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TREINAMENTO DE INJEÇÃO

ELETRÔNICA

PGM-FI
SISTEMA DE INJEÇÃO ELETRÔNICA DA HONDA

PRIMEIRA VERSÃO JULHO DE 2022


SUBEQUIPE DE ELÉTRICA CHICOTE/DIAGRAMA

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3

2. CARBURADOR VS INJEÇÃO ELETRÔNICA ....................................... 4

3. SISTEMA DE INJEÇÃO ELETRÔNICA PGM-FI ................................... 5

4. ECM ............................................................................................................ 7

5. CORPO DE BORBOLETA ........................................................................ 8

6. UNIDADE DE SENSORES ....................................................................... 8

5.1 Sensor TPS e MAP .................................................................................. 8

6.2 Sensor IAT .............................................................................................. 8

7. SENSOR EOT............................................................................................. 9

8. SENSOR CKP............................................................................................. 9

9. SENSOR LAMBDA (O2)........................................................................... 9

10. BOMBA DE COMBUSTÍVEL ................................................................ 10

11. INJETOR DE COMBUSTÍVEL ............................................................... 10

12. ATUADOR IACV .................................................................................... 10

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 11
1. INTRODUÇÃO

Primeiramente, SEJA MUITO BEM VINDO(A) a equipe Motorius Racing Team!


Estamos muito felizes de poder ter a sua colaboração em nossa equipe! Se você chegou
até aqui é porque demonstrou ter as habilidades e o potencial que buscamos e
correspondem ao espírito de nossa equipe. Então, desde já, crave na sua mente o
#Let’sGoMotorius e o #58 e VAMOS PRA CIMA!

Nossa subequipe de elétrica é dividida em duas frentes de atuação:

1) Sensoriamento: responsável pela captação de dados elétricos na moto e os


transformar em informação útil e visível para o piloto;
2) Chicote e diagramas: responsável pelo projeto, montagem e manutenção do
chicote elétrico da moto.

Nossa subequipe atualmente é composta por dois capitães:

Isaac Jerônimo, capitão da equipe e responsável pelo chicote elétrico; ;


Jorge, subcapitão da equipe e responsável pela ênfase em sensoriamento.

Nossa equipe é separada em ênfases diferentes, mas não significa que os


integrantes ficarão limitados a apenas uma função; fazer a manutenção do chicote e
conhecer como os dados são colhidos são deveres de todos os integrantes para saberem
resolver problemas quando necessário.

Estando apresentado a nossa subequipe, vamos ao que interessa!

Este treinamento foi elaborado com o conhecimento obtido através dos desafios
enfrentados pela equipe que refez o chicote (circuito elétrico da moto) da Osso Preto.
Nossa moto é injetada, possuindo mais componentes e complexidade que uma moto
carburada; faremos uma breve explicação do funcionamento de uma moto com
carburador, explicitaremos as diferenças e daremos ênfase logo em seguida para a injeção
eletrônica.

Após explicarmos como funciona a injeção eletrônica, daremos prosseguimento


abordando sobre os componentes que juntos permitem o controle do motor seja feito
eletronicamente.

ATENÇÃO

Este conteúdo exige conhecimentos básicos de eletricidade. Qualquer dúvida, não exite
em procurar um dos capitães da equipe ou algum membro veterano.

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2. CARBURADOR VS INJEÇÃO ELETRÔNICA

O carburador faz um controle da quantidade de combustível que entra no motor


de maneira “manual” e isso faz com que seja menos eficiente do que a injeção eletrônica
e não consiga controlar algumas variáveis externas ao motor. O funcionamento básico
ocorre da seguinte forma: o combustível contido no tanque da motocicleta desce pelo
efeito da gravidade e por meio de uma tubulação chega ao carburador onde é armazenado
na cuba, o volume é controlado por uma bóia de nível.

Durante o funcionamento do motor, na fase de admissão, o movimento de descida


do pistão cria um fluxo de ar que atravessa o carburador e gera uma baixa pressão no
venturi (tubo coletor do carburador que tem uma seção mais estreita) que, por
consequência, cria um arrasto no combustível contido na cuba, injetando-o no motor por
meio dos giclês e pulverizadores, agulha e válvula que previamente promoveram a
formação da mistura ar/combustível em forma de spray (mistura atomatizada).

Para que a mistura estequiométrica (quantidade de ar e combustível ideais para


ocorrer a reação de combustão) ocorra de maneira ideal, além da quantidade e qualidade
do combustível, contamos com três variáveis das quais não temos controle que influem
diretamente na quantidade de ar necessária para o motor; são elas: temperatura, umidade
do ar e pressão atmosférica.

A moto pode estar funcionando de maneira adequada, mas o carburador não


contém meios de se adaptar às condições ambientais e por não possuir um autoajuste o
carburador não irá adequar-se às necessidades. Somando-se a isso possíveis desgastes
internos temos uma queda de rendimento da motocicleta e um aumento do consumo de
combustível e das emissões.

O sistema de gerenciamento eletrônico, por sua vez, é inteligente, possui


autodiagnóstico e tem linguagem própria. A central eletrônica assegura que o
funcionamento do motor seja preciso graças as suas estratégias pré-estabelecidas, além
de proporcionar partidas fáceis mesmo em épocas frias e respostas rápidas do motor,
aposentando assim o “velho carburador”.

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3. SISTEMA DE INJEÇÃO ELETRÔNICA PGM-FI

O sistema PGM-FI é uma sigla denominando o sistema de gerenciamento


eletrônico da Honda, fazendo com que o controle, eficiência e economia da moto sejam
muito melhores do que numa moto com carburador. O sistema é utilizado desde a década
de 1990 nos veículos automotores da Honda e começou a ser usado nas motocicletas mais
ou menos a partir do ano 2005.

O sistema é comandado por uma ECU (Electronic Central Unit) ou Unidade de


Comando Eletrônica que é o cérebro de todo o sistema. Os sensores fazem a leitura da
rotação do motor, quantidade de ar sendo admitido, ângulo de abertura do acelerador,
temperatura do ar emitido e temperatura do motor e enviam essa informação por meio de
sinais que são interpretados pela ECU a partir de memórias programadas. Com essas
leituras a ECU envia também sinais para os atuadores, que por sua vez, agem diretamente
sobre as grandezas, realizando o controle do motor.

Os sensores são alimentados por uma tenção de 5Vcc provenientes da Central


eletrônica. Em resumo eles captam informações sobre o motor.

Os atuadores são dispositivos comandados pela Central Eletrônica que ajustam e


fazem correções no regime de funcionamento do motor afim de proporcionar o melhor
desempenho em todos os regimes de rotação. Em resumo eles ajustam e corrigem falhas
no motor.

A partir dessas informações a ECU controla a quantidade de combustível que será


injetada no motor através do bico injetor, mantendo sempre constante a pressão de
combustível através do regulador na bomba, dentro do tanque. A ECU controla também
o avanço da ignição.

Incorporado a este sistema temos ainda o atuador de marcha lenta IACV, que tem
a função de manter o motor sempre em uma marcha lenta ideal, em torno de 1400 rpm.

Como exemplo, vejamos o que acontece quando ligamos a moto, porém, deixamos
ela parada. Quando ligamos a moto e não continuamos acelerando, a ECU recebe do
sensor TPS (sensor de ângulo da válvula de aceleração) a informação de que não está
havendo entrada de oxigênio por meio do acelerador. A partir desse dado, a ECU envia
um sinal para o atuador IACV (válvula de marcha lenta) que é o componente responsável
por manter o fornecimento de oxigênio para o motor mesmo quando o acelerador não
estiver acionado. Vamos abordar sobre cada um desses componentes e outros mais no
decorrer do treinamento.

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Na Figura 1 podemos ver a estrutura principal e resumida de comando do sistema
PGM-FI1.

Figura 1: Sistema PGM-FI resumido

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O diagrama da figura foi retirado de um manual para mecânicos e corresponde a moto CG
Titan 150 Flex. Porém, todo tipo de injeção eletrônica tem que, no mínimo, ter estes componentes. Por
isso, podemos dizer que esse é o básico para que um gerenciamento por injeção eletrônica funcione.

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4. ECM

A ECM (Electronic Central Module) ou Central Eletrônica de Comando tem a


função de receber as informações dos sensores, processar esses sinais, calcular o tempo
de injeção e avanço de ignição e enviar esses sinais de “resposta” para os atuadores.
Repare que os sensores e atuadores trabalham em parceria com a ECM, colhendo
informações do motor e seu funcionamento, de modo que a injeção opere sempre de
acordo com as condições analisadas e responda aos comandos enviados pela ECM.

Para que a injeção de combustível aconteça de maneira otimizada, os sensores


analisam diversos aspectos do funcionamento do motor, como temperatura, pressão,
velocidade e a qualidade da mistura dos gases presentes na combustão, entre outras
variáveis. Esses aspectos são processados pela ECM, comparando o sinal recebido com
o previamente estabelecido em fábrica, para que o motor opere com o melhor equilíbrio
eficiência/performance.

Além disso, a ECM tem algumas outras funções muito importantes; a Central
também faz o diagnóstico e armazenamento de falhas. Quando uma avaria é detectada,
ela fica armazenada na memória da ECM e pode ser acessada manualmente ou lida
através do painel do piloto. Para ter acesso manualmente é necessário scanners
eletrônicos. Sem essa ferramenta, a ECM nos informa das falhas por meio de códigos,
piscadas numa lâmpada própria para essa função.

A ECM tem 33 pinos sendo um pino de alimentação (12Vcc, positivo), Erro! F


onte de referência não encontrada. e 3 de aterramento (negativos), Figura 2. Todos os
outros 29 vão para algum componente específico da moto.

Figura 3: Pino de alimentação da ECM. Figura 2: Pinos de aterramento.

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5. CORPO DE BORBOLETA

O Corpo de Borboleta é um atuador importante hoje para a injeção eletrônica, pois


controla a abertura da borboleta de aceleração e assim a dosagem de ar para a queima de
combustível. Sendo o substituto do antigo carburador, fornece exatamente a quantidade
de ar com muita precisão no momento exato do regime do motor. É equipado com:
Unidade de sensores, Atuador de marcha lenta, Borboleta de aceleração e o Injetor de
combustível.

6. UNIDADE DE SENSORES

Também conhecida como Sensor triplex, é um jogo de sensores com corpo único,
presente na maioria das motos de baixa cilindrada equipadas com injeção eletrônica.
Fazem parte do sensor triplex os sensores: TPS (Throtthe Position Sensor), sensor de
posição da borboleta, Sensor da pressão do ar de admissão (IAT) que mede a pressão
absoluta no coletor de admissão, também conhecido como MAP. A junção desses 3
sensores permite um cálculo de volume de ar de admissão chamado de speed density.

Com as informações da pressão, temperatura do ar da admissão e posição da


borboleta do acelerador e também a rotação do motor, o cérebro do sistema determina o
tempo e o volume de injeção de combustível para assegurar uma mistura ar/combustível
adequada a todas as solicitações impostas à motocicleta.

5.1 Sensor TPS e MAP

O sensor MAP é responsável por identificar as variações de pressão dentro do


coletor. Seu mau funcionamento afeta diretamente o rendimento do motor, já que ele
deixa de receber corretamente os parâmetros necessários para calcular a quantidade ideal
de combustível a ser injetado.

O sensor TPS informa à central a posição precisa da borboleta de aceleração, que


é um dos parâmetros que auxiliam no cálculo do volume de ar admitido. Avaliando a
quantidade de ar admitido a ECM consegue controlar o tempo de injeção, dosando o
volume correto de combustível de acordo com a situação de carga do motor (marcha lenta,
acelerações e desacelerações).

6.2 Sensor IAT

O sensor mede a temperatura do ar admitido para o motor. Esta informação é


importante para a ECM calcular a correta relação ar/combustível que será utilizada na
queima

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7. SENSOR EOT

Este sensor é o responsável por medir a temperatura do motor através do óleo do


motor. Ele é do tipo NTC (Negative Temperature Coeficient), ou seja, o sensor é um
semicondutor sensível a variação de temperatura e sua resistência varia de forma
inversamente proporcional a temperatura, o que gera uma resposta em tensão contínua
para a ECM. Com base nos dados recebidos a central busca a melhor estratégia de
funcionamento; o objetivo é otimizar o tempo de injeção de combustível conforme a
necessidade do motor.

8. SENSOR CKP

O sensor de rotação indutivo é um sensor responsável por enviar à ECM a rotação


do motor, o ponto de injeção de combustível e o ponto de ignição. Por ser constituído por
um imã e um indutor este sensor consegue captar a variação de campo magnético gerado
pela rotação do motor. Quando o virabrequim está em movimento, o rotor é rotacionado
induzindo assim uma tensão alternada proveniente do movimento dos ressaltos do rotor,
que passam pelo sensor de posição do virabrequim. Somente a partir desse movimento, é
gerado um sinal para a ECU calcular o ângulo do virabrequim e por consequência a
posição onde se encontra o pistão e determinar o momento ideal da injeção de
combustível e da faísca que salta através da vela de ignição.

Este sensor é um sensor vital para a moto, sem ele, o motor não liga.

9. SENSOR LAMBDA (O2)

O Sensor lambda ou sensor de oxigênio, através da concentração de oxigênio nos


gases do escapamento, faz a leitura relativa dos produtos derivados da queima da mistura
ar/combustível. Com base nas informações coletadas pelo sensor o ECM interpreta o teor
da mistura e elabora as correções alterando o tempo de injeção de combustível, a fim de
reduzir ao máximo as emissões e proporcionar uma queima completa do combustível e
uma sensível melhora nas transformações do catalisador, inclusive prolongando sua vida
útil. O correto funcionamento do sensor contribuir para a economia de combustível e para
uma melhor qualidade do ar.

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10. BOMBA DE COMBUSTÍVEL

A Bomba é o elemento responsável por enviar combustível pressurizado até o


motor. Ela é alimentada pela eletricidade proveniente da bateria da motocicleta, uma
tensão ligeiramente superior aos 12V. O acionamento do atuador pode ser feito por um
relê ou até pela própria unidade eletrônica. Quando se liga a ignição a bomba é acionada
pela ECM por 2 segundos, através do relê da bomba, gerando uma pressão inicial para
facilitar a partida

11. INJETOR DE COMBUSTÍVEL

Sua função é alimentar o motor com o combustível que está pressurizado em sua
linha de alimentação e o volume de combustível é determinado pelo tempo de abertura
do Bico Injetor. Durante o funcionamento do motor o Injetor recebe pulsos elétricos
provenientes da ECM e permite a passagem de combustível ao motor.

12. ATUADOR IACV

Também conhecido como motor de passo é um atuador de marcha lenta que


também facilita a partida do motor em todas as condições de uso da motocicleta, inclusive
nos dias frios. O controle da marcha lenta é feito através de uma passagem de ar adicional,
por onde o IACV regula a quantidade de ar passando por este canal

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REFERÊNCIAS

MTE THOMPSON. Teste thompson: informações técnicas. 1. ed. [S. l.: s. n.], 2014. Disponível
em: https://conteudo.mte-thomson.com.br/thomson-test-moto. Acesso em: 16 jul. 2022.

MECÂNICA AVANÇADA. Injeção eletrônica mix cg titan 150 flex. [S. l.: s. n.], 2020. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1pUkFf7BSkHNwascNc9GwuogeCAWxi3BA/view. Acesso
em: 16 jul. 2022.

SENSOR TPS:: funcionamento, testes e códigos de falhas. [S. l.: s. n.], 2021. Disponível em:
https://www.doutorie.com.br/blog/sensor-tps/. Acesso em: 20 jul. 2022.

CHIPTRONIC. ECM:: você sabe o que é um veículo de injeção eletrônica?. In: ECM: : você sabe o
que é um veículo de injeção eletrônica?. [S. l.], 2021. Disponível em:
https://chiptronic.com.br/blog/voce-sabe-o-que-e-o-ecm-no-veiculo-de-injecao-eletronica.
Acesso em: 20 jul. 2022.

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