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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ANGELO ANTONIO REBELO

MÉTODOS DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO:


COMPARATIVO DE PRECISÃO ENTRE ESTAÇÃO TOTAL E DRONE

Palhoça
2019
ANGELO ANTONIO REBELO

MÉTODOS DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO:


COMPARATIVO DE PRECISÃO ENTRE ESTAÇÃO TOTAL E DRONE

Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso


de Engenharia Civil, da Universidade do
Sul de Santa Catarina, como requisito
para Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientador: Prof. Gabriel Oscar Cremona, Dr. Eng.

Palhoça
2019
Dedico este trabalho à minha esposa,
meus pais à minha sogra e sogro (in
memorian) e a todos os que tiveram
participação direta ou indiretamente nesta
importante etapa da minha vida.
AGRADECIMENTOS

A Deus seja a glória, o louvor para sempre! A Ele agradeço pelo ar que
respiro, pelo cuidado e proteção e por estar ao meu lado em todos os momentos tornando
esse sonho possível. A minha amada esposa, obrigado por estar ao meu lado torcendo e
motivando a alcançar mais este objetivo. Aos meus pais que me apoiaram sempre. Ao
meu já saudoso sogro pela motivação e minha sogra que pelo carinho. Ao nobre Professor
e orientador, que repartiu comigo sua experiência e sabedoria com dedicação plena e sem
reservas, sem você este trabalho não teria o valor que teve! Aos amigos de fé, bem como
aos colegas acadêmicos, que de uma forma ou outra trocamos experiências, obrigado! A
todos os que sonharam comigo, obrigado! Essa vitória é nossa!
LISTA DE FGURAS

Figura 1 - Exemplo de Exatidão (exatidão) e Precisão .................................................. 20


Figura 2 - Poligonal Fechada .......................................................................................... 25
Figura 3 - Poligonal Enquadrada .................................................................................... 25
Figura 4 - Poligonal Aberta ............................................................................................ 26
Figura 5 - Irradiação ....................................................................................................... 26
Figura 6 - Deflexão ......................................................................................................... 27
Figura 7 - Interseção à Ré ............................................................................................... 28
Figura 8 - Interseção à Ré por 3 pontos .......................................................................... 28
Figura 9 - Resseção geométrica e o triângulo recíproco ................................................ 29
Figura 10 - Pontos de Apoio (controle e check points) .................................................. 32
Figura 11 - Posicionamento em tempo real .................................................................... 35
Figura 12 - Posicionamento em tempo real .................................................................... 36
Figura 13 - Esquema do cálculo do GSD ....................................................................... 39
Figura 14 - Plano de voo e sobreposição de imagens ..................................................... 39
Figura 15 - Localização da área em estudo .................................................................... 42
Figura 16 - Pino de aço (ponto de apoio) ....................................................................... 42
Figura 17 - Ponto de Controle (Pino de aço cravado no asfalto) .................................... 42
Figura 18 - Marco de concreto na imagem (Check Point) ............................................. 43
Figura 19 - Pintura no Asfalto (Check Point) ................................................................. 43
Figura 20 - Pintura em Caixa de Passagem (Check Point) ............................................. 44
Figura 21 GPS Magellan – Promark 3............................................................................ 44
Figura 22 - Parcial do Memorial da Base Geodésica da UFSC...................................... 46
Figura 23 - Parcial da página para download dos dados corrigidos RBMC. ................. 46
Figura 24 - Parcial do Relatório de Processamento das Coordenadas UTM no GNSS-
Solution. .......................................................................................................................... 47
Figura 25 - Diferença obtida nas medições nos Sistemas UTM, RTM e LTM .............. 48
Figura 26 - Demarcação dos alinhamentos para cadastro do relevo .............................. 49
Figura 27 - Demarcação dos alinhamentos para cadastro do relevo .............................. 50
Figura 28 - Bastões com tripés sobre os pontos TCC1 e TCC6 ..................................... 51
Figura 29 - Display da Estação Total com o Desvio Padrão da Resseção ..................... 51
Figura 30 - Display da Estação Total com a coordenada gerada na Resseção ............... 51
Figura 31 - Parcial da planilha de processamento das coord. no GeoOffice .................. 52
Figura 32 - Triangulação da superfície gerada no GeoOffice ........................................ 53
Figura 33 - Curvas de nível geradas no GeoOffice ........................................................ 53
Figura 34 - Curvas de nível importadas para o AutoCad 2007 ...................................... 54
Figura 35 e 36 - Pontos topográficos do Lev. Convencional sobre o ortomosaico e detalhe
ampliado do ponto topográfico. ...................................................................................... 54
Figura 37 - Cálculo da altura de voo informando o GSD desejado ................................ 55
Figura 38 - Delimitação da área das Missões 1 e 2 ........................................................ 56
Figura 39 - Configurações dos parâmetros da Missão 1 ................................................ 57
Figura 40 - Configurações dos parâmetros da Missão 2 ................................................ 57
Figura 41 - Alvo (Chapa de ACM adesivadas posicionada sobre o ponto de controle). 58
Figura 42 - Chapa e pinturas sobre os pontos de apoio .................................................. 58
Figura 43 - Consulta do nascer e pôr-do-sol conforme o local de estudo ...................... 59
Figura 44 - Consulta ao horário do nascer e pôr-do-sol para o dia das missões de voo . 59
Figura 45 - Cálculo da janela de voo (intervalo total de 6 horas) .................................. 60
Figura 46 - Ilustrativo janela de voo ............................................................................... 60
Figura 47 - Parcial das imagens capturadas pelo drone.................................................. 62
Figura 48 - Diferença entre os sistemas de coordenadas e a precisão posicional .......... 63
Figura 49 - Coordenadas das imagens transformadas para UTM .................................. 64
Figura 50 - Estimativa da qualidade das imagens .......................................................... 65
Figura 51 - Parâmetros para o alinhamento das imagens ............................................... 65
Figura 52 - Ajuste das imagens aos pontos de controle ................................................. 66
Figura 53 - Imagem ajustada aos pontos de controle ..................................................... 67
Figura 54 - Seleção gradual (10% o erro de reprojeção) ................................................ 68
Figura 55 - Seleção Gradual (10% de erro de reconstrução) .......................................... 68
Figura 56 - Seleção Gradual (3% de erro de precisão da projeção) ............................... 69
Figura 57 - Otimização do alinhamento das imagens..................................................... 69
Figura 58 - Indicativo dos deslocamentos dos pontos de controle ................................. 71
Figura 59 - Precisão do processamento dos pontos de controle e dos Check points ...... 71
Figura 60 - Nuvem de pontos antes da densificação (275.308,00 pontos) ..................... 72
Figura 61 - Nuvem de pontos após a densificação (3.583.334,00 pontos) ..................... 73
Figura 62 Perfil de elevação obtido no Google Earth Pro .............................................. 74
Figura 63 - Classificação automática da nuvem de pontos ............................................ 75
Figura 64 - Classificação manual da nuvem de pontos .................................................. 76
Figura 65 - Modelo Digital de Superfície (MDS) .......................................................... 76
Figura 66 - Modelo Digital de Terreno (MDT) .............................................................. 77
Figura 67 - Texturização do MDS .................................................................................. 77
Figura 68 Modelo Digital de Elevação (DEM) a partir do MDS – Cores Hipsométricas
........................................................................................................................................ 78
Figura 69 - Ortomosaico Verdadeiro ou Real ................................................................ 78
Figura 70 - Modelo Digital de Elevação (DEM) a partir do MDT – Cores Hipsométricas
........................................................................................................................................ 79
Figura 71 - Curvas de nível – intervalo de 10cm ........................................................... 79
Figura 72 - Ortomosaico Convencional a partir do MDT .............................................. 80
Figura 73 - Marco de concreto na ortofoto ..................................................................... 81
Figura 74 - Centro geométrico do marco de concreto – zoom de 28,7 vezes ................ 81
Figura 75 - Shape unindo os Check Points ..................................................................... 82
Figura 76 - Detalhe ampliado do Shape passando pelo centro do Check Point ............. 82
Figura 77 - Cálculo comparativo das diferenças de coordenadas entre os métodos
utilizados......................................................................................................................... 84
Figura 78 - Resumo estatístico para coord. horizontais obtidas em campo ................... 86
Figura 79 - Resumo estatístico para coord. verticais obtidas em campo ........................ 88
LISTA DE SIGLAS

DECEA – (Departamento de Controle do espaço Aéreo);


DGPS – (Diferencial Global Position Sistem);
EMBRAPA - (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento);
GNSS – (Global Navigation Satellite System);
GPS - (Global Position System);
GSD – (Ground Sample Distance);
IBGE – (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística);
LTM - (Local Transversa de Mercator);
MDS – (Modelo Digital de Superfície);
MDT – (Modelo Digital do Terreno);
RTK - (Real Time Kinematic);
RTM - (Regional Transversa de Mercator);
SISANT – (Sistema de Aeronaves Não Tripuladas);
UTM - (Universal Transversa de Mercator);
VANT – (Veículo Aéreo não Tripulado);
IC – (Índice de Confiança).
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................14
1.1 OBJETIVO GERAL ...............................................................................................16
1.1.1 Objetivos Específicos..........................................................................................16
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................17
2.1 TOPOGRAFIA .......................................................................................................17
2.2 TEORIA DOS ERROS ...........................................................................................17
2.2.1 Definições ............................................................................................................17
2.2.1.1 Erros e incertezas ...............................................................................................17
2.2.1.2 Medição .............................................................................................................18
2.2.1.3 Resultado de uma medição ................................................................................18
2.2.2 Tipos de Erros.....................................................................................................19
2.2.3 Causa dos Erros..................................................................................................19
2.3 PRECISÃO E ACURÁCIA (EXATIDÃO)............................................................20
2.3.1 Precisão Nominal (PN) .......................................................................................21
2.3.2 Média, Desvio Padrão e Desvio Padrão da Média...........................................21
2.3.3 Propagação dos Erros ........................................................................................22
2.4 TIPOS DE LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS............................................23
2.4.1 Levantamento Topográfico Expedito ...............................................................24
2.4.2 Levantamento Topográfico Planimétrico ........................................................24
2.4.3 Levantamento Topográfico Altimétrico ...........................................................24
2.4.4 Levantamento Topográfico Planialtimétrico ...................................................24
2.4.5 Levantamento Topográfico de detalhes ...........................................................25
2.5 METODOS DE LEVANTAMENTO .....................................................................26
2.5.1 Método por irradiação .......................................................................................26
2.5.2 Método por deflexão...........................................................................................27
2.5.3 Método por interseção à ré (resseção) ..............................................................27
2.5.4 Interseção à ré por dois ou mais pontos ...........................................................29
2.5.5 Procedimentos para Estação Livre (Interseção à ré) ......................................30
2.6 PONTOS DE APOIO PARA OS LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS ........31
2.6.1 Ponto de Apoio Geodésico .................................................................................31
2.6.2 Ponto de Apoio Topográfico ..............................................................................31
2.6.3 Ponto de Controle e Checagem .........................................................................31
2.7 MAPA OU CARTA, PLANTA TOPOGRÁFICA E CROQUI .............................32
2.7.1 Mapa ....................................................................................................................32
2.7.2 Planta ou carta topográfica ...............................................................................33
2.7.3 Croqui..................................................................................................................33
2.8 GEODÉSIA.............................................................................................................33
2.9 GNSS (GLOBAL NAVIGATION SATELLITE SYSTEM) .................................33
2.9.1 GPS (Global position System) ...........................................................................34
2.9.2 Georreferenciamento Estático ..........................................................................35
2.9.3 Geoprocessamento ..............................................................................................36
2.9.4 Fotogrametria e fotointerpretação ...................................................................37
2.10 LEVANTAMENTO COM DRONE.......................................................................37
2.11 VANTAGENS ........................................................................................................37
2.12 DESVANTAGENS.................................................................................................38
2.13 PLANEJAMENTO DA MISSÃO ..........................................................................38
2.13.1.1 GSD e Sobreposição ..........................................................................................38
3 MATERIAIS E MÉTODO .....................................................................................40
3.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ..............................................40
3.2 PREPARAÇÃO E LOGISTICA PARA OS LEVANTAMENTOS ......................41
3.2.1 Local da área de estudo e preparação para o levantamento ..........................41
3.3 OBTENÇÃO DAS COORDENADAS DE APOIO ...............................................44
3.3.1.1 Rastreio dos pontos de controle .........................................................................44
3.3.1.2 Confecção dos croquis e descarregamento dos dados rastreados ......................45
3.3.1.3 Processamento dos das coordenadas rastreadas ................................................45
3.4 ESCOLHA DO SISTEMA DE COORDENADAS (UTM, LTM OU RTM) ........47
4 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO CONVENCIONAL ...............................49
4.1 TRABALHOS DE CAMPO ...................................................................................49
4.1.1 Preparação para medir o relevo .......................................................................49
4.1.2 Levantamento Topográfico por Interseção à Ré (Recessão) ..........................50
4.1.2.1 Determinação das coordenadas da Estação .......................................................50
4.1.2.2 Levantamento por Coleta de dados ...................................................................52
4.1.2.3 Processamento e importação dos dados coletados ............................................52
4.1.2.4 Edição gráfica do Levantamento Convencional ................................................54
5 LEVANTAMENTO AEROFOTOGRAMÉTRICO COM DRONE ..................55
5.1 PREPARAÇÃO E LOGÍSTICA.............................................................................55
5.1.1 Escolha do GSD ..................................................................................................55
5.1.2 Plano de voo (missão) .........................................................................................55
5.1.3 Pontos de Apoio ..................................................................................................58
5.1.4 Janela de Voo ......................................................................................................59
5.1.5 Solicitação de autorização de Voo.....................................................................60
5.2 PROCEDIMENTO EM CAMPO E EXECUÇÃO DO VOO ................................61
5.2.1 Preparação dos pontos de apoio ........................................................................61
5.2.2 Preparação de pré-voo e voo com o Drone ......................................................61
5.3 PROCESSAMENTO DAS IMAGENS AÉREAS .................................................62
5.3.1 Descarregamento dos dados ..............................................................................62
5.3.2 Configuração e transformação do Sistema de Coordenadas .........................62
5.3.3 Edição e avaliação das imagens.........................................................................64
5.3.4 Configuração de parâmetros, 1º Alinhamento das imagens e Pontaria dos
pontos de apoio ..............................................................................................................65
5.3.5 2º Alinhamento das imagens..............................................................................67
5.3.6 Otimização das imagens.....................................................................................67
5.3.7 Análise da acurácia do projeto ..........................................................................70
5.3.8 Densificação da nuvem de pontos .....................................................................71
5.3.9 Classificação dos pontos da nuvem de pontos .................................................73
5.3.9.1 Classificação Automática ..................................................................................73
5.3.9.2 Classificação Manual.........................................................................................75
5.3.10 Texturização do Modelo Tridimensional .........................................................77
5.3.10.1 Texturização do MDS e Construção do Modelo Digital de Elevação (DEM) ..77
5.3.10.2 Construção do Modelo Digital de Elevação (DEM) do MDT. .........................78
5.3.11 Geração do Ortomosaico Convencional ...........................................................80
5.4 OBTENÇÃO DAS INFORMAÇÕES DE MEDIDAS E COORDENADAS ........80
5.4.1 Identificação dos Check Points no ortomosaico ...............................................80
5.4.2 Geração do Shape com pontaria nos Check points ..........................................82
5.4.3 Obtenção das coordenadas dos Check points ...................................................83
6 ANÁLISE DA ACURÁCIA HORZIONTAL E VERTICAL DO
LEVANTAMENTO COM O DRONE EM RELAÇÃO AO TRADICIONAL .......85
6.1 AVALIAÇÃO ESTATÍSTICA ..............................................................................85
6.1.1 Generalidades .....................................................................................................85
6.1.2 Análise estatística das coordenadas horizontais ..............................................86
6.1.3 Análise estatística das coordenadas verticais ..................................................87
7 CONCLUSÃO ..........................................................................................................90
8 BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................92
9 ANEXOS ...................................................................................................................99
1 INTRODUÇÃO

A velocidade em que novas descobertas e invenções tecnológicas se


apresentam cotidianamente já não causam mais espanto na sociedade. Elas vão
permeando o dia-a-dia, nas ferramentas de trabalho, no transporte, na geração de energia,
no vestuário e alimentos. Nesse sentido, uma das tecnologias mais recentes é a utilização
dos VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado), seja tanto na sua modalidade de asas fixas ou
de multirotores, por exemplo os Drones. Eles têm sido utilizados tanto para o lazer,
trabalho e segurança. As forças armadas, como Marinha, Exército ou Aeronáutica, o
utilizam para vigilância, missões de reconhecimento e incursões de ataque. A polícia, por
sua vez, utiliza para vigilância e controle do tráfego rodoviário flagrando, neste caso,
excessos de velocidade, acidentes ou ainda fuga de infratores. Na engenharia é utilizado
para o levantamento de dados, monitoramento e controle de obras e até para análise de
patologias em infraestruturas. Na agricultura, segundo o pesquisador Lúcio André de
Castro Jorge (2015), a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), tem utilizado drones e
desenvolvido softwares específicos para avaliar a qualidade do plantio, acompanhar o
desenvolvimento da cultura, mapear deficiência de nitrogênio na cultura, estimar safra,
detectar e mapear algumas doenças e pragas, além de estimar estresse hídrico.

OTAKE (2017), afirma que na agricultura o monitoramento de áreas pelo


levantamento topográfico convencional bem como a aerofotogrametria com aeronaves
embarcadas; ambos métodos caros, vem sendo substituídos paulatinamente pelos
levantamentos com Drones, o que torna o trabalho mais econômico, rápido, simples,
menos burocrático e acessível.
O drone de asa fixa, tem sido usado para grandes extensões de terra.

O “formato” de um VANT diz muito sobre a sua autonomia, ou seja, o tempo


máximo que a bateria da aeronave dura enquanto realiza uma operação. Quanto
maior for a economia de bateria, mais tempo o VANT consegue permanecer
no ar – o que é ótimo quando precisamos mapear grandes áreas. (HORUS
AERONAVES, 2017, p.1).

Freitas (2018) ressalta que o crescimento populacional e a conurbação das


cidades fazem com que os limites dos municípios sejam dificilmente identificados. Este
fato tem mostrado a necessidade de constante atualização do cadastro urbano. O controle
14
do uso adequado do solo e o cadastro de novas comunidades nem sempre são
posicionadas geograficamente de forma correta no cadastro urbano municipal. Esta
“colcha de retalhos” detém muitas vezes erros de coordenadas, ocasionando problemas e
despesas tanto para a gestão pública quanto para o setor privado na regularização
fundiária. No atual cadastro de propriedades podem haver erros por ser executado por
empresas ou profissionais com conhecimento técnico nem sempre adequado no que diz
respeito a levantamentos geodésicos e aerofotogramétricos. Por exemplo, as vezes não
leva-se em consideração a transformação das coordenadas cartográficas UTM (Universal
Transversa de Mercator) para coordenadas RTM (Regional Transversa de Mercator) e/ou
LTM (Local Transversa de Mercator) para diminuir o erro posicional causado pela
diferença entre a superfície de referência elipsoidal e o plano de referência topográfico.
Assim, entende-se que há a necessidade de obtenção de grandes volumes de dados de
campo para projetos de estradas, loteamentos e execução de complexos habitacionais,
exigindo velocidade precisão, exatidão e economia na obtenção desses dados.
Tommaselli (2009 apud. LIMA, 2016, p. 2) afirma que há inúmeras vantagens
na utilização da aerofotogrametria por não precisar tocar o objeto a ser medido e a
quantidade de informações semânticas e geométricas são elevadas e mesmo em lugares
de difícil acesso de equipe de topografia, pode-se obter informações precisas e adequadas
ao projeto que se destinam, como por exemplo encostas muito escarpadas de extração
mineral, regiões de manguezais, áreas invadidas onde se deseja evitar um primeiro
contato, etc.
Lima (2016) ainda cita:
‘Os principais aspectos de vantagens da fotogrametria são relativos a grande
quantidade de informações que pode obter com a fotointerpretação, essencial
para as fases preliminares dos projetos e estudos das possíveis variantes, mas
também quando se deseja um levantamento mais rápido de grande extensão ou
em áreas perigosas ou inacessíveis’. Silva & Costa (2010 apud. LIMA, 2106,
p.2).

Neste cenário, o Drone, sendo uma ferramenta relativamente acessível, pode


ser amplamente explorado para a captação de imagens aéreas que depois de processadas
e ajustadas a pontos de apoio com coordenadas GNSS (Global Navigation Satellite
System), podem trazer um resultado satisfatório do ponto de vista técnico-produtivo.
Neste trabalho, pretende-se fazer um levantamento topográfico limitando-se
apenas aos Lotes 22 ao 30 da Quadra A, bem como da Avenida Beira Rio no Loteamento
DeltaVille junto à Rod. SC 408 – KM 97 em Biguaçu – SC; com nível de detalhamento

15
cadastral. Para isso utilizar-se-á, em um primeiro momento, o levantamento tradicional
pelo método intercessão à ré, também chamado Resseção (Estação Livre) e, em segundo
momento, o aerolevantamento com Drone (tipo multirotor quadricóptero) onde verificar-
se-á a qualidade planimétrica e altimétrica e analisar-se-á a confiabilidade, deste último
levantamento, para a sua aplicação em pequenas áreas urbanas, visando o levantamento
cadastral da área.

1.1 OBJETIVO GERAL

Confrontar os resultados obtidos no levantamento topográfico


planialtimétrico da área de estudo, realizado com método tradicional e com o
levantamento aéreo realizado com drone multirotor quadricóptero.

1.1.1 Objetivos Específicos

 Definir o local de estudo, levando em conta as melhores condições


para os levantamentos previstos no trabalho;
 Implantar pontos de apoio e controle para serem levantados com
tecnologia no Sistema GNSS;
 Planejar e executar o levantamento topográfico com estação total e
GNSS, de forma tradicional, visando um levantamento cadastral;
 Programar e executar o levantamento aéreo com drone;
 Processar os dados de campo obtidos com os dois tipos de
levantamentos, visando a geração de duas plantas topográficas
cadastrais;
 Avaliar os resultados obtidos com o drone, a partir dos resultados do
levantamento tradicional, pela comparação entre ambos os dados.

16
2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 TOPOGRAFIA

A topografia é definida tradicionalmente como a disciplina que se ocupa da


arte de representar, de maneira minuciosa, o terreno localmente, isto é, numa dada
vizinhança da superfície terrestre (CASACA, MATOS e DIAS, 2007).
Diz-se, também, que a topografia é uma ciência que estuda o conjunto de
procedimentos para determinar as posições relativas dos pontos sobre a superfície da terra
e abaixo da mesma, mediante a combinação das medidas segundo os três elementos do
espaço: distância, elevação e direção (FRANÇA, 2018).
Por sua vez, a combinação das habilidades do operador com o equipamento
adequado, são essenciais para a realização de medições topográficas. Porém, por mais
que se tome todo cuidado, o resultado da execução do trabalho nunca será exata, sempre
conterá erro. Não se refere aqui apenas aos erros sistemáticos, mas também aos erros
aleatórios. É preciso, portanto, corrigir o máximo possível esses erros e avaliar se o
resultado é tolerável ou não para a precisão que o trabalho se destina.

2.2 TEORIA DOS ERROS

2.2.1 Definições

2.2.1.1 Erros e incertezas

Os erros são inevitáveis, porém podem ser conhecidos, controlados e até


minimizados. Segundo França (2018), “Erro é a diferença entre o valor encontrado em
relação ao valor correto (exato).” Também afirma, que é possível determinar a verdadeira
magnitude da distância e do ângulo medido, porém o valor exato é imaginário. Para se
obter o valor mais provável pode –se usar o postulado de Gauss:
“Para uma série de medidas (x 1, x 2 ,...x n ) dignas de confiança, o valor mais
provável da grandeza, x é a média aritmética simples de todas as grandezas medidas”
(FRANÇA, 2018).

17
O erro pode ser definido como imperfeições de uma medição, sendo uma
diferença entre valor medido e o verdadeiro (TABACNIKS,2003).
Sobre a incerteza este mesmo autor a descreve como sendo o “Parâmetro
associado ao resultado de uma medição que caracteriza a dispersão dos valores que podem
ser razoavelmente atribuídos ao mensurado. O parâmetro pode ser um desvio padrão (ou
múltiplo dele) ou a metade do intervalo de uma escala”.

2.2.1.2 Medição

Tabacniks (2003), esclarece que a medição é uma ação ou procedimento para


determinar o valor do mensurando, sua grandeza específica. Dito isto, cabe destacar e
definir alguns conceitos:
Medição: trata-se de ações que objetivam determinar o valor de uma grandeza;
Valor (de uma grandeza): é a expressão quantitativa de uma grandeza;
Mensurando: a grandeza a qual foi submetida a mensuração;
Grandeza: é o atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode ser
qualificada e quantificada, podendo ser Grandeza Geral ou Específica;
Método de medição: sequência lógica da operação usada durante a execução
das medições (TABACNIKS, 2003).

2.2.1.3 Resultado de uma medição

Tabacniks (2003), ainda afirma que o resultado de uma medição nada mais é
do que uma estimativa do valor medido, por conseguinte só pode ser completa se
acompanhado de uma declaração de incerteza. Portanto, os seguintes conceitos devem ser
considerados:

Medida: Valor obtido por uma mensuração, indicando claramente se o


resultado foi corrigido ou não, se corresponde ao valor médio de várias
medições e expresso de forma a incluir a incerteza da medição;
Estimativa: Valor estatístico estimando um parâmetro (média por exemplo),
da totalidade de itens obtidos pela medição de uma amostra supondo um
modelo estatístico de distribuição;
Repetitividade: grau de concordância entre os resultados de medições
sucessivas de um mesmo mensurando efetuadas em mesmas condições e
devem ter:
 Mesmo procedimento;
 Mesmo observador;
 Mesmo instrumento de medição;
 Mesmas condições;
 Mesmo local;
 Repetição em curto período de tempo (TABACNIKS, 2003).

18
2.2.2 Tipos de Erros

Durante a execução dos trabalhos, podem ocorrer erros de observação aos


quais denominam-se: Erros Sistemáticos, Erros Aleatórios e Erros Grosseiros.
Os erros Sistemáticos ou cumulativos, são aqueles relacionados com o
ambiente, com o equipamento e com o operador. Por terem na maioria das vezes,
comportamento conhecido, pode-se corrigi-los por métodos adequados de medição e
correções analíticas.
Segundo McCormac (2007), o erro sistemático em repetições ou condições
constantes, permanece o mesmo sem variância em seu sinal ou magnitude. Já os erros
Aleatórios, também chamados de “Erros Acidentais”, fogem do controle do operador e
podem ocorrer mesmo depois de eliminados os erros sistemáticos. Estão presentes em
todas as medições topográficas na grandeza medida. McCormac (2007) ainda define os
erros aleatórios como aqueles cuja a magnitude e direção é desconhecida e fora de
controle. Ao se ler uma trena, pode-se ler hora um valor menor, hora um valor maior na
escala. A equivalência destes erros em módulo, sendo possivelmente de sinais contrários,
tendem a se cancelarem ou haver uma compensação. Ainda sobre os erros, temos os
chamados “erros grosseiros”, que são aqueles causados pela distração do medidor.

2.2.3 Causa dos Erros

Como já mencionado anteriormente, por mais que se queira reduzir e até


eliminar-se os erros, eles sempre acontecem. Conforme Freitas (2011), eles podem
acontecer por pelo menos três fatores:
ERROS POR FATORES NATURAIS: Provenientes das variações do
ambiente tais como: refração, pressão atmosférica, temperatura, vento, umidade, ações da
gravidade e declinação magnética;
ERROS POR FATORES INSTRUMENTAIS: provenientes de erros de
fabricação e dos movimentos das peças internas do equipamento. Geralmente é
facilmente detectado pelo fato de, na maioria das vezes, causarem os erros sistemáticos.
Esses erros podem ser eliminados ou minimizados com correções e procedimentos
adequados em campo, revisões periódicas do equipamento (ajustes e calibração) a cada
seis meses ou ano, ou ainda conforme orientação do fabricante.
19
Também, os ERROS POR FATORES PESSOAIS: Estão diretamente ligados
à questão sensorial, como tato e visão. Cada pessoa possui uma acuidade própria. Este
fato faz com que o ajuste da colimação (mirar) no alvo, ou seja, fazer com que ocorra o
cruzamento dos fios do retículo da luneta com o detalhe do alvo ao qual se quer medir,
não seja realizado com perfeição. As leituras realizadas em miras graduadas também
poderem ser mal interpretadas. Hoje, com o advento das Estações Totais em que a
medição é realizada eletronicamente por feixes de infravermelho ou laser, esse erro foi
drasticamente diminuído (FREITAS, 2011).

2.3 PRECISÃO E ACURÁCIA (EXATIDÃO)

Precisão e acurácia, podem ser confundidas ou até mal interpretadas.


McCormac explica:
Na área da topografia, os termos exatidão e precisão são muito utilizados
apesar de nem sempre ser fácil explica-los. Assim sendo, a exatidão está
relacionada à perfeição com que as medidas são obtidas, o quanto ela esta
medida se aproxima do valor verdadeiro. Já a precisão, “é o grau de
refinamento” de uma dada medida. Podemos dizer que é a média da
aproximação de duas ou mais medidas (MCCORMAC, 2007, p.14).

Veiga (2007), exemplifica muito bem a diferença entre precisão e acurácia:


“O seguinte exemplo pode ajudar a compreender a diferença entre eles: um
jogador de futebol está treinando cobranças de pênalti. Ele chuta a bola 10
vezes e nas 10 vezes acerta a trave do lado direito do goleiro. Este jogador foi
extremamente preciso. Seus resultados não apresentaram nenhuma variação
em torno do valor que se repetiu 10 vezes. Em compensação sua acurácia foi
nula. Ele não conseguiu acertar o gol, “verdadeiro valor”, nenhuma vez”
(VEIGA, 2007, p. 14).
A figura 1 explica de forma clara a diferença entre precisão e exatidão.

Figura 1 - Exemplo de Exatidão e Precisão

Fonte: McCormac (2007, p.15).


20
2.3.1 Precisão Nominal (PN)

A Precisão Nominal (PN), é a precisão do equipamento especificada pelo


fabricante. O procedimento para o cálculo do desvio padrão é especificado pelo Anexo C
da NBR 13.133-94. Os teodolitos têm sua precisão em segundos e os distanciômetros em
± (X mm + Y ppm), onde X é constante independente da distância e Y é proporcional à
distância, expressa em parte por milhão:1ppm = 1mm/km, (FRANÇA, 2018).

2.3.2 Média, Desvio Padrão e Desvio Padrão da Média

Quando se obtém vários resultados de medições por meio repetitivo, acaba-


se obtendo resultados dispersos de valores aproximados causando uma incerteza de qual
valor seria o verdadeiro. Para minimizar esta incerteza usa-se o método matemático
denominado estatística, com o objetivo de resumir e consolidar o resultado obtido
(TABACNIKS, 2003).
Além de se calcular a média aritmética, usa-se ainda o cálculo do Desvio
Padrão e do Desvio Padrão da Média.
Calcula-se a média aritmética (1) através da equação:

1
𝑚 = n ∑ 𝑥𝑖 (1)

Onde:
m = a média aritmética;
xi = cada uma das leituras realizadas;
n = o número de leituras realizadas;
m = o número de leituras realizadas.

A Raiz Média Quadrática (2), também chamado Desvio Padrão (σ) de uma observação
(m), é calculada matematicamente pela seguinte equação:

̅)2
(X−X
𝑆 =±√ (2)
𝑛−1

21
Onde:
S = Desvio Padrão;
X = cada uma das leituras realizadas;
̅
X = a média de todas as leitura;
n = o número de leituras realizadas.

O Desvio Padrão da Média, pode ser calculado se for possível obter a média
de vários desvios padrão, o que diminuiria drasticamente a incerteza, porém nem sempre
isso é possível devido ao tempo e as despesas envolvidas.
O cálculo do Desvio Padrão das Médias (3), pode ser realizado pela equação:

1 𝑆
𝑆𝑚 = √(𝑛−1)𝑛 ∑(𝑥𝑖 − 𝑚)2 = (3)
√𝑛

Onde:
Sm = Desvio Padrão da média;
Xi = cada uma das leituras realizadas;
n = o número de leituras realizadas;
m = média.

Segundo Tabacniks (2003), o desvio padrão da média é “um excelente


candidato para expressar a incerteza da média (4) de um conjunto de medidas”. E o valor
pode ser expresso da seguinte forma:

𝑚 ∓ 𝑆𝑚 (4)
Onde:
m = média;
Sm = incerteza da média

2.3.3 Propagação dos Erros

Pelo fato de o valor verdadeiro ser desconhecido e o objetivo ser conhecer ou


se chegar o mais próximo possível desse valor, o Tabacniks (2003), afirma que a medição
22
objetiva determinar o valor médio verdadeiro de uma grandeza, porém que a dificuldade
está em se ter que fazer infinitas medições para alcançá-lo.
Segundo este autor, para um conjunto de medidas {y1, y2, y3, ... yn}, o valor
médio verdadeiro é dado pela equação do Desvio Padrão das Médias (5):

1
𝑦𝑚𝑣 = lim (𝑛 ∑𝑛𝑖=1 𝑦𝑖 ) (5)
𝑛→∞

Existe uma diferença entre erro e incerteza, pois o erro a princípio (como o
conhecemos) pode ser corrigido, porém a incerteza está dentro de um intervalo de
probabilidades (TABACNIKIS, 2003).

2.4 TIPOS DE LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS

Entende-se de maneira simplificada, levantamento topográfico; como


métodos para a obtenção de dados (ângulos e distâncias) através de equipamentos
específicos com o fim de descrever a geometria e calcular valores de áreas e volumes de
um lugar ou objetos nele inseridos.

Segundo a NBR 13.133 (1994), levantamento topográfico é:


“Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos
horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com
instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e
materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas
topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhes visando à sua
exata representação planimétrica numa escala predeterminada e à sua
representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equidistância
também predeterminada e/ ou pontos cotados” (NBR 13133, 1994).

Assim sendo, tem-se vários tipos de levantamentos topográficos com


finalidades variadas, a saber: Levantamento Topográfico Expedito, Levantamento
Topográfico Planimétrico, Levantamento Topográfico Altimétrico, Levantamento
Topográfico Planialtimétrico, podendo os últimos três serem cadastrais ou não. Existem
ainda conjugados a estes tipos de levantamentos os métodos por: irradiação, deflexão e
interseção a ré.

23
2.4.1 Levantamento Topográfico Expedito

O Levantamento Topográfico Expedito é o levantamento realizado de forma


imprecisa, por vezes até estimada. Pode ser realizado com equipamento de medição
(correntes, trena, baliza, etc.) ou simplesmente à passo ou a braçadas.
“Levantamento exploratório do terreno com a finalidade específica de seu
reconhecimento, sem prevalecerem os critérios de exatidão” (NBR 13133, 1994).

2.4.2 Levantamento Topográfico Planimétrico

Reserva-se apenas a obtenção de dados planimétricos, sem se preocupar com


os desníveis do terreno.

“Levantamento dos limites e confrontações de uma propriedade, pela


determinação do seu perímetro, incluindo, quando houver, o alinhamento da
via ou logradouro com o qual faça frente, bem como a sua orientação e a sua
amarração a pontos materializados no terreno de uma rede de referência
cadastral, ou, no caso de sua inexistência, a pontos notáveis e estáveis nas suas
imediações. Quando este levantamento se destinar à identificação dominial do
imóvel, são necessários outros elementos complementares, tais como: perícia
técnico-judicial, memorial descritivo, etc.” (NBR 13133, 1994).

2.4.3 Levantamento Topográfico Altimétrico

Este método, se ocupa da obtenção de dados altimétricos do terreno, ou seja,


as diferenças do nível do terreno, representadas a posteriori por taludes, curvas de nível,
platores, etc.
“Levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas
relativas a uma superfície de referência, dos pontos de apoio e/ou dos pontos
de detalhes, pressupondo-se o conhecimento de suas posições planimétricas,
visando à representação altimétrica da superfície levantada” (NBR 13133,
1994).

2.4.4 Levantamento Topográfico Planialtimétrico

O Levantamento Topográfico Planialtimétrico refere-se ao levantamento


topográfico planimétrico acrescido do altimétrico.

24
2.4.5 Levantamento Topográfico de detalhes

Tanto os Levantamentos Altimétricos, Planimétricos ou Planialtimétricos


podem ser com finalidade de medir-se detalhes ou não. Trata-se de um levantamento
topográfico onde há um acordado pelas partes envolvidas (contratante e contratado), em
que é discriminado o grau de detalhamento (previsto em editais ou não) do levantamento,
ou seja, quais os objetos a serem medidos e detalhados posteriormente em plantas com
multifinalidades; como por exemplo: medição de estacas executadas para “as built”, ou
ainda todas as benfeitorias existentes em uma propriedade com a finalidade de apurar seu
valor e possíveis indenizações.

Figura 2 - Poligonal Fechada

Fonte: do autor, 2019.


Figura 3 - Poligonal Enquadrada

Fonte: do autor, 2019.

25
Figura 4 - Poligonal Aberta

Fonte: do autor, 2019.

2.5 METODOS DE LEVANTAMENTO

2.5.1 Método por irradiação

Segundo Veiga (2012), também chamado de polar, o método de irradiação é


a obtenção de medidas angulares e lineares irradiadas a partir de uma origem. (Ver figura
5). Pode ser de uma única ocupação de ponto (estação) ou de caminhamentos e ocupações
em pontos (estações) distintos.

Figura 5 - Irradiação

Fonte: do autor, 2019.

26
2.5.2 Método por deflexão

O método por deflexão muito usado com teodolitos analógicos, o que hoje se
tornou obsoleto e consiste em se fazer visada no ponto a ré com a luneta basculhada,
considerando a abertura do ângulo como se fosse projetada para frente a visada anterior
e fazendo visada a Vante no próximo ponto a ser ocupado, anotando-se os ângulos e
distâncias a Ré e a Vante. Pode-se fazer visadas reiteradas para aumentar a precisão.
Veiga descreve da seguinte forma:

“Força-se a coincidência da leitura 180º com o ponto de ré, o que equivale a


ter a origem da graduação no prolongamento dessa direção. A deflexão será
positiva (leitura à direita) ou negativa (leitura à esquerda) e vai variar sempre
de 0º a 180º.” A Figura 6 demonstra o método citado (VEIGA, 2012).

Figura 6 - Deflexão

Fonte: do autor, 2019.

2.5.3 Método por interseção à ré (resseção)

O método da interseção à ré, é a forma de se determinar as coordenadas de


um ponto ainda desconhecido, mas que se quer instalar (calar) o instrumento (Estação
Total). As coordenadas são determinadas através da interseção de alinhamentos cujo as
distancias e ângulos partem de no mínimo dois ou mais pontos de coordenadas
conhecidas; e passam pelo ponto que se quer determinar.
Cabral (2018) informa que “Quando necessita-se obter, com bastante
exatidão, a posição (plana e altimétrica) de um ponto com relação a outros de um conjunto

27
de pontos fixos de referência convenientemente materializada no terreno e homogêneo a
ela deve-se utilizar o método de estação livre”. A figura 7 demonstra a Interseção à ré.
Diz ainda que, esse sistema nada mais é do que a transformação de
coordenadas de um sistema desconhecido, o do instrumento; para um sistema de
referência conhecido (CABRAL, 2018).

Figura 7 - Interseção à Ré

Fonte: Modificado de CABRAL, 2019.

O método de Interseção à ré conforme Silva (2006), é realizado para se obter


as coordenadas de um Ponto (N) através da interseção de direções de pelo menos três
linhas retas originadas de pontos de coordenadas conhecidas, figura 8.

Figura 8 - Interseção à Ré por 3 pontos

Fonte: do autor, 2019.

28
Kahmen e Faig (1988 apud. SILVA, 2006), mostram a forma com que a
precisão no método é alcançada.
O ponto N é geometricamente determinado pela interseção de dois círculos.
Um círculo passa através dos pontos B, N e M, o outro através dos pontos M,
A e N. Se o novo ponto (N) é locado nos círculos passando através dos pontos
fixos A, M, B, então a solução é indeterminada (Figura 9). KAHMEN e FAIG
(1988 apud. SILVA, 2006).

Figura 9 - Resseção geométrica e o triângulo recíproco

Fonte: modificado SILVA, 2019.

2.5.4 Interseção à ré por dois ou mais pontos

Neste método de interseção à ré, determina-se as coordenadas do ponto de


interesse por dois ou mais pontos conhecidos através de um programa interno da Estação
Total. Ao final do processo de medição, o display do instrumento apresenta o fator de
escala e o desvio padrão das coordenadas do novo ponto estabelecido, bem como solicita
a inserção do nome deste novo ponto para a memorização. Informa-se ao instrumento que
ele está instalado neste novo ponto e ele já permanece orientado angularmente dentro do
sistema ao qual se gerou o referido ponto. Depois deste processo se faz necessário fazer
o controle da precisão alcançada.
[...] “para controle, medem-se os mesmos pontos de referência que serviram
para a determinação do ponto de estação, como se eles ainda não existissem.
Comparam-se as coordenadas medidas com as mesmas coordenadas já
existentes dos pontos fixos e anotam-se as diferenças para cada coordenada, a
fim de avaliar a consistência do novo ponto determinado (verificação da
exatidão do ponto de estação livre). Anotam-se os desvios no documento do
ponto. Caso as diferenças não ultrapassarem certos limites previamente
especificados, a determinação do ponto de estação pode ser considerada como
controlada” [...] (CABRAL, 2018).

29
2.5.5 Procedimentos para Estação Livre (Interseção à ré)

Nesta seção será apresentada uma sequência básica de procedimentos, cabe


porém, ressaltar que a sequência pode variar conforme a marca e modelo do instrumento
utilizado. Aconselha-se também, ler o manual de instruções do equipamento caso não
esteja familiarizado com o mesmo.

1. Identificar os pontos de referência;


2. Identificar os pontos de interesse a serem cadastrados ou demarcados
(locados);
3. Escolher um local para a materialização no novo ponto a se instalar
(calar) o instrumento de forma que seja possível realizar visadas a
todos ou ao maior número possível de pontos de interesse a serrem
cadastrados ou demarcados;
4. Materializar o ponto no local escolhido (piquete de madeira, marco de
concreto, pino de aço), caso seja necessário;
5. Confeccionar a monografia do ponto e/ou fotografá-lo;
6. Confeccionar o croqui com o nível de detalhamento necessário;
7. Instalar o equipamento;
8. Configurar temperatura e pressão atmosférica conforme a altitude
local;
9. Criar novo arquivo, inserir e gravar as coordenadas dos pontos de
referência, caso ainda não estejam na memória do instrumento;
10. Iniciar o programa para Estação Livre (Resseção);
11. Medir 2 a 4 pontos de referência (para melhor resultado) com visadas
direta e inversa, caso o programa do equipamento permita;
12. Estabelecido o novo ponto, conhecido o fator de escala e o desvio
padrão, torna-se a medir um ou mais dos pontos de referência,
comparando se os valores das coordenadas medidas se aproximam das
coordenadas de referência e se estão dentro da tolerância aceitável;
13. Locar um ponto conhecido para corroborar com a análise da precisão;
14. Caso, o resultado não atinja o aceitável, refazer o procedimento ou
ainda procurar posicionar o novo ponto de forma a ficar o mais
possível no baricentro do polígono formado pelos pontos de
30
referência. E no caso se serem dois pontos de referência apenas,
posicionar o novo ponto de tal forma que forme um triângulo
equilátero ou isósceles sendo a base a distância entre os dois pontos
de referência e aponta do triângulo, o vértice onde está o aparelho;
15. Iniciar o levantamento topográfico propriamente dito (cadastro) ou
locação.

2.6 PONTOS DE APOIO PARA OS LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS

Existem os pontos de apoio geodésicos, topográficos e para a


aerofotogrametria existem os de controle e os de checagem (Check point).

2.6.1 Ponto de Apoio Geodésico

Os pontos de apoio geodésico, tanto o planimétrico quanto o altimétrico,


segundo a NBR 13.133 (1994), são os pontos materializados no terreno que proporcionam
o controle posicional e de nível nos levantamentos topográficos cujas coordenadas estão
referenciadas ao Datum (origem) em um sistema GNSS.

2.6.2 Ponto de Apoio Topográfico

É o conjunto de pontos planimétrico, altimétrico ou planialtimétrico, em que


o levantamento topográfico é apoiado (NBR 13.133, 1994).

2.6.3 Ponto de Controle e Checagem

Na aerofotogrametria, os pontos de controle e de checagem, são


imprescindíveis. É através deles que durante o processamento das imagens capturadas, se
realiza o ajuste das imagens. Os pontos de controle são aqueles previamente cadastrados
e podem ser piquetes, pinos de aço ou ainda marcas existentes no local, sendo naturais ou
artificiais como rocha aflorada ou faixas pitadas no asfalto, por exemplo. Essas marcas
servem para georreferenciar e ajustar corretamente as imagens. Já os pontos de checagem
(Check point), servem para após processar e ajustar as imagens, verificar se o ajuste foi

31
corretamente executado e a posição do ponto (pixel) na imagem corresponde a posição
real deste mesmo ponto no terreno.
Para Timbó (2001), os pontos de apoio são conjuntos de pontos bem
identificáveis tanto nas fotografias quanto no terreno, levantados com coordenadas UTM
e altitudes, que servem para pontos de controle, conforme figura 10.

Figura 10 - Pontos de Apoio (controle e check points)

Fonte: modificado de Sopchaki, 2019.

2.7 MAPA OU CARTA, PLANTA TOPOGRÁFICA E CROQUI

2.7.1 Mapa

Mapa, segundo Nogueira (2008), “é uma forma de levantamento de dados e


de representa-los, ou ainda um instrumento facilitador da estrutura de um fenômeno
qualquer que pode ou não ser geográfico”.
“É considerado um documento cartográfico e diagramático, geralmente
representando uma ampla porção da superfície em escalas pequenas” (TIMBÓ, 2001).
A NBR 13.133-94 destaca com mais precisão que a carta ou mapa é uma
representação gráfica, de uma superfície com detalhes físicos, naturais e artificiais,
mediante símbolos ou convenções que permitam a avaliação das distâncias, orientação de
direções e a localização geográfica de pontos área e detalhes.

32
Ainda para Timbó (2001), uma carta é um documento cartográfico mais
complexo com detalhamento geográfico apresentando mais detalhamento e precisão.

2.7.2 Planta ou carta topográfica

É aquela que contém informações básicas do terreno, as quais servem de base


para novas cartas e mapas mais específicos (TIMBÓ, 2001).

2.7.3 Croqui

Trata-se de um desenho à mão livre, geralmente à lápis, para servir de


referência do que foi medido e a representação convencionada do ponto de interesse
levantado. Segundo a NBR 13.133-94, o croqui é um esboço sem escala, em breves traços,
que facilite a identificação de detalhes.

2.8 GEODÉSIA

Conforme França (2007), “Geodésia é uma ciência afim da topografia. Ela


difere da topografia somente por considerar a curvatura terrestre”.
A Geodésia se preocupa em estudar essencialmente a forma e dimensão da
superfície terrestre; as posições de pontos sobre esta superfície e a modelagem do campo
gravitacional.
Torge (2001 apud FRANÇA, 2015, p. 33) afirmou que Geodésia é a ciência
da medição e mapeamento da superfície da terra.
Segundo MOREIRA (2007), a Geodésia é fundamental para a cartografia
automatizada e atualização de mapas.

2.9 GNSS (GLOBAL NAVIGATION SATELLITE SYSTEM)

A necessidade que o ser humano tem de se localizar e o aprimoramento de


ferramentas para isso, desde a bússola até a geolocalização por satélites orbitando o
planeta, têm feito com que essa necessidade seja cumprida com maestria. O GNSS,
(Sistema Global de Navegação por Satélite), trata-se de uma rede de satélites orbitando o

33
globo com o objetivo de se navegar e obter a posição exata de um objeto ou indivíduo
com precisão em tempo real na superfície terrestre.
Molin (2015), afirma que o sistema GNSS encontra-se em fase de
modernização e que é capaz de fornecer o tempo, a posição e a velocidade com rapidez e
exatidão em qualquer local que seja aberto (sem vegetação de mata) na superfície do
globo terrestre.
O primeiro satélite (Sputnik 1) foi lançado pela antiga União Soviética em
1957. Este ato deu início a uma corrida tecnológica espacial e armamentista contra os
Estados Unidos, seu principal oponente na chamada “Guerra Fria”. Nos Estados Unidos
na década de 60, o GNSS (Global Navigation Satellite System) foi iniciado com o
lançamento do primeiro satélite norte americano (Transit) em orbita. Em 1978, foi
lançado o primeiro satélite GPS (Global Position System) para fins militares da marinha
americana e em 1997, foi lançado o primeiro receptor GPS GLONASS (em russo:
Globalnaya navigatsionnaya sputnikovaya sistema). RTK (real time kinematic).

2.9.1 GPS (Global position System)

O levantamento topográfico é a primeira etapa da maioria dos projetos de


engenharia. Neste contexto o GPS (Global position System) tem sido uma ferramenta
indispensável para o levantamento topográfico.
Para atender à necessidade do posicionamento preciso em tempo real de pontos
de interesse, sejam eles para projetos de infraestrutura, ambientais, de estudos
geológicos, dentre outros; foram desenvolvidas algumas técnicas de
posicionamento GPS; dentre elas se destacam o DGPS, o WADGPS (Wide
Area DGPS), o RTK (Real Time Kinematic) e o PDGPS (Precise DGPS)
(PRADO, 2003).

Dentre estas, as técnicas mais comuns, são as utilizações do DGPS ou RTK.


Para a obtenção de valor absoluto de coordenadas, se faz necessário a utilização de uma
triangulação por um receptor base (com coordenadas absolutas conhecidas) e um receptor
móvel (rover) interligados por sinal de rádio e recebendo sinais simultâneos dos satélites.
Essa simultaneidade de multiconexão, permite que o erro posicional do receptor móvel
seja corrigido e seja realizado em tempo real e armazenado na memória interna do
receptor. Prado (2003) afirma que:

“O princípio básico destas técnicas vale-se do fato que duas estações que
simultaneamente rastreiam os mesmos satélites têm seus erros, dentro de certos

34
limites correlacionados. A ocupação de uma estação de coordenadas
conhecidas (estação de referência) possibilitará a quantificação dos erros
inerentes ao posicionamento Absoluto. Estes erros transmitidos à estação
móvel como correções, designadas comumente por “correções diferenciais”,
serão utilizadas para posicioná-la relativamente à estação de referência em
tempo real” (PRADO, 2003).

A figura 11 Exemplifica o posicionamento em tempo real

Figura 11 - Posicionamento em tempo real

Fonte: Prado, 2003.

Também realiza-se a obtenção de dados absolutos através do método de


Posicionamento Estático, onde com apenas um receptor GNSS faz-se o rastreio do ponto
de interesse.
Este método de rastreio simultâneo do receptor GPS e de um receptor em uma
base da RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo), por um
determinado tempo mínimo (recomendado 1 hora), pode-se por pós-
processamento, calcular as coordenadas tridimensionais (latitude, longitude e
altitude) do ponto de interesse. Afirma ainda que a vantagem deste método, é
a precisão alcançada; e sua principal desvantagem é o tempo de rastreio para a
obtenção desta precisão (CORSEUIL, 2003).

2.9.2 Georreferenciamento Estático

O georreferenciamento pode ser realizado por várias técnicas. Dentre elas o


DGPS (Diferencial Global Position Sistem); o RTK (Real Time Kinematic) e o
Posicionamento Relativo Estático dentre outros.
“O conceito de DGPS envolve o uso de um receptor estacionário em uma
estação com coordenadas conhecidas, rastreando todos os satélites visíveis”.
Neste método é possível realizar a correção posicional e das pseudodistâncias
através das correções Δ das coordenadas X, Y e Z de uma base de coordenadas
conhecidas (MONICO, 2007).

35
O DGPS pode atingir uma precisão de 1,5 a 3 metros.
O RTK, utiliza uma base para corrigir os erros, porém o tempo de rastreio em
cada ponto de interesse é bem inferior, por isso chamado cinemático. Esse método é bem
mais produtivo e pode alcançar precisão na ordem de até 2cm.
O Posicionamento Relativo Estático por sua vez, é mais preciso pelo fato de
se ter duas ou mais antenas receptoras rastreando de forma simultânea por mais tempo os
sinais dos satélites.
Monico (2007) expõe que nesse tipo de posicionamento com mais de dois
receptores rastreando simultaneamente por mais de 20 minutos, pode se alcançar maior
precisão no pós-processamento.
Ainda sobre esse método, Silva (2015) informa que devido à alta precisão
alcançada, é usado para implantação de redes geodésicas e pontos de controle para
aerofotogrametria e controle de deformações de obras da construção civil conforme pode
ser visto na figura 12.

Figura 12 - Posicionamento em tempo real

Fonte: do autor,2019.

2.9.3 Geoprocessamento

Após a obtenção das informações fotogramétricas segue-se o processamento


destes dados. Explica Moreira (2007), que o Geoprocessamento é a utilização de técnicas
matemáticas computacionais de tratar e extrair dados obtidos de objetos ou fenômenos
geograficamente identificados na observação por um sistema sensor.

36
2.9.4 Fotogrametria e fotointerpretação

Segundo Marchetti (1977) a palavra Fotogrametria derivada de três palavras


gregas (luz, descrição e medidas), pode ser definida como a ciência de se obter medidas
dignas de confiança por meio de fotografias.
“A fotogrametria é a técnica que permite o estudo e a definição da forma, das
dimensões e da posição de objetos no espaço, baseando-se em medições obtidas a partir
de fotografias ou imagens digitais” (SILVA, 2015).
Fotointerpretação é a arte de examinar as imagens dos objetos nas fotografias
e de deduzir a sua significação (MARCHETTI, 1977).
Segundo Anderson (1982), Fotointerpretação é o ato de examinar imagens
fotográficas com o fim de identificar objetos e determinar seus significados.

2.10 LEVANTAMENTO COM DRONE

Desde a primeira foto aérea obtida pelo francês Gaspard Tournacho em 1858,
a partir de balões, Eisenbeiss, 2009 (apud. ROBERTO, 2013), aperfeiçoada a técnica
através de papagaios ou pipas em 1888, por outro francês Artur Bolut, Longhitano, 2010
(apud. ROBERTO, 2013), passando por veículos aéreos tripulados e também através do
uso de câmeras embarcadas em aeromodelos a partir de 1960, Eisenbeiss, 2009 (apud.
ROBERTO, 2013) até chegar a 2004 com o início do desenvolvimento de projetos usando
VANTs com asas rotativas, com sistema de GNSS embarcado e voo de forma autônoma
com precisão, faz dessa ferramenta algo indispensável para obtenção de dados
aerofotogramétricos.
Neste interim, pode-se afirmar que o VANT tem vantagens e desvantagens
em relação aos veículos aéreos tripulados:

2.11 VANTAGENS

O VANT por ser autônomo e não tripulado pode ser usado em regiões de
risco, com baixa altitude próximo a montanhas e escarpas, zonas com ocorrência de
terremotos ou cenas de acidentes, Chang-Chun, 2001 (apud. ROBERTO, 2013). Possui

37
também a capacidade de filmar tirar fotos ao mesmo tempo e enviar em tempo real para
uma estação de controle dando ao operador a capacidade e análise da qualidade das
imagens e reexecutar o trabalho, Eisenbeiss, 2009 (apud. ROBERTO, 2013). Também, e
não menos importante, oferece baixo custo de investimento e de operação.

2.12 DESVANTAGENS

Por ter câmeras de pequeno formato, e voar em baixas altitudes, se faz


necessária a captação de um número maior de imagens. Eisenbeiss, 2009 (apud.
ROBERTO, 2013). Outra desvantagem é o fato de só ser possível voar em condições
climáticas favoráveis. Vallet, 2011 (apud. ROBERTO, 2013). A necessidade de
regulamentação e pedido de autorização junto aos órgãos reguladores e fiscalizadores,
pelo fato de o VANT não ter comunicação com o controle de tráfego aéreo pode ser
também considerada uma desvantagem pela burocratização no uso de tal ferramenta
(DECEA, 2018).

2.13 PLANEJAMENTO DA MISSÃO

Com o avanço da tecnologia e processamento digital alguns dos conceitos


convencionais de fotogrametria não se aplicam ao trabalho com Drones. Por exemplo, em
projetos aerofogramétricos digitais, o conceito de escala foi substituído pelo chamado
GSD (Ground Sample Distance).

2.13.1.1 GSD e Sobreposição

O GSD é escolhido conforme a necessidade da resolução esperada e representa


uma faixa real do terreno formada por pixels que formam a imagem. Ele ainda
(GSD) é inversamente proporcional à altura de voo da aeronave, ou seja;
quanto mais alta estiver a aeronave, maior será o tamanho do pixel e menor
será a resolução da imagem nesse pixel. Outro fator que deve ser observado é
a redundância de informações com que o software de processamento e ajuste
das imagens precisa para uma boa qualidade de mosaicagem. Para isso, é
fundamental a sobreposição das imagens captadas durante a missão. Em áreas
praticamente planas cerca de 50% de sobreposição longitudinal e lateral já é o
suficiente, mas em áreas com diferenças de cotas, ou seja, com declives e
aclives se faz necessário uma sobreposição mínima longitudinal de 80% e
lateral de 60% (MALTA, 2017).

As figuras 13 e 14, esclarece a determinação do GSD.

38
Figura 13 - Esquema do cálculo do GSD

Fonte: modificado de Cobrac, 2019

Figura 14 - Plano de voo e sobreposição de imagens

Fonte: do autor,2019.

39
3 MATERIAIS E MÉTODO

3.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Para a execução dos trabalhos tanto de campo, quanto de escritório utilizou-


se os seguintes materiais e equipamentos:
 Um Automóvel Marca Renault, modelo Logan Exprecion 1.6, ano
2012;
 Uma Estação Total marca Sokkia, modelo K 620. (Especificações
Técnicas ver Anexo 3);
 Um GPS Marca Megellan, modelo PROMARK 3. (Especificações
Técnicas ver Anexo 4);
 Um Drone quadricóptero Marca DJI, modelo Phanton 4 pro.
(Especificações Técnicas ver Anexo 5);
 Um Smartphone marca Samsung, modelo S8;
 Um Work Estation - Computador de mesa.

Softwares instalados:
 Microsoft Windows 10 Pro; (Especificações Técnicas ver Anexo 6);
 AutoCad versões 2007 e 2018;
 GeoOffice Topográfico Profissional, versão 2.8.4.0;
 GNSS Solution versão 3.80.8 – Trimble Navigation Limited 2012.
Spectra Precision;
 Google Earth Pro, versão 7.3.2.5776 (32-bit);
 Agisoft Photoscan Professional, versão 1.4.5 build 7354 (64 bit) 2018;
 Dois bastões topográficos, sendo um de 2,60m e outro de 3,60m;
 Duas bases e seus respectivos prismas;
 Um tripé para estação total;
 Um tripé para GPS;
 Dois tripés para bastão;
 Três balizas topográficas;
 Trena de fibra de 30m;
 Trena de aço de 3,5m;
40
 Prancheta, lapiseira e borracha;
 Marreta, martelo, pregos galvanizados, tintas, pincel, piquetes de
madeira e pinos de aço,

3.2 PREPARAÇÃO E LOGISTICA PARA OS LEVANTAMENTOS

3.2.1 Local da área de estudo e preparação para o levantamento

O local de estudo, que pode ser vista na figura 15, foi definido escolhendo-se
uma área compreendendo 9 lotes e seu entorno no Loteamento DeltaVille, no Município
de Biguaçu-SC.
Adotou-se um critério de escolha, em que a área fosse próxima e de fácil a
acesso a qualquer hora. Ser plana, sem edificações, ter marcos de concreto bem definidos
e aprumados na divisa dos lotes. A visão ampla com a possibilidade para visadas de um
único ponto e com o potencial de coletar um maior nível de detalhes para a comparação
das coordenadas dos pontos de checagem levantados pelo método tradicional e pelo
aerolevantamento com o Drone também foram preponderantes. A área de estudo
compreendeu os lotes 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30 da Quadra A, bem como a
Avenida Beira Rio, com a finalidade de cadastrar a guia da avenida (meio-fio), os pontos
de apoio, que seriam materializados tanto no asfalto, como nos canteiros,
calçadas/passeios, caixas de passagem; cadastro das faixas de pedestre , pinturas de faixas
de eixo da avenida e ciclovia; o cadastro de drenagens pluviais e marcos de concreto da
testada dos lotes em ambos os lados da avenida; estes também para servirem de Check
Points (pontos de checagem).

41
Figura 15 - Localização da área em estudo

Fonte: do autor, 2019


Uma vez definido o local de estudo, determinou-se as posições dos pontos de
apoio. Implantou-se 11 pontos de apoio (Controle), sendo 6 pinos de aço cravados
diretamente no asfalto (figuras 16 e 17) e 5 piquetes de madeira cravados em terra nos
fundos dos lotes tendo como ponto notável o prego cravado no centro dos mesmos.

Figura 16 - Pino de aço (ponto de apoio)


Marca: Walsywa;
Comprimento: 30mm;
Diâmetro cabeça: 8mm.

Fonte: do autor, 2019.

Figura 17 - Ponto de Controle (Pino de aço cravado no asfalto)

Fonte: do autor, 2019.


42
Neste dia também materializou-se os pontos de checagem (Check points) para
determinar posteriormente ao processamento, a acurácia do produto gerado pelo
aerolevantamento. Para esses pontos de checagem, aproveitou-se os marcos de concreto
dos lotes tendo o ponto notável o vergalhão de ferro saliente no centro geométrico dos
mesmos e também se materializou os check points através de pinturas no asfalto e nas
tampas de caixas de passagem, conforme podem ser vistas nas figuras 18, 19 e 20.

Figura 18 - Marco de concreto na imagem (Check Point)

Fonte: do autor, 2019.

Figura 19 - Pintura no Asfalto (Check Point)

Fonte: do autor, 2019.

43
Figura 20 - Pintura em Caixa de Passagem (Check Point)

Fonte: do autor, 2019.

3.3 OBTENÇÃO DAS COORDENADAS DE APOIO

3.3.1.1 Rastreio dos pontos de controle

Para o rastreio dos pontos de apoio, utilizou-se um GPS Topográfico Marca


Magellan Professional, modelo Promark 3. (Ver Figura 21) e rastreou-se os 9 (nove)
pontos de apoio já citados tendo uma duração média de rastreio no modo estático de cada
ponto com cerca de 40 minutos. As especificações técnicas podem ser vistas no Anexo G
e a tabela com os dados do processamento no Anexo D.

Figura 21 GPS Magellan – Promark 3

Fonte: do autor, 2019.


44
3.3.1.2 Confecção dos croquis e descarregamento dos dados rastreados

Paralelamente ao rastreio confeccionou-se os croquis da área a ser levantada,


contendo no mesmo, a representação de todas as feições e objetos de interesse, porém
devido ao volume de pontos a serem coletados ignorou-se o croqui e apoiou-se o desenho
apenas no registro da descrição dos pontos, bem como no procedimento sequencial
priorizando o cadastro de um tipo de feição por vez. Ex: Cadastro primeiramente das
calçadas, posteriormente, dos postes e luminárias, em seguida pontos de nível, e assim
por diante.
Encerrou-se o cadastro dos pontos de interesse e voltou-se ao escritório, onde
procedeu-se com o descarregamento dos dados brutos do rastreio estático com o GPS,
salvando-os em pasta e diretório criado para este fim.

3.3.1.3 Processamento dos das coordenadas rastreadas

Para realizar o processamento das coordenadas UTM no Datum Sirgas 2000,


acessou-se a página, no site do IBGE e fez-se o download dos memoriais descritivos das
Bases Fixas (RBMC - Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo) da UFSC
(Universidade Federal de Santa Catarina) e da base situada no Porto de Imbituba-SC.
Também se fez, o download dos arquivos das coordenadas rastreadas pelas bases RBMC
no mesmo período de tempo do rastreio com o GPS Topográfico no modo estático
(Figuras 22 e 23). Esses memoriais descritivos acima citados, contêm os dados dos
valores das coordenadas geodésicas absolutas das bases, disponibilizadas na RBMC
(Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo). Os dados completos dos memoriais
descritivos podem ser vistos nos Anexos A, B e C.

45
Figura 22 - Parcial do Memorial da Base Geodésica da UFSC

Fonte: IBGE – RBMC,2018.


Figura 23 - Parcial da página para download dos dados corrigidos RBMC.

Fonte: IBGE – RBMC, 2018.

Uma vez obtidas as coordenadas absolutas do memorial descritivo, pôde-se


corrigir os valores brutos das coordenadas rastreadas, executando-se um pós-
processamento. Para tal, utilizou-se o Software GNSS Solution, e obteve-se uma precisão
tolerável com valores médios na casa dos milímetros, tendo a menor variância em 6mm
e a maior em 15mm (Ver figura 24). No processamento todas as linhas de triangulação
entre as bases da Rede RBMC e os pontos dos Rastreamentos Estáticos, foram ajustadas
como se pode observar nas linhas destacadas na cor verde. No anexo B podem ser
verificadas as informações completas do rastreamento.

46
Figura 24 - Parcial do Relatório de Processamento das Coordenadas UTM no GNSS-
Solution.

Fonte: do autor,2019.

3.4 ESCOLHA DO SISTEMA DE COORDENADAS (UTM, LTM OU RTM)

Para determinar qual o sistema de coordenadas mais adequado a ser utilizado


no Levantamento Convencional com a Estação Total; em escritório, realizou-se a
transformação das coordenadas UTM em RTM e LTM utilizando o Software Topográfico
GeoOffice. Escolheu-se os pontos “TCC1” e “TCC6 para determinar qual sistema
utilizar, (Ver planta topográfica no anexo I). Com os valores das coordenadas nos três
sistemas supracitados, foi-se a campo e instalou-se a Estação Total no ponto TCC6 e
acessou-se o programa interno do equipamento denominado “Locação”. Primeiramente
inseriu-se as coordenadas UTM do ponto (TCC6) e fez-se visada à ré no ponto TCC1.
Medindo-se posteriormente este mesmo ponto de ré, conferiu-se as coordenadas do ponto
TCC1 medidas no sistema UTM. Em seguida, inseriu-se novamente as coordenadas da
estação, (ponto TCC6), porém agora com as coordenadas transformadas no sistema RTM
e executou-se a medição do ponto TCC1, obtendo-se novas coordenadas N, E, Z em
RTM. Por fim, inseriu-se as coordenadas da estação (ponto TCC6), desta vez, com
coordenadas do sistema LTM e mediu-se o ponto TCC1, obtendo-se as coordenadas N,
E, Z neste sistema. Todas as coordenadas obtidas foram anotadas em planilha para
posterior análise.
Obtidas as coordenadas destes três sistemas, efetuou-se um comparativo das
diferenças nas distâncias planas e altimétricas (x,y,z) utilizando a planilha eletrônica

47
Excel. Constatou-se então, que o melhor sistema a ser adotado para o levantamento
topográfico convencional, seria o UTM, pois apresentou a menor diferença, sendo na casa
dos milímetros. O fato de a área em estudo estar apenas a 4 metros acima do nível do mar,
contribuiu para que a projeção não sofresse variações consideráveis. A tempo, verificou-
se que as coordenadas nos Sistemas RTM e LTM, apresentaram diferenças centimétricas,
portanto foram descartadas, figura 25.

Figura 25 - Diferença obtida nas medições nos Sistemas UTM, RTM e LTM

Fonte: do autor,2019.

48
4 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO CONVENCIONAL

4.1 TRABALHOS DE CAMPO

4.1.1 Preparação para medir o relevo

Para se conseguir otimizar o resultado altimétrico no Levantamento


Topográfico Convencional e para posterior comparação com o Aerolevantamento, optou-
se por fazer a medição do relevo (por ser extremamente plano), através da materialização
de uma malha quadriculada com lados medindo 10,00 metros para se obter como
resultado final, um plano cotado. Para isso, estabeleceu-se primeiramente um ponto de
partida no meio-fio e efetuou-se uma pintura com tinta branca. Com o auxílio de uma
trena de fibra de 30 metros, fez-se pinturas de 10,00 em 10,00 metros até o meio fio em
frente à testada dos lotes dentro da área a ser medida conforme figura 26. Demarcou-se
também de forma paralela nos fundos dos lotes, porém provisoriamente com piquetes de
madeira através do alinhamento de balizas e trena demonstrado na figura 27 Em seguida
esticou-se ao longo do chão um fitilho previamente preparado com nós de 10,00 em 10,00
metros fazendo lances de ida e volta interligando os piquetes e a marcação de tinta no
meio fio, servindo de referência e gerando-se uma malha com linhas paralelas e
ortogonais entre si, possibilitando o cadastro com o uso do bastão, os níveis do terreno de
forma mais homogênea e equidistante.

Figura 26 - Demarcação dos alinhamentos para cadastro do relevo

Fonte: do autor,2019.

49
Figura 27 - Demarcação dos alinhamentos para cadastro do relevo

Fonte: do autor,2019.

4.1.2 Levantamento Topográfico por Interseção à Ré (Recessão)

4.1.2.1 Determinação das coordenadas da Estação

Ainda no mesmo dia, iniciou-se o levantamento topográfico instalando-se


dois bastões revisados e aferidos, um em cada ponto escolhido (TCC1 e TCC6) como
referência para a intersecção à ré. Também se escolheu uma posição estratégica para
instalar o equipamento de forma a obter-se visadas com que se pudesse adquirir as novas
as coordenadas da estação, bem como para irradiar todos pontos a serem cadastrados de
um único local. Escolhido o local da estação, materializou-se este ponto com pino de aço.
Configurou-se de temperatura e pressão atmosférica, inseriu-se a altura do instrumento e
realizou-se a inserção das coordenadas UTM dos já citados pontos servindo como
referência para a intercessão à ré. Usou-se o programa interno da Estação Total, e fez-se
a visada no ponto TCC1 primeira referência e mediu-se o mesmo. Em seguida fez-se
visada no ponto TCC6 medindo-se a segunda referência. A figura 28 mostra os bastões
posicionados sobre os pontos TCC 1 e TCC6. Concluindo-se as medições, o programa
apresentou o desvio padrão e as coordenadas obtidas do novo ponto, conforme figuras 29
e 30. Considerou-se o valor do desvio padrão aceitável na casa dos milímetros e nomeou-
se este novo ponto como “E1”.

50
Figura 28 - Bastões com tripés sobre os pontos TCC1 e TCC6

Fonte: do autor,2019.

Figura 29 - Display da Estação Total com o Desvio Padrão da Resseção

Fonte: do autor,2019.

Figura 30 - Display da Estação Total com a coordenada gerada na Resseção

Fonte: do autor,2019.

51
4.1.2.2 Levantamento por Coleta de dados

Determinadas as coordenadas da Estação, iniciou-se as irradiações dos pontos


de interesse através do programa “Coleta de Dados”. Realizou-se as visadas e as medições
das feições, sendo gravados os valores de ângulos (horizontais e verticais) e distâncias na
memória interna do equipamento. Neste levantamento convencional cadastrou-se o meio-
fio, caixas de drenagem, faixas de pedestre, faixas do eixo da rua, caixas de passagem,
taludes do canal de drenagem, calçadas, luminárias, os pontos de apoio (controle e check
points).

4.1.2.3 Processamento e importação dos dados coletados

Ao finalizar os trabalhos de campo retornou-se ao escritório e descarregou-se


os dados coletados processando-os no Software Topográfico GeoOffice V2 2008. Gerou-
se então uma planilha com os dados de ângulos, distância, cota e coordenadas, figura 31.
No GeoOffice gerou-se também a malha triangular da superfície do terreno e as curvas
de nível, figuras 32, 33 e 34. Exportou-se em seguida desenho com os pontos e as curvas
nível no formato “.dxf ” e por sua vez abriu-se e editou-se no AutoCad 2007. Renomeou-
se o desenho salvando-o no formato “.dwg”.

Figura 31 - Parcial da planilha de processamento das coord. no GeoOffice

Fonte: do autor,2019.
52
Figura 32 - Triangulação da superfície gerada no GeoOffice

Fonte: do autor,2019.

Figura 33 - Curvas de nível geradas no GeoOffice

Fonte: do autor,2019.

53
Figura 34 - Curvas de nível importadas para o AutoCad 2007

Fonte: do autor,2019.

4.1.2.4 Edição gráfica do Levantamento Convencional

Como já mencionado, devido a quantidade de detalhes e pontos a serem


coletados, ignorou-se o croqui elaborado realizou-se o cadastro inserindo-se a descrição
na gravação dos pontos coletados. Cada ponto ou feição cadastrada foi vinculada ao seu
respectivo nome (número), valor de cota (nível) e descrição, conforme podem ser vistas
nas figuras 35 e 36. Gerou-se neste processo, informações planimétricas, bem como a
geração da representação altimétrica através de curvas de nível. Mediante este trabalho
pode-se gerar uma planta topográfica com os detalhes pertinentes conforme pode ser visto
no Anexo I.

Figura 35 e 36 - Pontos topográficos do Lev. Convencional sobre o ortomosaico e detalhe


ampliado do ponto topográfico.

Fonte: do autor,2019.

54
5 LEVANTAMENTO AEROFOTOGRAMÉTRICO COM DRONE

5.1 PREPARAÇÃO E LOGÍSTICA

Realizou-se o Aerolevantamento utilizando-se um Drone Quadricóptero


marca DJI, modelo Phanton 4 Pro. Porém antes de ir a campo fez-se necessário uma
preparação logística de materiais e equipamentos, bem como a escolha de dia e hora
(janela de voo) para execução do trabalho.

5.1.1 Escolha do GSD

Tendo como objetivo medir e comparar a precisão alcançada entre o


levantamento convencional com Estação Total e o realizado com Drone, optou-se por ter
uma representação do terreno em cada pixel (GSD), em uma escala que pudesse fornecer,
uma melhor resolução para aproximação e pontaria durante a vetorização da ortofoto
gerada. Para tanto, adotou-se um GSD de 2cm/pixel. Inseriu-se o valor desejado na coluna
do GSD e na planilha calculou os valores de altura de voo conforme figura 37, chegando-
se ao valor de 71,00 metros.

Figura 36 - Cálculo da altura de voo informando o GSD desejado

Fonte: modificado Droneng,2019

5.1.2 Plano de voo (missão)

Realizou-se “voos cruzados”, consistindo em se fazer um plano de voo numa


direção e outro com direção perpendicular ao anterior, para melhorar a captura e
sobreposição das imagens, consequentemente melhorando a qualidade final do

55
processamento. Programou-se os planos de voo utilizando-se a plataforma (App)
chamada DroneDeploy para Smartphone com sistema operacional Android.

No aplicativo citado, pôde-se:


 Delimitar a área das missões de voos cruzados que apesar de a área de
estudo ser de 1ha; os planos abrangeram uma área de 3ha devido ao avanço
lateral na área a ser medida garantindo maior qualidade no processamento,
com maior sobreposição pois as imagens das beiradas ficam prejudicadas
no quesito sobreposição, como pode ser visto na figura 38;
 Altitude de voo correspondente ao GSD desejado (apesar de o cálculo na
planilha ter sido 71,00m; adotou-se o valor de 66,00m calculado para GSD
de 2cm/pixel pelo App DroneDeploy. O tempo estimado para a missão 1
foi de 7:39 minutos, 113 imagens e o tempo estimado para a missão 2 foi
de 8:05 minutos, 112 imagens. Ambos com uso de uma bateria, figura 39;
 Sobreposição das imagens nas missões 1 e 2, que foram configuradas para
80% de sobreposição frontal (Front Overlap) e lateral (Side Overlap). A
velocidade de voo de 5m/s, figura 40;

Figura 37 - Delimitação da área das Missões 1 e 2

Fonte: do autor,2019.

56
Figura 38 - Configurações dos parâmetros da Missão 1

Fonte: do autor,2019.

Figura 39 - Configurações dos parâmetros da Missão 2

Fonte: do autor,2019.

57
5.1.3 Pontos de Apoio

Antes do voo das missões 1 e 2 materializou-se os Alvos, ou seja; os pontos


de apoio (controle e check point). Executou-se de duas formas: com pinturas no chão e
chapas sinalizadoras confeccionadas em ACM adesivadas e enumeradas de 1 a 9 nas cores
vermelho, branco e preto; tendo dimensões 50 x 50 cm, conforme figuras 41 e 42.
Escolheu-se a posição e cada ponto de apoio, bem como a quantidade de forma a
densificar os apoios ao processamento das imagens de forma tal, a obter-se um resultado
otimizado sem levar em conta a produtividade ou custo benefício do método adotado.

Figura 40 - Alvo (Chapa de ACM adesivadas posicionada sobre o ponto de controle)

Fonte: do autor,2019.

Figura 41 - Chapa e pinturas sobre os pontos de apoio

Fonte: do autor,2019.
58
5.1.4 Janela de Voo

Determinou-se a janela de voo, considerando-se as condições climáticas


(insolação, vento e horário). Para esse feito, acessou-se o site “sunrise and sunset.com”,
e determinou-se o horário do nascer do sol e pôr do sol do dia agendado para o voo e
definiu-se a janela ideal de voo como sendo 3 horas antes e 3 horas depois do meio dia
(sol à pino) onde houve a maior exposição zenital de luz e menos incidência de sombra,
conforme pode ser visto nas figuras 43 e 44.
Figura 42 - Consulta do nascer e pôr-do-sol conforme o local de estudo

Fonte: Sunrise-and-sunset,2019.

Figura 43 - Consulta ao horário do nascer e pôr-do-sol para o dia das missões de voo

Fonte: Sunrise-and-sunset,2019.

59
Inserindo-se os valores de nascer e pôr-do-sol na planilha Excel e
considerando-se um intervalo de 3 horas antes e depois do horário de sol à pino, conforme
figura 45, obteve-se uma janela de voo iniciando às 10:20:30s e finalizando às 16:20:30s.
De posse destes dados, foi-se a campo e executou-se o voo as 12:21:00. A figura 46,
ilustra a janela de voo.
Figura 44 - Cálculo da janela de voo (intervalo total de 6 horas)

Fonte: modificado Droneng,2019.

Figura 45 - Ilustrativo janela de voo

Fonte: modificado Droneng,2019.

5.1.5 Solicitação de autorização de Voo

Antes de se realizar um voo em que a altitude interfira no espaço aéreo, se faz


necessário pedir autorização de voo ao DECEA (Departamento de Controle do Espaço
Aéreo) através de um cadastro na página do SARPAS (Solicitação de Acesso de
60
Aeronaves Remotamente Pilotadas - RPAS). Porém como a altitude de voo foi
relativamente baixa (66 metros), não interferindo assim no tráfego aéreo, declinou-se
dessa solicitação.

5.2 PROCEDIMENTO EM CAMPO E EXECUÇÃO DO VOO

5.2.1 Preparação dos pontos de apoio

Antes do voo da missão propriamente dita, reforçou-se as pinturas dos pontos


de apoio no asfalto, caixas de passagens e marcos de concreto. Posicionou-se
criteriosamente as chapas sinalizadoras sobre os pontos de apoio materializados por pinos
de aço e piquetes, tomando-se o cuidado de que o orifício central da chapa coincidisse
com o centro geométrico do pino de aço ou com o prego galvanizado cravado no piquete
de madeira.

5.2.2 Preparação de pré-voo e voo com o Drone

Antes da execução das missões, fez-se montagem as hélices e conexão da


bateria no drone. Também se fez a conexão via USB da controladora ao Smartphone.
Efetuou-se conexão via Bluetooth entre o drone e a controladora. Configurou-se o pré-
voo do drone utilizando a plataforma DJI GO 4, onde fez-se a calibração da bússola do
drone, e a determinação do Home point (ponto de retorno), o qual permite que o drone
retorne de forma autônoma ao ponto origem de decolagem caso a bateria esteja abaixo do
nível ideal ou haja algum outro problema de risco ou pane. Este sistema de segurança
também pode ser acionado manualmente pelo piloto a qualquer momento que julgue ser
necessário.
Uma vez configurado o drone, fechou-se o App DJI GO 4 e acessou-se o App
DroneDeploy. Escolheu-se a primeira missão já configurada e deu-se início ao voo
autônomo. Logo em seguida ao pouso da primeira missão, realizou-se a segunda missão
(voo cruzado) da mesma forma. Uma vez finalizados os voos, guardou-se os
equipamentos e os alvos e retornou-se a escritório para descarregar as 255 imagens
capturadas. A figura 47 exibe uma amostra das imagens capturadas.

61
Figura 46 - Parcial das imagens capturadas pelo drone

Fonte: do autor,2019.

5.3 PROCESSAMENTO DAS IMAGENS AÉREAS

5.3.1 Descarregamento dos dados

Após o levantamento aéreo, já em escritório conectou-se o drone ao


computador e descarregou-se as imagens contidas no cartão de memória inserida no
drone. Uma vez descarregados os dados, criou-se diretórios, pastas e organizou-se os
dados de entrada (Input), os de saída (output); produtos gerados (superfícies, curvas e
ortomosaico). No Agisoft Photoscan, importou-se as referidas imagens (dos dois voos) e
também se importou as coordenadas dos pontos de apoio; tanto os de controle quanto os
de checagem.

5.3.2 Configuração e transformação do Sistema de Coordenadas

Em cada imagem capturada pelo drone, fica registrada no “log de voo” as


informações contendo as coordenadas posicionais do pixel central da foto e o ângulo da
tomada da foto (para o Vant com sensor embarcado apontado para frente ou em ângulo).
No caso do drone, como a câmera fica voltada para baixo, na vertical, ou seja, ortogonal

62
ao sentido do voo; a correção das imagens referente ao ângulo da tomada da foto não se
faz necessário, tanto que no log de voo das imagens do drone não se obtém essas
informações. As coordenadas das imagens são coordenadas geográficas (longitude e
latitude) oriundas de uma placa embarcada de GPS de navegação que obtém as
coordenadas GNSS com erros posicionais variando de centímetros à metros, podendo
chegar até a mais de 30m. Por isso a importância do uso dos pontos de apoio que servem
de parâmetros de correção desses erros posicionais.
Como as imagens contém coordenadas geográficas e os pontos de apoio
coordenadas UTM, efetuou-se a configuração no software mudando para sistema de
coordenadas UTM com Datum sirgas 2000, zona 22 Hemisfério Sul. Também se realizou
a transformação das coordenadas das imagens de Geográficas para UTM. Durante o
processamento do alinhamento das fotos, utilizou-se apenas os pontos de controle (TCC1
ao TCC 11) e não os Check points (CH1, CH2, ... ... CH30), usados apenas para a
verificação da qualidade do trabalho. Isto para não influenciar no processamento,
conforme pode ser visto nas figuras 48 e 49.

Figura 47 - Diferença entre os sistemas de coordenadas e a precisão posicional

Fonte: do autor,2019.

63
Figura 48 - Coordenadas das imagens transformadas para UTM

Fonte: do autor,2019.

5.3.3 Edição e avaliação das imagens

Nesta etapa realizou-se a verificação de imagens com:


 Desfocagem (sem nitidez);
 Arrastamento (borrão ou efeito fantasma);
 Brilho (imagens com diferenças grande de tonalidade de brilho).

Esses defeitos por causa do contraste podem gerar confusão no software na


hora de avaliar e sobrepor os pontos homólogos das imagens. Portanto, para identificar
quais imagens continham defeitos, realizou-se uma estimativa da qualidade das imagens
habilitando na planilha no console do software uma coluna com os valores de qualidade.
Como os valores de qualidade apresentados foram todos acima de 0,5, nenhuma foto foi
descartada, como demonstrado na figura 50 a seguir. Já as imagens que ficaram nas
bordas da área medida, as que foram capturadas nas curvas durante o voo, por exemplo,
faram descartadas por serem pobres em sobreposições, portanto prejudiciais para
otimização e qualidade, bem como causadoras do aumento do tempo de processamento.

64
Figura 49 - Estimativa da qualidade das imagens

Fonte: do autor,2019.

Também se realizou o ajuste do brilho de forma automática, deixando todas


imagens com o mesmo percentual de brilho. Usou-se a ferramenta “Set Brightness” do
software para isso, ficando todas com 85% de brilho.

5.3.4 Configuração de parâmetros, 1º Alinhamento das imagens e Pontaria dos


pontos de apoio

Nesta etapa realizou-se a configuração dos parâmetros de referência, figura


51. O Datum em SIRGAS 2000, zona 22 Sul, as precisões lineares, angulares das câmeras
e dos pontos de apoio, bem como das posições dos pixels.

Figura 50 - Parâmetros para o alinhamento das imagens

Fonte: do autor,2019.

65
Executou-se um primeiro alinhamento de imagens em baixa qualidade para
se otimizar o tempo e se ter como realizar a pontaria dos pontos de apoio sobre os alvos.
Após processado o referido alinhamento, efetuou-se os ajustes (pontarias) dos pontos de
apoio identificados como bandeirinhas (na cor cinza) no Agisoft, movendo-as das suas
posições deslocadas na imagem para a posição correta identificada nas imagens pelos
alvos pintados e/ou em chapas sinalizadoras. Depois disso, o software ajustou a
coordenada daquele pixel baseado na coordenada correta do ponto de apoio, ajustando
por conseguinte todos outros pixels da imagem, tornando-a georreferenciada
hierarquicamente sob a precisão dos pontos de apoio. Verificou-se que após o
posicionamento da bandeirinha, que ela mudou da cor cinza para a cor verde indicando
que já havia sido feito a pontaria.
Realizou-se a pontaria em todos os pontos de controle em todas as imagens e
efetuou-se um segundo alinhamento de imagens, só que desta vez com precisão elevada,
onde o programa usou os pontos de controle para corrigir a posição das imagens e
realinhá-las também através dos pontos homólogos. A figura 52 mostra a posição
deslocada das bandeirinhas no primeiro alinhamento e estão indicadas pelas setas
vermelhas e a posição corrigida pelas setas azuis.

Figura 51 - Ajuste das imagens aos pontos de controle

Fonte: do autor,2019.

66
Na figura 53, pode-se notar que, quando a bandeirinha é posicionada sobre o
ponto de controle (setas Azuis) no console, em baixo na janela de fotos, a bandeirinha
muda para a cor verde em sinal de que naquela imagem já foi realizada a pontaria (seta
vermelha).

Figura 52 - Imagem ajustada aos pontos de controle

Fonte: do autor,2019.

5.3.5 2º Alinhamento das imagens

Após a realização das pontarias nos pontos de controle em todas a imagens,


realizou-se o 2º alinhamento de fotos sendo que este agora, em qualidade elevada. Neste
processo o software buscou pelos pontos homólogos das imagens e realizou o encaixe e
sobreposição das imagens com mais precisão tendo como referência os pixels sobre os
quais estão situados os pontos de apoio com coordenadas corretamente georreferenciadas.

5.3.6 Otimização das imagens

Realizou-se a otimização das imagens através da seleção gradual e otimização


de câmera. Na seleção gradual, fez-se a seleção e exclusão dos pontos com “ruídos”, o
primeiro dele foi o erro de reprojeção. A quantidade de pontos gerados no ultimo

67
alinhamento de fotos foi de 178.186,00 pontos e destes, selecionou-se 17.818,00 pontos
(10%), conforme podem ser vistos na figura 54 destacados na cor rosa. Em seguida, como
mostra a figura 55, selecionou-se também 10% dos erros de reconstrução, excluindo-os
também. E finalmente selecionou-se e excluiu-se 3% dos pontos contendo erro de
acurácia, Figura 56. Todos esses parâmetros foram indicados pela empresa Droneng, que
é a representante oficial da Agisoft no Brasil. Por fim nesta etapa realizou-se a otimização
do alinhamento das imagens, onde quase todos os parâmetros que o software utiliza para
a otimização, foram utilizados. A figura 57 mostra os parâmetros que não aparecem
habilitados, é porque não foram encontrados erros relativos a eles.

Figura 53 - Seleção gradual (10% o erro de reprojeção)

Fonte: do autor,2019.

Figura 54 - Seleção Gradual (10% de erro de reconstrução)

Fonte: do autor,2019.
68
Figura 55 - Seleção Gradual (3% de erro de precisão da projeção)

Fonte: do autor,2019.

Figura 56 - Otimização do alinhamento das imagens

Fonte: do autor,2019.

69
5.3.7 Análise da acurácia do projeto

Finalizada a otimização das câmeras, ou seja, da nuvem de pontos


processados, gerou-se um relatório para analisar a precisão alcançada no processamento.
Pode-se constatar no relatório da correção dos pixels nos alvos representando os pontos
de controle, que os mesmos sofreram ajustes posicionais ficando entre 2 e 8 cm,
representados por elipses variando de tons da cor verde ao vermelho, conforme pode ser
visto na figura 58. Também pode-se verificar, na figura 59, que o vetor resultante do erro
(x,y), ficou no valor de 1,04cm e o erro altimétrico (z) ficou no valor de 4,18cm. O
Relatório completo pode ser visto no Anexo E.
Os erros apontados, ou seja, a precisão alcançada pode ser considerada
aceitável conforme a regra de controle de qualidade em precisões de escala de
mapeamento aéreo que, segundo Grahan e Koh (2002) ¹, pode ser considerado preciso,
um valor 2 ou 3 vezes o valor do GSD. Na prática convencionalmente para otimização
do resultado adotou-se 1 a 1,5 vezes o valor do GSD para planimetria (6) e 2 a 3 vezes o
GSD para altimetria (7). No estudo em questão, como GSD foi de 2cm/pixel, e pode-se
constatar que tanto o erro planimétrico quanto o altimétrico nos Check points foram
aceitáveis, ficando abaixo da tolerância.

Tolerância Planimétrica (x,y):


1 ,5 𝑥 2𝑐𝑚 = 3𝑐𝑚 > 0,988𝑐𝑚 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (6)

Tolerância altimétrica (z):


3 𝑥 2𝑐𝑚 = 6𝑐𝑚 > 4,885𝑐𝑚 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (7)

As tolerâncias planimétricas e altimétricas podem ser vistas na figura 59 na pág. 71.

____________________________
1 GRAHAN e KOH. Autores citados pela Droneng Drones & Engenharia, durante o curso pago, ministrado
on-line: “Topografia com Drone em ambiente urbano”, como referência para os parâmetros de análise de
precisão no processamento de imagens para aerofotogrametrias.

70
Figura 57 - Indicativo dos deslocamentos dos pontos de controle

Fonte: do autor,2019.

Figura 58 - Precisão do processamento dos pontos de controle e dos Check points

Fonte: do autor,2019.

5.3.8 Densificação da nuvem de pontos

Na etapa anterior, a de seleção gradual, expurgou-se os pontos “defeituosos”


que afetariam a qualidade do produto final e ponderou-se sobre a aceitação ou não do
processamento mediante análise do relatório. Com essa etapa já superada e, com os erros
dentro da tolerância, seguiu-se para a etapa da densificação da nuvem de pontos. Este
71
processo, tratou-se de duplicar várias vezes os pontos corretos da nuvem gerada no
processamento, fechando os espaços vazios sejam eles gerados pela exclusão dos pontos
considerados defeituosos durante o processamento ou não. Porém antes, reduziu-se a área
total da nuvem de pontos para apenas a área de interesse através de um cubo ajustável no
software delimitando-se apenas a área de interesse e excluindo-se deste processamento
de área excedente capturada pelas imagens.
A densificação da nuvem de pontos nada tem a ver com a precisão do
trabalho, mas com o distanciamento mínimo entre os pontos que compõem a nuvem.
Neste processo, os pontos passaram de 275.308,00 para 3.583.334,00 pontos. Um
aumento considerável de 1.301,57%, conforme figuras 60 e 61.
Para a densificação, o software permite 5 opções de escolha onde se define os
espaçamentos entre os pontos da nuvem, são eles:
 Ultraelevada ___(espaçamento igual ao valor do GSD);
 Elevada_______(espaçamento 2 vezes o valor do GSD);
 Média________ (espaçamento 4 vezes o valor do GSD);
 Baixa________ (espaçamento 8 vezes o valor do GSD);
 Muito Baixa___ (espaçamento 16 vezes o valor do GSD).

Quanto mais elevada, mais demora o processamento. Para este trabalho,


escolheu-se a opção “Elevada”, onde obteve-se o espaçamento médio de 4cm entre
pontos.
Figura 59 - Nuvem de pontos antes da densificação (275.308,00 pontos)

Fonte: do autor,2019.
72
Figura 60 - Nuvem de pontos após a densificação (3.583.334,00 pontos)

Fonte: do autor,2019.

5.3.9 Classificação dos pontos da nuvem de pontos

A classificação da nuvem de pontos se deu de duas formas, a saber:


Classificação Automática, onde o software executa uma estimativa e Classificação
Manual onde o operador seleciona as regiões e as classifica.

5.3.9.1 Classificação Automática

Terminada a densificação da nuvem de pontos e antes de gerar os produtos


3D (MDS e MDT), realizou-se a classificação dos pontos da superfície gerada. Primeiro
executou-se uma classificação automática, onde alguns parâmetros foram configurados
para que o software realizasse esta tarefa. Como processamento inicial, adotou-se o modo
elevado; cujas as imagens foram utilizadas na escala de 1:1, ou seja, as imagens e pixels
em seus tamanhos originais sem redução ou expansão do tamanho ou número de pixels.
No Agisoft Photoscan para realizar esta classificação automática levou-se em
conta 3 parâmetros aos quais devem ser integralmente satisfeitos, sem exceção. Tudo o
que extrapolou esses três parâmetros o software considerou como não sendo terreno. São
eles:

73
 Ângulo Máximo (ângulo médio de inclinação do terreno);
 Distância Máxima (Altura máxima de um objeto);
 Tamanho Máximo (comprimento máximo de um objeto).

Para se obter as informações do chamado “Ângulo Máximo”, que na verdade


trata-se da declividade máxima, pois o valor inserido é um percentual; utilizou-se a
ferramenta Google Earth, onde traçou-se uma polilinha cruzando o terreno em todas as
direções usando a ferramenta “Adicionar caminho”. Em seguida habilitou-se a vista
“Mostrar perfil de elevação”, e obteve-se o valor aproximado da inclinação média do
terreno em percentual. O Perfil apresentou o valor de 0,3%. (Ver figura 62).

Figura 61 Perfil de elevação obtido no Google Earth Pro

Fonte: do autor,2019.

Em sequência inseriu-se o valor de 0,3% no parâmetro “Ângulo Máximo”. Já


o valor da “Distância Máxima”, arbitrou-se um valor que fosse abaixo da altura do menor
objeto identificado em campo. E finalmente o “Tamanho Máximo”, foi obtido medindo-
se o maior objeto na superfície “Dense Cloud” (nuvem de pontos densa).
Após algumas tentativas de classificação automática reajustando os valores
dos parâmetros, os valores que mais se aproximaram da realidade foram:
74
 Ângulo Máximo (Declividade) = 0,2%;
 Distância Máxima (Altura) = 0,10m;
 Tamanho Máximo (Comprimento) = 4,00m.

O resultado da classificação automática pode ser visto na figura 63 abaixo,


onde pode-se observar a superfície do terreno na cor marrom e todas as demais superfícies
que não foram consideradas terreno na cor branca.

Figura 62 - Classificação automática da nuvem de pontos

Fonte: do autor,2019.

5.3.9.2 Classificação Manual

Constatou-se que o resultado da “Classificação Automática” não foi


satisfatório, então executou-se a “Classificação Manual” da nuvem de pontos densa.
Classificou-se as regiões das nuvens de pontos conforme os objetos aos quais eles
representam. Na figura 64 pode-se observar que na cor vermelha classificou-se objetos
como construções e afins; nas cores verde e variações de tom como vegetação alta, médio
e baixa; na cor marrom terreno e na cor azul classificou-se a água. Essa classificação foi
importante pois na hora de gerar os modelos de superfície, as referidas classes foram

75
habilitadas ou desabilitadas para gerar o Modelo Digital de Superfície (MDS) e o Modelo
Digital do Terreno (MDT) e essas informações podem ser vistas nas figuras 65 e 66.

Figura 63 - Classificação manual da nuvem de pontos

Fonte: do autor,2019.

Figura 64 - Modelo Digital de Superfície (MDS)

Fonte: do autor,2019.

76
Figura 65 - Modelo Digital de Terreno (MDT)

Fonte: do autor,2019.

5.3.10 Texturização do Modelo Tridimensional

5.3.10.1 Texturização do MDS e Construção do Modelo Digital de Elevação (DEM)

A figura 67 mostra o processamento de texturização realizada a partir do


modelo tridimensional do MDS. Imediatamente a este processo, gerou-se o modelo
digital da superfície contento todas as informações, tanto do terreno quanto dos objetos
sobre ele. Trata-se de uma representação superficial em cores hipsométricas de tudo que
existe na área levantada, que podem ser vistas nas figuras 67 e 68. Já na figura 69, pode-
se observar o “Ortomosaico Verdadeiro” gerado a partir da DEM (Modelo Digital de
Elevação).

Figura 66 - Texturização do MDS

Fonte: do autor,2019.

77
Figura 67 Modelo Digital de Elevação (DEM) a partir do MDS – Cores Hipsométricas

Fonte: do autor,2019.

Figura 68 - Ortomosaico Verdadeiro ou Real

Fonte: do autor,2019.

5.3.10.2 Construção do Modelo Digital de Elevação (DEM) do MDT.

Realizou-se da mesma forma texturização do MDS e a construção da DEM.


Gerou-se as curvas de nível através da DEM pelo fato de representar apenas o terreno, e
foram geradas em intervalos de 10 em 10 cm. A DEM e as curvas de nível geradas, podem
ser vistas nas figuras 70 e 71 respectivamente.

78
Figura 69 - Modelo Digital de Elevação (DEM) a partir do MDT – Cores Hipsométricas

Fonte: do autor,2019.

Figura 70 - Curvas de nível – intervalo de 10cm

Fonte: do autor,2019.

79
5.3.11 Geração do Ortomosaico Convencional

Da mesma forma após gerar a DEM do MDT, procedeu-se com a geração do


“Ortomosaico Convencional”, do qual pode-se extrair as informações de medidas
lineares, angulares e altimétrica do terreno através das imagens ortoretificadas. Abaixo
temos a figura 72 com o Ortomosaico gerado.

Figura 71 - Ortomosaico Convencional a partir do MDT

Fonte: do autor,2019.

5.4 OBTENÇÃO DAS INFORMAÇÕES DE MEDIDAS E COORDENADAS

5.4.1 Identificação dos Check Points no ortomosaico

Após a geração do ortomosaico ortoretificado, ou seja, tratado para minimizar


as distorções, pode-se notar uma boa resolução de imagem possibilitando uma ótima
acurácia na hora de fazer a pontaria nos objetos utilizados como Check Points. Pode-se
notar, conforme figuras 73 e 74, que mesmo aproximando-se o zoom 28,7 vezes, a
resolução da imagem se manteve nítida distinguindo-se bem os pixels identificando –se
com precisão o centro do objeto representado pela junção dos pixels.

80
Figura 72 - Marco de concreto na ortofoto

Fonte: do autor,2019.

Figura 73 - Centro geométrico do marco de concreto – zoom de 28,7 vezes

Fonte: do autor,2019.

81
5.4.2 Geração do Shape com pontaria nos Check points

Para se obter os valores de coordenadas dos 30 Check Points no “Ortomosaico


Convencional” gerado no processamento, utilizou-se a ferramenta Shape, criando uma
polilinha interligando todos os pontos de interesse conforme verifica-se nas figuras 75 e
76. Não se teve grandes dificuldades na pontaria pois a resolução permitiu uma boa
aproximação e identificação do centro geométrico do objeto no mesmo ponto ou feição
medida pelo método convencional com Estação Total.

Figura 74 - Shape unindo os Check Points

Fonte: do autor,2019.

Figura 75 - Detalhe ampliado do Shape passando pelo centro do Check Point

Fonte: do autor,2019.
82
5.4.3 Obtenção das coordenadas dos Check points

Na etapa anterior realizou-se duas sequencias de pontarias, utilizando-se a


ferramenta gerando Shapes que consistiu-se de duas polilinhas distintas, uma de cada vez
para se ter uma média, passando pelos Check Points. Ambas as Shapes foram exportadas
em arquivo “.dxf ” e renomeadas para Shape 1 e Shape 2. Após a importação das mesmas
para o AutoCad, criou-se pontos topográficos nos vértices, cuja posição de cada vértice,
coincidiu com o centro geométrico de cada Check Point anteriormente cadastrado pelo
método convencional por Estação Total. Exportou-se estes pontos, gerando duas
cadernetas de coordenadas x,y,z na extensão “.txt”, que por sua vez foram abertas na
planilha eletrônica Excel. A planilha contendo o comparativo dos valores de coordenadas
do Levantamento Convencional e o realizado com o Drone podem ser apreciados na
figura 77, pág. 84.

83
Figura 76 - Cálculo comparativo das diferenças de coordenadas entre os métodos utilizados

Fonte: do autor,2019.

84
6 ANÁLISE DA ACURÁCIA HORZIONTAL E VERTICAL DO
LEVANTAMENTO COM O DRONE EM RELAÇÃO AO TRADICIONAL

6.1 AVALIAÇÃO ESTATÍSTICA

6.1.1 Generalidades

Para a realização da avaliação estatística das medidas obtidas por meio do


aerolevantamento com o drone em relação às obtidas pelo método tradicional por Estação
Total, utilizou-se as coordenadas obtidas através dos dados dos 30 Check Points já
mencionados. Utilizando-se planilha eletrônica Excel, comparou-se as diferenças entre a
média das coordenadas de duas “pontarias” (determinações gráficas) nos Check Points sobre
ortomosaico, com as coordenadas obtidas pelo levantamento topográfico convencional,
conforme figura 77 já mencionada.
Assim, com esses dados, iniciou-se a análise estatística para verificar a acurácia.
Dos 30 Check Points, descartou-se cinco deles: um por discrepâncias nas coordenadas
horizontais e quatro por discrepâncias nas coordenadas verticais. Estes pontos foram
descartados em razão de ter se avaliado que a suas probabilidades de voltarem a acontecer em
trabalhos semelhantes, seriam menores do que 2%.
Então pelo fato de se ter um remanescente de 25 dos 30 pares de coordenadas
(horizontais e verticais) e sendo um “n” estatisticamente pequeno, optou-se por utilizar o
método de distribuição de probabilidades t-Student.
Ao mesmo tempo, o nível de significância adoptado foi de 0,05 (5%); o que para
testes de hipótese bilaterais, significa comparar os p-valores, resultados dos testes estatísticos
com a metade desse valor 0,025 (2%) e o nível de confiança adotado para todas os cálculos
de inferência estatística foi de 0,95 (95%).
Prévio ao início das análises dos erros planimétricos e altimétricos, verificou-se
se eles eram independentes ou não, o que foi realizado a partir da análise de correlação de
Pearson (r), o qual apresentou um valor de 0,04 com um p-valor de 0,86: o primeiro valor,
quase zero, indica a inexistência de correlação entre eles, e o p-valor maior do que 0,025,
garante que esse valor de correlação é causal e não fruto, apenas, de casualidade. Além disso,
ambos valores em conjunto, garantem a independência dos erros horizontais e verticais.

85
6.1.2 Análise estatística das coordenadas horizontais

Na figura 78 pode-se observar, o relatório gráfico-analítico dos valores do resumo


estatístico das clássicas análises descritivas e inferenciais para um conjunto univariado de
dados, realizado com o software estatístico já indicado.

Figura 77 - Resumo estatístico para coord. horizontais obtidas em campo

Relatório Resumo para Coordenadas Horizontais


Teste de normalidade de Anderson-Darling
A-Quadrado 0.27
Valor-p 0.661
Média 0.012280
DesvPad 0.004383
Variância 0.000019
Assimetria 0.447099
Curtose -0.179537
N 25
Mínimo 0.005000
1o. Quartil 0.009000
Mediana 0.012000
3o Quartil 0.015000
Máximo 0.022000
Intervalo de 95% de Confiança para Média
0.005 0.010 0.015 0.020 0.010471 0.014089
Intervalo de 95% de Confiança para Mediana
0.010000 0.013802
Intervalo de 95% de Confiança para DesvPad
0.003422 0.006097

Intervalos de 95% de Confiança

Média

Mediana

0.010 0.011 0.012 0.013 0.014

Fonte: do autor,2019.

A partir da análise da figura anterior, pôde-se concluir que os dados apresentam


normalidade, como esperado para um conjunto de valores que representam erros,
fundamentalmente, do tipo aleatório. O teste de normalidade Anderson-Darling apresentou
um p-valor maior que 0,025, pelo qual se pode rejeitar a hipótese nula do teste (os dados não
são normais) em favor da hipótese alternativa (os dados são normais). Esta situação também
pode ser vista graficamente no histograma da figura 78 (probabilidades práticas) sobreposto à
curva normal (probabilidade teórica) para os dados analisados.

86
A média dos erros (acurácia do trabalho, considerando os dados do levantamento
de campo como valores reais), resultou em 0,012m e o intervalo de confiança resultou em
dentre 0,010 e 0,014m, com um erro padrão da média de 0,002m, o que expressado na
linguagem tradicional da Estatística, resulta:

IC(95%) = (0,010; 0,014) = 0,012 ± 0,002 = P(0,010 ≤ µ ≤ 0,014) = 0,95. (8)

E quanto ao desvio padrão (0,004m com um erro padrão 0,001m) para o mesmo
nível de confiança se obteve o seguinte intervalo de confiança:

IC(95%) = (0,003; 0,005) = 0,004 ± 0,001 = P(0,003 ≤ σ ≤ 0,005) = 0,95. (9)

Assim, pôde-se concluir que a acurácia para o as coordenadas planimétricas foi,


na média, de 12mm com um erro padrão de ±2mm.
Sendo esta acurácia, geralmente, adequada para a maior parte dos trabalhos
planimétricos como levantamento de ruas, edificações, alinhamentos de divisas, bem com “as
built” de obras já executadas para finalidades diversas.

6.1.3 Análise estatística das coordenadas verticais

Na figura 79, novamente, pode-se observar o relatório gráfico-analítico dos


valores de resumo estatístico das clássicas análises descritivas e inferenciais para um conjunto
univariado de dados, neste caso, para os erros altimétricos.

87
Figura 78 - Resumo estatístico para coord. verticais obtidas em campo

Relatório Resumo para Coordenadas Verticais


Teste de normalidade de Anderson-Darling
A-Quadrado 0.74
Valor-p 0.046
Média -0.028440
DesvPad 0.045923
Variância 0.002109
Assimetria 0.520059
Curtose -0.683483
N 25
Mínimo -0.108000
1o. Quartil -0.065000
Mediana -0.041000
3o Quartil 0.009000
Máximo 0.061000
Intervalo de 95% de Confiança para Média
-0.100 -0.075 -0.050 -0.025 0.000 0.025 0.050 -0.047396 -0.009484
Intervalo de 95% de Confiança para Mediana
-0.062802 -0.006792
Intervalo de 95% de Confiança para DesvPad
0.035858 0.063886

Intervalos de 95% de Confiança

Média

Mediana

-0.060 -0.045 -0.030 -0.015 0.000

Fonte: modificado t-Student,2019.

Neste caso o teste de normalidade Anderson-Darling, já utilizado anteriormente,


apresentou um resultado favorável, indicando que estes valores também são normais. Esta
situação também pode ser visualizada graficamente na curva normal da figura 79.
A média dos erros altimétricos (acurácia do trabalho) resultou numa média de -
0,028m e o intervalo de confiança resultou em dentre -0,047 e -0,009m, com um erro padrão
da média de 0,019m:

IC(95%) = (-0,047; -0,009) = -0,028 ± 0,019 = P(-0,047 ≤ µ ≤ -0,009) = 0,95. (10)


E quanto ao desvio padrão (0,046m com um erro padrão 0,014m) para o mesmo
nível de confiança se obteve o seguinte intervalo de confiança:

IC(95%) = (0,036; 0,064) = 0,046 ± 0,014 = P(0,036 ≤ σ ≤ 0,064) = 0,95. (11)

88
É importante de se salientar também que houve simetria dos dados, pelo fato de
haver semelhança da média com a mediana, (valor da assimetria = 0,52).
Desta forma, pode-se concluir que a acurácia para o as coordenadas altimétricas
foi, na média, de -28mm com um erro padrão de ±19mm.

Observação:
No caso da altimetria, temos que salientar que ao optar-se por trabalhar nesta
pesquisa num terreno plano, procurou-se atingir as piores das condições possíveis para o
modelado altimétrico, já que é sabido, pela teoria da aerofotogrametria tradicional; que a
altimetria a partir de modelos tridimensionais em terrenos planos são as que apresentam
tradicionalmente os piores resultados.

Posteriormente, visando verificar quais seriam os erros altimétricos nas piores


condições para este tipo de levantamento, optou-se por considerar todos os valores dos erros
altimétricos como sendo positivos, assim, os resultados, aplicando-se processos semelhantes
aos já indicados, foram os seguintes:
Para a média do erro altimétrico:

IC(95%) = (0,036; 0,057) = 0,047 ± 0,011 = P(0,036 ≤ µ ≤ -0,057) = 0,95. (12)


E, o desvio padrão resulta:

IC(95%) = (0,020; 0,036) = 0,026 ± 0,008 = P(0,020 ≤ σ ≤ 0,036) = 0,95. (13)

Assim sendo, pode-se concluir que a acurácia para as coordenadas altimétricas, na


situação crítica de terreno plano com erros sempre no mesmo sentido foi, na média, de 47mm
com um erro padrão de ±11mm.

Salienta-se que, nestas condições de erros altimétricos médios (47±11mm no caso


extremo) dever-se-á, para cada levantamento, analisar se a altimetria obtida por este método
pode ser ou não utilizada. Também é importante salientar que; em terrenos menos planos, ou
seja com aclives e declives, mais usuais na nossa região, a tendência teórica, pelo menos é que
esses erros sejam menores que os apresentados aqui.

89
7 CONCLUSÃO

No tocante ao local de estudo, escolheu-se um local plano, sem edificações ou


benfeitorias, composto de lotes com suas divisas demarcadas por marcos de concreto e vias
asfaltadas com guias com meio fio em concreto. Pode-se afirmar que a região compreendida
pelos lotes medidos da Quadra A do Loteamento DeltaVille, atendeu a expectativa e objetivo
do estudo, pois a intenção foi de além de comparar as coordenadas planimétricas, procurar-se
estudar o processo analisando nas piores condições altimétricas, o que na aerofotogrametria
se consagra como sendo em terrenos planos.
Os pontos de apoio (Controle e Check Point), se mostraram mais do que
suficientes quanto a quantidade, qualidade visual nas imagens, e disposição na área em estudo.
Tanto as chapas adesivadas em branco e vermelho, quanto as pinturas sobre o asfalto, sobre
caixas de inspeção/passagem e topo dos marcos de concreto, atenderam a qualidade visual no
momento do processamento das imagens. As coordenadas rastreadas desses pontos de apoio,
obtiveram precisões dentro do esperado, sendo a planimétrica com diferença não superior a
1,1cm e altimétrica não superior a 1,5cm e podem ser vistas no Anexo D páginas 106 e 107.
(Rastreio Coord. UTM dos pontos de apoio).
A medição dos pontos notáveis de interesse, deu-se de forma satisfatória e sem
nenhum percalço tanto na execução em campo pelo método Interseção à Ré (Resseção), pelo
fato de ter-se podido fazer miras de Vante e Ré em todos os pontos de uma única estação, bem
como o correto processamento das coordenadas em escritório utilizando o Software
GeoOffice.
Já para se realizar o aerolevantamento com o Drone, foi necessário um
planejamento mais minucioso, e maior cuidado na execução pois foi necessário definir um dia
em condições climáticas favoráveis, a janela de voo em horário ideal e executar os trabalhos
das missões de voo 1 e 2 observando-se o risco de interferência de outras aeronaves ou aves.
Como o local de estudo foi um loteamento recém entregue, o tráfego de veículos ou pedestres
não causou nenhum problema de “arrastamento” ou efeito “fantasma” nas fotos aéreas.
Por fim, cabe registrar que os resultados obtidos no comparativo de precisão entre
o levantamento convencional e o aerolevantamento com Drone, superaram as expectativas
(limitando-se às características da área estudada) conforme os valores dos resultados já
anteriormente demonstrados. Quanto às curvas de nível, pôde-se notar na planta com

90
sobreposição das plantas oriundas dos dois métodos, uma grande diferença entre as curvas
geradas pela interpolação dos pontos obtidos pelo método convencional no GeoOffice e a
interpolação dos pontos obtidos pelo aerolevantamento no Agisoft Photoscan. A densificação
dos pontos obtidos no aerolevantamento é infinitamente maior que os obtidos no convencional
resultando em superfícies diferentes, o que no intervalo escolhido de 10cm entre curvas, ficou
evidenciada a diferença pela omissão de muitos detalhes que no levantamento convencional
não foi demonstrado.
A precisão do método Resseção já era esperada, porém a do aerolevantamento
com o Drone era questionável haja vista ser uma tecnologia nova no mercado, apesar de o
aerolevantamento com aeronaves tripuladas ser já bem consolidado. Portanto, o método
aplicado neste estudo pode ser utilizado em levantamentos topográficos em condições
semelhantes com finalidades onde não se exija precisão maior do que as apresentadas neste
trabalho. Terraplenagens, levantamentos em áreas rurais e até urbanas, e até onde objetivo
seja retificar matrículas de registro de imóveis onde se prima por excelência na precisão, o
uso do Drone, se corretamente executado, pode atender a demanda. As informações de ambos
os métodos podem ser visualizadas nas plantas constantes no Anexo J, página 130, onde
constam as plantas: Topográfica Convencional, Topográfica do Aerolevantamento,
Topográfica sobre a Ortofoto, e uma Sobreposição.
Sugere-se para trabalhos futuros, que o mesmo estudo seja realizado com
variações como: GSD (Ground Sample Distance) diferente, área de estudo urbanizada e mais
verticalizada, área de estudo com relevo inclinado, e a utilização de outros softwares de
processamento. Também pode-se estudar a diminuição ou aumento do número de pontos de
controle e de check point por metro quadrado levantado e verificar se tem alguma relação com
o aumento ou diminuição da precisão no processamento.

91
8 BIBLIOGRAFIA

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http://www.horizonltda.com/produtos/vendas/Usados/Promark-3/75 >Acesso em: 08 maio


2019.

97
98
9 ANEXOS

99
Anexo A – Tempo de Rastreio das bases e dos pontos estáticos

Fonte: do autor, 2019

100
Anexo B – Vista Triangulação e Processamento Ajustado

Fonte: do autor, 2019

101
Anexo C – Vista informações Processadas

Fonte: do autor, 2019

102
Anexo D – Processamento Coordenadas UTM

Fonte: do autor, 2019

103
Fonte: do autor, 2019

104
Fonte: do autor, 2019

105
Fonte: do autor, 2019

106
Fonte: do autor, 2019

107
Fonte: do autor, 2019

108
Fonte: do autor, 2019

109
Fonte: do autor, 2019

110
Fonte: do autor, 2019

111
Fonte: do autor, 2019

112
Anexo E – Relatório Processamento Agisoft Photoscan

Fonte: do autor, 2019

Fonte: do autor, 2019

113
Fonte: do autor, 2019

Fonte: do autor, 2019

114
Fonte: do autor, 2019

Fonte: do autor, 2019

115
Fonte: do autor, 2019

Fonte: do autor, 2019

116
Fonte: do autor, 2019

117
Anexo F – Especificações Técnicas da Estação Total Sokkia

Fonte: do autor, 2019


Especificações Técnicas:

Aumento da objetiva 26x;


Abertura da Objetiva 45mm;
Imagem Direta;
Iluminação do retículo Sim;
Resolução 3,5” (polegadas);
Distância mínima de foco 1.0m;
Precisão angular (DIN18723) 06(seis segundos);
Resolução angular 01/0.2m gon 05”/1m gon;
Alcance Para leitura em boas condições de tempo 3500m (1 prisma)
e 4199,99m (3 prismas);
Tempo inicial de medição 2,8s (distancia fina), 2,3s (distancia rápida) e 1,8 (track);
Prumo ótico No corpo do instrumento, Imagem direta;
Alimentação Bateria de Litium de 7.2V DC recarregável;
Autonomia 10 horas (leituras de ângulo e distancia);
Peso do Instrumento 5,1Kg (com bateria).

118
Anexo G – Especificações Técnicas GPS Magellan Promark 3

Fonte: modificado Horizon Ltda, 2019

Especificações Técnicas GPS PROMARK 3


o GPS Magellan Professional Promark 3
o Especificações Técnicas:
o 14 canais independentes.
o Código L1 C/A e portadora de longitude de onda completa.

Rastreio de Satélites WASS / EGNOS.


o Funcionamento de Medição Estática(rms)
o Horizontal: 5 milímetros + 1ppm
o Vertical: 10 milímetros +2 ppm
o Azimute <1m arcosegundos.
o Tempo de Observação: de 10 a 60 minutos dependendo da distância
entre os receptores.

Funcionamento de Medição Cinemático


o Horizontal: 12 milímetros + 2.5ppm
o Vertical: 15 milímetros +2.5 ppm

119
o Tempo de Observação: de 20 a 30 segundos

Funcionamento de Tempo Real com WASS


o Horizontal: 3 m
o Vertical: 6 m
o Tempo de observação: 1 segundo.
o Duração da bateria hasta 8hrs

Características de Registro de Dados:


o Intervalo de Gravação: variável.
o Capacidade de Memória Interna: 128 Mb, salva até 72 horas de dados
de 10 satélites, expandível com memoria SD até 1 GB.

120
Anexo H - – Especificações Técnicas do Phantom 4 pro

121
122
123
124
125
Anexo I - Configuração Computador de mesa (Home Station).

Nome do Sistema Operacional Microsoft Windows 10 Pro;


Versão 10.0.17134 Compilação 17134;
Outra Descrição do Sistema Operacional Não disponível;
Fabricante do Sistema Operacional Microsoft Corporation;
Nome do sistema ANGELO-PC;
Fabricante do sistema Gigabyte Technology Co., Ltda.;
Modelo do sistema To be filled by O.E.M;
Tipo do sistema PC baseado em X64;
SKU do sistema To be filled by O.E.M.;
Processador Intel(R) Core(TM) i7-3770 CPU @ 3.40GHz, 3901 Mhz,
4 Núcleo(s), 8 Processador(es) Lógico(s);
Versão/data do BIOS American Megatrends Inc. FC, 25/02/2013;
Versão do SMBIOS 2.7;
Versão do Controlador Incorporado 255.255;
Modo da BIOS Herdado;
Fabricante da placa-base Gigabyte Technology Co., Ltda.
Modelo da placa-base Não disponível;
Nome da placa-base Placa Base;
Função da Plataforma Área de Trabalho;
Estado da Inicialização Segura Sem suporte;
Configuração PCR7 Ligação Impossível;
Pasta do Windows C:\WINDOWS;
Pasta do sistema C:\WINDOWS\system32;
Dispositivo de inicialização \Device\HarddiskVolume1;
Localidade Brasil;
Camada de Abstração de Hardware Versão = "10.0.17134.619";
Nome de usuário ANGELO-PC\Angelo;
Fuso horário Hora oficial do Brasil;
Memória Física (RAM) Instalada 8,00 GB;
Memória física total 7,96 GB;
Memória física disponível 3,37 GB;

126
Memória virtual total 10,1 GB;
Memória virtual disponível 3,96 GB;
Espaço do arquivo de paginação 2,13 GB;
Arquivo de paginação C:\pagefile.sys;
Proteção de DMA de Kernel Desativado;
Segurança baseada em virtualização Não habilitado;
Suporte à Criptografia de Dispositivo Motivos da falha da criptografia de dispositivo
automática: TPM não utilizável, Associação PCR7 não compatível, A Interface de Teste de
Segurança de Hardware falhou e o dispositivo não é InstantGo, Barramento/dispositivos
compatíveis com DMA não permitidos detectados, TPM não utilizável;
Hyper-V - Extensões de Modo Monitor VM Sim;
Hyper-V - Extensões de Conversão de Endereços de Segundo Nível Sim;
Hyper-V - Virtualização Habilitada no Firmware Não;
Hyper-V - Proteção de Execução de Dados Sim.

127
NV
Check Point Check Point Check Point Check Point
CH 21 CH 22 CH 26 CH 23
PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Ponto Controle Ponto Controle


TCC 9 Ponto Controle TCC 7
TCC 8

QUADRA - A

PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA


LOTE 31 LOTE 30 LOTE 29 LOTE 28 LOTE 27 LOTE 26 LOTE 25 LOTE 24 LOTE 23 LOTE 22 LOTE 21 LOTE 20
359,95m² 359,84m² 359,79m² 359,83m² 359,80m² 359,77m² 359,78m² 359,95m² 359,66m² 359,56m²

Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point
CH 20 CH 18 CH 17 CH 16 CH 15 CH 14
PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA

11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01

3.251
3.252

CE TE TE TE TE
Check Point CE CE CE CE
CH 19

DP DP DP

Ponto Controle Ponto Controle


Ponto Controle
6.937

6.939
TCC6 TCC4
TCC5 AVENIDA BEIRA RIO

Check Point Check Point Check Point


CH 25 CH 24 CH 27
1.957

1.949
Ciclovia DP DP

LU LU LU LU
CE CE CE CE

eio
Pass
Passeio

Check Point Check Point


CH 10 CH 11
15.628

16.090
Passeio Lago
CE

ESG CE ESG

Pass
eio
Check Point
LU Check Point CH 3 CE CE
CH 29 LU LU LU
2.308

Ciclovia DP DP

1.924
Check Point
Check Point CH 12
Check Point
CH 1 CH 13
AVENIDA BEIRA RIO
7.049

6.986
Ponto Controle Ponto Controle
TCC1 Ponto Controle TCC3
DP TCC2 DP DP

TE TE TE TE
CE CE CE CE
CE

Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point
CH 2 Check Point CH 4 CH 5 CH 6 CH 28 CH 7 CH 8 CH 9 CH 10 CH 11
CH 30

QUADRA - A ( Lotes 21 à 30)


TABELA DOS VÉRTICES
PONTO ALINHAMENTO DISTANCIA ANG.INTERNO AZIMUTE RUMO Q COORDENADA (E) COORDENADA (N)
CONVENÇÕES
N LU

TE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO CONVENCIONAL


ÁREA EM ESTUDO CE

ESG TCC - TRABALHO CONCLUSÃO DE CURSO 2019/1


LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIALTIMÉTRICO
RI
O
BI
GU
AÇ Métodos de Levantamento Topográfico: Comparativo de Precisão entre Estação Total e Drone
U
LOTEAMENTO
D E L T AV I L L E

Bacharelado em Engenharia Civil 1:250


AV. BEIRA RIO - DeltaVille - Quadra A Biguaçu - SC
A1

Angelo Antonio Rebelo Gabriel Oscar Cremona, Dr. Eng.

ÁREA = 3.597,94m² DATUM


MAR

CROQUI DE LOCALIZAÇÃO PERÍMETRO = 299,944m SIRGAS 2000


SEM ESCALA INDICADA
NV
LOTE 20

Check Point Check Point Check Point Check Point


CH 21 CH 22 CH 26 CH 23
PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Ponto Controle Ponto Controle


TCC 9 Ponto Controle TCC 7
TCC 8

QUADRA - A

PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA


LOTE 31 LOTE 30 LOTE 29 LOTE 28 LOTE 27 LOTE 26 LOTE 25 LOTE 24 LOTE 23 LOTE 22 LOTE 21 LOTE 20
360,16m² 359,54m² 359,95m² 359,95m² 359,94m² 360,28m² 360,70m² 358,08m² 360,07m² 359,32m²

Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point
CH 20 CH 18 CH 17 CH 16 CH 15 CH 14
PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA

11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01

3.249
3.260

TE CE TE TE TE TE
CE Check Point CE CE CE CE
CH 19

DP DP DP

Ponto Controle Ponto Controle


Ponto Controle
TCC6 TCC4
TCC5 AVENIDA BEIRA RIO

6.936
6.947

Check Point Check Point Check Point


CH 25 CH 24 CH 27

1.978
1.956

Ciclovia DP DP

LU LU LU LU
CE CE CE
CE

eio
Pass
Passeio

Check Point Check Point


CH 10 CH 11
15.738

16.053
DP DP Passeio Lago
CE

ESG
ESG

Pass
CE

eio
CE Check Point
LU Check Point CH 3 CE CE
CH 29 LU LU LU
2.257

Ciclovia DP DP

1.969
Check Point
Check Point CH 12
Check Point
CH 1 CH 13
AVENIDA BEIRA RIO
6.983

6.956
Ponto Controle Ponto Controle
TCC1 Ponto Controle TCC3
DP TCC2 DP DP

TE TE TE
CE CE CE

Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point
CH 2 Check Point CH 4 CH 5 CH 6 CH 28 CH 7 CH 8 CH 9 CH 10 CH 11
CH 30

QUADRA - A ( Lotes 21 à 30)


TABELA DOS VÉRTICES
PONTO ALINHAMENTO DISTANCIA ANG.INTERNO AZIMUTE RUMO Q COORDENADA (E) COORDENADA (N)
CONVENÇÕES
N LU

TE AEROLEVANTAMENTO - VETORIZAÇÃO
ÁREA EM ESTUDO CE

ESG TCC - TRABALHO CONCLUSÃO DE CURSO 2019/1


LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIALTIMÉTRICO
RI
O
BI
GU
AÇ Métodos de Levantamento Topográfico: Comparativo de Precisão entre Estação Total e Drone
U
LOTEAMENTO
D E L T AV I L L E

Bacharelado em Engenharia Civil 1:250


AV. BEIRA RIO - DeltaVille - Quadra A Biguaçu - SC
A1

Angelo Antonio Rebelo Gabriel Oscar Cremona, Dr. Eng.

ÁREA = 3.597,98m² DATUM


MAR

CROQUI DE LOCALIZAÇÃO PERÍMETRO = 299,934m SIRGAS 2000


SEM ESCALA INDICADA
NV
Check Point Check Point Check Point Check Point
CH 21 CH 22 CH 26 CH 23
PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Ponto Controle Ponto Controle


TCC 9 Ponto Controle TCC 7
TCC 8

QUADRA - A

PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA


LOTE 31 LOTE 30 LOTE 29 LOTE 28 LOTE 27 LOTE 26 LOTE 25 LOTE 24 LOTE 23 LOTE 22 LOTE 21 LOTE 20
359,95m² 359,84m² 359,79m² 359,83m² 359,80m² 359,77m² 359,78m² 359,95m² 359,66m² 359,56m²

Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point
CH 20 CH 18 CH 17 CH 16 CH 15 CH 14
PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA

11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01

3.251
3.252

CE TE TE TE TE
Check Point CE CE CE CE
CH 19

DP DP DP

Ponto Controle Ponto Controle


Ponto Controle
6.937

6.939
TCC6 TCC4
TCC5 AVENIDA BEIRA RIO

Check Point Check Point Check Point


CH 25 CH 24 CH 27
1.957

1.949
Ciclovia DP DP

LU LU LU LU
CE CE CE CE

eio
Pass
Passeio

Check Point Check Point


CH 10 CH 11
15.628

16.090
Passeio Lago
CE

ESG CE ESG

Pass
eio
Check Point
LU Check Point CH 3 CE CE
CH 29 LU LU LU
2.308

Ciclovia DP DP

1.924
Check Point
Check Point CH 12
Check Point
CH 1 CH 13
AVENIDA BEIRA RIO
7.049

6.986
Ponto Controle Ponto Controle
TCC1 Ponto Controle TCC3
DP TCC2 DP DP

TE TE TE TE
CE CE CE CE
CE

Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point Check Point
CH 2 Check Point CH 4 CH 5 CH 6 CH 28 CH 7 CH 8 CH 9 CH 10 CH 11
CH 30

QUADRA - A ( Lotes 21 à 30)


TABELA DOS VÉRTICES
PONTO ALINHAMENTO DISTANCIA ANG.INTERNO AZIMUTE RUMO Q COORDENADA (E) COORDENADA (N)
CONVENÇÕES
N LU

TE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO CONVENCIONAL


ÁREA EM ESTUDO CE
TCC - TRABALHO CONCLUSÃO DE CURSO 2019/1
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIALTIMÉTRICO
RI
O
BI
GU
AÇ Métodos de Levantamento Topográfico: Comparativo de Precisão entre Estação Total e Drone
U
LOTEAMENTO
D E L T AV I L L E

Bacharelado em Engenharia Civil 1:250


AV. BEIRA RIO - DeltaVille - Quadra A Biguaçu - SC
A1

Angelo Antonio Rebelo Gabriel Oscar Cremona, Dr. Eng.

ÁREA = 3.597,94m² DATUM


MAR

CROQUI DE LOCALIZAÇÃO PERÍMETRO = 299,944m SIRGAS 2000


SEM ESCALA INDICADA
NV
LOTE 20

PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA


12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

QUADRA - A

PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA


LOTE 31 LOTE 30 LOTE 29 LOTE 28 LOTE 27 LOTE 26 LOTE 25 LOTE 24 LOTE 23 LOTE 22 LOTE 21 LOTE 20
359,95m² 359,84m² 359,79m² 359,83m² 359,80m² 359,77m² 359,78m² 359,95m² 359,66m² 359,56m²
360,16m² 359,54m² 359,95m² 359,95m² 359,94m² 360,28m² 360,70m² 358,08m² 360,07m² 359,32m²

PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA PROJEÇÃO DIVISA NÃO MEDIDA

11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01

3.251
3.252

3.249
3.260

TE CE TE TE TE TE
CE CE CE CE CE

DP DP DP
6.947
6.937

6.936
6.939
AVENIDA BEIRA RIO
1.957

1.978
1.956

1.949
DP DP

LU LU LU LU
LU
CE CE CE
CE
CE
15.628
15.738

16.053
16.090
DP DP
CE
CE

ESG
ESG CE ESG ESG
CE

CE
LU
LU CE CE
LU LU LU
2.308
2.257

DP DP

1.969
1.924
AVENIDA BEIRA RIO
6.983
7.049

6.956
6.986
DP DP DP

TE TE TE TE
CE CE CE CE CE CE CE
CE

N SOBREPOSIÇÃO
AEROLEVANTAMENTO / LEV. CONVENCIONAL
ÁREA EM ESTUDO
TCC - TRABALHO CONCLUSÃO DE CURSO 2019/1
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIALTIMÉTRICO
RI
O
BI
GU
AÇ Métodos de Levantamento Topográfico: Comparativo de Precisão entre Estação Total e Drone
U
LOTEAMENTO
D E L T AV I L L E

CONVENÇÕES Bacharelado em Engenharia Civil 1:250


AV. BEIRA RIO - DeltaVille - Quadra A Biguaçu - SC
A1

Angelo Antonio Rebelo Gabriel Oscar Cremona, Dr. Eng.


MAR

CROQUI DE LOCALIZAÇÃO
SEM ESCALA INDICADA

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