.
51
SOUZA, Eliane Reame de; DINIZ, Maria Ignez S. Vieira; OCHI, Fusako Hori. A
Matemática das sete peças do Tangram. São Paulo: IME-USP, 3.ed., 2003.