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TRABALHO 2 – ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO

TURMA: 01

EQUIPE: 6

ALUNOS: Luan Pablo de Holanda Barros - 471051

Bruna de Araújo Vieira - 476867

Leonildo de Sousa Ferreira - 471279

João Nascimento Andrade – 368507

Jandson Albuquerque Alves - 472397


PARTE I

03) Casa de alto padrão, construída com estrutura em madeira com vãos médios de
3,00m e 400m² de área. Devido à situação particular da topografia do terreno em forte
declive e dotado de um solo argiloso sem a presença de água, a solução arquitetônica
levou ao projeto de uma casa de três pavimentos, sendo o térreo no nível da rua e o mais
embaixo livre de paredes.

Resp.: Foi escolhida a Fundação tipo Sapata para a situação dada acima.

Considerou-se para resolução desse problema a tensão admissível desse solo argiloso
de 10000 kgf/cm². Como não há dados da construção da casa, considerou-se que é
constituída de lajes de CLT de 14cm com uma capa de concreto pesando 77kgf/m². O
preso próprio do piso com a capa de concreto de 7cm tem valor de 175 kgf/m². Para o
peso próprio das vigas e pilares de Madeira Laminada Colada tornou-se o valor de 40
kgf/m². Para carga variável considerou-se uma estrutura de edifício residencial com
valor de 300 kgf/m².

O formato escolhido de terreno que mais se adequou à medida total da área com vãos
médios aproximados de 3m foi um retângulo de 16 x 25m. Os pilares foram espaçados
com 3,2m entre si para facilitação dos cálculos aproximando, ao final, a área total
requerida para o problema.

O telhado escolhido para realização dos cálculos foi uma estrutura com telhas de
fibrocimento onduladas (com espessura de até 5mm) e estrutura de madeira pesando
40kgf/m² na superfície horizontal e sobrecarga equivalente ao peso de uma pessoa com
60kgf/m². A fundação foi escolhida é do tipo Sapata com medida média (devido à
inclinação) de toco de 1m.

Passo a passo da resolução:

1° Passo: Determinação das medidas dos pilares.


Os 4 pilares de canto suportam o peso de 1,6² = 2,56m² de área de telhado +
sobrecarga. Os pilares intermediários suportam 1,6 x 3,2 = 5,12m² de carga e estão em
número de 22. Os 28 pilares centrais suportam a carga de 3,2² = 10,24m² de área de
telhado + sobrecarga. O número total de pilares por pavimento é de 54. Todos os pilares
terão a mesma dimensão dos pilares centrais.

Cargas permanentes:

 Laje de CLT: 0,14 x 550 = 77 kgf/m


 Piso + Capa de concreto: 0,07 x 2500 = 175 kgf/m²
 Pilares e vigas de MLC: 40 kgf/m²
Cargas variáveis:

 Edifício residencial: 300 kgf/m²


Combinatória:

 1,3 x 300 + 1,4 x 300 = 810 kgf/m²


Continuando os cálculos. Para área da seção transversal dos pilares considerou-se a
resistência à compressão paralela às fibras Fc0,d = 81 kgf/m². Temos:

10,24 · 810 · 3
= 307,2𝑐𝑚2
81

Tomando o pilar como quadrado, temos para medida de lado:

√(307,2) = 17,53𝑐𝑚

Arredondando para cima, teremos pilares medindo 20 x 20cm.

2° Passo: Determinação das medidas da sapata.

PESO DO TELHADO (P1)


Itens de sobrecarga:

 Peso do telhado: 40 kgf/m²


 Sobrecarga: 60kgf/m²
Cargas atuantes:
𝑃1 = 10,24 · (60 + 40) = 1024𝑘𝑔𝑓

PESO DO PILAR (P2)


Peso dos pilares considerando peso específico da madeira MLC = 580 kg/m³:

𝑃2 = (3 + 1) · (0,252 ) · 580 = 145𝑘𝑔𝑓

PESO DA SAPATA (P3)


𝑃3 = (1,50 − 1) · 𝑥 2 · 1800 = 900𝑥 2

PESO DAS CARGAS PERMANENTES E VARIÁVEIS DOS PAVIMENTOS


(P4):

Conforme os cálculos já efetuados no dimensionamento dos pilares:

𝑃4 = 810 · 3 ∙ 10,24 = 24883,2 𝑘𝑔𝑓

PESO TOTAL SOBRE A FUNDAÇÃO:


Considerando a resistência do solo S = 10000 kgf/m² e as sapatas em formato quadrado,
temos:

𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 + 𝑃4
𝑅=
𝑆

1024 + 145 + 900𝑥 2 + 24883,2


10000 =
𝑥²
26052,2
𝑥2 = = 2,86𝑚²
9100
𝑥 = 1,69𝑚
Portanto, as sapatas estarão abaixo de todos os pilares do primeiro pavimento e terão
base quadrada medindo, após os devidos arredondamentos, 170x170cm.
Referências:

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122 – Projeto


e execução de fundações. Rio de Janeiro. 2019.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190 – Projeto


de estruturas de madeira. Rio de Janeiro. 1996

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120 – Ações


para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro. 2019

• Canal “Vamos Falar de Madeira?” Disponível em:


https://youtu.be/KQ7ZxJgruHA. Acesso em: 01/08/2021

• Canal “Jose Antônio Barbosa Filho” Disponível em: https://youtu.be/d-


E4Vi8h9Kc. Acesso em: 01/08/2021
08) Prédio de Estrutura de concreto com 20 andares tipo, construído na Cidade 2000.

Resp.: Foi escolhida a Fundação tipo Hélice Contínua para a situação dada acima.

Passo a passo da resolução:

1° Passo: Dimensionamento área de um pavimento tipo.

Foi escolhido o projeto abaixo para que fosse possível supor a resolução da
questão. A partir disso, dimensionamos sua área.

Área de um pavimento tipo: 𝐴𝑃𝐴𝑉𝐼𝑀𝐸𝑁𝑇𝑂 = 1 × (18 × 3) + 4 × (13 × 9) + 4 ×


(5 × 2) + 2 × (6 × 3) = 598 𝑚2 . Por questão de simplificação, aproximou-se o valor
da área para 600 m².
Com isso, conseguimos calcular a área total do prédio de 20 andares: 𝐴𝑃𝑅É𝐷𝐼𝑂 =
600 × 20 = 𝟏𝟐𝟎𝟎𝟎 𝒎𝟐.

2° Passo: Dimensionamento da carga do prédio a partir de um pavimento tipo.

Para o dimensionamento da carga do prédio faremos uso de uma equação


montada pela equipe, a partir de premissas dispostas na norma ABNT NBR 6118. Os
cálculos encontrados possuem uma certa aproximação, uma vez que a intenção é apenas
um resultado estimado. Com isso, para encontra a Carga de Alvenaria total do
Apartamento, usa-se a seguinte equação:

(𝑉𝐸𝐷) × 150
𝐶𝐴𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = ((𝑃𝐸 − ℎ𝑙𝑎𝑗𝑒 ) × )
𝐿𝑥 × 𝐿𝑦

Onde:

CApavimento é a Carga de Alvenaria total do apartamento, em kgf/m²;

PE é o pé esquerdo do apartamento, em metros;

hlaje é a altura da laje, em metros;

VED é o perímetro de parede do pavimento, em metros;

Lx é a maior medida horizontal, no projeto 2D do apartamento, em metros;

Ly é a maior medida vertical, no projeto 2D do apartamento, em metros.

Com isso, devemos encontrar o valor de cada incógnita, sendo possível ao supor
algumas premissas: assumiu-se que para esse pavimento tipo, sua laje será de concreto
armado; assim, pelo projeto escolhido não apresentar a altura da laje, admitiu-se o valor
de 0,25 m, de acordo com a Tabela 13.2 da norma; em seguida, escolheu-se o pé
esquerdo (PE) de 3 m; por fim, a partir da norma, supôs-se, que a carga de alvenaria é
de 150 kgf/m².

Feitas as suposições, encontra-se o perímetro de parede do pavimento tipo


(VED), disposta na equação abaixo:

𝑉𝐸𝐷 = (9 × 2) + (13 × 2) + (4 × 4) + (3 × 4) + (2 × 2) → 𝑽𝑬𝑫 = 𝟕𝟔 𝒎


Tendo em vista que os valores de Lx é de 9 m e de Ly é de 13 m, consegue-se,
finalmente, encontrar o valor de Carga de Alvenaria total do apartamento usando a
equação apresentada anteriormente:

76 × 150
𝐶𝐴𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = ((3 − 0,25) × ) → 𝑪𝑨𝒑𝒂𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟐𝟔𝟕, 𝟗𝟓 𝒌𝒈𝒇/𝒎²
9 × 13

No entanto, tem-se somente a carga de alvenaria do pavimento, sendo que não é


a única que compõe o pavimento tipo. Para encontrar-se a Carga total do Pavimento,
precisa-se resolver a seguinte equação:

𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝐴𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 + 𝐶𝑃𝑙𝑎𝑗𝑒 + 𝑆𝑜𝑏 + 𝑃𝑝𝑎𝑣+𝑟𝑒𝑣

Onde:

Ctotal é a carga total do pavimento, em kgf/m²;

CPlaje é a carga própria da laje, em kgf/m²;

Sob é a sobrecarga do pavimento, definida pela norma 6118 com o valor de 150
kgf/m²;

Ppav+ver é a carga de pavimento mais revestimento, definida pela norma 6118


com o valor de 150 kgf/m²;

Para o cálculo da carga própria do pavimento tipo, tem-se que resolver a


equação abaixo, sabendo-se que o peso específico de concreto armado é de 2500 kgf/m³,
segundo a norma:

𝐶𝑃𝑙𝑎𝑗𝑒 = ℎ𝑙𝑎𝑗𝑒 × 2500 → 𝑪𝑷𝒍𝒂𝒋𝒆 = 0,25 × 2500 = 𝟔𝟐𝟓 𝒌𝒈/𝒎²

Com isso, tem-se a carga total do pavimento tipo, usando-se a equação


apresentada:

𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 267,95 + 625 + 150 + 150 → 𝑪𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟏𝟏𝟗𝟐, 𝟗𝟓 𝒌𝒈/𝒎² ≅ 𝟏𝟐𝟎𝟎 𝒌𝒈/𝒎²

Para finalização do dimensionamento, podemos encontrar a carga aproximada


do prédio a partir da seguinte relação:
𝑘𝑔𝑓
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑜 𝑃𝑟é𝑑𝑖𝑜 = 𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 × 𝐴𝑝𝑟é𝑑𝑖𝑜 = 1200× 12000 𝑚2 = 14400000 𝑘𝑔𝑓
𝑚2
14400000 𝑘𝑔𝑓
→ 𝑪𝒂𝒓𝒈𝒂 𝒅𝒐 𝑷𝒓é𝒅𝒊𝒐 = = 𝟏𝟒𝟒𝟎𝟎 𝑻𝒇
1000 𝑘𝑔𝑓
3° Passo: lançar pilares simulando o comportamento estrutural da estrutura e
dimensionar a carga por pilar.

Foi lançado os pilares, para a possível simulação do comportamento estrutural

do prédio, podendo, assim, dimensionar a carga por pilar. Totalizou-se 51 pilares

Com isso, tendo a carga total do prédio podemos encontrar a carga por pilar a
partir da seguinte relação:

14400 𝑇𝑓
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 = → 𝑪𝒂𝒓𝒈𝒂 𝒑𝒐𝒓 𝒑𝒊𝒍𝒂𝒓 = 282,35 𝑇𝑓 ≈ 𝟐𝟖𝟓 𝑻𝒇
51

Foi feito esse arredondamento grosseiro por se tratar de um dimensionamento.


4° passo: Escolha da fundação

O prédio está localizado na Cidade 2000, onde o solo presente é arenoso e o


lençol freático possui uma profundidade média na maioria dos seus perfis. Além disso,
se caracteriza por ser uma área de densas construções, sendo preferível uso de
fundações que apresentem baixo grau de barulho e vibrações. Com isso, faz-se uso da

tabela abaixo para que seja possível fazer a escolha da função.

Ao analisar, é possível notar que, para o prédio em questão, existem as seguintes


opções, partindo do dimensionamento da Carga por Pilar de 285 kg/m²: Tubulão a Céu
Aberto, Hélice Contínua com uso de 1 estaca por pilar e Estaca Raiz com o uso de 3
estacas por pilar. Inicialmente, podemos descartar o uso do Tubulão a Céu Aberto, uma
vez que seu uso é mais recomendado em áreas afastadas de grandes centros urbanos,
além de ser usual em solos argilosos, que diminuam o risco de desabamento. Em
seguida, não se adotará a Estaca Raiz, já que sua execução acontece através de
perfuração rotativa ou roto-percussiva, com circulação de água, lama betonítica ou ar
comprimido, sendo excluído das nossas opções uma vez que um solo que produza lama
betonítica, e o solo da Cidade 2000 ser um pouco coesivo.
Com isso, fazemos uso da Hélice Contínua, apresentando-se como a melhor
opção, apesar de ter um custo um pouco mais elevado que os outros. Essa fundação
trata-se da perfuração do terreno através de um trado helicoidal contínuo, que retira o
solo sem desconfinamento. Assim, sendo atingida a profundidade de projeto, o concreto
é bombeado por dentro do trado a partir da cota de ponta da estaca.
Processo Construtivo
a) Perfuração
A perfuração consiste em introduzir por rotação a haste de perfuração com a
hélice no terreno, por meio de torque apropriado do equipamento para vencer a sua
resistência. Existe uma tampa metálica provisória na face inferior, evitando a entrada de
solo ou água na haste tubular, sendo expulsa no início da concretagem. O avanço é
sempre inferior a um passo por giro e a relação entre avanço e a rotação decresce ao
aumentarem as características mecânicas do terreno.
Essa metodologia utilizada permite que possa ser executado em terrenos
coesivos e arenosos, na presença ou não do lençol freático, atravessando camadas de
solo resistentes, sendo ideal para o solo da Cidade 2000.
b) Concretagem
Após atingir a profundidade de projeto, inicia-se a fase de concretagem por
bombeamento de concreto pelo interior da haste tubular. A concretagem inicia e o trado
começa a ser retirado, sem rotação, mantendo-se o concreto injetado sempre sob pressão
positiva, da ordem de 0,5 a 1,0 kgf/cm².Esta pressão visa garantir a continuidade do
fuste da estaca.
c) Colocação da Armadura
A armadura, em forma de gaiola, é introduzida na estaca por gravidade sendo
empurrada pelos operários ou com auxílio de um pilão de pequena carga ou de vibrador.
As estacas submetidas apenas a esforço de compressão levam uma armadura no
seu topo, em geral variando entre 4,00m e 6,00m de comprimento.
Esta armadura visa proporcionar uma perfeita ligação entre a estaca e o bloco de
coroamento das estacas, ou seja, com a estrutura. Outra finalidade desta armadura no
trecho superior é garantir sua integridade estrutural, na fase de escavação para a
execução dos blocos que, geralmente é feito com auxílio de escavadeiras mecânicas que
"batem" nas estacas durante sua operação, por mais cuidadoso que seja o operador.
Fonte: Imagem disponível em http://www.geofix.com.br/servico-ehc.php

Fonte: Imagem disponível em https://blog.apl.eng.br/fundacao-em-estacas-


helice-continua-entenda-como-funciona/
Referências:
[1]
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122 –
Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro. 2019.
[2]
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118 –
Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro. 2014.
[3]
Autor desconhecido. APL Engenharia. Disponível em:
<https://blog.apl.eng.br/fundacao-em-estacas-helice-continua-entenda-como-
funciona/>. Acesso em: 31/07/2021.
[4]
Autor desconhecido. Geofix. Disponível em:
<http://www.geofix.com.br/servico-ehc.php >. Acesso em: 31/07/2021
PARTE II
04) Construção de uma residência com estrutura de concreto armado cujos pilares
terão carga em torno de 600 kN.

Inicialmente, desconsideraremos para a análise as fundações previamente


escolhidas nas questões anteriores, sendo elas: sapata isolada e hélice contínua.
Como ponto de partida, será tomada como base a seguinte tabela fornecida como
material de estudo em aula, a mesma sintetiza os vários tipos de fundação com as
características variáveis para escolha das fundações:
Tabela 1 - Fundações e situações de utilização.
Tomando como parâmetro a carga advinda dos pilares que a estrutura deverá
suportar de 600 kN, convertendo para toneladas força teremos o seguinte valor de carga:

60 ∗ 103
𝐹(𝑡𝑓) = ∴ 𝑭(𝒕𝒇) = 𝟔𝟎 𝒕𝒇
𝑔

Com o valor obtido de 60 tf, pode-se descartar algumas opções de fundações das
apresentadas na tabela, sendo as mesmas: broca apiloada, tubulão a céu aberto,
estacão e barrete.
Com relação à presença de lençol freático, analisando a tabela, pode-se observar
que além das fundações já desconsideradas também pode-se excluir a possibilidade de
utilização de fundações: pré-moldada de madeira, pré-moldada metálica, strauss e
trado espiral. Ao final dessas considerações iniciais, as escolhas serão limitadas às
fundações pré-moldada de concreto, franki e raiz.
Analisando inicialmente a camada de solo mais superficial, tem-se uma camada
de areia fina fofa até uma profundidade média de cerca de 4 m e relacionando essa
informação com o porte de execução da estaca franki, podemos desconsiderar a mesma,
visto que é necessária uma estabilidade do solo superficial para o fator do peso do
equipamento e aparelhagem para execução da fundação.
Em seguida, limitando a escolha da fundação pelo menor custo, será escolhida
dentre as fundações pré-moldada de concreto e raiz, a estaca pré-moldada de concreto
para análise final, visto que a estaca raiz necessita em sua execução de equipamento
especial de ar comprimido, dessa forma elevando seu custo, logo, a fundação de
concreto pré-moldado será escolhida, visto seu menor custo, além disso, outros fatores
que contribuem para a escolha são: a fundação pré-moldada é uma excelente opção para
execução em solos com lençol freático próximo ao nível do solo e colabora com uma
obra mais limpa, uma vez que não há escavação, dispensando custos de bota fora.
Por fim analisando a profundidade máxima com que a estaca será cravada, serão
utilizados os métodos de Décourt-Quaresma e Aoki-Velloso, mais comumente
aplicados para avaliação da relação profundidade da fundação e carga suportada,
conforme a planilha criada por Giuliano Tognetti do site Engenheiro no Canteiro.
Considerando os seguintes valores para o concreto:
Tipo de estaca: Pré-moldada cravada
F1 2,5
F2 3,5
Diâmetro 30 cm
ƒck do concreto da estaca 20 MPa
Resistência da estaca 1010 kN
Coef. Segurança 2
Profundidade 10 m

Pode-se obter os seguintes resultados:

Décourt-Quaresma Aoki-Velloso
Prof. K qp qs Qtotal Q/CS K Qtotal Q/CS
SPT Solo Qp (kN) Qs (kN) α (%) Qp (kN) Qa (kN) Q calc. (kN)
(m) (kN/m2) (kN/m2) (kN/m2) (kN) (kN) (kN/m2) (kN) (kN)
0 0 Areia siltosa 400 0 0 10 0 0 0 800 2,0% 0 0 0 0 0
1 4 Areia siltosa 400 1600 113 23 22 135 68 800 2,0% 90 17 108 54 54
2 3 Areia siltosa 400 1200 85 20 41 126 63 800 2,0% 68 30 98 49 49
3 2 Areia siltosa 400 800 57 17 57 113 57 800 2,0% 45 39 84 42 42
4 3 Areia siltosa 400 1200 85 20 75 160 80 800 2,0% 68 52 120 60 60
5 2 Areia siltosa 400 800 57 17 91 148 74 800 2,0% 45 60 106 53 53
6 7 Areia siltosa 400 2800 198 33 123 320 160 800 2,0% 158 90 249 124 124
7 15 Silte arenoso 250 3750 265 60 179 444 222 550 2,2% 233 139 373 186 186
8 18 Silte arenoso 250 4500 318 70 245 563 282 550 2,2% 280 198 478 239 239
9 21 Silte arenoso 250 5250 371 80 320 692 346 550 2,2% 327 266 593 296 296
10 22 Silte arenoso 250 5500 389 83 399 788 394 550 2,2% 342 338 680 340 340

Com relação à interpretação dos resultados, tem-se que na profundidade de 10 m


a estaca suporta, com o coeficiente de segurança aplicado igual a 2, uma carga de 340
kN (Q. calc: valor dado pela média entre os valores de cargas suportadas encontradas na
aplicação dos dois métodos), como a carga aplicada pelo pilar é de 600 kN, será
necessária a utilização de duas estacas de concreto para o pilar da situação em análise.

EXECUÇÃO:

A execução da fundação de estaca pré-moldada varia conforme o método de


cravação, que pode ser por percussão, prensagem ou vibração, vale ressaltar que a
escolha do método de cravação leva em consideração diversos fatores como dimensão
da estaca, características do solo e principalmente, condições de vizinhança.

Geralmente, a forma mais utilizada de cravação é por percussão, que consiste em


um bate estaca (martelo) em queda livre. Portanto, o equipamento é montado sobre uma
plataforma e o martelo é erguido por cabos de aços acionados por um guincho
mecânico, que por sua vez é composto por dois tambores, um responsável pelo martelo
e o segundo responsável pela movimentação e carregamento das estacas. Cabe destacar
que os guinchos devem ter capacidade de carga adequada ao peso do martelo e dos
demais elementos que serão erguidos.

Fotos 1 e 2 - Execução estaca de concreto pré-moldada.

Fonte: Material disponibilizado pelo professor.

Durante toda a cravação, acima da estaca deve estar acoplada a proteção de cabeça para
evitar que a estaca sofra possíveis danos pelo impacto da queda do martelo. Deve-se
ainda se atentar a “nega” para se certificar que a estaca foi cravada até a profundidade
especificada no projeto de fundação e no ensaio de SPT, sendo assim, a finalização da
cravação é marcada pela ocorrência da “nega”. Por fim, após a cravação da estaca no
solo há ainda a retirada da sobra estaca, concluindo o processo de execução da
fundação.
Referências:

TOGNETTI, Giuliano. Engenheiro no Canteiro. Disponível em: <


https://engenheironocanteiro.com.br/calculo-da-capacidade-de-carga-de-fundacoes-em-
estacas-pelo-spt/>. Acesso em: 28/07/2021

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484 – Solo -


Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio. Rio de Janeiro.
2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122 – Projeto e


execução de fundações. Rio de Janeiro. 2019.

Autor desconhecido. APL Engenharia. Disponível em:


<https://nelsoschneider.com.br/execucao-de-estacas-pre-moldada/>. Acesso em:
29/07/2021.

SCHNEIDER, Nelso. NELSOSCHNEIDER.com.br. Disponível em:


<https://nelsoschneider.com.br/execucao-de-estacas-pre-moldada/>. Acesso em:
29/07/2021.

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