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Física Experimental IV

CIRCUITO RLC
OBJETIVOS
• Medir correntes e tensões em circuitos série RC, RL, LC e RLC em corrente alternada.
• Construir o diagrama de tensões do circuito RLC.
• Determinar os valores de R, L e C.
INTRODUÇÃO
Para o circuito RLC, conforme a Figura 1, a equação diferencial é:
!!! dq !
!
dt !
+!
dt
+ = !! cos!"
!
(1)
onde q é a carga do capacitor. Admitindo-se que o circuito seja alimentado por uma força eletromotriz
do tipo ε (t) = εm cos ω t , uma solução que satisfaz a equação (1) é :
!!
!=
!"
sen(!" − !) (2)
onde:
! !
!= ! ! + !" −
!"
(3)

é a impedância do circuito, ω = 2 π f é a frequência angular e


φ = cos-1( R/Z ) (4)
é o ângulo de fase entre a fem e a corrente no circuito.

Figura 1 – Circuito série RLC


Pode-se verificar, por substituição direta, que a eq. (2) é uma solução da equação (1). A
corrente i no circuito pode ser obtida como função do tempo, diferenciando a equação (2):
dq !!
!=
dt
=
!
cos(!" − !) = !! cos(!" − !) (5)
sendo im a amplitude máxima, ou valor de pico de corrente.
Geralmente os voltímetros e amperímetros medem tensão eficaz e corrente eficaz, ao invés
de tensão máxima εm ou corrente máxima im. O valor eficaz ief ou valor médio quadrático de uma
corrente alternada é a corrente capaz de dissipar a mesma quantidade de calor numa resistência
ôhmica que a produzida por uma corrente contínua i, num mesmo intervalo de tempo, sendo definida
matematicamente por:
! ! !
!ef =
! !
! dt (6)
! !!
onde ! = ! = ! é o período de oscilação da corrente alternada.
O valor eficaz da corrente alternada está relacionado com o valor máximo im, determinado
através da eq. (6), depois de nela substituir o valor instantâneo de i, eq. (5):
!!
!ef =
!
(7)

A tensão eficaz alternada é:


!!
!ef =
!
(8)

Tendo em conta a definição de impedância, e as eqs.(7) e (8), tem-se que:


!! !ef
!=
!!
=
!ef
(9)

Para simplificar a notação, representa-se Vef e ief por V e i, resultando:


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Física Experimental IV

!
!=
!
(10)
Devido à semelhança da eq. (10) com a definição de resistência, R = V / i, considera-se a Z
como uma “resistência generalizada” denominada impedância. Sob o ponto de vista operacional, é
conveniente introduzir as seguintes definições:
!! = !" = 2!fL reatância indutiva (11)
! !
!! =
!"
=
!!fC
reatância capacitiva (12)
X = XL - XC reatância (13)
Com estas definições a impedância, equação (3), pode ser expressa de outra maneira:
!= ! ! + !! − !! ! = !! + ! ! (14)
Tal como a resistência, a impedância e as reatâncias também são medidas em ohms.
É comum representar as reatâncias e a resistência num diagrama, denominado Diagrama de
Impedâncias, como no lado esquerdo da Figura 2. Visto que a corrente num circuito RLC série é a
mesma em todas as partes do circuito, pode ser feito um diagrama em termos das tensões no resistor,
indutor e capacitor, denominado Diagrama de Tensões, representado no lado direito da Figura 2,
devido às seguintes relações:

V = Z i;VR = R i; VL = XL i; VC = XC i ( 15 )

Embora a equação (4) seja uma definição de ângulo de fase para φ, para os propósitos
atuais, de exploração do diagrama de impedância, é conveniente usar uma definição alternativa de φ
usando o conceito de reatância:
!! !!!
! = tan!! (16)
!

Se φ> 0, o circuito é indutivo e a tensão está adiantada em relação à corrente.


Se φ< 0, o circuito é capacitivo e a tensão está atrasada em relação à corrente.
Se φ = 0, o circuito é resistivo e se diz que a corrente e a tensão estão em fase.

XL VL

X = XL - XC Z = (R2 + X2)1/2 VL - VC V

φ φ
R VR
XC VC

Figura 2 - Diagramas de impedâncias e de tensões

O conceito de ângulo de fase, aqui rapidamente abordado, embora possa parecer um tanto
abstrato, tem grande aplicação prática, relacionado à potência efetiva dissipada em circuitos RLC
alimentados com corrente alternada.
Enquanto num circuito de corrente contínua a potência dissipada P é dada por P = iV, nos
circuitos de corrente alternada, durante parte do ciclo, a energia é fornecida da fonte à componente
reativa e, na parte restante do ciclo, a energia é devolvida da parte reativa à fonte. Assim, durante o
ciclo completo, a potência efetivamente dissipada na parte resistiva do circuito é dada por:
P = i VR = i V cos φ, (17)
onde a quantidade cos φ é denominada fator de potênciado circuito, podendo variar de zero (φ = 90o),
em um circuito puramente reativo, a um ( φ=0o ) em um circuito puramente resistivo.

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Física Experimental IV

ESQUEMA EXPERIMENTAL

MATERIAL UTILIZADO
• 01 fonte de tensão AC PHYWE.
• 02 multímetros FLUKE117.
• 01 resistor metálico 120 Ω, 10 W.
• 01 bobina 1200 espiras, 35 mH, 12 Ω.
• 01 capacitor 47,0 µF, 25 V (cerâmico ou eletrolítico).
• 08 cabos para conexões elétricas.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1. Monte o circuito conforme o esquema, utilizando como Z apenas o resistor de resistência R. Utilize
o multímetro como amperímetro na função AC. O segundo multímetro será utilizado, com seus
cabos originais, na função voltímetro AC, em duas oportunidades sucessivas: primeiro para ler a
tensão nos terminais da fonte PHYWE e depois para ler a tensão nos terminais de cada elemento
introduzido no circuito e explicado adiante.

2. A tarefa será fazer 7 diferentes circuitos, onde Z será sucessivamente substituída por R, L e C
individualmente, RC, RL, LC e RLC em série. Em cada um destes sete circuitos você deverá
aplicar uma tensão tal que a corrente seja aproximadamente 100 mA. Este valor de corrente não
precisa ser exatamente o mesmo em todos os circuitos, nem a tensão total nem a corrente
precisam de valores ‘redondos’.
3. O primeiro circuito contém apenas uma impedância que é o resistor R. Aplique uma tensão total V,
tal que a corrente total i seja aproximadamente 100 mA. Desconecte o voltímetro da fonte e
coloque-o nos terminais do resistor para medir a tensão VR. Anote suas medidas na Tabela I do
relatório nos locais adequados.
4. Reduza a voltagem da fonte a zero, troque o resistor de resistência R pelo indutor de indutância L
(bobina de 1200 voltas). Recoloque o voltímetro nos terminais da fonte. Aplique uma tensão V tal
que a corrente seja na ordem de 100 mA. Desconecte o voltímetro da fonte e meça a tensão VL
nos terminais de L. Anote seus dados na Tabela I.
5. Repita o procedimento acima usando agora o capacitor C.
6. Reduza a voltagem a zero. Coloque o voltímetro nos terminais da fonte. A impedância total será
constituída por um resistor R e um indutor L em série. Aplique uma tensão total V até que a
corrente seja aproximadamente 100 mA. Remova o voltímetro, conecte-o nos terminais de R e leia
a tensão VR. Depois leia a tensão VL nos terminais de L.
7. Repita o procedimento acima para as outras combinações em série RC e LC. Finalmente, o circuito
mais importante, o que contém os três elementos R, L e C em série. Meça e anote V, i, VR, VL e VC.
8. Na Tabela II serão lançados os cálculos resultantes das medidas. Inicialmente calcule os valores
experimentais de Z, R, XL e XC usando as eqs. (15), respectivamente, pois você mediu as tensões
nos terminais de cada elemento e suas respectivas correntes. Os valores experimentais de L e C
são obtidos usando as eqs. (11) e (12), respectivamente.

BIBLIOGRAFIA
• Halliday Resnick Walker, Cap. 36 - items 1 a 5.

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COLETA DE DADOS – CIRCUITO SÉRIE RLC

Data:____/____/_______ Turma:______________
Alunos: a)______________________ b)______________________ c)______________________

Frequência da rede: 60 Hz (nominal) Valor medido F ± ΔF (Hz):


Dispositivo Valores Nominais iMAX (A) VMAX (V) Valores Medidos com o Multímetro

Resistor 120 Ω(5%),10 W R ± ΔR (Ω) =

Indutor 35 mH, 12 Ω, 1 A (1200 esp) L ± ΔL (mH) = r± Δr (Ω) =

Capacitor 47 µF, 25 V C ± ΔC (µF) =

Tabela I - Valores Medidos


V ± ΔV (V) i ± Δi (A) VR± ΔVR (V) VL± ΔVL (V) VC± ΔVC (V)
R
L
C
RC
RL
LC
RLC

Tabela II - Cálculos
Z ± ΔZ (Ω) R ± ΔR (Ω) XL± ΔXL (Ω) XC± ΔXC (Ω) L ± ΔL (mH) C ± ΔC (µF)
R
L
C
RC
RL
LC
RLC

ATIVIDADES
1. Com os dados da Tabela I, complete a Tabela II.
2. Calcule os valores médios de R, de L e de C que você obteve através dos valores da corrente e da
tensão medidas nos diferentes circuitos. Compare, em um diagrama, esses valores com os valores
nominais e com os valores medidos diretamente pelo multímetro.
3.
a) Faça o diagrama fasorial das tensões medidas para o circuito RLC em escala;
b) Calcule o ângulo de fase φ obtido a partir do diagrama;
c) O circuito desta experiência é indutivo ou capacitivo? Justifique.
4. Calcule a indutância L da bobina utilizando as medidas VL e i do circuito contendo apenas a bobina
e considerando a sua resistência ôhmica. Compare os diagramas fasoriais das tensões e das
impedâncias com e sem a sua resistência ôhmica. Compare o valor de L obtido neste cálculo com
o do item 2.
5. Recalcule o ângulo de fase φ para o circuito RLC incluindo a resistência ôhmica do indutor.

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OSCILOSCÓPIOS
OBJETIVOS
• Medir tensões alternadasutilizando um osciloscópio.
• Medir período e frequência de sinais senoidais utilizando um osciloscópio.
• Medir tensão, período e frequência de ondas quadradas e triangulares.
INTRODUÇÃO
Sendo a massa do elétron muito pequena (9,11 x 10-31 kg), torna-se fácil aplicar nele
uma força de natureza elétrica e usá-lo como um dispositivo de registro no laboratório. Um
osciloscópio de raios catódicos é um instrumento que utiliza um feixe de elétrons para
registrar um sinal (uma tensão alternada) que muda rapidamente com o tempo.
O componente básico de um osciloscópio é o tubo de raios catódicos (CRT),
esquematizado na Figura 1. Um feixe de elétrons, emitido pelo cátodo K, por causa do
aquecimento do filamento F, é acelerado em direção ao ânodo A e alcança a tela fluorescente
em S. A intensidade do feixe sobre a tela é controlada pela grade G. Se a diferença de
potencial (ddp) entre os pares de placas defletoras DH e entre as placas defletoras DV for
nula, o feixe não sofre desvio e atinge a tela na parte central em S, resultando num ponto
esverdeado.

Figura 1. Diagrama de um osciloscópio


F - filamento DV - placas de deflexão vertical
K - cátodo T - tela fluorescente
G - grade FE - feixe de elétrons
A - ânodo de focalização DH - placas de deflexão horizontal
S - ponto de impacto do feixe (sem campo elétrico nas placas)
As placas de deflexão funcionam como capacitores. A fim de obter a relação entre a deflexão
y observada na tela e a ddp V aplicada a um dos pares de placas defletoras observe a Figura 2. O
eixo X coincide com o eixo do tubo de raios catódicos, com a origem O na meia distância entre as
placas, separadas pelas distância d.

Figura 2. Deflexão do feixe de elétrons sob ação de um campo elétrico originado por
uma tensão contínua V aplicada a um par de placas.

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Física Experimental IV

Um elétron com carga e, massa m, entra na região das placas com velocidade v, na direção X.
Se houver uma ddp V aplicada entre as placas, que produz um campo elétrico E, o elétron fica sujeito
a uma aceleração vertical dada por:
a = eE/m = eV/(md) (1)
O tempo necessário para o elétron percorrer uma distância L (comprimento de uma placa
defletora) é t = L/v. No ponto Q, a distância vertical y’ percorrida sob a ação do campo elétrico é dada
por:
y’ = (1/2) at2 = (1/2)(eV)L2/(mdv2) (2)
Partindo do ponto Q até o anteparo em R a trajetória do elétron é retilínea, pois neste trecho
não há campo elétrico. Prolongando-se a trajetória retilínea do elétron para trás, até encontrar o eixo
X no centro das placas, verifica-se que:
tang φ = y’/(L/2) = y/D (3)
A deflexão final sobre a tela fluorescente é dada por
y = 2y’D/L (4)
Substituindo (2) em (4), resulta:
y = (e/m) (L/v2)(D/d) V (5)
A equação (5) pode ser escrita de forma compacta como:
y = k V, (6)
onde k é uma constante de proporcionalidade porque e, m, L, v, D e d são constantes conhecidas. A
deflexão vertical do feixe de elétrons é proporcional à tensão aplicada às placas verticais. A deflexão
horizontal é proporcional à tensão aplicada às placas horizontais.
Se for aplicada uma tensão alternada, isto é, de forma senoidal (Figura 3) ao par de placas V,
com freqüência suficientemente baixa, o ponto luminoso vai se mover para cima e para baixo, com a
máxima deflexão sendo proporcional à amplitude da ddp aplicada. Se a freqüência for mais alta, o
traço na tela aparecerá como uma linha em um tom esverdeado.

Figura 3. Sinal senoidal aplicado isoladamente às placas verticais DV.


E se for aplicada uma tensão que varie linearmente com o tempo, conforme a Figura 4,
isoladamente ao par de placas DH? A tensão inicia com um valor negativo, cresce linearmente com o
tempo até um certo valor positivo, cai rapidamente ao valor inicial e reinicia o processo. Esta forma de
sinal é conhecida como “dente de serra”. Submetido a este sinal, o feixe de elétrons percorre
horizontalmente a tela, com velocidade constante, da esquerda para a direita e retorna rapidamente à
sua posição inicial. Depois o ciclo é repetido. Esta freqüência de varredura (também conhecida como
base de tempo) pode ser variada pelo usuário do osciloscópio.

Figura 4. Sinal “dente de serra” aplicado isoladamente às placas horizontais DH.


Caso os sinais descritos sejam aplicados simultaneamente, cada um em um par de placas, o
sinal resultante na tela será uma senóide.
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Resumindo o princípio de funcionamento do osciloscópio: uma tensão de varredura move o


feixe de elétrons da esquerda para a direita com velocidade constante, determinada pelo período T
desta varredura, enquanto uma tensão desconhecida, aquela que se quer medir (ou sinal de entrada,
senoidal, por exemplo), é aplicada às placas defletoras verticais, jogando o feixe de elétrons para cima
e para baixo. Desta maneira, o osciloscópio registra a tensão aplicada em função do tempo sobre a
tela fluorescente.
No circuito de c.a. com um resistor R (Figura 5a), uma fonte de tensão fornece uma tensão
senoidal (tal como na Figura 3) dada por:
V = Vm sen(ωt), (7)
onde Vm é a amplitude da tensão, ω=2πf é a freqüência angular (rad/s), f é a freqüência (Hz), sendo
f=1/T.

Figura 5 a) Circuito c.a. com resistência ôhmica, b) Circuito c.c. equivalente

A corrente também é senoidal, dada por


i = im sen ωt (8)
A resistência é calculada por R = V/I = Vm/im . A potência dissipada no resistor fica
P = iV = imVm sen2(ωt) (9)
Se houver um circuito equivalente, com corrente contínua (Figura 5b), onde uma certa tensão
Vef, que gera uma corrente ief e dissipa a mesma potência média P no resistor R que no circuito de
corrente alternada (Figura 5a), resulta P = iefVef. Na equação (9), o cálculo da potência média envolve
uma integral calculada no intervalo de um período T. A equivalência entre as tensões e correntes nos
dois circuitos fica expressa por: Vef = Vm/√2 e ief = im/√2, onde Vef e ief são chamados valores eficazes
de tensão e corrente, respectivamente. Um voltímetro e um amperímetro, operando no modo c.a.,
medem Vef e ief. Um osciloscópio permite medir diretamente Vm e im.
Caso o sinal utilizado seja uma onda quadrada, a tensão eficaz é igual à tensão de pico, ou
seja, Vef = VP = Vm. Se o sinal for uma onda triangular (não é a “dente de serra”), Vef = VP/2 = Vm/2.

ESQUEMA EXPERIMENTAL

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MATERIAL UTILIZADO
• 01 fonte de tensão 0 - 15 V PHYWE
• 01 multiteste TEK DMM254
• 01 osciloscópio analógico MO-1221S, com cabo coaxial.
• 01 gerador de funções TR-0458/D (ou outro similar)
• 01 resistor de 220 Ω, 10 W
• 01 cabo coaxial com ponteiras de plug banana.
• 04 cabos de conexão.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Ajustes iniciais do osciloscópio
1. Ligue o osciloscópio com a tecla POWER.
2. Gire o botão INTEN completamente no sentido horário. O ponto luminoso sobre a tela atinge o brilho
máximo. Reduza em seguida a intensidade do feixe. ATENÇÃO: o brilho excessivo, acusado pelo
aparecimento de um halo em torno do feixe, pode danificar permanentemente a tela, na forma de
manchas. Por esta razão nunca deixe uma figura muito brilhante ficar estacionária na tela.
3. Gire o botão FOCUS para focalizar o traço e controlar a nitidez da imagem na tela. Há dois botões
POSITION para ajustar o feixe nas direções vertical e horizontal. Coloque o feixe no centro da tela.
A centragem do sinal pode ser inspecionada com o cursor em DC.
4. Acione TRIGGER AUTO. A base de tempo (dente de serra) atua, movendo o ponto sobre a tela.
Ponha o seletor TIME/DIV em 0.5 s. O ponto sobre a tela desloca-se lentamente da esquerda para
a direita. Se variar o TIME/DIV o ponto se moverá mais rapidamente, podendo deixar um traço
contínuo sobre a tela.
5. Para calibrar o osciloscópio, coloque a ponteira com garra do cabo coaxial sobre o anel CAL. Com
o seletor cinza do VOLT/DIV ajuste o traço da onda quadrada para ler 2,0 Vpp.
PRIMEIRA PARTE- Fonte de tensão alternada.
1. Monte o circuito conforme o esquema. Utilize cabos comuns para conectar o resistor de R = 220 Ω
e o voltímetro (em c.a.) à fonte de tensão em terminais para c.a. variável. Utilize o cabo coaxial
conectado ao terminal CH1 do osciloscópio. Importante: ponha cabo vermelho no contato superior
da fonte e, no resistor, a garra do conector central do cabo coaxial para ler o sinal. O contato
inferior da fonte em c.a. normalmente está aterrado e, no resistor, o terminal do cabo coaxial com
jacaré é que deve ser usado. Seja cuidadoso ao lidar com as frágeis ponteiras do cabo coaxial.
2. Ligue a fonte de tensão e aplique aproximadamente 2,0 V sobre o resistor, mas registre o valor
realmente medido com o voltímetro. Não precisa ser valor ‘redondo’.
3. O seletor VOLT/DIV permitirá selecionar o alcance de leitura na tela do osciloscópio e corresponde
ao sinal que se quer medir, ou seja, a voltagem alternada gerada pela fonte de tensão e aplicada
aos terminais do resistor. Colocando este seletor em 1 VOLT/DIV significa que haverá 1V/cm na
tela do osciloscópio. Se no eixo vertical do osciloscópio a altura da senóide for de 2,4 cm, a tensão
de pico será 1 V/cm x 2,4 cm = 2,4 V.
4. O seletor TIME/DIV corresponde ao sinal do “dente de serra” que se procura sincronizar com a
tensão aplicada com a fonte. Quando a sincronia for alcançada, a senóide ficará “parada” na tela.
5. Ajuste na tela do osciloscópio valores de VOLT/DIV e TIME/DIV até que você obtenha uma
senóide de um ciclo, ocupando o máximo da tela e que permita a melhor leitura para Vp e T. Note
que Vp é a amplitude da onda mostrada, ou seja, Vm. Calcule o valor eficaz com a expressão Vef =
Vp/√2. Anote estes valores na tabela do relatório.
6. Repita os procedimentos acima para tensões aproximadas de 5,0 e 10,0 V. Já que a freqüência da
fonte permanece a mesma, utilize outras escalas de TIME/DIV para medir esta mesma freqüência,
sem repeti-las.
7. Na última tensão, a de 15,0 V aproximadamente, a senóide pode ser ampliada usando o recurso
existente próximo da ponteira do osciloscópio, o de permitir aumentos de 1x e 10x. Utilize o
segundo.

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Física Experimental IV

SEGUNDA PARTE - Gerador de funções.


1. Desligue a fonte PHYWE. Substitua esta fonte pelo gerador de funções. Conecte o gerador de
funções (terminal MAIN) ao resistor anterior com um cabo coaxial com ponteiras de plug banana,
sendo o vermelho a fase e o preto o terra. Do resistor para o osciloscópio a conexão é como na
parte anterior (lembre-se de retornar o cabo para 1x).
2. No gerador, selecione FUNCTION senóide, freqüência 100 Hz, dial em qualquer valor entre 0,8 e
1,2 e amplitude controlada em AMPL/V no valor mínimo. Ligue o gerador, ajuste a tensão para um
valor pequeno, na ordem de alguns volts lidos no voltímetro em c.a. Anote a freqüência que você
efetivamente colocou com o dial.
3. No osciloscópio, ajuste os valores de VOLT/DIV e TIME/DIV para permitir leitura adequada, tal
como foi feito anteriormente.
4. Ainda na função senóide, refaça as medidas com freqüência de 1,0 kHz, dial arbitrado entre 0,8 e
1,2. Depois com a freqüência de 10,0 kHz, dial entre 0,8 e 1,2. Os valores de tensão podem ser
arbitrários, não necessariamente “redondos”, nem com valores repetidos.
5. Mude a função para onda quadrada. Repita as medidas para as três freqüências próximas das
anteriores. Atenção ao calcular Vef.
6. Mude a função para onda triangular. Repita as medidas para as três freqüências próximas das
anteriores. Atenção ao calcular Vef

BIBLIOGRAFIA
• Halliday, Resnick e Walker. Fundamentos da Física. Cap. 36 – itens1, 2 e 5.

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COLETA DE DADOS - OSCILOSCÓPIOS


Data:____/____/_______ Turma:______________
Alunos: a)______________________ b)______________________ c)______________________

PRIMEIRA PARTE - Fonte de tensão alternada.

Freq fonte
VOLT/DIV TIME/DIV VP (V) T(ms) Vef (V) f(Hz) erro %
(Hz) V(V)
60
60
60
60

SEGUNDA PARTE - Gerador de funções.

Freq fonte
VOLT/DIV TIME/DIV VP (V) T(ms) Vef (V) f(Hz) erro %
(Hz) V(V)
100-s
1000-s
10000-s
100-q
1000-q
10000-q
100-t
1000-t
10000-t
s: onda senoidal; q: onda quadrada; t: onda triangular

ATIVIDADES
1. Calcule o erro percentual entre os valores de Vef medidos com o voltímetro e aqueles obtidos
através do osciloscópio.
2. Ao medir frequências da fonte de tensão PHYWE utilizando-se de várias escalas TIME/DIV, há
alguma diferença em utilizar as diversas escalas?
3. Mostre que, para onda quadrada, Vef = VP. Seus resultados experimentais concordam com esta
relação? Sugestão: Esboce um ciclo de onda quadrada. Ao elevar ao quadrado, a tensão VP2
precisa ficar igual a Vef2 para manter a mesma área sob a curva.
4. Mostre que, para a onda triangular, Vef = VP/2. Seus resultados experimentais concordam com esta
relação? Sugestão: Esboce um ciclo de onda triangular (desenhe um triângulo isósceles. Ao elevar
ao quadrado, a tensão VP2 define um novo triângulo. A área sob o triângulo deve ser igual à área
com Vef2, suposta constante num ciclo.

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RESSONÂNCIA EM CIRCUITOS RLC


OBJETIVOS
• Medir a frequência de ressonância de um circuito série RLC
• Obter a condição de impedância mínima num circuito série RLC.
• Calcular o fator Qo de um circuito série RLC em ressonância.
INTRODUÇÃO
Para um circuito série RLC, alimentado por uma força eletromotriz do tipo ε(t) = εm cos (ωt+φ), a
impedância é dada por:
! !
!= ! ! + !" −
!"
(1)

onde:
ω=2πf (freqüência angular) (2)
XL = ω L = 2 π f L (reatância indutiva) (3)
! !
!! =
!"
=
!!fC
(reatância capacitiva) (4)
X = XL - XC (reatância) (5)
φ = cos -1 (R / Z)(ângulo de fase entre a fem e a corrente no circuito)
(6)
Com estas definições, a impedância (equação 1) pode ser expressa de outra maneira:
!= ! ! + !! − !! ! = !! + ! ! (7)
Tal como a resistência, a impedância e as reatâncias também são medidas em ohms.
Uma outra abordagem relevante do circuito RLC é o estudo do comportamento da corrente
como função da frequência de estímulo da fonte de tensão. Observa-se que, mantidos fixos os
parâmetros R, L e C do circuito RLC, existe uma frequência fo, para a qual a corrente no circuito é
maximizada. A frequência fo, na qual o fenômeno ocorre, é chamada de frequência de ressonância.
Nesta condição, a corrente I é máxima porque a impedância Z tem valor mínimo, ou seja, φ = 0. Isso
implica que Z = R, ou X = 0, ou XL = XC ou:
!
2!"! ! =
!!"! !

ou seja:
! !
!! =
!! LC
(8)

Nesta experiência, aplica-se uma fem de tensão constante e frequênciavariável num circuito
série RLC com o emprego de um gerador de funções senoidais. Mede-se a tensão nos terminais do
resistor de resistência R. Na frequência de ressonância f0 a tensão nos terminais do resistor deve
passar por um máximo (assim como a corrente). Se for utilizado um osciloscópio, a tensão medida
será a tensão de pico VP, relacionada com a tensão eficaz pela relação: Vef = VP/√2. A corrente pode
ser calculada por Ief = Vef/R.
Na frequência de ressonância, a impedância é mínima. Como a frequência aplicada pode ser
controlada, a impedância Z é calculada utilizando a eq. (7), visto que são conhecidos os valores
nominais de R, L e C.
Um gráfico de VP (ou de Vef, ou de Ief) em função da frequência apresenta um máximo quando
f = f0, o que é denominado condição de ressonância. No entanto, se o valor da resistência R for
trocado por um outro, a forma da curva se altera.
A razão entre a reatância indutiva e a resistência é denominada de Q do circuito. Para a
condição de ressonância:
Qo = ωoL/R (9
São comuns em circuitos eletrônicos valores de Qo entre 10 e 100. Portanto, um valor alto de
Qo, que corresponde a um pequeno valor de R, conduz a uma curva de ressonância aguda.

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Quando se deseja sintonizar uma estação de rádio, ao girar o botão procura-se ajustar a
frequência natural do circuito LC do receptor à frequência do sinal transmitido pela antena da
emissora, ou seja, buscando a ressonância.
ESQUEMA EXPERIMENTAL

MATERIAL UTILIZADO
1. 01 gerador de funções TYPE TR-0458/D ou TYPE TR-0466
2. 01 osciloscópio analógico MO-1221S
3. 01 bobina de 1200 voltas, 35 mH, 12 Ω
4. 02 capacitores (3,3µF) em série, perfazendo 1,65 µF
5. 01 resistor de 120 Ω, 10 W
6. 01 resistor de 22 Ω
7. 01 cabo coaxial com 2 plugs banana
8. 03 cabos médios
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Ajustes iniciais do osciloscópio
1. Ligue o osciloscópio com a tecla POWER.
2. Gire o botão INTEN completamente no sentido horário. O ponto luminoso sobre a tela atinge o brilho
máximo. Reduza em seguida a intensidade do feixe. ATENÇÃO: o brilho excessivo, acusado pelo
aparecimento de um halo em torno do feixe, pode danificar permanentemente a tela, na forma de
manchas. Por esta razão nunca deixe uma figura muito brilhante ficar estacionária na tela.
3. Gire o botão FOCUS para focalizar o traço e controlar a nitidez da imagem na tela. Há dois botões
POSITION para ajustar o feixe nas direções vertical e horizontal. Coloque o feixe no centro da tela.
4. Acione TRIGGER AUTO. A base de tempo (dente de serra) atua, movendo o ponto sobre a tela.
Ponha o seletor TIME/DIV em 0.5 s. O ponto sobre a tela desloca-se lentamente da esquerda para
a direita. Se variar o TIME/DIV o ponto se moverá mais rapidamente, podendo deixar um traço
contínuo sobre a tela.
5. Para calibrar o osciloscópio, coloque a ponteira sobre o anel CAL. Com o seletor cinza do
VOLT/DIV ajuste o traço da onda quadrada para ler 2,0 Vpp.
PRIMEIRA PARTE- Ressonância
1. Monte o circuito conforme o esquema. Um cabo coaxial deve ser conectado ao resistor e à bobina
com as ponteiras de plug banana e ao gerador de funções em OUT. O cabo coaxial original do
osciloscópio deve ser utilizado para medir a tensão nos terminais do resistor e conectado ao CH1
do osciloscópio. Selecione no gerador a função senoidal em FUNCTION, ponha a freqüência de
1,0 kHz na tecla FREQUENCY e dial em 1,0.
2. Ligue o gerador, aplique 3,0 V (tensão de pico) sobre o resistor, ajustada com o controle AMPL e
medida com o osciloscópio, usando o seletor de canais VERT MODE, neste caso o CH1, seguindo
as instruções que seguem.
3. O seletor VOLT/DIV permitirá selecionar o alcance de leitura na tela do osciloscópio e corresponde
ao sinal que se quer medir, ou seja, a voltagem alternada do gerador e aplicada aos terminais do
resistor. Colocando este seletor em 1 VOLT/DIV significa que haverá 1V/cm na tela do
osciloscópio.
Instituto de Física - UFG 13
Física Experimental IV

4. O seletor TIME/DIV corresponde ao sinal do “dente de serra” que se procura sincronizar com a
tensão aplicada com a fonte. Quando a sincronia for alcançada, a senoide ficará “parada” na tela.
5. Ajuste na tela do osciloscópio valores de VOLT/DIV em TIME/DIV até que você obtenha uma
senoide de um ciclo, ocupando o máximo da tela e que permita a melhor leitura para Vp. Note que
Vp é a amplitude da onda mostrada, ou seja, Vm.
6. Agora você vai medir a tensão no resistor e também a frequência no osciloscópio. Inicialmente
ajuste com o dial a frequência de 2.000 Hz (posição 2,0). Com o osciloscópio, função TIME/DIV
você pode medir o período diretamente e calcular a frequência, para lançar na Tabela, junto com o
valor de Vp.
6. Varie a frequência do gerador com o dial de 2,0 decrescendo até 0,1, conforme os valores listados
na Tabela do relatório. Anote as respectivas frequências e tensões medidas com o osciloscópio.
Admite-se que a tensão aplicada pelo gerador fique constante no decorrer das medidas. Caso
houver dúvida, seria conveniente colocar um voltímetro c.a. para monitorar a tensão do gerador.

SEGUNDA PARTE– Fator Qo


1. Reduza a tensão do gerador a zero. Substitua o resistor por outro de 22 Ω. Aplique agora 1,0 V
com o gerador, utilizando novamente a frequência de 1,0 kHz. Ajuste a senoide no osciloscópio.
2. Meça a tensão Vp nos terminais do resistor em função da frequência, indicada pelo valor
apresentado no dial do gerador. Anote numa folha separadamente os valores de Vp em função da
frequência, repetindo os valores da etapa anterior.
BIBLIOGRAFIA
• Halliday Resnick Walker, Cap. 35 - items 1 a 6.

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Física Experimental IV

COLETA DE DADOS – RESSONÂNCIA EM CIRCUITOS SÉRIE RLC

Data:____/____/_______ Turma:______________
Alunos: a)______________________ b)______________________ c)______________________

Dial f (Hz) VP (V) Vef (V) Ief (mA) VP (V)


osciloscópio
XL(Ω) XC(Ω) Z(Ω) (R=22Ω)
2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0.7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
ATIVIDADES
1. Para completar a Tabela, calcule Vef e Ief . Calcule XL, XC e Z com as eqs. (3), (4) e (7),
respectivamente.
2. Faça o gráfico de VP em função de f. No ponto de máximo da curva leia a frequência de
ressonância experimental.
Compare com o valor teórico, calculado com a eq. (8) e calcule o erro experimental.
3 Faça o gráfico de Z em função de f. No ponto de mínimo, sobre a frequência de ressonância, leia
o valor da impedância. Compare este valor com a resistência R.
4 Qual é a frequência de ressonância para o circuito RLC para R e L iguais aos utilizados nesta
experiência, mas para C = 47,0 µF? (Experiência: Circuito Série RLC).
5. Superponha os novos valores de VP em função de f, correspondentes às medidas efetuadas com o
resistor de 22 Ω. Que diferença você percebe em relação à curva feita para os valores de VP
quando R foi de120 Ω?
6. Calcule o valor de Qo na frequência de ressonância para as duas situações experimentais.
7. Você deve ter percebido que a resistência ôhmica da bobina não foi levada em consideração.
Faça um comentário a respeito disto.

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Física Experimental IV

TRANSFORMADORES
OBJETIVOS
• Medir o rendimento de transformadores elevadores e abaixadores.
• Comparar rendimentos de transformadores supostos ideais com os de perdas acentuadas.
INTRODUÇÃO
Quando se pretende minimizar as perdas por efeito Joule no transporte de energia elétrica em
uma rede de distribuição, é conveniente que este transporte seja feito a tensões elevadas. Todavia,
para uso doméstico, tensões elevadas trazem alguns inconvenientes implícitos tais como: isolamento,
descarga por efeito Corona, manuseio, etc. Para reduzir perdas na rede doméstica e facilitar o uso da
energia elétrica emprega-se o transformador, com a finalidade de modificar a tensão da rede de
distribuição para um valor menor que o fornecido pela rede.
Um transformador é basicamente constituído por um núcleo de ferro laminado sobre o qual são
enroladas duas bobinas, isoladas uma da outra e isoladas do núcleo. A bobina que recebe a tensão
alternada da fonte recebe o nome de bobina primária, por simplicidade, primário. A outra bobina,
encarregada de fornecer a tensão modificada à carga, chama-se bobina secundária, ou secundário.
Uma força eletromotriz E = Em sen(ωt) é aplicada ao primário. Todas as características elétricas do
primário tais como tensão, corrente, número de espiras da bobina, etc. recebem o índice 1. No
secundário, o índice é 2. O transformador está esquematizado na Figura 1.

Figura 1. Esquema de um transformador.


Para um transformador ideal, onde são desprezadas as perdas nas bobinas (efeito Joule), no
núcleo (correntes parasitas e histerese), de acordo com a Lei da Indução de Faraday, a força
eletromotriz induzida por espira é a mesma no primário e no secundário. Admitindo-se que V1 e V2
sejam os valores eficazes das tensões, pode-se escrever:
Eespira = - dφB/dt = V1/N1 = V2/N2
ou ainda:
V2 = V1(N2/N1) (1)
No caso de N2> N1, o transformador é chamado transformador elevador porque a voltagem V2
é maior que V1. No caso de N2< N1, ele é chamado de transformador abaixador (ou redutor).
Se as perdas não forem consideradas, a potência entregue ao primário é totalmente
transferida ao secundário. Usando o princípio da conservação da energia encontra-se que:
i1V1 = i2V2 (2)
Inserindo a equação (1) na equação (2) resulta:
i2 = i1(N1/N2) (3)
Se a carga no secundário for uma resistência ôhmica, a corrente i2 pode ser calculada por
i2 = V2/R (4)
Nos transformadores reais a potência fornecida à carga é necessariamente menor que a
recebida no primário. Para que se tenha uma ideia das perdas que ocorrem no processo é
conveniente definir uma grandeza chamada rendimento η:
η = P2/P1 = (i2V2)/(i1V1) (5)
Precisa-se ainda examinar o problema de como acoplar a impedância de uma carga a um
gerador, de modo a minimizar as perdas ou maximizar a potência transferida. Quando se tem uma
carga acoplada a um gerador, a potência transferida é máxima quando a impedância da carga for
igual à impedância interna do gerador. A menos que se realizem cálculos cuidadosos, é improvável
obter acoplamento casual do gerador à carga.

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Física Experimental IV

A razão entre o número de espiras no secundário e no primário, chamada relação de


transformação, torna-se importante quando a impedância conectada ao secundário for comparada
com a impedância aparente no circuito primário.
Se for aplicada uma carga que, por simplicidade, é uma resistência ôhmica, de impedância Z2
= R, ao secundário de um transformador ideal, o seu primário passará a receber, do gerador que
fornece energia, uma potência igual à dissipada pela carga. Entretanto, a corrente i2 que passa por Z2
será, em geral, diferente da corrente i1 fornecida pelo gerador. Em outras palavras, o transformador
faz com que a impedância que o gerador “vê” a carga seja diferente de Z2. Isto permite empregar o
transformador como agente acoplador de impedâncias distintas. Isto será explicado a seguir.
Se V2, i2 e Z2 forem, respectivamente, a tensão, a corrente e a impedância do secundário,
então:
Z2 = R = V2/i2 (6)
Se V1, i1 e Z1 forem os valores correspondentes do primário, a fonte “vê” uma impedância dada
por:
Z1 = V1/i1 (7)
Substituindo i2 da eq. (3) e V2 da eq. (1) na eq. (6), resulta:
(N1/N2) i1 = (V1/R) ( N2/N1)
ou
i1 = (N2/N1)2 V1/R (8)
Do ponto de vista do circuito primário, a resistência equivalente da carga não é R, mas
Req = (N1/N2)2R (9)
Um exemplo típico de aplicação ocorre quando se deseja acoplar a impedância de saída de
um amplificador de um toca-discos a um alto-falante. O transformador faz a baixa impedância do alto-
falante parecer muito maior, de tal forma a acoplá-la com a alta impedância do amplificador, obtendo-
se assim otimização na transferência de potência.
ESQUEMA EXPERIMENTAL

MATERIAL UTILIZADO
• 01 fonte de tensão 0 - 15 V PHYWE
• 01 multiteste TEK DMM254
• 01 osciloscópio analógico MO-1221S
• 01 bobina de 600 voltas, 9 mH, 2,5 Ω
• 01 bobina de 300 voltas, 2 mH, 0,8 Ω
• 01 resistor de 120 Ω, 10 W
• 01 núcleo de transformador, com suportes (Phywe)
• 01 cabo coaxial com 2 plugs banana
• 05 cabos médios
• 02 lâminas de latão 3 x 3 cm.

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Física Experimental IV

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Ajustes iniciais do osciloscópio
1. Ligue o osciloscópio com a tecla POWER.
2. Gire o botão INTEN completamente no sentido horário. O ponto luminoso sobre a tela atinge o brilho
máximo. Reduza em seguida a intensidade do feixe. ATENÇÃO: o brilho excessivo, acusado pelo
aparecimento de um halo em torno do feixe, pode danificar permanentemente a tela, na forma de
manchas. Por esta razão nunca deixe uma figura muito brilhante ficar estacionária na tela.
3. Gire o botão FOCUS para focalizar o traço e controlar a nitidez da imagem na tela. Há dois botões
POSITION para ajustar o feixe nas direções vertical e horizontal. Coloque o feixe no centro da tela.
4. Acione TRIGGER AUTO. A base de tempo (dente de serra) atua, movendo o ponto sobre a tela.
Ponha o seletor TIME/DIV em 0.5 s. O ponto sobre a tela desloca-se lentamente da esquerda para
a direita. Se variar o TIME/DIV o ponto se moverá mais rapidamente, podendo deixar um traço
contínuo sobre a tela.
5. Para calibrar o osciloscópio, coloque a ponteira sobre o anel CAL. Com o seletor cinza do
VOLT/DIV ajuste o traço da onda quadrada para ler 2,0 Vpp.
PRIMEIRA PARTE- Transformador elevador
1. Monte o circuito conforme o esquema. Utilize R = 120 Ω, N1 = 300, N2 = 600, e o amperímetro em
c.a. (escala 400 mA). Um cabo coaxial deve ser conectado ao primário do transformador com as
ponteiras de plug banana e ao osciloscópio em CH1. O cabo coaxial original do osciloscópio deve
ser utilizado para medir a tensão no secundário, conectado nos terminais do resistor e ao CH2 do
osciloscópio. Na fonte de tensão utilize os terminais para tensão alternada variável.
2. Ligue a fonte de tensão e aplique 2,0 V (tensão de pico) sobre o primário, medido com o
osciloscópio, usando o seletor de canais VERT MODE, neste caso o CH1, seguindo as instruções
que seguem.
3. O seletor VOLT/DIV permitirá selecionar o alcance de leitura na tela do osciloscópio e corresponde
ao sinal que se quer medir, ou seja, a voltagem alternada gerada pela fonte de tensão e aplicada
aos terminais do primário. Colocando este seletor em 1 VOLT/DIV significa que haverá 1V/cm na
tela do osciloscópio.
4. O seletor TIME/DIV corresponde ao sinal do “dente de serra” que se procura sincronizar com a
tensão aplicada com a fonte. Quando a sincronia for alcançada, a senoide ficará “parada” na tela.
5. Ajuste na tela do osciloscópio valores de VOLT/DIV em TIME/DIV até que você obtenha uma
senoide de um ciclo, ocupando o máximo da tela e que permita a melhor leitura para Vp. Note que
Vp é a amplitude da onda mostrada, ou seja, Vm. Embora o valor eficaz possa ser calculado com a
expressão Vef = Vp/√2, anotar os valores de pico em todas as medidas.
6. Agora você vai medir a tensão no secundário, usando o CH2 (selecionado em VERT MODE).
Você pode reajustar VOLT/DIV se for necessário. Anote V1, V2 e a corrente i1 (Atenção: este é o
valor eficaz) na Tabela I do relatório. Calcule a corrente eficaz no secundário: i2 = V2/(R√2).
7. Repita os procedimentos acima para as tensões no primário de 3,0 e 4,0 V.
8. Reduza a tensão da fonte a zero. Desligue a fonte. Remova a parte superior do trafo e introduza
duas lâminas de latão na parte superior do “U” do trafo, uma em cada ponta. Recoloque a parte
superior do trafo, prendendo bem firme.
9. Você deve repetir as medidas com as tensões de 2,0, 3,0 e 4,0 V aplicadas ao primário. Pretende-
se verificar a influência das correntes parasitas (sobre as lâminas de latão) no rendimento do
transformador.
SEGUNDA PARTE - Transformador abaixador
1. Desligue a fonte de tensão. Remova as duas lâminas de latão do trafo. Desconecte os cabos
conectados às bobinas. Reconecte os cabos onde o primário será N1 = 600 e o secundário N2 = 300.
2. Aplique uma tensão de 6,0 V no primário. Leia a corrente no primário e a tensão no secundário,
anotando na Tabela II.
3. Repita o processo para as tensões de 4,0 e 2,0 V no primário, anotando tudo.
BIBLIOGRAFIA
• Halliday, Resnick e Walker. Fundamentos da Física. Cap. 36, item 6.

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Física Experimental IV

COLETA DE DADOS - TRANSFORMADORES

Data:____/____/_______ Turma:______________
Alunos: a)______________________ b)______________________ c)______________________

Tabela I: PRIMEIRA PARTE – Transformador elevador.


V1(V) V2(V) i1 (mA) V2/V1 N2/N1 i2 (mA) η
2,0
3,0
4,0
2,0*
3,0*
4,0*
* com lâminas de latão.

Tabela II: SEGUNDA PARTE - Transformador abaixador


V1(V) V2(V) i1 (mA) V2/V1 N2/N1 i2 (mA) η
6,0
4,0
2,0

ATIVIDADES
1. Para completar as Tabelas I e II, calcule as razões V2/V1 e N2/N1, a corrente i2 = V2/(R√2) e o
rendimento com a equação (5).
2. Compare os rendimentos do transformador elevador nas duas situações, com e sem as lâminas
de latão. Você poderia propor mudanças no transformador usado no laboratório a fim de melhorar
o rendimento?
3. No transformador elevador, sem as placas de cobre, calcule a impedância de entrada com a
equação (7). Compare este valor com Req, equação (9). Calcule para as três tensões de entrada.

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Física Experimental IV

INTRODUÇÃO À ÓPTICA GEOMÉTRICA


OBJETIVOS
• Obter experimentalmente as Leis da Reflexão.
• Obter experimentalmente as Leis da Refração.
• Medir o ângulo limite de um meio refringente.
• Medir a distância focal de um espelho côncavo e de uma lente convergente
INTRODUÇÃO
É conveniente, em Óptica Geométrica, estudar as propagações luminosas em termos de
raios de luz. Os raios, emitidos por fontes luminosas, são representados por linhas retas na direção
em que a luz se propaga. Um objeto luminoso extenso pode ser considerado como um conjunto de
pontos separados. Cada ponto do objeto considerado como uma fonte puntiforme, emitirá raios
luminosos em todas as direções e em linha reta.
Um raio luminoso que incide em uma superfície polida (raio incidente), tal como um espelho,
retorna ao mesmo meio (raio refletido), fenômeno este denominado de reflexão. Este fenômeno é
determinado por duas leis: (1) O raio incidente, o raio refletido e a normal à superfície refletora estão
num mesmo plano; (2) O ângulo de incidência ‘i’ é igual ao ângulo de reflexão ‘r’, considerados em
relação à normal. Estas leis são válidas tanto para espelhos planos como para espelhos curvos.
Se a superfície refletora for curva, esférica por exemplo, o espelho é denominado côncavo
quando a parte espelhada está na face interna da curvatura; se na face externa, o espelho é
denominado convexo. O centro de curvatura C é o centro da esfera e o raio de curvatura R, o raio
desta esfera. A linha que une o vértice V (no centro do espelho) e o centro de curvatura é denominada
eixo principal.
Um feixe de raios paralelos ao eixo principal reflete-se obedecendo às leis da reflexão,
convergindo para um ponto denominado foco, no caso do espelho côncavo; no convexo, o feixe
diverge de um ponto localizado atrás do espelho. A distância do foco F ao vértice V é chamada
distância focal do espelho, sendo representada por f.
Quando um raio luminoso incide na superfície de separação entre dois meios e penetra no
segundo meio, muda de direção (refração), o raio agora denominado refratado segue duas leis: (1) O
raio incidente, o raio refratado e a normal à superfície de separação dos dois meios estão num mesmo
plano; (2) O seno do ângulo de incidência θ1 dividido pelo seno do ângulo de refração θ2 é igual à
razão n2/n1 , onde n2 e n1 são os índices de refração dos meios 2 e 1 em relação ao vácuo. Os
ângulos θ1 e θ2 são medidos em relação à normal. Esta é a Lei de Snell, expressa algebricamente por:
n1 senθ1 = n2 senθ 2 (1)
A constante n, chamada índice de refração, é definida por:
c
n= (2)
cn
onde c é a velocidade da luz no vácuo e cn a velocidade da luz no meio.
Se o meio refringente for o ar, o seu índice de refração, que é 1,0003, pode ser considerado
igual a 1,00 na maior parte das aplicações práticas. Outros exemplos: água (1,33), vidro (1,50),
diamante (2,47).
Um fenômeno interessante acontece quando um raio luminoso penetra no meio menos
denso, proveniente de um meio mais denso. A Lei de Snell mostra que, se o ângulo de incidência
aumentar, o ângulo de refração aumenta mais depressa. Quando o ângulo de refração for exatamente
90 graus, o ângulo de incidência recebe o nome de angulo limite L. Para incidências com ângulos
maiores do que o ângulo limite, deixa de ocorrer refração, e o raio luminoso se reflete totalmente,
permanecendo no meio mais denso. Este é um dos poucos exemplos na Física de um processo que é
100% eficiente, pois nenhuma energia é absorvida na superfície de separação dos dois meios.
Aplicações práticas: prismas inversores de imagem em binóculos, fibras ópticas.
Lentes são dispositivos usados para concentrar ou dispersar luz e para formar imagens. Para
efeito de classificação, pode-se dividir as lentes em dois grupos: as lentes convergentes e as
divergentes. As lentes convergentes são mais espessas na parte central, ao passo que as divergentes
o são nas bordas. O centro de curvatura C1 é o centro da esfera de raio R1 que dá origem a uma face
da lente; o centro C2 é o centro da esfera de raio R2 que dá origem à outra face da lente. A linha que
une os dois centros de curvatura denomina-se eixo principal.
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Física Experimental IV

Um feixe de raios paralelos ao eixo principal, incidindo numa lente convergente, refrata-se,
convergindo para um ponto denominado foco F. A distância do centro geométrico da lente (por
aproximação) ao foco é a distância focal f da lente. Se o feixe incidir numa lente divergente, o feixe se
refrata, divergindo de um ponto localizado no mesmo lado do feixe incidente, formando o foco virtual.
Para espelhos, a equação que relaciona distância focal f e raio de curvatura R é:
R
f = (3)
2
Para lentes, a "equação dos fabricantes de lentes" relaciona a distância focal f com os raios
de curvatura R1 e R2 e o índice de refração da lente com o meio que a envolve, sendo n = n2 / n1, onde
n2 é o índice de refração do material da lente e n1 o índice de refração do meio que a envolve.

1 ⎛ 1 1 ⎞
= ( n − 1 )⎜⎜ + ⎟⎟ (4)
f ⎝ R1 R2 ⎠
A utilização das equações acima segue a seguinte convenção de sinais:
a) As distâncias focais de um espelho côncavo e de uma lente convergente são sempre
positivas; para um espelho convexo e uma lente divergente, negativas.
b) O raio de curvatura de um espelho côncavo é positivo, e o de um espelho convexo,
negativo. Os raios de curvatura das lentes serão positivos, se dentro da concavidade houver material
da lente; caso contrário, negativos.
O material utilizado nesta experiência consiste de secções de espelhos e de lentes
esféricos. A finalidade é permitir a visualização dos feixes luminosos sobre um suporte. Por este
motivo, as medidas estarão necessariamente afetadas de erros relativamente grandes. Nas próximas
experiências, utilizaremos outras técnicas mais confiáveis para medir a distância focal de um espelho
côncavo e de uma lente convergente.
ESQUEMA EXPERIMENTAL

(1) (2) (3) (4) (5)

I θ
1 R
θ
2

MATERIAL UTILIZADO
• 01 Fonte Luminosa AZEHEB 12 V - 50 W, com transformador 220-12 V.
• 01 trilho de ferro laminado com escala milimetrada e L = 1000 mm.
• 01 placa plástica branca PHYWE.
• 04 suportes metálicos para trilho tipo “ V ”.
• 01 lâmina 8 x 8 cm com 1 fenda entalhada.
• 01 lâmina 8 x 8 cm com 5 fendas entalhadas.
• 01 lente convergente colimadora f = 12 cm.
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• 01 disco graduado AZEHEB.


• 01 adaptador de latão p/ disco graduado.
• 01 adaptador de latão p/ anteparo.
• 01 semi-cilindro de vidro.
• 01 lente bi-convexa (secção).
• 01 lente plano-convexa (secção).
• 01 lente bi-côncava (secção).
• 01 lente plano-côncava (secção).
• 01 espelho plano em suporte tipo L.
• 1 espelho esférico (secção).
• 01 prisma (secção triângulo isósceles).
• 1 prisma (secção triângulo equilátero).
• 01 placa de vidro 5 x 5 cm (verde).
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
PRIMEIRA PARTE – ESPELHO PLANO
1. Coloque alinhados sobre o trilho e apoiados em seus suportes: (1) fonte luminosa, (2) suporte
com uma lâmina de cinco fendas verticais, (3) lente colimadora, (4) disco graduado e (5) anteparo,
de acordo com o esquema.
2 Ligue a fonte luminosa. Ajuste a posição da lente colimadora em relação à lâmpada de modo a
obter uma indicação de três ou mais feixes paralelos de luz sobre o disco graduado.
3 Desloque o disco graduado para um ponto próximo da lente colimadora. Agora substitua a lâmina
de 5 fendas por uma lâmina com uma fenda vertical, de modo que um traço luminoso fique visível
sobre o disco. Este será o seu ‘raio luminoso’.
4 Coloque o espelho plano sobre o disco, onde há dois traços ortogonais, sendo que um
representará o plano do espelho e outro, a normal ao espelho. O raio luminoso deve incidir
exatamente na intersecção dos dois traços ortogonais.
5 O ângulo que o raio luminoso forma com a normal ao espelho chama-se ‘ângulo de incidência’,
sendo representado por ‘i’, e o ‘ângulo de reflexão’ fica representado por ‘r’. Na Tabela I lance os
valores medidos para ‘r’, de acordo com os correspondentes valores sugeridos para ‘i’.
SEGUNDA PARTE – ESPELHOS ESFÉRICOS
1 Substitua a lâmina com fenda simples por uma lâmina com 5 fendas. Substitua o espelho plano
pelo espelho côncavo colocado num lugar qualquer do disco graduado ( que vai funcionar como
simples suporte), porém com a face côncava voltada para a fonte luminosa.
2 Ajuste o espelho de tal modo que o feixe de 5 raios paralelos alcancem o espelho e também
sejam paralelos ao eixo principal.
3 Meça com uma régua milimetrada a distância focal deste espelho.
4 Se voltar a parte convexa do espelho para a fonte luminosa, você terá o espelho convexo. Meça a
distância focal deste espelho (do centro do espelho ao ponto de intersecção do feixe divergente).
TERCEIRA PARTE – LEI DE SNELL
1. Recoloque a fenda simples. Coloque sobre o disco graduado o semi-cilindro de vidro posicionado
no centro do disco, com uma linha delimitando o plano do semi-cilindro e a perpendicular
indicando a normal a este plano. Faça seu raio luminoso incidir na parte plana do semi-cilindro,
com o raio saindo ao longo da direção radial. Oriente-se pelo segundo diagrama do esquema da
experiência.
2. Para os ângulos de incidência indicados na Tabela II, meça e anote os correspondentes ângulos
de refração, sempre em relação à normal ao plano do semi-cilindro.
QUARTA PARTE – ÂNGULO LIMITE
1. Sem remover o semi-cilindro, agora faça seu raio luminoso incidir na parte curva do semi-cilindro,
ao longo de uma direção radial, de modo que saia pela parte plana, no centro de curvatura do
semi-cilindro.
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Física Experimental IV

2. Para os ângulos de incidência (θ2= i) indicados na Tabela III, meça e anote os correspondentes
ângulos de reflexão (r) e de refração (θ1), sempre em relação à normal ao plano do semi-cilindro.
Atenção: o índice de refração n deve ser calculado pela razão sen θ1/sen θ2. Observar que, nesta
nova situação, em relação à Lei de Snell, o ângulo de incidência no ar é θ1 e o de refração no vidro,
θ2.
Há um ângulo de incidência particular que deve ser medido com cuidado. Trata-se do ângulo de
incidência que produz ângulo de refração de 90 graus. Este ângulo particular é denominado
‘ângulo limite’, representado usualmente por ‘L‘. Observe que, para ângulos maiores que este
‘ângulo limite’, ocorre reflexão total da luz.
QUINTA PARTE – APLICAÇÕES DO ÂNGULO LIMITE
1. Substitua o semi-cilindro sobre o disco graduado por um prisma em forma de triângulo isósceles.
2. Troque a lâmina de fenda única pela lâmina com 5 fendas. Ao incidir o feixe de raios sobre o
prisma, será possível observar como o prisma serve para inverter a imagem de um objeto. Você
pode acompanhar a trajetória dos raios dentro do prisma com o auxílio de um filtro colorido.
Examine as duas possibilidades: um lado do prisma (cateto) voltado para a fonte luminosa e o
outro lado (hipotenusa) voltada para a fonte.
3. Substitua a lâmina com 5 fendas pela lâmina de fenda única. Faça o raio luminoso incidir no
prisma equilátero. Com uma pequena rotação do prisma é possível obter a decomposição da luz
nas cores do arco-íris, que pode ser projetada no anteparo colocado fora do trilho numa posição
conveniente. Pequenos ajustes na focalização produzem espectro de cores mais vivas.
SEXTA PARTE – LENTE CONVERGENTE
1. Coloque a lâmina de 5 fendas. Coloque uma lente convergente bi-convexa sobre o disco
graduado.
2. Meça a distância focal da lente convergente.
3. Coloque agora outra lente, denominada plano-convexa, seccionada ao longo de seu eixo maior,
resultando numa face curva e a outra plana. Meça a distância focal, tal como foi feito para a lente
anterior.
4. Para testar experimentalmente a validade da fórmula dos fabricantes de lentes precisamos medir
o raio de curvatura da lente plano-convexa. Coloque a lente sobre uma folha de papel. Com a
lapiseira trace o contorno da curvatura da lente. Com um compasso e uma régua você poderá
determinar o raio de curvatura para esta lente apresentada em secção. Considere o índice de
refração medido para o semi-cilindro. Calcule f e compare com o valor experimental.
5. Se houver tempo disponível, coloque uma lente plano-convexa junto com uma lente plano-
côncava. Incida o feixe luminoso obtido com as 5 fendas e observe o que acontece.
BIBLIOGRAFIA
• Halliday, Resnick & Walker, Cap. 39- itens 1 a 9.

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Física Experimental IV

COLETA DE DADOS - INTRODUÇÃO À ÒPTICA GEOMÉTRICA

Data:____/____/_______ Turma:______________
Alunos: a)______________________ b)______________________ c)______________________

PRIMEIRA PARTE - ESPELHO PLANO SEGUNDA PARTE - ESPELHOS ESFÉRICOS


Tabela I
I R
1 espelho côncavo f = cm
2
espelho convexo f = cm
3
4

TERCEIRA PARTE - LEI DE SNELL


Tabela II
θ1 θ2 sen θ1 sen θ2 n = n2/n1
1 20,0
2 40,0
3 60,0
4 80,0
<n>=
QUARTA PARTE - ÂNGULO LIMITE
Tabela III
θ2 = i R θ1 sen θ2 sen θ1 N
1 10,0
2 20,0
3 30,0
4 40,0
5 90,0
6 50,0 XX XX XX XX
7 60,0 XX XX XX XX
8 70,0 XX XX XX XX

SEXTA PARTE – LENTE CONVERGENTE


(distância focal da lente bi-convexa) f= cm
(distância focal da lente plano-convexa) f= cm

ATIVIDADES
1. Dois espelhos planos formam um ângulo de 90o entre si. Um raio luminoso incide no primeiro
espelho com um ângulo de incidência de 30o. Calcule o ângulo de reflexão deste raio luminoso
depois de ser refletido pelo segundo espelho.
2. Os raios do sol à tarde incidem sobre a superfície de um lago com um ângulo de 60o em relação à
vertical. Calcule o ângulo de refração na água. Calcule também a velocidade de propagação da
luz na água.
3. Calcule o ângulo limite para o caso em que o semi-cilindro utilizado no laboratório esteja
mergulhado na água.
4. Utilizando a eq. dos fabricantes de lentes, mostre que a distância focal de uma lente bi-convexa
de raios de curvatura iguais duplica quando for seccionada em duas partes no sentido
longitudinal.
5. Uma pessoa mergulha numa piscina usando óculos. Calcule a distância focal da lente
convergente mergulhada na água, sabendo-se que no ar é de 20,0 cm.

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Física Experimental IV

ÍNDICE DE REFRAÇÃO
OBJETIVOS
• Medir índices de refração do vidro de um prisma, em função do comprimento de onda.
• Medir índices de refração da água e da glicerina.
INTRODUÇÃO
Técnicas para medir índices de refração são especialmente úteis na caracterização de
materiais. Isso se deve a dois fatores: em geral empregam métodos não destrutivos, e os resultados
são alcançados rapidamente. Além de sua importância intrínseca, os índices de refração de um
material têm, em aplicações ópticas, grande importância. Entre suas aplicações salientamos:
• O desenvolvimento de guias de ondas (fibras ópticas) para transmissão de dados em forma de
pulsos luminosos;
• No desenvolvimento de lentes acromáticas para instrumentação óptica;
• Determinação da concentração de produtos químicos em soluções transparentes.
Quando um raio luminoso, proveniente de um meio 1 penetra num meio transparente 2, sofre
uma mudança de direção, denominada refração. O raio incidente I forma com a normal N um ângulo
de incidência θ1. O raio refratado R forma com a mesma normal um ângulo de refração θ2 (Figura1).
As duas leis da refração estabelecem que:
• 1a Lei: "O raio incidente, o raio refratado e a normal à superfície de separação de dois meios
refringentes estão no mesmo plano, denominado plano de incidência”.
• 2a Lei: Os ângulos de incidência e de refração estão relacionados pela Lei de Snell:

n 1 sen θ 1 = n 2 sen θ 2 , (1)


ou então:
sen θ 1 n 2
= = n 21 , (2)
sen θ 2 n 1
n21 é uma constante adimensional chamada índice de refração (relativo) do meio 2 em relação ao
meio 1.

Figura 1. Leis da refração.


Se o meio 1 for o vácuo (ou, por aproximação, o ar), n21 será representada por n2 e recebe o
nome de índice absoluto de refração do material 2, uma vez que n1 = 1 (vácuo). Então pode-se
representar o índice de refração do meio 2 em relação ao meio 1, como a razão entre os respectivos
índices absolutos de refração. Tem-se:
n2 n1
n 21 = ou n 12 = (3)
n1 n2
Quando se mencionar "índice de refração de um material" subentende-se o índice absoluto,
genericamente representado por "n". Na tabela 1 estão listados os índices de refração de alguns
materiais, para a luz amarela do sódio (linha D, com λ = 5893 Å = 589,3 nm).

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Física Experimental IV

Tabela 1. Índices de refração de alguns sólidos e líquidos


Sólidos Líquidos
Vidro crown 1,517 Água (20 oC) 1,333
Vidro flint leve 1,620 Benzeno 1,502
Vidro comum 1,50 Glicerina 1,45
Diamante 2,423 Álcool etílico 1,36
Se o raio luminoso for proveniente do meio 2 (mais denso) e penetrar no meio 1 (menos denso,
como o ar, por exemplo), em um ângulo de incidência θ2 = L, tal que o ângulo de refração seja θ1 =
90o, a aplicação da Lei de Snell resulta em:
n1 sen 90o = n2 sen L (4)
ou, para n1 = 1,00:
sen L = 1 / n2 (5)
onde L é o chamado ângulo limite, ou ângulo crítico.
Quando o ângulo de incidência no meio mais denso for maior do que o ângulo limite, a luz é
totalmente refletida internamente. Na Figura 2 ilustra-se a aplicação da reflexão total para a luz
incidindo num prisma de vidro (n2 = 1,50), imerso no ar (n1 = 1,00 e L = 41,8o porque θ2 = 45o e θ2 > L).
Depois tem-se a aplicação da Lei de Snell com este prisma mergulhado na água (n1 = 1,33 e L = 62,5o
porque θ2 < L, resultando que θ1 = 52,9o), implicando na existência do feixe refratado.
As fibras ópticas, com diâmetro na ordem de 50 µm, são feitas basicamente de vidro e
envolvidas por plástico, cujo índice de refração é menor que o do vidro, com a finalidade de confinar a
luz dentro dos condutos. Um feixe de fibras ópticas pode conduzir a luz, que transporta as
informações desejadas a distâncias consideráveis, através de milhares de reflexões internas
sucessivas, com um mínimo de perda de luz.

Figura 2. Luz incidindo num prisma de vidro


Um prisma é um dispositivo óptico, extraordinariamente útil, para medir o índice de refração do
material do qual é feito. Se um raio luminoso, monocromático, penetrar num prisma de abertura φ, ele
sofrerá duas refrações e a direção do raio emergente E do prisma não será a mesma do raio incidente
I. A nova direção do raio emergente forma um ângulo δ com a direção inicial (Figura 3).

Figura 3. Trajetória de um raio luminoso através de um prisma.

Mostra-se, experimentalmente, que o desvio δ depende do ângulo de incidência i1 e do ângulo


de emergência r2, e que o desvio será mínimo quando i1 = r2 (veja Figura 3). Então, na condição de
desvio mínimo, r1 = i2 pois:

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Física Experimental IV

sen i 1 sen r 2
=n e = n. (6)
sen r1 sen i 2
Mas φ = r1 + i2, porque um ângulo externo de um triângulo é igual à soma dos ângulos internos,
não adjacentes, e o ângulo φ é formado pelo prolongamento das normais N1 e N2 às faces do prisma.
Logo:
φ = r1 + i2 = i2 + i2, i2 = φ / 2. (7)
Também tem-se:
ψ = (i1 - r1) + (r2 - i2) = (r2 - i2) + (r2 - i2) = 2r2 - 2i2 = 2r2 - φ (7b)
onde ψ é um caso particular do ângulo δ , na condição de desvio mínimo.
ψ +φ
r2 = (8)
2
Substituindo (7) e (8) em (6) resulta:
ψ +φ
sen
n= 2
(9)
φ
sen
2
Esta relação vale apenas quando i1 for escolhido de tal forma que o raio luminoso passe
simetricamente pelo prisma. Encontrando através de maneira simples o valor de um ângulo ψ, caso
particular de δ , e conhecendo-se previamente o ângulo do prisma φ, obtém-se o índice de refração
da substância sob a forma de um prisma. Se a substância for líquida, ela será colocada dentro de um
prisma oco.
O índice de refração n de um material refringente depende do comprimento de onda λ da luz
incidente. A fórmula empírica de Cauchy relaciona n com λ:
B
n = A+ , (10)
λ2
A e B são constantes particulares da substância do prisma a serem determinadas experimentalmente.
Se forem conhecidos, ou medidos, os índices de refração n1 e n2 para duas cores de referência, isto é,
λ1 e λ2, este par de valores substituídos na equação de Cauchy permite calcular A e B. No entanto, é
mais confiável construir um gráfico de n = f (1/λ2) e obter estas constantes através dos coeficientes
linear e angular.
n
1,
FLINT
70 SilSILICATO
CROWN
DENSO
1, FLINT
60 LEVE
CROWN
DURO
1, CROWN
50 BOROSILICATO

400 50 600 70 λ
0
Figura 4. Variação 0
do índice de refração (nm)
com λ.
A Figura 4 mostra a variação do índice de refração de alguns tipos de vidro, como função do
comprimento de onda da luz usada na medida.
A experiência consistirá em medir o índice de refração de um prisma de vidro (flint ou crow) em
função de alguns comprimentos de onda da luz de mercúrio (Hg). Na Tabela 2 é fornecido o espectro
de Hg, com uma indicação aproximada da intensidade de cada linha espectral, com a finalidade de
facilitar a identificação.
O angstrom é uma unidade freqüentemente utilizada para expressar comprimentos de onda: 1
Å = 10-10 m. Outra unidade é o nanômetro: 1 nm = 10-9 m = 10 Å.

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Física Experimental IV

Tabela 2. Espectro parcial da lâmpada de mercúrio


Cor Intensidade λ (Å)
Vermelha fraca 6234
Amarela I muito forte 5791
Amarela II muito forte 5770
Verde forte 5461
Azul-verde I fraca 4960
Azul-verde II média 4916
Azul forte 4358
Violeta I média 4078
Violeta II forte 4047
A velocidade de propagação da luz é dependente do índice de refração do meio, isto é:
v1 = c / n1 (11)
onde c = 3 x 108 m / s é a velocidade de propagação da luz no vácuo. Assim, a dependência de n com
λ implica, fisicamente, que a velocidade de propagação da luz, num meio material, é dependente da
cor da luz.
Este fenômeno pode ser ilustrado, praticamente, com a incidência de luz branca sobre um
prisma e observando a dispersão das cores, isto é, a separação do feixe luminoso em suas diversas
cores constituintes.
Uma medida aproximada da dispersão da luz é dada pela equação (12), onde nF, nC e nD são
os índices de refração para as cores violeta, vermelha e amarela, para os comprimentos de onda das
linhas conhecidas por F (λ = 4861 Å), C (λ = 6563 Å) e D (λ = 5893 Å), nomeadas por Fraunhofer

n F − nC
Δ= (12)
nD − 1
Para os vidros normalmente utilizados nos sistemas ópticos, os valores de Δ estão entre 1/60 e
1/30. O fabricante do vidro flint médio, tipo do que é utilizado no laboratório, geralmente fornece os
dados nD = 1,620 e nF - nC = 0,017.
Utilizaremos uma técnica de triangulação para medir os ângulos de desvio mínimo. Medimos y
e D, obtendo ψ através de tg ψ = y/D. Veja o esquema da experiência.

ESQUEMA EXPERIMENTAL

(1) (2) (3) (4) (5)

D
ψ
y

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Física Experimental IV

MATERIAL UTILIZADO

• 01 trilho de ferro laminado com escala milimetrada e L = 1000 mm.


• 01 lâmpada de vapor de mercúrio - 80 W, com reator (IF-UFG).
• 01 lâmina 5 x 5 cm com uma fenda entalhada PHYWE.
• 01 lente convergente f = 12,5 cm.
• 03 suportes metálicos para trilho tipo “V”.
• 01 suporte para fendas.
• 01 adaptador de latão para disco graduado.
• 01 disco graduado AZEHEB.
• 01 prisma de vidro flint (F).
• 01 prisma de vidro crown (C).
• 01 prisma oco com água (A).
• 01 prisma oco com glicerina (G).
• 01 anteparo de fórmica, 30 cm x 90 cm (IF-UFG).

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

PRIMEIRA PARTE - Dispersão do espectro


• Conecte a lâmpada de mercúrio (1) à rede elétrica, somente quando ela estiver fria. Caso tenha
sido utilizada momentos antes, aguarde alguns minutos até que esfrie.
• Coloque a fenda vertical com seu suporte sobre o trilho do banco óptico (2), quase encostada à
lâmpada.
• Posicione o anteparo (5) verticalmente, a uns 30 cm do final do trilho. Verifique com um
esquadro se o anteparo está tão perpendicular quanto possível, no plano horizontal, em relação
ao trilho do banco óptico.
• Coloque a lente convergente (3) próxima da fenda. Mova a lente até conseguir focalizar a
imagem da fenda sobre o anteparo. Verifique se a imagem da fenda sobre o anteparo é a mais
nítida possível. Às vezes é preciso verificar se a lâmpada, a fenda e a lente estão na mesma
altura sobre o banco óptico.
• Coloque um prisma de vidro flint leve ou crow centralizado sobre a plataforma circular que, por
sua vez, está sobre um suporte especial (4). Observe se o seu prisma tem uma face opaca. Se
tiver, o ângulo φ do prisma é oposto a essa face opaca. Alguns prismas estão bem danificados,
mas as medidas podem ser feitas da mesma forma que com um prisma inteiro. No momento o
importante é selecionar o ângulo φ.
• Ao colocar o prisma no centro da plataforma, lembre-se de que a luz penetra por uma face,
atravessa o prisma paralelamente à face opaca, e emerge do outro lado projetando-se depois no
anteparo. Na condição de desvio mínimo, o raio incidente e o raio emergente são simétricos, ou
seja, formam ângulos iguais com as normais às respectivas faces de incidência e emergência.
• Quando o espectro de cores da luz do Hg aparecer sobre o anteparo, apenas quatro serão
distinguíveis e utilizadas para as medidas: azul, verde, amarela e vermelha. Mas ainda falta o
detalhe final do desvio mínimo. Como o nome está sugerindo, este desvio mínimo é justamente
o menor ângulo entre a luz quase branca que incide diretamente sobre o anteparo e o conjunto
de cores desviadas pelo prisma e que estão projetadas no anteparo. Portanto você precisa
efetuar um pequeno giro de correção com a plataforma (NÃO o prisma), a fim de obter esta
condição.
• Determinada a posição de desvio mínimo, meça sobre o anteparo a distância y entre o centro da
linha de luz quase branca do feixe direto e o centro de cada uma das quatro cores da lâmpada
de Hg. Anote tudo na Tabela I do relatório, junto com a distância D entre o centro do prisma e o
anteparo, obtidas com o banco óptico. Considere o ângulo do prisma φ = 60,0o. (Se o seu prisma
tiver secção reta de um triângulo isósceles, então φ = 45,0o).

SEGUNDA PARTE - Índices de refração

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Física Experimental IV

• Sem desligar a lâmpada de Hg, remova o prima de vidro utilizado da plataforma.


• Afaste o anteparo para o extremo do trilho, verificando o perpendicularismo em relação ao trilho.
Focalize a fenda sobre o anteparo.
• Coloque o prisma especial contendo água (A) sobre o centro da plataforma. Procure obter o
espectro projetado sobre o anteparo. Procure o desvio mínimo, tal como foi feito na primeira
parte. Como os valores tabelados estão em relação à lâmpada de sódio, podemos usar a cor
amarela do Hg (valor médio do dubleto), já que seus comprimentos de onda diferem por menos
de 1%, inferior ao erro feito com a técnica ora empregada. Meça a distância y entre o centro da
linha quase branca do feixe direto e o centro da linha amarela do Hg. Anote na Tabela II. Anote
também o novo valor de D, pois você alterou a posição do anteparo em relação ao prisma.
• Repita o procedimento para o prisma com a glicerina (G). Por favor, não ponha a glicerina em
prismas destinados à água!
• Repita o procedimento para o outro prisma de vidro. Procure a linha amarela do Hg sobre o
anteparo, ache o desvio mínimo e meça o valor de y e de D. Lance na Tabela II.

BIBLIOGRAFIA
• Halliday, Resnick & Walker, Fundamentos de Física, Cap. 39 - Itens 1 e 2.

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Física Experimental IV

COLETA DE DADOS - ÍNDICE DE REFRAÇÃO

Data:____/____/_______ Turma:______________
Alunos: a)______________________ b)______________________ c)______________________

PRIMEIRA PARTE - Dispersão do Espectro

Tabela I
Prisma de Vidro φ=
λ y D ψ ψ +φ
Cor
(nm) (cm) (cm) ( o)
sen n
2
Vermelha 623

Amarela I 579
Verde 546
Azul 436

SEGUNDA PARTE - Índices de refração

Tabela II λ = 578 nm (Hg) ≈ 589 nm (Na)


y D ψ ψ +φ
Substância sen n Erro
(cm) (cm) ( o) 2
Água
Glicerina
Vidro)

ATIVIDADES
1. Identifique, fazendo comparação com dados da tabela da apostilha, qual o tipo de vidro do
prisma utilizado.
2. Faça o gráfico de n em função de λ para o vidro do prisma utilizado.
3. Calcule a maior velocidade de propagação da luz no prisma de vidro utilizado. Explique sua
resposta.
4. Calcule o erro percentual dos valores de n obtidos na Tabela II, em relação aos valores
tabelados na apostilha.
5. Com os dados fornecidos pelo fabricante, calcule as constantes A e B para o vidro flint e escreva
a equação da fórmula empírica de Cauchy.
6. Utilizando esta equação, calcule os valores teóricos dos índices de refração para as quatro cores
utilizadas, utilizando os valores dos comprimentos de onda constantes na Tabela 2.
7. Trace a curva teórica de n em função de λ. Lance sobre este gráfico seus valores experimentais
encontrados. Observe que, de posse das constantes A e B, você pode usar diversos valores de
λ no intervalo das medidas com a finalidade de definir a curva com mais clareza.

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Física Experimental IV

ESPELHOS E LENTES
OBJETIVOS
• Determinar a distância focal de um espelho côncavo pelo método da ampliação.
• Determinar a distância focal de uma lente convergente.
INTRODUÇÃO
ESPELHOS
É conveniente, em Óptica Geométrica, estudar as propagações luminosas em termos de
raios de luz. Os raios são representados por linhas retas na direção em que a luz se propaga. Um
objeto luminoso extenso pode ser considerado como um conjunto de pontos separados. Cada ponto
do objeto emitirá raios luminosos em todas as direções e em linha reta.
Quando um raio luminoso é refletido numa superfície polida, o ângulo de incidência é igual ao
ângulo de reflexão, considerados em relação à normal. Se a superfície refletora for plana, o espelho é
denominado plano.
Se a superfície refletora for curva, por exemplo esférica, o espelho é denominado côncavo
quando a parte espelhada está na face interna da curvatura; se na face externa, o espelho é
denominado convexo. O centro de curvatura C é o centro da esfera e o raio de curvatura R, o raio
desta esfera. A linha que une o vértice V e o centro de curvatura é denominada eixo principal. Tendo
em conta a grande simplificação matemática, neste texto trata-se apenas de espelhos esféricos com
pequena abertura. Isso implica que apenas porções do espelho, ao redor do vértice V, são
consideradas na formação de imagens.
Um feixe de raios paralelos ao eixo principal reflete-se obedecendo à lei da reflexão,
convergindo para um ponto denominado foco, no caso do espelho côncavo; no convexo, o feixe
parecerá divergir de um ponto localizado atrás do espelho, como na Figura 1. A distância do foco F ao
vértice V é chamada distância focal do espelho, sendo representada por f.

Figura 1. Espelhos esféricos: côncavo (esquerdo) e convexo (direito).

Existem regras práticas que permitem a construção da posição da imagem (p'), que pode se
real (formada pela intersecção de raios refletidos) ou virtual (formada pela intersecção dos
prolongamentos dos raios refletidos), a partir do conhecimento da posição do objeto (p) e da direção
de incidência de dois quaisquer dos três raios principais. Os três raios principais de um espelho
côncavo são:
1. Um raio paralelo ao eixo principal reflete-se passando pelo foco;
2. Um raio que passe pelo centro de curvatura é refletido sobre si mesmo;
3. Um raio que passe pelo foco reflete-se paralelamente ao eixo principal.
A Figura 2 resume a aplicação destas regras práticas a espelhos côncavos e convexos, já
que os raios principais para estes últimos são semelhantes.

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Física Experimental IV

Figura 2. Formação de imagens em espelhos esféricos côncavo e convexo


LENTES
Lente é um meio transparente limitado por duas superfícies curvas. A forma mais comum de
lentes são aquelas de faces esféricas, ou uma face plana e outra esférica.
Para efeito de classificação, pode-se dividir as lentes em dois grupos: as lentes convergentes
e as divergentes. As lentes convergentes são mais espessas na parte central, ao passo que as
divergentes o são nas bordas. O centro de curvatura C1 é o centro da esfera de raio R1 que origina
uma face da lente; o centro C2 é o centro da esfera de raio R2 que origina a outra face da lente. A linha
que une os dois centros de curvatura denomina-se eixo principal.
Uma importante simplificação no tratamento matemático das lentes é abstrair sua espessura.
Com este propósito, cria-se a figura da lente delgada, isto é, uma lente cuja espessura pode ser
desprezada para todas as finalidades de formação de imagem.
Um feixe de raios paralelos ao eixo principal, incidindo numa lente convergente, refrata-se,
convergindo para um ponto denominado foco F. A distância do centro geométrico da lente ao foco é a
distância focal f da lente. Se o feixe incidir numa lente divergente, o feixe se refrata, divergindo de um
ponto localizado no mesmo lado do feixe incidente, formando o foco virtual, como está esquematizado
na Figura 3.
Conhecendo-se o tamanho (O) e a distância (p) de um objeto em relação a uma lente, e a
direção de incidência de dois dos três raios principais, pode-se determinar graficamente o tamanho (I)
e a distância (p') da imagem, tal como foi feito para os espelhos.

Figura 3. Lentes delgadas: convergente (esquerdo) e divergente (direito).

Os três raios principais de uma lente convergente são (Figura 4):


1. Um raio paralelo ao eixo principal refrata-se na lente passando pelo foco;
2. Um raio que passe pelo centro geométrico não sofre desvio porque a lente é delgada e o
centro geométrico coincide com o centro óptico);
3. Um raio que passe pelo foco refrata-se na lente e sai paralelamente ao eixo principal.

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Física Experimental IV

Figura 4. Raios principais: lente convergente (esquerdo) e lente divergente (direito).

A seguir apresenta-se um conjunto de equações que se aplicam a espelhos de pequena


abertura e lentes delgadas, e que permite determinar algebricamente:
• distâncias focais (f);
• distâncias do objeto (p) e imagem (p') ao espelho ou lente;
• ampliação ou aumento linear (M);
• tamanhos de objeto (O) e imagem (I).
Equação dos pontos conjugados:
! ! !
!
= ! + !! (1)
! !!!
!=!= !
(2)

Para espelhos, a equação que relaciona distância focal e raio de curvatura é:


!
!= !
(3)

Para lentes, a "equação dos fabricantes de lentes" relaciona f com os raios de curvatura e o
índice de refração da lente com o meio que a envolve, sendo n = n2 / n1, onde n2 é o índice de
refração do material da lente e n1 o índice de refração do meio que a envolve.
! ! !
!
= (! − 1) !!
+! (4)
!

A utilização das equações acima segue a seguinte convenção de sinais:


• Todas as medidas são feitas a partir do vértice de um espelho, ou centro ótico de uma lente.
• b) As medidas para determinar a posição de um objeto ou imagem, reais, são positivas.
• c) As medidas que determinam a posição de um objeto ou imagem, virtuais, são negativas.
• d) Um cálculo que fornece um resultado negativo implica em objeto ou imagem, virtuais, e
resultado positivo, objeto ou imagem reais.
• e) A distância focal de um espelho côncavo e de uma lente convergente é sempre positiva;
para um espelho convexo e uma lente divergente, negativa.
• f) O tamanho O de um objeto é sempre um número positivo; o tamanho da imagem será
positivo se esta for direita (virtual) e negativa se for invertida (real).
• g) Os raios de curvatura das lentes serão positivos, se dentro da concavidade houver material
da lente; caso contrário, negativos.
A Tabela 1 a seguir resume o exposto. Examine-a cuidadosamente para se familiarizar com
as medidas que serão feitas no laboratório.

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Física Experimental IV

Tabela 1. Convenção de sinais para espelhos e lentes.


Espelho Côncavo Lente Convergente
f> 0 f> 0
p> 0 O> 0 p> 0 O> 0
p'> 0 I< 0 M < 0 real p'> 0 I< 0 M< 0 real
p'< 0 I> 0 M > 0 virtual p'< 0 I> 0 M> 0 virtual
R> 0 R 1> 0 R 2> 0 biconvexa
Espelho Convexo Lente Divergente
f> 0 f> 0
p> 0 O> 0 p> 0 O> 0
p'> 0 I< 0 M< 0 real p'> 0 I< 0 M < 0 real
p'< 0 I> 0 M> 0 virtual p'< 0 I> 0 M > 0 virtual
R> 0 R 1> 0 R 2> 0 biconvexa
Nesta experiência, mede-se a distância focal f de um espelho côncavo pelo método da
ampliação, devido à dificuldade de medir a distância p' (entre o espelho e a imagem). Calcula-se p'
com a equação (2) e depois substitui-se na equação (1) para obter f.
Para determinar a distância focal de uma lente convergente, mede-se p e p'. Com a equação
dos pontos conjugados (1) obtém-se f.
ESQUEMA EXPERIMENTAL

MATERIAL UTILIZADO
• 01 Fonte Luminosa AZEHEB 12 V - 50 W, com transformador 220-12 V.
• 01 trilho de ferro laminado com escala milimetrada e L = 1000 mm AZEHEB
• 01 placa plástica branca PHYWE.
• 01 lente colimadora.
• 04 suportes metálicos para trilho tipo “V”.
• 01 lâmina 5 x 5 cm com entalhe de “F” (objeto).
• 01 espelho côncavo.
• 01 lente convergente com f = 12,5 cm AZEHEB (inscrição do fabricante: 25,0 cm).
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
PRIMEIRA PARTE - ESPELHO CÔNCAVO
ATENÇÃO: NÃO TENTE LIMPAR, NEM TOQUE NA PARTE ESPELHADA COM OS DEDOS.
• Coloque a lente colimadora (2) a uns 12 cm da lâmpada da fonte luminosa (1). Sua função será
de fornecer um feixe luminoso colimado que deve incidir sobre a lâmina com a letra ‘F’, apoiada
num suporte de lâminas (3). Coloque o espelho côncavo (4) sobre o trilho do banco óptico, com a
face espelhada voltada para a letra ‘F’.
• O anteparo, com seu suporte (5), deve ser posicionado no lado de fora do trilho, próximo à fonte
luminosa. Desconsidere a posição de (5) no esquema para esta etapa da experiência.
• Desloque o espelho sobre o trilho de tal forma que a imagem real da letra ‘F’ se projete sobre o
anteparo. Pode acontecer que a imagem não fique inteira sobre o anteparo. O importante é que
você possa encontrar a imagem mais nítida dos orifícios da lâmina sobre o anteparo.

Instituto de Física - UFG 35


Física Experimental IV

• Meça o tamanho da imagem I. Note que você pode selecionar quaisquer segmentos da imagem
da letra ‘F‘ para medir. Prefira os segmentos mais afastados possíveis. No entanto, para o
tamanho do objeto O você deve medir os correspondentes segmentos que selecionou para a
medida da imagem. Meça p e lance seus dados na Tabela I.
• Para fazer a segunda e a terceira medidas de imagem, posicione o anteparo a distâncias maiores
em relação ao espelho, de tal forma que p seja perceptivelmente diferente da medida anterior.
Utilize a eq. (2) para calcular o aumento M e depois p’. Com a eq. (1) você pode calcular a
distância focal f do espelho. Observe que, sendo I uma imagem real, na equação (1) seu sinal é
negativo.
• Medida opcional. É possível projetar a imagem da letra ‘F’ sobre o objeto, a própria letra ‘F’. Se
você selecionar uma distância do espelho à letra ‘F’ tal que a imagem tenha o mesmo tamanho
que o objeto, então f = p/2. Este valor é coerente com as demais medidas de f?
SEGUNDA PARTE - LENTE CONVERGENTE
• Substitua o espelho côncavo pela lente convergente (escrito f = 25 cm, mas na realidade valendo
12,5 cm por erro de gravação do fabricante). Coloque o anteparo na outra extremidade do trilho
(5).
• Desloque a lente até obter imagem nítida projetada no anteparo. Procure focalizar a parte central
do objeto, para atenuar os problemas de aberração da lente. Ajuste a altura da lente de tal forma
que a imagem da letra ‘F’ fique inteira sobre o anteparo. Meça p e p’ sobre a escala do trilho.
Anote na Tabela II.
• Aproxime o anteparo por aproximadamente 10 cm no sentido da lente. Ajuste a nova posição da
lente de modo a obter imagem nítida sobre o anteparo. Anote p e p’.
• A última medida deverá ser feita da seguinte maneira: aproxime o anteparo, focalize a imagem
por ajuste da posição da lente. Por tentativa encontre uma posição do anteparo e da lente tal que
a imagem tenha o mesmo tamanho que o objeto. Nesta condição, que pode ser aproximada, visto
que é penoso fazê-lo na prática, anote os valores de p e de p’.
• Opcional. Se você substituir a letra “F” por um slide contendo uma figura, e focalizar sobre o
anteparo branco, a imagem projetada é real e invertida, tal como num projetor de slides.

BIBLIOGRAFIA
• Halliday Resnick Walker, Fundamentos de Física, Cap. 39 - Itens 1 a 9.

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Física Experimental IV

COLETA DE DADOS - ESPELHOS E LENTES

Data:____/____/_______ Turma:______________
Alunos: a)______________________ b)______________________ c)______________________

PRIMEIRA PARTE - ESPELHO CÔNCAVO

Tabela I
p (cm) I (cm) O (cm) p’ (cm) f (cm)

SEGUNDA PARTE - LENTE CONVERGENTE

Tabela II
p (cm) p' (cm) M f (cm)

ATIVIDADES

1. Calcule o valor médio da distância focal do espelho côncavo com os dados da Tabela I.

2. Explique como variam o tamanho da imagem e a distância da imagem ao espelho à medida que o
objeto se afasta do espelho côncavo.

3. Calcule o valor médio da distância focal da lente convergente. Calcule o erro percentual em
relação ao valor nominal, de 12,5 cm.

4. Mostre que, quando o tamanho da imagem é igual ao tamanho do objeto, p'= p, f = p/2.

5. A menor distância D entre o objeto e a imagem real de uma lente convergente é igual a 4f.
Comprove que, abaixo deste valor mínimo, não se pode obter imagem real com uma lente
convergente. Utilize os valores de p e p' da Tabela II.

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INSTRUMENTOS ÓPTICOS
OBJETIVOS
• Medir a ampliação, para uma dada combinação de lentes, objetivas e oculares, em um
microscópio composto.
• Medir "d", com o auxílio de um microscópio, para uma rede de difração.
• Medir a ampliação de um telescópio.
INTRODUÇÃO
MICROSCÓPIO COMPOSTO
Quando um objeto de tamanho O, estiver a uma distância p, de uma lente convergente de
distância focal f, a distância da imagem p' poderá ser calculada pela equação dos pontos conjugados
(ver teoria da experiência Espelhos e Lentes):
1 1 1
= + (1)
f p p'
A ampliação M desta lente será:
− p' I
M = = (2)
p O
onde I representa o tamanho da imagem.
A lente convergente poderá ser utilizada como uma lupa, desde que a imagem seja virtual e
isto ocorre quando p < f. A lupa também é denominada microscópio simples.
O microscópio composto é utilizado para obter um aumento grande de pequenos objetos. Ele
consiste essencialmente de um sistema de duas lentes convergentes, sendo uma denominada
objetiva (próxima do objeto) e a outra ocular (próxima ao olho do observador). Na prática, tanto a
objetiva quanto a ocular são sistemas de lentes, altamente aperfeiçoadas, com a finalidade de corrigir
as aberrações. Considera-se, por simplicidade, a objetiva e a ocular como lentes convergentes
delgadas.
Na Figura 1 está representada a imagem real I' produzida pela objetiva de distância focal f1,
de um objeto de tamanho O. Esta imagem real I' será considerada como objeto para a ocular de
distância focal f2, produzindo então imagem virtual I, na distância mínima de visão distinta s ≅ 25 cm.
O aumento ou ampliação M1 produzido pela objetiva é dado por:
− p' 1
M1 =
p1

Figura 1 – Representação esquemática de um microscópio composto


A Figura 1 não está em escala, mas o objeto é sempre colocado próximo do foco da objetiva,
sendo a distância p1 ≅ f1 com boa aproximação. A imagem I' se forma muito perto do foco da ocular e
como sua distância focal é pequena, p'1 ≅ b, isto é, a imagem I' se forma a uma distância da objetiva
aproximadamente igual ao comprimento do tubo do microscópio, convencionado para ter b = 16,0 cm.
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Física Experimental IV

Portanto, o aumento da objetiva pode ser dado por:

−b
M1 = (3)
f1
O aumento da ocular é:
− p' 2
M2 =
p2
Considerando a imagem I' como objeto para a ocular e sabendo que ela se forma muito
próxima do foco F2, pode-se dizer que p2 ≅ f2.
O observador vê a imagem I do objeto I' (da ocular) na distância mínima de visão distinta, que
é aproximadamente 25 cm. Então p'2 ≅ -25 cm. O sinal " menos " significa que a imagem I é virtual e
direita em relação ao objeto I' ( da ocular ). O aumento da ocular é dado por:

25
M2 = (4)
f2
O aumento total é dado pelo produto dos aumentos da objetiva e da ocular.
− 25b
M = M1M 2 =
f1 f2
O sinal "menos “ significa que a imagem final é invertida em relação ao objeto O. Desde que
este fato esteja subentendido, a ampliação ou aumento teórico, pode ser escrita em módulo:

b .25
M= (5)
f1 f2
Observação: b, f1 e f2 devem ser expressos em centímetros. Os fabricantes de microscópios
fornecem os aumentos M1 e M2, ao invés das distâncias focais f1 e f2. O valor de b = 16,0 cm é
padronizado pelos fabricantes de microscópio.
Nesta experiência, mede-se a ampliação de um microscópio por meio de um objeto padrão
de dimensões conhecidas. O objeto é uma escala com traços milimetrados.

5,0 mm
Figura 2 – Escala padrão

O aumento experimental ME será obtido pelo produto dos aumentos da objetiva e da ocular,
expressos em função dos tamanhos de objeto e de imagem:
I '.I I
M E = M1M 2 = = (6)
O .I ' O
O procedimento experimental consiste em colocar uma escala padrão (objeto O) sob a
objetiva, ajustar o microscópio para obter uma imagem nítida do objeto visto através da ocular.
Coloca-se sobre a ocular o suporte com o divisor de feixe ( peça metálica com espelho de vidro
inclinado de 45o ). Ao olhar horizontalmente no divisor de feixe, a imagem da escala é vista como se
estivesse projetada sobre um anteparo, colocado na distância mínima de visão distinta (s = 25,0 cm),
após o microscópio. Com auxílio de cursores, sobre o anteparo, é possível determinar os limites da
imagem. Com uma régua mede-se a distância entre os cursores, isto é, o tamanho da imagem I. Com
estes dados, I e O, e usando a equação (6), determina-se ME.

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Física Experimental IV

TELESCÓPIOS
Um telescópio é um instrumento que amplia o ângulo visual do objeto remoto. Consiste
fundamentalmente de uma lente objetiva (voltada para o objeto), que produz uma imagem real e
invertida do objeto, e uma lente ocular (próxima do olho do observador), que produz uma imagem
virtual desta imagem real.
Na prática, com a finalidade de corrigir aberrações, comumente usam-se sistemas de lentes,
que se comportam como lentes delgadas para efeitos de cálculos.
Na figura 3 representa-se, genericamente, um telescópio. A imagem real I', de um objeto de
tamanho O, é produzida por uma objetiva de distância focal f1. Esta imagem real I' será considerada
como objeto para a ocular de distância focal f2, produzindo então uma imagem virtual I, na distância
mínima de visão distinta s ≅ 25 cm.
Quando o objeto está muito distante, sua imagem real I' se forma quase no foco da objetiva.
Então p'1 ≅ f1. O observador, que está com o olho quase encostado na ocular, verá a imagem virtual I
se formar na distância mínima de visão distinta s. A imagem real I' serve como objeto para a ocular,
localizada perto do foco desta. Então se tem p2 ≅ f2. A Figura 3 não está em escala e, portanto, não
satisfaz à condição t ≅ f1 + f2, sendo t o comprimento do tubo do telescópio. E como f2 é pequeno,
comparado a f1, t é praticamente igual a f1. Assim, para focalizar um telescópio, a ocular dever ser
posicionada sobre o foco da objetiva. O observador deve olhar através da ocular e deslocá-la alguns
centímetros até obter a imagem nítida I na distância mínima de visão distinta.

Figura 3 – Representação esquemática de um telescópio


O aumento do telescópio, por definição, é:
tgβ
M= (7)
tgα
α é o ângulo subentendido pelo objeto, visto pelo observador a olho nu. Como o objeto está
muito distante, este ângulo α é praticamente o mesmo que está indicado na Figura 3.
O − I' − I'
tgα = = ≅
p1 p' 1 f1
β é o ângulo subentendido pela imagem I, vista pelo observador através da ocular. Mas I' é o
objeto (da ocular) para a imagem I.
I I' I'
tgβ = = ≅
s p2 f2
I'
f2 f1
M= M =− (8)
− I' f2
f1

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Física Experimental IV

O aumento teórico do telescópio é dado pela razão da distância focal da objetiva pela
distância focal da ocular. O sinal negativo indica que a imagem final é invertida em relação ao objeto
(Eq. 8).
O telescópio desta experiência também é conhecido como telescópio astronômico. Possui
uma ocular convergente, portanto com distância focal positiva. A objetiva forma a imagem real e
invertida do objeto dentro da distância focal da ocular. Esta imagem real funciona como objeto para a
ocular, produzindo uma segunda imagem que é direita e virtual. A imagem final é virtual e invertida em
relação ao objeto inicial.
A ampliação M, dada pela Eq. (7), pode ser expressa de outra forma, utilizada para obter a
ampliação experimental (Eq. 9), conforme a Figura 4:
I
tgβ
M= = s (9)
tgα O
d

Observador O
β O’
α
s

Figura 4 - Diagrama para a medida do aumento de um telescópio.


ESQUEMA EXPERIMENTAL
"A"

”B“
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Física Experimental IV

MATERIAL UTILIZADO
• 01 Microscópio com objetivas de 3,2x, 10x e 40x e oculares de 5x , 10x e 16x.
• 01 trilho de ferro laminado com escala milimetrada e L = 1000 mm, AZEHEB.
• 02 suportes metálicos para trilho tipo “V”.
• 01 lente convergente f = 25,0 cm AZEHEB (inscrição do fabricante: 12,5 cm).
• 01 rede de difração com 80 fendas/mm PHYWE.
• 01 escala padrão milimetrada.
• 01 divisor de feixe para microscópio.
• 01 dispositivo com cursores para medida de imagem (IF-UFG).
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
PRIMEIRA PARTE – Microscópio Composto (Esquema “A”)
1. Ligue a lâmpada do microscópio. Coloque a escala padrão sobre a janela iluminada do porta
amostras. Selecione a objetiva de 3,2x na parte inferior do tubo e, na superior, coloque a ocular
de 5x. Focalize a escala enquanto observa verticalmente através da ocular. Inicialmente focalize
com o parafuso de ajuste grosso do microscópio. Depois finalize com o parafuso de ajuste fino.
2. Coloque o divisor de feixe (DF) sobre a ocular, com a face espelhada voltada para o observador.
Olhe através do mesmo para ver a imagem anteriormente focalizada e que pareça estar projetada
sobre o dispositivo de medida colocado na distância mínima de visão distinta (s = 25 cm). Ajuste
os cursores sobre o dispositivo de medida, afim de selecionar o maior trecho que puder da
imagem da escala. Depois, sobre o anteparo, meça com uma régua milimetrada o tamanho I que
corresponde à separação entre os cursores e anote na Tabela I do relatório. O correspondente
tamanho selecionado da escala (objeto O) deve ser utilizado para obter o aumento experimental
ME (Eq. 6).
3. Troque a ocular por uma outra de aumento 10x, mantendo a mesma objetiva. Repita a medida.
4. Uma vez conhecido o aumento do par objetiva-ocular, é possível medir objetos de pequenas
dimensões, substituindo-os no lugar da escala padrão. Coloque a rede de difração na plataforma
de observação do microscópio. Deseja-se conhecer o número de fendas por milímetro. Utilize a
ocular de 10x e a objetiva de 40x. Meça a separação entre um número igual de linhas claras e
escuras da rede, como indicado na Figura 5. Tente incluir o maior número possível de fendas.
Utilize o aumento teórico M (Eq. 5), meça I, calcule O e anote o número de fendas. Finalmente
calcule o número de fendas por unidade de comprimento (mm).

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Física Experimental IV

| I | (6 fendas)

Figura 5 - Parte da rede de difração vista ao microscópio

5. Substitua a rede de difração por uma lâmina de vidro contendo um arame de cobre. Meça o
tamanho da imagem, com a combinação objetiva-ocular que achar conveniente. Calcule o
tamanho do objeto, que é o diâmetro do fio.
SEGUNDA PARTE – Telescópio refrator (Esquema “B”)
1. Coloque a objetiva (f1 = 25,0 cm e a ocular (10x) sobre o banco óptico. A ocular deve estar no foco
da objetiva e bem próxima da beirada da mesa, a fim de que você possa olhar confortavelmente.
Observe através da ocular a escala disposta horizontalmente sobre a parede. Focalize a imagem I
do objeto, através de um pequeno deslocamento da ocular em relação à objetiva.
2. Com o auxílio dos cursores, que devem estar posicionados na distância mínima de visão distinta
(s ≅ 25,0 cm), meça I, procurando enquadrar dentro do campo de visão do telescópio a maior
parte possível dos traços da imagem da escala que está na parede. Meça d e O. Anote na Tabela
II do relatório. Calcule ME (Eq. 9). Atenção para o uso das unidades de medida: o aumento é um
número adimensional!
3. Opcional. Há uma outra lente objetiva, de distância focal superior à utilizada (e que você deve
estimar), para a montagem de outro telescópio, empregando também outra ocular, de 16x, para
obter um aumento maior que o anterior. Como desafio, meça o aumento tal como foi feito, e
depois calcule a distância focal da lente objetiva. Explique uma maneira de comprovar a distância
focal obtida para esta objetiva.
BIBLIOGRAFIA
• Halliday Resnick Walker, Cap. 39, item 10.

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Física Experimental IV

RELATÓRIO SINTÉTICO –INSTRUMENTOS ÓPTICOS


Data:____/____/_______ Turma:______________
Alunos: a)______________________ b)______________________ c)______________________
PRIMEIRA PARTE –Microscópio composto
Tabela I

M1 objetiva M2 ocular I (mm) O (mm) ME

Objeto M1 M2 M I (mm) O (mm) número de fendas


fendas / mm
rede de
difração
Fio

SEGUNDA PARTE – Telescópio


Tabela II
Refrator Refrator (opcional)
f1 = 25,0 cm f1 = cm
ocular = 10x ocular = 16x

d (m)

s (cm)

I (cm)

O (cm)

ME

ATIVIDADES
1. Calcule o erro percentual entre os aumentos medido e o teórico, para a combinação de objetiva
de 3,2x e ocular de 5x, utilizada na Tabela I. Repita para o par objetiva 3,2x e ocular 10x.
2. Calcule as distâncias focais das objetivas (3,2x e 40x) e das oculares (5x, 10x e 16x), utilizando
as equações (3) e (4).
3. Calcule o número de fendas por milímetro linear da rede de difração. Compare percentualmente
com o valor teórico fornecido pelo fabricante.
4. Calcule o aumento ME do telescópio. Compare com o aumento teórico [eq. (8)].
5. Suponha que, com o telescópio refrator do laboratório, você tenha obtido uma imagem de 15 cm
para uma pessoa com altura de 1,70 m, de pé e no outro lado de um rio de largura desconhecida.
Calcule a largura do rio, explicando a resposta.

Instituto de Física - UFG 45


Física Experimental IV

INTERFERÊNCIA E DIFRAÇÃO
OBJETIVOS
• Medir o espaçamento de uma rede de difração dada.
• Medir os comprimentos de onda de quatro linhas espectrais de uma lâmpada de mercúrio.
INTRODUÇÃO
As medidas de comprimento de onda λ têm grande importância, pois permitem identificar
elementos químicos, de vez que o espectro é uma característica particular de cada elemento,
constituindo-se numa espécie de “impressão digital”. Por este processo os astrônomos podem
identificar elementos químicos de uma estrela; os cientistas podem analisar componentes de um dado
produto; na criminologia analisa-se a composição química de um fio de cabelo, etc.
Nesta experiência, serão explorados os fenômenos básicos de interferência e difração, nos
quais se apoiam essas técnicas de identificação/reconhecimento de elementos. Com esta finalidade,
os fundamentos básicos desta fenomenologia serão examinados.
Quando um feixe luminoso atravessa uma fenda de largura "a", sendo a >>λ, o feixe luminoso
passa pela fenda sem sofrer mudança de direção, reproduzindo num anteparo uma imagem com a
mesma largura da fenda.
Se a largura da fenda for reduzida, de modo que tenha um valor da mesma ordem de
grandeza do comprimento de onda da luz utilizada, isto é, a ≅λ, no anteparo tem-se uma imagem
central intensa, acompanhada de imagens de intensidade menor, distribuídas simetricamente em
relação à imagem central. Este conjunto luminoso, projetado no anteparo, recebe o nome de espectro
de difração da fenda única. A Figura 1 representa as intensidades relativas da luz no anteparo, para a
difração da fenda única, com a condição a ≅λ satisfeita. A máxima intensidade da luz projetada no
anteparo está representada por P0. Em P1 tem-se o primeiro mínimo (m = 1), em P2 o segundo mínimo
(m = 2), e assim sucessivamente.
A expressão que relaciona “a”, “m” e “θ“ com o comprimento “λ“ é dada por, e representa a
condição de mínimos de difração da fenda única:
a sen θ = m λ m = 1, 2, 3, ... (1)

Figura 1. Difração da fenda única na condição a ≅λ.


Colocando uma fenda dupla, na trajetória da luz que passou pela fenda única, no
anteparo formar-se-ão franjas claras e escuras, originando uma figura de interferência. O mérito
desta experiência está ligado a motivos históricos, uma vez que permitiu a Thomas Young
comprovar experimentalmente a teoria ondulatória da luz, através da medida de comprimentos de
onda.
Dois raios luminosos coerentes, isto é, em fase, atravessam as fendas 1 e 2, encontram-
se sobre a tela no ponto P, onde ocorre interferência. Se a diferença de percurso dos raios desde
as fendas 1 e 2 até o anteparo no ponto P, contiver um número inteiro de comprimentos de onda,
a interferência será construtiva e resulta uma franja clara em P. Se a diferença de percurso
contiver um número ímpar de meios comprimentos de onda, a interferência no ponto P será
destrutiva, originando uma franja escura.
Na Figura 2 (não em escala), à distância “d” entre os centros das duas fendas (1 e 2) é
pequena, e as franjas claras e escuras também são estreitas. No anteparo representam-se as
intensidades luminosas relativas compostas de linhas claras e escuras (cinzas).

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Física Experimental IV

Figura 2. Difração da fenda dupla (Experiência de Young).


Como em P existe uma franja clara, a interferência é construtiva e a diferença de percurso
deve ser igual a um número inteiro de comprimentos de onda. Então, a condição de máximos da
fenda dupla é dada por:
d sen θ = m λ m = 0, 1 ,2, ... (2)
Se o número de fendas for aumentado, de dois para um número muito maior, resultará uma
rede de difração. Uma rede de difração é uma lâmina contendo um número elevado de fendas
paralelas entre si. Estas fendas têm a mesma largura e estão espaçadas a intervalos regulares e
iguais entre si. A distância entre duas fendas consecutivas é denominada espaçamento da rede, ou
constante de rede , representada por d.
Se a largura de cada fenda for da ordem de grandeza dos comprimentos de onda da luz
visível, a luz atravessa o conjunto de fendas e produz, no anteparo, uma distribuição de intensidades
luminosas relativas, conforme a Figura 3.
Se a luz incidente na rede de difração for monocromática, tal como ocorre com uma radiação
da luz do sódio, todos os máximos terão a mesma cor da luz incidente. A imagem central (m = 0)
denomina-se máxima de ordem zero. À direita e à esquerda os máximos se sucedem, com m = 1, 2,
3,..., denominados máximos de 1a, 2a, 3a, ... ordens.

Figura 3. Distribuição de intensidades luminosas de uma rede de difração de 8 fendas.


A teoria das redes de difração fornece a expressão abaixo (condição de máximos principais):
d sen θ = m λ m = 1, 2, 3,... (3)
onde d é o espaçamento da rede, ou a distância entre os centros de duas fendas consecutivas e o
número de fendas N por unidade de comprimento é N = 1 / d.
Os fabricantes de redes de difração informam o número de fendas por unidade de
comprimento. Por exemplo, se uma rede possui 240 fendas /mm, o espaçamento desta rede será:
d = 4167 x 104 Å, onde 1 Å = 10-10 m (ou 4167 x 103 nm).
Se a luz incidente na rede de difração for branca, o máximo central também será branco. O
máximo de 1a ordem (m = 1) é um espectro completo, iniciando com a cor violeta e concluindo com a
vermelha; o máximo de 2a ordem é outro espectro completo, e assim sucessivamente.

Instituto de Física - UFG 47 θ


Física Experimental IV

Caso a luz incidente seja de uma lâmpada espectral, a parte central é constituída de luz da
mesma cor emitida pela lâmpada, à direita do observador ocorre a separação da luz da lâmpada em
linhas verticais características. As cores variam do vermelho ao violeta, se houver, constituindo o
espectro de 1a ordem da lâmpada. À esquerda o espectro é idêntico ao da direita, porém localizado
simetricamente em relação à parte central. Dependendo do número N de fendas por unidade de
comprimento da rede, pode-se observar que, tanto à direita como à esquerda, há repetição nos
espectros, constituindo então ordens superiores à primeira.
Nesta experiência, medem-se os comprimentos de onda de quatro linhas do espectro de uma
lâmpada de mercúrio (Hg). Na Tabela 1 tem-se a parte principal do espectro de mercúrio, com uma
indicação descritiva da intensidade de cada linha espectral, para facilitar a identificação. Na prática,
algumas linhas próximas podem estar superpostas e algumas de baixa intensidade às vezes nem
podem ser observadas.
Pela teoria das redes de difração, a luz da lâmpada espectral será decomposta em espectros
de várias ordens, representados por números inteiros “m”. No espectro de primeira ordem, m = 1,
cada cor estará caracterizada por um comprimento de onda λ, afastada de um ângulo θ em relação ao
espectro central. Se “d” for conhecido, o comprimento de onda de cada linha espectral pode ser
calculado a partir da medida de cada afastamento angular θ, e com o emprego da equação (3).
Utilizaremos uma técnica de triangulação para medir os ângulos de difração θ. Medimos 2y e
D, obtendo θ através de tg θ = y/D. Veja o esquema da experiência.
ESQUEMA EXPERIMENTAL

Tabela 1. Espectro parcial da lâmpada de mercúrio


Cor Intensidade λ(Å)
Vermelha Fraca 6234
Amarela I Muito forte 5791
Amarela II muito forte 5770
Verde forte 5461
azul - verde I fraca 4960
azul - verde II média 4916
azul forte 4358
violeta I média 4078
violeta II forte 4047

MATERIAL UTILIZADO
• 01 trilho de ferro laminado com escala milimetrada e L = 1000 mm AZEHEB
• 01 lâmpada de vapor de mercúrio – 80 W, com reator (IF-UFG)
• 01 lâmina 8 x 8 cm com uma fenda entalhada.
• 01 lente convergente colimadora (f = 12,5 cm).
• 01 rede de difração de 80 fendas / mm em dispositivo de sustentação especial.
• 01 rede de difração de 600 fendas / mm em suporte especial.
• 01 adaptador de latão para disco plástico.
• 04 suportes metálicos para trilho tipo “V”.
Instituto de Física - UFG 48
Física Experimental IV

• 01 anteparo de fórmica, 60 cm x 90 cm.


• 01 régua milimetrada de 50 cm.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
PRIMEIRA PARTE - Medida da constante de rede
• Conecte a lâmpada de mercúrio (1) à rede elétrica , somente se ela estiver fria. Caso tenham
sido utilizados momentos antes, aguarde alguns minutos até que esfrie.
• Coloque a fenda vertical com seu suporte (2) sobre o trilho do banco óptico, quase encostada à
lâmpada.
• Coloque o anteparo (5) verticalmente, na extremidade do trilho (marca 1000 mm). Verifique com
um esquadro se o anteparo está tão perpendicular quanto possível, no plano horizontal, em
relação ao trilho do banco óptico.
• Coloque a lente convergente (3) próxima da fenda. Mova a lente até conseguir focalizar a
imagem da fenda sobre o anteparo. Verifique se a imagem da fenda sobre o anteparo é a mais
nítida possível. Às vezes é preciso verificar se a lâmpada, a fenda e a lente estão na mesma
altura sobre o banco óptico.
• Coloque a rede de 80 fendas/mm, em seu suporte especial (4), sobre o trilho, entre a lente e o
anteparo, porém mais afastada possível do anteparo.
• Sobre o anteparo aparecem as diversas ordens do espectro do mercúrio, simétricas em relação
à linha clara central. Em cada uma das ordens, verifique se você consegue distinguir claramente
as posições das linhas verdes (ou outra cor) em cada uma das ordens, tanto à direita como à
esquerda da linha central. Dependendo da iluminação da sala é possível observar 3 ou 4 ordens.
• Meça a separação entre duas linhas verdes, da primeira ordem, e anote na coluna 2y da Tabela
I. Anote a distância D entre a rede e o anteparo. Calcule a tangente de θ, depois o próprio θ, o
seno de θ . Depois você deve calcular d e N.
• Faça a mesma coisa com as ordens dois, três e quatro.
SEGUNDA PARTE - Espectro do Mercúrio
• Sem desligar a lâmpada de Hg, substitua a rede de difração de 80 fendas/mm pela Rede de
Rowland, de 600 fendas/mm. Tenha cuidado ao manipular esta lâmina porque ela é frágil e cara.
Ela deve ficar apoiada no suporte especial. Esta rede de Rowland é parecida com uma lâmina
de vidro, envolvida por uma moldura. Não toque na rede com os dedos!
• No anteparo deve aparecer a primeira ordem do espectro do Hg, contendo 4 linhas coloridas,
tanto à direita como à esquerda. Caso alguma cor não esteja sobre o anteparo, você pode
mover um pouco superlote com a rede a fim de obter o espectro completo.
• Faça um pequeno ajuste com a lente para ver se as linhas estão com a melhor nitidez possível.
Inicie medindo com uma régua milimetrada a distância entre duas linhas azuis. Anote na Tabela
II, coluna 2y. Continue com as demais cores, e por último, anote D, que pode ser diferente
daquele obtido na etapa anterior.
• Agora você deve calcular sucessivamente: tan θ, depois θ, o seno de θ, use d calculado para
esta nova rede e, finalmente, calcule os λ’s das linhas do mercúrio.
BIBLIOGRAFIA
• Halliday, Resnick e Walker, Fundamentos da Física. Cap. 40, itens 1 a 7.
• Halliday, Resnick e Walker, Fundamentos da Física. Cap. 41, itens 1 a 8.

Instituto de Física - UFG 49


Física Experimental IV

COLETA DE DADOS- INTERFERÊNCIA E DIFRAÇÃO

Data:____/____/_______ Turma:______________
Alunos: a)______________________ b)______________________ c)______________________

PRIMEIRA PARTE - Medida da constante de rede

Tabela I λ = 546 nm (verde)


Ordem 2y D θ d N
sen θ
m (cm) (cm) (graus) (nm) (fendas/mm)

Média

SEGUNDA PARTE - Espectro do mercúrio

Tabela II
2y D θ λ
Cor m sen θ
(cm) (cm) (graus) (nm)
Vermelha
Amarela
Verde
Azul

ATIVIDADES
1. Que alteração haveria no espectro de difração da fenda única, no que se refere ao espaçamento
entre as franjas, se a largura da fenda fosse duplicada?
2. Na experiência de Young, porque a franja central do espectro é um máximo?
3. Calcule o número de fendas por milímetro da primeira rede utilizada. Explique seus cálculos.
4. Calcule “d” para a rede de Rowland (600 fendas / mm), apresentando seus cálculos.
5. Calcule o erro percentual entre os comprimentos de onda medidos e o tabelados para as linhas
medidas da 1a ordem do espectro do Hg.
6. Utilize seus dados experimentais para calcular o número de fendas por centímetro, que deve ter
uma rede de difração, de modo a obter, para o amarelo do Sódio (589 nm), um ângulo θ=10o
para o máximo de primeira ordem.

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Física Experimental IV

LUZ PLANO-POLARIZADA
OBJETIVOS
• Medir a dependência da intensidade da luz plano-polarizada, em função do ângulo relativo entre
polarizador e analisador (lei de Malus).
• Medir o índice de refração de um meio refringente, através da lei de Brewster e do ângulo limite.
INTRODUÇÃO
A luz polarizada tem aplicações na Física Aplicada, na Engenharia e na Indústria. Nos cristais
líquidos, a luz polarizada é uma importante ferramenta de investigação prática e teórica. As
distribuições de tensões, em peças mecânicas, podem ser analisadas por meio de modelos
transparentes colocados entre polarizadores cruzados. Quando se aplica um campo elétrico em certos
líquidos, eles se tornam birefringentes, o que permite utilizá-los como “válvulas de luz”, controlando,
eletricamente, informações que podem ser conduzidas por fibras ópticas.
Nesta experiência, examina-se alguns aspectos dos fenômenos de polarização da luz. Para
isso é necessário abordar alguns fundamentos básicos de eletromagnetismo.
As ondas eletromagnéticas são formadas por campos elétricos e magnéticos que vibram em
condições de perpendicularismo mútuo. Não estão definidos os limites de abrangência do espectro
eletromagnético. Suas manifestações alcançam desde ondas de rádio com λ na ordem de 106 m até
raios gama, com λ na ordem de 10-14 m. Apenas uma fração deste espectro é capaz de sensibilizar o
olho humano (3 x 10-7 m ≤ λ ≤ 7 x 10-7 m , intervalo do espectro visível). A esta estreita faixa das
ondas eletromagnéticas chamamos luz.
É conveniente, por simplicidade, abstrair das discussões a existência do campo magnético e
fazer do campo elétrico o centro da atenção dos fenômenos de polarização, ainda que,
fenomenologicamente, eles sejam indissociáveis.
A produção de ondas eletromagnéticas se faz por aceleração de cargas elétricas. Sob
condições especiais pode-se fazer que as desacelerações das cargas produzam os campos elétricos
em direções preferenciais de vibração, com estreito paralelismo entre si. Neste caso, diz-se que o
espectro eletromagnético é polarizado. Quando não são tomados cuidados, e as desacelerações das
cargas não obedecem a qualquer critério seletivo, o espectro produzido é constituído de campos
elétricos, cujas orientações são casuais, não guardando qualquer correlação entre si. Este é o caso da
luz natural ou não polarizada.
Na Figura 1 tem-se uma fonte de luz não polarizada representada pelas direções aleatórias de
vibração do campo elétrico. Se esta luz atravessar um dispositivo especial, denominado polaróide, a
vibração do campo elétrico terá uma direção característica determinada pelo polaróide, resultando em
luz plano-polarizada.

polaróide

observador

observador
Figura 1. Luz natural e luz polarizada

Um polaróide é constituído de uma lâmina plástica flexível, embebida com certos compostos
poliméricos. A lâmina plástica é estirada de modo que as moléculas se alinhem paralelamente entre
si. Nesta condição, as ondas cujos campos elétricos vibrem na direção perpendicular ao alinhamento
das moléculas serão transmitidas. As que vibram em direção paralela à direção de alinhamento serão
absorvidas pelo polaróide.
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Física Experimental IV

Se for colocado um segundo polaróide no trajeto luminoso de uma luz plano-polarizada, este
deixará passar apenas a componente do campo elétrico que vibra em sua direção característica de
polarização.
Se Em representa a amplitude da luz plano-polarizada, determinada pelo primeiro polaróide,
denominado polarizador, a amplitude da luz transmitida pelo segundo polaróide, agora denominado
analisador, será a componente de Em na direção de transmissão do analisador (Figura 2).

θ
Em

polarizador

analisador
Figura 2. A luz proveniente de uma lâmpada é polarizada por um Polarizador e passa por um
Analisador que está girado de θ.
A luz transmitida pelo analisador terá amplitude dada por:
E = Em cos θ (1)
A intensidade do feixe luminoso I é proporcional ao quadrado da amplitude Em. Assim, a
intensidade I da luz transmitida pelo analisador está relacionada com a intensidade da luz transmitida
pelo polarizador Im através da expressão conhecida por Lei de Malus:
I = Im cos 2 θ (2)
As intensidades de iluminação são medidas, diretamente, com um instrumento chamado
luxímetro (ou luxômetro). A unidade SI de iluminamento é o lux. Outra maneira de medir intensidade
de iluminação é, indiretamente, através da medida de uma resistência que varie com a intensidade da
luz incidente. O resistor que tem esta propriedade chama-se fotoresistor, também conhecido por LDR
(Light Dependent Resistor).
O fabricante de um fotoresistor que será utilizado no laboratório informa que a relação entre a
intensidade luminosa I, expressa em lux, e a resistência R, expressa em kΩ, obedece a uma relação
do tipo
I = C Rn (3)
onde C e n são constantes empíricas determinadas por um processo de calibração. As constantes
são: C = 98,768 e n = -1,160, para I e R expressos em lux e kΩ, respectivamente. Uma característica
interessante de um fotoresistor é sua resistência de escuro, de 120 kΩ, para aqueles utilizados no
laboratório.
Um dos métodos de obter luz plano-polarizada utiliza o fenômeno da reflexão. Quando a luz
natural incide na superfície de um material refringente, observa-se que existe uma reflexão
preferencial para as ondas em que o vetor campo elétrico vibra perpendicularmente ao plano de
incidência, que é determinado pelo raio incidente e a normal à superfície. Para um determinado
ângulo de incidência θp, denominado ângulo de polarização, observa-se que o feixe refletido é
totalmente polarizado num plano perpendicular ao plano de incidência. Neste caso, o ângulo entre o
feixe refletido e o feixe refratado é de 90o. O feixe refratado é parcialmente polarizado. Para um ângulo
de incidência diferente do ângulo de polarização, tanto o feixe refletido como o refratado são
parcialmente polarizados.
Na Figura 3 tem-se luz não polarizada incidindo sobre um bloco de vidro, de índice de refração
n2, com um ângulo de incidência θp. Como o feixe refratado é perpendicular ao feixe refletido:
θp + θr = 90o (4)
Por aplicação da lei de Snell:
n1 sen θp = n2 sen θr (5)
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Física Experimental IV

Combinando as equações (4) e (5) resulta a Lei de Brewster:


n2
tgθ P = (6)
n1
normal

incidente refletido
θp θp
n1

n2

θr
refratado
Figura 3. Diagrama mostrando a luz refletida plano-polarizada Lei de Brewster.

Ângulo Limite: Se o raio luminoso for proveniente do meio 2 (mais denso) e penetrar no meio 1
(menos denso, como o ar, por exemplo), em um ângulo de incidência θ2 = L, tal que o ângulo de
refração seja θ1 = 90 o, a aplicação da Lei de Snell resulta em:
n1 sen 90 o = n2 sen L
ou, para n1 = 1,00
sen L = 1 / n2,
onde L é o chamado ângulo limite, ou ângulo crítico.

ESQUEMAS EXPERIMENTAIS
fotoresisto
lâmpada polaróid rr
ees
ohmímetro
_

“A”

θr
lâmpad
a disco com
semi-
θp cilindro
θi
polaróid
e anteparo
translúcida
observado
r

"B"

MATERIAL UTILIZADO

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• 01 fonte luminosa AZEHEB 12 V - 50W, com transformador 220-12 V.


• 01 trilho de ferro laminado com escala milimetrada e L = 1000 mm.
• 01 fotoresistor com proteção plástica.
• 01 multiteste, com opção ohmímetro.
• 01 polaróide com escala em graus.
• 01 placa de polaróide com orientação fixa.
• 06 suportes metálicos para trilho tipo “V”.
• 01 anteparo com suporte de latão.
• 01 disco graduado ∅ = 30 cm AZEHEB.
• 01 suporte de latão para o disco branco - IF-UFG
• 01 semicilindro de vidro.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

PRIMEIRA PARTE - Lei de Malus

1. Coloque sobre o banco óptico, alinhados e encostados uns aos outros, a lâmpada, o polaróide
em forma de placa sobre um suporte de lâminas, o polaróide com dispositivo de medida de
ângulo e o fotoresistor, conforme o esquema “A“. Em frente à lâmpada, coloque uma proteção de
alumínio, de modo que a luz passe por uma fresta. Opcionalmente pode-se colocar uma lente
convergente de f = 12,5 cm, de tal maneira que seu foco coincida com o filamento da lâmpada.
Assim o feixe luminoso será uniforme.
2. Ligue a lâmpada .
3. Coloque os dois polaróides com ângulo relativo de 0o.
4. Mantenha o polaróide próximo à lâmpada (polarizador) com uma orientação fixa, ou seja, o plano
de polarização vertical, indicado pelo traço. Gire o outro polaróide (analisador), anotando na
Tabela I do relatório as medidas da resistência do fotoresistor em função do ângulo entre os
polaróides, para os ângulos compreendidos entre 10o e 90o. Calcule a intensidade luminosa I em
função da resistência R do fotoresistor com a eq. (3) e as constantes citadas no texto.
5. Antes de iniciar a etapa seguinte, faça o gráfico indicado no questionário.

SEGUNDA PARTE - Lei de Brewster

1. Retire os polaróides e o fotoresistor do banco óptico. Coloque o disco graduado na posição


horizontal sobre o banco óptico, com o suporte adequado, na mesma altura da lâmpada.
2. Sobre o disco coloque o semicilindro transparente, com o centro de curvatura de sua face plana
coincidindo com o centro do disco, conforme o esquema “B”. Desta maneira você poderá ler os
ângulos de incidência, reflexão e refração.
3. Com a lâmpada e a máscara de fenda vertical, produza um raio luminoso que incida sobre o
centro do semicilindro, deixando bem visíveis, sobre o disco, os raios incidente, refletido e
refratado.
4. Observe o que acontece com a intensidade do feixe que incide sobre o anteparo, quando se
interpõe um polaróide entre o feixe refletido e o anteparo, para ângulos de incidência variando de
0o a 90o, nas seguintes situações:

a) polaróide a 0o; b) polaróide a 90o.

5. Observe o que acontece com a intensidade do feixe refletido incidindo sobre o anteparo quando o
polaróide estiver a 90o e o ângulo de incidência for o ângulo de polarização θp. Anote o valor do
ângulo de polarização θp. Identifique o plano de polarização do feixe refletido.
6. Meça o ângulo limite para o semicilindro e anote na tabela para cálculos posteriores.
BIBLIOGRAFIA
• Halliday, Resnick & Walker, Fundamentos de Física, Cap. 38 - item 7.
• Halliday, Resnick & Walker, Fundamentos de Física, Cap. 39 - item 4.

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COLETA DE DADOS - LUZ PLANO-POLARIZADA

Data:____/____/_______ Turma:______________
Alunos: a)______________________ b)______________________ c)______________________

PRIMEIRA PARTE - Lei de Malus

Tabela I
θ (graus) R (kΩ) I (lux) cos2 θ

1 10,0
2 20,0
3 30,0
4 40,0
5 50,0
6 60,0
7 70,0
8 80,0
9 90,0

Ângulo de polarização θP =____________ Ângulo limite θL =____________

ATIVIDADES
1. a) Faça o gráfico de I em função de cos2 θ com os dados da Tabela I.
b) Calcule os coeficientes linear e angular. Observe que na eq. (2) não há termo independente.
c) Que interpretação física podemos atribuir aos coeficientes angular e linear?
2. Através do gráfico precedente determine o ângulo entre os polaróides afim de que a intensidade
da luz transmitida pelo segundo polaróide seja 75 % da luz transmitida pelo primeiro.
3. Faça um esquema contendo o disco graduado e o semicilindro e indique a direção do plano de
polarização do feixe refletido para um ângulo de incidência igual ao ângulo de Brewster (ou de
polarização).
4. Explique detalhadamente como foram obtidos o ângulo e o plano de polarização.
5. Calcule o índice de refração do material do semicilindro utilizando o valor medido do ângulo de
polarização.
6. Calcule o índice de refração utilizando o valor medido do ângulo limite.

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Apêndice: especificações de exatidão do multímetro Fluke 117

Tolerância ou erro máximo admissível:

Tolerância = ± ( % do valor lido + nº dígitos menos significativos).

Esta indicação recorre a duas contribuições para o erro:

• Uma devido à linearidade da escala, que é expressa em função do valor medido. Em valor
absoluto, esta parcela cresce proporcionalmente ao valor que se está a medir; em valor
relativo, mantém-se constante.

• Outra devida à resolução do instrumento ser finita, o que impõe um limite inferior da tolerância,
particularmente notória nos valores mais baixos da escala. Se não existisse esta parcela, o
erro máximo admissível seria nulo para uma indicação de zero, o que corresponderia a um
instrumento perfeito!

O “número de dígitos menos significativos” nada mais é do que o número indicado na especificação
multiplicado pela resolução da escala do instrumento.

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